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Jordy Lima de Sousa 201407540049

- BIORREATORES

Biorreatores são reatores que mantem e fazem a manutenção da vida de


culturas de células e tecido.

As reações celulares são primordiais para a manutenção da vida e são


facilitadas através de enzimas que catalisam algumas etapas do metabolismo.
Alguns exemplos desta viabilização são a etapa de transformação química,
crescimento celular, ruptura, etc.

Por se tratar de células vivas, os reatores não constituem uma camada


homogênea de células, todavia serão abordados devido a sua progressão
lógica de reações enzimáticas.

1 – CRESCIMENTO CELULAR

As etapas do processo de crescimento celular podem ser divididas em quatro


etapas, a fase de inoculação, a fase de latência, a fase de crescimento e a fase
estacionária. Incialmente, uma pequena quantidade de células são inoculadas
no reator, contendo os nutrientes e o processo de crescimento de inicia.

A latência, representa a fase de adaptação das células. O crescimento da


concentração celular é muito pequena, elas estão sintetizando proteínas e
preparando a sua reprodução. Esta preparação consiste em realizar algumas
funções essenciais para a célula, como a síntese de proteínas de transporte,
síntese proteica que utilizam o novo substrato, etc. A duração desta fase deve
variar conforme o meio em que o inóculo seja remanejado, se o meio inicial for
similar com o meio final, esta fase será quase inexistente. Todavia, se houver
diferenças significativas de concentração, o inóculo terá de reajustar a sua rota
metabólica, com o intuito de absorver o máximo de nutrientes do novo
ambiente.

A fase de crescimento é comumente chamado de crescimento exponencial


devido a velocidade de crescimento ser proporcional a concentração das
células. As células se dividem na sua velocidade máxima, devido aos caminhos
enzimáticos estrem funcionando para o metabolizar.
Na fase III, as células estão limitadas de nutrientes, o que dificulta o
crescimento das mesmas, tornando o crescimento celular quase inexistente.

Na fase final, a fase da morte celular, ocorre um decréscimo da concentração


das células vivas. Esse decaimento é resultado da presença de subprodutos
tóxicos do ambiente inóspito e/ou do esgotamento do suprimento de nutrientes.

2 – LEI DE VELOCIDADE

Embora existam inúmeras leis para representar a velocidade de crescimento


celular, a mais comumente utilizada é de Monod para crescimento exponencial:

CÉLULA + SUBSTRATO  MAIS CÉLULAS + PRODUTO

r g=μ .C C ( 1 )

r g=Velocidade de crecimento celular , g/dm 3 . S

g
C C =Concentração de células ,
dm 3

μ=Velocidade específica de crescimento , S−1

Para velocidade específica de crescimento, temos:

CS
μ=μ Max . (2 )
K S +C S

Combinando (1) e (2), temos Monod para velocidade de crescimento celular


bacteriano:

μ MAX .C S .C C
r g= (3 )
K S +C S

μ Max=Velocidade específica de crecimento máxima, S−1

g
K S =Constante de Monod ,
dm3

g
C S=Concentração de substrato ,
dm 3

Para inúmeros casos diferentes de bactérias, o valor da constante Ks é


pequeno, logo a lei reduz-se a:
r g=μ MAX . CC ( 4 )

Existem casos em que ocorre a inibição do crescimento celular causado pela


formação do produto. Uma das leis de velocidade, que descreve essa inibição,
assume a forma empírica:

μ MAX .C S . CC
r g=K OBS . ( 5)
K S +C S

Onde,

CP n
K OBS=(1− ) ( 6)
C ¿P

Além da equação de Monod, também temos:

TESSIER:

CS
[ ( )]
r g=μ MAX 1−exp
K
CC ( 7 )

MOSER:

μMAX .C C
r g= (8 )
(1+ K . C−λ
S )

Essas equações são geralmente utilizadas afim de apresentar um melhor


ajuste aos pontos experimentais, no começo e no fim da fermentação.

A lei de velocidade da morte celular, resultado do ambiente inóspito entre


outras causas, é representado pela lei:

r d =( K ¿ ¿ d + K 1 . C1 )C C ( 9 ) ¿

K d =Morte celular natural .

K 1=Morte celular causada por substânciastóxicas .

Similarmente como é o caso das enzimas, há um valor ótimo de velocidade de


crescimento com a temperatura provocado pelo aumento da competição e
concomitante ao aumento da temperatura. Empiricamente temos:

μ ( T ) =μ . ( T n ) . I ' ( 10 )
a . T . e−E / RT 1

I '=
( 1+b . e
− E / RT )
( 11 )
2

I ' =Fraçãode velocidade de crescimento máximo.

T n=Temperatura de velocidade máxima.

μ(T n )=Velociade de crescimento na temperatura Tn.

3 – ESTEQUIOMETRIA

A estequiometria do crescimento celular é muito complexa, variando com o


sistema microrganismo/nutriente, potencial redox, pH e temperatura.

Afim de simplificar o estudo, focaremos em um caso simples, onde há a


presença de apenas um nutriente no meio.

CÉLULA + SUBSTRATO  MAIS CÉLULAS + PRODUTO

Adicionaremos o coeficiente de rendimento com o intuito de relacionar o


substrato consumido com os produtos formados e as novas células geradas.
Assim temos:

Massanovas células formadas ∆ C C


Y C / S= = ( 12 )
Massa substrato consumido ∆ CS

1
Y C / S= (3 )
Y S /C

O produto pode ser formado em todas as fases de crescimento celular, todavia,


quando formado no período de crescimento exponencial, a velocidade de
formação é definida como:

μ máx .C C . C S
r P=Y P /C .r g=r g .C C . μ=Y P /C . ( 13 )
K S +C S

Onde:

Massa produto formaos ∆ C P


Y P/ C = = ( 14 )
Massanovas células ∆ CC
Quando o produto é formado somente na fase estacionária, quando não há o
crescimento celular, temos:

r P=Y P .(−r S) ( 15 )
C

O coeficiente é:

Massa produto forma d o −∆ C P


Y P/ S = = ( 16 )
Massa substratos consumidos ∆ C S

O substrato terá dois papeis, ser consumido pelas células para produzir novas
e para manter as atividades cotidianas comuns. Para essa manutenção do
substrato temos:

Massa substrato consumido para a manutenção


m= ( 17 )
Massa das células . Tempo

A velocidade para manutenção:

r sM =m. C e ( 18 )

Desconsiderando a manutenção, podemos relacionar a concentração das


novas células com a quantidade de substrato consumido:

C C =Y C .(C S 0−C S )( 19 )
S

USO SUBSTRATO

Podemos relacionar a velocidade de consumo de nutrientes (-r S) com as


velocidades de crescimento celular, geração de produto e manutenção celular:

−r S=Y } rsub {{S} over {C}} . {r} rsub {g} + {{Y} ^ {'}} rsub {{S} over {P}} . {r} rsub {P} +m. {C}

Velocidade de

[ consumo =
global de
substrato
][
Velociade Velocidade de
][
Velociade de
][
de consumo + consumo para + consumo para
pelas células formar produto manutenção ]
Em casos em que é impossível separar o substrato consumido para
crescimento do substrato consumido para geração de produtos, devemos
agrupar todo o substrato consumido em um coeficiente estequiométrico Y S/C e a
velocidade de consumo de substrato é:
−r S=Y S . r g +m .C C ( 21 )
C

Velocidade de formação de produto:

r P=Y P . r g ( 22 )
C

Geralmente as leis de velocidade de formação de produto durante a fase


estacionária é similar à forma da equação de Monod:

K P . C SN −C C
r P= ( 23 )
K SN + CSN

Para a velocidade de consumo, na fase estacionária, temos:

Y SN /P . K P . C SN .C C
−r S N =m .C C + ( 24 )
K SN +C SN

4 - BALANÇO DE MASSA

Para abordar o crescimento de microrganismos, temos duas maneiras,


considerar o número de células vivas ou levar-se em conta a massa de células
vivas:

d CC
V =v 0 .C C 0−v . C C + ( r g −r d ) V ( 25 )
dt

Para o substrato:

d CS
V =v 0 . C S 0−v . C S +r S V ( 26 )
dt

BATELADA:

Quando v = v0 = 0, os balanços de massa são:

CÉLULA:

d CC
V =−r d V +r g V ( 27 )
dt

d CC
V =−r d +r g ( 28 )
dt
SUBSTRATO:

d CS
V =r S V =Y S ( −r g ) V −mC C V ( 29 )
dt C

d CS
=Y S (−r g )−mC C ( 30 )
dt C

FASES ESTACIONÁRIA:

d CS
V =−mC C V +Y S ( −r P ) V ( 31 )
dt P

PRODUTO:

d CP
V =r P V =Y P (−r S ) V ( 32 )
dt S

5 - QUIMIOSTATOS

São reatores CSTR com microrganismos. Sua função é possibilitar ao operador


o controle da velocidade de crescimento linear. Controle esse feito através do
ajuste da vazão volumétrica de alimentação (velocidade de diluição).

Figura 1- Quimiostato e equipamentos periféricos

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