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50 DDS VOLTADOS PARA PORTOS E NAVIOS

Imagem:
@serjosoza

DDS
DIÁLOGOS DIÁRIOS DE SEGURANÇA

1º EDIÇÃO
POR BRUNO CONCEIÇÃO DA SILVA
DADOS DE COPYRIGHT

Este e-book foi disponibilizado gratuitamente pelo autor, com objetivo de


difundir as melhores práticas (Benchmarking) de segurança marítima e
portuária, oferecendo Diálogos Diários de Segurança (DDS’s) para
profissionais que atuam em portos e navios.

O conteúdo deste e-book é baseado na formação acadêmica e


extracurricular, no conhecimento empírico adquirido nas experiências
profissionais do autor, nas melhores práticas de SMS e na cultura de
segurança exigidas e esperadas no ambiente de trabalho marítimo e
portuário.

É expressamente proibida e totalmente repudiável a venda, aluguel, ou


quaisquer usos comerciais do conteúdo deste e-book.

As imagens ilustrativas são oriundas da internet, de acervo pessoal e


também cedidas pelo fotógrafo Sérgio Souza (@serjosoza), através do
serviço "unsplash", e licenciadas sob Creative Commons Zero.

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BRUNO CONCEIÇÃO DA SILVA

DDS - DIÁLOGOS DIÁRIOS DE SEGURANÇA

VOLTADOS PARA PORTOS E NAVIOS

Editores: Fauzi Mendonça / Cláudia Diaz


Coordenação Editorial: Cláudia Diaz
Revisão: Fauzi Mendonça
Diagramação e Arte: Bruno Silva e Fauzi Mendonça
Prefácio: Fauzi Mendonça
Autor: Bruno Silva

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PREFÁCIO

Infelizmente a literatura técnica específica para determinados segmentos, como


por exemplo o terciário da indústria marítima e portuária, sofre com um apagão de
autores engajados em difundir conhecimento, neste aspecto, 50 DDS VOLTADOS
PARA PORTOS E NAVIOS, idealizado por Bruno Silva, felizmente preencheu uma
lacuna, cuja demanda será mensurada após a publicação desta primeira edição.

Pioneira no segmento alvo, esta obra é sem dúvida alguma, um marco para os
profissionais do ambiente marítimo e portuário, e neste sentido traz luz ao que está
determinado na norma NR 29, ao difundir gratuitamente as melhores práticas no
que tange a segurança no trabalho, com o objetivo de estimular medidas e ações
que colaborem com a prevenção de acidentes, afinal acidente é a maneira mais
triste de lembrar que a segurança existe.

Cada unidade de conteúdo desta obra contém uma abordagem curta e rápida de
determinados assuntos que envolvem riscos à segurança do trabalhador e que
podem resultar em acidentes caso sejam desprezados, afinal não é necessário ser
vidente para evitar um acidente, para isso basta ser prudente.

A prudência em um ambiente de trabalho, seja ele qual for, geralmente envolve


ações como dialogar frequentemente com todos os trabalhadores para tornar
conhecidos os riscos existentes, assim como para divulgar novos riscos que podem
surgir eventualmente, de forma a nivelar o conhecimento e fazer com que todos os
profissionais expostos a eles, tenham ciência da existência da possibilidade de
ocorrer um determinado acidente, para mitigá-la através de conscientização e de
medidas preventivas, quando não for possível eliminá-la definitivamente.

Em suma, que esta obra lançada no mar da internet, através da Revista


Manutenção, possa atingir o maior número possível de profissionais e que ela
contribua significativamente para difundir as boas práticas de segurança no
trabalho, de modo que ajude a prevenir acidentes e a garantir o bem estar do maior
número possível de trabalhadores.

São Paulo, 30 de março de 2020.

Fauzi Mendonça

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os Diálogos Diários de Segurança contidos neste e-book devem ser


utilizados como medidas preventivas para o ambiente de trabalho restrito ao
segmento de portos e navios.

O uso deste material é livre e recomendado a todos, ou seja, ele pode


ser utilizado pelo trabalhador, conforme instruções da gestão de
QSMS ou como leitura adicional de prevenção de acidentes, sem
quaisquer restrições.

Reitera-se que o principal objetivo do conteúdo é prover discussões de


forma criativa, inovadora e personalizada, e fornecer instruções básicas
sobre assuntos ligados à segurança do trabalho, com o objetivo de promover
a conscientização dos trabalhadores para a prática de atos seguros e
colaborar diretamente com a prevenção de acidentes.

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ÍNDICE

Prefácio ......................................................................................................................3
Considerações Iniciais............................................................................................4
Índice ..........................................................................................................................5
História ......................................................................................................................7
Glossário ....................................................................................................................8
Segurança Marítima e Portuária .......................................................................10
Tá no porto? Então se atraca essas dicas! ........................................................11
Curto-circuito? Aqui não! ....................................................................................12
E na faina de óleo diesel, o que fazer? .............................................................13
Primeiros Socorros envolvendo Óleo Diesel Marítimo ............................14
Ações em casos de incêndios .............................................................................15
Programa 5S (Cinco Sensos) a bordo ..............................................................16
Efeitos do ruído a bordo e em instalações portuárias ................................18
Suas mãos são importantes? Então agarre esse DDS! .................................19
Não caia rolando escada abaixo! .......................................................................21
Prevenção também é assunto na cozinha da embarcação! .......................22
Boas práticas na manipulação de alimentos .................................................24
Acesso a embarcações, como fazer com segurança? ...................................25
Afaste-se das partes quentes de equipamentos ............................................27
Qual a importância que você dá para os seus olhos? ..................................28
Segurança em máquinas e equipamentos .....................................................29
Sinalização e isolamento de área ......................................................................30
Riscos ergonômicos ..............................................................................................31
Procedimentos comuns em situações de emergência ................................32
Quedas por escorregão ou tropeço ..................................................................33
Dispositivos de bloqueio e etiquetagem .........................................................35
Sistema fixo de CO2 .............................................................................................38
Navegação com mau tempo ...............................................................................40
Proteção do navio ..................................................................................................41
Nosso bem-estar também a bordo é prioridade ..........................................42
Substâncias químicas perigosas .........................................................................44
A importância do colete salva-vidas .................................................................46
Análise de Segurança da Tarefa – AST ............................................................48
Plano de Segurança do navio ..............................................................................49
Sinalização e instruções de seguranças ............................................................50
Encalhe .......................................................................................................................51
Água aberta ...............................................................................................................53
Escorregamento de carga .....................................................................................55
Adernamento ...........................................................................................................56
Homem ao mar .......................................................................................................57
Abarroamento ..........................................................................................................59
Tecnologia em manutenção como aliada da segurança...............................60

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Naufrágio / Abandono do navio .........................................................................63
Cargas a granel .........................................................................................................64
Trabalhos em mastros e no costado ..................................................................65
Trabalhos em espaços c..........................................................................................66
Trabalhos na Praça de Máquinas ........................................................................67
Manobras ...................................................................................................................69
Assistência ao embarque e/ou desembarque de pessoas .............................70
Planos SOPEP ............................................................................................................71
Tabela fonética internacional ...............................................................................72
Álcool & drogas .........................................................................................................73
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho .........................................................75
Movimentação de cargas .......................................................................................76
Trabalho em altura ..................................................................................................78
Trabalho a quente ....................................................................................................80
Jogo dos Erros.............................................................................................................81
Glossário Marítimo...................................................................................................83
Sobre o autor .............................................................................................................90
Agradecimentos.........................................................................................................92

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HISTÓRIA

Você conhece a sigla DDS?

O Diálogo Diário de Segurança (DDS) é o método mais utilizado por


empresas para promover a segurança no trabalho.

Essa é uma ferramenta antiga e eficiente, que surgiu na década de


noventa (90) para prevenir acidentes nos locais de trabalho.

Como funciona?

O DDS deve acontecer no ambiente operacional todos os dias, seja a bordo


ou em terra, antes do início das atividades da equipe.

Geralmente um DDS tem uma duração que varia de cinco (5) a dez (10)
minutos, com um tema que visa conscientizar os profissionais da operação
sobre a prevenção de acidentes, e orientar a todos sobre a melhor forma de
trabalhar com segurança, sem riscos e respeitando às regras e normas.

A equipe é instruída geralmente por um líder, que pode ser um


engenheiro ou técnico de segurança, um gestor, preposto, comandante ou
superior imediato, porém para não ser caracterizado como um monólogo e
sim como um diálogo, a participação de todos os profissionais presentes deve
ser encorajada, no sentido de fazer com que as medidas de segurança sejam
difundidas de forma colaborativa e horizontal ao invés de impositiva e
vertical.

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GLOSSÁRIO DE SEGURANÇA

Acidente – Incidente, entendido como acontecimento súbito e


imprevisto, sofrido pelo trabalhador, que originou ferimento, dano para a
saúde ou fatalidade.

Acidente de Trabalho – Acidente que se verifique no local e no tempo de


trabalho, ocasionando direta ou indiretamente lesão corporal,
perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de
trabalho ou a morte.

Acidente de trajeto – São acidentes ocorridos no trajeto entre a residência


e o local do trabalho e vice-versa.

Avaliação do Risco – Processo global de estimativa da grandeza do risco e


da decisão sobre a sua aceitabilidade (probabilidade de ocorrência de um
evento e provável magnitude dos seus efeitos adversos para a segurança,
saúde, meio ambiente ou economia).

Danos – doenças, patologias ou outras lesões sofridas pelo trabalhador,


devido à atividade que exerce ou durante o período de trabalho ou, no
caso dos materiais e equipamentos, reduções no seu valor ou
inoperacionalidade dos mesmos. Os danos também podem ser
ambientais, quando houver qualquer liberação de produto que resulte em
modificação negativa do meio ambiente, derivada, no topo ou em parte,
das atividades, produtos ou serviços da unidade.

Doença do trabalho – Assim entendida a adquirida ou desencadeada em


função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente.

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GLOSSÁRIO DE SEGURANÇA

Gravidade – Medida com base nos danos para a saúde e segurança das
pessoas, onde a avaliação qualitativa atende ao pior incidente.

Exposição – Conceito de avaliação que traduz o tempo de permanência


sob os efeitos de uma condição perigosa. Para um risco concreto, a
exposição pode ser estimada em função do tempo de permanência na
área de trabalho, operando com um determinado equipamento ou em
presença de substância nociva.

Identificação de perigo – Processo que permite reconhecer a existência


de um perigo e definir as suas características.

Incidente – Evento que tenha potencial para causar dano ambiental, lesão
e/ou perda, que não ocorreu por questão de tempo ou espaço.

Perigo – Fonte, situação ou ato com potencial para o dano em termos de


lesões, ferimentos ou danos para a saúde, ou uma combinação destes.

Prevenção – Conjunto de atividades ou medidas adotadas ou previstas


em todas as fases de atividade da empresa ou do serviço com o fim de
evitar, eliminar ou diminuir os riscos.

Risco – Combinação da probabilidade da ocorrência de um


acontecimento perigoso ou exposição, e da severidade das lesões,
ferimentos ou danos para a saúde, que pode ser causada pelo
acontecimento ou pela exposição.

Segurança – Ausência de riscos não aceitáveis.

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SEGURANÇA MARÍTIMA E
PORTUÁRIA

O transporte marítimo é responsável por mais de 90% das mercadorias


transportadas em todo o mundo, tornando-se o principal meio de
transporte do mundo globalizado.

Como em qualquer outro setor, também neste mercado os recursos


humanos são um fator chave na eficiência das operações, colocando a
segurança operacional e ocupacional como questões prioritárias no sucesso
da atividade.

O trabalho a bordo dos navios, plataformas, portos, terminais e estaleiros


possuem características próprias e específicas, com elevados níveis de risco e
periculosidade.

O trabalho marítimo é regulamentado por convenções internacionais e


nacionais, as quais comportam um conjunto de requisitos e de
recomendações, que visam promover a segurança, a saúde e a integridade
do trabalhador marítimo, contribuindo também para a minimização dos
acidentes pessoais a bordo dos navios.

A Segurança em todos estes ambientes, compreende um conjunto de


procedimentos que visa afastar, sobretudo, os perigos que ameaçam a vida
dos trabalhadores.

Assim, cada profissional deve possuir um conjunto de conhecimentos


relacionados com a sua atividade, que vão desde o enquadramento da
profissão até a adoção e desenvolvimento de uma cultura forte de segurança,
visando garantir a manutenção das condições de segurança e a manutenção
de um ambiente propício à cooperação.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

01 – Tá no porto? Então se atraca essas dicas!

A atividade portuária é regida pela norma NR 29 - Saúde e Segurança do


Trabalho Portuário, que proporciona uma série de medidas de segurança
que são cumpridas pelos portos e pelo OGMO (Órgão Gestor de Mão de
Obra).

O porto é uma área que requer muita atenção, então vamos rimar falando
um pouco de prevenção:

Próximo a navios tem cabos amarrados, fique sempre em lugar seguro e


não deixe nada dar errado.

Afaste-se mais de trinta (30) metros se houver operação, e se você faz


parte dela, sinalize tudo para chamar atenção!

Uma atitude proibida é ficar embaixo de carga suspensa, pois representa


um risco a vida e isso não compensa.

Nos portos os veículos estão em intensa circulação, ande sempre pelas


rotas seguras, e faça isso com determinação.

E para finalizar, afaste qualquer perigo eminente, observando tudo ao seu


redor e as sinalizações existentes.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

02 – Curto-circuito? Aqui não!

O curto-circuito ocorre quando uma corrente elétrica com força acima do


normal passa por um circuito que estava funcional. Isso pode provocar
explosões, faíscas e dissipação de calor, então para evitar um incêndio, veja
essas dicas de muito valor:

Mantenha os equipamentos nas tomadas adequadas, sem arrancar pinos e


alterar a configuração das entradas.

Água e eletricidade todo mundo sabe que não combina, proteja seus
equipamentos e navegue junto nessa rima.

As manutenções preventivas em equipamentos e quadros elétricos


precisam ser realizadas, esta é uma regra que tem que ser enfatizada.

Sobrecarregar a sua tomada com diversos eletrônicos pode comprometer


a segurança, esta prática não pode ser feita, mesmo com toda confiança.

Antes de utilizar um equipamento, verifique sua voltagem, não importa se


esteja no porto, offshore ou na cabotagem.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

03 – E na faina de óleo diesel, o que fazer?

É sempre bom falar de abastecimento em embarcações, pois é uma


atividade necessária e que tem muitas informações.

Nesta faina todos os colaboradores precisam estar preparados, e sobretudo


familiarizados, cumprindo normas e procedimentos com o máximo
comprometimento.

Confira três (3) dicas para o sucesso dessa operação, fique ligado e sem
vacilação:

Para aumentar a segurança mantenha tudo sinalizado, assim você


tranquiliza a operação, deixando tudo padronizado.

Rotinas de controle são fundamentais, com análises de segurança, listas de


verificações, e tudo para evitar riscos adicionais.

Outro ponto essencial é a distribuição de funções, isso engloba a vistorias


em barcaças e também nos caminhões, com monitoramento dos suspiros
e também conexões.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

04 – Primeiros Socorros envolvendo Óleo Diesel Marítimo

Uma das medidas importantes nas operações de abastecimento e


transferência de óleo diesel marítimo (ODM) é manter próximo da área de
operação a Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ)
do combustível, pois ela é um dos principais guias para responder com
eficiência uma emergência.

Conheça a medida de primeiros socorros adequada para cada caso


envolvendo ODM:

Inalação: Remova a vítima para local arejado. Se a vítima não estiver


respirando, aplique respiração artificial. Se a vítima estiver respirando,
mas com dificuldade, administre o oxigênio a uma vazão de dez (10) a
quinze (15) litros / minuto.

Contato com a pele: Retire imediatamente as roupas e sapatos


contaminados. Lave a pele com água em abundância, por pelo menos
vinte (20) minutos sob chuveiro de emergência.

Contato com os olhos: Lave os olhos com água em abundância, por pelo
menos (20) minutos, mantendo as pálpebras separadas. Use de
preferência um lavador de olhos.

Ingestão: Não provoque o vômito. Se a vítima estiver consciente, lave a


sua boca com água limpa em abundância e faça ela ingerir água.

Em todos os casos, procurar assistência médica imediatamente, levando a


FISPQ, sempre que possível.

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PORTOS E NAVIOS

05 – Ações em casos de incêndios

Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los. Mantenha-se


sempre familiarizado com os planos de emergência do navio ou do porto, e
saiba como agir em casos de princípios de incêndios.

Confira a seguir algumas recomendações em caso de incidentes envolvendo


fogo:

Manter a calma;
Primeiro preservar a vida, depois objetos;
Acalmar as pessoas afetadas/envolvidas;
Combater o fogo no início utilizando equipamento extintor correto;
Livrar-se de tudo que possa se queimar;
Sentir a temperatura da porta antes de abri-la, ter cuidado com maçanetas
que podem estar quentes;
Não trancar portas ao sair;
Não usar elevadores;
Caminhar agachado (a fumaça fica suspensa);
Usar lenço umedecido junto ao nariz.

Uso de extintores

Segure pela alça;


Retire o pino trava girando-o;
Aponte a mangueira ou
difusor (extintor de CO2)
pegando no cabo em direção
a base do fogo;
Acione o gatilho
pressionando-o;
Faça movimentos em forma
de leque.

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PORTOS E NAVIOS

06 – Programa 5S (Cinco Sensos) a bordo.

O programa 5S é uma grande ferramenta em diferentes áreas da indústria, e


não seria diferente nos portos e a bordo.

O programa Cinco Sensos (5S) visa combater perdas e desperdícios e


preservar nossa saúde e segurança, afinal, este é o objetivo de todos, né?

Os cinco sensos foram traduzidos para a língua portuguesa com a seguinte


identidade: Senso de utilização, Senso de organização, Senso de limpeza,
Senso de saúde e Senso de autodisciplina.

Descubra na cruzadinha abaixo cada um dos 5 sensos citados acima (Confira


as dicas na próxima página):

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

Vertical

1. Separar o necessário do desnecessário, facilitando nossa


movimentação e desobstruindo compartimentos.

Horizontal

2.Tornar fácil a localização dos materiais evitando desperdícios e


otimizando o tempo.

3.Manter um ambiente limpo e organizado, com boa saúde e qualidade de


vida no local de trabalho.

4.Zelar pelas boas condições físicas e de saúde do local de trabalho,


principalmente utilizando EPI corretamente.

5.Consolidar os princípios básicos dos sensos anteriores,


incorporando essa cultura em nosso dia a dia.

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PORTOS E NAVIOS

07 – Efeitos do ruído a bordo e em instalações portuárias.

— o que? Não estou ouvindo! EFEITOS DO RUÍDO A BORDO E EM


PORTOS! DEU PARA OUVIR AGORA?

Som alto, ruídos, estrondos, zoadas de todo tipo e barulhos diversos.

Você encontra ambientes assim em portos e embarcações, principalmente


em praças de máquinas, ou quando há atividades em andamento.

Caminhões circulam o tempo todo no porto, há buzinas de veículos, apitos


de navio, alarmes de sinalização e maquinário variado trabalhando.

Se não for utilizado o EPI corretamente, a consequência mais grave pode ser
a surdez, que é a perda parcial ou total da audição, dificultando a
compreensão e a comunicação da pessoa afetada.

A surdez pode ser classificada por graus:

Leve: quando a perda auditiva é de até quarenta (40) decibéis, que


impede a audição de um som fraco ou distante.

Moderada: é a perda auditiva entre quarenta (40) e setenta (70) decibéis, em


que só são compreendidos sons de alta intensidade, causando dificuldades
na comunicação.

Severa: causa perda auditiva entre setenta (70) e noventa (90) decibéis, que
permite a compreensão de alguns ruídos e vozes intensas, tornado a
percepção visual e a leitura labial importantes para a compreensão.

Profunda: é a forma mais grave, e acontece quando a perda auditiva


ultrapassa noventa (90) decibéis, impedindo a comunicação e a
compreensão da fala.

Não é possível recuperar sua audição sem recorrer ao uso de próteses


auditivas ou implantes de aparelhos eletrônicos.

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08 – Suas mãos são importantes? Então agarre esse DDS!

Os instrumentos mais importantes com os quais trabalhamos são c om


certeza as nossas mãos, mas as mão não são peças, se elas se machucam, não
tem troca!

Então o DDS de proteção das mãos vai ser feito com a ajuda de vocês!

Relacione abaixo três (3) coisas que vocês fazem com as mãos quando estão
em casa com suas famílias:

1. ____________________________________________
2. ____________________________________________
3. ____________________________________________

Agora três (3) coisas fundamentais que vocês fazem no trabalho com suas
mãos:

1. ____________________________________________
2. ____________________________________________
3. ____________________________________________

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

Imagine você ficar com o uso das suas mãos comprometido ou limitado?
Pois é…

O primeiro passo para evitar isso é o uso de luvas apropriadas para cada
atividade.

O segundo passo é defender suas mãos no dia a dia, então confira


abaixo três (3) dicas de proteção para as mãos em embarcações e
instalações portuárias:

A embarcação está em constante movimento, adernada para um bordo


ou outro, abicada ou derrabada, esses movimentos fazem as portas se
fecharem prensando os dedos violentamente. Verifique se em seu navio
existem amortecedores em todas as portas!

Partes móveis de equipamentos são a maior ameaça a suas mãos. Todas as


partes móveis de equipamentos precisam estar com proteção, e em caso
de manutenção, o equipamento precisa estar bloqueado e etiquetado.

Não apoie as mãos em qualquer lugar! Em embarcações existe muitas


partes quentes em equipamentos diversos, como chapas de fogão,
motores e caldeiras, para defender suas mãos desses adversários, vista sua
armadura (luvas) e cuide de suas mãos!

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

9 – Não caia rolando escada abaixo!

Escadas em navios são locais de grande risco de acidentes, que podem ser
quedas de pequenas escoriações até quedas com alto potencial de gravidade.
Nas embarcações, que estão condicionadas ao constante movimento do mar,
você pode ser lançado escada abaixo se não tiver o mínimo cuidado.

Os pontos básicos de prevenção de acidentes em escadas de embarcações


são:

Manter o corrimão pintado adequadamente, e, pelo menos, o primeiro e


último degrau pintado com sinalização de segurança;
Verificar se os corrimãos estão seguros e bem fixados;
Manter os degraus totalmente desobstruídos;
O usuário precisa estar atento e andar sempre com no mínimo uma das
mãos livre para se segurar ao corrimão;
Em escadas a bordo com ângulo de quarenta e cinco (45) graus, o corpo
deverá ser mantido de frente para os degraus.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

10 – Prevenção também é assunto na cozinha da embarcação!

Os acidentes na cozinha de navios são causados, na maioria das vezes, por


falta de limpeza e organização, podendo ser evitados com medidas simples
de prevenção.

As queimaduras, cortes e lesões configuram grande parte dos acidentes de


trabalho em cozinhas nas embarcações, então as luvas de malha de aço e
luvas resistentes a alta temperatura se tornaram personagens fundamentais
nesse ambiente.

Confira abaixo cinco (5) dicas para sua segurança na cozinha de um navio:

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

1 – Corte o alimento sempre com a faca no sentido contrário ao corpo, e


utilizando luva de malha de aço.
2 – Faça o descarte seguro dos restos de materiais, principalmente
obedecendo as diretrizes do gerenciamento de resíduos.
3 – Coloque os cabos das panelas voltadas para dentro do fogão, e utilize a
barra de proteção.
4 – Use as luvas resistentes a alta temperatura para manusear objetos
quentes.
5 – Evite deixar óleo e água caírem no chão, e mantenha a cozinha limpa e
organizada, sem objetos obstruindo o espaço.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

11 – Boas práticas na manipulação de alimentos

Toda manipulação de alimentos a bordo requer cuidados básicos para


garantir a segurança alimentar e prevenir riscos à saúde dos tripulantes.

O trabalho na cozinha com alimentação exige cuidados por parte do


manipulador como:

Cuidar bem da saúde;


Manter o uniforme sempre limpo e conservado;
Manter cabelos sempre cobertos por touca ou rede;
Evitar falar, tossir ou espirrar em cima dos alimentos;
Manter as unhas curtas e limpas;
Higienizar as mãos frequentemente;
Usar luvas ao manipular alimentos prontos para o consumo.

Deve-se EVITAR:

Provar alimentos com as mãos.


Ao provar com uma colher, não colocá-la novamente no recipiente antes
de lavá-la;
Fumar durante o trabalho;
Passar as mãos no cabelo durante a atividade;
Usar o uniforme fora da área de trabalho;
Enxugar o suor do rosto com as mãos, pano de prato ou avental;
Coçar-se ou assoar o nariz durante a manipulação de alimentos;
Usar cabelos compridos e barba;
Anéis, brincos, pulseiras e roupas com botões para que não caiam sobre os
alimentos.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

12 – Acesso a embarcações, como fazer com segurança?

Para acessar uma embarcação, você não precisa ir nadando como se fosse
uma travessia, tampouco pulando como em uma prova de aventura.

Segundo a OIT - Organização Internacional do Trabalho, deve haver um


meio de acesso seguro entre qualquer navio e qualquer cais, flutuadores ou
estruturas similares, ou outro navio encostado, ao qual a embarcação está
amarrada.

Os meios de acesso as embarcações podem ser vários, tais como escadas e


passarelas de portaló, rampas de acesso entre embarcações, escadas portáteis
e escadas de prático.

Podemos acessar o navio por via aquática ou pelo cais de um porto.

Conheça as características principais de segurança para um acesso seguro ao


navio:

Todos os meios de acesso e suas imediações devem ser suficientemente


iluminados;

O equipamento de acesso deve ser prontamente colocado em posição após


o navio ter sido amarrado e permanecer em posição enquanto o navio
estiver atracado;

Uma boia salva-vidas com iluminação autônoma e um cabo de segurança


separado, ou dispositivo similar, devem ser posicionados no ponto de
acesso ao navio;

Os  marítimos devem usar apenas os meios previstos para o acesso ao


navio, caso contrário, de maneira segura acessar o navio utilizando coletes
salva vidas;

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

Os meios de acesso devem ser mantidos livres de óleo, graxa ou qualquer


outra substância que possa causar escorregões e quedas;

Qualquer distância entre o cais e o navio, por onde uma pessoa


utilizando-se do meio de acesso possa cair na água, deve ser protegida por
uma rede de segurança com tamanho, malha e fabricação adequadas,
fixada da melhor forma possível;

Os meios de acesso devem ser posicionados de tal forma que nenhuma


carga suspensa passe sobre eles;

A tripulação deve sempre usar um cinto de segurança e colete salva-vidas


enquanto opera com as escadas;

As pessoas que forem passar nas escadas devem sempre estar utilizando
EPI completo e colete salva-vidas;

As escadas devem ser inspecionadas regularmente. Particular atenção


deve ser dada às áreas onde há liga de alumínio para conexões de aço. A
ausência ou deterioração da junta de isolamento pode levar à corrosão
eletrolítica, o que causará desperdício e, portanto, enfraquecimento.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

13 – Afaste-se das partes quentes de equipamentos

Em navios, principalmente na praça de máquinas, existem vários pontos


quentes. Essas áreas são locais que geram um calor considerável e que são
responsáveis por queimaduras, muitas delas graves.

É fundamental a proteção e sinalização dos equipamentos e locais com fonte


excessiva de calor, tais como redes de trocadores de calor, motores a
combustão, dutos de escape de gases de exaustão, motores elétricos,
turbinas, caldeiras, entre outros, utilizando mantas de proteção térmica ou
grades de proteção.

O uso do macacão de manga longa e luvas apropriadas é um importante


recurso de prevenção, quando se está trabalhando próximo a partes quentes.

Para ações de primeiros socorros:

1. Coloque a região queimada debaixo de água fria por, pelo menos,


quinze (15) minutos;
2. Mantenha um pano limpo e umedecido em água fria na região,
trocando sempre que o pano aquecer;
3. Não aplique qualquer produto como óleo ou manteiga na queimadura;
4. Passe uma pomada hidratante ou cicatrizante para queimaduras.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

14 – Qual a importância que você dá para os seus olhos?

Luz, câmera, ação! Sim, nossos olhos são semelhantes a uma câmera
fotográfica ou uma filmadora. Aliás, esses equipamentos foram inspirados
na observação das estruturas do olho humano.

Apesar da evolução dos equipamentos, nenhum deles conseguiu superar


nossos olhos em termos tecnológicos. Prova disso é que a nossa visão é 600
vezes mais sensível que a mais moderna câmera digital.

Visto que a nossa visão é uma verdadeira máquina, é preciso investir em


certos cuidados para mantê-la funcionando.

Em as nossas tarefas diárias a bordo ou nos portos, nós podemos ter os olhos
atingidos por fagulhas, rebarbas, poeiras, fuligens, respingos químicos e
radiações luminosas intensas.

A poluição e o ar-condicionado, assim como a baixa umidade do ar, também


são inimigos. Esses agentes externos causam ardência, vermelhidão ocular e
irritação nos olhos.

Para se defender desses riscos, contamos com normas, procedimentos de


segurança e Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual, os quais
podemos destacar protetores contra radiação luminosa, protetores contra
partículas multidirecionais, protetor facial, óculos de proteção contra
impacto, óculos de proteção contra respingos e óculos com lentes escuras
para radiações luminosas.

A melhor visão para o seu futuro é cuidar dos seus olhos!


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15 – Segurança em máquinas e equipamentos

As embarcações são repletas de partes moveis, engrenagens, polias e correias


que oferecem riscos ao tripulante, a começar pelo eixo principal, motores
elétricos e compressores, como exemplo.

As proteções para as partes moveis dos equipamentos são essenciais para


formar uma barreira que impede o acesso a essas zonas de perigo,
mantendo as partes do corpo protegidas de um contato com as áreas que
oferecem riscos.

Para prevenção eficiente embarque nessas dicas:

Quando a máquina estiver em manutenção ou operando, mantenha as


mãos afastadas, e mesmo estando parada, faça o travamento e bloqueio
do equipamento;
Cuidado com suas vestimentas, pois uma roupa folgada pode levar a um
acidente;
Antes de iniciar qualquer trabalho em qualquer equipamento, conheça-o,
busque analisar os pontos de agarramento e de possíveis acidentes;
Nunca remova uma proteção da máquina ou coloque suas mãos em
lugares não permitidos sem autorizações, análises preliminares e bloqueio
do equipamento.

Use essas dicas a seu favor, e mantenha você e seus colegas seguros sempre
que for trabalhar com máquinas e equipamentos.

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16 – Sinalização e isolamento de área

A Sinalização é uma forma de comunicação, de rápida e fácil interpretação,


que utiliza sinais em forma de placa e até iluminação.

O Isolamento é um meio muito eficaz de impedir o livre acesso de quem


não leu o cartaz.

Para fazer esta delimitação, muitos recursos podem ser utilizados nesta ação,
desde tapumes de madeira até cones de sinalização.

As fitas zebradas, servem de alerta de boreste a bombordo. Não devemos


nunca ultrapassá-las e desrespeitar nenhuma regra, assim o
comandante e a sua própria segurança se alegram!

Devemos reconhecer a importância de todos estes recursos, que existem


para nos alertar, então faça bom uso!

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17 – Riscos ergonômicos

Entre os riscos ergonômicos mais comuns que podemos citar, estão:

Postura inadequada durante as atividades;


Jornada de trabalho prolongada;
Situação de estresse;
Levantamento de peso;
Esforço físico, monotonia e repetitividade;
Imposição de rotina intensa;
Trabalhos em período noturno;
Controle rígido de produtividade.

Tais riscos ergonômicos no setor naval e offshore, e também em várias


outras áreas da indústria, podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos,
alterando o organismo e o estado emocional dos tripulantes – o que afeta,
obviamente, a sua saúde, segurança e produtividade.

Entre os riscos ergonômicos mais comuns está a postura inadequada


durante as atividades, causando dores musculares.

Todos temos limites que devem ser respeitados. Quando uma tarefa
exercida ultrapassa esses limites, é importante ficar atento para o que isso
pode vir a causar.

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18 – Procedimentos comuns em situações de emergência

Na grande maioria das situações de emergência a bordo, existem um


conjunto de procedimentos comuns que devem ser executados por todos os
tripulantes. Assim, ao soar o alarme e tendo ele sido identificado como
correspondendo a uma dada situação de emergência, o tripulante deve, de
imediato:

Vestir o colete de salvatagem;


Avisar os companheiros de quarto que estão descansando;
Dirigir-se ao ponto de reunião, como indicado no Plano de Segurança, e
aguardar ordens do Comandante;
Após ter recebido ordens do Comandante, executar as tarefas que lhe
estão distribuídas na Tabela Mestra.

A Tabela Mestra da embarcação é o local onde encontra-se a função de cada


tripulante nas fainas de emergência, ela fica fixada em vários locais do navio.

Se você é um visitante ou passageiro, siga sempre as sinalizações de


segurança e as orientações da tripulação, que está devidamente treinada para
agir conforme o plano de emergência de bordo.

ANTES DE ACESSAR O
NAVIO, FAÇA O BRIEFING
DE SEGURANÇA!

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19 – Quedas por escorregão ou tropeço

Um navio não é um lugar fácil de se trabalhar, já que parece que você está
participando da antiga “Olimpíadas do Faustão”, onde você escolhe um
“nome de guerra” e vai para bordo. No quadro dos anos 90 do programa
dominical, sempre tinha alguma coisa atrapalhando você concluir o
percurso, mas já nessa época todos usavam seus EPIs como capacete, bota,
ombreiras, cotoveleiras, entre outros.

A bordo dos navios, em alguns momentos você precisa se abaixar ao entrar


em um compartimento na praça de máquinas, se preocupando sempre com
as redes aéreas, em outros momentos precisa ficar atento a desníveis no piso
por conta de redes, contenções ou elipses, há adversidades a todo tempo, e a
atenção precisa se manter ativa o tempo todo, por mais que você esteja
familiarizado com a embarcação.

A distração é um dos fatores para ocorrência de acidente, bem como outros


fatores que relacionaremos abaixo, o desafio agora é você ajudar a
identificar alguns desses riscos, vamos nessa!

Complete na próxima página os itens que colaboram com os riscos de queda


e escorregões.

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Em que momento tropeçamos? (complete os itens)

1. Uma péssima iluminação;

2. ____________________________________________

3. Tapetes mau posicionados, com dobras;

4. ____________________________________________

5. Saliências, degraus no piso;

E quando escorregamos?

1. Cascas de banana (esse foi brincadeira), mas alimentos ou sujeira no chão;

2. ____________________________________________

3. Tempo chuvoso e úmido;

4. ____________________________________________

5. Tapetes soltos;

As formas de prevenção desse tipo de acidente a bordo são diversas, e


precisam ser rotineiras. A sinalização de segurança como a pintura de
“zebrados amarelo e preto” em desníveis já é um bom começo para evitar
muitas quedas, conversem entre vocês analisando quais outras medidas
preventivas vocês utilizam a bordo ou em suas instalações de trabalho para
minimizar esses riscos.

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20 – Dispositivos de bloqueio e etiquetagem

O ambiente a bordo, em portos e estaleiros apresentam vários perigos em


decorrência do uso e da exposição do trabalhador às diversas fontes de
energia. Bloquear e controlar essas fontes durante a manutenção e
intervenção em equipamentos é fundamental para evitar que tripulantes e
colaboradores inadvertidos possam sofrer acidentes devido a uma
energização acidental.

Diversos meios de energia, incluindo fontes elétricas, mecânicas, hidráulicas,


químicas ou térmicas podem acionar os equipamentos.

Imagine que você é o Subchefe de máquinas a bordo de uma embarcação de


Apoio Marítimo (Offshore). Em um determinado momento, o Imediato da
embarcação informa a você que o Bow Trhuster se encontra inoperante.
Após alguns minutos de testes preliminares, você chama o Eletricista (ELT)
para verificar com você o problema e tomar as medidas corretivas.

Vocês desligam o disjuntor principal no Quadro Elétrico de Distribuição e


vão verificar o problema. Neste instante, você e o Eletricista estão
inspecionando o motor elétrico do Bow Trhuster.

O Chefe de Máquinas que não estava no quarto de serviço aparece de forma


repentina na Sala de Controle de Máquinas (CCM) e percebe que o Bow
Trhuster encontra-se com disjuntor desligado, ele religa o mesmo e informa
para o passadiço testar o Bow Thruster, que começa a funcionar, podendo
causar um acidente grave no compartimento do Bow Trhuster onde vocês
estão trabalhando.

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Esta é uma situação muito real, devido a um fluxo de oficinas, turnos,


quartos de serviços e colaboradores de seção de máquinas e
manutenção circulam nos ambientes operacionais em diversas
operações na indústria naval e offshore, para tratar de diferentes
tipos de manutenção.

Como prevenir acidentes envolvendo essas diversas fontes de energia,


partida automática ou acidental de máquinas, entre outros riscos?

R.: Utilizando um Kit de Bloqueio e Etiquetagem.

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21 – Sistema fixo de CO2

O sistema de supressão por inundação de CO2 é um dos tipos mais comuns


de sistemas de combate a incêndios fixos em instalações marítimas e
offshore. Ele libera dióxido de carbono (CO2) em grande quantidade em um
determinado espaço que esteja pegando fogo.

O CO2 é capaz de sufocar as chamas, fazendo com que elas não se alastrem
para o resto do navio. Para funcionar, diversos cilindros contendo CO2 em
estado líquido são colocados em um local separado do risco.

Quando um fogo saí de controle, não sendo possível combatê-lo com outros
instrumentos, o sistema fixo de CO2 é acionado após as ordens do
Comandante do navio. Um alarme soa em toda a embarcação alertando
todos os tripulantes e um giroflex na cor azul dentro do compartimento é
acionado, a fim de evacuar toda a área. O CO2 é enviado dos cilindros até o
local que está em chamas através de tubulações de aço-carbono, até
chegarem aos difusores, por meio dos quais será liberado o gás no local para
extinguir as chamas. Também é exigida sinalização no local informando a
presença desse recurso de combate a incêndio.

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Existem diversas vantagens que fazem com que o CO2 seja um dos métodos
preferidos de combate a incêndios. São elas:

A densidade do CO2 é cerca de 1,5 vezes maior que a dor ar, o que faz
com que ela desloque o ar e tome o seu lugar, ajudando a extinguir as
chamas mais rapidamente;
Pode ser facilmente liquefeito e envasado em cilindros;
Não é corrosivo;
Não é condutor de eletricidade;
Não deixa resíduos;
Não deteriora com o tempo.

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22 – Navegação com mau tempo

O céu está azul. O mar acena tranquilo e convidativo. Você, então,


está despreocupado em seu quarto de serviço no navio. Mas, de
repente, tudo muda. O mar fica alto, com ondas salientes. O céu
oscila entre o cinza-chumbo e o preto; a tranquilidade virou
apreensão; a brisa, vendaval.

Com a aproximação do mau tempo, a embarcação deve ser preparada o


mais rápido possível para esta situação.

Os procedimentos fundamentais consistem em:

Verificar a peação da carga;


Acomodar e pear todos os aparelhos, peças soltas, tambores e embalagens
no convés, cozinhas e espaços internos da casaria do navio;
Verificar as escotilhas, portas estanques e vigias próximas da linha de
água;
Reduzir a máquina para um regime adequado;
Reforçar a vigia no passadiço;
Procurar um porto ou fundeadouro de refúgio.
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23 – Proteção do navio

Um navio protegido é também um navio seguro!

A cada período as estatísticas apresentam um crescimento no número de


casos de pirataria, roubo armado, contrabando em geral e bandidagem, no
mar e também nos portos. O nosso litoral tem sido palco de vários ataques
de assaltantes armados que visam a carga e os bens dos tripulantes.

Confira abaixo as principais recomendações sobre proteção de navio:

Levantar e/ou proteger todas as escadas, rampas e escada de portaló


quando fora de uso;

Manter trancadas as áreas não tripuladas, tais como paióis, demais


compartimentos ou gaiutas de acesso, e travar todas as portas pelo lado de
dentro, principalmente à noite, para restringir e controlar o acesso;

Abordar trabalhadores desconhecidos tentando acessar a embarcação sem


prévia autorização;

Ficar atento a pessoas se aproximando em pequenas embarcações


solicitando auxílio, realizando desenhos, anotações ou fotografando sem
nenhuma autorização;

Ficar atento a indivíduos suspeitos próximos da embarcação ou do porto;

Iluminar o convés principal, todos os pontos de acesso e os bordos


durante períodos de escuridão;

Caso visualize pessoa suspeita, tentar reconhecer e detectar rapidamente


se a mesma se encontra com porte de armas, substâncias, artefatos ou
dispositivos perigosos, a fim de tomar de forma imediata as medidas de
prevenção e proteção, conforme instruções do ISPS Code.

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24 – Nosso bem-estar também a bordo é prioridade

Para manter uma boa saúde física e mental, seguir os pilares do


relacionamento interpessoal é uma “jogada de mestre”.

Conheça um pouco mais sobre essas habilidades que fazem a diferença a


bordo:

Autoconhecimento: Esse pilar é um facilitador de questões emocionais,


pois conhecer a si mesmo nos faz analisar o impacto que causamos nos
outros.

Empatia: É a capacidade de se colocar no lugar do outro, na prática,


empatia é nada mais que entender, tentar compreender o que passa na
mente do próximo.

Assertividade: É a capacidade de nos comunicarmos de maneira clara,


franca, direta e acima de tudo respeitosa.

Cordialidade: Gentileza, simpatia e solicitude é ter cordialidade com as


pessoas. Mostrar cortesia pelo próximo, pela sua tripulação e por todos
com quem você tem um relacionamento é ser cordial.

Ética: É o conjunto de princípios e valores morais que norteiam a conduta


humana dentro da sociedade.

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Como desenvolver um bom relacionamento interpessoal a bordo?

Desenvolva sua comunicação;

Escute com interesse;

Fale um pouco de si mesmo;

Se adapte às diferenças;

Fuja da “rádio cipó”;

Dialogue em vez de discutir.

Dessa forma, é preciso saber encontrar o equilíbrio para manter um bom


relacionamento interpessoal no trabalho e crescer na sua carreira a bordo!

A PortSide Consultoria e Treinamento é uma empresa de Engenharia de


Manutenção, Consultoria e Treinamentos, com ênfase na área naval, que foi
criada para prover conhecimento, mentoria e expertises técnicas, como foco
na melhoria de processos industriais através do desenvolvimento de pessoas.

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25 – Substâncias químicas perigosas

A bordo de navios é comum se deparar com produtos químicos no paiol de


tintas, no paiol de lubrificantes e também no paiol de produtos de limpeza, e
eu não estou falando de navios químicos, em qualquer embarcação a
exposição a produtos químicos é uma realidade.

O risco químico é o perigo a que está exposto à pessoa ao manipular ou se


expor a produtos químicos. O contato de produtos químicos com a pele e os
olhos pode causar severas queimaduras, então nunca se esqueça do uso
adequado dos equipamentos de proteção individual.

Caso não conheça o produto, de acordo com a norma ABNT-


NBR14725:2009 ele tem que vir acompanhado da Ficha de Informação de
Segurança de Produto Químico (FISPQ).

Nesta ficha deve conter as seguintes informações:

Identificação da empresa e do produto;


Identificação de perigos;
Composição e informações sobre os ingredientes;
Medidas de primeiros socorros;
Medidas de prevenção e combate a incêndios;
Medidas de controle para derramamentos ou vazamento;
Manuseio e armazenamento;
Controle de exposição e proteção individual;
Propriedades físico-químicas;
Informações toxicológicas;
Informações ecológicas;
Considerações sobre tratamento e disposição;
Informações sobre transporte, etc…

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Tintas, solventes e diluentes, assim como qualquer produto químico, deve


ser armazenado em local apropriado, sendo necessário fácil acesso, boa
ventilação, distante de locais aquecidos ou equipamentos que gerem faíscas.

Defeitos na embalagem, danificações sofridas durante o transporte,


manuseio incorreto na estocagem ou ainda, aquecimento excessivo, podem
causar vazamentos de solventes e acúmulo de seus vapores no ambiente. Se
houver uma faísca elétrica ou uma chama aberta poderá ocorrer um
incêndio ou explosão.

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26 – A importância do colete salva-vidas

“Perto do mar, a gente é mais feliz”

O mar é uma das partes da natureza que mais encanta a todos, mas também
é bastante perigoso, o jogo deve ser duro quando o assunto é a segurança no
mar.

Um dos riscos que existe é a queda no mar. Este risco se potencializa quando
ocorre a atracação e a desatracação do navio. Tanto os tripulantes do navio,
dos rebocadores, os amarradores, e todos os envolvidos na operação, tanto
em terra quando a bordo, precisam estar com coletes de acordo com as
normas de homologação da Marinha do Brasil, ou seja, não só o colete é
suficiente, mas sim o colete correto e em boas condições.

De acordo com as Normas da Autoridade Marítima para Homologação de


Material (NORMAM 5), a Marinha Brasileira classifica cinco classes de colete
salva vidas, de acordo com a situação de uso:

• Classe I: Os coletes de classe I devem ser fabricados conforme as exigências


SOLAS (Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no
Mar). Nessa classe, os itens de segurança obrigatórios incluem luz
sinalizadora, gola, alça para resgate, cabo liga-náufrago, refletivos e apito.
Indicado para navegação marítima, seja em águas brasileiras ou
internacionais.

• Classe II: Nos modelos canga e jaleco, os coletes de classe II são fabricados
para uso em embarcações de mar aberto que naveguem apenas em águas
nacionais. Também devem estar alinhados com os requisitos SOLAS, e
devem possuir gola, apito e refletivos como itens de segurança obrigatórios.

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Classe III: Os coletes de terceira classe são exclusivos para embarcações de


navegação interior, tais como rios, lagos e beira mar. Disponíveis nos
modelos canga e jaleco, devem incluir gola e apito.

Classe IV: O colete salva vidas de classe IV é um item de segurança no


trabalho, pois deve ser utilizado por trabalhadores envolvidos em
operações próximas à borda de embarcações, suspensos por pranchas ou
outros dispositivos aonde exista o risco de cair na água. Os itens de
segurança obrigatório desta classe variam de acordo com a situação.

Classe V: Coletes próprios para atividades esportivas, como banana-boat,


jet-ski, esqui aquático e até mesmo pesca.

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27 – Análise de Segurança da Tarefa – AST

A AST é uma ferramenta que permite identificar os perigos e potenciais


acidentes, avaliar os riscos e determinar as ações de controle preventivas em
cada uma das etapas do trabalho, a fim de garantir a segurança durante a sua
execução.

A AST deve ser aplicada às tarefas e trabalhos que ofereçam riscos as


pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio da empresa.

A emissão de uma AST é recomendada para:

Trabalhos com emissão de Permissão de Trabalho (PT);


Trabalhos não rotineiros, modificados ou executados excepcionalmente
de maneira não convencional ou não prevista nos procedimentos;
Trabalhos em que os procedimentos estabelecidos não podem ser
aplicados na sua totalidade ou geram dúvidas;
Trabalhos críticos para SMS com histórico ou potencial de acidentes, e
que não tenham procedimento escrito;
Quando há tripulantes recém-familiarizados com a tarefa ou embarcação.

As discussões e o planejamento devem ser realizados após uma avaliação das


condições e no local onde ocorrerá o trabalho, levando em consideração
vários itens, como o cenário do trabalho, duração do trabalho, pessoal
envolvido, condições locais, isolamento da área, ferramentas e
equipamentos necessários, preparação da área, necessidade de bloqueio e
etiquetagem, necessidade de descontaminação e/ou inertização,
equipamentos de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual.

São exemplos de riscos queda de mesmo nível, queda ou projeção de


materiais sobre pessoas, choque elétrico, contato ou manuseio de produtos
químicos perigosos, contato com superfície quente, prensamento,
esmagamento, contato com superfícies móveis e rotativas, exposição a
ruído, ergonomia, exposição a agentes biológicos, entre outros.

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28 – Plano de Segurança do navio

O Plano de Segurança é um item de bordo obrigatório, que deve estar fixado


para consulta todos os tripulantes e passageiros, no passadiço, na praça de
máquinas e em lugares de grande frequência e visibilidade do navio (áreas
comuns).

Este plano consiste na esquematização de várias vistas do navio, incluindo


todos os pisos (deck) e convés do tijupá, indicando a localização de todos os
equipamentos de salvatagem coletivos e individuais, a localização dos
pontos de reunião, as saídas de emergência, as portas estanques, rotas de
fuga, sistemas de detecção, proteção e combate a incêndio, entre outras
informações pertinentes a segurança da tripulação e do navio.

Este plano deve conter uma legenda indicando o significado de toda a


simbologia utilizada. Deve ainda ser legendado na língua mais usual
utilizada pelos tripulantes a bordo e em inglês.

O Plano de Segurança precisa estar atualizado e toda a tripulação deve


conhecer o documento e a utilização correta de todos os seus recursos.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

29 – Sinalização e instruções de seguranças

De modo a garantir a chamada de atenção para as condições dos


equipamentos de segurança instalados a bordo, assim como para a
melhor identificação dos meios de fuga e salvamento em caso de
acidente ou emergência, são utilizados a bordo um conjunto de
sinais e instruções internacionalmente padronizados que, na sua
grande maioria, fazem recurso a símbolos, figuras ou desenhos
minimizando a necessidade de recurso à informação escrita, e que
sejam facilmente reconhecíveis e entendidos pelos marítimos,
independentemente de sua nacionalidade.

Esta sinalização por ícones padronizados obedece a um conjunto de regras


internacionais e devem ser impressas em material fotoluminescentes, de
modo a facilitar a sua visualização e leitura em ambiente escuro, por ocasião
de blackout.

A IMO também normalizou um conjunto de cartazes para serem fixados


junto a alguns equipamentos de segurança com instruções contendo o modo
correto de utilização.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

30 – Encalhe

Os navios, normalmente encalham de proa, pois é mais frequente este tipo


de acidente acontecer com o navio navegando avante. Quando o encalhe
acontece na praia-mar, a sua solução se torna mais complexa pois não há os
benefícios da alteração do nível das águas pelo efeito da variação das marés,
tornando o desencalhe mais difícil, acrescentando ainda o perigo de,
durante a vazante, o navio perder a sua estabilidade transversal por falta de
impulsão para garantir a sua posição direita.

No caso de encalhe, deve-se:

Sondar em volta do navio com prumo de mão de modo a avaliar as


possibilidades de proceder a operações de desencalhe pelos próprios
meios;
Verificar o estado e evolução da maré;
Colocar bombas de esgoto, de lastro e de carga e gerador de emergência
em estado de prontidão;
Colocar todo o equipamento de combate a incêndios em estado de
prontidão;
Avaliação sumária dos danos no casco, anteparas e estrutura do navio, e
da possibilidade de se tomarem medidas rápidas de controle,
principalmente evitando o embarque de águas;
Sondagem de tanques, porões, cavernas, coferdam, e duplos- fundos;
Esgoto, lastragem ou deslastramento de águas de lastro de modo a
equilibrar o navio para reduzir os efeitos da perda de estabilidade e/ou
facilitar as manobras de desencalhe;
Preparação dos ferros e amarras para escoramento do navio enquanto
aguarda a variação da maré ou o socorro;
Solicitar meios externos de assistência como rebocadores ou outros, e
informar as autoridades marítimas;

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

Pear a carga e objetos soltos, e movimentar a carga apenas se for melhorar


a estabilidade;
Em caso de encalhe, nunca abandonar o navio através de salto para a
água ou para terra, a fim de evitar acidentes pessoais graves.

As principais causas do encalhe são:

Mau tempo, nevoeiro, correntes inesperadas e arrebentação;


Avaria na máquina ou no leme;
Cartas e publicações náuticas desatualizadas, inexistentes ou
deficientemente elaboradas;
Erros de navegação;
Erro humano.

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31 – Água aberta:

O navio pode fazer água através de muitos tipos de furos. Podem acontecer
perfurações no casco, provocadas por colisões com pedras, cais, outras
embarcações, objetos flutuantes, etc. Pode haver água aberta através de
válvulas de fundo, eixos que tenham contato com o meio externo, etc.

Devemos ter cuidado com a manutenção dos equipamentos que possam


causar esses tipos de vazamentos, fazendo manutenções periódicas e
inspeções frequentes.

No caso de uma situação de água aberta precisamos atentar aos seguintes


procedimentos básicos:

Sondagem de tanques, porões e cavernas;


Avaliação sumária dos danos e da possibilidade de medidas rápidas de
controle;
Esgoto das águas de lastro e águas entradas pelos rombos;
Proceder a lastragens ou deslastramentos de tanques do navio conforme
instruções, para equilibrar o navio e limitar a entrada de água;
Utilizar técnicas de tamponamento com a utilização de diversos tipos de
materiais para evitar a entrada de água nos compartimentos estanques;
Fechamento de portas estanques;
Avaliação de esforços no casco, anteparas e estrutura do navio;
Preparação do gerador de emergência e das bombas de esgoto;
Preparação de ferros e amarras para fundeio de emergência;
Preparar os meios de salvatagem se a situação e a sua evolução o
determinar;
Solicitar meios externos de assistência como rebocadores, navios ou
outros, e informar as autoridades marítimas;
Pear a carga e objetos soltos;
Atracar no porto mais próximo.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

As principais causas da água aberta são:

Objetos à deriva / vigia deficiente ou inexistente;


Baixios e rochas submersas;
Falhas estruturais ou mecânicas;
Ondulação e mau tempo;
Abalroamento;
Erro humano.

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50 DDS VOLTADOS PARA
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32 – Escorregamento de carga:

No caso de escorregamento de cargas deve-se:

Pear a carga e objetos soltos, movimentando apenas se favorecer a


estabilidade;
Sondagem de tanques, porões e cavernas;
Transferir combustíveis para equilibrar convenientemente o navio;
Proceder a lastragens ou deslastramentos de tanques do navio conforme
instruções;
Avaliação de esforços no casco, anteparas e estrutura do navio;
Preparação de ferros e amarras para fundeio de emergência;
Preparar os meios de salvatagem se a situação e a sua evolução o
determinar;
Solicitar meios externos de assistência com rebocadores, navios ou outros,
e informar as autoridades marítimas;
Atracar no porto mais próximo.

As principais causas do escorregamento de carga são:

Mau tempo;
Carga mal peada;
Utilização de material de peação deficiente;
Falta de vigia;
Excesso de carga.

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50 DDS VOLTADOS PARA
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33 – Adernamento:

Quando esta situação ocorre a perda de vidas humanas é muito frequente,


pois o navio ao “fazer da quilha portaló”, dificilmente permitirá aos
tripulantes o uso dos recursos de salvatagem, e nesses casos, normalmente as
saídas para o exterior ficam bloqueadas.

Neste caso, em primeiro lugar é preciso encontrar as bolsas de ar que sempre


se formam no interior do navio para assegurar a própria sobrevivência até a
chegada de socorro externo. Sempre que possível deverão ser produzidos
ruídos que indiquem para as equipes de salvamento a localização mais
precisa no interior do navio.

A melhor forma de lutar contra o adernamento é evitando os riscos que


possam conduzir a uma situação deste tipo. Recomenda-se então:

Garantir sempre a existência de um bordo livre adequado, isto é, não


sobrecarregar o navio;
Ter especial cuidado ao fazer o carregamento do navio, garantindo as
melhores condições de estabilidade com adequada distribuição de carga a
bordo.

As principais causas em casos de adernamento são:

Pura perda de estabilidade;


Rebentamento de onda de grandes dimensões sobre o convés;
Ondas síncronas que causam grandes ângulos de balanço;
Efeitos de ressonância entre os ciclos das ondas e o balanço do navio;
Perda do governo do navio.

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50 DDS VOLTADOS PARA
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34 – Homem ao mar

No caso de alguém cair na água não podemos esquecer que é fácil perder a
pessoa de vista, pois na grande maioria dos casos não é possível parar o navio
em curto espaço de tempo, e quando alguém está dentro de água, a única
parte do corpo que tem à superfície é geralmente a cabeça.

As principais ações de emergência para a tripulação são:

Gritar “HOMEM AO MAR POR Boreste/Bombordo” (indicar o bordo por


onde caiu o tripulante ou passageiro);
Atirar uma boia ou objeto flutuante na água, com objetivo de marcar o
local e permitir que o náufrago tenha perto de si um objeto flutuante para
se agarrar;
Lançar em seguida uma nova boia ou objeto flutuante com objetivo de
marcar a zona em que caiu o naufrago;
Marcar o náufrago, sempre apontando para a pessoa e não desviar nunca
os olhos do náufrago ou da boia que lançou.
Se for a noite, ascender o projetor mais próximo ou holofote de busca;
Avisar o passadiço via telefone, fonoclama, boca de ferro, vhf portátil ou
ponto de alarme mais próximo, indicando que caiu um homem à água e
qual o bordo por onde caiu, para ser marcada a posição do evento.

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50 DDS VOLTADOS PARA
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Procedimento recomendado na sequência do alarme

No passadiço, o pessoal de quarto, em particular o oficial, deverá tomar de


imediato as seguintes medidas:

Parar a máquina;
Carregar o leme todo ao bordo por onde o homem caiu;
Chamar o marinheiro de quarto para o leme;
Largar a boia de “Man over board” que se encontra na asa do passadiço;
Marcar de imediato a posição de queda do homem, na carta náutica e no
GPS;
Avisar imediatamente o Comandante;

As principais causas que favorecem uma situação de homem ao mar são:

Bordas falsas ou balaustradas reduzidas, baixas ou inexistentes;


Balanço excessivo;
Convés escorregadios ou desarrumados;
Mau tempo;
Excesso de álcool ou estupefacientes;
Operações de pesca;
Operações fora da borda.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

35 – Abalroamento

O abalroamento é a colisão com outro navio, objeto flutuante ou estrutura


fixa no mar ou em terra.

Entre as tarefas necessárias no caso de acontecer uma emergência deste


gênero, recomenda-se:

Socorrer feridos, acidentados e pessoas que tenham caído na água;


Avaliação sumária dos danos no casco, anteparas e estrutura do navio, para
controle e resposta rápida, visando evitar o embarque de águas (água
aberta);
Colocar bombas de esgoto, de lastro e de carga e gerador de emergência
em estado de prontidão;
Colocar todo o equipamento de combate a incêndios em estado de
prontidão;
Sondagem de tanques, porões, cavernas, coferdames, e duplos fundos;
Esgoto, lastragem ou deslastramento de águas de lastro de modo a
estabilizar o navio para reduzir os efeitos do embarque de água do mar;
Fechamento de portas estanques;
Preparação de ferros e amarras para fundeio de emergência;
Avaliar danos no outro navio ou nas estruturas colididas e prestar a
assistência necessária;
Preparar os meios de salvatagem se a situação piorar;
Solicitar meios externos de assistência como rebocadores ou outros, e
informar as autoridades marítimas;
Pear a carga e objetos soltos, e movimentar apenas se favorecer a
estabilidade;
Atracar no porto mais próximo, caso possível.

Principais causas do abaroamento:

Vigia deficiente ou inexistente;


Mau tempo;
Desrespeito pelas regras de navegação;
Avaria da máquina ou do leme.

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36 - Tecnologia em manutenção como aliada da segurança

Reduzir riscos, eliminar acidentes de trabalho, minimizar doenças


ocupacionais e proteger a integridade e o desempenho dos colaboradores.
Essas ações devem sempre orientar os valores das organizações em relação
ao planejamento e a execução de medidas
de segurança. Dessa forma, garante-se que, ao final de cada jornada,
os colaboradores possam retornar ao seus lares sem nenhuma lesão e com
saúde.
Desastres e tragédias como os que ocorreram em Mariana e Brumadinho, no
estado de Minas Gerais, além de outros recentes eventos danosos à vida
humana nos mostram a real necessidade em desenvolver e adotar
tecnologias de prevenção e segurança. Soluções como softwares, aplicativos
e dispositivos são desenvolvidos cada vez mais para ajudar a garantir
segurança e saúde, além de preservar o meio-ambiente.

Aplicação de acordo com as normas

Uma solução tecnológica voltada para esses tópicos deve ser também
elaborada e aplicada em consonância com as normas regulamentadoras
(NRs). Um exemplo é o IBM Maximo HSE (Health, Safety and
Environment), software desenvolvido com a tecnologia IBM e oferecido
pela Maxinst. O objetivo dessa solução é fornecer um conjunto de módulos e
aplicações capaz de suportar e auxiliar em questões ambientais, de
segurança e de saúde. As aplicações do IBM Maximo HSE envolvem:

Análise de Risco e Matriz de Risco


Especificações dos perigos, severidades e probabilidades de
ocorrência e cálculo de nível de risco.

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Gestão de Mudanças (MOC)
Permite que os clientes ofereçam suporte aos requisitos de mudança de
maneira mais robusta, com vários níveis de avaliações/aprovações,
autorização de mudança e ações de pré e pós-inicialização.

Permissão de Trabalho
Pode ser utilizada com uma ou mais ordens de serviço (OS) e permite um
gerenciamento mais eficaz de riscos no local de trabalho. Também pode ser
gerada com base em uma ordem ou tarefa de trabalho existente.

Lockout/Tagout
Especificam um plano de isolamento para ativos ou locais para garantir a
segurança da planta. Os planos descrevem como remover os recursos de
trabalho e colocá-los de volta ao serviço.

Gerenciamento de Isolamento
Planejamento para isolamento do equipamento/posição, evitando
acidentes.

O software pode ainda auxiliar no controle de certificados de autorização de


trabalho, tais como NR-1 (disposições gerais e gerenciamento de riscos
ocupacionais), NR-10 (para eletricistas) e NR-35 (para serviços em altura),
informando com antecedência caso necessitem revalidação. Caso haja algum
certificado expirado, o sistema pode auxiliar o programador a não designar
serviços para
aquele técnico ou especialista até que seja revalidado.

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Dados para garantir procedimentos de segurança

O IBM Maximo HSE pode ainda auxiliar equipes de manutenção ou


instalação na elaboração de plano de segurança. Desse modo, informações
relativas à mitigação de riscos, precauções, materiais perigosos e sequência de
tagout e lockout são associadas ao sistema de gerenciamento de ativos ou
manutenção. Com essa aplicação, o software colabora para estabelecer o
correto procedimento de segurança dos colaboradores.
Em aplicativos móveis, essa solução pode ser usada para reportar um
incidente ocorrido ou até mesmo com risco de vir a ocorrer. Assim, essas
informações podem ser conduzidas para uma investigação ou adoção de
medidas preventivas ou corretivas. Os dados coletados por essas soluções
tecnológicas são analisados e convertidos em KPIs (Key Performance
Indicators) como Taxa de Frequência de Acidentes e Taxa de Gravidade de
Acidentes, por exemplo.

Muito além do diferencial

Um sistema robusto de gestão de ativos e a definição de ações preditivas e


preventivas são fundamentais para evitar falhas, reduzir custos, evitar
comprometimento da segurança no trabalho e agir de acordo com políticas
de respeito ao meio ambiente. Para atender plenamente essas questões, a
Maxinst é certificada e capacitada a implantar, sustentar e suportar soluções
IBM no Brasil, para gestão de ativos, além de computação em nuvem.. Aliar
tecnologias da Quarta Revolução Industrial - adequadas às necessidades das
organizações - à questões como saúde, segurança e meio ambiente é muito
mais do que uma vantagem competitiva para as empresas. Trata-se de, ao
adotar soluções como o IBM Maximo HSE ou sistemas do tipo EAM
(Enterprise Asset Management), fazer parte das mudanças profundas no
mercado e elevar o nível de maturidade digital da organização.

Newanderson Gomes e Jorge Rocha

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

37 – Naufrágio / Abandono do navio

Em caso de naufrágio (afundamento do navio), situação em que o abandono


do navio se torna real, o procedimento imediato a se adotar é:

Ao soar o Alarme Geral de Emergência:

Vestir roupa quente adicional e o colete de salvatagem, colocar um


chapéu, gorro, boné ou capacete na cabeça;
Avisar os companheiros que estão de quarto de serviço ou descansando;
Dirigir-se de imediato para o ponto de encontro que lhe está atribuído no
Plano de Segurança;
Aguardar instruções do Comandante;
Executar as tarefas que estão atribuídas na Tabela Mestra, ou outras que
sejam designadas pelo Comandante.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

38 – Cargas a granel

Os navios que transportam este tipo de cargas, exigem um constante


acompanhamento e vigilância da carga, com objetivo de prevenir eventuais
alterações na estabilidade do navio, destravamento nas cargas de granéis
sólidos, escorregamentos da carga, alteração de calados e caimento do navio.

Atentar sempre às necessidades de transferências de carga e/ou lastro, para


evitar fugas de cargas líquidas, derrames, alteração dos níveis da água pela
variação das marés, etc.

O Código Marítimo Internacional para Cargas Sólidas à Granel (IMSBC),


adotado pela Resolução MSC.268(85) em caráter obrigatório a partir de
01/01/2011, de acordo com a Regra VI/1-2 da Convenção SOLAS, é todo
dedicado a estes tipos de carregamentos, trazendo procedimentos
específicos para esta atividade.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

39 – Trabalhos em mastros e no costado

Estes tipos de trabalhos são de alta periculosidade, devido à altura em que


normalmente ocorrem, e posições adotadas pelos trabalhadores.

O balanço a que estão sujeitos e o espaço que têm disponível, obrigam à


utilização de equipamento específico como por exemplo:

Cinto de segurança, talabartes, trava-quedas, redes de proteção, cabos guia,


assistência de colegas e etc, de acordo com a NR 35.

O tripulante precisa estar apto para a atividade, e isso precisa estar


constando no ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) do profissional.

No costado, as obrigações são parecidas, e deve-se ainda ter


disponível no convés, perto do local de trabalho, uma boia de
salvatagem. O tripulante deve trabalhar sobre uma prancha e equipado com
colete de salvatagem, e preso a uma estrutura fixa a bordo.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

40 – Trabalhos em espaços confinados 

Quando se desenvolvem trabalhos em espaços confinados devem observar-


se os seguintes princípios básicos:

O trabalho deve ser previamente autorizado pelo Comandante e ser


emitida a Permissão de Trabalho;
Os espaços onde irão decorrer os trabalhos devem ser abertos e ventilados
antes de se iniciar a atividade e durante a sua realização;
Todos os objetos que possam produzir faíscas devem ser retirados do
local;
Nunca se deve iniciar um trabalho e/ou penetrar num local fechado sem
estar autorizado e apoiado por um colega e a ele ligado por cabo de
segurança mantendo-se um sistema de comunicação constante e fiável;
Utilizar os equipamentos ou protetores respiratórios adequados aos
potenciais riscos das atmosferas do local;
As permanências nos locais devem ter a duração estritamente necessária
para a execução dos trabalhos;
Deve haver um sistema de apoio de prevenção para ocorrer a eventual
ignição de incêndios e/ou prestar os primeiros socorros a trabalhadores
acidentados no interior dos locais.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

41 – ISPS Code nos Portos

O Código Internacional para Segurança de Navios e Instalações Portuárias


(ISPS Code) é uma norma internacional de proteção para controle de acessos
e monitoramento.

No Brasil, as inspeções dos terminais e as concessões dos certificados são


responsabilidade da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos,
Terminais e Vias Navegáveis (Conportos), seguindo o código internacional
passado pela Organização Marítima Internacional (IMO).

A Conportos é composta pelo Ministério da Justiça, Ministério da Defesa,


representado pelo Comando da Marinha, Ministério da Fazenda, Ministério
das Relações Exteriores e pelo Ministério dos Transportes.

O código estabelece delimitações de área portuária, restrição de acesso,


cadastramento e controle de circulação através de sistema de vigilância nos
limites das instalações portuárias e cais, além de procedimentos durante a
navegação e antes da chegada do navio no porto, como por exemplo ter
informada suas últimas dez posições anteriores, passíveis de inspeções,
quarentena, etc.

Prevê ainda que haja uma avaliação de Risco e Institucionalização de um


Plano de Segurança submetido à certificação e auditoria pela Conportos.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

São exemplos de boas práticas de proteção nos Portos:

Balanças rodoviárias e scanners nos portões de acesso;


Controle de acesso com catraca;
Cercas e muros;
Câmeras de segurança;
Gerador de energia e sistema de iluminação satisfatórios em todas as
áreas no porto.

São exemplos de incidentes de proteção nos Portos:

Roubo e "pirataria";
Acesso de pessoal não autorizado/clandestinos;
Embarques de drogas;
Ataques físicos à instalação portuária.

São estabelecidos também três níveis de proteção:

• Nível 1: É o nível para o qual medidas mínimas adequadas de proteção


deverão ser mantidas durante todo o tempo.

• Nível 2: É o nível para o qual medidas adicionais adequadas de proteção


deverão ser mantidas por um período de tempo como resultado de um risco
mais elevado de um incidente de proteção.

• Nível 3: É o nível para o qual medidas adicionais específicas de proteção


deverão ser mantidas por um período limitado de tempo quando um
incidente de proteção for provável ou iminente, embora possa não ser
possível identificar o alvo específico.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

42 – Manobras

O navio executa diversos tipos de manobra durante a sua operação –


atracação, desatracação, reboque, entradas e saídas de docas secas, fundeio e
suspender, etc.

Na maioria delas, se recorre o uso de cabos, amarras, guinchos, cabrestantes,


paus de carga, etc.

Na manobra de cabos deve-se:

Dar a terra o cabo mais conveniente, não o deixando em tensão excessiva;


Evitar dar a volta a um cabo com o navio ainda em movimento;
Afastar-se dos cabos em perigo de ruptura;
Depois da manobra, deve-se colher os cabos e manter o convés
organizado.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

43 – Assistência ao embarque e/ou desembarque de pessoas

Durante o embarque e/ou desembarque de pessoas, o tripulante de serviço ao


portaló deve assegurar-se que:

A escada/prancha do portaló está protegida por rede de modo a reduzir o


risco de quedas na água;
Assegurar-se que as balaustradas e respectivos cabos de proteção estão fixos e
corretamente montados;
Vigiar a inclinação da escada/prancha tendo em conta a evolução da maré;
Garantir que os degraus ou piso da prancha estão limpos de modo a evitar
derrapagens pelos utilizadores.

No caso do embarque de Prático, o marinheiro deve assegurar-se que a


combinação da escada de portaló (obrigatória para navios com bordo livre
superior a 9 metros) está corretamente montada, e que a amarração da escada
ao navio está firme, e que a sua posição acima da linha de água está dentro das
normas.

Para além disso deve assegurar- se que junto da escada, está disponível uma
boia equipada de luz e uma retinida. O tripulante (oficial ou marinheir) que
assiste ao embarque/desembarque do Prático deve estar munido de VHF para
comunicação com o passadiço.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

44 – Planos SOPEP

Os planos SOPEP - Shipboard Oil Pollution Emergency Plan (SOPEP), estão


previstos na regra 26 do anexo I da MARPOL, e visam consciencializar as
tripulações para a importância da preparação para a ocorrência de situações
de emergência através da institucionalização dos exercícios e treinos
regulares, e padronizam os procedimentos de comunicação e combate à
poluição por óleos e derivados.

O conteúdo do plano SOPEP deve prever:

A quem notificar: representante ambiental, órgão ambiental, autoridade


portuária;
Quando notificar: em qualquer ocorrência de poluição;
Como notificar: pelo meio mais rápido existente a bordo;
O que notificar: Relatório Inicial.

Deve ainda definir os tipos de exercícios e treinamentos, que devem ter uma
periodicidade mensal, a realizar a bordo no caso de Derrames Operacionais
(derrames de redes, transbordo de tanques e etc.); e procedimentos
mitigadores após Situações de Emergência (encalhe, colisão e etc.).

Anualmente deve ainda ser conduzido pelo menos um exercício envolvendo


a tripulação do navio, as autoridades portuárias e o pessoal de operação dos
terminais.

Obriga ainda à existência a bordo de um kit de controle e combate à


eventuais derrames, veja alguns itens que compõe o kit SOPEP:

Serragem;
Mantas absorventes;
Vassouras, rodos e pás plásticas;
Botas de cano longo e luvas de borracha;
Dispersante;
Baldes plásticos;
Barreiras flutuantes (em particular no caso dos navios petroleiros).

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

45 - Tabela fonética internacional

O código internacional de sinais (CIS) utilizado pela navegação marítima


serve de comunicação entre dois ou mais navios, podendo ser representado
por código NATO, código Morse ou um conjunto de bandeiras

O objetivo do Código Internacional de Sinais (CIS) é prover meios e


significados de comunicação essencialmente relacionados a segurança de
navegação e de pessoas, especialmente quando há barreiras e dificuldades
entre idiomas distintos.

Veja alguns sinais de uma só letra, e seu respectivo significado:

A (alfa) – Tenho mergulhador na água;


B (bravo) – Estou movimentando carga perigosa;
G (golfe) – Necessito de piloto;
H (hotel) – Tenho piloto a bordo;
O (oscar) – Homem ao mar;
W (whisky) – Preciso de assistência médica.

Sinais de socorro

Havendo a possibilidade de ser avistado por outo navio ou por meios de


socorro sediados em terra, um navio em perigo, pode solicitar ajuda através
de sinais visuais de socorro, isolados ou combinados.

Os sinais visuais de socorro são:

Içar o grupo de bandeiras NC do CIS no mastro de sinais;


Lançamento de fumígeno laranja;
Lançamento de sinais de paraquedas, foguetes ou bombas de estrelas
vermelhas;
Emissão de som contínuo do apito, sirene ou buzina de nevoeiro;
Pintar uma zona laranja no convés, com símbolo preto para identificação
aérea;
Tripulante fazendo movimentos lentos com os braços estendidos
lateralmente, para cima e para baixo.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

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PORTOS E NAVIOS

46 - Álcool & drogas

Os efeitos do álcool, das drogas e de alguns medicamentos, causa reflexos,


fadigas, reações e comportamentos inadequados e inseguros a bordo.

Visando minimizar esses efeitos a bordo, as convenções internacionais, em


particular a SOLAS e a STCW, tendem a não permitir ou a limitar o
consumo a bordo dessas substâncias.

No que diz respeito à política de drogas, a regulamentação nacional e


internacional proíbe completamente o consumo e a entrada a bordo.

A taxa máxima de álcool que um tripulante pode apresentar não pode ser
superior a 0,05% ou 0,25 mg/l no sangue. A Solas requer que qualquer
tripulante envolvido nas manobras do navio e nos serviços de quartos, não
ingira qualquer bebida alcoólica nas 6
horas imediatamente anteriores à realização das mesmas.

"Muitas empresas nacionais e internacionais já adotam em suas regras


internas a política de Álcool ZERO."

O código ISM, mais rigoroso, proíbe ao pessoal que participa nas manobras
do navio, a ingestão de qualquer bebida alcoólica no período das 6 horas
imediatamente anteriores à manobra.

A convenção SOLAS, quando regulamenta a taxa de álcool máxima a


bordo, permite que o armador fixe para os seus navios, a Tolerância
Zero, isto é, taxa máxima de álcool igual a ZERO.

O controle da taxa de álcool pode ser feito:

Por realização de exame clínico prévio ao embarque;


Por amostragem aleatória ou geral;
Em certos terminais de petroleiros, as autoridades locais podem exigir
que toda a tripulação antes das manobras seja sujeita a testes de
bafômetro;
Durante as inspeções do Estado do Porto.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

47 – Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Esta área complementa a segurança marítima, pois sem trabalho seguro e


responsável, não há atividade marítima eficaz. Assim, com base nas
Convenções da OIT, o tripulante tem o dever de:

Conhecer os direitos e deveres neste assunto;


Utilizar o equipamento de proteção individual;
Vigiar a saúde física e mental através de exames periódicos (ASO);
Informar de imediato qualquer acidente de trabalho a bordo e à Empresa
para efeitos de socorro, assistência e transporte;
Não efetuar descargas de lastro, resíduos líquidos bem como
hidrocarbonetos usados para os rios ou mares, assim como lixos, os quais
se devem se realizar a coleta seletiva.
Vistoriar regularmente os meios de salvatagem e assegurar- se que os
equipamentos de primeiros socorros, combate a incêndios, de evacuação e
de recuperação de náufragos estão em bom estado, bem identificados e
acessíveis.
Manter a “Farmácia de Bordo” com os medicamentos na data de validade e
em conformidade com a lista recomendada por lei.
Fazer uso dos seus conhecimentos técnicos, profissionais e sociais para
prover um bom ambiente de trabalho a bordo e um eficiente serviço de
transporte marítimo.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

48 – Movimentação de cargas

O içamento de cargas é uma atividade realizada constantemente na industria


naval e offshore.

Os equipamentos utilizados são muito úteis e eficientes, porém há alto risco


na atividade, incluindo tombamento, queda da carga e outros. Por isso, a
segurança deve ser a principal preocupação dos trabalhadores envolvidos
nessas atividades.

Dicas de Segurança para Içamento de Cargas:

Mantenha os equipamentos com a manutenção em dia e em perfeito


estado de conservação;
O local de instalação dos equipamentos deve ter estabilidade comprovada
através de análise técnica;
Sempre ter informações como peso, dimensões, centro de gravidade, a
respeito da carga a ser içada (Equipamentos certificados);
Os operadores devem ser treinados e possuir certificação para operação
dos equipamentos;
Manter apenas um operador capacitado para orientar o içamento da
carga;
As cargas sempre deverão ser erguidas na vertical, sem arrastar.
Isolar e sinalizar a área que ocorrerá a movimentação da carga.
Nunca passar sobre cargas suspensas;
Desenergizar e bloquear as redes elétricas próximas à área de içamento da
carga para evitar acidentes;
Utilizar cabos guias para auxiliar a movimentação e posicionamento da
carga- Nunca tocar em uma carga que esteja sendo içada;
Inspecionar todos os acessórios a serem utilizados conforme o tipo de
carga antes do içamento;
Verificar a velocidade do vento antes de iniciar as atividades de içamento.
Ele influencia diretamente na movimentação da carga;
Elaborar e tornar conhecido de todos os envolvidos na movimentação,
um plano do içamento de cargas;
Verifique o gancho (gato) se não está muito aberto e se há trava de
segurança.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

A movimentação de carga só pode ser feita após abertura de Permissão de


Trabalho.

Ao ser observado qualquer condição insegura ou anormal no local ou no


equipamento, suspenda a operação imediatamente e relate aos responsáveis.
Só retome a atividade quando o local ou o equipamento for avaliado e
liberado por um profissional habilitado.

Os equipamentos e caminhões devem ter sensor sonoro de marcha ré para


alerta.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

49 – Trabalho em altura

Os trabalhos em altura representam os acidentes mais graves na indústria


naval e offshore, por isso, eles devem ser realizados com segurança e de
acordo com as normas.

A NR-35 considera trabalho em altura toda atividade executada acima de


2,00 m (dois metros) do nível inferior.

Considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que foi


submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, ter realizado
exames admissionais e periódicos e passado por avaliação médica.

Realizar a Análise Preliminar de Risco da Tarefa, ou Análise de Segurança da


Tarefa (AST), para identificar todos os riscos que envolvem a atividade.

Uso do Cinto de Segurança

É obrigatório o uso de cinto de segurança tipo paraquedista para trabalhos


onde haja risco de queda com duplo talabarte. Pode-se usar também trava-
quedas e trava-quedas retrátil.

Andaimes e Cimbramentos – Liberação

Atividades em andaimes e cimbramentos só poderão ser realizadas se os


mesmos atenderem os requisitos normativos (checklist) e possuírem placa
de identificação "liberado", devidamente assinada pelo responsável da
montagem e por um profissional de segurança.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

Instalação de Linhas de Vida

O trabalho em local onde não haja possibilidade de fixação do cinto de


segurança, deve ser instalado a linha de vida, ou cabo guia, para fixação do
mesmo.

Instalação de Guarda-corpo

Em mastros e outras edificações verticais devem ser instalados guarda-corpos


(h=120cm) em todo o seu perímetro.

Fixação de Equipamentos e Ferramentas

Ferramentas e equipamentos deverão subir, descer e permanecer amarrados


caso o mesmo não esteja sendo utilizado.

Escadas de Acesso

Escadas de acesso a partir de 2,0 m devem ser dotadas de guarda corpo ou ter
acesso interno.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

50 – Trabalho a quente

Soldadores e mecânicos são alguns dos profissionais que trabalham em áreas


ou equipamentos que produzem centelhas ou geram aquecimento, sendo por
isso classificados como profissionais de trabalho a quente. A área é
reconhecida pela NR 34, que trata das condições e meio ambiente de trabalho
na indústria da construção e reparação naval.

Na indústria Naval e Offshore, diversas atividades são realizadas com


máquinas e equipamentos que produzem chamas abertas e aquecem seu
interior, afetando a temperatura do espaço onde os trabalhadores executam
sua rotina profissional. Por esta situação oferecer riscos ao trabalhador, é
fundamental que os padrões de segurança sejam seguidos, para ajudar a
prevenir acidentes de trabalho.

Vale destacar que, no trabalho a quente, o risco de ocorrerem explosões e


incêndios é grande, e é necessário todo o suporte para evitar que esses
acontecimentos ocorram.

Principais medidas de segurança para trabalho a quente:

Monitorar o trabalho;
Treinamentos de aperfeiçoamento e adaptação;
Equipamentos de combate a incêndio próximos e disponíveis;
Limpeza e organização do local de trabalho;
Realização de Análise de Segurança da Tarefa;
Utilize sempre anteparos antichama para a proteção dos demais
trabalhadores no entorno do serviço;
Não permitir a presença de pessoas próximas aos locais das atividades;
Isolar e sinalizar a área.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

DDS EXTRA - JOGO DOS ERROS!

Descubra abaixo os desvios nesse navio, e vamos navegar


rumo a uma cultura de segurança madura e sustentável.

Arte e criação: Bruno Silva

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

E nessa base de manutenção, será que há desvios?

Arte e criação: Bruno Silva

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

GLOSSÁRIO MARÍTIMO

Abicada: Embarcação encontra-se abicada quando navega com a proa baixa,


ou seja, calado a vante maior que calado a ré.

Água de Lastro: Recurso usado pelas embarcações, que por meio de tanques
específicos armazenam água para manter a estabilidade de seus navios,
adequando estes à disposição das cargas.

Amarra: Cabo ou corrente que prende o navio à âncora (ferro).

Amarrador: Pessoa que efetua a amarração ou desamarração do navio nos


cabeços do cais, consolidando a atracação/desatracação.

Âncora: Comumente chamada de ferro, é utilizada para fundear o barco.

Antepara: Anteparas são "paredes" longitudinais ou transversais cuja função


pode ser delimitar espaços, fortalecer a estrutura ou garantir a estanquidade
de um compartimento.

Apoio Marítimo (Offshore): É a realizada para o apoio logístico a


embarcações e instalações em águas territoriais nacionais e na Zona
Econômica, que atuam nas atividades de pesquisa e lavra de minerais e
hodrocarbonetos.

Apoio Portuário: A navegação de apoio portuário é aquela que é realizada


exclusivamente nos portos e terminais aquaviários, para atendimento a
embarcações e instalações portuárias.

Atracação: Ato ou efeito de um navio atracar num porto ou terminal


privativo, ou a contrabordo (ao lado) de outra embarcação.

Avaria: Prejuízos e danos causados aos navios e mercadorias, por violência,


choque ou outras causas diversas.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

GLOSSÁRIO MARÍTIMO

Barcaça: Embarcação de fundo chato, reforçada, usada para transportar


grandes quantidades de cargas, tais como cimento, carvão, toras, óleo, areia e
açúcar. Algumas barcaças são empurradas ou puxadas por rebocadores.
Outras são propulsionadas por seus próprios motores.

Boca de ferro: É uma espécie de alto-falante, localizada em alguns pontos da


embarcação, como convés.

Bombordo: Lado esquerdo do navio.

Bordo: Algum lado do navio.

Boreste: Lado direito do navio.

Bow Trhuster: É um equipamento propulsor que fornece maior poder de


manobra aos navios, formado por um hélice lateral embutido dentro de um
pequeno túnel no casco da proa, e localizado um pouco abaixo da linha
d’água.

Cabeço: Estrutura de ferro maciça, encravada no cais, ou aos pares, junto à


amurada da embarcação, destinada a agüentar as voltas dos cabos de
amarração.

Cabo de amarração: São as cordas de um navio. Os velhos cabos de fibras


vegetais, sisal, linho, algodão e outros, usados antigamente, foram
substituídos pelos de fibras sintéticas que, embora sejam mais caros, tem
maior durabilidade, pois não apodrecem, além de terem uma resistência à
tração cerca de 6 vezes maior.

Cabotagem: Navegação doméstica (pela costa do país).

Cabrestante: Máquina ou mecanismo para içar âncoras, suspender vergas e


levantar grandes pesos, que consiste num eixo vertical, fixo, em torno do
qual gira um tambor mais estreito no centro e mais largo nas extremidades.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

GLOSSÁRIO MARÍTIMO

Cais: Parte do porto onde atracam as embarcações.

Calado: Profundidade em que cada navio está submerso na água.


Tecnicamente é a distância da lâmina de água até a quilha do navio.

Casco: É o corpo da embarcação sem a mastreação, aparelhos, acessórios,


motores ou qualquer outro arranjo. O casco não possui uma forma
geométrica definida sendo a sua principal característica ter um plano de
simetria. Da forma adequada do casco dependem as qualidades náuticas de
um barco: resistência mínima a propulsão; mobilidade e estabilidade.

Cavernas: São as costelas da embarcação, presas a quilha, que permitem dar


forma ao casco. A caverna principal é chamada de caverna mestra e é
geralmente localizada na boca máxima da embarcação. O conjunto das
cavernas é chamado de cavername.

Chefe de Máquinas: O chefe de máquinas de um navio é a mais alta


autoridade técnica a bordo, apenas reportando ao comandante. Compete-
lhe exercer a chefia da secção de máquinas.

Comandante: O capitão ou comandante é a pessoa encarregada do comando


de um navio, é o gestor da embarcação.

Convenção MARPOL: A Convenção Internacional para a Prevenção da


Poluição por Navios (MARPOL) tem por propósito o estabelecimento de
regras para a completa eliminação da poluição intencional do meio
ambiente por óleo e outras substâncias danosas oriundas de navios, bem
como a minimização da descarga acidental daquelas substâncias no ar e no
meio ambiente marinho.

Convenção SOLAS: A Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida


Humana no Mar tem por propósito estabelecer os padrões mínimos para a
construção de navios, para a dotação de equipamentos de segurança e
proteção, para os procedimentos de emergência e para as inspeções e
emissão de certificados.

Convenção STCW: É a Convenção que estabelece padrões internacionais à


Instrução dos marítimos, emissão de certificados de qualificação para
funções a bordo e ao serviço de quarto 8nos
5 navios.
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PORTOS E NAVIOS

GLOSSÁRIO MARÍTIMO

Convés: Qualquer dos pavimentos a bordo.

Costado: É a parte do casco acima da linha d’água

Derrabada: Embarcação encontra-se derrabada quando navega com a proa


alta, ou seja, calado a vante menor que calado a ré.

Desatracação: Ato ou efeito de um navio desatracar de um porto ou


terminal privativo, ou sair do contrabordo (do lado) de outra embarcação.

Duplo-fundo: Tanques estruturais de um navio situados entre os forros


exterior e interior do casco do navio. São espaços destinados a armazenar
combustível, água potável ou simplesmente lastro.

Equipamentos de salvatagem: São equipamentos que servem para o resgate


e manutenção da vida após um acidente marítimo.

Escotilhas: Abertura feita num convés para passagem de ar, luz, pessoal ou
carga.

Fundeadouro: Área de aguardo para atracação, onde os navios ancoram.

Fundeio: Ato de ancorar o navio em área de aguardo para atracação


(fundeadouro).

Gaiúta: Armação metálica ou de madeira, geralmente em forma de telhado


de duas águas, envidraçada com que se cobrem as escotilhas destinadas à
entrada de luz e ar para o interior da embarcação.

Imediato: O imediato é o oficial cuja função vem imediatamente abaixo a


do comandante de um navio, é quem assume o comando da embarcação em
caso de incapacidade, de impedimento ou morte do capitão.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

GLOSSÁRIO MARÍTIMO

IMO: É a agência especializada das Nações Unidas, tendo como objetivo


instituir um sistema de colaboração entre governos no que se refere a
questões técnicas que interessam à navegação comercial internacional, bem
como encorajar a adoção geral de normas relativas à segurança marítima e à
eficácia da navegação.

Lastro: Qualquer corpo pesado posto no fundo ou no porão do barco para


aumentar-lhe a estabilidade. O lastro pode ser de água, areia, cascalho ou
ferro.

Linha dágua: É uma faixa pintada com tinta especial no casco de proa a
popa da embarcação.

Longo Curso: Diz-se da navegação que proporciona contato entre países.


Por isso, costuma-se dizer: mercadorias de longo curso, tarifas de longo
curso, transporte de longo curso, etc.

Marinheiro: Um marinheiro é uma pessoa que opera embarcações ou assiste


à sua operação, manutenção ou serviço.

Norma da Autoridade Marítima (NORMAM): São as Normas da Autoridade


Marítima para Embarcações, Aquaviários, Amadores, Auxílios à Navegação,
Atividades de Meteorologia Marítima, Levantamentos Hidrográficos,
Serviço de Tráfego de Embarcações (VTS), Navegação e Cartas Náuticas e
recolhimento da tarifa de utilização de Faróis (TUF). Tais normas têm como
principais objetivos a salvaguarda da vida humana no mar, a garantia da
segurança do tráfego aquaviário e a prevenção da poluição hídrica.

OIT: É uma agência multilateral da Organização das Nações Unidas,


especializada nas questões do trabalho, especialmente no que se refere ao
cumprimento das normas (convenções e recomendações) internacionais.
Tem por missão promover oportunidades para que homens e mulheres
possam ter acesso a um trabalho decente (conceito formalizado pela OIT em
1999) e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e
dignidade humanas, sendo considerado condição fundamental para a
superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da
governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

GLOSSÁRIO MARÍTIMO

Paiol: Compartimento de um navio destinado ao depósito de materiais


específicos (alimentos, bagagens, etc.)

Passadiço: Compartimento de um navio a partir do qual o mesmo é


comandado (Ponte).

Pau de carga: É um equipamento utilizado para a elevação e a


movimentação de cargas e materiais pesados.

Peação de carga: é um serviço utilizado em portos para garantir a proteção


de cargas marítimas. Através de diversos equipamentos, os materiais da
varga são presos no porão do navio ou embarcação, fazendo com que eles
não sofram danificações ao longo da viagem, ficando estáveis e seguros.

Popa: Parte posterior do navio.

Porão de navio: a parte mais baixa no interior de um navio, onde se dispõe a


carga a transportar.

Portaló: Lugar por onde se entra em um navio ou por onde passa a carga.

Portas Estanques: Portas de fechamento estanque que estabelecem ou


interceptam as comunicações através das anteparas estanques.

Praça de Máquinas: É a sala de máquinas do navio, onde concentra-se a


maior partes dos equipamentos principais e auxiliares, tais como motores,
propulsores, bobas, caldeiras, compressores, entre outros.

Prático: É o profissional que, depois de aprovado em um processo seletivo


público e devidamente treinado, trabalha diretamente com as tripulações
das embarcações durante o trânsito nas chamadas Zonas de Praticagem
(ZPs), regiões próximas dos portos onde ocorrem as manobras de atracação
e desatracação.

Proa: Parte da frente da embarcação.

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50 DDS VOLTADOS PARA
PORTOS E NAVIOS

GLOSSÁRIO MARÍTIMO

Quilha: Peça que se estende da popa até a proa na parte inferior dos navios

Rebocador: Pequena embarcação utilizada para rebocar navios ou manobrá-


los com segurança em áreas dos portos.

Sondagem: Ato de verificar o nível ou volume de água ou óleo em um


tanque, ou profundidade da água.

Subchefe de Máquinas: É o oficial que coadjuva o chefe de máquinas de um


navio, substituindo-o em caso de impedimento daquele.

Suspender: Ato de suspender a ancora do navio em área de aguardo para


atracação (fundeadouro).

Tijupá: É a parte mais alta de uma embarcação, ou seja, o convés logo acima
do passadiço.

Vigia: Abertura feita no costado para iluminação e arejamento dos


compartimentos.

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Sobre o produtor deste conteúdo:

Bruno Silva é Bruno possui mais de 20 anos de experiência nas áreas de Tecnologia e
Engenharia. Trabalhou com infraestrutura de redes, sistemas e segurança de TI. Atua
desde 2014 na função de Chefe de Máquinas em embarcações de Apoio Marítimo e
Apoio Portuário.

Com formação multidisciplinar em várias áreas de atuação, toda sua carreira foi
desenvolvida com foco em inovação e novas tecnologias, especializando-se em Smart
Maintenance (Manutenção 4.0).

conecte-se
Bruno Silva (Chefe de Máquinas | Especialista em Inovação e Manutenão
4.0)

/brunosilvarj

Fauzi Mendonça (Diretor Editorial | Coordenador de PCM | Desenvolvedor


Web)

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Cláudia Diaz (Editora-Chefe Revista Manutenção)

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APOIO:

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A Comunicarte é uma startup que atua nos quatro setores da economia,
como fornecedor de serviços de comunicação para diversos segmentos da
indústria e do comércio, com o objetivo de estabelecer um novo paradigma
de negócio online, utilizando-se de recursos e inovações tecnológicas
desenvolvidas pela Comunidade através de Software Livre, como forma de
catalisar o conhecimento através da Cultura Livre.

Idealizada e fundada em meados de 2016, a doravante Revista Manutenção é


uma publicação aperiódica, administrada e mantida por profissionais que
atuam com manutenção no setor secundário (indústria) e terciário
(comércio e serviços) da economia, dispostos à difundir informações,
artigos, opiniões, debates e eventos, para estudantes e profissionais que
atuam direta ou indiretamente com manutenção, assim como na gestão de
ativos, recursos e serviços.

AGRADECIMENTOS

Reverencio aqui todos os meus mestres, mentores, professores,


Comandantes e gestores que, direta ou indiretamente, contribuiram para o
meu crescimento pessoal e profissional através de seus talentos e expertises.

Um agradecimento especial à Revista Manutenção, pela cultura de


colaboração e contribuição com toda a comunidade profissional, e agradeço
todas as famílias dos trabalhadores, que são a principal motivação para
trabalhar com segurança, e obter os melhores resultados.

Bruno Conceição da Silva

26 de março de 2020.

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