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A Bolsa está cara ou barata?

Ontem, o BTG Pactual Digital promoveu uma Live entre André Esteves, controlador do
banco, e Rogério Xavier, fundador da SPX e um dos mais brilhantes gestores de
recursos do Brasil. Se você ainda não assistiu à Live, recomendo fortemente que o
faça. Está disponível no YouTube.

Já manifestei algumas vezes minha profunda admiração pelos dois. E, por isso,
talvez, os comentários a seguir venham carregados de algum viés pessoal. Se for o
caso, peço desculpas. De todo modo, como você mesmo poderá conferir, é uma aula
sobre economia, mercados, política e, em alguma instância, sobre a vida também.
Como muito bem sintetizou o próprio Esteves, “o momento requer um pouco de
compaixão.”

É uma conversa riquíssima entre dois grandes gênios.

Em determinado momento, Rogério se coloca uma pergunta retórica: “a Bolsa está cara
ou barata?” Ao que ele mesmo responde, mais ou menos assim: “Eu não sei. A verdade
é que ninguém sabe se não for colocado de qual cenário estamos falando. Se
caminharmos para uma depressão da economia global, provavelmente está caro e
devemos vender. Agora, se for uma saída rápida, está barato e devemos comprar.”

Mais à frente, em seus comentários finais, ele arremata com algo que deveria ser
uma espécie de mantra para este momento: agora, devemos nos focar em atravessar
este rio e chegar ao outro lado. Existe uma enorme incerteza no ar e todos deveriam
estar preocupados em preservar o capital. É no que eu mesmo estou focado. Haverá a
hora certa de irmos atrás das oportunidades e multiplicar. Há uma tendência do ser
humano a querer pegar, de maneira ansiosa, logo a primeira alta, a primeira
oportunidade.

(Rogério, caso, numa hipótese remota, você venha a ler isso, vai questionar a
imprecisão das palavras. De fato, as expressões em si não foram exatamente essas,
mas o espírito, como você pode ter notado, está rigorosamente preservado. Eu só
tenho a agradecer e parabenizar a você e ao Esteves pela brilhante live de ontem.
Ah, o Flora também deveria estar incluído aqui, pela espetacular grade de lives que
montou aí no Digital).

Achei a mensagem final do Rogério (e do Esteves também) impecável. Com efeito, eu


tenho tentado aqui transmitir o mesmo recado, diariamente. O ponto aqui é que não
se sabe onde tudo isso para, qual a extensão do problema, até onde podem ir os
prejuízos. Independentemente do que vier a acontecer no futuro, que segue
impermeável, opaco e muito incerto (como poucas vezes se viu), o certo agora é ser
prudente.

Alguém sabe qual será o comportamento do vírus nos EUA e no Brasil? Quando sairemos
do lockdown? E se sairmos, volta o contágio ou não? Qual será o impacto da
recessão? Três dias de alta são apenas um repique clássico dentro do Bear market ou
entramos em tendência de alta? O movimento de rotação entre classes de ativos,
típico dos finais de trimestre, já começou, conforme colocou Paul Tudor hoje e isso
é apenas uma dinâmica técnica?

Não há respostas neste momento. Precisamos recorrer à humildade epistemológica


agora. A arrogância de um falso saber pode nos levar a uma verdadeira tragédia
financeira.

E diante da falta de visibilidade, optamos pela preservação do nosso capital,


porque somos avessos a risco. Falo isso em todos os níveis. Pessoal, empresarial,
financeiro. Se você ia trocar de carro, provavelmente adiou a decisão. Vale o mesmo
para um novo apartamento. Se você é empresário, deve ter revisto contratos,
atrasado planos de expansão, desistiu de novas dívidas. Diante de tamanha incerteza
e dispersão de resultados possíveis, a única atitude sensata é preservar capital.

Portanto, encerro aqui com um convite, em condições muito especiais, jamais feitas
na Empiricus, justamente porque o momento é também incomum. Situações
extraordinárias requerem respostas extraordinárias. E é por isso que estamos
apresentando este plano hoje. Nada é mais importante do que o patrimônio de nossos
assinantes. Precisamos resguardá-lo primeiro. Num segundo momento, vamos
identificar as oportunidades que passarem diante de nós. Estamos prontos.

Seja muito bem-vindo.

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