JOSÉ POSSEBON
Julho de 2003
EFEITOS DO RUÍDO
⌠ Deslocamento temporário do limiar auditivo
* AUDITIVOS ⌠ Condutiva
Surdez profissional
Neurosensorial
Dor de cabeça
Irritabilidade
Vertigens
* NÃO AUDITIVOS Cansaço excessivo
Insônia
Dor no coração
Zumbido no ouvido
P
dB = 20 log ------
Po
Onde:
P = pressão acústica (N/m2)
Po = pressão acústica de referência (0,00002 N/m2)
Para grandes variações de pressão, teremos pequenas variações no
nível em decibeis.
O decibel pode também ser expresso pela relação logarítmica de Energia
W
dB = 10 . log -------
Wo
Onde:
W = energia (watt)
Wo = energia de referência (10-12 watts)
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU
INTERMITENTE
Entendemos como limite de tolerância para ruído, os níveis de pressão acústica e
durações diárias de cada um deles, aos quais a maioria dos trabalhadores podem estar
expostos, dia após dia, durante toda sua vida laboral, sem que disto resulte em efeito
adverso na sua habilidade de ouvir e entender uma conversação normal.
MÁXIMA EXPOSIÇÃO
NÍVEL (dBA) DIÁRIA PERMITIDA.
85 08:00
86 07:00
87 06:00
88 05:00
89 04:30
90 04:00
91 03:30
92 03:00
93 02:40
94 02:15
95 02:00
96 01:45
98 01:15
100 01:00
102 00:45
104 00:30
106 00:25
108 00:20
110 00:15
112 00:10
114 00:08
115 00:07
REGRA DOS CINCO DECIBÉIS
Para cada cinco decibéis de aumento no nível, o máximo tempo permitido de exposição
diminui pela metade.
DOSE DE RUÍDO
Como a variabilidade do nível de ruído é muito grande nos ambientes de trabalho, a
sobre exposição é estimada através da Dose de Ruído, que é a relação entre o tempo
exposto em um determinado nível e o tempo permitido nesse nível.
Texposto C1 C2 Cn
D = ----------------- (%) Dt = ------ + ----- +....................+ ------- (%)
T permitido T1 T2 Tn
16
Tpermit = _________
N – 80
_______
5
2
Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia de duração
inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo.
2) Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis, com o medidor de nível de
pressão sonora operando no circuito Linear e circuito de resposta para impacto. As
leituras devem ser feitas próximo ao ouvido do trabalhador.
O Limite de Tolerância para Ruído de Impacto será de 130 dB Linear. Nos intervalos
entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.
LT = 130 dB Linear
LT = 120 dBC - FAST
LEVANTAMENTOS DE RUÍDO
Existem dois tipos de levantamento de ruído:
1) AMBIENTAL (levantamento ponto a ponto com medições instantâneas para
conhecimento do perfil do ruído na área (rastreamento), que pode ser obtido
unindo-se os pontos de mesmo nível de ruído
2) PESSOAL (através de dosimetria de ruído para avaliação de funções,
sendo geralmente feito através de audio-dosímetros).
II) MEDIÇÕES
1) Verificação da integridade do aparelho
2) Calibração do Aparelho
3) Anotação das condições operacionais e ambientais, bem como dados da função a ser
avaliada, número de trabalhadores etc)
4) Medição próximo da região auditiva(geralmente a 1,5m do solo)
5) Posicionar o aparelho na direção do maior nível.
III) LEITURA
1) Resposta dinâmica lenta (SLOW)
2) Circuito de Compensação A
3) Tempo de estabilização de cinco segundos
4) Número de leituras é função da variabilidade do nível no local, sendo pelo menos 3
leituras anotando-se o valor médio.
5) Desprezar os picos de orígem impulsiva
6) Verificar periodicamente o nível das baterias.
Observamos que ela é função da freqüência e da intensidade e que para as freqüências mais
baixas, as perdas relativas são maiores que para as freqüências mais altas.
A intensidade também modifica essa resposta, pois para mais altas intensidades as curvas
isofônicas são mais lineares.
Como a curva de resposta do ouvido é diferente da curva do aparelho(linear), se introduziu no
medidor, um circuito que modifica uma resposta linear para uma parábola, aproximando-se da
resposta do ouvido.
Mais tarde se introduziu também o circuito de compensação D para ruído de aeroportos que são
muito intensos.
2) NORMAS DA ABNT
2) Método NIOSH - 2
dBA = dBC - Rc + 3
O valor do Rc deve ser fornecido pelo fabricante que de preferência deve fornecer o
valor do Rc nominal e do Rc compensado para condução óssea.
3) Método NIOSH-3
A avaliação deverá ser feita conforme Norma de Higiene Ocupacional 01- NHO-01 da
FUNDACENTRO ou a norma ANSI-S12.19-1996(ANSI 1996 a).
a) Avaliação Inicial
Trabalhadores que:
• Se movem com freqüência;
• Com tarefas diferentes; Monitoração mais precisa,
Ruído intermitente ou variável; ao longo de toda a
exposição
b) Avaliação Periódica
c) instrumentação
Instrumentos calibrados
Tipo 2 (ANSI-21.3-1983 e S1.DA-1985)
Para dosímetros (ANSI S1.25-1991)
Resposta atenuada (Slow)
Controles de Engenharia
Controles Administrativos Exposição menor que 85 dBA
Práticas de Trabalho
3) PROTETORES AURICULARES
Em exposição maior que 100 dBA utilizar tipo concha e inserção simultaneamente.
4) VIGILÂNCIA MÉDICA
a) AUDIOMETRIA.
• Condução óssea,
• Tons Puros e
• Limiar auditivo nas freqüências(500,1k, 2k, 3k, 4k e 6k)
Limiar p/8k também testado como fonte útil sobre a etiologia da perda auditiva.
b) Audiograma básico
Audiograma básico antes do emprego ou no máximo dentro de 30 dias
Mudança no limiar ≥ 15 dB a 500, 1k, 2k, 3k, 4k ou 6k deverá ser feito reteste imediato.
Se ocorreu uma mudança no limiar persistente, o trabalhador deverá ser informado que
sua audição deve ter sido agravada e testes adicionais deverão ser necessários.
e) Audiograma demissional
Audiograma demissional:
• Saída do emprego
• Mudança para função não envolvendo exposição a ruído nocivo
• Nas mesmas condições do audiograma básico
5) COMUNICAÇAO DE RISCO
a) Placas de aviso
Placas de aviso:
• Visíveis na entrada da área
• Visíveis nas regiões periféricas
• Escritas na linguagem predominante dos trabalhadores
• Informação verbal aos incapazes de ler os avisos
ATENÇÃO
ÁREA RUIDOSA
- Nome do trabalhador;
- Número de identificação;
- Tarefas realizadas e locais dos trabalhos;
- Histórico médico, de emprego e de exposição ao ruído;
- Datas, tempos e tipos de testes realizados(i.e. básico, anual , reteste,
confirmação);
- Horas desde a última exposição antes de cada teste;
- Limiares de audição nas freqüências recomendadas;
- Identificação do técnico que realizou a avaliação;
- A etiologia de qualquer mudança no limiar;
- Identificação do revisor.
c) Retenção do Registro
f) Normas ANSI
Todas as normas ANSI referidas deverão ser substituídas pela última versão disponível.