Você está na página 1de 13

ARQ013

PROBLEMAS DE
ASSENTAMENTOS
PRECÁRIOS

LIXO
ZERO
docente
Thiago Castelo Branco HELENA
discente
Ana Caroline Azevedo GRECO
OCUPAÇÃO
HELENA GRECO
A ocupação está localizada no bairro Zilah Spósito, na regional Norte de Belo
Horizonte, próximo ao limite do município de Santa Luzia. Ela faz parte do
conjunto de ocupações da região do Izidora, juntamente com suas vizinhas
Rosa Leão, Esperança e Vitória.
Pioneiro na apropriação da Mata do Izidora, o assentamento surgiu
espontaneamente em junho de 2011, com a construção de barracos de forma
dispersa no território. Por estar inserida em uma área de expansão urbana,
próxima à Cidade Administrativa e Linha Verde, a ocupação sofreu grandes
pressões por parte da prefeitura e do mercado imobiliário, que possuíam
grande interesse no terreno para construção de empreendimentos imobiliários.
No mês seguinte, os moradores sofreram uma brutal tentativa de despejo, e
tiveram seus barracos, construídos de lona e madeirite, derrubados pela
polícia. Com apoio de movimentos sociais e do Ministério Público, a ocupação
superou a sua primeira tentativa de reintegração de posse e voltou a construir
no terreno em outubro do mesmo ano. Desde então, o número de famílias
aumentou, agora com casas permanentes, de alvenaria, consolidando o
território de maneira rápida e sem planejamento urbano.
Em 2017, com uma nova gestão, a Prefeitura de Belo Horizonte desistiu dos
processos de reintegração de posse da região e prometeu a regularização do
assentamento. Entretanto, ainda é possível constatar a completa ausência
do interesse público em regularizar a situação de cerca de 250 famílias no
local. Os moradores continuam sem acesso às redes oficiais de energia
elétrica e água, além de não serem atendidos pela coleta de lixo domiciliar
e rede de esgoto.
Atualmente, a ocupação está inserida em dois zoneamentos, a Zona Especial
de Interesse Social 3 (ZEIS-3) e a Zona de Proteção 2 (ZP-2), de acordo com a
lei 11.181/19, Plano Diretor de Belo Horizonte.
O PROBLEMA
DO LIXO
A ocupação não é atendida pelo serviço público de coleta de lixo. O
processo de ocupação desordenada e sem planejamento do
território resultou em ruas estreitas, com declividade acentuada,
impossibilitando o acesso às vias internas por automóveis e
caminhões. Sendo assim, a coleta porta a porta pelo caminhão foi
inviabilizada. Ainda assim, diversas vilas, favelas e zonas
caracterizadas como de interesse social, com situações urbanas
similares à Helena Greco, são atendidas em Belo Horizonte através
da coleta por garis equipados com carrinhos de mão feitos de fibra
de vidro.
Devido a esses fatores, os moradores são obrigados a percorrer uma
grande distância, até as bordas da ocupação, onde encontram vias
pavimentadas e atendidas pela coleta domiciliar porta a porta.
Sendo assim, caminhando pelo assentamento, podemos perceber
que o lixo gerado pelos moradores não tem, em sua maioria, a
destinação correta. A falta de comodidade para o descarte dos
resíduos sólidos acarreta um grande acúmulo de lixo em locais
inadequados, como os quintais das casas e cursos d’água.
Tais condições geram problemas que afetam o meio ambiente, a
qualidade de vida e a saúde de quem mora ali: poluição visual,
contaminação do solo e da águas, proliferação de insetos, roedores
e outros vetores.
Segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, a quantidade Imagens: lixo
média de lixo gerada por habitante é de 1,2 kg por dia. Numa acumulado na
ocupação. Fonte:
estimativa que considera cerca de 250 famílias habitando o local, acervo da disciplina.
e uma média de 4 pessoas por família, a quantidade de lixo
produzida por dia na ocupação se aproxima de 1,2 tonelada.
OS RESÍDUOS
SÓLIDOS RECICLÁVEIS
Plástico, papel, vidro e alumínio.
32,9% do lixo
Podemos dividir o nosso lixo em três tipos:
Materiais potencialmente recicláveis: papel,
plástico, vidro e alumínio, que devem ser limpos
antes da destinação, evitando que ratos e
insetos apareçam nos depósitos onde os

REJEITOS
recicláveis são armazenados. Representam
31,9% de todo o lixo gerado no Brasil (dados
retirados do Plano Nacional de Resíduos
Sólidos). O que não pode ser reciclado ou
Rejeitos: é o lixo que não é possível de ser reaproveitado, como papel
reciclado ou reutilizado, como papel higiênico
usado, cotonetes, fraldas, absorventes, e outros higiênico usado, fraldas, etc..
tipos de produtos utilizados para limpeza. Esse 26,7% do lixo
lixo tem como destino final o aterro sanitário.
Representam a menor parte do lixo gerado,
com apenas 26,7%.
Compostos orgânicos: são os restos de
comida, animais e vegetais, domésticos e
urbanos (como podas de árvore) e devem ser
reaproveitados por meio da compostagem ORGÂNICOS
doméstica ou comunitária. O produto final do Restos de comida, podas
reaproveitamento desse tipo de resíduo é o
biofertilizante. Mais da metade (51,4%) do de árvore, resíduos de jardim.
nosso lixo é feita de composto orgânico.
51,4% do lixo
PROPOSTA Imagem: PEV em
Nova Veneza/SC
Fonte: Prefeitura de
Nova Veneza

Como forma de diminuir as consequências do destino incorreto do lixo na


ocupação, foi desenvolvida a proposta de quatro pontos de entrega voluntária
de materiais recicláveis e compostagem vertical comunitária.

Pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis (PEVs): os pontos serão


espalhados pela ocupação, e atenderão um raio médio de 50 metros, para
maior comodidade dos moradores. Contarão com três containers, construídos
de madeira de paletes reaproveitados, visando o baixo custo para
implementação. Cada container será destinado a um tipo de material: um
para os orgânicos; um para os recicláveis, exceto vidro; e um para o vidro.
Composteira vertical comunitária: a composteira comunitária consiste em
um sistema formado por uma bombona reutilizada de 240 litros, com diversos
furos em sua superfície para a oxigenação do composto. Além disso, possui
também uma torneira instalada instalada na parte inferior para coleta do
biofertilizante líquido, próxima a uma pequena porta para retirada do adubo.
Objetivos: além da destinação adequada dos resíduos sólidos, o projeto tem
como objetivo criar um novo meio de subsistência, ocupação e renda para os
moradores. O produto final da compostagem servirá como biofertilizante para
a agricultura doméstica e familiar. O excedente poderá ser comercializado
para cobrir eventuais custos de manutenção das hortas e do sistema como um
todo. Além disso, a venda de alumínio, plástico e papel são uma fonte de renda
de 400 a 600 mil brasileiros, segundo dados do Plano Nacional de Resíduos
Sólidos, e funcionaria como remuneração dos moradores que formassem uma
cooperativa para assumir a coleta nos pontos de entrega voluntária, ou de
cooperativas de catadores já existentes que se interessassem numa parceria
com a ocupação. Além disso, os pontos estabelecidos poderiam funcionar
como um facilitador para a reivindicação de atendimento de coleta regular
ponto a ponto fornecido pela prefeitura.
Imagem: composteira caseira.
Fonte: https://agentesustentavel.blogspot.com/2010/11/compostagem-caseira.html
PEVs
Os Pontos de Entrega Voluntária, PEVs, serão construídos a partir da reutilização de paletes. O sistema contará
com três containers: um para o vidro, uma vez que é um material frágil, cortante e desinteressante para os
catadores, um para os materiais reciclados, exceto vidro, e um para os materiais orgânicos que serão destinados
ao pátio de compostagem.

Verniz
impermeabilizante Lista de materiais que Capacidade:
Reutilização de podem ser depositados em 8.000 litros
paletes de madeira cada container

Rodinhas
Orgânicos
para facilitar Vidro
a coleta Recicláveis
LOCALIZAÇÃO
E COBERTURA

Vias
Edificações
Limite da ocupação
Área de intervenção
Cobertura - Raio 100m
INSERÇÃO
INSERÇÃO
PÁTIO DE
COMPOSTAGEM
O terreno escolhido para o pátio consiste em
um espaço de 4,30x5,50 metros. O local,
atualmente, funciona como depósito
irregular de lixo e pode acarretar diversos
danos às saúdes dos moradores. No espaço,
será possível a construção de duas leiras de
compostagem, suportando
aproximadamente 8 toneladas de composto
orgânico que será transformado em adubo.
A compostagem termofílica, utilizada neste
projeto, funciona da seguinte maneira:
Primeiro constrói-se paredes de palha em
volta do espaço indicado para leira. Na base
são adicionados galhos e folhas maiores, que
permitirão a entrada de oxigênio no sistema.
Sobre a base, adiciona-se folhas, serragem e
composto orgânico que introduzirão os
microorganismos no sistema, acelerando o
processo da compostagem. Por cima disso
tudo, coloca-se os resíduos orgânicos que
sobram no nosso lixo. Cobre-se tudo como
serragem e folhas, e adiciona-se mais palha
para proteger o sistema da proliferação de
moscas, além de manter a temperatura ideal
(acima de 45º) para que ocorra a
decomposição microbiológica da matéria
orgânica.
LOCALIZAÇÃO

Vias
Edificações
Limite da ocupação
Área de intervenção
LEIRAS DE
COMPOSTAGEM
SISTEMA DE Cano PVC

DRENAGEM perfurado

Escada de
Manta acesso
impermeabilizante
em volta do cano
PVC
Bombona de 80
litros para coleta do
biofertilizante líquido

Camada de
brita cobrindo
toda a extensao Cerca para
do buraco segurança

Talude já
existente no Buraco para sistema
terreno de drenagem

Você também pode gostar