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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA ÁREA 1| WYDEN

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

PROJETO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO NO DISTRITO


ITABATÃ/BA.

SALVADOR – BA

2019
JULIANA CONCEIÇÃO TELES

LAIS RISLA CARDIM DOS REIS

PAULO ROBERTO CRUZ SANTOS

TINA MARA DO NASCIMENTO ARAGÃO

PROJETO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO NO DISTRITO


ITABATÃ/BA.

Trabalho acadêmico da disciplina


Projeto: Esgotamento Sanitário da
Faculdade de Ciência e Tecnologia
Área 1, elaborado pelos alunos do
curso de Engenharia Ambiental e
Sanitária, como requisito parcial da
nota.
Orientadora Prof. Luciano Ferreira.

SALVADOR – BA

2019

2
SUMÁRIO
1. DADOS GERAIS ................................................................................................................ 9
1.1. Localização .................................................................................................................. 9
1.2. Condições de acesso .................................................................................................. 10
1.2.1. Acesso Terrestre ................................................................................................. 10
1.2.2. Acesso Aéreo ...................................................................................................... 10
1.3. Características Urbanas .............................................................................................. 11
2. DADOS AMBIENTAIS DO MEIO FÍSICO E BIOLÓGICO ......................................... 11
2.1. Clima .......................................................................................................................... 11
2.2. Geologia ..................................................................................................................... 12
2.3. Relevo ........................................................................................................................ 13
2.4. Solo ............................................................................................................................ 14
2.5. Vegetação ................................................................................................................... 14
2.6. Hidrologia .................................................................................................................. 16
2.7. Poluição Hídrica ........................................................................................................ 16
3. DADOS SOCIOECONÔMICOS ...................................................................................... 16
3.1. Aspectos Socioeconômicos........................................................................................ 16
3.2. Demografia ................................................................................................................ 17
3.3. Educação .................................................................................................................... 17
3.4. Saúde .......................................................................................................................... 18
3.5. Aspectos Culturais ..................................................................................................... 19
4. SANEAMENTO BÁSICO ................................................................................................ 19
4.1. Abastecimento de Água ............................................................................................. 20
4.2. Esgotamento Sanitário ............................................................................................... 21
4.3. Resíduos Sólidos ........................................................................................................ 22
4.4. Drenagem Pluvial ...................................................................................................... 22
5. ESTUDOS POPULACIONAIS E ESTUDOS DE VAZÕES .......................................... 23
5.1 Projeção Populacional ................................................................................................ 24
5.1.1 Método Geométrico ............................................................................................ 24
5.1.2 Método Aritmético ............................................................................................. 25
5.1.3 Curva Logística .................................................................................................. 25
5.2 Escolha do método para a projeção ........................................................................... 27
5.3 Estudo de Vazões ....................................................................................................... 28
5.3.1 Contribuição PER CAPITA................................................................................ 28

3
5.3.2 Coeficiente de Retorno ....................................................................................... 28
5.3.3 Coeficientes de Variações .................................................................................. 28
5.3.4 Taxa de Infiltração .............................................................................................. 29
6. APECTOS RELEVANTES DO OBJETO DE ESTUDO, INDETIFICAÇÃO DE
PROBLEMAS POTENCIAIS NO SISTEMA E INDICAÇÕES DEPOSSIVEIS SOLUÇÕES
31
7. ESTUDOS DE CONCEPÇÃO E VIABILIDADE ........................................................... 32
7.1. Tratamento Preliminar/Primário/Terciário da Fase Líquida ...................................... 32
7.2. Tratamento Secundário da Fase Líquida ................................................................... 37
7.2.1. Tratamento Secundário da Fase Líquida (Alternativa 1) – Lagoa Anaeróbia +
Lagoa Facultativa .............................................................................................................. 37
7.2.2. Tratamento Secundário da Fase Líquida (Alternativa 2) – Lodo Ativado com
Aeração Prolongada .......................................................................................................... 44
7.2.3. Tratamento Secundário da Fase Líquida (Alternativa 3) Reator UASB + Logo
Ativado 50
7.3. Tratamento da Fase Sólida e Gasosa ......................................................................... 56
7.3.1. Tratamento Fase Solida ...................................................................................... 56
7.3.2. Tratamento Fase Gasosa ..................................................................................... 58
7.4. Viabilidade Econômica e Financeira ......................................................................... 59
8. PROJETO HIDRÁULICO ................................................................................................ 63
8.1. Dimensionamento do Tratamento Preliminar da Fase Liquida ..................................... 64
8.2. Dimensionamento Tratamento Secundário ................................................................... 68
8.2.1. Cálculo das Cargas e Concentrações ......................................................................... 68
8.3. Dimensionamento do Tratamento Terciário .................................................................. 69
9. LAYOUT DO SISTEMA DE TRATAMENTO ............................................................... 70
10. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 71

4
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - MAPA REGIONAL DO MUNICÍPIO DE MUCURI – BAHIA .............................................. 9


FIGURA 2- VIAS DE ACESSO AO DISTRITO DE ITABATÃ - BA ...................................................... 10
FIGURA 3 -TIPOLOGIA CLIMÁTICA DA REGIÃO ........................................................................... 12
FIGURA 4 - GEOLOGIA DA REGIÃO DE ESTUDO. .......................................................................... 13
FIGURA 5 - RELEVO DA REGIÃO ................................................................................................. 13
FIGURA 6 - SOLO DA ÁREA DE ESTUDO. ..................................................................................... 14
FIGURA 7 - VEGETAÇÃO DE ABRANGÊNCIA EM ITABATÃ. ......................................................... 15
FIGURA 8 - TIPO DE VEGETAÇÃO. .............................................................................................. 15
FIGURA 9 - ESQUEMA DE UM TRATAMENTO PRELIMINAR. .......................................................... 32
FIGURA 10 - EXEMPLO DE SISTEMA AUSTRALIANO DE LAGOAS. ................................................ 38
FIGURA 11 - LAYOUT DO SISTEMA DE TRAMENTO DE ESGOTO DE ITABATÃ. ............................. 70

5
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - TAXA DE ALFABETIZAÇÃO DAS PESSOAS DE 5 ANOS OU MAIS DE IDADE, POR GRUPOS
DE IDADE, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS POR TERRITÓRIO DE IDENTIDADE, BAHIA - 2010. ...... 18

TABELA 2 - POPULAÇÃO RESIDENTE DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, ALFABETIZADA E NÃO

ALFABETIZADA, E TAXA DE ANALFABETISMO, POR SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO, SEGUNDO A

BAHIA – 1991/ 2000/ 2010. ................................................................................................ 18


TABELA 3- INDICADORES MUNICIPAIS DE SAÚDE. ..................................................................... 19
TABELA 4 - PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, POR TIPO DE

SANEAMENTO, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS POR TERRITÓRIO DE IDENTIDADE, BAHIA - 2010.20

TABELA 5 - ESTUDO POPULACIONAL DE MUCURI. ..................................................................... 23


TABELA 6 - PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO, MÉTODO GEOMÉTRICO PARA ITABATÃ. ...................... 24
TABELA 7 - PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO MÉTODO ARITMÉTICO PARA ITABATÃ. ......................... 25
TABELA 8– POPULAÇÃO DE MUCURI NOS ANOS CORRESPONDENTES. ........................................ 26
TABELA 9 - PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO, MÉTODO DE CURVA LOGÍSTICA PARA MUCURI. .......... 27
TABELA 10 - RELAÇÃO DAS VAZÕES.......................................................................................... 30
TABELA 11- TABELA DE CARGAS PER CAPITA (CPC) PARA O PROJETO..................................... 30
TABELA 12- RELAÇÃO DE CARGAS E CONCENTRAÇÕES MÉDIA AFLUENTES. ............................ 31
TABELA 13 - CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE GRADES. ............................................................... 33
TABELA 14 - RELAÇÃO DE VALORES DE EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA,

SÓLIDOS E NUTRIENTES. ..................................................................................................... 36


TABELA 15 - RELAÇÃO DE CARGAS E CONCENTRAÇÕES EFLUENTES DOS PARÂMETROS. .......... 36
TABELA 16 - EFICIÊNCIA TÍPICA DE REMOÇÃO (%), NO SISTEMA DE LAGOA ANAERÓBIA +
LAGOA FACULTATIVA. ....................................................................................................... 39
TABELA 17 - CARACTERÍSTICAS LAGOA ANAERÓBIA. ............................................................... 39
TABELA 18 - DADOS PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO. ................................................................ 39
TABELA 19 - CARACTERÍSTICAS LAGOA FACULTATIVA. ........................................................... 42
TABELA 20 - DADOS PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA LAGOA FACULTATIVA. ....................... 42
TABELA 21 - CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE LODO ATIVADO COM AERAÇÃO PROLONGADA.
........................................................................................................................................... 46
TABELA 22 - EFICIÊNCIA TÍPICA DE REMOÇÃO (%), NO SISTEMA DE LODO ATIVADO COM

AERAÇÃO PROLONGADA. ................................................................................................... 47


TABELA 23 - DADOS PARA PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE LODO ATIVADO COM AERAÇÃO
PROLONGADA..................................................................................................................... 47

6
TABELA 24 - CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE REATOR UASB. ............................................ 51
TABELA 25 - EFICIÊNCIA TÍPICA DE REMOÇÃO (%), NO SISTEMA DE REATOR UASB. ................ 51
TABELA 26 - CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE LODOS ATIVADOS. ........................................ 53
TABELA 27 - EFICIÊNCIA TÍPICA DE REMOÇÃO (%), NO SISTEMA DE LODO ATIVADO APÓS

REATOR UASB. .................................................................................................................. 54

TABELA 28 - CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ESGOTAMENTOS. ........ 60


TABELA 29 - VALORES DOS IMÓVEIS NO MUNICÍPIO DE MUCURI: ESTIMATIVAS DE CUSTO POR
M². ...................................................................................................................................... 60

TABELA 30 - ESTIMATIVAS DE CUSTO TOTAL PARA CADA SISTEMA. .......................................... 62


TABELA 31 - CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE TRATAMENTO PRELIMINAR - GRADEAMENTO.
........................................................................................................................................... 65
TABELA 32 - CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE TRATAMENTO PRELIMINAR - CAIXA DE AREIA.
........................................................................................................................................... 66

7
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO POR SEXO, SEGUNDO O MUNICÍPIO MUCURI,


BAHIA - 2000/2010. ........................................................................................................... 17

8
1. DADOS GERAIS

1.1. Localização
O distrito de Itabatã vinculado ao município de Mucuri está localizado no Sul da Bahia, a880
km da capital Salvador e com localização estratégica às margens da rodovia BR-101. O
distrito encontra-se na Microrregião Porto Seguro e à Mesorregião Sul Baiano. Suas
coordenadas geográficas de localização são Latitude (Sul) 18º0’42” e Longitude (Oeste)
39º51’45”, localiza-se a uma altitude média de 65 metros. Seus limites são Posto da Mata e
Mucuri.

Figura 1 - Mapa Regional do município de Mucuri – Bahia


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Itabat%C3%A3, 2019

O distrito de Itabatã dispõe de área total de 178,8 km², sua população total é de 18.011 hab. e
a densidade demográfica de 100,8 hab./km², segundo dados da Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia (2013).

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1.2. Condições de acesso
Segundo o Google Earth e do caderno de malha rodoviária estadual do estado da Bahia e
DERBA (Departamento de Infraestrutura e Transporte da Bahia) as vias de acesso que ligam
o distrito de Itabatã aos demais municípios se encontram pavimentadas.

1.2.1. Acesso Terrestre


O distrito encontra-se às margens da rodovia BR 101, a rodovia BA 698 que liga Mucuri -
sede a Itabatã e a BA 999, próxima a Bahia Sul Celulose, são as principais vias de acesso,
como disposto na Figura 2. O distrito dispõe de uma rodoviária que se encontra no sentido
Centro do Distrito de Itabatã. Ela tem aproximadamente 7.131 metros e possui2 faixas de
rodagem.

Figura 2- Vias de acesso ao distrito de Itabatã - BA


Fonte: Adaptação DERBA, 2019.

1.2.2. Acesso Aéreo


O aeroporto de Teixeira de Freitas é o mais próximo do distrito de Itabatã, localizado a
aproximadamente 67,2km de distância da rodoviária do distrito e acesso na rodovia BA 290 e
a 5 Km da BR 101. De lá é possível pegar um carro até o centro da cidade e depois pegar um
ônibus que leve até a rodoviária do distrito de Itabatã.

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1.3. Características Urbanas
O Distrito do Sul da Bahia, Itabatã, possui limites com os municípios de Mucuri e Posto da
Mata. Criado em 1999 e anexado ao município de Mucuri que mantém a mesma divisão desde
2007. Seu desenvolvimento é impulsionado pela fábrica de celulose (Suzano S.A.), além de
várias empresas de diversas áreas, que vão de metalúrgica a alimentícia. Com pouca
identidade local, muitos de seus habitantes provêm de outras partes do país.
Na sua estrutura atual, existem três agentes financeiros de grande porte, dois hospitais, cinco
unidades do sistema PSF, uma clínica especializada e um posto médico, nove supermercados,
sete farmácias e sete padarias, posto de atendimento do INSS e uma casa lotérica. Registra-se,
ainda em Itabatã, a presença da 5ª Companhia Independente da Policia Militar necessária ao
atendimento das questões de segurança pública que envolve a população dos 12 bairros e
também é sede da subprefeitura municipal de Mucuri.

2. DADOS AMBIENTAIS DO MEIO FÍSICO E BIOLÓGICO

Os aspectos físicos e biológicos envolvem o conjunto de esferas compostas pelo clima,


geomorfologia, vegetação, hidrologia e poluição hídrica do local. A análise integrada desses
aspectos permite obter uma melhor compreensão acerca dos fatores e processos que atuaram
de forma conjunta e que determinaram a configuração atual das características desses meios.
Adicionalmente, contribui com a identificação de problemas potenciais no sistema de
esgotamento sanitário a ser projetado neste estudo.

2.1. Clima
A tipologia climática da região objeto de estudo, de acordo com KÖPPEN (1998), Figura 3, é
classificada como Am, tropical chuvoso de floresta, com chuvas de verão e seca no inverno, e
regimes pluviométricos variando entre 1100 a 2000 mm , distribuídos ao longo do ano (SEI,
1998).

11
Figura 3 -Tipologia climática da região
Fonte: Adaptada do SEI, 1998.

O clima tropical, caracteriza-se por apresentar temperatura média do mês mais frio sempre
superior a 18ºC apresentando uma estação seca de pequena duração que é compensada pelos
totais elevados de precipitação. Esse tipo de clima predomina no nordeste do Espírito Santo,
faixa costeira interior da Bahia, Pará, Amapá, oeste de Roraima, partes do Amazonas, Acre,
Rondônia, norte do Mato Grosso e noroeste do Maranhão (EMBRAPA , apud Golfari et al.,
1978).

2.2. Geologia
De acordo com os dados do SEI, 1994, a geologia da região de estudo é composta por
cobertura detrítica de idade tercio-quartenária.(Figura 4). Esse tipo de cobertura é um
fragmento de uma rocha pré-existente (quer ela seja uma rocha magmática, metamórfica ou
rocha sedimentar), solto através dos fenômenos de meteorização e erosão. Os detritos podem

12
ser transportados e posteriormente depositados. Se as condições do meio forem propícias pode
compactar e cimentar dando origem a uma rocha sedimentar consolidada.

Figura 4 - Geologia da região de estudo.


Fonte: Adaptada SEI, 1994

2.3. Relevo
De acordo com o Levantamento Exploratório do Estado da Bahia: Escala 1: 1.000.000
(RADAMBRASIL, 1983), o relevo da região é do tipo Planalto Costeiro, com cobertura
detrítica tercio-quartenária (Figura 5).

Figura 5 - Relevo da região


Fonte: Radambrasil, 1983.

13
2.4. Solo
Os solos são resultados de processos pedogenéticos atuantes na superfície terrestre que
dependem do clima, tempo e rocha fonte. Tais fatores ocorrem de forma diacrônica, formando
assim diferentes tipos de solo (ALMEIDA-JÚNIOR, 2011).

Itabatã

Figura 6 - Solo da área de estudo.


Fonte: Plano Municipal de Saneamento de Mucuri, 2019.

Segundo o Plano Municipal de Saneamento de Mucuri, na região de estudo encontra-se o solo


do tipo: Argissolo Amarelo, (Figura 6), desenvolvido principalmente de sedimentos do Grupo
Barreiras, mas, são também desenvolvidos de rochas cristalinas ou sob influência destas. São
solos que apresentam como característica principal um horizonte de acumulação de argila, B
textura (Bt), geralmente apresentam baixos teores de ferro, porém, com amplo predomínio do
óxido de ferro goethita.(EMBRAPA, apud PMS de Mucuri, 2018).

2.5. Vegetação
O distrito de Itabatã está situado em uma região com vegetação característica do bioma Mata
Atlântica no qual, originalmente, se estendia continuamente ao longo da costa brasileira,

14
desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul (TABARELLI et al., 2005). Este bioma
está entre os mais diversos do planeta caracterizado como hotspot e, ao mesmo tempo, um dos
mais ameaçados pela ação antrópica, restando apenas cerca de 12,5% da sua cobertura
original de 1.309.736 km2 no território brasileiro (PINTO; BRITO, 2005; SOSMA, 2015).

Figura 7 - Vegetação de Abrangência em Itabatã.


Fonte: Adaptada MMA 2004.

Segundo o Levantamento Exploratório do Estado da Bahia: Escala 1: 1.000.000


(RADAMBRASIL, 1983), a vegetação da região é do tipo Floresta Ombrófila densa, Floresta
Atlântica e Atividades antropizada agrícolas. (Figura 8).

Itabatã

Figura 8 - Tipo de Vegetação.


Fonte: Adaptada IBGE, Embrapa, 2001.

15
Segundo o Plano Municipal de Saneamento de Mucuri, são Áreas de Preservação Ambiental
na Macrozona Urbana de Itabatã, com impedimento do plantio de eucalipto, cana de açúcar e
queimadas no entorno de 500 (quinhentos) metros:

 O lago de Itabatã situado em Cidade Nova;


 As áreas de alagados, previstas na legislação ambiental como de preservação
permanente;
 O Córrego Água Boa e os demais cursos d’água que atravessam a Macrozona Urbana de
Itabatã, e as respectivas faixas de proteção.

2.6. Hidrologia
O município no qual o distrito de Itabatã está inserido é cortado pelos cursos d’água Rio
Mucuri e seus afluentes, Córrego do Meio, Riacho Doce e Rio do Pau Alto.
De acordo com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), a maior parte do
município de Mucuri, parte essa que inclui a sede, está inserida na Região de Planejamento e
Gestão das Águas (RPGA) II – Rio Mucuri, que é constituída pela bacia hidrográfica do rio
Mucuri e seus efluentes.
Além disso, o distrito conta com o abastecimento de água através de poços profundos, no qual
a disponibilidade de água subterrânea é considerada suficiente para atendimento.

2.7. Poluição Hídrica


A região de estudo faz fronteira com o Rio Mucuri, que segundo o Plano Municipal de
Saneamento (PMS) se destacada pela sua importância como mananciais e pela necessidade de
restauração das matas ciliares. O uso abusivo de agrotóxico e o lançamento de esgoto
doméstico foram apontados como as principais fontes poluidoras dos rios da região.

3. DADOS SOCIOECONÔMICOS

3.1. Aspectos Socioeconômicos


Conforme Plano Diretor do Município de Mucuri (Lei complementar Nº 032/2010) a
formação e apoio a formação profissional e à especialização e qualificação da mão-de-obra no
distrito de Itabatã se dará através da consolidação do Centro de Formação Profissional com
programas articulados às definições estabelecidas pelas instâncias coletivas de
desenvolvimento econômico, como a agência local de desenvolvimento econômico, as
16
associações de produtores, o Conselho Municipal de Desenvolvimento e o Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável.
Além da manutenção de um calendário regular de cursos de formação profissional
contemplando as demandas da economia local, a serem realizados no Centro de Formação
Profissional de Itabatã. Visando também a formação de parcerias com o setor privado e com
associações, para gerenciamento do Centro de Formação Profissional de Itabatã.

3.2. Demografia
Segundo o IBGE (2010) a densidade demográfica do município de Mucuri é 20,23 hab./km2 ,
a população do último censo em 2010 foi 36026 pessoas e a população estimada para o ano de
2018 foi 41221 pessoas. O distrito de Itabatã é uma Macrozona Urbana do município, logo faz
parte desse senso, dados e taxas informadas no Gráfico 1 a seguir.
É possível observar que a quantidade crianças de 0 a 9 anos reduziu significativamente entre
2000 e 2010. Bem como a quantidade de adultos entre 25 e 59 anos no ano de 2010 foi maior
que no ano de 2000.

Gráfico 1 - Distribuição etária da população por sexo, segundo o município Mucuri, Bahia - 2000/2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP. Dados sistematizados a partir do BME: 2000.

3.3. Educação
Cerca de 81,3% da população total do município são alfabetizadas, sendo que o maior indice
de alfabetização está na faixa etária de 10 a 29 anos com mais de 90% das pessoas conforme o
Censo do IBGE de 2010 mostrado na Tabela 1 a seguir.

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Tabela 1 - Taxa de alfabetização das pessoas de 5 anos ou mais de idade, por grupos de idade, segundo os
municípios por Território de Identidade, Bahia - 2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP, adaptado do censo demográfico 2010 do IBGE.

Já na Tabela 2 é possivel observar a população residente de 10 anos ou mais de idade,


alfabetizada e não alfabetizada e taxa de analfabetismo por situação do domicílio, segundo a
Bahia nos anos de 1991, 2000 e 2010. Sendo possível comprar e constatar que a taxa de
analfabetismo dimunuiu com o passar dos anos, principalmente na região urbana, onde está
situado o Distrito de Itabatã.

Tabela 2 - População residente de 10 anos ou mais de idade, alfabetizada e não alfabetizada, e taxa de
analfabetismo, por situação do domicílio, segundo a Bahia – 1991/ 2000/ 2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP, adaptado do censo demográfico 2010 do IBGE.

3.4. Saúde
Visando melhorar a qualidade do serviço de saúde prestado à população, o Plano Diretor do
Município de Mucuri (Lei complementar Nº 032/2010) descreve no Art. 30 as medidas
adotadas para qualificação dos serviços prestados nas unidades de saúde. Dentre elas o
aparelhamento das unidades de saúde de Mucuri – sede e Itabatã com serviços para remoção
de pacientes - UTI móvel.
Porém é possível observar na Tabela 3 que entres os anos de 2011 e 2015 a quantidade de leitos
hospitalares não mudou, a quantidade de médicos varia sem crescimento considerável e
mesmo com o crescimento gradativo da quantidade de enfermeiros ainda não é suficiente para
atender a demanda da população, sendo os maiores afetados pela precariedade no sistema de
saúde da região.

18
Tabela 3- Indicadores Municipais de Saúde.
Fonte: DataSUS/SEI/Coest

**Proporção da população coberta pelo atendimento de equipes PSF.

3.5. Aspectos Culturais


O Plano Diretor do Município ressalta que para implementação das diretrizes específicas
previstas para as Áreas Urbanas da Macrozona Urbana de Itabatã, deverão ser adotadas
medidas que promovam o desenvolvimento cultural tanto no município quanto no distrito,
sendo uma delas a implantação de um centro cultural comunitário em Itabatã, com avaliação
da alternativa de aproveitamento da área da antiga feira, dotado com sala para projeção de
vídeos, palco para encenação de teatro e realização de eventos, associado a uma praça de
alimentação.

4. SANEAMENTO BÁSICO

O saneamento básico abrange os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário,


drenagem de águas pluviais e gestão dos resíduos sólidos.
A prioridade nos investimentos em saneamento básico será dada às áreas carentes dos
serviços de saneamento básico e de residência da população em situação de vulnerabilidade
social, como também às áreas de fragilidade ambiental.
Para oferecer à população de Mucuri um melhor atendimento nos serviços de saneamento
básico, o Plano Diretor do Município de Mucuri visa adotar articulação com o governo
estadual para ações conjuntas voltadas à melhoria dos serviços de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário. Como também buscar o reforço à ação do governo estadual na
implantação dos serviços de saneamento básico, especialmente nas áreas mais carentes dos
serviços e de maior densidade da população.
A Tabela 4 informa a proporção de domicílios particulares permanentes, por tipo de
saneamento, segundo os municípios por Território de Identidade, na Bahia em 2010 com o
nível de saneamento adequado, semi-adequado e inadequado. Onde maior parte dos

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domicílios possuem saneamento semi-adequado (domicílios com pelo menos uma forma de
saneamento considerada adequada), chegando a 70% no ano de 2010.

Tabela 4 - Proporção de domicílios particulares permanentes, por tipo de saneamento, segundo os municípios
por Território de Identidade, Bahia - 2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP, adaptado do censo demográfico 2010 do IBGE.

(1) abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede geral ou fossa séptica e lixo coletado
diretamente ou indiretamente.
(2) domicílio com pelo menos uma forma de saneamento considerada adequada.
(3) todas as formas de saneamento consideradas inadequadas.

4.1. Abastecimento de Água


Para melhoria do atendimento ao serviço de abastecimento de água deverão ser adotadas as
seguintes medidas:
 Apoio à ampliação da rede e implantação de sistemas simplificados de abastecimento de
água, com o estudo de alternativas de captação de água de acordo com as características
locais, tendo como referência estudos já feitos;
 Apoio à implantação de sistema individual de abastecimento de água nos núcleos
urbanos das áreas rurais.

Deverá ser feito o monitoramento da qualidade da água mediante:


 Treinamento do agente comunitário de saúde para controle da qualidade da água;
 Implementação de ações de vigilância sanitária.

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Tabela 4.1 - Proporção de Domicílios particulares permanentes urbanos, por forma de abastecimento de água,
segundo os municípios, Bahia – 2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP, adaptado do censo demográfico 2010 do IBGE.

(1) Inclui os domicílios particulares permanentes urbanos sem declaração de rendimento.

Tabela 4.2 - Proporção de Domicílios particulares permanentes rurais, por forma de abastecimento de água,
segundo os municípios, Bahia – 2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP, adaptado do censo demográfico 2010 do IBGE.

(1) Inclui os domicílios particulares permanentes rurais sem declaração de rendimento.

4.2. Esgotamento Sanitário


Para melhoria do atendimento do serviço de esgotamento sanitário deverão ser adotadas as
seguintes medidas:
 Nos polos urbanos: a) apoio à implantação de estações de tratamento, estação elevatória,
interceptores de coleta de esgoto e redes convencional, nas áreas urbanas,
complementando as redes já instaladas; b) apoio ao estudo de alternativas para solução
do esgotamento sanitário nas áreas não contempladas pela implantação de redes
coletoras;
 Nos núcleos urbanos, assentamentos agrários, aglomerados rurais e localidades,
alteração do sistema de fossas simples para o sistema de fossas sépticas nas áreas não
atendidas pela rede coletora.

Tabela 4.3 - Proporção de Domicílios particulares permanentes que tinham banheiro ou sanitário, por tipo de
esgotamento sanitário, segundo os municípios e a situação do domicílio, Bahia – 2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP, adaptado do censo demográfico 2010 do IBGE.

(1) Inclui os domicílios particulares permanentes sem declaração de rendimento.

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4.3. Resíduos Sólidos
A adequação da coleta, do transporte e da disposição final dos resíduos sólidos se dará
mediante:
 Implantação do Plano de Gestão de Limpeza Urbana ajustando-o de acordo com as
condições atuais do Município;
 Conscientização da população para a importância da cooperação de cada cidadão na
melhoria do atendimento do serviço de gestão de resíduos sólidos;
 Construção de aterro sanitário em terreno já adquirido, de forma a atender Mucuri -
Sede e Itabatã, com uma unidade de separação e reaproveitamento dos resíduos sólidos
e com a capacitação dos catadores de lixo;
 Melhoria da qualidade de vida das famílias que trabalham na catação dos resíduos
sólidos;
 Articulação com os municípios vizinhos para formação de consórcio de
reaproveitamento dos resíduos sólidos;
 Implantação do serviço de coleta e destino final dos resíduos sólidos nos núcleos
urbanos das áreas rurais;
 Implantação do serviço de coleta e tratamento dos resíduos sólidos infectados;
 Realização de campanhas educativas e publicitária para limpeza da praia.

Tabela 4.4 - Proporção de Domicílios particulares permanentes, por destino do lixo, segundo os municípios e a
situação do domicílio, Bahia – 2010.
Fonte: SEI/DIPEQ/COPESP, adaptado do censo demográfico 2010 do IBGE.

(1) Inclui os domicílios particulares permanentes sem declaração de rendimento.

Deverão ser implementados os programas de redução, reciclagem e reaproveitamento dos


resíduos, minimizando custos e aumentando a vida útil do aterro sanitário, e de coleta seletiva
nas áreas urbanas.

4.4. Drenagem Pluvial


A adequação da infraestrutura relacionada à drenagem de águas pluviais será feita mediante:

22
 Estudo da adequação do sistema de drenagem de águas pluviais nos assentamentos
situados em áreas alagáveis;
 Implantação de sistemas simplificados de drenagem nas vias pavimentadas e não
pavimentadas dos polos e núcleos urbanos.

5. ESTUDOS POPULACIONAIS E ESTUDOS DE VAZÕES

O saneamento de uma cidade deve ser projetado para atender uma determinada população,
maior que a atual, o que corresponde ao crescimento demográfico em um determinado
período, este que é conhecido como horizonte do projeto. Conhecendo-se o horizonte é
necessário conhecer a população que se espera encontrar na cidade ao fim do período
determinado.
Segundo dados levantados no IBGE, referente ao município de Mucuri, o Distrito Itabatã-BA
foi criado em 1999 a partir da lei municipal nº 278. Por conta disso, não estão disponíveis em
pesquisas secundárias as informações necessárias para os cálculos de estudos populacionais e
vazões, indispensáveis para desenvolvimento do projeto de Esgotamento Sanitário do local.
A metodologia utilizada para elaboração dos estudos populacionais consistiu em projetar a
população num horizonte de 20 anos, tendo como início de plano o ano de 2020 sendo assim
possível atender ao distrito até o ano de 2040.
Para estimativa da população do Distrito de Itabatã, foi determinada a taxa de crescimento a
partir do levantamento da população de Mucuri, Tabela 5, nos anos de 1991, 2000 e 2010,
disponíveis no censo do IBGE e posterior aplicação nos métodos de projeção de população.

Tabela 5 - Estudo Populacional de Mucuri.


Fonte: Modificado do IBGE, censo de 1991, 2000 e 2010.

Ano População (hab.)


1991 17606
2000 28062
2010 36026

23
5.1 Projeção Populacional

5.1.1 Método Geométrico


Crescimento populacional em função da população existente a cada instante. É também
denominado de Método de crescimento Percentual Constante e o seu crescimento é
pressuposto ilimitado. Para isso utilizam-se as formulas a seguir:
𝑙𝑛(𝑃2 ) − 𝑙𝑛(𝑃1 )
𝑘𝑔 =
𝑡2 − 𝑡1
𝑃𝑡 = 𝑃0 . 𝑒 𝑘𝑔(𝑡−𝑡0 )
Equação 1 - Projeção de População, Método Geométrico.

Onde:
Kg : Taxa de crescimento geométrica de Mucuri
𝑃2 = 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑢𝑐𝑢𝑟𝑖 𝑒𝑚 𝑡2 = 2010
𝑃1 = 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑢𝑐𝑢𝑟𝑖 𝑒𝑚 𝑡1 = 2000
𝑃0 = 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐼𝑡𝑎𝑏𝑎𝑡ã 𝑒𝑚 𝑡0 = 2010

Logo, pode-se obter os seguintes valores:


𝑙𝑛(36026) − ln(28062)
𝑘𝑔 =
2010 − 2000
𝑘𝑔 = 0,0249
(2020−2010)
𝑃2020 = 18011. 𝑒 0,0249
(2040−2010)
𝑃2040 = 18011. 𝑒 0,0249

Tabela 6 - Projeção de População, Método Geométrico para Itabatã.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019)

Ano População (hab.)


2020 (inicio de plano) 23104
2030 29636
2040 (final de plano) 38016

24
5.1.2 Método Aritmético
Crescimento populacional segundo uma taxa constante. Método utilizado para estimativas de
menor prazo. O ajuste da curva pode ser também feito por analises de regressão (VON
SPERLING,2005). Para isso utilizam-se as formulas a seguir:
𝑃2 −𝑃1
Ka= 𝑡2 −𝑡1

𝑃𝑡 = 𝑃0 + 𝑘𝑎 . (𝑡 − 𝑡0 )
Equação 2 - Projeção de População, Método Aritmético.

Onde:
Ka: taxa de crescimento aritmética;
P2: 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑑𝑒𝑀𝑢𝑐𝑢𝑟𝑖𝑒𝑚𝑡2 = 2010;
P1: 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑑𝑒𝑀𝑢𝑐𝑢𝑟𝑖𝑒𝑚𝑡1 = 2000;
𝑃0 = 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐼𝑡𝑎𝑏𝑎𝑡ã 𝑒𝑚 𝑡0 = 2010

Este método admite que a população possa variar linearmente com o tempo e é utilizado para
períodos pequenos entre 1 e 5 anos.

Tabela 7 - Projeção de População método Aritmético para Itabatã.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

Ano (t) População (Pt)


2020 (inicio de plano) 25975 hab.
2030 33939 hab.
2040 (Final de plano) 41903 hab.

5.1.3 Curva Logística


O crescimento segue uma relação matemática, que estabelece uma curva em forma de S.A
população tende assintoticamente a um valor de saturação. Os parâmetros podem ser também
estimados por regressão não linear. (VON SPERLING, 2005).
Parâmetros:
Considerando que,
t1 – t0 = t2 – t1=D
P0 <P1< P2
P0*P2 < (P1)2
25
(2.𝑃0 .𝑃1 .𝑃2 )−𝑃1 2 .(𝑃0 +𝑃2 )
𝑘 = K= População de Saturação
𝑃0 .𝑃2 −𝑃1 2

1 𝑘−𝑃0
𝑎= . 𝑙𝑜𝑔( )
0.4343 𝑃0

−1 𝑃0 . (𝐾 − 𝑃1 )
𝑏= . log [ ]
0.4343. 𝐷 𝑃1 . (𝐾 − 𝑃0 )
𝐾
𝑃=
1 + 𝑒 𝑎−𝑏(𝑡−𝑡0 )
Equação 3 - Projeção de População, Método de Curva Logística.

Para atender a primeira condição é necessário fazer uma interpolação usando o método
geométrico para projetarmos a população do ano de 1990, já que o censo foi realizado no ano
de 1991, para isso é necessário utilizar o censo do IBGE de 1980 que informa população de
14010hab em Mucuri.
𝑙𝑛(17606) − ln(14010)
𝑘𝑔 =
1991 − 1980
𝑘𝑔 = 0,0208
(1990−1980)
𝑃𝑡 = 14010. 𝑒 0,0208
𝑃1990 = 17250 hab
Formando a Tabela 8 com seus respectivos valores de habitantes, abaixo.

Tabela 8– População de Mucuri nos anos correspondentes.


Fonte: Modificado do IBGE, censo de 1980, 1991, 2000 e 2010.

1990 (t0) 2000 (t1) 2010 (t2)


17250 hab. 28062 hab. 36026 hab.

Em substituição dos valores na Equação 3 de K, a, b obtemos os valores respectivos de


42616, 0,3856, 0,1042 e assim realizamos a projeção para inicio e fim de plano, relacionados
à população do Município de Mucuri por falta de dados do Distrito de Itabatã, com os valores
resumidos na Tabela 9. Sabendo que está projeção só esta sendo aplicada para os dados
conhecidos de Mucuri.

26
Tabela 9 - Projeção de População, método de Curva Logística para Mucuri.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

Ano (t) População (Pt)


2020 (inicio de plano) 40033 hab.
2030 41668 hab.
2040 (Final de plano) 42277 hab.

5.2 Escolha do método para a projeção


Foram estudadas três projeções populacionais para o município de Mucuri, com aplicação em
Itabatã, à exceção da curva logística que por falta dos dados teve abrangência para todo o
município de Mucuri, crescimento aritmético, crescimento geométrico e da curva logística.
No Quadro 1 apresenta o resumo dos dados a fim de fazer um comparativo. Destes estudos
adota-se a projeção em que os dados obtidos foram avaliados pelo coeficiente de relação em
que o seu valor seria o mais adequado nas equações de vazão, assim o coeficiente do método
aritmético e geométricos e aproximam de um, porém a escolha levou em consideração
também o método mais adequado para o tempo de projeção acima de 10 anos que foi o
crescimento geométrico.

Quadro 1 - Resumo das Projeções.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

População População por Projeção


População
Medida no
Ano Medida no
Censo Geométrico Aritmético Logística
Censo (Itabatã)
(Mucuri)
1991 17606 -
2000 28062 - 28062
2010 36026 18011 18011 18011 36026
2020 - - 23104 25975 40033
2030 - - 29636 33939 41668
2040 - - 38016 41903 42277

27
5.3 Estudo de Vazões
Para os cálculos de vazão utilizamos as equações de vazão media domestica, mínima e
máxima de projeto com resultados expressos em L/s. Para a extensão do projeto utilizou-se
12700 m para inicio de plano e para final de plano a extensão foi de15400 m.

5.3.1 Contribuição PER CAPITA


A contribuição de esgoto é relacionada ao consumo de água, assim sendo se utiliza o consumo
per capita usado nos projetos de abastecimento de água para se projetar também os sistemas
de esgotos, porém considera o consumo efetivo.
O consumo per capita varia de cidade para cidade, foi adotado para a Itabatã um no valor de
100 L/hab.dia.

5.3.2 Coeficiente de Retorno


O coeficiente de retorno é a relação entre o volume de esgotos recebido na rede coletora e o
volume de água efetivamente fornecido à população. Foi adotado o valor de 80% para o
coeficiente de retorno, recomendado pela NBR 9.649.

5.3.3 Coeficientes de Variações


É necessário estabelecer os coeficientes de variações para o dimensionamento das unidades de
um sistema de esgoto, pois como o Brasil é um país tropical há certas épocas no ano que o
consumo de água, consequentemente a contribuição do esgoto sanitário é maior, como por
exemplo, no verão. Também há casos em que em um mesmo mês ou semana, existem dias
que a contribuição de esgoto possui valores maiores que as médias anuais.
Sendo assim, foram determinados os seguintes coeficientes:

 K1 coeficiente de máxima vazão diária - é a relação entre a maior vazão diária


verificada no ano e a vazão média diária anual;
 K2 coeficiente de máxima vazão horária - é a relação entre a maior vazão observada
num dia e a vazão média horária do mesmo dia;
 K3 coeficiente de mínima vazão horária - é a relação entre a vazão mínima e a vazão
média anual.

Para a cidade de Itabatã foram adotados os valores estabelecidos pela NBR 9649 da ABNT,
para K1= 1,2; K2= 1,5 e K3= 0,5.
28
5.3.4 Taxa de Infiltração
A infiltração de água subterrânea nos sistemas de esgotamento ocorre quando estes estão
assentados abaixo do nível do lençol freático, principalmente quando tal nível é alto ou devido
às excessivas chuvas sazonais.
As águas de infiltração são águas subterrâneas originárias do subsolo que penetram
indesejavelmente nas canalizações da rede coletora de esgotos por diversos meios:

 Pelas paredes das tubulações;


 Pelas juntas mal executadas;
 Pelas tubulações defeituosas;
 Pelas estruturas dos poços de visita e das estações elevatórias, etc.

A quantidade de infiltração nas redes de esgoto sanitário depende dos materiais empregados,
do estado de conservação, do assentamento das tubulações, das características do solo, tipo de
solo, nível do lençol freático, frequência de chuva, permeabilidade, entre outras
características. Foi adotado para Itabatã uma infiltração de 0,0002 L/s.m, devido
principalmente a falta de chuva na região, e por ser um valor padrão que está sendo adotado
pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (EMBASA).

a) Vazão Doméstica de Início de Plano


𝑃𝑜𝑝. 𝑞. 𝑐
𝑄𝐷 =
86400
23104 ∗ 100 ∗ 0,8 𝐿
𝑄𝐷2020 = = 21,38
86400 𝑠
38016 ∗ 100 ∗ 0,8 𝐿
𝑄𝐷2040 = = 35,2
86400 𝑠

b) Cálculos de Vazões Sanitárias de Início de Plano


𝑄𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∗ 𝑡𝑥𝑖𝑛_𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜
𝑄𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑎 = 𝑘3 ∗ 𝑄𝐷 + 𝑄𝐼𝑁𝐹 + 𝑄𝐶𝑂𝑁
𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎 = 𝑄𝐷 + 𝑄𝐼𝑁𝐹 + 𝑄𝐶𝑂𝑁
𝑄𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝐾2 ∗ 𝑄𝐷 + 𝑄𝐼𝑁𝐹 + 𝑄𝐶𝑂𝑁𝐶

29
c) Cálculos de Vazões Sanitárias de Final de Plano
𝑄𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∗ 𝑡𝑥𝑖𝑛_𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜
𝑄𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑎 = 𝑘3 ∗ 𝑄𝐷 + 𝑄𝐼𝑁𝐹 + 𝑄𝐶𝑂𝑁
Vazão de projeto

𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎 = 𝑄𝐷 + 𝑄𝐼𝑁𝐹 + 𝑄𝐶𝑂𝑁


𝑄𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝑘1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄𝐷 + 𝑄𝐼𝑁𝐹 + 𝑄𝐶𝑂𝑁𝐶

Tabela 10 - Relação das vazões.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

Vazão de
QMin QMéd QMáx UNID
projeto
Inicio de
13,23 23,92 34,61 L/s
plano
Final de plano 20,68 38,28 66,44 L/s

d) Cálculos de Cargas e Concentrações


Para o cálculo das cargas e concentrações o método de escolha foi adotar uma concentração
de acordo com a característica do porte do distrito de Itabatã, com parâmetro de esgoto médio,
os valores determinados na Tabela 11, foram disponibilizados pelo contratante do projeto de
Esgotamento Sanitário.

Tabela 11- Tabela de Cargas Per Capita (CPC) para o projeto.


Fonte: Disponibilizado pelo contratante do projeto, Luciano Ferreira (2019).

DBO DQO SST NTK PT


54 g/hab.dia 100 g/hab.dia 60 g/hab.dia 8 g/hab.dia 1,2 g/hab.dia

A partir destes valores, foram realizados os cálculos de Cargas e Concentrações de DBO,


DQO, SST, NTK e PT. Aplicando as seguintes formulas.
𝑔 𝑘𝑔
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝐶𝑃𝐶 ∗ 𝑃𝑜𝑝 = ÷ 1000
𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑎
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑚𝑔
𝐶𝑜𝑛𝑐 = ∗ 1000 =
𝑄𝑀é𝑑 ∗ 86,4 𝐿

Valores resultantes, disponíveis na Tabela 12.


30
Tabela 12- Relação de Cargas e Concentrações Média Afluentes.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

Cargas e
DBO DQO SST NTK PT
Conc. Média.

Carga 1247,6kg/dia 2310,4kg/dia 1386,2 kg /dia 184,8kg/dia 27,7kg/dia


Inicio
de
Plano Conc. 603,6mg/l 1117,9mg/l 670,7mg/l 89,4mg/l 13,4mg/l

Final Carga 2052,9kg/dia 3801,6kg/dia 2280,9kg/dia 304,1kg/dia 45,6kg/dia


de
Plano Conc. 620,7mg/l 1149,4mg/l 689,6mg/l 91,9mg/l 13,7mg/l

6. APECTOS RELEVANTES DO OBJETO DE ESTUDO, INDETIFICAÇÃO DE


PROBLEMAS POTENCIAIS NO SISTEMA E INDICAÇÕES DEPOSSIVEIS
SOLUÇÕES

De acordo com o Art.8º da Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 que estabelece as
diretrizes nacionais para o saneamento básico, os Municípios são os titulares dos serviços
públicos de saneamento básico.
A metodologia utilizada para elaboração dos estudos populacionais consistiu em projetar a
população num horizonte de 20 anos, tendo como início de plano o ano de 2020 sendo assim
possível atender ao distrito até o ano de 2040.
Entretanto, o Distrito de Itabatã, objeto de estudo, encontra-se em processo de emancipação
do Município de Mucuri, que segundo dados levantados no IBGE, o distrito foi criado em
1999 a partir da Lei Municipal nº 278. Por conta disso, não estão disponíveis informações
necessárias para os cálculos de estudos populacionais e vazões que atendam a demanda
populacional desse Distrito, tornando-se assim um problema em potencial para
desenvolvimento do projeto de Esgotamento Sanitário do local.
Desta forma, a fim de solucionar esse problema foi considerado a população de Mucuri, para
o cálculo de projeção populacional e vazões sanitárias (início e final de plano).

31
7. ESTUDOS DE CONCEPÇÃO E VIABILIDADE

7.1. Tratamento Preliminar/Primário/Terciário da Fase Líquida


A etapa de tratamento de esgoto é formada por uma série de operações unitárias com objetivo
de remover todos poluentes indesejáveis. Essa remoção é essencial para o tratamento do
esgoto, pois para lançamento do efluente deve se adequar aos padrões de qualidade
estabelecidos por Lei. O tratamento pode ser classificado em quatro níveis: preliminar,
primário, secundário e terciário.

7.1.1.Tratamento Preliminar
O tratamento preliminar consiste na retida de sólidos grosseiros de partículas de areia, que
ocorre na primeira etapa na estação elevatória do sistema de alimentação da estação de
tratamento uma vez que estes sólidos podem ocasionar problemas nos equipamentos e
tubulações instalados. Os mecanismos básicos de remoção são de ordem física, como
peneiramento e sedimentação. Além das unidades de remoção dos sólidos grosseiros, inclui-se
também uma unidade para medição da vazão. (VON SPERLING, 2005). O esquema do
tratamento preliminar com as unidades constituintes usualmente utilizadas é apresentado na
Figura 9.

Figura 9 - Esquema de um tratamento preliminar.


Fonte: Jordão e Volschan Jr. (2009).

I. Gradeamento
O gradeamento constitui a primeira unidade no processo de tratamento de esgoto, e tem por
objetivo reter sólidos grosseiros. Este sistema pode ser formado por várias grades, indo de um
maior espaçamento entre as barras para um menor espaçamento com barras paralelas de ferro
ou aço, posicionadas transversalmente no canal de chegada dos esgotos na estação de
tratamento, no gradeamento os sólidos ficam retidos unidades mecânicas ou manuais.

32
As grades podem ser classificadas de acordo com o espaçamento entre as barras, conforme a
Tabela 13.

Tabela 13 - Classificação dos tipos de Grades.


Fonte: Jordão e Pessôa (1995)

II. Caixa de Areia


A areia contida nos esgotos é proveniente de lançamentos inadequados na rede coletora de
efluente sanitário, ligações indevidas de águas pluviais, infiltrações na rede coletora e outros
usos diversos. Além do material mineral, a areia presente no efluente contém matéria orgânica
adsorvida a ela. O material arenoso deve ser removido, de modo a evitar abrasão nos
equipamentos e tubulações, reduzir a ocorrência de obstruções nas unidades da estação e
facilitar o transporte da fase líquida e sólida ao longo das etapas subsequentes (JORDÃO &
PESSÔA, 2014).
A unidade responsável pela remoção desse material é a caixa de areia ou desarenador. O
mecanismo para sua remoção é a sedimentação, na qual os grãos de areia se depositam no
fundo do tanque, devido a sua maior densidade e dimensões, e a matéria orgânica permanece
em suspensão, sendo removida nas unidades de tratamento a jusante (VON SPERLING,
2005).
As caixas de areia são classificadas de acordo com o seu formato, podendo possuir seção
quadrada, retangular ou circular. É mais comum encontrar caixas de areia retangulares, pois
são mais simples de construir, operar e limpar. Os desarenadores podem ser aerados ou sem
aeração, sendo os desarenadores sem aerações mais comuns. A retirada do material
sedimentado pode ser manual ou mecanizada (VON SPERLING, 2005).

III. Calha Parshall


A Calha Parshall é um dispositivo de medição de vazão na forma de um canal aberto com
dimensões padronizadas. Nele, a água é forçada a passar por uma garganta relativamente
estreita, sendo que o nível da água a montante da garganta é o indicativo da vazão a ser
medida, independendo do nível da água à jusante. Outra função importante da calha Parshall é
33
manter constante a velocidade na caixa de areia instalada a montante do equipamento. Para
tal, é necessário adotar um rebaixo (degrau) entre a caixa de areia e a calha Parshall
(RODRIGO,2015).

7.1.2.Tratamento Primário
O tratamento primário consiste na etapa de tratamento de esgotos destinada à remoção de
sólidos em suspensão sedimentáveis e sólidos flutuantes. No tratamento primário, o esgoto
percorre unidades de sedimentação, conhecidas como decantadores primários, onde flui
lentamente permitindo que os sólidos em suspensão, possuindo uma densidade maior do que a
do líquido circundante sedimentem no fundo dos tanques. Essa massa de sólidos presentes no
fundo dos decantadores constitui o lodo primário bruto, retirado dos tanques através de
raspadores mecânicos, bombas ou tubulações únicas. Materiais flutuantes, como graxas e
óleos, tendo uma menor densidade que o líquido circundante, sobem para a superfície dos
decantadores, onde são coletados e removidos do tanque para posterior tratamento. (VON
SPERLING, 2005).

I. Decantador Primário
Os decantadores primários são unidades responsáveis pela remoção de sólidos sedimentáveis
com dimensões inferiores àqueles que foram removidos no tratamento preliminar, de forma a
conferir ao esgoto características que o tornem apto a ser submetido ao tratamento secundário.
Podem variar conforme a dimensão, o tipo e as características do efluente, a vazão e a
depender da funcionalidade do mesmo.
Estes decantadores podem ter a remoção de lodo de forma mecanizada, onde possui
raspadores com a função de arrastar o lodo para o poço de lodo, para a remoção do fundo dos
decantadores. Geralmente os decantadores mecanizados possuem um custo mais elevado,
sendo utilizados em médias e grandes estações de tratamento.
A NBR 12.209 (2011) determina que estações com vazão máxima afluentes superiores a 250
L/s devem dispor de mais de um Decantador primário, mas como a vazão máxima para
Itabatã não ultrapassa este parâmetro foi dimensionado apenas um Decantador primário que
será avaliado sua implantação no item de Projeto Hidráulico.

34
7.1.2.1. Pré-dimensionamento:

a) Cálculo da Área do Decantador (A)


De acordo com a Norma NBR 12.209/11, a vazão de dimensionamento será a vazão máxima
horária (vazão média vezes o coeficiente de máxima vazão horária), assim como a taxa de
aplicação superficial deve ser compatível com a eficiência de remoção. Adotou-se K2 de 1,5 e
𝑚3
𝑇𝐴𝑆 = 50 𝑚2 ∗𝑑𝑖𝑎, logo:

𝑄𝑀á𝑥_𝐻 = 𝑄𝑀é𝑑 ∗ 𝐾2
𝑄𝑀á𝑥_𝐻 = 38,28 ∗ 1,5
𝐿 𝑚3
𝑄𝑀á𝑥_𝐻 = 57,42 = 4961,08
𝑠 𝑑𝑖𝑎

𝑄𝑀á𝑥_𝐻
𝑇𝐴𝑆 =
𝐴
4961,08
𝐴= = 99,22𝑚2
50

b) Calculo do Volume de Decantador (V)


A Norma NBR 12.209/11determina que para decantadores de limpeza manual, a profundidade
de água deve ser igual ou superior a 0,5m. Adotou-se H=3,5m.
𝑉 = 𝐴 ∗ 𝐻 = 347,27𝑚3

c) Geometria do Decantador Circular (Diâmetro – D)

𝛑. 𝐃 2 4. 𝐴
𝑨= 𝐷= √ = 11,24𝑚
𝟒 𝜋

d) Verificação do Tempo de Detenção (t)


A NBR 12.209/11 determina que o tempo de detenção hidráulica, para a vazão média, deve
ser inferior a 3 horas e, para a vazão máxima, superior à 1 hora.
V 347,27
𝑡= 𝑡= = 2,52ℎ
𝑄𝑀é𝑑 137,81
V 347,27
𝑡= 𝑡= = 1,45ℎ
𝑄𝑀á𝑥 239,18
Realizado verificação e as dimensões atende aos requisitos determinados pela NBR.

35
e) Estimativa das Cargas e Concentrações Efluentes
Adotado valores na Tabela 14de Eficiências de remoção de matéria orgânica, sólidos e
nutrientes disponíveis na Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA,
Luciano, 2019).

Tabela 14 - Relação de valores de Eficiência de Remoção de matéria orgânica, sólidos e nutrientes.


Fonte: Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

DBO DQO SST NTK PT


50% 60% 70% 20% 75%

Realizado a aplicação das formulas abaixo para determinação das Cargas e Concentrações
Efluentes dos demais parâmetros, resultantes na Tabela 15.
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐸𝐹 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐴𝐹 ∗ (1 − 𝐸𝑓)
𝐶𝑜𝑛𝑐𝐸𝐹 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝐴𝐹 ∗ (1 − 𝐸𝑓)

Tabela 15 - Relação de Cargas e Concentrações Efluentes dos parâmetros.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

Cargas e
DBO DQO SST NTK PT
Conc. Médias

Carga 623,8kg/dia 924,2kg/dia 415,9kg /dia 147,8kg/dia 6,9kg/dia


Inicio
de
Plano Conc. 301,8 mg/L 447,2mg/L 201,2mg/L 71,5mg/L 3,4mg/L

Final Carga 1026,4kg/dia 1520,6kg/dia 684,3kg/dia 243,3kg/dia 11,4kg/dia


de
Plano Conc. 310,3mg/L 459,8mg/L 206,9mg/L 73,5mg/L 3,4mg/L

7.1.3.Tratamento Terciário
Para o lançamento final do esgoto no corpo receptor, às vezes, é necessário proceder à
desinfecção das águas residuais tratadas para a remoção dos organismos patogênicos ou, em
casos especiais, à remoção de determinados nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, que
podem potenciar, isoladamente ou em conjunto, a eutrofização das águas receptoras (NEVES,
1974).

36
O tratamento terciário possui como objetivo a remoção de poluentes específicos, como
nutrientes, patogênicos, compostos não biodegradáveis, metais pesados, sólidos inorgânicos
dissolvidos, e também pode ser usado para remoção de poluentes que não foram removidos de
forma suficiente no tratamento secundário.
Embora os níveis anteriores de tratamento apresentem uma eficiência de remoção entre 90% a
99% de alguns microrganismos, muitas vezes não é suficiente para atender as exigências dos
órgãos públicos para descarga dos efluentes. Como alternativa é adotado o tratamento
terciário.
A escolha do método de tratamento terciário depende do uso potencial do efluente tratado, da
natureza do esgoto, se doméstico e/ou industrial, da compatibilidade das várias operações e
processos, da disponibilidade de meios de disposição dos contaminantes finais, da viabilidade
ambiental e econômica de cada método (TOSETTO, 2005).
Neste nível de tratamento, também denominado de desinfecção, podem se utilizados diversos
métodos, sendo os mais utilizados em sistemas de tratamento de esgoto em municípios as
lagoas de maturação e os tanques de cloração.

7.2. Tratamento Secundário da Fase Líquida


O tratamento secundário de fase liquida destina-se à remoção de matéria orgânica dissolvida,
matéria orgânica em suspensão e nutrientes (nitrogênio e fósforo), sua característica principal
se deve a inclusão de uma fase biológica, uma vez que a remoção ocorre em função de
reações bioquímicas, realizadas por microrganismos (bactérias, fungos, entre outros), este
processo tem eficiência que permite produzir um efluente em conformidade com os padrões
de lançamento previsto na legislação ambiental. (FERREIRA, 2017).
Este projeto de esgotamento sanitário foi baseado nas diretrizes estabelecidas pela Norma
12.209/11 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na qual fixa as condições
exigíveis para a elaboração de projeto hidráulico-sanitário de estações de tratamento de esgoto
sanitário (ETE).

7.2.1. Tratamento Secundário da Fase Líquida (Alternativa 1) – Lagoa Anaeróbia +


Lagoa Facultativa
As lagoas anaeróbias constituem-se em uma forma alternativa de tratamento, onde a
existência de condições estritamente anaeróbias é essencial. Tal é alcançado através do
lançamento de uma grande carga de DBO por unidade de volume da lagoa, fazendo com que
a taxa de consumo de oxigênio seja várias vezes superior a taxa de produção. No balanço de

37
oxigênio, a produção pela fotossíntese e pela rea-eração atmosférica são, neste caso,
desprezível. (SPERLING,2005)
A temperatura do meio tem uma grande influência nas taxas de reprodução da biomassa e
conversão de substrato, o que faz com que regiões com clima quente sejam mais propícias
ao uso deste tipo de lagoa.
As lagoas anaeróbias geralmente são profundas, de ordem 3 a 5 metros. A profundidade é
importante para reduzir a possibilidade de penetração de oxigênio produzido na superfície
para as outras camadas. O fato de serem mais profundas a área necessária para implantação é
menor. Além disso, esse tipo de lagoa não requer nenhum equipamento especial e têm seu
consumo de energia praticamente desprezível. (SPERLING,2005)
De acordo com SPERLING, (2005) a eficiência de remoção do DBO nas lagoas anaeróbias
é de 50% a 70%. A quantidade de DBO dos efluentes é ainda mais elevada, o que implica na
necessidade de uma unidade posterior de tratamento. As unidades mais utilizadas são as
lagoas facultativas, que compõe o sistema lagoas anaeróbias seguidas por lagoas
facultativas, ou sistema australiano esquematizado no exemplo da Figura 10. A remoção de
DBO na lagoa anaeróbia proporciona grande economia de área para a lagoa facultativa,
fazendo com que o requisito de área total, das duas lagoas, seja em torno de 45 a 70% do
requisito de uma lagoa facultativa única.

Figura 10 - Exemplo de Sistema australiano de lagoas.


Fonte: https://www.logicambiental.com.br/lagoa-anaerobia/, 2019.

As eficiências globais de remoção da matéria orgânica, sólidos e nutrientes para esse tipo de
tratamento estão apresentados na Tabela 16.

38
Tabela 16 - Eficiência típica de remoção (%), no sistema de Lagoa Anaeróbia + Lagoa Facultativa.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

Parâmetros Lagoa anaeróbia + Lagoa facultativa (%)

DBO 80
DQO 80
SST 75
NTK 40
PT 20

7.2.1.1. Pré-dimensionamento Lagoa Anaeróbia


Para o pré-dimensionamento destas lagoas foram considerados os dados de entrada da Tabela
17:

Tabela 17 - Características Lagoa Anaeróbia.


Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

PARÂMETRO VALORES
Taxa de aplicação volumétrica de
Lv = 0,075 KgDBO/ m³.dia (adotado)
carga
3,5 m ≤ H ≤ 5,0 m
Profundidade
H= 4,0 m (adotado)
Tempo de detenção hidráulico 3 dias ≤ t ≤ 6 dias
Geometria Retangular: 1≤ L/B ≤ 3
Inclinação dos taludes (d) D= 2 (adotado)
Borda livre (b) B= 0,6 m (adotado)
Eficiência de remoção de DBO 60% (adotado)

a) Vazões, cargas e concentrações Afluentes


Considerando para o pré-dimensionamento (etapa de final de plano) dados descritos na Tabela
18.
Tabela 18 - Dados para Pré-dimensionamento.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

QMéd CargaDBO ConcDBO


3307,4m³/dia 2052,7kg/dia 620,7mg/L

39
b) Cálculo do volume da lagoa (V):
Adotando-se uma taxa de aplicação volumétrica de carga Lv = 0,075 KgDBO/ m³.dia levando
em consideração a temperatura média do distrito de Itabatã. Dessa forma, temos que o volume
da lagoa é:
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂
𝐿𝑣 = ∴ 𝑉=
𝑉 𝐿𝑣
2052,7
𝑉= = 27369,3𝑚3
0,075

c) Cálculo da área da lagoa (A):


Adotando-se uma profundidade para o pré-dimensionamento H = 4m, respeitando o intervalo
determinado pela norma. Dessa forma, temos que a área da lagoa é:
𝑉 27369,3
𝐴= 𝐴= = 6842,3𝑚2
𝐻 4
Considerando que foram adotadas 2 lagoas, a área para cada uma será de:
𝐴 6842,3
𝐴𝐿𝑎𝑔𝑜𝑎 = 𝐴= = 3421,15𝑚2
2 2

d) Verificação do tempo de detenção hidráulica (t):


Tempo necessário para que os microrganismos procedam à estabilização da matéria orgânica.
Para lagoas anaeróbias, deverá ser entre 3 a 6 dias.
Desta forma, considerando os dados adotados:
𝑉𝐿𝑎𝑔𝑜𝑎 13684,6
𝑡= 𝑡= = 4,1𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑄𝑀é𝑑 3307,4

e) Geometria da lagoa (Largura - B e Comprimento - L):


Adotou-se a geometria retangular, com relação L/B, (B igual a largura e L, comprimento),
considerando a razão de L/B = 1 , temos que 𝐿 = B. Desta forma, os valores L e B, são:

𝐵 = √𝐴𝐿𝑎𝑔𝑜𝑎 𝐵 = √3421,15 = 58,5𝑚

𝐿 = 𝐵 = 58,5𝑚

Adotou-se lagoas com dimensões de meia profundidade de 58,5 m x 58,5 m. As demais


dimensões (fundo, superfície e terreno) podem ser calculadas a partir da inclinação dos
taludes (d) e do valor de borda livre (b), conforme a seguir.

40
Fundo
𝐻
𝐵𝑓 = 𝐵 − 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 50,5𝑚
2
𝐻
𝐿𝑓 = 𝐿 − 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 50,5𝑚
2
Superfície
𝐻
𝐵𝑠 = 𝐵 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 66,2𝑚
2
𝐻
𝐿𝑠 = 𝐿 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 66,2𝑚
2
Terreno
𝐻
𝐵𝑡 = 𝐵 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( + 𝑏) = 68,9𝑚
2
𝐻
𝐿𝑡 = 𝐿 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( + 𝑏) = 68,9𝑚
2
Resultou-se em duas lagoas anaeróbias com área superficial de 4382,4 m² cada.

f) Estimativa das cargas e concentrações efluentes:


Considerando os dados escolhidos para o sistema e os resultados obtidos, segue abaixo as
estimativas das cargas e concentrações dos efluentes ao final do sistema das lagoas
anaeróbias.
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐸𝐹 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐴𝐹 ∗ (1 − 𝐸𝑓)
𝑘𝑔
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 = 2052,7 ∗ (1 − 0,6) = 821,08
𝑑𝑖𝑎

𝐶𝑜𝑛𝑐𝐸𝐹 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝐴𝐹 ∗ (1 − 𝐸𝑓)


𝑚𝑔
𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝐵𝑂 = 620,7 ∗ (1 − 0,6) = 248,28
𝐿

7.2.1.2. Pré-dimensionamento da Lagoa Facultativa após Lagoa Anaeróbia


Para o pré-dimensionamento destas lagoas foram considerados os dados de entrada da Tabela
19:

41
Tabela 19 - Características Lagoa Facultativa.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)
PARÂMETRO VALORES
Taxa de aplicação superficial de carga Ls = 220 KgDBO/ha.dia (adotado)
1,5 m ≤ H ≤ 2,0 m
Profundidade
H=1,8m (adotado)
Tempo de detenção hidráulico 10 dias ≤ H ≤ 30 dias
Geometria Retangular: 2≤ L/B ≤ 4
Inclinação dos taludes (d) D= 2 (adotado)
Borda livre (b) B= 0,6 m (adotado)
Eficiência de remoção de DBO 50% (adotado)

a) Vazões, cargas e concentrações afluentes


As vazões, cargas e concentrações afluentes da lagoa facultativa serão iguais aos do efluente
da lagoa anaeróbia, desprezando-se entradas e saídas ocasionadas por evaporação e/ou
possíveis infiltrações, por exemplo. Portanto:

Tabela 20 - Dados para Pré-dimensionamento da Lagoa Facultativa.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

QMéd CargaDBO ConcDBO


3307,4m³/dia 821,08kg/dia 248,28mg/L

b) Cálculo da área da lagoa (A)


Devido à garantia da eficiência da lagoa, a área não poderá ser superior a 15 ha.
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂
𝐿𝑠 = ∴ 𝐴=
𝐴 𝐿𝑠
821,08
𝐴= = 3,7ℎ𝑎 = 37000𝑚2
220

E apesar da área ser inferior a 15ha, que é o definido na minuta do Projeto de Normas para
Lagoas (1991), adotou-se 2 lagoas facultativas com área a meia profundidade de 18.500 m²
cada.

42
c) Cálculo do volume da lagoa (V)
Adotando-se uma profundidade para o pré-dimensionamento: H=1,8m temos que o volume da
lagoa é:
𝑉 =𝐴∗𝐻 𝑉 = 37000 ∗ 1,8 = 66600𝑚3
Considerando que foram adotadas 2 lagoas, o volume para cada uma será de:
66600
𝑉= = 33300𝑚3
2

d) Verificação do tempo de detenção hidráulico (t)


Tempo necessário para que os microrganismos procedam à estabilização da matéria orgânica.
Para lagoas facultativas, deverá ser entre 10 a 30 dias. Desta forma, considerando os dados
adotados:
𝑉 66600
𝑡= 𝑡= = 20,1𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑄𝑀é𝑑 3307,4

e) Geometria da lagoa (Largura - B e Comprimento - L)


Adotou-se a geometria retangular, com relação L/B, (B igual a largura e L, comprimento),
considerando a razão de L/B = 2,5 , temos que 𝐿 = 2,5*B.
Desta forma, os valores L e B, são:

𝐴𝐿𝑎𝑔𝑜𝑎 33300
𝐵=√ 𝐵=√ = 115,4𝑚
2,5 2,5

𝐿 = 2,5 ∗ 𝐵 𝐿 = 2,5 ∗ 115,4 = 288,5𝑚

Adotou-se lagoas com dimensões de meia profundidade de 86,02m x 215,06m. As demais


dimensões (fundo, superfície e terreno) podem ser calculadas a partir da inclinação dos
taludes (d) e do valor de borda livre (b), conforme a seguir.
Fundo
𝐻
𝐵𝑓 = 𝐵 − 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 111,8𝑚
2
𝐻
𝐿𝑓 = 𝐿 − 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 284,9𝑚
2
Superfície
𝐻
𝐵𝑠 = 𝐵 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 119𝑚
2

43
𝐻
𝐿𝑠 = 𝐿 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( ) = 292,1𝑚
2
Terreno
𝐻
𝐵𝑡 = 𝐵 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( + 𝑏) = 109,8𝑚
2
𝐻
𝐿𝑡 = 𝐿 + 2 ∗ 𝑑 ∗ ( + 𝑏) = 282,9𝑚
2

f) Estimativa das cargas e concentrações efluentes (final)


Considerando os dados escolhidos para o sistema e os resultados obtidos, segue as estimativas
das cargas e concentrações dos efluentes ao final do sistema das lagoas facultativas.
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐸𝐹 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐴𝐹 ∗ (1 − 𝐸𝑓)
𝑘𝑔
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 = 821,8 ∗ (1 − 0,5) = 410,54
𝑑𝑖𝑎

𝐶𝑜𝑛𝑐𝐸𝐹 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝐴𝐹 ∗ (1 − 𝐸𝑓)


𝑚𝑔
𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝐵𝑂 = 248,28 ∗ (1 − 0,5) = 124,14
𝐿

7.2.2. Tratamento Secundário da Fase Líquida (Alternativa 2) – Lodo Ativado com


Aeração Prolongada
O sistema de tratamento denominado lodos ativados é um sistema de tratamento de efluentes
líquidos que apresenta elevada eficiência de remoção de matéria orgânica presente em
efluentes sanitários e industriais. O processo de tratamento é exclusivamente de natureza
biológica, onde a matéria orgânica é depurada, por meio de colônias de microrganismos
heterogêneos específicos, na presença de oxigênio (processo exclusivamente aeróbio). Essas
colônias de microrganismos formam uma massa denominada de lodo (lodo ativo, ativado ou
biológico). (COMUSA, 2017)
O sistema de tratamento de esgotos denominado lodos ativados é mundialmente utilizado
tanto para o tratamento de efluentes sanitários (fezes, urina e águas de lavagem em geral)
quanto de origem industrial. (COMUSA, 2017)
Algumas características do sistema de tratamento por lodos ativados são:
I. Necessidade de pequena área física disponível para sua implantação (a tecnologia
exige requisitos mínimos de área).
II. Elevado grau de eficiência de remoção de matéria orgânica e nitrogenada.

44
III. Flexibilidade de operação.
IV. Necessidade de análises físico-químicas e microbiológicas frequentes para
monitoramento e controle do processo.
V. Exige operadores qualificados para a operação.
VI. Os custos operacionais estão associados ao consumo de energia elétrica (alto grau
de mecanização e automação), consumo de produtos químicos (alcalinizantes, por
exemplo) e capacitações periódicas dos responsáveis pela operação.
Basicamente, os componentes de um sistema de tratamento de lodos ativados são: tanque de
aeração ou reator biológico, sistema de aeração, tanque de decantação e sistema para
recirculação de lodo. (COMUSA, 2017)
A diferença deste sistema para o sistema convencional é que a biomassa permanece mais
tempo no reator (18 a 30 dias), porém continua recebendo a mesma carga de DBO. Com isso
o reator terá que possuir maiores dimensões e consequentemente existirá menor concentração
de matéria orgânica por unidade de volume e menor disponibilidade de alimento. Para
sobreviver as bactérias passam a consumir a matéria orgânica existente em suas células em
seus metabolismos. Assim, o lodo já sairá estabilizado do tanque de aeração, não havendo
necessidade de se ter um biodigestor. Este sistema também não possui decantador primário
para evitar a necessidade de uma unidade de estabilização do lodo resultante deste. (BDTA,
2005)
Como a estabilização do lodo ocorre de forma aeróbia no reator, há um maior consumo de
energia elétrica. Porém, este é um sistema de maior eficiência de remoção de DBO dentre os
que funcionam com lodos ativados. (SPERLING, 1997)
Segundo a Norma 12.209/11 para o pré-dimensionamento de um sistema composto por Lodo
Ativado com Aeração Prolongada, são considerados os dados de entrada da Tabela 21.

45
Tabela 21 - Características do Sistema de Lodo Ativado com Aeração Prolongada.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

PARÂMETROS VALORES
KgDBO
(A/M) ≤0,15 Kg SSV.dia
Relação alimento/microrganismo
KgDBO
0,12 Kg SSV.dia (Adotado)
KgSSV KgSSV
Concentração de SSV Tanque de 1,5 ≤ X ≤4,5
m³ m³

Aeração (TA) KgSSV


4,4 (Adotado)

Relação SSV/SST no Tanque de 0,6 ≤ XV/X ≤ 0,75


𝑋𝑉
Aeração (TA) = 0,7 (Adotado)
X

Sistema de Aeração Aeração Superficial


Geometria no Tanque de Aeração Retangular
Tempo de Detenção Hidráulica no
16h ≤ t ≤ 36h
Tanque de Aeração
KgSST
Conc. de SST na linha de recirculação XR= 9,2 m³

Idade do Lodo θc> 18 dias


Taxa de aplicação superficial no
TAS ≤ 16 m³/ (m².dia)
Decantador Secundário
Taxa de aplicação de sólidos no KgSST
TASST ≤ 120m2 .dia
Decantador Secundário
Profundidade no Decantador
H ≥ 3,0 m
Secundário
Geometria no Decantador Secundário Retangular
Tempo de Detenção Hidráulica no
t ≥ 1,5 h
Decantador Secundário

Eficiências globais de remoção de matéria orgânica, sólidos e nutrientes, disponíveis na


Tabela 22.

46
Tabela 22 - Eficiência típica de remoção (%), no sistema de Lodo Ativado com Aeração Prolongada.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

Parâmetros Lodo Ativado com Aeração Prolongada (%)

DBO 95
DQO 87
SST 90
NTK 25
PT 20

a) Vazões, Cargas e Concentrações


Considerando para o pré-dimensionamento valore referenciado na Tabela 23.

Tabela 23 - Dados para Pré-dimensionamento de Lodo Ativado com Aeração Prolongada.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

QMéd CargaDBO ConcDBO


3307,4m³/dia 2052,9Kg/dia 620,7mg/L

7.2.2.1. Tanque de Aeração:


a) Volume do Tanque de Aeração

Adotando-se uma relação alimento/microrganismo, uma concentração de sólidos em


suspensão no tanque de aeração e uma relação SSV/SST (ou relação XV/X) para pré-
dimensionamento:
KgSST 𝑋𝑉 KgSSV
X = 4,4 ; = 0,7 , 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑋𝑉 = 3,1
m³ 𝑋 m³
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 2052,9
𝑉= → = 5518,55𝑚³
𝑋𝑉 ∗ 𝐴/𝑀 3,1 ∗ 0,12

𝑉 5518,55
𝑉𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = → = 2759,27 𝑚³
2 2
A Norma 12.209/11 recomenda para vazões de dimensionamento superiores a 100l/s deve-se
adotar mais de uma linha de unidades operando em paralelo.

b) Área do Tanque de Aeração


Adotou-se uma profundidade H = 4 m.

47
𝑉 5518,55
𝐴= → = 1379,64𝑚²
𝐻 4

𝐴 1379,64
𝐴𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = → = 689,82𝑚²
2 2

c) Geometria do Tanque de Aeração (Largura – B e Comprimento – L)


𝐿
Adotando𝐵 = 4 → 𝐿 = 4𝐵

2 𝐴 2 689,82
𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒
𝐴𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = 𝐿. 𝐵 →= (4. 𝐵). 𝐵 ∴ 𝐵 = √ →𝐵= √ = 13,13𝑚
4 4

𝐿 = 4. 𝐵 → 𝐿 = 4 . 13,13 → 𝐿 = 52,52𝑚
Serão adotados dois tanques de aeração com dimensões 13,13 x 52,52 e 4 m de profundidade.

d) Verificação do Tempo de Detenção Hidráulica no Tanque


𝑉 5518,55
𝑡= → = 40,04 ℎ
𝑄𝑀é𝑑 137,81
A verificação se aproxima da faixa de aceitação de acordo com os valores pré-estabelecidos
de t ≥ 1,5 h da NBR 12.209/11.

7.2.2.2. Decantador Secundário


Para os cálculos de pré-dimensionamento do decantador secundário, adotada uma vazão
média de final de plano de 3307,4 m³/dia.

a) Vazão de Recirculação
𝑋 4,4
𝑅= = = 0,92
𝑋𝑅 − 𝑋 9,2 − 4,4
𝑄𝑅 𝑚3
𝑅= → 𝑄𝑅 = 𝑄𝑀é𝑑 . 𝑅 → 3307,4 ∗ 0,92 = 3042,81
𝑄𝑀é𝑑 𝑑𝑖𝑎

Adotando uma idade do lodo θc= 20 dias.


𝑋𝑉 . 𝑉 𝑋𝑉 . 𝑉 3,1 .5518,55
θ𝐶 = → 𝑄𝐷 = = = 92,98𝑚3 /𝑑𝑖𝑎
𝑄𝐷 . 𝑋𝑅 θ𝐶 . 𝑋𝑅 20 . 9,2

b) Área do Decantador Secundário

48
Adotando uma taxa de aplicação superficial (TAS) = 14 m³/ (m2.dia) e QMed em m³/dia, tem-
se:
𝑄𝑀é𝑑
𝑇𝐴𝑆 =
𝐴
𝑄𝑀é𝑑 3307,4
𝐴= → = 236,24 𝑚²
𝑇𝐴𝑆 14
𝐴
𝐴𝐷𝑒𝑐 = = 118,12 𝑚²
2

c) Verificação da Taxa de Aplicação de Sólidos


(𝑄𝑀é𝑑+ 𝑄𝑅 ) . 𝑋 (3307,4 + 3042,81) ∗ 4,4 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇
𝑇𝐴𝑆𝑆𝑇 = → = 118,27 2
𝐴 236,24 𝑚 . 𝑑𝑖𝑎

Resultado em conformidade a taxa de aceitação estabelecida pela NBR 12209/2011 para


TASST ≤ 120 kgSST/m².dia.

d) Volume do Decantador Secundário


Adotou-se uma profundidade H = 4 m.
𝑉 = 𝐴 . 𝐻 → 236,24 ∗ 4 = 944,96 𝑚³
𝑉 944,96
𝑉𝐷𝑒𝑐 = → = 827,8 𝑚³
2 2

e) Geometria do Decantador (Largura – B e Comprimento – L)


𝐿
Adotando𝐵 = 2,4 → 𝐿 = 2,4𝐵

2 118,12
𝐴𝐷𝑒𝑐 = 𝐿. 𝐵 → 118,12 = (2,4. 𝐵). 𝐵 → 𝐵 = √ → 7,02 𝑚
2,4

𝐿 = 2,4 . 𝐵 → 𝐿 = 2,4 . 7,02 → 𝐿 = 16,85 𝑚


Serão adotados dois decantadores retangulares com dimensões 7,02 x 16,85 e 2,4 m de
profundidade.
Conforme a Norma 12209/11, nos decantadores retangulares com remoção mecanizada de
lodo, a relação comprimento/largura recomendada é igual ou superior a 2 (L/B ≥ 2).

f) Verificação do Tempo de Detenção Hidráulica no Decantador


𝑉 944,96
𝑡= = = 0,15 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 3,57 ℎ
(𝑄𝑀é𝑑+ 𝑄𝑅 ) (3307,4 + 3042,81)

49
Resultado em conformidade a taxa de aceitação de t ≥ 1,5h.

g) Cargas e Concentrações Efluentes


Considerando-se uma eficiência (EF) de remoção de DBO no lodo ativado de 95% estimam-se
as cargas e concentração do efluente:
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐸𝐹 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐴𝐹 . (1 − 𝐸𝐹𝐺 )
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 = 2052,9 ∗ (1 − 0,95) = 102,64 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎

𝐶𝑜𝑛𝑐𝐸𝐹 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝐴𝐹 . (1 − 𝐸𝐹𝐺 )


𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝐵𝑂 = 620,7 ∗ (1 − 0,95) = 31,04 𝑚𝑔/𝐿

7.2.3. Tratamento Secundário da Fase Líquida (Alternativa 3) Reator UASB + Logo


Ativado
De acordo com o Centro Experimental de Saneamento Ambiental da UFRJ (CESA/UFRJ), o
Reator UASB é uma tecnologia de tratamento biológico de esgotos baseada na decomposição
anaeróbia da matéria orgânica. Consiste em uma coluna de escoamento ascendente, composta
de uma zona de digestão, uma zona de sedimentação, e o dispositivo separador de fases gás-
sólido-líquido.
Posteriormente, o esgoto aflui ao reator e após ser distribuído pelo seu fundo, segue uma
trajetória ascendente, desde a sua parte mais baixa, até encontrar a manta de lodo, onde ocorre
a mistura, a biodegradação e a digestão anaeróbia do conteúdo orgânico, tendo como
subproduto a geração de gases metano, carbônico e sulfídrico.
Segundo o CESA/UFRJ, ainda em escoamento ascendente, e através de passagens definidas
pela estrutura dos dispositivos de coleta de gases e de sedimentação, o esgoto alcança a zona
de sedimentação. A manutenção de um leito de sólidos em suspensão constitui a manta de
lodo, e em função do fluxo contínuo e ascendente de esgotos, nesta é que ocorre a
decomposição do substrato orgânico pela ação de organismos anaeróbios.
No entanto, é necessário que o efluente advindo do UASB seja submetido a um pós-
tratamento a fim de remover, sobretudo, nutrientes (nitrogênio e fósforo) e organismo, como
por exemplo, o Lodo Ativado.
De acordo com o CESA/UFRJ o Lodo Ativado é constituído de duas unidades: o tanque de
aeração e o decantador secundário. No tanque de aeração ocorre a decomposição aeróbia do
substrato orgânico solúvel e a formação de flocos biológicos para posterior sedimentação no
decantador secundário.
50
A elevada concentração de biomassa no tanque de aeração é mantida através da recirculação
dos sólidos sedimentados no decantador secundário, possibilitando a maior permanência da
biomassa no sistema e a garantia de uma elevada eficiência na remoção da matéria orgânica.
Os dados necessários para o pré-dimensionamento do sistema composto por um reator UASB
seguido de Lodo Ativado foram baseados nas condições exigíveis pela Norma 12.209/11.

7.2.3.1. Reator UASB


Segundo a Norma 12.209/11 para o pré-dimensionamento de um sistema composto por
Reator UASB, são considerados os dados de entrada da Tabela 24:

Tabela 24 - Características do Sistema de Reator UASB.


Fonte: Adaptado da Norma ABNT 12.209 (2011).

PARÂMETROS VALORES
Tempo de Detenção Hidráulica t≥6h
Profundidade útil do coletor 4,0 m ≤ H ≤ 6,0 m
Geometria Retangular
m
Velocidade ascensional para Vazão Média v ≤ 0,7 h

Velocidade ascensional para Vazão m


v ≤ 1,2 h
Máxima

Eficiência de remoção de matéria orgânica, sólidos e nutrientes definidos na


Tabela 25.

Tabela 25 - Eficiência típica de remoção (%), no sistema de Reator UASB.


Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

Parâmetros Reator UASB (%)

DBO 70
DQO 65
SST 75
NTK 10
PT 10

51
Além disso, para este dimensionamento foram utilizadas as vazões sanitárias média e máxima
de final plano (137,81 m³/h e 239,18 m²/h, respectivamente),que contemplaram os estudos
básicos necessários para a elaboração desse Projeto de Esgotamento Sanitário, sendo elas.
a) Volume do Reator UASB
Para o cálculo do volume do reator foi adotado um tempo de detenção hidráulica de 9h.
𝑉
𝑡= → 𝑉 = 𝑡. 𝑄𝑀é𝑑 → 9 . 137,81 = 1240,29𝑚³
𝑄𝑀é𝑑

Segundo a Norma 12.209/11, para o tratamento de esgotos sanitários não é recomendado a


utilização de módulos acima de 2500m³. Portanto, o valor calculado (1240,27 m³) está em
conformidade com a Norma.

b) Área do Reator
Para a área do reator foi adotado H=4m
𝑉 1240,29
𝐴= →𝐴= → 310,07𝑚²
𝐻 4
𝐿
Adotando𝐵 = 1 → 𝐿 = 𝐵

𝐴𝑀ó𝑑 = 𝐿. 𝐵 → 310,07 = (1. 𝐵). 𝐵


2
𝐵 = √310,07 → 17,61𝑚
𝐿 = 1. 𝐵 → 17,61 𝑚

c) Verificação das Velocidades Ascensionais


 Para Vazão Média

𝑄𝑀é𝑑 137,81
𝑣= → → 0,45𝑚/ℎ
𝐴 310,07
 Para Vazão Máxima

𝑄𝑀á𝑥 239,18
𝑣= → → 0,77𝑚/ℎ
𝐴 310,07
Logo as velocidades ascensionais para vazão média e máxima estão dentro da faixa de
aceitação de acordo com os valores pré-estabelecidos entre v ≤0,7 e v ≤ 1,2 m/h.
Desta maneira, para esse pré-dimensionamento foi adotado 1 reator com 1 módulo de com
dimensões de 17,61 X 17,61 m e área de 310,07m².

52
d) Cálculo das Cargas e Concentrações
Considerando os dados escolhidos para o sistema e os resultados obtidos, segue as estimativas
das cargas dos efluentes ao final desse sistema de tratamento.
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐸𝐹 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐴𝐹 . (1 − 𝐸𝐹𝐺 )
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 = 2052,9 ∗ (1 − 0,7) = 615,9 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎

𝐶𝑜𝑛𝑐𝐸𝐹 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝐴𝐹 . (1 − 𝐸𝐹𝐺 )


𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝐵𝑂 = 620,7 ∗ (1 − 0,7) = 186,21 𝑚𝑔/𝐿

7.2.3.2. Lodos Ativados


Segundo a Norma 12.209/11 para o pré-dimensionamento de um sistema composto por Reator
UASB, são considerados na Tabela 26os dados de entrada:

Tabela 26 - Características do Sistema de Lodos Ativados.


Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

PARÂMETROS VALORES
KgDBO KgDBO
Relação alimento/microrganismo 0,2 ≤ (A/M) ≤ 0,4
Kg SSV.dia Kg SSV.dia

Concentração de SSV Tanque de KgSSV KgSSV


1,1 ≤ Xv ≤ 1,5
m³ m³
Aeração (TA)
Relação SSV/SST no Tanque de
0,75 ≤ XV/X ≤ 0,77
Aeração (TA)
Sistema de Aeração Aeração Superficial
Geometria no Tanque de Aeração Retangular
Tempo de Detenção Hidráulica no
3h ≤ t ≤ 5h
Tanque de Aeração
Razão de Recirculação R= 0,8
Taxa de aplicação superficial no
TAS ≤0,28 m³/ (m³dia)
Decantador Secundário
Taxa de aplicação de sólidos no KgSST
TASST ≤ 144m2 .dia
Decantador Secundário
Profundidade no Decantador
H ≥ 3,0 m
Secundário
Geometria no Decantador Secundário Circular

53
Tempo de Detenção Hidráulica no
t ≤1,5h
Decantador Secundário
Eficiência de remoção de matéria orgânica, sólidos e nutrientes definidos na Tabela 27.
Tabela 27 - Eficiência típica de remoção (%), no sistema de Lodo Ativado após reator UASB.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

Parâmetros Lodo Ativado (%)

DBO 88
DQO 92
SST 90
NTK 30
PT 30

Adotando-se uma relação alimento/microrganismo, uma concentração de sólidos em


suspensão voláteis no tanque de aeração e uma relação XV/ X.

7.2.3.2.1. Tanque de Aeração


a) Volume do Tanque de Aeração
Carga de DBO = 615,9 Kg/dia
𝐴 KgDBO 𝑋𝑉
Adotando:𝑀 = 0,4 Kg SSV.dia ; Xv = 1,5 ; = 0,75 , 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑋 = 2
𝑋

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 615,9
𝑉= → → 1026,5𝑚³
𝑋𝑉 . 𝐴/𝑀 1,5 . 0,4

𝑉 1026,5
𝑉𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = → = 513,25 𝑚³
2 2
A Norma não recomenda a operação do sistema com apenas uma linha de unidade para
vazões de dimensionamento superiores a 100L/s

b) Área do Tanque de Aeração


Adotou-se uma profundidade H = 4 m,
𝑉𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 513,25
𝐴𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = → = 128,31𝑚²
𝐻 4
𝐿
Adotando𝐵 = 4 → 𝐿 = 4𝐵

54
2 128,31
𝐴𝑇𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = 𝐿. 𝐵 → 128,31 = (4. 𝐵). 𝐵 → 𝐵 = √ → 5,67𝑚
4

𝐿 = 4. 𝐵 → 22,7𝑚
Será adotado dois tanques de aeração com dimensões de 5,67 x 22,7 e 4 m de profundidade

c) Verificação do Tempo de Detenção Hidráulica no Tanque


𝑉 1026,5
𝑡= → = 7,45ℎ
𝑄𝑀é𝑑 137,81
O tempo de detenção para o volume total não atende aos requisitos da NBR, mas quando
verificado em cada tanque separadamente, observa-se que o tempo de detenção pelo Volume
de tanque é 3,72h, na qual se aproximada faixa de aceitação de acordo com os valores pré-
estabelecidos entre 3 ≤ t ≤ 5h da NBR 12.209/2011.

7.2.3.2.2. Decantador Secundário


Para os cálculos de pré-dimensionamento do decantador secundário foi adotada uma vazão
média de final de plano de 3307,44 m³/h.

a) Vazão de Recirculação
𝑄𝑅
𝑅= → 𝑄𝑅 = 𝑄𝑀é𝑑 . 𝑅
𝑄𝑀é𝑑
𝑄𝑅 = 3307,44 ∗ 0,8 = 2646𝑚³/𝑑𝑖𝑎

b) Calculo da Área do Decantador Secundário


Adotando uma taxa de aplicação superficial (TAS) = 20 m³/(m2dia) e 𝑄𝑀é𝑑 em m³/dia, tem-
se:
𝑄𝑀é𝑑 𝑄𝑀é𝑑 3307,4
𝑇𝐴𝑆 = →𝐴= → = 165,37𝑚²
𝐴 𝑇𝐴𝑆 20
𝐴
𝐴𝐷𝑒𝑐 = = 82,7𝑚²
2

c) Verificação da Taxa de Aplicação de Sólidos

(𝑄𝑀é𝑑+ 𝑄𝑅 ) . 𝑋
𝑇𝐴𝑆𝑆𝑇 =
𝐴

55
(3307,44 + 2646) ∗ 2 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇
𝑇𝐴𝑆𝑆𝑇 = = 72 2
165,37 𝑚 . 𝑑𝑖𝑎

Resultado em conformidade a taxa de aceitação estabelecida pela NBR 12.209/2011 para


TASST ≤ 144 kgSST/m².dia.

d) Calculo do Volume do Decantador Secundário


𝑉 = 𝐴 . 𝐻 → 165,37 ∗ 4 = 661,5𝑚³
𝑉 661,5
𝑉𝐷𝑒𝑐 = → = 307,75𝑚³
2 2

e) Geometria do Decantador – D
𝜋. 𝐷2
𝐴𝐷𝑒𝑐 =
4

82,7 ∗ 4
𝐷=√ → 10,26𝑚
𝜋

f) Verificação do Tempo de Detenção Hidráulica no Decantador


𝑉
𝑡=
(𝑄𝑀é𝑑+ 𝑄𝑅 )
661,5
𝑡 = (3307,44+ 2646))= 0,11 dias = 2,7 h

Resultado em conformidade a taxa de aceitação de t ≥ 1,5h.


Considerando-se uma eficiência (EF) de remoção de DBO no lodo ativado de 88% estimam-se
as cargas e concentração do efluente:
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐸𝐹 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐴𝐹 . (1 − 𝐸𝐹𝐺 )
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 = 615,9 ∗ (1 − 0,88) = 73,9𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎

𝐶𝑜𝑛𝑐𝐸𝐹 = 𝐶𝑜𝑛𝑐𝐴𝐹 . (1 − 𝐸𝐹𝐺 )


𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝐵𝑂 = 186,21 ∗ (1 − 0,88) = 22,35𝑚𝑔/𝐿

7.3. Tratamento da Fase Sólida e Gasosa

56
7.3.1. Tratamento Fase Solida
O lodo é gerado em todo o sistema de tratamento, mas em alguns deles esse subproduto fica
acumulado no próprio sistema, não necessitando ser removido ao longo das operações na
estação. Em outros sistemas, usualmente mais compactos, o lodo necessita ser removido
continuamente ou com elevada frequência. Normalmente, os lodos removidos nas estações de
tratamento de esgotos na maioria das etapas do seu manuseio são constituídos de mais 95% de
água, apenas por convenção é designado por fase sólida, visando distingui-lo do fluxo do
liquido sendo tratado. (VON SPELING, 2005). Os sistemas de tratamento de lodo
possibilitam diversas combinações de operações e processos, compondo distintas sequências.
As principais etapas do tratamento, com os respectivos objetivos são:
I. Adensamento; remoção de umidade (redução de volume).
II. Estabilização: remoção da matéria orgânica (redução de sólidos voláteis)
III. Condicionamento: preparação para a desidratação (principalmente mecânica)
IV. Desidratação: remoção de umidade (redução de volume)
V. Disposição final: destinação final dos subprodutos.
A escolha do sistema para o tratamento do lodo na ETE tem como objetivo de permitir o
transporte para o local de destino final onde a necessidade de desidratação desse lodo, a qual
será realizada por meio de leito de secagem.
Os leitos de secagem são unidades de tratamento construídas em forma de tanques
retangulares com a finalidade de receber o lodo dos digestores, anaeróbio ou aeróbio, sendo o
sistema mais comum de preparação do lodo digerido para a destinação final, que, dependendo
do tipo de tratamento e das características climáticas locais (JORDÃO; PESSÔA, 2005;
MELO 2006).
No período de secagem /armazenamento no leito de secagem, o lodo passa por
transformações químicas, física e decomposição biológica da matéria orgânica. Os leitos de
secagem podem ser caracterizados pelas seguintes partes: tanques de armazenamento, camada
drenante e cobertura (JORDÃO; PESSÔA, 2005).
Os tanques podem ser construídos em alvenaria, concreto ou terra (diques). Podem ainda ser
cobertos ou, comumente, ao ar livre.
A camada drenante é constituída por camada suporte, meio filtrante e sistema de drenagem,
descritos a seguir.
• O meio filtrante é constituído por camadas de pedras de granulometrias 36 diferentes,
arrumadas de modo que a camada inferior tenha granulometria maior do que a da
camada superior.

57
• O sistema de drenagem é constituído de tubos perfurados dispostos abaixo do meio
filtrante, drenando o líquido percolado através das camadas superiores. O líquido
drenado geralmente retorna ao processo de tratamento, entretanto, quando o corpo
receptor permitir, poderá ser lançado juntamente com o efluente final da estação
(JORDÃO; PESSÔA, 2005).
• A camada suporte normalmente é constituída de tijolos recozidos, assentados em níveis,
com afastamento de 2 a 3 cm, preenchidos com areia grossa.
• O leito de secagem pode ser tanto descoberto quanto coberto. A cobertura, que pode ser
feita de vidro ou plástico, serve para proteger o lodo da ação da chuva, podendo ainda,
dependendo da configuração, auxiliar na higienização do lodo, provocada pela elevação
da temperatura (MELO, 2006).
Dimensionamento do leito de secagem é normatizado pela NBR 12.209 (ABNT, 2011).
Área com base no volume e altura do lodo a ser mantido no leito de secagem (ou taxa de
aplicação de sólidos por unidade de área, em kg.m2(RICHTER, 2001)).
A área total de leito de secagem deve ser subdividida em pelo menos duas câmaras. A
distância máxima de transporte manual do lodo seco no interior do leito de secagem não deve
superar 10 m.
Área é calculada a partir de: a) produção de lodo; b) teor de sólidos no lodo aplicado; c)
período de secagem para obtenção do teor de sólidos desejado; d) altura de lodo sobre o leito
de secagem.
A descarga de lodo no leito de secagem não deve exceder a carga de sólidos em suspensão
totais de 15 kg/m2 de área de secagem, em cada ciclo de operação.
Camada de areia com espessura de 7,5 cm a 15 cm, com diâmetro efetivo de 0,3 mm a 1,2
mm e coeficiente de uniformidade igual ou inferior a 5.
Sob a camada de areia, três camadas de brita, sendo a inferior de pedra de mão ou brita 4
(camada suporte), a intermediária de brita 3 e 4 com espessura de 20 cm a 30 cm e a superior
de brita 1 e 2 com espessura de 10 cm a 15 cm.
A altura livre das paredes do leito de secagem, acima da camada de areia, deve ser de 0,5 m a
1,0 m.

7.3.2. Tratamento Fase Gasosa


Um dos subprodutos da decomposição anaeróbia no reator UASB é a formação de vários
gases, entre os quais o gás metano, altamente energético. A liberação do biogás de forma
descontrolada na atmosfera é prejudicial, não apenas pela possibilidade de ocorrência de maus

58
odores junto à vizinhança, mas principalmente pelos riscos inerentes ao gás metano, que é
combustível. Dessa forma, o biogás produzido deve ser coletado, medido e posteriormente
utilizado ou queimado (CHERNICHARO, 1997). Há grande interesse na utilização do biogás
gerado nos processos anaeróbios como fonte de energia. A mistura desses gases é composta
por 60 a 70% de metano, 25 a 30% de gás carbônico e pequenas percentagens de hidrogênio,
nitrogênio e gás sulfídrico (NUVOLARI, 2003).
O tratamento na fase gasosa terá como alternativa a queima do biogás em que, o gás liberado
pelos reatores UASB será captado e queimado controladamente num único queimador de
biogás instalado na parte superior e central do reator. Toda tubulação do biogás será protegida
para que seja resistente à corrosão, evitando que o meio ambiente seja contaminado. A
queima do biogás torna-se necessária para minimizar os efeitos dos gases provenientes de sua
composição, em maior parte: gás sulfídrico, gás metano, vapor d’água e gás carbônico. O gás
sulfídrico é o principal causador de odores desagradáveis gerados nos sistemas anaeróbios. O
gás metano e o gás carbônico são prejudiciais à Camada de Ozônio. O gás metano na queima
é decomposto em gás carbônico e vapor d’água, tornando-se menos agressivo. Devido às
características intrínsecas de cada gás, promove-se a queima controlada. Existe um queimador
de gás, evitando a poluição pelos gases (ABREU,2014).

7.4. Viabilidade Econômica e Financeira


Von Sperling (2005) descreve para escolha de um sistema de tratamento de esgotamento
sanitário a necessidade de observar a confiabilidade, a eficiência, a disposição do lodo, as
características do solo, os impactos ambientais, o custo de construção, o custo de operação e a
sustentabilidade do empreendimento.
Para este estudo preliminar será comparado características dos principais sistemas de
tratamento de esgotos, como a demanda de área, custo de implantação/custos de operação e
manutenção. As alternativas estudadas nesta pesquisa estão contempladas nos respectivos
itens de tratamento da fase. A Tabela 28apresenta características especificas para cada tipo de
sistema estudado, bem como expectativa de custos de implantação e operação.

59
Tabela 28 - Características Típicas dos Principais Sistemas de Esgotamentos.
Fonte: Adaptação Von Sperling (2005)

Custos
Alternativas de Sistemas
Demanda Operação e
Estudados Implantação
de área manutenção
(R$/hab.)
(m²/hab.) (R$/hab.ano)
Lagoa Anaeróbia + Lagoa 1,3 – 3,0 30 – 75 2,0 – 4,0
Facultativa
Lodo Ativado com Aeração 0,12 – 0,25 90- 120 10 – 20
Prolongada
Reator UASB+ Lodo Ativado 0,08-0,2 70-100 7,0 -12

O estudo comparativo das alternativas teve-se como base os custos adaptados de Von Sperling
(2005) e para o calculo do valor do investimento para aquisição do terreno foi realizado
pesquisa exploratória no setor imobiliário de Mucuri, uma vez que o distrito de Itabatã faz
parte de sua microrregião, estimando o custo do metro quadrado para possível implantação da
ETE, disponível na Tabela 29.

Tabela 29 - Valores dos Imóveis no Município de Mucuri: Estimativas de Custo por m².
Fonte:https://ba.olx.com.br/sul-da-bahia/todas-as-cidades/imoveis/venda/casas?f=a&sd=8848&sd=8785.

Imóvel 1 Imóvel 2 Imóvel 3 Imóvel 4 Imóvel 5

Área 180m² 239m² 240m² 155m² 660m²

Preço R$ 130.000 380.000 380.000 220.000 240.000

Preço por 722,22 1589,96 1583,33 1419,35 363,64


Média de custo estimada por m² R$ 1.135,70

Realizado o dimensionamento da área total para cada sistema secundário de tratamento


levantado no projeto:

60
I. Alternativa 1 – Lagoa Anaeróbia + Lagoa Facultativa
 Lagoa Anaeróbia = 6842,3 m²
 Lagoa Facultativa = 37000 m²
 Área Total = 43.842,3 m²

II. Alternativa 2 – Lodos Ativados com Aeração Prolongada


 Tanque de Aeração = 1379,64 m²
 Decantador Secundário = 236,24 m²
 Área Total= 1.615,88m²

III. Alternativa 3 - Reator UASB + Lodos Ativados


 Reator UASB = 310,07 m²
 Tanque de Aeração = 128,31 m²
 Decantador Secundário= 165,37 m²
 Área Total= 603,75m²

A partir do dimensionamento das áreas totais para cada sistema foi acrescido uma taxa de
30%, a fim prever área de circulação, distância entre os sistemas, áreas administrativas e entre
outras áreas de interesse na estação.

 Alternativa 1= 43842,3 + 30% → 56994,99 m²


 Alternativa 2= 1615,88 + 30% → 2100,64 m²
 Alternativa 3 = 603,75 + 30% → 784,87 m²

A população adotada para cálculo de projeto foi à população projetada para o tempo de 20
anos, residente na zona urbana do distrito: Pop. = 38016 habitantes. E para calculo da
desapropriação:
𝐷𝑒𝑠𝑎𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑎çã𝑜 = Á𝑟𝑒𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 . 𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑚²

Para Implantação adotou-se as os preços baseado na faixa média da Tabela 28:


𝑅$
 Alternativa 1= PI = 55ℎ𝑎𝑏.

61
𝑅$
 Alternativa 2= PI = 105ℎ𝑎𝑏.
𝑅$
 Alternativa 3 = PI = 85ℎ𝑎𝑏.

𝐼𝑚𝑝𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎çã𝑜 = 𝑃𝐼 ∗ 𝑃𝑜𝑝

Para Operação e Manutenção adotou-se as médias dos preços baseado na Tabela 28.
𝑅$
 Alternativa 1= PO/M =3ℎ𝑎𝑏.𝑎𝑛𝑜
𝑅$
 Alternativa 2= PO/M =15ℎ𝑎𝑏.𝑎𝑛𝑜
𝑅$
 Alternativa 3 = PO/M =10
ℎ𝑎𝑏.𝑎𝑛𝑜

𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜
= 𝑃O/M ∗ Pop ∗ 20 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑀𝑎𝑛𝑢𝑡

As analises estão simplificadas e determinadas na Tabela 30 - Estimativas de custo total


para cada sistema.

Tabela 30 - Estimativas de custo total para cada sistema.


Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).

Custos
Alternativas
Operação e
de Sistemas Desapropriação Implantação Total
manutenção
Estudadas (R$) (R$) (R$)
(R$/hab.ano)
Lagoa
Anaeróbia +
64.792.210,14 2.090.880,00 2.280.960,00 69.164.050,14
Lagoa
Facultativa
Lodo Ativado
com Aeração 2.385.696,85 3.991.680,00 11.404.800,00 17.782.176,85
Prolongada
Reator
UASB+ Lodo 891.376,86 3.231.360,00 7.603.200,00 11.725.936,86
Ativado

62
A partir da revisão bibliográfica e da metodologia aplicada neste estudo pode-se observar que
a alternativa que apresenta maior viabilidade econômica para o tratamento secundário é a
alternativa 3 do sistema de Reator UASB seguido de lodos ativados, com menor área de
ocupação estimada e apesar de seus altos custos de implantação e Operação/manutenção no
geral é opção que apresenta melhor viabilidade das três alternativas. Logo, a alternativa 3 será
a base para o dimensionamento do projeto hidráulico para o distrito de Itabatã.

8. PROJETO HIDRÁULICO

De acordo com o expresso na viabilidade econômica para as configurações estudadas, a


alternativa que apresentou menor despesa quando somado a todos os custos envolvidos da
aquisição a operação para o tempo projetado, foi o sistema de reator UASB com Logo
Ativado.
Os reatores UASB têm sido uma tecnologia de tratamento de esgoto doméstico muito
utilizado, principalmente em regiões tropicais (VERSTRAETE; VANDEVIVERE, 1999).
Isso se deve principalmente às características climáticas e por se tratar de um sistema mais
econômico e de simples operação. Além disso, quando comparada com outras formas de
tratamento, a digestão anaeróbia é benéfica tendo em vista a menor produção de lodo
excedente e a necessidade de áreas menores para sua instalação (CHONG et al., 2012;
CHERNICHARO et al., 2015; CHERNICHARO et al., 2015).
Segundo van Haandel e Lettinga (1994), o reator UASB é capaz de reduzir cerca de 65 a 80%
de material orgânico, porém apresenta pouco efeito na remoção de nitrogênio e fósforo e pode
gerar um aumento na concentração de amônia no efluente.
Sendo assim, é comum a utilização de reator UASB seguido de um pós-tratamento com a
finalidade de adequar o efluente aos padrões requeridos pela legislação ambiental e proteger
os corpos d’água receptores (MERGAERT; VANDERHAEGEN; VERSTRAETE, 1992;
CHERNICHARO, 2006). De acordo com Mungray e Murthy (2014), o principal objetivo de
um processo aeróbio como pós-tratamento de uma etapa anaeróbia é a melhoria da qualidade
do efluente final, com vistas à proteção da saúde pública e do meio ambiente e ao reuso da
água.
Neste projeto hidráulico serão contempladas informações para concepção desse sistema de
forma mais detalhada, a fim de identificar o aporte necessário para implantação de um sistema
dessa abrangência, bem como a sua necessidade e importância para Itabatã.

63
Para determinação da vazão de projeto, foi considerado para final de plano uma população de
38016 contribuintes, num horizonte de projeto de 20 anos com início de plano no ano de
2020, prevendo um índice de atendimento de 100% da sede urbana do Distrito de Itabatã.
Para os dimensionamentos foi utilizado o consumo per capita de 100L/hab.dia e os
coeficientes de variação do consumo adotados recomendados pela norma NBR 9.649/86 da
ABNT, considerando ainda uma extensão de rede de 12,7 km para início de plano e 15,4 km
para final de plano.
O sistema proposto tem capacidade de tratamento de 66,44 L/s, aproximados 5740,42 m³/dia,
sendo composto por tratamento preliminar, tendo este gradeamento, desarenação e calha
Parshal, em seguida o efluente passará diretamente para o Reator UASB, responsável pelo
tratamento secundário aeróbio, Tanque de Aeração, Decantador Secundário e até
direcionamento para o Tratamento Terciário. Neste sistema de tratamento de Reator anaeróbio
com Lodo Ativado não há necessidade de implantação de tratamento primário.
Por conta da singularidade de configuração do reator UASB seguido de lodos ativados é que o
primeiro substitui o tanque de sedimentação primária, existente no sistema de lodos ativados
convencional. Essa configuração deve ser avaliada com bastante atenção, já que apresenta boa
remoção de matéria orgânica, sólidos em suspensão e amônia, porém praticamente não
apresenta eficiência significativa na remoção dos nutrientes nitrogênio e fósforo
(CHERNICHARO, 2006).
Na concepção prévia do projeto se obteve:

8.1. Dimensionamento do Tratamento Preliminar da Fase Liquida


No esquema preliminar adotado para remoção de sólidos grosseiros, areia e medidor de vazão
por respectivamente gradeamento, caixa de areia e calha Parshall foram necessários realizar
os seguintes dimensionamentos e configurações.

8.1.1. Gradeamento
A etapa do gradeamento tem como principal função remover os sólidos grosseiros que
chegam à estação de tratamento de efluentes, sendo composto por grades com barras paralelas
que possuem variação quanto à abertura, podendo ser grossa, média ou fina. Como é um
processo que faz a retenção de sólidos, é realizada uma limpeza frequentemente, podendo a
mesma ser manual ou mecânica. Podem também ser usadas peneiras rotativas, estáticas ou
trituradores, embora a utilização destes últimos ainda seja muito discutida, uma vez que não

64
removem estes sólidos, apenas os transformam para a sua remoção em outro dispositivo a
jusante (JORDÃO e PESSÔA, 2011).
Adotado os valores da Tabela 31 para calculo do tratamento preliminar de Gradeamento:
Tabela 31 - Características do Sistema de Tratamento Preliminar - Gradeamento.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

PARÂMETROS VALORES
Tipo de Gradeamento Grade média
Espessura das barras t = 5mm
Abertura entre barras a = 20mm
Velocidade de passagem (grades limpas) Vp = 0,8 m/s
Velocidade a montante das grades VM > 0,4 m/s
Velocidade nas grades VG < 1,2 m/s

a) Cálculo da Largura Útil (Bu)


Qmax 𝑄𝑚𝑎𝑥 0,0664
𝑉𝑝 = 𝐵𝑢 = → 𝐵𝑢 = = 0,59𝑚
Y. Bu Y. Vp 0,14.0,8

b) Cálculo do Número de Espaços Entre Barras (NE)


Bu 0,59
𝑁𝐸 = → 𝑁𝐸 = = 29,5 → 30
a 0,020

c) Cálculo do Número de Barras (NB)


𝑁𝐵 = 𝑁𝐸 + 1 → 𝑁𝐵 = 30 + 1 = 31

8.1.2. Caixa de Areia


A próxima etapa é a caixa de areia, também chamada de desarenadores, que possui como
função principal remover a areia através de sedimentação, em uma parte específica do canal.
É uma operação simples, já que as partículas ficam depositadas no fundo, necessitando de
limpezas periódicas para não comprometer e eficiência do tratamento. Essa remoção também
tem a finalidade de evitar a abrasão nos equipamentos e nas tubulações, reduzir a
possibilidade de obstruções em unidades da ETE, como tubulações, tanques, e outros
dispositivos, e facilitar o transporte da fase líquida e sólida do esgoto ao longo das unidades
de tratamento. (VON SPERLING, 2005).
Adotado os valores da para calculo do tratamento preliminar de Caixa de Areia:

65
Tabela 32 - Características do Sistema de Tratamento Preliminar - Caixa de Areia.
Fonte: Adaptado da Apostila Técnica de Projeto de Esgotamento Sanitário (FERREIRA, Luciano, 2019)

PARÂMETROS VALORES
Tipo de Desarenador Canal de velocidade constante
𝑚
Velocidade vertical de sedimentação 𝑉𝑠 = 0,2
𝑠
𝑚
Velocidade horizontal de escoamento 𝑉𝐻 = 0,3
𝑠
𝑚3 𝑚3
Taxa de aplicação superficial 600 = < 𝑇𝐴𝑆 < 1300
𝑚2 ∗ 𝑑𝑖𝑎 𝑚2 ∗ 𝑑𝑖𝑎
Coeficiente de produção de areia Ka = 4*10-5
Tempo de limpeza da caixa de areia ta = 15dias

a) Cálculo da Lâmina Sob a Caixa de Areia (Y)


Y = Hmax − z → Y = 0,33 − 0,07 = 0,02𝑚

b) Cálculo da Área da Seção Transversal (AT)


Qmax 0,06644
𝐴𝑡 = → 𝐴𝑡 = = 0,22𝑚2
VH 0,30

c) Cálculo da Largura da Caixa de Areia (B)


At 0,22
𝐵= →𝐵= = 11𝑚
Y 0,02

d) Cálculo do Comprimento da Caixa de Areia (L)


L = 22,5 ∗ Y → 22,5 ∗ 0,02 = 0,45m

e) Verificação da Taxa de Aplicação Superficial (TAS)


𝐴𝑠 = 𝐵 ∗ 𝐿 → 𝐴𝑠 = 11 ∗ 0,45 = 4,95𝑚2
Qmax 0,06644 𝑚3
𝑇𝐴𝑆 = ∗ 86400 → 𝑇𝐴𝑆 = ∗ 86400 = 1159,68 2
As 4,95 𝑚 ∗ 𝑑𝑖𝑎

f) Cálculo do Volume de Areia (VAR)


𝑉𝐴𝑅 = 𝑄𝑀é𝑑 ∗ K 𝑎 ∗ 𝑡𝑎 ∗ 86400
𝑉𝐴𝑅 = 0,03828 ∗ 4 ∗ 10−5 ∗ 15 ∗ 86400 = 1,98𝑚3

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g) Cálculo da Altura de Depósito de Areia (h)
VAR
𝑉𝐴𝑅 = ℎ ∗ 𝐵 ∗ 𝐿 → ℎ = = 0,4𝑚
B. L

8.1.3. Calha Parshall


Após as etapas de gradeamento e sedimentação da areia, o efluente segue para o dispositivo
denominado de Calha Parshall, usado para medir a vazão nos canais de forma contínua. Essa
vazão é medida através da leitura da lâmina d’água, podendo ser medido de forma manual,
através de réguas e também de forma mecanizada, através da instalação de dispositivos que
fazem essa medição e mostram a vazão em tempo real.
Para pré-dimensionamento do tratamento preliminar, deverá ser utilizado a vazão mínima de
inicio de plano e as vazões média e máxima de final de plano. Com isso, verificar a largura
nominal da Calha Parshall que atenda a faixa de vazões do projeto.
E para atender a faixa de vazões do projeto adotou-se uma Calha Parshall de largura nominal
(𝐿𝑁 ) igual a 6”; N=1,58; K=0,381. Logo:
𝑄 = 𝐾 ∗ 𝐻𝑁
𝑄 = 0,381 ∗ 𝐻1,58
a) Cálculo da Lâmina D’água (H)

𝑁 𝑄𝑀𝑖𝑛
𝐻𝑀𝑖𝑛 = √
𝐾

1,58 0,01323
𝐻𝑀𝑖𝑛 = √ = 0,12𝑚
0,381

1,58 0,06644
𝐻𝑀á𝑥 = √ = 0,33𝑚
0,381

b) Cálculo do Rebaixo (Z)


𝑄𝑀á𝑥 ∗ 𝐻𝑀𝑖𝑛 − 𝑄𝑀𝑖𝑛 ∗ 𝐻𝑀á𝑥
𝑍=
𝑄𝑀á𝑥 − 𝑄𝑀𝑖𝑛
0,06644 ∗ 0,12 − 0,01323 ∗ 0,33
𝑍= = 0,07𝑚
0,06644 − 0,01323

67
8.2. Dimensionamento Tratamento Secundário
Na etapa de Tratamento Secundário foi adotado o sistema de tratamento anaeróbio, sendo
realizados pelo Reator UASB, seguido pelo Tanque de Aeração e Decantador Secundário.
Nesta etapa o principal objetivo é a remoção da matéria orgânica solúvel presente nos esgotos,
feita através de processos biológicos pelos microrganismos. Sendo alternativas de tratamento
mais econômicas, principalmente pelo custo operação e manutenção.
No reator UASB o esgoto bruto entra através da parte inferior, em fluxo ascendente, passando
por uma zona de digestão de lodo denominada leito de lodo denso, onde os sólidos ficam
retidos, seguindo para parte de sedimentação, onde após essa etapa segue para o separador de
fases. Os sólidos que ficam retidos são digeridos por microrganismos que transformam esta
matéria em biogás. Este gás passa para parte superior do reator, podendo ser queimado ou
reaproveitado.
Mesmo os reatores UASB fazendo a remoção de grande parte da matéria orgânica, ainda há a
necessidade de se remover mais uma parcela para que se atenda aos critérios de lançamento
de esgoto em corpos receptores. A partir daí que entram o sistema de Lodo Ativado e durante
o período de detenção ocorre à remoção da DBO. Os cálculos de dimensionamento estão
relacionados no Item referente à alternativa três deste projeto.

8.2.1. Cálculo das Cargas e Concentrações


Considerando os dados escolhidos para o sistema e os resultados obtidos, segue as estimativas
das cargas dos efluentes ao final desse sistema de tratamento.
Reator UASB

𝑪𝒂𝒓𝒈𝒂𝑬𝑭 = 𝑪𝒂𝒓𝒈𝒂𝑨𝑭 . (𝟏 − 𝑬𝑭𝑮 )


𝑪𝒐𝒏𝒄𝑬𝑭 = 𝑪𝒐𝒏𝒄𝑨𝑭 . (𝟏 − 𝑬𝑭𝑮 )

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 = 2052,9 ∗ (1 − 0,7) = 615,9 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝐵𝑂 = 620,7 ∗ (1 − 0,7) = 186,21 𝑚𝑔/𝐿

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝑄𝑂 = 3801,6 ∗ (1 − 0,65) = 1330,56 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝑄𝑂 = 1149,4 ∗ (1 − 0,65) = 402,3 𝑚𝑔/𝐿

68
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑆𝑆𝑇 = 2280,9 ∗ (1 − 0,75) = 570,23 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑆𝑆𝑇 = 689,6 ∗ (1 − 0,75) = 172,40 𝑚𝑔/𝐿

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑁𝑇𝐾 = 304,1 ∗ (1 − 0,1) = 273,7 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝑁𝑇𝐾 = 91,9 ∗ (1 − 0,1) = 82,71 𝑚𝑔/𝐿

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑃𝑇 = 45,6 ∗ (1 − 0,1) = 41,04𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝑃𝑇 = 13,7 ∗ (1 − 0,1) = 12,33 𝑚𝑔/𝐿
Lodo Ativado

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝐵𝑂 = 615,9 ∗ (1 − 0,88) = 542 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝐵𝑂 = 186,21 ∗ (1 − 0,88) = 22,35 𝑚𝑔/𝐿

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝑄𝑂 = 1330,56 ∗ (1 − 0,92) = 106,44 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝐷𝑄𝑂 = 402,3 ∗ (1 − 0,92) = 32,18 𝑚𝑔/𝐿

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑆𝑆𝑇 = 570,23 ∗ (1 − 0,90) = 57,02 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝑆𝑆𝑇 = 172,40 ∗ (1 − 0,90) = 17,24 𝑚𝑔/𝐿

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑁𝑇𝐾 = 273,7 ∗ (1 − 0,3) = 191,6 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝑁𝑇𝐾 = 82,71 ∗ (1 − 0,3) = 57,9 𝑚𝑔/𝐿

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑃𝑇 = 41,04 ∗ (1 − 0,3) = 28,73 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎


𝐶𝑜𝑛𝑐𝑃𝑇 = 12,33 ∗ (1 − 0,3) = 8,64 𝑚𝑔/𝐿

8.3. Dimensionamento do Tratamento Terciário


Na etapa de Tratamento Terciário, o uso do cloro para desinfecção é um dos métodos
utilizados para efluentes nas estações de tratamento de esgotos, sendo considerado de maior
viabilidade econômica e ocupa áreas menores, em comparação com outros tipos de
tratamento, como as lagoas de maturação. Pode ser encontrado nas formas sólidas, hipoclorito
de cálcio, líquida, hipoclorito de sódio e na forma gasosa, sendo o caso do Cl2.
A eficiência no processo de desinfecção com o cloro pode variar em função de fatores que
podem intervir no processo, devendo adotar uma avaliação das características físico-químicas

69
do efluente, pois exercem importante papel nas reações que podem ser desencadeadas nesta
etapa. Uma das desvantagens da cloração é a reação do cloro com alguns metais, como o ferro
e o manganês, com compostos como o dióxido de nitrogênio (NO2), o ácido sulfídrico (H2S)
e o íon Cianeto (CN-), podendo diminuir a eficiência da desinfecção.
Neste sistema adotado o tratamento da fase sólida será feito através do encaminhamento do
lodo, proveniente do reator UASB, para Aterro Sanitário.
A decomposição biológica anaeróbia que ocorre no reator UASB gera o biogás. A queima do
biogás torna-se necessária para minimizar os efeitos dos gases provenientes de sua
composição, em maior parte: gás sulfídrico, gás metano, vapor d’água e gás carbônico. O gás
sulfídrico é o principal causador de odores desagradáveis gerados nos sistemas anaeróbios. O
gás metano e o gás carbônico são prejudiciais à Camada de Ozônio. O gás metano na queima
é decomposto em gás carbônico e vapor d’água, tornando-se menos agressivo.
O gás liberado pelo reator UASB será captado e queimado controladamente em um
queimador de biogás instalado na parte superior e central. Toda tubulação do biogás será
protegida para que seja resistente à corrosão, evitando que o meio ambiente seja contaminado.

9. LAYOUT DO SISTEMA DE TRATAMENTO

Figura 11 - Layout do sistema de Tramento de Esgoto de Itabatã.


Fonte: Adaptado pelo Autor. (2019)

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10. REFERÊNCIAS

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