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MARCELA MARIA SILVA FERREIRA

FEAU – 4UMC

Escoamento Permanente de Fluido Incompressível em


Condutos Forçados
Relatório – Fenômenos de Transporte

São José dos Campos – SP


2018
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Sumário
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3

2. CONDUTOS INCOMPRESSÍVEIS..........................................................................3

3. CAMADA LIMITE EM CONDUTOS FORÇADOS...................................................3

4. PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS E SINGULARES........................................4

4.1 Estudo das Cargas Distribuídas.....................................................................5

4.2 Estudo das Cargas Singulares........................................................................6

5. DIAGRAMA DE MOODY-ROUSE...........................................................................6

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 8

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1. INTRODUÇÃO
A maioria dos problemas no qual diz a respeito de instalações hidráulicas, é
utilizado a equação de energia para os fluidos incompressíveis em regime
permanente, esta que é: H 1 + Hm = H2 + Hp1,2. Nessa equação normalmente é
conhecido três parcelas, sendo necessário a determinação de uma terceira, que na
maioria das vezes é o termo Hm. H1 e H2 são conhecidos pelo projetista, resta saber
Hp1,2, o que nos leva nesse presente trabalho procurar métodos que ajude a
determinar a perda de carga para por fim, resolver a equação mostrada acima.
A partir disso, alguns tópicos são importantes para a compreensão do todo,
tais como conceitos de condutos incompressíveis, camada limite, perda de carga
distribuída e singular, diagrama de Moody-Rouse. Todas essas subdivisões foram
desenvolvidas ao longo do trabalho.

2. CONDUTOS INCOMPRESSÍVEIS
“Conduto é qualquer estrutura sólida, destinada ao transporte de fluidos”
(BRUNETTI, 2010).
Assim como foi estabelecido, os condutos são classificados de acordo com o
comportamento dos fluidos, em forçados e livres. Nesse trabalho, nos interessa
apenas o primeiro conceito.
 Conduto Forçado: caracterizado pelo fluido que nele escoa o preenche
totalmente, entrando em contato com a parede interna, não apresentado superfície
livre. Em outras palavras, ocupa toda a seção do conduto.

3. CAMADA LIMITE EM CONDUTOS FORÇADOS


Imagine um tanque de grandes dimensões, antes do fluido entrar no conduto
ele terá uma velocidade uniforme. Quando penetrado no tubo, haverá uma formação
de camada limite que é crescente até preencher o conduto na abscissa x. O
diagrama de velocidade se ajusta conforme o tubo, apresentando um gradiente na
camada limite e um valor constante no fluido livre. Quando preenchido, o diagrama
fica constante em toda a seção e o regime fica “dinamicamente estabelecido”.

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Quando a camada limite apresentar uma parte laminar: v = v max [1 – (r / R)2].
Acontecerá esse caso do diagrama de velocidades de Re = (pvD)/μ <2.000.
Quando o regime está turbulento é dada a expressão: : v = v max [1 – (r / R)1/7].
Re > 2.400.

4. PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS E SINGULARES


Quando analisado o comportamento do escoamento dos fluidos, é possível
distinguir dois tipos de perdas de carga.
 Perda de carga distribuída (h f): acontece ao longo de tubos retos em
seção constante, devido ao atrito das partículas dos entre si. Só é considerada em
trechos longos.
 Perda de cargas locais ou singulares (h s): ocorre em trechos onde o
fluido sofre perturbações bruscas em seu escoamento. Essas perdas podem ser
realizadas em trechos curtos do tubo.
A figura abaixo mostra uma instalação aonde ocorre esses tipos de cargas:

Nas seções (1), (2) e (3) temos perdas distribuídas.


 Perda de carga total (Hp1,2): ela se caracteriza pela somatória da carga
distribuída = somatória das cargas singulares.

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4.1 Estudo das Cargas Distribuídas
A perda de carga distribuída é muito utilizada no dia a dia em instalações
hidráulicas. É importante pois quanto maior a perda em uma instalação de
bombeamento, maior será seu consumo de energia. Além disso, este tipo de perda
é chamado assim pois há queda de pressão distribuída em parede de condutos
retilíneos, fazendo com que ela diminua aos poucos.
As seguintes hipóteses abaixo determinam a validade do estudo:
• Regime permanente, fluido incompressível;
• Condutos longos;
• Condutos cilíndricos de seção transversal constante;
• Diagrama de velocidades deve ser o mesmo em cada seção;
• Rugosidade uniforme;
• Trecho sem máquinas
Considerando as hipóteses acima, pela equação da continuidade pode-se
provar que v1 =v 2=cte em cada trecho escolhido;
Da equação da energia em um trecho sem máquinas:
• H 1=H 2 + H p 1,2
Como não temos perda de carga singular no trecho, a perda de carga total
será igual a perda de carga distribuída:
• H p 1,2=hf 1,2
Então podemos escrever que:
• h f 1,2=H 1−H 2=∆ H
Escrevendo as equações completas e considerando que a velocidade não se
altera entre as seções:

h f 1,2= ( pγ + z )−( pγ + z )
1
1
2
2

p
A soma + z é chamada de carga piezométrica (CP), e o lugar geométrico
γ

p
dos pontos + z é denominado linha piezométrica (LP);
γ
α v2
Se somarmos o termo à carga piezométrica, podemos definir linha de
2g
energia (LE), que é o lugar geométrico dos pontos:
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p α v2
H= + z+
γ 2g
Por análise dimensional, a fórmula da perda de carga distribuída é dada por:
L v2
h f 1,2=f
DH 2 g
f é um valor obtido experimentalmente através de um diagrama universal
(diagrama de Moody-Rouse), a partir do número de Reynolds ( ℜ)e da rugosidade

relativa ( Dε )
H

v é a velocidade, que pode ser obtido através da vazão


D H é o diâmetro hidráulico
L é o comprimento do conduto

4.2 Estudo das Cargas Singulares


As perdas singulares acontecem sempre no momento que o escoamento do
fluido é alvo de perturbações, podendo ser causada por modificações na seção do
conduto ou em sua direção. Elas acarretam no aparecimento de turbulências, que
são responsáveis pela perda adicional de energia.
Pode-se dizer que a dissipação é causada pelos assessórios de canalização
(peças necessárias para a montagem da tubulação e para o controle de fluxo do
escoamento). É provocado uma variação brusca da velocidade devido a isso, em
direção e módulo, intensificando a perda de energia nos pontos localizados. O
escoamento sofre as perturbações nas válvulas, curvas, reduções, etc.

5. DIAGRAMA DE MOODY-ROUSE
O diagrama de Moody-Rouse é um esquema que apresenta o fator de atrito
em função do Número de Reynolds (usado para cálculo do regime do escoamento
de determinado fluido sobre uma superfície) para valores de rugosidade. No
canto inferior é revelado uma tabela com diversos valores de rugosidade para
determinados materiais.

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Nesse esquema vemos que conforme o atrito diminui, também decresce o
Número de Reynolds. Em uma tubulação horizontal de diâmetro constante, isso
significa que o aumento da velocidade ocasiona a diminuição do atrito, tanto para o
escoamento laminar quanto para o turbulento. Entretanto, o primeiro caso independe
da rugosidade do material; no segundo, depende da rugosidade e do Número de
Renyolds. Para valores grandes da velocidade, o atrito depende apenas da
rugosidade.
O diagrama, além de tudo, também exemplifica que na transição do
escoamento laminar para o turbulento, o fator de atrito, que antes diminuía com a
velocidade, aumenta radicalmente, tornando a diminuir com o aumento da
velocidade a partir desse ponto.
Como a perda de carga é proporcional também ao quadrado da velocidade
média, o resultado é que ela aumenta monotonamente com o aumento da

velocidade. Podemos escrever que ; quando o fluxo é laminar, α = 1;


quando é turbulento, 1 ≤ α ≥ 2, sendo que, para valores muito altos de v, podemos
considerar α = 2.

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REFERÊNCIAS
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. 2ª ed. São Paulo: Pearson Education, 2008.
410p.
MUNSON, B.R., YOUNG, D.F., OKIISHI. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos. 4ª
ed. São Paulo: Blucher, 2004. 571p
ARAUJO, Vinicius. Escoamento Permanente de Fluido Incompressível em Condutos
Forçados. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/244928869/Escoamento-
Permanente-de-Fluido-Incompressivel-Em-Condutos-Forcados>. Acesso em: 24 de
novembro de 2018.
CARVALHO, Daniel Fonseca e SILVA, Leonardo Duarte Batista. Escoamento em
Condutos Forçados. Disponível em:
<http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT
%20503/IT503%20Cap%207.pdf>. Acesso em: 24 de novembro de 2018.

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