RECORRENTE : CLEIDE ANTUNES DA COSTA SOUZA ADVOGADO : NAOKO MATSUSHIMA TEIXEIRA - SP106301 RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto por CLEIDE ANTUNES DA COSTA
SOUZA, com fundamento no art. 105, III, a e c da CF, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, assim ementado (fls. 160/163):
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA
ESPECIAL. SENTENÇA EXTRA PETITA. NULIDADE. CONDIÇÕES DE JULGAMENTO IMEDIATO PELO TRIBUNAL. ATIVIDADE ESPECIAL COMPROVADA. TEMPO COMUM EM ESPECIAL. CONVERSÃO INVERSA. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO INDEVIDO. AVERBAÇÃO. SUCUMBÊNC1A RECÍPROCA. NULIDADE DE OFÍCIO. PEDIDO INICIAL PARCIALMENTE PROCEDENTE. APELAÇÕES, DO INSS E DA AUTORA, PREJUDICADAS. 1 - Na peça vestibular, descreve a parte autora seus vínculos empregatícios supostamente especiais como sendo de 22/09/1983 a 29/02/1988 e 02/12/1988 a 09/04/2009. para os quais espera reconhecimento, neste sentido, assim como a conversão dos intervalos de 20/10/1981 a. 03/08/1983 e 19/10/1988 a 02/12/1988. de comuns para especiais, tudo em prol da concessão, a si, de "aposentadoria especial" (sem incidência do fator previdenciário), desde a data do requerimento administrativo formulado em 09/04/2009 (sob NB 148.141.689-5). Destaque-se, pois, o acolhimento, já então administrativo, quanto aos intervalos especiais de 01/08/1986 a 29/02/1988. 02/12/1988 a 28/04/1995 e 29/04/1995 a 05/03/1997, o que o.s torna evidentemente incontroversos nos autos. 2 - Fixados os limites da lide pela parte autora, veda-se ao magistrado decidir além (ultra petita), aquém (cifra petita) ou diversamente do pedido (extra petita), consoante art. 492 do CPC/2015. 3 - ln casu. configurado está o julgamento extra petita, eis que, conquanto a parte autora tenha postulado a concessão única de "aposentadoria especial" (de forma expressa na inicial, com reiteração, em idênticos termos, em sede recursal), a r. sentença apreciara pedido diverso, vale dizer, de "aposentadoria por tempo de serviço/contribuição" - que tem pressupostos e requisitos próprios, inclusive tendendo ao (ressaltado e notadamente temido pela parte autora), fator previdenciário. Documento: 103733462 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 1 de 7 Superior Tribunal de Justiça 4 - Merece ser anulada de ofício a r. sentença, isso porque não examinara o pleito narrado na inicial, restando, assim, violado o princípio da congruência, insculpido no art. 460 do CPC/73, atual art. 492 do CPC/2015. 5 - 0 caso, entretanto, não é de remessa dos autos à Primeira Instância, uma vez que a legislação autoriza expressamente o julgamento imediato do processo, quando presentes as condições para tanto. 6 - A aposentadoria especial foi instituída pelo artigo 31 da Lei n. 3.807, de 26.08.1960 (Lei Orgânica da Previdência Social. LOPS). Sobreveio a Lei n. 5.890. de 08.06.1973. que revogou o artigo 31 da LOPS, e cujo artigo 9o passou regrar esse benefício. A benesse era devida ao segurado que contasse 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme a atividade profissional, de serviços para esse efeito considerados penosos, insalubres ou perigosos, por decreto do Poder Executivo. 7- 0 Decreto n° 53.831/64 foi o primeiro a trazer a lista de atividades especiais para efeitos previdenciários, tendo como base a atividade profissional ou a exposição do segurado a agentes nocivos. Já o Decreto n° 83.080/79 estabeleceu nova lista de atividades profissionais, agentes físicos, químicos e biológicos presumidamente nocivos à saúde, para fins de aposentadoria especial, sendo que, o Anexo I classificava as atividades de acordo com os agentes nocivos enquanto que o Anexo II trazia a classificação das atividades segundo os grupos profissionais. 8 - Atualmente, a aposentadoria especial encontra previsão no art. 57 da Lei n° 8.213/91. com redação dada pela Lei n° 9.032/95. 9 - Até a edição da Lei n° 9.032/95, era possível o reconhecimento da atividade especial: (a) com base no enquadramento na categoria profissional, desde que a atividade fosse indicada como perigosa, insalubre ou penosa nos anexos dos Decretos n° 53.831/64 ou 83.080/79 (presunção legal); ou (b) mediante comprovação da submissão do trabalhador, independentemente da atividade ou profissão, a algum dos agentes nocivos, por qualquer meio de prova, exceto para ruído e calor. 10 - A apresentação de laudo pericial, Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP ou outro formulário equivalente para fins de comprovação de tempo de serviço especial, somente passou a ser exigida a partir de 06.03.1997 (Decreto n°. 2.172/97), exceto para os casos de ruído e calor, em que sempre houve exigência de laudo técnico para verificação do nível de exposição do trabalhador às condições especiais. 11 - Especificamente quanto ao reconhecimento da exposição ao agente nocivo ruído, por demandar avaliação técnica, nunca prescindiu do laudo de condições ambientais. 12 - Considera-se insalubre, a exposição ao agente ruído acima de 80dB, até 05/03/1997; acima de 90dB, no período de 06/03/1997 a 18/11/2003; e superior a 85 dB, a partir de 19/11/2003. 13-0 Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), instituído pela Lei ii° Documento: 103733462 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 2 de 7 Superior Tribunal de Justiça 9.528/97, emitido com base nos registros ambientais e com referência ao responsável técnico por sua aferição, substitui, para todos os efeitos, o laudo pericial técnico, quanto à comprovação de tempo laborado em condições especiais. 14 - Saliente-se ser desnecessário que o laudo técnico seja contemporâneo ao período em que exercida a atividade insalubre. Precedentes deste E. TRF 3o Região. 15 - A desqualificação em decorrência do uso de EPI vincula-se à prova da efetiva neutralização do agente, sendo que a mera redução de riscos e a dúvida sobre a eficácia do equipamento não infirmam o cômputo diferenciado. Cabe ressaltar, também, que a tese consagrada pelo C. STF excepcionou o tratamento conferido ao agente agressivo ruído, que, ainda que integralmente neutralizado, evidencia o trabalho cm condições especiais. 16 - A apresentação de laudos técnicos de forma extemporânea não impede o reconhecimento da especialidade, eis que de se supor que, com o passar do tempo, a evolução da tecnologia tem aptidão de redução das condições agressivas. Portanto, se constatado nível de ruído acima do permitido, em períodos posteriores ao laborado pela parte autora, forçoso concluir que, nos anos anteriores, referido nível era superior. 17 - Carreada documentação específica aos autos - cuja finalidade seria demonstrar a sujeição a agentes nocivos durante a prática laboral - do seu exame acurado, a conclusão a que se chega é a de que a parte autora, durante seu ciclo laborativo, estivera sob o manto da especialidade, da seguinte forma (sem se olvidar, aqui, da existência de lapsos especiais já adotados pelo INSS, listados no texto introdutório deste decisum): de 22/09/1983 a 31/07/1986. na função de atendente de enfermagem, junto à empresa Santa Casa de Misericórdia de Aparecida: conforme PPP. descrevendo tarefas como prestar assistência integral aos pacientes, higienização, preparo, administração de medicamentos, instalação de soros e sondas, monitorização de sinais vitais, realização de curativos, utilização de aparelhos e equipamentos, visando assistir, preservar, recuperar e reabilitar a saúde, seguindo escala de serviço estabelecida pelo enfermeiro. com a exposição a agentes biológicos, possibilitando o acolhimento como labor de natureza especial, consoante itens 1.3.2 do Decreto n° 53.831/64 e 1.3.4 do Decreto n° 83.080/79; * de 06/03/1997 a 31/12/2003, na função de auxiliar de enfermagem, junto à empresa Polic/in SM Serviços Médico-Hospitalares: conforme formulário e laudo técnico, revelando a exposição a agentes biológicos - em contato com pacientes portadores de patologias diversas ou manuseio de materiais contaminados, possibilitando o acolhimento como labor de natureza especial, consoante itens 1.3.2 do Decreto n° 53.831/64, 1.3.4 do Decreto n° 83.080/79, 3.0.1 do Decreto n° 2.172/97, e 3.0.1 do Decreto n° 3.048/99; de 01/01/2004 a 02/12/2008 (data da emissão do documento), na função de auxiliar de enfermagem, junto à empresa Policlin S/A Serviços Documento: 103733462 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 3 de 7 Superior Tribunal de Justiça Médico-hospitalares: conforme PPP, revelando a exposição a vírus e bactérias (agentes biológicos), possibilitando o acolhimento como labor de natureza especial, consoante itens 1.3.2 do Decreto n° 53.831/64. 1.3.4 do Decreto n° 83.080/79, 3.0.1 do Decreto n° 2.172/97, e 3.0.1 do Decreto n° 3.048/99. 18 - A pretensão de conversão de tempo comum em especial, com a aplicação do redutor 0.83, denominada "conversão inversa", não merece prosperar. Isso porque o Superior Tribunal dc Justiça, por ocasião do julgamento do REsp n° 1.310.034/PR. em sede de recurso representativo de controvérsia repetitiva, firmou o entendimento no sentido de que a lei vigente por ocasião da aposentadoria é a aplicável ao direito à conversão entre tempos de serviço especial e comum, inclusive quanto ao fator de conversão, independente do regime jurídico à época da prestação do serviço, restando inaplicável a regra que permitia a conversão de atividade comum em especial aos benefícios requeridos após a edição da Lei n° 9.032/95. 19 - Conforme planilha anexa, computando-se todos os intervalos laborativos da autora, de índole unicamente especial, constata-se que. na data do pleito administrativo, totalizava 24 anos, 05 meses e 11 dias de tempo de serviço exclusivamente especial, número este aquém do necessário à consecução da "aposentadoria especial" vindicada. Improcedente a demanda neste ponto especifico. 20 - O pedido formulado na inicial merece parcial acolhida, 110 sentido de compelir a autarquia previdenciária a reconhecer e averbar tempo laborativo especial correspondente a 22/09/1983 a 31/07/1986, 06/03/1997 a 31/12/2003 e 01/01/2004 a 02/12/2008. - Ante a sucumbência recíproca, deixa-se de condenar as partes em honorários advocatícios. conforme prescrito no art. 21 do CPC/73, e em custas processuais, dada a gratuidade da justiça conferida ao autor e por ser o INSS delas isento. 21 - Sentença extra petita anulada de ofício. 22 - Pedido inicial parcialmente procedente. 23 - Apelos, da autora e do INSS. prejudicados.
Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fl. 181/196).
Aponta a recorrente, além de divergência jurisprudencial, violação aos arts. 52 e
seguintes da Lei 8.213/91 e 460 do CPC/72 (atual art. 492 do CPC/2015), sustentando que " não houve julgamento extra petita, considerando o principio da fungibilidade das ações previdenciárias, segundo o qual, caso verificado que o segurado preenche os requisitos necessários para obtenção de beneficio diverso do pleiteado e, tratando-se de um beneficio de menor extensão, ou seja, um minus em relação ao beneficio originalmente pleiteado: pode o magistrado conceder de oficio o benefício cujos requisitos foram preenchidos" (fl. 203).
Documento: 103733462 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 4 de 7
Superior Tribunal de Justiça Ao final requer, "o afastamento da multa por litigância de má-fé e a condenação do recorrido ao pagamento de honorários advocatícios nos termos do artigo 35, §§ 1o e 2o, I a IV, § 3o, I e § 11, do CPC/15, ..." (fl. 207).
Sem contrarrazões.
É O RELATÓRIO. SEGUE A FUNDAMENTAÇÃO.
A irresignação comporta acolhida.
Isso porque, o acórdão recorrido divergiu da jurisprudência desta Corte, que
firmou entendimento no sentido de que, diante da relevância social e alimentar dos benefícios previdenciários, pode o magistrado, constatando que não foram cumpridos os requisitos para concessão do benefício requerido na inicial, conceder benefício diverso cujos pressupostos tenham sido preenchidos pelo Segurado. Assim, pode o julgador, desde que preenchidos os requisitos legais, apreciar os fatos, de ofício, e adequar a hipótese ao benefício cabível.
Nesse sentido, destacam-se os seguintes precedentes:
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. DEFERIDA APOSENTADORIA POR IDADE EM VEZ DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. DECISÃO EXTRA PETITA. NÃO-OCORRÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A sentença, restabelecida pela decisão em sede de recurso especial, bem decidiu a espécie, quando, reconhecendo o preenchimento dos requisitos necessários à concessão do benefício de aposentadoria por idade rural, o deferiu à segurada, não obstante ter sido requerido benefício diverso. 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 861.680/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, DJe 17/11/2008).
"PROCESSO CIVIL. [...]. PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO
ACIDENTÁRIA. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. APLICAÇÃO DO ART. 109, I, e §§ 3º E 4º DA CF/88. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 15/STJ. PRECEDENTES. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. [...] 2. Segundo a jurisprudência desta Corte Superior, em razão do caráter social das demandas previdenciárias e acidentárias, pode o julgador conceder benefício diverso ao pedido na inicial se verificado o preenchimento das exigências necessárias para o seu recebimento. [...] 5. Conflito conhecido para declarar competente o suscitado. Por Documento: 103733462 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 5 de 7 Superior Tribunal de Justiça este já ter proferido sentença, ordena-se a remessa dos autos ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região para julgamento da apelação. (CC 87.228/MG, Rel.ª Min.ª MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJ de 01/02/2008.)
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO REQUERENDO CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ACÓRDÃO QUE CONCEDE APOSENTADORIA POR IDADE. GARANTIA DE MELHOR BENEFÍCIO AO SEGURADO. INOCORRÊNCIA DE JULGAMENTO EXTRA PETITA. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS DESPROVIDO. 1. O Direito Previdenciário não deverá ser interpretado como uma relação de Direito Civil ou Direito Administrativo no rigor dos termos, mas sim como fórmula ou tutela ao hipossuficiente, ao carecido, ao excluído. Este deve, também, ser um dos nortes da jurisdição previdenciária. 2. É firme a orientação desta Corte de que não constitui julgamento extra ou ultra petita a decisão que, verificando a inobservância dos pressupostos para concessão do benefício pleiteado na inicial, concede benefício diverso por entender preenchidos seus requisitos, tendo em vista a relevância da questão social que envolve a matéria. Precedentes: 3. Agravo Regimental do INSS desprovido. (AgRg no REsp 1320249/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 02/12/2013)
Portanto, não se considera julgamento ultra ou extra petita a decisão que
interpreta sistematicamente e de forma ampla o pedido formulado pelas partes, conforme se infere dos seguintes julgados:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO
DE SEGURANÇA. PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO EXTRA PETITA. INOCORRÊNCIA. 1. Não viola os arts. 128 e 460 do CPC a decisão que interpreta de forma ampla o pedido formulado pelas partes, pois o pedido é o que se pretende com a instauração da demanda e se extrai da interpretação lógico-sistemática da petição inicial. (AgRg no REsp 737.069/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/11/2009, DJe 24/11/2009). 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS 28.542/AP, relatora a Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 28/9/2011 - grifo nosso).
Documento: 103733462 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 6 de 7
Superior Tribunal de Justiça PROCESSUAL CIVIL. PETIÇÃO INICIAL. PEDIDO. INTERPRETAÇÃO AMPLA. POSSIBILIDADE. 1. O pedido deve ser extraído da interpretação lógico-sistemática da petição inicial, a partir da análise de todo o seu conteúdo. Precedentes. 2. O pedido deve ser interpretado como manifestação de vontade, de forma a tornar efetivo o processo, amplo o acesso à justiça e justa a composição da lide. Precedentes. 3. A decisão que interpreta de forma ampla o pedido formulado pelas partes não viola os arts. 128 e 460 do CPC, pois o pedido é o que se pretende com a instauração da ação. Precedentes. 4. Recurso especial provido. (REsp nº 1.049.560/MG, relator a Min. NANCY ANDRIGH, DJe 16/11/2010 - grifo nosso).
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. APOSENTADORIA POR
TEMPO DE SERVIÇO. DEFERIDO PERCENTUAL SUPERIOR AO MÍNIMO REQUERIDO. DECISÃO "ULTRA PETITA". NÃO-OCORRÊNCIA. RECURSO IMPROVIDO. 1. Em matéria previdenciária, o pleito contido na peça inaugural, mormente quando se trata de matéria previdenciária, deve ser analisado com certa ponderação. Postulada na inicial a concessão do benefício em um percentual mínimo, calculado pela parte, incensurável a decisão judicial que reconhece o tempo de serviço pleiteado e concede o benefício com um coeficiente de cálculo superior ao mínimo requerido. 2. Recurso especial improvido. (REsp 929.942/RS, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, DJe 2/2/2009 grifo nosso).
ANTE O EXPOSTO, dou provimento ao recurso especial, para reconhecer que
a concessão de benefício diverso do inicialmente pleiteado não implica em julgamento ultra ou extra petita e por conseguinte, restabelecer a sentença de Primeiro Grau.
Publique-se.
Brasília (DF), 22 de novembro de 2019.
MINISTRO SÉRGIO KUKINA
Relator
Documento: 103733462 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 26/11/2019 Página 7 de 7