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Orelha

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Orelha

Orelha humana

Anatomia da orelha humana

Latim Auricula

Sistema Sistema sensorial

A orelha (do latim: auricula) ou órgão vestibulococlear (parte externa) e o ouvido (parte


interna), constituem os órgãos do sistema auditivo responsáveis pela audição e equilíbrio. [1]
[2]
 Nos mamíferos, as orelhas apresentam-se aos pares localizando-se na cabeça, podendo
estar em outras partes do corpo ou mesmo serem ausentes em outros animais.
As aranhas possuem pelos nas patas que são responsáveis pela deteção do som. O
ouvido dos répteis apresenta apenas um osso, a columela, que é considerado homólogo
ao estribo dos mamíferos. O ouvido humano é dividido em três regiões anatômicas: ouvido
externo, ouvido médio e ouvido interno.[1][3]
Em muitos animais, as orelhas apresentam músculos que as seguram ao crânio capazes
de executar movimentos semicirculares, ampliando a área de alcance das orelhas.
Os morcegos possuem orelhas excepcionalmente grandes e complexas que operam como
receptor de ondas hipersônicas emitidas pelo animal, que refletem sobre qualquer
superfície e são interpretadas pelo cérebro como uma imagem, e assim permitem a
localização espacial do animal no escuro. Já os elefantes e outros animais
de savana apresentam orelhas grandes que possuem outras funções, como radiador por
dissipação. Intensamente irrigadas por vasos sanguíneos, as orelhas são abanadas de
forma a dissipar o calor em excesso do corpo, equilibrando a sua temperatura interna.
Nos seres humanos, as orelhas possuem arquitetura complexa, mas são relativamente
menores que em outros grandes primatas, como o chimpanzé, e raramente possuem
capacidade de movimento. Muitas culturas utilizam a orelha como chamariz, prendendo
adornos de pedra, metal, ou outros materiais à sua cartilagem. Em algumas comunidades,
a laceração do lóbulo da orelha é um símbolo de status, e quanto maior o buraco (aberto e
ampliado por objetos como discos, ou pesos), mais alta é a posição do indivíduo na
sociedade. De maneira geral, o lóbulo da orelha, bem como sua curva superior, são
apontadas como zonas erógenas.

Índice

 1Orelha externa
o 1.1Pavilhão da orelha
 1.1.1Seio Pré-auricular
o 1.2Meato acústico externo
 2Orelha média
 3Orelha interna
o 3.1Afecções
 4Ouvido
 5Referências
 6Bibliografia
 7Ligações externas

Orelha externa[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Orelha externa
A orelha externa é composta de duas partes: o pavilhão da orelha, também conhecido
como pina, e o meato acústico externo.
Pavilhão da orelha[editar | editar código-fonte]
O pavilhão da orelha humana e seus componentes: 1.hélice; 2.fossa escafoide; 3.fossa triangular;
4.anti-hélice; 5.concha; 6.trago; 7.antítrago; 8.lóbulo

O pavilhão da orelha é o apêndice que se situa lateralmente na cabeça e circunda a


abertura do meato acústico externo.[1] Também chamado de pina, é formado por uma
lâmina de cartilagem elástica de formato irregular, recoberta por uma fina camada de pele.
Possui várias depressões e elevações, sendo a concha a maior depressão. [4] A margem
elevada da orelha é chamada de hélice, e, localizada logo abaixo da hélice se encontra a
escafa ou fossa escafoide, que é uma longa depressão. Abaixo da escafa, se encontra
uma elevação chamada anti-hélice, que termina bifurcada em dois ramos, encontrando-se
uma fossa entre eles, chamada de fossa triangular ou navicular. O lóbulo é uma pequena
porção de tecido mole que se encontra na região inferior do pavilhão. Localizados
superiormente ao lóbulo, encontram-se o trago e o antítrago, o primeiro localizado logo na
abertura do meato acústico externo e o segundo, logo acima do lóbulo.
A função principal do pavilhão auditivo é coletar sons, agindo como um funil e direcionando
o som para o conduto auditivo.[3] Outra função é a filtração do som, processo este que
ajuda a localizar a origem dos sons que chegam ao individuo. Além disso, no caso dos
humanos, o processo de filtração seleciona sons na faixa de frequência da voz
humana facilitando o reconhecimento.
Seio Pré-auricular[editar | editar código-fonte]
Algumas pessoas têm um buraquinho pequeno no topo da hélice da orelha, no lugar que
“cola” as orelhas ao rosto. Chamada de seio pré-auricular ou Coloboma auris, assim
como as covinhas, trata-se de uma desordem congênita, e alguns cientistas acreditam que
esse é um resíduo evolutivo. Apenas 0,1% da população dos EUA tem esse furinho, no
Reino Unido a estatística é de 0,9% na África e Ásia varia de 4 a 10% das pessoas e na
Coreia do Sul, esse número ultrapassa 5%.[5]
Meato acústico externo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Meato acústico externo
Localização do meato acústico externo (cor) na orelha humana

O meato acústico externo tem a função de transmitir os sons captados pela orelha para
o tímpano, além de servir de câmara de ressonância ampliando algumas frequências de
sons.
Nos seres humanos, o meato se estende por cerca de 25-30 milímetros de comprimento,
desde a concha até a membrana do tímpano,[6] que divide a orelha externa da orelha
média.[1] Tem composição cartilaginosa em seu terço lateral, e óssea nos dois terços
mediais. É revestido por uma pele fina, sem papilas dérmicas, que se torna mais fina
internamente, onde cobre a face externa da membrana do tímpano e se prende
firmemente ao periósteo. O tecido subcutâneo da sua porção cartilaginosa
apresenta glândulas sebáceas, ceruminosas e folículos pilosos.[7] A presença de glândulas
apócrinas tubulares enoveladas que secretam cerume é um elemento característico do
revestimento cutâneo do meato acústico externo.[8] Já na porção óssea, pelos e glândulas
ocorrem apenas na parede superior. [7]

Orelha média[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Orelha média

Localização da orelha média

A orelha média é um espaço no osso temporal preenchido com ar,[2] situado entre a


membrana do tímpano e as estruturas da orelha interna. [8] É composta
pelos ossículos martelo, bigorna e estribo, denominados dessa forma por sua semelhança
conspícua com esses objectos,[9][3] e pela tuba auditiva ou trompa de Eustáquio.
Os mamíferos são os únicos animais que possuem três ossos no ouvido, ligando o
tímpano à orelha interna. Os ossículos são os menores ossos do corpo humano e já estão
em seu tamanho completo ao nosso nascimento, menores do que um grão de arroz. Estão
localizados na cavidade em forma de ervilha da orelha média, e conectam-se entre si,
formando uma ponte entre a membrana timpânica e a janela oval.
A principal função da orelha média é transmitir os sons da membrana do tímpano às
estruturas cheias de líquido da orelha interna. [8] As vibrações sonoras são conduzidas
pelos ossículos através de um sistema de membranas. Enquanto as ondas sonoras
movem a membrana timpânica, esta move os ossículos, por meio de um sistema de
alavancas que transfere a energia das ondas sonoras.
Outra parte da orelha média é a tuba auditiva que conecta a cavidade da orelha média
com a nasofaringe.[10][9] A extremidade superior é normalmente aberta, pois é rodeada
de ossos, enquanto que a inferior é normalmente fechada, pois é cercada por um tecido
fino. A tuba auditiva ajuda a manter o equilíbrio da pressão do ar entre a cavidade
timpânica e o ambiente externo.[11]
A tuba apresenta-se normalmente fechada, mas abre-se durante a mastigação, a
deglutição e o bocejo, permitindo uma equalização entre a pressão do ouvido externo e do
ouvido médio.[2] Uma sensação de pressão pode ser causada na orelha por este processo
de equalização em um avião ou em situações de mudanças de altitude.

Orelha interna[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Orelha interna

Ouvido interno

Canal Posterior
Canal Superior
Utrículo
Canal
Horizontal
Vestíbulo
Cóclea
Sáculo

Componentes do ouvido interno

A orelha interna é composta por uma parte anterior, relacionada com a audição e
denominada cóclea ou caracol, e uma parte posterior, relacionada com o equilíbrio, e
formada pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.[3]
O último osso da cadeia ossicular, o estribo, está acoplado a uma fina membrana
chamada de janela oval. A janela oval é na realidade uma entrada para a orelha interna,
que contém o órgão da audição, a cóclea. Quando o osso estribo move, a janela oval
move com ele. No outro lado da janela oval está a cóclea, um canal em forma
de caracol preenchido por líquidos e, quando as vibrações chegam à cóclea provenientes
da orelha interna, são transformadas em ondas de compressão que por sua vez ativam
o órgão de Corti que é responsável pela transformação das ondas de compressão em
impulsos nervosos que são enviados ao cérebro para serem interpretados.[9]
O líquido é agitado pelos movimentos da janela oval e, dentro da cóclea, o órgão de Corti
é formado por milhares de células ciliadas que são colocadas em movimento toda vez que
o líquido é movimentado.
A estimulação destas células, por sua vez, causa impulsos elétricos que são enviados para
o cérebro. Os impulsos elétricos representam a quarta mudança na mensagem sonora de
uma energia para a outra: da energia acústica das ondas sonoras entrando na orelha, para
a energia elétrica dos impulsos que viajam para o cérebro.
O ouvido interno também contém um órgão muito importante que está na verdade
conectado com a cóclea, mas que não contribui para o nosso sentido da audição,
o sistema vestibular, formado por três pequenos canais semicirculares, que nos ajudam a
manter o equilíbrio e auxiliar na visão já que as rotações da mesma precisam ser
compensadas para que possamos ter uma visão clara sem ser borrada. É através dele que
se pode saber por exemplo quando se esta com o corpo inclinado mesmo estando
de olhos vendados.
Problemas com os canais semicirculares podem resultar em sintomas como a vertigem. A
audição é um factor chave na manutenção de trocas intelectuais, mas possivelmente ainda
mais importante, a audição supre o pano de fundo auditivo que dá o sentimento de
participação e segurança.
Afecções[editar | editar código-fonte]
Os acontecimentos que acometem a orelha externa (pavilhão auricular e conduto auditivo
externo) podem ser desde malformações congênitas até
processos inflamatórios e infecciosos, inclusive metabólicos. O diabetes pode favorecer
infecções no aparelho auditivo.
São exemplos de malformações congênitas: a anotia, a microtia, a macrotia e a atresia do
conduto auditivo. O tubérculo de Darwin, o Coloboma Auris, e a fístula pré-auricular são
tecidos remanescentes de malformações congênitas. A orelha de couve-flor é um
problema decorrente de lesão.

Erisipela no pavilhão da orelha

O pavilhão auricular e o conduto auditivo podem ainda sofrer os mesmos processos que
a pele:

 Queloide
 Cisto sebáceo
 Alergia de contato
 Pericondrite
 Hematoma
 Lesões por congelamento (alpinistas)
 Laceração do lóbulo
 Avulsão
 Impetigo
 Erisipela
 Furúnculo
 Herpes zoster
 Cerume
 Corpo estranho

Ouvido[editar | editar código-fonte]
Modelo didático de orelha humana.

Desde 1895, especialistas buscam criar uma nomenclatura anatômica padronizada. [12] Em
1935, o Congresso de Anatomia realizado na cidade de Jena, na Alemanha, aprovou uma
proposta, chamada Jenaer Nomina Anatomica (JNA), que continha os nomes em latim,
facultando a cada país a tradução dos termos nas línguas nacionais. O sistema auditivo
era dividido em duas partes, traduzidas como "auris interna" e "auris externa".
Posteriormente, a "auris interna" foi subdividida em "auris média" e "auris interna".
Com a Segunda Guerra Mundial, a JNA não foi amplamente adotada, e em 1950, um
comitê foi formado para produzir um novo padrão. A primeira versão do documento, que
passou a se chamar simplesmente Nomina Anatomica, foi aprovada no Congresso
Internacional de Anatomia de 1955, realizado em Paris, e publicada em 1956. A Sociedade
Brasileira de Anatomia cogitava publicar uma nomenclatura em língua portuguesa,
possivelmente com apoio de Portugal e formou uma comissão para elaborar proposta,
discutir com as universidades e apresentar em seus congressos. Em 1958, surgia a
primeira nomenclatura anatômica brasileira oficial, na qual o órgão da audição passava a
ser denominado "orelha", dividido em "orelha interna", "orelha média" e "orelha externa". [12]
Segundo a tradução da última edição da Nomina Anatomica (que mudou de nome,
passando a chamar-se Terminologia Anatomica) para a língua portuguesa, publicada pela
Sociedade Brasileira de Anatomia em 2001, usa-se orelha para designar tanto o órgão da
audição em sua totalidade, como a parte visível e externa que corresponde ao pavilhão
auricular. Em Portugal mantém-se a denominação de ouvido em lugar de orelha para o
órgão da audição.

Referências
1. ↑         Thibodeau 2002, p. 213.
Ir para:a b c d

2. ↑       Ganong 1968, p. 151.


Ir para:a b c

3. ↑         Borges, Antonio. «Noções da anatomia da


Ir para:a b c d

orelha»  (PDF). Inclusão e Tecnologias Assistivas.


Consultado em 28 de dezembro de 2012
4. ↑ Zorzetto 2006, p. 24-25.
5. ↑ veja.abril.com.br/ Por que algumas pessoas tem esse
buraquinho extra na orelha?
6. ↑ Zorzetto 2006, p. 25-26.
7. ↑ Ir para:a b Zorzetto 2006, p. 26.
8. ↑ Ir para:a b c Kierszenbaum 2012, p. 284.
9. ↑ Ir para:a b c Thibodeau 2002, p. 214.
10. ↑ Kierszenbaum 2012, p. 285.
11. ↑ Kierszenbaum 2012, p. 286.
12. ↑     MANGABEIRA-ALBERNAZ, Paulo (janeiro de
Ir para:a b

1959).  «A nomenclatura anatômica oficial brasileira e a


otorrinolaringologia» 1 ed. Revista Brasileira de
Otorrinolaringologia.  ISSN  1806-9312. Consultado em 28
de dezembro de 2012[ligação inativa]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]
 Drake, Richard (2011). Gray Anatomia para Estudantes 2
ed. [S.l.]: Elsevier Health Sciences.
1136 páginas. ISBN 9788535245837. Consultado em 28
de dezembro de 2012
 Ganong, Willian F (1968). Fisiologia Médica. [S.l.]:
McGraw Hill Brasil. 668 páginas. ISBN 9788580550214.
Consultado em 28 de dezembro de 2012
 Kierszenbaum, Abraham L; Tres, Laura (2012). Histologia
e Biologia Celular 3 ed. [S.l.]: Elsevier Brasil.
688 páginas. ISBN 9788535247374. Consultado em 28
de dezembro de 2012
 Thibodeau, Gary A; Patton, Kevin T (2002). Estrutura e
funções do corpo humano. [S.l.]: Manole.
528 páginas. ISBN 9788520412596. Consultado em 28
de dezembro de 2012
 Zorzetto, Neivo Luiz (2006). Costa (Ed.),
ed. Otorrinolaringologia  (PDF). Princípios e Prática 2 ed.
[S.l.: s.n.] Consultado em 28 de dezembro de 2012 [ligação inativa]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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