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Os hebreus são um povo nômade de origem semita que recebe posteriormente a

denominação de judeu.

Em 2000 a.C., sob a liderança do patriarca Abraão, os pastores hebreus migram da


Mesopotâmia para a terra de Canaã, na Palestina. Em 1800 a.C., chefiados por Jacó, apelidado
Israel (neto de Abraão), saem de Canaã e vão para o Egito, em 1700 a.C., onde são
escravizados.

Entre 1220 a.C. e 1180 a.C., voltam a Canaã em busca de um território guiados pelo patriarca
Moisés, no episódio bíblico conhecido como Êxodo.

De 1200 a.C. a 1010 a.C., as 12 tribos organizam-se numa confederação político-religiosa para
defender seus santuários.

A partir de 1010 a.C., o reino unificado expande-se, dominando todas as cidades-estados de


Canaã.

Em 926 a.C., divide-se nos reinos de Judá, ao sul (cuja capital é Jerusalém), e de Israel, ao
norte, que voltam a se unir em 852 a.C.

Em 586 a.C. são incorporados ao Império Babilônico e deportados para a Babilônia: inicia-se


a diáspora judaica, a dispersão dos judeus pelo mundo.

Em 538 a.C. são incorporados ao Império Persa e, em 63 a.C., ao Império Romano. Os judeus
recusam-se a cultuar o imperador romano, Jerusalém é destruída e, no ano 70, inicia-se a
segunda diáspora.

Praticam a agricultura, o pastoreio, o artesanato e o comércio.

Têm por base social o trabalho de escravos e servos. As tribos são dirigidas de forma absoluta
pelos chefes de família (patriarcas), que acumulam as funções de sacerdote, juiz e chefe
militar.

Com a unificação destas, a partir de 1010 a.C., elegem juízes para vigiar o cumprimento do
culto e da lei. Depois se unem em torno do rei. Produzem uma literatura dispersa, mas
importante, contida em parte na Bíblia e no Talmude.

Criam a primeira religião monoteísta da história, o judaísmo, baseada nos Dez Mandamentos
revelados a Moisés no monte Sinai.
Civilização Hebraica

Localização Geográfica da Palestina e as Fontes da História dos Hebreus

A Palestina era uma estreita faixa de terra banhada pelo rio Jordão e localizada a sudeste do
atual Líbano.

A principal fonte da história antiga dos hebreus é a Bíblia, porém ela não relata fielmente os
acontecimentos, pois sua preocupação volta-se muito mais para a unidade e identidade de um
povo do que para um acontecimento narrado.

A Bíblia reflete a concepção mitológica dos hebreus. Como mito ela reflete o pensamento de
um povo e como documento histórico ela permite acompanhar a evolução dos mitos e a
concepção de mundo dos hebreus, fazendo referências a costumes e padrões de
comportamento.

As outras fontes históricas são as obras de Flávio Josefo e de Filo, que fornecem informações
sobre o período da dispersão dos judeus e de sua adaptação pelo mundo romano. Todas as
fontes, porém, devem ser comparadas com os achados arqueológicos.

A Origem dos Hebreus

Segundo Gênesis, Abraão nasceu em Ur, cidade Caldéia da Mesopotâmia, e recebeu do Senhor
a ordem de abandonar seu povo e se estabelecer na terra de Canaã (terra prometida). Isso
teria ocorrido por volta de 2000 a.C. e seus descendentes teriam se multiplicado e formado o
povo israelita.

O mito explicativo da origem de um povo, a partir de um ancestral comum, é bastante


desenvolvido em sociedades primitivas nômades e pastoris, como a dos primitivos hebreus.

Nesse estágio, os israelitas, portadores de uma economia nômade e pastoril, viviam em clãs
( famílias extensas), compostos pelo patriarca de cada clã, o poder e o prestígio eram
personificados pelo patriarca, e os laços interclânicos eram frouxos.
Hoje, temos várias evidências da origem mesopotâmica do povo hebreu, tais como a
semelhança entre mitos mesopotâmicos e mitos hebreus (mito do dilúvio, por exemplo) e a
semelhança linguística, pois o hebreu é uma língua de origem semita, pertencente ao mesmo
grupo do aramaico e de outras línguas mesopotâmicas.

Teria sido Jacó, mais tarde chamado Israel, o chefe da ocupação da Palestina no século XVII
a.C., para uns, ou no século XIV a.C., para outros. Nessa época, algumas tribos israelitas, junto
com outros hebreus vitimados pela fome, partiram para o Egito, onde foram escravizados pelo
Estado.

Por volta de 1350 a.C., liderados por Moisés, teriam se retirados do Egito através da abertura
no Mar Vermelho. Nesse período de êxodo, os hebreus possuíam seu sistema religioso
monoteísta.

Ao regressarem do Egito, encontraram suas terras ocupadas pelos cananeus e tiveram que
lutar pela sua posse, já que haviam abandonado o nomadismo durante sua permanência no
Egito. Essa conquista foi lenta, permitindo a miscigenação entre israelitas e cananeus, que
falavam línguas semelhantes.

Durante esse período, os hebreus desenvolveram um sistema tribal, onde a propriedade


privada dos bens de produção inexistia.

Mais tarde, os filisteus se apoderaram da costa meridional da palestina e durante quase um


século os israelitas lutaram contra eles. Foi nessa época que se formou a monarquia hebraica.

Povo Hebreu

O povo hebreu tem o início de sua organização na Mesopotâmia. Segundo Jaime Pinsky, “Isso
é contado na Bíblia e comprovado por diversas evidências.

O hebraico é uma língua semita, pertencente ao mesmo grupo do aramaico e de outras faladas
na Mesopotâmia, baseada em estrutura de raízes triconsonantais, uma particularidade delas.
Notável mesmo é verificar a utilização de mitos mesopotâmicos entre os hebreus.” Mitos
mesopotâmicos incorporados na teologia judaica, como o Dilúvio, a Epopéia de Gilgamesh. Da
Mesopotâmia os hebreus migraram para o território hoje conhecido como Palestina, sempre
travando contato, usualmente belicoso, com seus vizinhos mais próximos desde tempos
imemoriais.

Possivelmente uma seca muito grave na Região os tenha forçado a nova migração, desta vez
para o Egito, ali se estabelecendo como um povo associado.

Não há – fora dos textos considerados sagrados do judaísmo e do cristianismo – confirmação


quanto ao fato de os hebreus de Goshen haverem, em algum momento, sido escravizados
pelos egípcios. Fosse como fosse, estavam sujeitos à mesma tributação – que incluía o
trabalho para o Estado – que os nativos de sua nova terra.

Características da Monarquia Hebraica

A monarquia iniciou-se com Saul, mas foi seu sucessor Davi, que conseguiu atrair as tribos do
sul para seu reino. No reinado de Davi e mais tarde de Salomão, seu filho, a monarquia atingiu
seu apogeu, sem jamais poder ser comparada, entretanto, aos grandes impérios egípcio ou
babilônico. A organização do Estado tornou-se mais complexa, e os antigos chefes de clãs, de
gens e mesmo os chefes guerreiros transformaram-se na aristocracia, que enriquecia com o
comércio de caravanas e com a apropriação das terras dos camponeses endividados.

As construções de grandes templos levavam ao aumento de impostos e de trabalhos


excedentes que os camponeses deviam ao Estado, o que tornava cada vez mais difícil à vida
das camadas populares. Por outro lado, a construção dos templos e a instauração de uma
camada de sacerdotes, portadores de certos direitos inacessíveis ao povo, acabavam com os
aspectos mais livres da religião, criando uma estreita dependência entre o povo e o poder
político.

Por volta de 935 a.C., as dez tribos do norte revoltaram-se contra o rei Roboão, sucessor de
Salomão, e formaram o reino independente de Israel, enquanto as duas tribos do sul
formaram o reino de Judá.

O reino de Israel, enfraquecido pelas revoltas internas e pelas constantes guerras com Judá, foi
dominado em 723 a.C. pelos assírios. O reino de Judá foi conquistado pelos caldeus, liderados
por Nabucodonosor, em 586 a.C., e os judeus foram levados como escravos para a Babilônia.

A Diáspora dos Judeus

Os judeus recobraram certa independência quando os persas, sob o comando de Ciro,


conquistaram a Babilônia. No ano de 333 a.C., Alexandre, o Grande, da Macedônia, dominou
todo o oriente Médio, mas aos poucos, depois de longas lutas, os judeus consolidaram sua
independência.

Com a expansão do império romano, essa região passou a ser dominada por Roma. Mesmo
dominados os judeus mantiveram uma autonomia relativa até o ano 70 de nossa era. Nesse
ano, os romanos tentaram construir um templo para Júpiter, em Jerusalém, o que ocasionou a
rebelião do povo judeu. O esmagamento dessa rebelião provocou sua fuga para diversas
partes do mundo. A partir desse momento deixou de existir um Estado judeu até o ano de
1948. Essa dispersão dos judeus pelo mundo é conhecida como diáspora.

Fonte: br.geocities.com

Civilização Hebraica

No século XI a.C., o sucessor de Saul, Davi (1009 – 970 a.C.), conseguiu reverter o quadro
militar, vencendo definitivamente os inimigos e assim, inaugurando a fase mais brilhante e
poderosa da história hebraica.

O Estado Israelita, forte e estável, foi dotado de um exército permanente e de uma


organização burocrática, tendo a cidade de Jerusalém como capital.

Davi ainda expandiu as fronteiras do reino, conquistando as terras a leste do rio Jordão e parte
da Síria. Durante o governo de Salomão (970 – 931 a.C.), o reino hebraico conheceu o apogeu,
transformando-se numa das grandes monarquias orientais, ampliando suas atividades
comerciais e empreendendo a construção de diversas obras públicas, como o templo de
Jerusalém, dedicado a Jeová. Esta época foi de singular opulência e grandiosidade, cujos
exageros envolveram desde a economia e cultura até o cotidiano familiar. Um exemplo vem do
próprio Salomão que, segundo a Bíblia, desposou setecentas princesas e ainda possuiu
trezentas concubinas.
Dada a excepcional localização do seu reino e a aliança com os fenícios que dominavam o
comércio marítimo, Salomão pôde controlar as grandes rotas terrestres do comércio oriental.
Contava também com a debilidade momentânea da Mesopotâmia e do Egito, incapazes de
cercear o seu desenvolvimento econômico.

Contudo, a cobrança de pesados impostos e o trabalho dos camponeses nas grandes obras
públicas semearam o descontentamento que, com a morte de Salomão, agravou e ativou a
disputa entre as tribos pela sucessão do monarca.

O herdeiro e sucessor de Salomão, Roboão, não conseguiu manter a unidade do reino


hebraico: as dez tribos do Norte, lideradas por Jeroboão, separam-se e fundaram o Reino de
Israel, estabelecendo sua capital em Samaria. Apenas as duas tribos do Sul continuaram fiéis a
Roboão e constituíram o Reino de Judá, com capital em Jerusalém. Esta divisão, ocorrida em
926 a.C., corresponde ao cisma hebraico que fragilizou os hebreus diante de outros povos
expansionistas.

As divergências entre os hebreus, seguidos de intrigas palacianas, rebeliões militares e


assassinatos, facilitaram a decadência e a conquista estrangeira.

No século VIII a.C., Sargão II, rei dos assírios, conquistou Israel. O Reino de Judá, só conseguiu
escapar do mesmo destino devido à sua localização geográfica.

Entretanto, a independência de Judá durou apenas algum tempo, pois, no século VI a.C.,
Nabucodonosor, imperador da Mesopotâmia, tomou e saqueou Jerusalém, levando os
sobreviventes como cativos para a Babilônia. Quando, em 539 a.C., Ciro I da Pérsia conquistou
a Babilônia, os hebreus foram libertados e retornaram à Palestina, reconstruindo o Estado
hebraico na região de Judá, porem subordinado ao Império Persa.

FUNDAMENTOS

Em princípio, vejamos as diferenças básicas dos termos: hebreus, israelitas e judeus.

Hebreus é a designação primitiva dos descendentes de Abrão, os quais por sua vez, provinham
do patriarca Heber.

CIVILIZAÇÃO DOS HEBREUS – 3000 a.C. a 2000 a.C.

A civilização hebraica desenvolveu-se na antiga Palestina, correspondendo a uma região


cercada pela Síria, pela Fenícia e pelos desertos da Arábia.

Seu território era cortado pelo rio Jordão, cujo vale constituía aárea mais fértil e favorável à
prática agrícola e à sedentarização de sua população.

O restante da Palestina, aocontrário, era formado por colinas e montanhas, de solo pobre e
seco, e ocupado por grupos nômadesdedicados ao pastoreio.

As tribos hebraicas chegaram à Palestina antes de 2000 a.C., conhecida há muito tempo como
terrade Canaã devido aos seus primeiros habitantes, os cananeus.

Tanto estes como os hebreus eram de origemsemita, denominação moderna dos


descendentes de Sem, mencionado no Antigo Testamento como o filhoprimogênito de Noé, e
tido como o remoto antepassado dos hebreus (hebreu também significa “povo dooutro lado”).

A principal fonte da história hebraica é a Bíblia, pois em sua primeira parte, o Antigo
Testamento,são apresentados não apenas elementos morais e jurídicos dos hebreus, como
também seus valores religiosose narrativas históricas, muitas delas confirmadas pelas
pesquisas arqueológicas. Essa simbiose entre seudesenvolvimento histórico e religioso explica
por que seus principais personagens e feitos estão sempreenvoltos pelo sagrado e
sobrenatural.As tribos semitas, no início da história hebraica, distribuíam-se entre a Síria
oriental e aMesopotâmia, empreendendo inúmeras guerras pela conquista territorial e para
obtenção de escravos emulheres. Quando um desses grupos semitas, os hebreus, chegou à
Palestina, teve início a disputa pelodomínio da região, originando prolongados conflitos contra
os cananeus e os filisteus, dos quais os hebreussaíram vitoriosos.

Os hebreus, estabelecidos na Palestina, organizaram-se em grupos familiares patriarcais,


seminômades, iniciando o desenvolvimento das atividades agrícolas e pastoris. O primeiro
grande líder hebreu, segundo o Antigo Testamento, foi Abraão (2166 a.C.), mesopotâmico
originário da cidade de Ur, na Caldéia, considerado o primeiro patriarca hebreu. Dirigindo-se à
Palestina, Abraão anunciava uma nova cultura religiosa, monoteísta, que mais tarde cimentaria
a unidade dos hebreus; estes acreditavam que Abraão recebera de Jeová ( lavé, deus dos
hebreus), a promessa de uma terra para eles e seus descendentes, onde haveria de correr
“leite e mel”. Na narração bíblica, depois de Abraão, as tribos hebraicas foram lideradas pelos
patriarcas Isaac e Jacó (ou Israel), sendo que este último deixou doze descendentes que deram
origem às doze tribos de Israel. A seguir, devido aos diversos conflitos contra vizinhos e às
dificuldades econômicas, muitos hebreus acabaram abandonando a Palestina, dirigindo-se
para o Egito, onde permaneceram por mais de quatrocentos anos. Ao que parece, o faraó
franqueava às tribos hebraicas as regiões próximas ao delta do Nilo, ricas para as pastagens,
buscando obter produção agrícola e criar uma barreira defensiva contra as tribos beduínas
próximas.

Posteriormente, o nome Hebreu foi substituído elo de israelita, da palavra Israel, sobrenome
ganho por Jacob, em sua vitória contra um anjo.

Quanto a denominação de Judeus, deriva do período do cativeiro na babilônia, por serem


habitantes de Judá.

Os Hebreus, povo de raça semita, distinguiram-se entre outras coisas, pela peculariedade
religiosa, contrastando com outros povos da antiguidade, pois eram monoteístas, isto é,
acreditavam em um só Deus: Jeová.

Num período, onde a maioria acreditava em vários deuses, ser monoteísta, transformava
aquela gente em cidadãos particularíssimos.

Em resumo, mantinham relações pessoais com o seu Deus, contrastando com as demais
religiões da Antiguidade, que abrangiam o povo como um todo.

Outras distinções haviam, destacando-se:

Não se limitavam às orações ou cerimônias públicas.


Evidenciavam a importância da Moral, estimulando a prática do Bem e da Justiça, bem como o
respeito às leis locais
Essa fé inquebrantável, que deu origem ao cristianismo e ao islamismo, em que pese as
agruras sofridas, continua viva e atuante até os nossos dias.

SÍNTESE HISTÓRICA
O povo judeu conta os anos a partir da data da criação do mundo, segundo um dos livros
sagrados, o Gênesis, em 3761 antes da era vulgar.

Convenhamos, é muita história a considerar

Quanto ao calendário, porém, dispensando uma rigidez cientifica, poder-se-ia classificá-lo


em três grandes períodos:

Período Bíblico ou Mosáico


Período Talmúdico
Período Pós-Talmúdico ou de Hillel II

Embora que o ideal, para este trabalho, fosse comentar procedimentos especificamente
operacionais sobre o calendário, expurgar temas históricos, poderia prejudicar o conteúdo
programático do mesmo.

Para que tal fato não ocorra, haverá, tanto quanto possível, uma divisão dos eventos
históricos, dos procedimentos classificados como operacionais.

PERÍODO BÍBLICO OU MOSÁICO

Sob o comando do patriarca Abrão, os hebreus partiram de Ur na Caldéia, localizada na


Caldéia.

Pastores e agricultores errantes, extremamente hábeis nas artes e também nos


conhecimentos científicos da época, principalmente nas matemáticas e na astrologia,
inventaram um calendário agrícola, o qual, por circunstâncias diversas, pulverizou-se com o
passar dos anos; o perfil sistêmico do calendário agrícola, parece ter sido:

Estação seca (abril-setembro)


Estação chuvosa (outubro- março)

Por sua vez, as estações subdividiam-se em:

Sementeiras (novembro-dezembro)
Colheiras (abril-junho)

Provérbio judeu ” Quem é grande em Torah, também o é na ciência laica ”

Período bíblico

A Bíblia hebraica — que, à exceção de alguns livros, coincide essencialmente com o Antigo
Testamento cristão — narra os fatos fundamentais da história do povo judeu, a partir do
momento transcendental de sua eleição e da aliança com Deus.

Os judeus dividem sua Bíblia em três partes: a Lei (Torá), os Profetas (Neviim) e os
Hagiógrafos (Ketuvim).

Aliança e eleição

O patriarca dos hebreus, Abraão, morava na cidade de Ur, na Caldéia, junto à foz do Eufrates,
no século XX antes da era cristã.

De lá, partiu para o norte, com seu pai, e recebeu a ordem de Deus: “Deixa teu país, tua
parentela e a casa de teu pai, para o país que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te
abençoarei, engrandecerei teu nome; sê tu uma bênção!” (Gn 12:1-2).
Após a chegada de Abraão à terra de Canaã (mais recentemente conhecida como Palestina,
para os judeus Terra de Israel, e onde hoje se localizam o Estado de Israel e a Jordânia), Iavé
estabeleceu com ele uma aliança: “À tua posteridade darei esta terra, do rio do Egito até o
grande rio, o rio Eufrates” (Gn 15:18).

E acrescentou: “Eu multiplicarei grandemente a tua descendência, de tal modo que não se


poderá contá-la” (Gn 16:10).

Como sinal dessa aliança lhe ordenou: “Que todos os vossos machos sejam circuncidados”
(Gn 17:10).

Abraão, seu filho Isaac e seu neto Jacó constituem a linha patriarcal de referência do povo
judeu, fiel à aliança divina. Jacó recebeu do Senhor um novo nome, Israel, e de seus 12 filhos
originaram-se as 12 tribos do povo judeu, os descendentes de Israel, ou, como se chamavam,
os “filhos de Israel” (Bene Israel).

Êxodo e estabelecimento em Canaã

A segunda etapa decisiva da história do povo judeu começou com sua libertação da escravidão
no Egito (século XIII a.C.), onde se haviam estabelecido na época da grande seca. Moisés foi o
líder que, por ordem de Iavé, conduziu a marcha de quarenta anos através do deserto para
voltar a conquistar a terra de Canaã.

Durante a travessia do deserto, Moisés fixou a lei judaica, cujo núcleo foram os Dez
Mandamentos, gravados nas tábuas recebidas de Deus no monte Sinai, que abarcavam as
crenças, a moral, os rituais e a organização civil do povo. Essa lei, a Torá — também chamada
lei de Moisés, ou lei mosaica –, está contida no Pentateuco (Chumash), os cinco livros que
constituem a primeira parte da Bíblia, e viria a ser a fonte de coerência e unidade do povo
judeu e, todos os tempos e lugares. Segundo a tradição, ainda nos tempos de Moisés surgiu a
lei oral, que se transmitiu dessa forma ao longo de gerações e só foi registrada por escrito
muitos séculos depois.

Uma vez estabelecidos em Canaã, a Terra Prometida, cada tribo em seu próprio território, os
hebreus sofreram a influência do paganismo e os ataques de filisteus e moabitas. Surgiram
então os juízes, como Débora e Sansão, que lideraram o povo em épocas de crise, na luta
contra os inimigos e na condução de um modo de vida adequado às leis da aliança. Entretanto,
fez-se necessária a reunificação das 12 tribos, e Saul foi ungido rei no século XI a.C. Davi, seu
sucessor, conquistou Jerusalém, transformou-a em capital do reino e para lá levou a Arca
Sagrada, símbolo da aliança com Deus. Salomão, filho de Davi, construiu o primeiro templo,
em Jerusalém.

Com sua morte, o reino foi novamente dividido: Israel, no norte, formado por dez tribos,
assimilou elementos heréticos no culto e logo sucumbiu, invadido pelos assírios. Sua
população foi deportada, e as dez tribos desapareceram desde então da história judaica (várias
hipóteses, fantasiosas ou não, têm associado etnias contemporâneas à descendência dessas
tribos). O reino de Judá, no sul, centrou-se em Jerusalém e manteve-se fiel às tradições. Os
judeus de hoje descendem principalmente dos habitantes de Judá.

Nessa época de decadência religiosa, política e econômica surgiram os grandes profetas de


Israel — Elias, Amós, Isaías — que exortaram o povo a retornar à fé tradicional. A visão da
história como instrumento de Deus, que faz cair a desgraça sobre o povo judeu como castigo
pelo descumprimento da aliança, foi em parte obra dos profetas.
Exílio e restauração

No início do século VI a.C., o rei babilônio Nabucodonosor destruiu o templo, saqueou


Jerusalém e deportou sua população para a Babilônia. Este novo exílio espiritual uniu o
“restante de Israel” sob a prédica do profeta Ezequiel, dando início a uma restauração religiosa
que preparou uma outra, de caráter político.

A conquista da Babilônia por Ciro, rei dos medos e dos persas, permitiu aos hebreus retornar à
Terra Prometida, no ano 538 a.C., e reconstruir o templo de Jerusalém, em 515 a.C. Grande
parte do povo, no entanto, continuou espalhado do Egito à Índia, como numa prefiguração da
posterior diáspora (dispersão).

Essa restauração religiosa e política é considerada por alguns autores como a verdadeira
origem da unidade espiritual do povo judeu. Seu grande artífice foi Esdras, sacerdote dos
judeus da Babilônia, que foi enviado pelo rei persa Artaxerxes II a Jerusalém para controlar a
observância da lei mosaica, reconhecida, em seu caráter civil, para os judeus. Esdras fez
renovar a aliança com Iavé mediante a leitura da lei para o povo durante sete dias (e, de
maneira constante, duas vezes por semana). Também renovou o culto no novo templo,
embora continuasse o ensino nas sinagogas locais, e alentou a esperança, pregada pelos
profetas, na vinda de um messias que instauraria o reino de Deus.

Uma relíquia, O Calendário de Gezer , descoberto entre 5669/5670 (1908/1909), com


estimativa de ter sido confeccionado por volta do ano de 1000 a.C., apresenta um relato
versificado, em uma escrita rústica, semelhante a da Pedra Moabita.

A tradução, no seu conteúdo global, é incerta; destaca-se, todavia, pela descrição de eventos
agrícolas, durante as meses, com provável início pelo outono, como segue:

2 dos meses reservados ao armazenamento


2 dos meses reservados a semeadura
2 dos meses reservados ao crescimento na primavera
1 mês de tirar o linho
1 mês da colheita da cevada
1 mês quando tudo estiver colhido
2 meses de podar
1 mês de frutas de verão

(Obs.: Gézer era cidade de relativa importância dos cananeus, na estrada entre Jope e
Jerusalém)

Posteriormente, cativos no Egito, o povo judeu, por circunstâncias óbvias, teve que assumir o
calendário solar dos seus algozes.

Registros atestam que antes da fuga do Egito, Moisés reformulou o calendário, tornando-o
lunar; os meses, em número de 12, não tinham nomes, sendo classificados numa seqüência
ordinal: primeiro, segundo, terceiro…

1 Reis 4:7

“Tinha Salomão doze intendentes sobre todo o Israel, que forneciam antimento ao rei e à sua
casa; cada um tinha de fornecer durante um mês do ano. “
Depois, durante os 70 anos de cativeiro na Babilônia (606-536 a.C), foi incorporado ao
calendário nomes regionais, os quais, com algumas exceções, permanecem até os nossos dias;
na parte operacional, um quadro expositivo dos meses, será demonstrado. O calendário
babilônico, além de um dos mais antigos do Oriente, também foi pioneiro na Antiguidade, a
utilizar um sistema lunar, com 12 meses, cujo início se dava com o aparecimento da primeira
Lua Quarto Crescente, no céu noturno.

Resumindo, o ano era composto de 12 lunações, periodicamente regulado com o ciclo solar de
360 dias, pois havia necessidade de se ajustar as estações climáticas; para isso, adicionava-se
um décimo terceiro mês (13) conciliador.

Tentando demonstrar de que forma os babilônios conciliavam essas defasagens, várias


hipóteses são divulgadas, porém sem nenhuma consistência; consenso há, porém, na
afirmação de que as constatações, a olho nu, em que se estruturavam tais intercalações,
deixavam a desejar pela sua imperfeição, com cometimentos de vários erros.

Posteriormente, em 747 antes da era vulgar, quando o rei Nabonassar subiu ao trono da
Babilônia, houve um avanço científico e as observações dos astros passaram a ser mais
sistêmicas e, por si só, mais distantes da astrologia.

Desde o começo do século V a.C., entre outros feitos, por toda comunidade científica da
Mesopotâmia, sabia-se que em um período de 19 anos, manifestavam-se 235 lunações
(revoluções sinódicas), no qual, para efeito do calendário, deveriam inserir 7 meses
complementares, ajustando melhor, as defasagens existentes entre os ciclos, solar e lunar.

Sistematicamente, porém, esse ciclo de 19 anos, somente foi utilizado a partir de 367 a.C..

Entretanto, anteriormente, por volta de 430, o grego Méton, descobriu um ciclo lunar de 19
anos, com 235 lunações, totalizando 6.940 dias, o qual ficou conhecido como ciclo metônico;
nesse espaço de tempo, os 3,6,9,11,14,17 e 19 anos, constavam de 13 lunações, e os demais,
de 12.

Dentro de cada ciclo, estabeleceu-se a seqüência numérica de 1 a 19, sendo também


denominado de Número Áureo.

Essa proximidade de datas e semelhanças sistêmicas, faz com que, de acordo com pontos de
vistas, credita-se a um ou outro, respectivamente, invenção ou influência do ciclo de 19 anos.

Nesse interregno, por volta de 300 a.C., os judeus passaram a adotar também, um ciclo de 19
anos, com semelhanças nas intercalações dos meses suplementares, tais como: Nos 3,
6,8,11,1,17 e 19 anos

Curioso, quanto a utilização de dias intercalares, salvo melhor juízo, é que não há nenhuma
citação bíblica sobre tais procedimentos.

A INFLUÊNCIA DA LUA PARA O JUDAISMO (A PÁSCOA)

Eruditos sustentam a tese de que a legalidade e procedimentos exigidos para a celebração da


Páscoa (PESSACH) solidificam-se em escritos ou documentos de séculos posteriores a Moisés,
ou seja, após o denominado Período Bíblico ou simplesmente Mosaico.

As Leis orais do judaísmo, existentes pelos fins do século II e que serviram de base para o
Talmude, parecem materializar esses procedimentos.
Dentre as várias divisões das leis orais do MISHNAH, encontram-se as referentes aos festejos.

Nesse segmento, estabelecia-se as várias festividades do calendário religioso, onde, o fator


preponderante era, sem dúvida alguma, o perfeito estabelecimento da manifestação do
fenômeno da Lua Nova.

Convém esclarecermos, em adendo, que a Lua Nova, era festivamente comemorada, em


tempos remotos, não só na Judéia, mas também na Babilônia.

Para os judeus, particularmente, a determinação da Lua Nova, tinha e têm, um significado


todo especial:

A comemoração da Páscoa

A Páscoa, era a festa anual, celebrada no 14 dia da primeira lua do seu ano religioso, em
comemoração da saída deles do Egito.

Esse dia especial, foi estabelecido em memória da passagem do anjo exterminador, que, na
noite em que os judeus partiram do Egito, matou todos os primogênitos dos egípcios, sem
tocar nas casas dos israelitas, marcadas com sangue de cordeiro.

Estruturavam-se ainda mais, os preceitos tradicionais dos judeus e, o primeiro surgimento do


crescente lunar, ou, da focinha delgada da Lua, testemunhadas pelo sumo Sacerdote e outros,
era cerimoniosamente anunciada pelo som de trombetas.

Visualmente, mediante tochas acesas, ou mesmo fogueiras, as tribos vizinhas iam sendo
alertadas, tarefa não tão difícil, em virtude da topografia montanhosa da região da Palestina.

As comunicações auditivas e visuais, eram relativamente eficientes, a ponto de toda a


comunidade poder comemorar as festas, no mesmo dia.

Consolidava-se assim no que dizia respeito à astronomia/calendário, o procedimento empírico,


baseado nas verificações puramente observacionais, dos fenômenos da Lua e do Sol.

Com o passar do tempo, porém, principalmente nas localidades mais distantes, fatores
diversos contribuíam para que essas interpretações fossem ligeiramente defasadas.

PERÍODO TALMÚDICO

Talmude, palavra hebraica que significa ensino, de lamad, aprender. Nome por que os Judeus
designam a vasta compilação das doutrinas e dos preceitos ensinados pelos seus mestres mais
autorizados.

Distinguem-se no Talmude duas partes: a Mishná, redigida por Judah Ha’Nasi, e a Gemara. As
escolas da Palestina e da Caldeia tiveram cada uma a sua Guemara distinta. Conforme a Mixna
(sensivelmente a mesma nas duas coletâneas) é seguida de uma ou outra da duas Guemaras,
assim se têm o Talmude de Jerusalém ou o Talmude de Babilônia.

Para dar maior consistência a essa definição sucinta, agregamos um comentário de uma das
maiores autoridades no assunto; Rabino Henry I. Sobel, em sua obra OS “PORQUES”DO
JUDAÍSMO – 333 PERGUNTAS E RESPOSTAS- Editado PELA CONGREGAÇÃO ISRAELITA
PAULISTA -SP-BRASIL- 1983.

O que é o Talmud, e qual a diferença em relação à Biblia?


A Biblia judaica compõe-se de textos que foram reunidos pelos antigos hebreus e preservados
através dos séculos como o Livro sagrado do povo judeu.

Consiste de três divisões: a Torá (os cinco livros de Moisés, também denominados
Pentateuco), os Profetas e os Escritos (salmos, provérbios, etc.).

A Torá é um relato dos acontecimentos desde o princípio do mundo até a morte de Moisés,
entremeado de leis e mandamentos decretados por Deus. A autoria destes livros é
tradicionalmente atribuída ao próprio Moisés, porém a análise literária dos textos revela
marcantes diferenças de estilo e vocabulário, indicando, segundo alguns estudiosos não-
ortodoxos, que houve provavelmente mais de um autor.

Seja como for, a Bíblia é muito mais do que uma narrativa histórica. É um livro de inspiração
divina, profundamente religioso, e ao mesmo tempo humano. Um documento essencialmente
espiritual, que constitui nosso guia básico para o Judaísmo- na teoria e na prática.

Com o passar do tempo, o povo judeu foi desenvolvendo uma série de leis suplementares, que
eram transmitidas oralmente de geração em geração, até que foram codificadas e compiladas,
por volta do ano 200 da Era Comum, pelo rabino Judah Ha’Nasi. A este código deu-se o nome
de Mishná.

A Mishná, juntamente com a Gemara (comentários e interpretações rabínicas da leis da


Mishná), compõem o Talmud.

Existem duas versões do Talmud, o de Jerusalém e o Babilônico, que diferem em certos


aspectos. O mais completo é o Babilônico, elaborado entre os séculos III e V da Era Comum, e
editado por Rav Ashi e Ravina. Sendo um registro de discussões faladas, o Talmud não é nada
sistemático ou conciso. É, entretanto, um tesouro de leis, tradições e costumes, que tem
influenciado profundamente o pensamento e a prática judaica, e constitui uma valiosa fonte
de consulta para o estudo e as decisões legais.

Fonte: vilalva.no.comunidades.net

Civilização Hebraica

HEBREUS
Moisés

Os Hebreus são semitas que viviam em tribos nômades, conduzidas por chefes. Eles
atravessam a Palestina na época de Hamurabi, penetram no Egito, retornam (o Êxodo) à
Palestina e instalam-se aí entre os Hititas e os Egípcios, provavelmente nos inícios do século
XII.

O Êxodo, fuga do povo hebreu da perseguição e da escravidão faraônica no Egito, foi


comandado por Moisés, grande líder e legislador.

A época em que viveu Moisés, assim como o período histórico do Êxodo, ainda é um problema
para os historiadores. Uma corrente defende que o faraó opressor dos hebreus teria sido
Ramsés II e o faraó do êxodo, seu sussessor Menephtah, por volta de 1230 a.C.

O direito hebraico é um direito religioso. Religião moneteísta, muito diferente dos politeísmos
que a rodeavam na antiguidade. Religião que, através do cristianismo que dela deriva, exerceu
uma profunda influência no Ocidente.

O direito é dado por deus ao seu povo. O direito é desde logo imutável; só deus o pode
modificar, idéia que reencontraremos no direito canônico e no direito mulçumano. Os
intérpretes, mais especialmente os rabinos, podem interpretá-lo para o adaptar à evolução
social; no entanto, eles nunca o podem modificar; Há uma espécie de aliança entre Deus e o
povo que ele escolheu; o Decálogo ditado a Moisés é a Aliança do Sinai, o Código da Aliança de
Jeová; o Deuterômio é também uma forma de aliança.

A Bíblia é um livro sagrado; contém a “Lei” revelada por Deus aos Israelitas. Compreende (na
sua parte pré-cristã, isto é, o Antigo Testamento) três grupos de livros.
O Pentateuco tem para os Judeus o nome de Thora, quer dizer, a “lei escrita” revelada por
deus; ela é atribuída, segundo a tradição judia, a Moisés, donde a sua denominação usual de
“Leis de Moisés”.

Compõe-se de Cinco Livros: Génese (a Criação, a vida dos patriarcas); o Êxodo (estadia no


Egito e volta à Canaã); o Levítico (livro de prescrições religiosas e culturais; os Números
(sobretudo a organização da força material); o Deuterônômio, complemento dos quatro
precedentes; os Profetas (que diz respeito, sobretudo, à história); os Hagiógrafos (sobretudo,
costumes e instituições).

O Código da Aliança, conservado no Êxodo (XX, 22, a XXIII, 33); pela sua forma e pelo seu
fundo, tem um texto que assemelha-se às codificações mesopotâmicas e hititas,
nomeadamente ao Código de Hamurabi. A Thora conservou uma autoridade considerável,
mesmo nos nossos dias; qualquer interpretação do direito hebraico apoia-se num versículo da
Bíblia.

A Bíblia, além de fonte formal de direito, também ainda é a principal fonte histórica para
conhecimento do povo hebreu.

Conforme se deduz da leitura do Levítico, o apedrejamento era o modo ordinário de se


aplicar a pena capital, prescrita pela lei dos hebreus: “Fala aos filhos de Israel nestes termos:
quem ultraja o seu Deus, suportará o castigo do seu delito. Aquele que proferir blasfêmeas
contra o nome do Senhor, será punido com a morte e toda a congregação o apedrejará. Quer
seja estrangeiro, quer seja natural do país, se proferir blasfêmeas contra o nome do Senhor,
será punido com a morte” (24:15,16).

Os hebreus arrancavam todas as roupas do condenado á lapidação, exceto uma faixa, que lhe
cingia os rins. Depois a primeira testemunha o arremessava ao solo, do alto de um tablado
com dez pés de altura. E a segunda testemunha, lançando uma pedra, queria atingi-lo no
peito, bem acima do coração. Se este ato não lhe desse a morte, as outras pessoas ali
presentes o cobriam de pedradas, até o momento da morte do condenado.

Cumprida a sentença, o cadáver era queimado ou dependurado numa árvore.

Uma testemunha apenas não leva á pena de morte: “Todo homem que matar outro, será
morto, ouvidas as testemunhas, mas uma só testemunha não pode em seu depoimento
condenar.” (Num. 35:30).

A lei mosaica também condenava a serem lapidados os que não guardavam o dia de sábado.

O Números é o livro da Bíblia que relata a história do povo hebreu, desde os episódios do
monte Sinai até o começo de sua fixação na também uma obra onde aparece, de modo
eloquente, toda a “terra prometida”, mas é severidade de Moisés na aplicação da pena de
mortefilhos de Israel encontraram um homem a apanhar lenha, em dia: “Durante a sua
permanência no deserto, os de sábadoAarão, diante de toda a congregação. Meteram-lo em
prisão, . Os que o encontraram a apanhar lenha, condurizam-no à presença de Moisés e de
porque não fora ainda declarado o que se lhe deveria fazerhomem deve ser punido com a
morte, toda a congregação.

Então o Senhor disse a Moisés: ‘Esse apedrejará fora do acampamentoapedrejando-o até


morrer, como o Senhor tinha ordenado a ‘. E toda a congregação o levou para fora do
acampamento, Moisés (Num 15:32, 33, 34, 35, 36).
Outra forma de aplicar a pena de morte era o enforcamento, também descrito no
Números: Quando os israelitas se estabeleceram em Sitim, perto das fronteiras de Jericó, eles
cometeram os maiores excessos sexuais com as mulheres da terra de Moab. Ajoelharam-se
diante dos ídolos dessas mulheres e renderam culto a Baal-Fagor (ou Baal-Peor), o deus da
luxúria. Por causa disso, segundo informa o livro Números, “a cólera do senhor inflamou-se
sobre Israel”.

E o Altíssimo ordenou a Moisés: “-Reúna todos os chefes do povo e manda-os enforcar,


perante o Sol, em nome do Senhor, para que a ira divina se afaste de Israel” ; “Então Moisés
disse aos juízes de Israel: Mate cada um os seus homens que se juntaram a Baal-Peor.” (Num
25:1,2,3,4,5).

A Bíblia é a fonte por excelência para o conhecimento da História do povo Hebreu, apesar de
não se tratar de uma literatura que corresponda ao conceito de história contemporâneo, pois
o historiador hebreu só se interessava pelo passado em função do presente e mesmo do
futuro, as mensagens messiânicas dominam toda a narrativa bíblica.

O apogeu do reino de Israel situa-se na época de David (1029/1015? – 975/960? a.C.), segundo
rei de Israel e sucessor de Saul . É um reinado assinalado por ações militares. O rei-profeta
conquista Jerusalém tornando-a capital política e religiosa do povo de Israel; luta contra os
filisteus, amonitas, arameus, moabitas e edomitas. A zona de influência do poderio de David
estendia-se desde o Mar Vermelho até as cercanias do Eufrades. Para manter essa influência, o
soberano organizou um exército no qual existiam numerosos mercenários estrangeiros.

Estátua do Rei David

Como os demais povos do Oriente, os hebreus possuíam escravos. A lei mosaica não instituiu a
escravidão pois a mesma já existia desde a época dos patriarcas.

Distinguiam-se entre os hebreus duas classes de escravos: o escravo hebreu e o estrangeiro.

No Direito Penal dos hebreus havia mais humanidade e igualdade, além da religiosidade, do
que no direito dos demais povos do Oriente Próximo, e os delitos podiam ser classificados
em: Delitos contra a Divindade; Delitos praticados pelo homem contra o seu semelhante;
Delitos contra a honestidade; Delitos contra a propriedade; e Delitos contra a honra.

Quanto ao homicídio, a Bíblia distingue o voluntário do involuntário, aquele punido com a


morte após um processo que houvesse, ao menos, duas testemunhas.

E esse, o involuntário, não era punido com a morte: o acusado podia buscar refúgio em
cidades escolhidas como asilos. O infanticídio era punido com a morte, as lesões corporais se
puniam com a indenização, pagando-se o tempo que a vítima perdera e as despesas com
remédio. O crime de adultério, delito contra a honestidade, era punido, de regra, com a morte
de ambos adúlteros.Os delitos contra a propriedade eram punidos com penas pecuniárias.

Havia diversas maneiras de ser executada a pena capital: lapidação, morte pelo fogo,
decaptação etc… A lapidação era a forma mais comum. A fogueira era mais rara, foi aplicada
aos incestuosos e à filha do sacerdote, ré do crime de fornicação (Levítico 20,14;21;9).
Também encontramos entre os hebreus as penas de flagelação, prisão, internação, anátema,
pena pecuniária e, finalmente, a pena de Talião. A flagelação consistia em estender no chão ou
amarrado a uma coluna o culpado que era batido com varas. Não deviam, porém, dar-lhe mais
de quarenta golpes e a presença do juiz era indispensável (Deuteronômio 25,1-3).
O anátema era a excomunhão, constituía-se em uma verdadeira morte civil do culpado,
aplicada aos atentados contra os princípios religiosos mais importantes. A prisão servia para o
réu aguardar o julgamento ou a aplicação imediata de outra pena..

A história da sucessão do trono por Davi (Sam. 2,9-20, I Re. 1,2), quando este tinha por volta
de 33 anos, é a narração bíblica que mais se aproxima do conceito moderno de História.

O autor presta atenção aos detalhes dos eventos e personagens e interpreta o curso dos
acontecimentos à luz das motivações humanas, nela encontramos uma pena aplicada por
David contra os assassinos do rei Isboset (Isbaal), que havia se refugiado na Transjordânia,
mandando arrancar as mãos e os pés dos culpados:

Recab e Baana, filhos de Remon de Berot, chegaram à casa de Isboset na hora mais quente do
dia, quando Isboset dormia, entraram sem serem percebidos, foram até a cama de Isboset e o
mataram e após cortarem-lhe a cabeça, carregaram-a andando a noite toda pela estrada do
deserto.

Levaram a cabeça de Isboset a David em Hebron, e disseram ao rei: “Aqui está a cabeça de


Isbosetl, filho de Saul, o inimigo que queria matar você. Javé trouxe hoje ao senhor meu rei
uma vingança contra Saul e sua descendência”. (Samuel 2:8).

David, porém, dirigiu-se a Recab e seu irmão Baana, filhos de Remon de Berot, e lhes
disse: “Pela vida de Javé (Jehovah), que me salvou a vida de todo perigo!

Quem anunciou a morte de Saul, acreditava que estava trazendo uma boa notícia! Pois eu o
prendi e o matei em Siceleg, em troca da boa notícia! Com maior razão ainda, será que não
devo pedir contas a vocês do sangue de Isboset e fazê-los desaparecer da face da terra, por
terem matado um homem honesto dentro de sua casa, enquanto dormia na sua cama?”.
(Samuel 2:9,10,11).

Então Davi ordenou a seus homens que matassem Recab e Baana. Eles cortaram as mãos e os
pés dos dois e penduraram seus corpos perto do açude de Hebron. Depois pegaram a cabeça
de Isboset e a enterraram no túmulo de Abner, em Hebron.

Templo Construído por Herodes em Jerusalém

Antes de se fixarem na palestina, que é uma estreita faixa de terra situada a sudeste da
Fenícia, banhada pelo rio Jordão, que divide o território palestino em duas partes, e
desemboca no mar morto, limita-se com o mar Mediterrâneo, a Oeste, com o deserto Arábico,
a leste com a penisula do Sinai, ao Sul, seu clima seco e solo pouco fértil fez com que nesta
região se desenvolvesse basicamente, o pastoreio.

Os hebreus eram nômades Semita que se dedicavam ao pastoreio. Estavam organizados em


clãs patriarcais (grupo ligados por laços de parentesco e de tradição), os quais possuíam como
autoridade maior o patriarca, (chefe que ocupava os cargos de sacerdote, juiz e comandante
militar).

Abraão (cujo o significado o nome é: Pai de muitas nações), teria sido segundo a Bíblia, o
primeiro patriarca que saindo de Ur (sul da Caidéia) e levando sua família, foi ate Haran
(nordeste da Mesopotamia), e dai para Canaã ou Palestina. Quando se fixaram nesta região, os
hebreus dividiram-se em varias tribos, tomando posse dos territórios férteis do norte e das
zonas montanhosas do sul; Neste período num processo lento, os hebreus passaram a dedicar-
se cada vez mais à agricultura e, conseqüeníemente ao sedentárismo.

Entretanto, a posse das terras na palestina (2.000 a. C.), não foi, pacifica pois os territórios
palestinos já eram habitados por outros povos tais como: os cananeus e filisteus, contra os
quais os hebreus travaram lutas sangrentas.

A história política dos hebreus é dividida em três período: Períodos dos Patriarcas, Período
dos Juizes, Período dos Reis.

Períodos dos Patriarcas, fugindo das secas que castigavam o território da Palestina, boa parte
das tribos hebraicas foram para o prospero Egito, onde se refugiaram da fome e das
constantes guerras contra os outros povos habitantes da região da Palestina.

Por quatro séculos os hebreus permaneceram no Egito. Tempo mais que suficiente para que os
mesmos se integrassem na sociedade egípcia, porem sem deixar de lado sua unidade religiosa
e cultural, alias, traço marcante da sociedade hebraica.

A permanência tão prolongada dos hebreus no Egito foi possível devido a influência de alguns
hebreus sobre o governo egípcio (a história de José); a invasão e ao domínio dos hiecsos (povo
semita), sobre o Norte do Egito. Porém mais tarde, com a morte de José e a expulsão dos
hiecsos, as consequências para os hebreus foram a perseguição e a escravidão.

O aumento da população hebraica (os clãs transformaram-se em tribos) e sua colaboração


com os hicsos, fizeram com que o governo egípcio (Faraós do novo Império), preocupado com
uma nova dominação estrangeira, ordenasse a escravidão dos hebreus. A escravidão dos
hebreus no Egito só terminou com o Êxodo (fuga do Egito para a Palestina, século XIH a.C.),
quando Moisés, liderou as doze tribos hebreias, conduziu o povo hebreu através do deserto
até a terra prometida.

A Bíblia diz que durante a travessia do deserto, Moisés recebeu diretamente de Javé ou
Jeová, no Monte Sinai, O Decálogo (Os Dez Mandamentos), o qual estabeleceu os
fundamentos: Jurídico, Religioso e Moral da civilização hebraica. Moisés não conseguiu chegar
a canaa. Morre ao avista-la.

Seu sucessor, Josué cruza o rio Jordão e dá combate aos cananeus, que então habitavam a
terra prometida. Vencidos os cananeus, os israelitas se estabelecem na Palestina. Tem de
travar luta contra os povos vizinhos permanentemente. Devido as lutas pelas conquistas de
Canaà ou Terra Prometida, surgiu necessidade do poder e do comando estarem nas mãos de
chefes militares. Estes chefes passaram a ser conhecidos como Juizes.

Período dos Juizes, Com a concentração do poder em suas mãos, os juizes procuraram a
união das doze tribos, pois ela possibilitaria a realização do objeto comum: O domínio da
Palestina.

As principais lideranças deste período foram os juizes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel,


todos eram considerados enviados de Jeová, para comandar os Hebreus.

A união das doze tribos era difícil de ser conseguida e mantida, pois os juizes tinham um poder
temporário e mesmo com a unidade cultural, (língua, costumes, e, principalmente religião),
havia muita divisão política entre as tribos. Assim foi preciso estabelecer uma unidade política.
Isto foi conseguido através da centralização do poder nas mãos de um monarca (Rei), o qual
teria sido escolhido por Jeová para governar.

Período dos Reis: O primeiro rei hebreu foi Saul que liderou guerras contra os filisteus, porem
morreu sem conseguir vence-los. Foi sucedido por Davi, que conseguiu derrotar os filisteus e
estabeleceu domínio sobre a Palestina, fundando o Estado Hebreu, cuja a capital passou a ser
Jerusalém. Em seguida, Salomão; sábio e pacifico famoso pelo poder e riqueza.

Salomão construiu o templo de Jerusalém com auxilio de operários fenícios.

Aliou-se ao rei Hirâo de Tiro (Fenícia); cobrou tributos das caravanas que atravessavam suas
terras; comerciou com vizinhos e povos distantes. Sua corte era faustosa e o monarca, ao fim
de seus dias, caiu no desagrado do povo pêlos gastos excessivos de seu palácio e pêlos altos
impostos que cobrava. Além disso, permitiu que deuses estranhos se misturassem ao culto
monotéista, que caracterizava a religião dos hebreus desde a sua origem.

Após a morte de Salomão, os hebreus dividiram-se: Dez tribos do norte formaram o Reino de


Israel, liderados por Jerobaão; Duas tribos do sul formaram o Reino Judá, Siderados por
Reoboão, filho de Salomão (924 a.C.).

A partir de então varias vezes estiveram em luta. O Reino de Israel, desde o inicio viveu na
idolatria; isto fez com que a ira de Deus se manifesta-se sobre ele permitindo que no ano 722
a.C., fosse conquistado por Sargão II, da Assíria, e seu povo fosse levado para o cativeiro,
sendo seu território habitado por outros povos, ali colocados por ordem do rei da Assíria.

O Rei de Judá viveu períodos de fidelidade a Deus e períodos de idolatria. Quando a apostasia
dominou a nação, o castigo de Deus veio sobre ela através do rei Nabucodonozor, da
Babilônia, no ano 586 a.C. A cidade santa, Jerusalém, foi destruída o Templo foi queimado os
nobres eram amarrados e levados para o cativeiro. Ali foram deixados os pobres para vinheros
e para lavouras, ficando Gedalias como maioral sobre eles.

O cativeiro durou até os dias de Ciro, rei da Pérsia que permitiu que o povo que estava
escravizado na Caidéia, regressar a Palestina e reerguer o Templo de Jerusalém (536 a.C.). A
seguir a Palestina foi invadida por Alexandre da Macedònia (322 a.C.). Depois passou a seu
protetorado egípcio (301 a.C.), Colônia Síria (198 a.C.), e província romana (63 a.C.).

No ano 70 da era crista, após uma fracassada revolta contra a dominação romana, Jerusalém
foi conquistada por Tito e seus exércitos, ocorrendo uma segunda destruição do Templo.
Os judeus foram expulsos da palestina, ficando este acontecimento conhecido na história pelo
nome de Diaspora, só retomando no século XX, onde fundaram em 1948 o atual Estado de
Israel.

Da cultura criada pêlos hebreus, a religião é, sem dúvida o legado mais importante. O judaísmo
tem seus fundamentos no Antigo Testamento.

Influenciou todas as realizações culturais dos hebreus: Do direito a literatura e as artes.

Os dois traços característicos da religião dos hebreus são o monoteísmo e o salvacionismo isto
é a crença na vinda de um Messias ou Salvador para libertar o povo hebreu.

Com o Cisma ( a separação política entre Israel e Judá), a religião monoteista oficial dói
ameaçada pela difusão da religião popular, politeísta. Os profetas, Amos Isaías, Jeremias,
Daniel e outros, trataram de combater as praticas religiosas politeístas reafirmando a ideia
messiânica e o monoteísmo hebraico. ” Ouvi esta palavra, que levanto como lamentação sobre
vos, o casa de Israel; Caiu a virgem de Israel, nunca mais tornara a levantar-se… Pois assim diz
o Senhor a casa de Israel; Buscai-me e vivei “(Amos, 5,1 -2; 4).

A escrita e literatura, entre os hebreus, povo de língua semita, surgiu muito cedo uma escrita
própria. A arqueologia revelou a existência de uma escrita a partir de meados do segundo
milénios a. C., (época do Êxodo). Aos poucos porem, eles foram substituindo, em sua escrita a
sua língua original pelo aramaico, que era a língua comercial e diplomática do Oriente,
próximo na antiguidade. O alfabeto hebraico aíual é uma variedade do aramaico, que
juntamente com a língua aramaica tornou-se muito difundido, suplantando os outros alfabetos
e línguas semitas.

Artes e Ciências o monoteísmo hebraico influenciou todas as realizações culturais dos hebreus.
Deve-se destacar a arquitetura, especialmente a construção de Templos, muralhas e
fortificações. A maior realização arquitetõnica foi o Templo de Jerusalém.

Nas ciências, não apresentaram progresso notável. A importância cultural da sociedade


hebraica residiu principalmente nas esferas religiosa (monoteista) e moral (na lei Mosaica), sua
área de influencia atingiu o Ocidente e grande parte do oriente. O Judaísmo constituo uma das
bases do cristianismo, com o qual o Islamismo formou tríade das arandes reliaiões universais.

Fonte: www.conhecimentosgerais.com.br

Civilização Hebraica

Origem dos Hebreus

O que sabemos sobre o povo Hebreu deve-se sobretudo às informações da Bíblia,


principalmente do Antigo testamento; mas pesquisas arqueológicas e obras de historiadores
judeus muito têm esclarecido os estudos sobre os Hebreus.

Segundo o livro Gênesis do Antigo testamento, Taré, juntamente com sua família, abandonou
a cidade de Ur, na Mesopotâmia, e desceu em direção ao sul, pelas margens do Eufrates. Taré
era membro de uma tribo semita, grupo étnico descendente de Sem (filho do lendário Noé, do
Dilúvio).

Hoje, os semitas compreendem dois importantes povos: os Hebreus (judeus) e os árabes.


Com a morte de Taré, a liderança dessa tribo nômade ficou com Abraão, que, segundo a
tradição, recebeu inspirações divinas para ir com seu povo até Canaã (região da Palestina), a
Terra prometida.

O povo Hebreu, também conhecido por judeus ou israelitas, é o povo da Antigüidade que
possui o maior e mais fiel número de registros históricos, sendo a Bíblia Sagrada sua fonte de
informações mais precisa, e auxiliadora no encontro de vários achados arqueológicos. O
princípio deste povo esta em Sem, pai dos povos Semitas.

Conforme a Bíblia, Sem teve por filhos: Elam, origem dos islamitas, Assur, origem dos assírios,
Arfaxade, origem dos caldeus, Lude e Arã.

Arfaxade gerou a Heber, origem da nomenclatura “hebreu” e também seu fundador, da


descendência de Heber veio Tera, pai de Abraão, que nasceu na cidade de Ur dos caldeus.

Inicialmente os hebreus viviam na Mesopotâmia. Abraão, porém, recebeu um chamado de


Deus e partiu com sua esposa, Sara e seus servos, Ló, sobrinho de Abraão incorporou-se a sua
tribo.

Abraão chegou a região da Palestina, terra de ocupação Cananéia, por volta de 2000 a.C.,
nesta região viveram como semi-nômades. Esta região, porém, foi assolada por grande fome.
Abraão, rico e próspero pastor, tomou sua tribo e retirou-se para o Egito, onde permaneceram
por um breve período. Ao sair do Egito, Ló e Abraão separaram-se. Ló instalou-se na região de
pastagens do rio Jordão, mais tarde fixou-se na região de Sodoma.

Abraão mudou-se para Canaã, nesta ocasião recebeu uma revelação de Deus: “Ergue os
olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente,
porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre.” (Gênesis
13.14-15)

Abraão mudou-se para a região de Hebrom, onde levantou um altar a Deus.

Quedorlaomer, rei do Elam, formou acordo com Anrafael (nome que identifica Hamurabi), rei
de Sinear (região que posteriormente veio a ser conhecida como Babilônia), Arioque, rei de
Elasar e Tibal, rei de Goim, e subjugou os cananeus por doze anos. Quedorlaomer conquistou
os Refains, os Zuzins e os Emins.

Derrotou também os Amalequitas e os Amorreus.

Os reis Bera de Sodoma, Birsa de Gomorra, Sinabe de Admá, Semeber de Zeboim e o rei de
Zoar, colocaram-se contra Quedorlaomer e seu aliados. O rei do Elam os venceu na batalha do
vale de Sidim, os reis vencidos fugiram para as montanhas, os vencedores tomaram em
cativeiros os povos vencidos e levaram as riquezas destes, Ló, sobrinho de Abraão, foi levado
juntamente em cativeiro.

Abraão, já muito próspero, comandou 318 guerreiros de sua tribo, venceu Quedorlaomer e
resgatou os despojos de guerra e os cativos, incluindo seu sobrinho Ló.

Abraão não possuía descendente, Sara , estéril, deu a Abraão sua escrava egípcia, Agar, para
que com esta Abraão viesse a ter descendentes. Deste ajuntamento nasceu Ismael.

Abraão, já com idade bastante avançada, gera com sua esposa Sara, conforme promessa de
Deus, um filho ao qual chama de Isaac. Isaac casa-se com Rebeca, sobrinha de Sara, e tem dois
filhos, os gêmeos Esaú e Jacó, este último tem mudado seu nome para Israel, nome ao qual
seus descendentes até o dia de hoje são conhecidos.
Entre 1700 e 1500 a.C., mais povos penetraram na região adaptando-se às condições sócio-
econômicas locais. A ocupação da região pelos hebreus foi sistematizada por Jacó, que depois
veio a se chamar Israel. O povo hebreu, ainda segundo a tradição, descende desses patriarcas.

O Egito e o Êxodo

O Egito oferecia melhores condições de sobrevivência que a Palestina. Para lá rumou Jacó
(Israel), com parte da população dos hebreus. No Egito, os hebreus permaneceram longos
anos, trabalhando para o faraó. Não era escravos, pois podiam viver juntos, criar seus filhos e
preservar sua língua e seus costumes. Além disso, alguns ocupavam importantes posições no
governo.

A permanência dos hebreus no Egito coincidiu com o período de invasão dos Hicsos. Após a
expulsão destes sob a liderança de Moisés, os hebreus iniciaram a sua “retirada” em direção à
palestina (1270 a 1220 a.C.) Esse foi o lendário Êxodo. A partir daí, guiados pelas iluminações e
visões de Moisés, os hebreus passaram a adorar um só deus, Jeová (ou Iavé), dando os
primeiros passos em direção ao monoteísmo.

Organização Social

Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à palestina e, sob a liderança de Josué,


conquistaram parte de Canaã. Nessa época, o povo hebreu estava dividido em 12 tribos (“os
doze filhos de Israel”). Viviam em clãs compostos pelos patriarcas, seus filhos, mulheres e
trabalhadores não livres. O poder e o prestígio desses clãs eram personificados pelo patriarca,
e os laços entre esses clãs eram muito frágeis.

Essa divisão em tribos dificultava a melhor condução das lutas contra os antigos habitantes da
região, que resistiam à penetração dos israelitas. Com a invasão dos filisteus, a situação
tornou-se ainda mais difícil.

Política

Surgiram então, chefes de sensíveis qualidades militares que ficaram conhecidos como
juizes: Otoniel, Débora, Gedeão, Sansão e Samuel. Esses juizes, além de combater os filisteus,
tiveram que lutar contra os amoritas, povos que se estabeleceram na Transjordânia.

O governo dos juizes evoluiu e impulsionou os hebreus a se organizarem num sistema de


governo monárquico.

Os Reis Hebreus

Samuel centralizou politicamente esse povo já unificado religiosamente pelo monoteísmo. Saul
(a partir de 1010 a.C.) foi o primeiro rei de Israel.

Como a unção de Davi (1006 a 966 a.C.) como rei dos hebreus, iniciou-se uma fase marcada
pelo expansionismo militar e pela prosperidade, Durante esse reinado, foi escolhida Jerusalém
para capital do Estado, o que simbolizou a unificação das tribos localizadas no norte e no sul da
palestina.

Salomão (906 a 926 a.C.), filho de Davi, desenvolveu o comércio, aumentado a influência do
reinado sem recorrer à guerra. Construiu o templo de Iavé (Jeová). No entanto, o fausto e a
riqueza que marcaram seu governo exigiam o constante aumento de impostos, que
empobreciam mais e mais o trabalhador, criando um clima de insatisfação no povo hebreu.
O Cisma Político-Religioso
Os Reinos de Israel e Judá

Com a morte de Salomão, houve a divisão religiosa e política das tribos e o fim da monarquia
unificada.

Ao norte foi formado o reino de Israel, composto de 10 tribos que, após disputas internas,
chegaram a um acordo em 878 a.C., com a escolha de Omri para rei.

Apesar de a veneração a Iavé persistir, foi introduzido o culto a vários deuses.

O culto e o fausto da corte pesavam sobre os camponeses, que pagavam impostos sempre
maiores. Nesse momento. O movimento profético ganhou força. O profeta Elias, por exemplo,
defendia as aspirações do campesinato pobre e liderava a oposição à dinastia dos omridas.

Em 842 a.C., Jehu, com o apoio da população oprimida, deu um golpe de Estado e foi ungido
rei por Elias. Após um período de confusão, foi novamente restabelecida a ordem, mas em
723-722 a.C. o rei assírio Sargão II invadiu Israel e destruiu a capital Samaria.

Concretizavam-se assim as profecias de Amós: Israel seria destruída por um invasor. Israel


tornou-se província assíria e grande parte de seus habitantes foi transportada para a
Mesopotâmia.

O reino de Judá, composto de duas tribos e com capital em Jerusalém, permaneceu fiel ao
monoteísmo. Em meados do século VII a.C. , o rei Ezequias (725 a 697 a.C.) aliou-se ao Egito
tentando evitar a invasão assíria; mesmo assim, grande parte do território de Judá foi tomada
pelos assírios.

Josias (639 a 609 a.C.) conseguiu recuperar parte da independência do reino de Judá. Mas essa
região passou então a ser uma área de disputa entre o império babilônico e o egípcio.
Nabucodonosor II, rei da babilônia, invadiu o reino de Judá e destruiu Jerusalém e o templo,
transferindo o rei e os mais ilustres habitantes da regiãopara a Babilônia. Este episódio é
chamado de cativeiro babilônico pela Bíblia, pois ali os hebreus permaneceram durante cerca
de 50 anos.

Decadência e dispersão

Quando o Império babilônico foi vencido por Ciro, rei dos persas, os hebreus foram libertados
e voltaram à região da antiga Jerusalém. Ali ergueram novamente o templo. Paulatinamente,
foram eliminadas as diferenciações entre os filhos de Israel e os de Juda, que ficaram
genericamente conhecidos como judeus.

A partir de então os judeus foram dominados por vários povos em expansão.

Mas o domínio efetivo da região deu-se em 63 a.C., quando a Palestina foi incorporada a
uma potência que dominava quase todo o mundo da época: o império romano. De início, não
houve interferência nas crenças religiosas dos judeus.

Mas no ano 70 da nossa era, com a divinização do imperador romano e a recusa dos judeus em
reconhecê-lo como tal, foi ordenada a destruição de Jerusalém. Seu povo dispersou-se pelo
mundo. A esse fenômeno deu-se o nome de Diáspora.

Religião e Cultura
A história do povo hebreu não pode ser dissociada da história de sua religião. Há uma ligação
tão íntima que se torna difícil falar separadamente de uma delas.

Nem sempre os hebreus foram monoteístas. No início de sua história, Iavé (Jeová) era um deus
entre muitos. Mas, com o desenvolvimento histórico, Iavé foi-se sobrepondo às outras
deidades. Os hebreus foram um dos primeiros povos a sistematizar o monoteísmo.

Iavé exigia homenagens e oferendas exclusivas em sua honra, em troca, seria o Todo-Poderoso
protetor do povo hebreu.

A primeira codificação do iaveísmo foi feita por Moisés (Decálogo ou Dez mandamentos).

Os profetas desempenharam importante papel na religião judaica: reformadores religiosos,


pobres, mantiveram o povo de Israel fiel ao culto de Jeová. Os profetas mais importantes
foram Elias, Oséias e Amós, no reino de Israel; Isaías e jeremias, no reino de Judá.

Depois dos séculos III e II a.C. começou a expectativa da vinda de um profeta do mesmo porte
de Moisés. Ele deveria ser um ungido e tornar-se o Messias, isto é, aquele em que o povo
acreditava que o salvaria. Estava nascendo o messianismo, que resultou no cristianismo, uma
vertente do judaísmo, que se espalhou por grande parte do globo terrestre.

A produção cultural hebraica está ligada com sua vida religiosa. Salomão escreveu mais de
3000 provérbios, mais de um milhar de cânticos e emitiu opiniões sobre Botânicas e Zoologia.
O legado cultural hebreu foi importante para a formação de vários traços da cultura ocidental.

Abraão e a Origem do Conflito

Abraão é chamado de pai de todos os que crêem. Mas apenas através de Isaque, Jacó e de
seus descendentes é que Deus prometeu cumprir a sua intenção de estabelecer o Reino de
Deus na terra e oferecer salvação à humanidade. A seguir, veremos como os erros de Abraão
geraram um grande conflito que chega até nossos dias no Oriente Médio. Abraão também é
considerado o pai dos árabes.

Abraão é o homem com quem esse conflito árabe/judeu começou. Ele foi uma pessoa singular
porque recebeu uma promessa muito especial de Deus, o Criador.

No capítulo 11 de Gênesis lemos a respeito da tentativa malograda de conseguir uma unidade


mundial através da Torre de Babel, que supostamente deveria atingir os céus.

Em Gênesis 12 lemos, então: “Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela
e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te
abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem
e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra” (vv. 1-
3).

Não se trata de uma bênção pronunciada por um sacerdote, um profeta ou algum grande
dignitário. Esta bênção foi confirmada pela promessa quádrupla dada a Abraão por ninguém
menos do que o próprio Criador do céu e da terra, o Deus eterno que sempre foi, e que é, e
sempre será!

Esse homem, Abraão, foi instruído por Deus a deixar tudo para trás e fazer uma jornada à
Terra Santa. Ele teve de deixar seu país, sua parentela, até mesmo a casa de seu pai, e viajar
para um lugar que lhe era desconhecido. E esse homem confiou no Deus vivo que lhe havia
falado e partiu.
Uma das características singulares de Abraão foi que ele obedeceu naquilo que foi instruído a
fazer. Ele creu em Deus e imediatamente agiu.

Por esse motivo, lemos no Novo Testamento: “…para vir [Abraão] a ser o pai de todos os que
crêem…” (Romanos 4.11).

Abraão era um admirável e fiel servo do Senhor. Ele creu em Deus mais do que em qualquer
outra coisa. Todavia, em algumas ocasiões, Abraão permitiu que a sua carne corresse em
paralelo à sua vida de fé.

Por isso o conflito que vemos hoje no Oriente Médio pode ser remontado às origens desse
grande patriarca do povo de Israel e dos árabes.

Abraão e os Árabes

A paciência de Sarah, esposa de Abraão, esgotou-se primeiro: “Disse Sarah a Abrão: Eis que o
SENHOR me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me edificarei
com filhos por meio dela. E Abrão anuiu ao conselho de Sarah” (Gênesis 16.2).

Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza.

Ele se esqueceu de Deus e logicamente chegou ao ponto onde também deve ter
pensado: “Nós temos de fazer alguma coisa!”

Pode bem ser que ele tenha concordado com Sarah, julgado ser essa a solução do Senhor, e
deste modo seguido o conselho de sua esposa.

“Ele a possuiu, e ela concebeu. Vendo ela que havia concebido, foi sua senhora por ela
desprezada” (v. 4).

Obviamente, esse não era o caminho que Deus planejara para dar uma descendência
numerosa a Abraão. Imediatamente começaram os problemas. Sarah, a legítima esposa,
passou a ser desprezada aos olhos de sua serva Hagar, que deu a Abraão um filho, o seu
primogênito, chamado Ismael.

Se Abraão e Sarah reconheceram que aquilo que fizeram estava errado, não há evidência disso
nas Escrituras.

Treze anos mais tarde, entretanto, Deus falou a Abrão, agora com 99 anos de idade, repetindo
novamente a promessa que Ele lhe fizera anos atrás.

Mas então Deus mudou o nome de Abrão para Abraão. Abrão significa “pai das alturas” ou
“pai exaltado”, e Abraão significa “pai de multidão”.

Depois de receber outras instruções, Abraão aparentemente começou a pensar que Deus
estava confirmando Ismael como Sua semente escolhida.

Ele orou: “…Tomara que viva Ismael diante de ti!” (Gênesis 17.18).

Mas Deus rapidamente o corrigiu: “De fato, Sarah, tua mulher, te dará um filho, e lhe
chamarás Isaque; estabelecerei com ele a minha aliança. Aliança perpétua para a sua
descendência” (v. 19).
Apesar disso, Deus afirmou muito especificamente que havia ouvido as orações de Abraão a
favor de Ismael: “Quanto a Ismael, eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei
extraordinariamente; gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação” (v. 20).

Mas o Senhor enfatizou que Ismael não era o portador da aliança, mas sim Isaque: “A minha
aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sarah te dará à luz, neste mesmo tempo,
daqui a um ano” (v. 21).

A escolha de Isaque, entretanto, não diminuiu a tremenda bênção sobre Ismael. Ismael deveria
ser abençoado, ser frutífero, multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas
“extraordinariamente”. Ele seria pai de 12 príncipes e não se tornaria apenas uma nação, mas
“uma grande nação”.

O cumprimento dessa profecia encontra-se em Gênesis 25. Lemos na genealogia de Ismael que
dele realmente descenderam 12 príncipes.

Ismael, portanto, não deve ser menosprezado ou rejeitado, pois Deus deu a ele e a seus
descendentes grandiosas bênçãos e as promessas que acabamos de citar.

Entretanto, os descendentes de Ismael tornaram-se inimigos ferrenhos de Israel, descendentes


de Isaque (veja Salmo 83). E permanecem assim até o dia de hoje.

Outros Descendentes de Abraão

Sarah, a amada esposa de Abraão, deu à luz ao filho da promessa com 90 anos de idade e
acabou morrendo aos 127 anos. Após Abraão ter enviado o seu servo para procurar uma
esposa para Isaque, o que, incidentalmente, fornece-nos um quadro profético da Noiva de
Cristo, achou obviamente que o seu chamado estava completado, que o seu ministério estava
concluído.

Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz: “Desposou Abraão outra mulher;
chamava-se Quetura.

Ela lhe deu à luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá. Jocsã gerou a Seba e a Dedã; os
filhos de Dedã foram: Assurim, Letusim e Leumim.

Os filhos de Midiã foram: Efá, Efer, Enoque, Abida e Elda.

Todos estes foram filhos de Quetura. Abraão deu tudo o que possuía a Isaque. Porém, aos
filhos das concubinas que tinha, deu ele presentes e, ainda em vida, os separou de seu filho
Isaque, enviando-os para a terra oriental” (vv. 1-6). Abraão, já em idade avançada, criou outra
família!

Pesquisando sobre a genealogia dessa família, descobrimos que os filhos de Abraão com
Quetura também se tornaram inimigos ferrenhos de Israel. Portanto, vemos claramente que
os árabes em geral, que reivindicam ter Abraão como pai, certamente pertencem à mesma
família e estão ligados a Israel.

Nesse contexto, é extremamente interessante observar o que mostrou uma pesquisa


recente:

Estudo de DNA comprova que judeus e árabes são parentes próximos, como diz a Bíblia:

(…) Com uma nova técnica baseada no estudo da descendência masculina, biólogos concluíram
que as várias populações judaicas não apenas são parentes próximas umas das outras, mas
também de palestinos, libaneses e sírios. A descoberta significa que todos são originários de
uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há 4000 anos. Em termos
genéticos significa parentesco bem próximo, maior que o existente entre os judeus e a maioria
das outras populações. Quatro milênios representam apenas 200 gerações, tempo muito curto
para mudanças genéticas significativas. Impressiona como o resultado da pesquisa é coerente
com a versão expressa da Bíblia de que os árabes e judeus descendem de um ancestral
comum, o patriarca Abraão.

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