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Será o pênis a última trincheira das masculinidades? Muitos homens acreditam que a única coisa
que os tornam homens é o pênis. É surpreendente o poder deste órgão. Ou o poder que deram e
dão a este órgão.
Você já deu uma flor a alguém? Você sabia que a flor é o órgão genital de uma planta? Você está
dando um órgão genital para alguém. Poder ser da cor rosa, amarela, branca ou sei lá. Mas é um
órgão genital.
Esse revelamento do ego fálico por meio da sexualidade masculina se expressa na tentativa de
encobrir todos os desejos e afetos. A sexualidade não é o vir-a-ser, mas se torna como já sabemos,
um dispositivo de poder, estudado para ser controlado, vigiado para ser punido, detalhado para se
construir um discurso normativo.
Em um mundo fechado, não há a possibilidade para o diferente, para o novo, aquilo que irrompe
com a lógica da dominação. O sexo é alógico. Não segue regras. Não deveria seguir, mas sim dar
diretrizes. Mas o padrão hegemônico construído a partir deste ego focado em órgão como o pênis
reduz homens e também mulheres a uma sexualidade empobrecida e empobrecedora de novos
olhares.
E a outra realidade é a alma, traduzida aqui por razão. Lugar do pensamento lógico cartesiano.
Onde os fatos das vidas devem caber em caixas. Perfeitamente acomodadas e guardadas. Não é
possível propor outro modelo de sexualidade a não ser o que justifica a dominação do homem
sobre a mulher. Este lugar infelizmente está se multiplicando na sociedade.
Ficar na trincheira talvez seja o último espaço para este homem. Esta sexualidade está
sucumbindo aos seus próprios nós. Mas na verdade está preso e condenado. Esta trincheira ainda
reluta em ser derrubada. Pois a mudança não vem de fora para dentro. É necessário, nós homens,
que saiamos deste lugar condenado, arcaico empoeirado por velhas ideologias. Acreditar que há
possibilidades que serão maiores que um buraco na terra.
Gostou do conteúdo de hoje sobre o poder do pênis? Você acredita que o homem pode exercer
uma sexualidade de forma mais prazerosa, libertadora e transformadora para novos valores?
Qual é o grande medo de homens e mulheres viverem de forma transparente seus desejos e
suas vontades? Que tal refletirmos sobre o tema?