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• Slide 1 Das aplicações da mecânica das

rochas, destacam-se:
Fundamentos da mecânica das rochas - Prospecção e caracterização dos
maciços rochosos
- https://didatico.igc.usp.br/rochas/ - Propriedade das rochas e maciços
metamor cas/
rochosos
- https://didatico.igc.usp.br/rochas/ - Análise prévia para projeto
igneas/
- Construção
- https://didatico.igc.usp.br/rochas/
sedimentares/
Mecânica dos Solos
x
Mecânica das rochas é a disciplina
Mecânica das Rochas
cientí ca que estuda a resposta de rochas
fraturadas quando sujeitas a forças,
tensões e deformações impostas. Só
conhecemos a resistencia das rochas
ensaiadas em laboratório. Para o maciço
rochoso, o grande desa o é identi car seu
comportamento, levando em conta a rocha
e as superfícies de descontinuidade.
Assim, a mecânica das rochas pode ser
utilizada em engenharia civil e de minas
(túneis ferroviários e rodoviários),
fundações de barragens, taludes rochosos
para vias de comunicação e minas (a céu
aberto ou subterrâneas).
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Folhetos variam de a MPa, enquanto
A mecânica dos solos é composta o granito possui de a MPa de
pelas camadas de matéria orgânica, resistência e resistência do Quartzito é
horizonte A, B e C. Nestas faixas, tem-se: sempre maior que MPa.
- Resistencia: kPa
- Módulo de elasticidade: MPa • Slide 2
- Escavação: lâmina de aço
Classi cação e índice das Rochas
Já a mecânica das rochas abrange
Há vários tipos de classi cação de
apenas e rocha mãe. Nela, tem-se:
rochas, assim, nem sempre é simples
- Resistencia: MPa
saber qual usar ou selecionar o melhor. A
- Módulo de elasticidade: GPa
- Escavação: Escari cador ou explosivo melhor classi cação é aquela que agrega
uma informação útil para a solução do

Por de nição, rochas são agregados problema. As classi cações baseiam-se

naturais, formados por um ou mais em critérios especí cos, por exemplo:

minerais (por vezes vidro ou matéria


orgânica), que constitui parte essencial da Basalto toleítico utiliza os seguintes
crosta terrestre, ocupando externões critérios:
consideráveis e sendo nitidamente - Petrográ co: basalto
individualizados, isso é, formando - Geoquímico: toleítico
agregações de minerais segundo leis
sico-químicas. Neste caso, a aplicação desejada é
Os tipos de rochas, que podem ser geotécnica, porque toleítico é indicador
classi cadas segundo sua origem em de ambiente geotectônico.
magmáticas (ígneas), sedimentares ou
m e t a m ó r c a s, p o s s u e m p r o c e s s o s, Assim, para ns geotécnicos, os
propriedades físicas e químicas, texturas e critérios indicados são:
comportamento mecânico distintos entre - Petrogra a
si. Desta forma, diferentes tipos de rocha - Índices físicos
signi cam diferentes implicações - Propriedades mecânicas
geotécnicas. Em um exemplo, tem-se as
resistências à compressão simples: Classi cação rochas ígneas

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As rochas ígneas podem ser Classi cação rochas Sedimentares
plutônicas, formadas abaixo da superfície,
são mais grossas, ou vulcânicas, formadas Estas resultam de sedimentos
acima da superfície e mais nas. clásticos, orgânicos ou químicos. Assim:

A IUGS possui uma simpli cação Clásticos (mecânica):


para as rochas ígneas plutônicas e - Conglomerado
vulcânicas que são aplicáveis à rochas - Brecha
com até % de má cos (minerais ricos - Arenito
em elementos pesados e pobres em silica). - Siltitos
Essa classi cação é usada para aplicações - Argilitos
em campo como engenharia geotécnica, - Etc
geologia e descrição macroscópica.
Orgânica:
- Calcário
- Turfa (carvão)

Química:
- Calcário
- Nódulos de manganês
- Evaporitos
- Etc

Estruturas sedimentares mostram


uma organização das partículas na
sedimentação.

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Classi cação Rochas Metamór cas planar é de nida pela orientação
preferencial de lossilicatos (xisto)
As rochas metamór cas são rochas - Clivagem ardosiana: possui
pré-existentes recristalizadas no estado granulometria na, que impede a
sólido, devido a ação da pressão e da individualização dos minerais a olho
temperatura. Para sua nomenclatura nu, trata-se do alinhamento de
acrescenta-se o pre xo “meta” ao nome da argilominerais placardes em planos
rocha pre-existente. paralelos (ardósia).
- Filito: alinhamento de minerais
Granito + metamor smo = metagranito micáceos, de granulometria na, que
Calcário + metamor smo = metacalcário conferem um brilho prateado à rocha
- Estrutura Gnáissica: rocha foliada que
A regra de foliação, por outro lado, alternam bandas de minerais claros
indica: (quartzo e feldspato) e banda de
minerais escuros (biotita, clorita,
Mineral + textura an bólio), dando a rocha caráter
Mineral + estrutura listrado (ganisse)

Exemplos: Dentre as propriedades físicas da


Clorita (> %) + xistosidade = Clorita xisto rocha, estão:
Clorita (< %) + xistosidade = xisto com - Peso especí co
clorita - Porosidade
- Teor de umidade
As implicações geotécnicas são - Velocidade de propagação do som
quanto a foliação, ao plano de fraqueza e - Durabilidade
ao rompimento. - Permeabilidade

Dentre as foliações das rochas


metamór cas, destacam-se:

- Xistosidade: os minerais podem ser


reconhecidos a olho nu e estrutura

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O peso especí co é proporcional A porosidade se refere ao volume de

ao grau de alteração da rocha. O peso poros efetivamente disponível para ser

especí co seco tem in uência direta nas ocupado por uidos livres (exclui todos os
poros não conectados, inclusive o espaço
propriedades mecânicas de resistência e
ocupado pela água adsorvida nas argilas)
deformabilidade das rochas.
dividido pelo volume total.

A porosidade pode ser subdivida em

- Propriamente dita: granular ou de


Densidade relativa:
interstícios (solos, sedimentos e rochas
sedimentares

- Secundária: vazios resultantes da quebra da


rocha (fraturas e descontinuidades

As alterabilidades são transformações


A resistência à compressão quanto o físicas e químicas da rocha. Quando químicas,
módulo de elasticidade aumentam com o valor tratam-se dos seguintes processos
da densidade.
- Hidrataçã
5
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o

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- Solubilizaçã - Deformabilidade (módulo de deformação


elástico ou dinâmico
- Oxidaçã

Assim, dentre os fatores que podem


Já no aspecto físico
afetar a resistência de um maciço rochoso
- Esfoliaçã estão

- Desagregaçã - Macro x micro estrutur

- Abrasã - Porosidad

A durabilidade tem seu índice de nido


através do ensaio Slake test, que mede a
resistência da rocha a ciclos de molhagem e
- Alteraçã
secagem
- Fraturament

- Consistencia (coesão

Rocha Intact

A rocha intacta possui as seguintes


propriedades mecânicas

- Resistencia à compressão simple

- Resistencia à traçã
- Resistencia da parte intacta
- Velocidade das ondas sísmicas (Vp, Vs

- Resistência ao cisalhamento
6
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- Ruptura em cunha: Este tipo de ruptura
pode ocorrer em maciços rochosos onde
existem duas ou mais famílias de planos de
descontinuidade. Uma cunha de rocha pode
deslizar ao longo da linha de intersecção de
Os graus de alteração são dois desses planos. Para possibilitar a
ruptura em cunha, a linha de intersecção tem
- Alterad
que ter um ângulo de caimento menos que o
- Pouco alterad ângulo de inclinação do talude

- Intact

• Slide 3

Resistência e ruptura de Rochas

Os taludes possuem 3 tipos de ruptura

- Ruptura Planar: compreende o movimento


por gravidade de massas rochosas ao longo
de uma ou mais superfícies de
descontinuidade subparalelas entre si. A
ruptura acontece quando a direção do plano
de deslizamento é quase paralela à face do - Tombamento dos blocos: envolve rotação
talude (diferença máxima de 20°), e o de colunas ou blocos de rocha sobre uma

ângulo de inclinação da descontinuidade ao base xa. Para que ocorra é necessário que

longo do qual ocorre a ruptura é menor que exista uma família de descontinuidades com

o ângulo da face do talude. Para ocorrer esse mergulho em sentido contrário ao mergulho

tipo de ruptura em situações drenadas, o do talude, com ângulo entre o plano do

ângulo de inclinação do plano deslizante talude e o plano de descontinuidade tendo

deve ser maior que o ângulo de atrito até 30°

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o

- Resistência à compressão uniaxial:


corresponde à carga de ruptura da amostra,
expressa por

São fatores intrínsecos que in uenciam


a resistência à compressão uniaxial a
mineralogia, a textura e as propriedades físicas.
Resistência
Enquanto tem-se como fatores extrínsecos a
- Ensaio com Esclerômetro de Schmidt: geometria CP, a água, a velocidade de
feito com um equipamento portátil que carregamento e o equipamento
determina a resistência à compressão
A RCU corresponde à carga de ruptura
uniaxial da matriz rochosa, com base nos
da amostra, a relação entre altura e diâmetro
valores de rebote (R), em especial para os
(H/D) deve variar, segundo uma determinação
materiais existentes nas paredes de
da ISRM (2007) entre 2,5 e 3,0
descontinuidades.

A resistência à compressão da rocha nas


paredes das descontinuidades in uencia a
resistência ao cisalhamento. A redução da
resistência das rochas devido ao intemperismo
reduz a resistência ao cisalhamento nas
descontinuidades

8
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- Resistencia à compressão puntiforme: as - Ensaio de compressão triaxial: o ensaio
amostras são rompidas por uma carga por consiste na compressão, em geral, axial do
meio de cones metálicos com ponta cilindro de rocha com a aplicação
arredondada. A ruptura é provocada pelo simultânea de pressão con nante
desenvolvimento de fraturas de tração
paralelas ao eixo de carregamento

Outra observação importante


obtida dos ensaios de compressão
(simples e triaxial) está relacionada aos
tipos de ruptura veri cados em rochas.
Existem três tipos básicos, conforme
apresentado na Fig. . , entretanto eles
podem ocorrer em conjunto, formando
tipos mistos. São eles:

A. Cataclase: a ruptura origina cones,


formados por interseção de fraturas
inclinadas em direções diferentes

B. Cisalhamento: a ruptura ocorre ao


longo de uma ou duas fraturas
inclinadas em relação ao carregamento
axial

C. Fendilhamento: as fraturas são


desenvolvidas na direção paralela ao
carregamento axial

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Ensaios de Traçã - E n s a i o d e Te n a c i d a d e : e n e rg i a
necessária para a propagação de uma
Os ensaios de resistência à tração tem
ssura nela preexistente. Neste ensaio, há
por objetivo determinar a resistência a tração
3 tipos de tenções na fratur
da matriz rochosa

• Norma
- Tração direta: pouco usado devido à
di culdade tanto para acoplamento da • Cisalhante no plan
garra do equipamento de ensaio à amostra
quando à manutenção da axialidade do • Cisalhante fora do plan

carregamento
As ssuras são propagadas de três
modos

- Tração indireta: também denominado de


compressão diametral ou ensaio
brasileiro, ele é executado em um disco
de rocha e consiste basicamente na
aplicação de carregamento compressivo - Resistência da rocha à abrasividade:

ao longo de sua geratriz trata-se do desgaste do equipamento. É


feito pelo método Cerchar e o índice de
abrasividade é CAI mas falta
normatização dos ensaios.

• Slide 4

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Estudo da tensão estendidos e deformáveis, como maciços


rochosos, mas para isso, sofrem adaptações

Os maciços rochosos existentes na Em primeiro lugar, você deve levar em

crosta terrestre estão submetidos a diversas consideração que a força apli- cada a uma

tensões. Tais tensões podem ser naturais ou rocha em geral varia de um ponto a outro e é

induzidas. O peso de uma coluna de rocha distribuída pelo corpo. A noção de que as

sobre determinado ponto, por exemplo, gera forças se concentram em um ponto,

tensões que aumentam sua magnitude de simpli cação tipicamente usada para a

acordo com a profundidade, em decorrência do mecânica de partículas, não é su cientemente

peso do material sobreposto. Essas tensões são geral para ser aplicada a todos os problemas

orientadas para o centro da Terra e podem estar encontrados na mecânica das rochas. Portanto,

entre as principais tensões atuantes, desde que é necessário introduzir o conceito de tensão.

não haja efeitos causados por processos Como a tensão geralmente varia com a

tectônicos ativos, topogra a ou estruturas orientação da superfície sobre a qual atua, é

geológicas (PARK; WEST, 2002; OLIVEIRA; mais convenientemente representada por um

BRITO, 1998). tensor de tensão. A seguir, veja as de nições de

No estudo da mecânica de partículas, as força e tensão.

principais variáveis cinemáticas utilizadas são:


posição do corpo, velocidade e aceleração. A - Força: é um conceito físico que descreve
interação de determinado corpo com outros todo agente capaz de alterar o estado de

corpos é quanti cada em termos das forças que movimento ou repouso de um corpo,

tais corpos exercem sobre o primeiro. O efeito imprimindo-lhe uma aceleração favorável

gerado por essas forças é governado pela ou contrária ao movimento.

segunda lei de Newton. De acordo com tal lei, - Tensão: é uma força caracterizada não
o somatório das forças que agem sobre um apenas pela magnitude mas também pela

corpo (força resultante) é igual à sua massa orientação da superfície sobre a qual atua,

vezes a sua aceleração. A condição para um ou seja, uma medida de força por unidade de

corpo estar em equilíbrio é que a soma das área

forças externas e dos momentos agindo sobre


ele seja nula. A mecânica das rochas é geralmente

Esses conceitos mecânicos básicos, estudada em laboratório com amostras de

como posição e força, bem como a segunda lei núcleo cilíndrico. A tensão pode ser um

de Newton, também se aplicam a corpos componente axial e dois componentes


perpendiculares laterais

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.

Na mecânica das rochas, assim como


na mecânica das partículas e dos corpos
rígidos, a variável cinemática fundamental é o
deslocamento. Ele é o vetor que quanti ca a
mudança na posição de dada partícula de
rocha. Especi camente na mecânica de rochas,
a posição de cada partícula de rocha é rotulada
por sua localização, em relação a algum
Uma rocha é considerada sob sistema de coordenadas, em algum estado que
compressão uniaxial quando uma força é é considerado o estado inicial da rocha. Essa
aplicada em uma direção e as demais posição pode ser denotada por x = (x, y, z).
componentes das forças são nulas (σ1 > 0, σ2 = Quando cargas são aplicadas à rocha, a

σ 3 = 0). Considere uma amostra sob partícula de rocha inicialmente localizada no


ponto x é deslocada para uma nova posição, x́
compressão uniaxial com uma força F aplicada
= (x́, ý, ź).
a uma superfície A. Quando a superfície da
seção transversal é rotacionada por um ângulo O vetor que conecta a posição original
θ, as tensões perpendicular (σ) e paralela à x e a posição nal x́ é conhecido como o
superfície (τ) podem ser escritas, “deslocamento da partícula inicialmente
respectivamente, da seguinte forma: posicionada no ponto x” ou simplesmente o
“deslocamento em x” (AADNOY; LOOYEH,
2013). Esse vetor é denotado em notação
vetorial por u, e seus componentes são: u, v, w.
Para ser consistente com a convenção
de sinais usada para trações, em que um
componente de tração é representado por um
A relação entre tensão perpendicular (tensão
número positivo se apontar na direção da
normal) e tensão paralela (tensão de
coordenada negativa, o vetor de deslocamento
cisalhamento) com um ângulo de rotação
deve ser de nido por:
variável (θ), governada pelas Equações 1 e 2,
representa a equação do círculo com o raio
σ1/2. Re- presentado gra camente, no domínio

(σ – τ), esse círculo é frequentemente chamado O deslocamento u pode ser interpretado


de “círculo de Mohr”. como um vetor que aponta da nova posição, x́,
em direção à posição original, x. Em geral, o

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fi

deslocamento varia de ponto a ponto, de modo diminuição fracionária no comprimento da


que cada componente (u, v, w) varia com todas barra
as três coordenadas de posição (x, y, z).
O objetivo da solução de um problema
de mecânica das rochas é calcular o vetor de Na mecânica dos sólidos, e em

deslocamento u em cada ponto do maciço particular no âmbito da elasticidade, estuda-se

rochoso ou espécime de rocha. Isso é feito com muito mais tensões e deformações do que

base no conhecimento das trações super ciais e trações (forças) e des- locamentos. Contudo,

forças corporais aplicadas e nas condições de em contraste com muitas outras áreas da

contorno. Nesse contexto, você precisa estar mecânica dos sólidos em que os deslocamentos

familiarizado com o conceito de deformação. não despertam muito interesse, na mecânica


das rochas o deslocamento em si muitas vezes

- Deformação: é uma medida do deslocação é extremamente importante. Exemplos de tais

relativo das partículas próximas (em vez de situações incluem fechamento de mina, ruptura

uma medida de seu deslocamento absoluto). de poços e subsidência de superfície acima de

O conceito básico por trás da deformação minas e reservatórios.

pode simpli cado para um contexto


unidimensional. - Tensões Principais: Um maciço rochoso é
Considere uma barra unidimensional um corpo tridimensional, e a carga
curta, de comprimento inicial L, de borda resultante aplicada num corpo rochoso se
esquerda inicialmente localizada no ponto x e deve à tensão distribuída em todas as três
de borda direita localizada no ponto x + Δx. O direções ortogonais. Assim, as direções das
comprimento inicial dessa barra é dado por L = três tensões normais, quando a tensão de
Δx. cisalhamento é zero, são chamadas de “eixos
Agora presuma que essa barra está principais”. A tensão normal ao longo desses
deformada de tal modo que a sua borda eixos é chamada de “tensão principal”. As
esquerda se move para a localização x – u(x) e tensões principais são representadas por σ1,
a sua borda direita se move para a posição [x +
σ2 e σ3, que indicam, respectivamente, as
Δx] – u(x + Δx). O novo comprimento da barra
tensões máxima, intermediária e mínima
é, portanto: Ĺ = {[x + Δx] – u(x +Δx)} – [x –
u(x)] (JAEGER; COOK; ZIMMERMAN,
2007).
Assim, é possível de nir a deformação
média sofrida por essa barra como a

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.

- Tensões invariantes: Alguns aspectos coordenadas principal, o tensor de tensão


associados a um tensor de tensão são parece não conter tensões de cisalhamento.
invariantes, não im- porta como você No entanto, em geral, seria errado presumir
rotacione o seu sistema de coordenadas. que nenhuma tensão de cisalhamento age
Esses aspectos são chamados de “tensões naquele ponto, uma vez que as tensões de
invariantes” e estão associados a um tensor cisalhamento podem ser diferentes de zero
de tensão simétrico. As tensões invariantes em planos oblíquos. Somente no caso
(I1, I2 e I3) são úteis para a construção de leis especial em que todas as três tensões

de tensão-deformação e critérios de ruptura, principais são iguais é que as tensões de

como você vai ver adiante. Elas podem ser cisalhamento em todos os planos são iguais

expressas em termos das tensões principais a zero. Seria útil, portanto, representar o

(Equações 5, 6 e 7) (JAEGER; COOK; tensor de tensão de modo a mostrar

ZIMMERMAN, 2007). Primeiramente, veja claramente se há ou não tensões de

como calcular o componente I1 da tensão cisalhamento atuando no ponto em questão.


A tensão desviatória é obtida subtraindo-se a
invariante em função das tensões principais:
parte isotrópica do tensor de tensão total:
para fazer isso, você deve decompor o
tensor de tensão em uma parte isotrópica (ou
hidrostática) e uma parte desviatória. As
direções principais das tensões desviatórias
S1, S2 e S3 são as mesmas das tensões

principais. Primeiramente, veja o


- Tensões desviatórias: as tensões de componente S1 da tensão desviatória em
cisalhamento e normais tem consequências função das tensões principais:
físicas diferentes, uma vez que as primeiras
atuam tangencialmente a um plano, e as
últimas, normalmente a ele. O tensor de
tensão, quando escrito em determinado
sistema de coordenadas, contém
explicitamente apenas os componentes da
Muitos dos critérios de ruptura estão
tensão de cisalhamento que atuam em
voltados à observação da distorção, caso em
planos cujas normais são perpendi- culares a
que esses critérios são mais convenientemente
uma das três direções das coordenadas.
expressos em termos dos invariantes das
Portanto, quando escrito no sistema de
tensões desviatórias. O primeiro invariante da
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tensão desviatória é sempre igual a zero; os podem ser obtidos gra camente pelo círculo de
outros dois componentes podem ser escritos Mohr. Para traçá-lo, consideram-se dois eixos
em termos das tensões desviatórias ortogonais; os σ são representados em
abscissas, e os τ, em ordenadas. As
coordenadas do centro são: .

- Circulo de Mohr: O círculo de tensão de Já o valor do raio é: .


Mohr é um diagrama que mostra como as
tensões normal e de cisalhamento variam
com a orientação num material (por
exemplo, um corpo rochoso). Considere um O círculo de Mohr conta com a
plano tridimensional de ten- sões. Se, num seguinte propriedade: todo raio, que forma com
sistema cartesiano ortogonal, forem traçados o eixo das abscissas um ângulo 2α, corta o
três círculos, demonstra-se que o ponto círculo num ponto D, cujas coordenadas são os
representativo do estado de tensão sobre valores de σ e τ
qualquer seção inclinada em relação aos
planos principais situa-se na área hachurada
em vermelho, limitada pelos três
semicírculos. Com base nisso, conclui-se
que a tensão máxima de cisalhamento (τmáx)

é igual ao raio do círculo maior.

Para desenhar o circulo de Mohr:

1. desenhe o elemento que descreve as


tensões e o círculo de Mohr;
Para um estado plano de tensão, os
valores de τ e σ, para determinado ângulo α,

15

fi

2. identi que um plano (nesse caso, AC) Dentre as principais características


do qual você conhece as tensões e geométricas de uma descontinuidade,
marque no círculo de Mohr; destacam-se, além dos tipos de rocha e da
espessura das camadas onde ocorrem

3. Trace uma linha — ac — paralela ao


plano AC até a intersecção com o
círculo (ponto P);

4. Desenhe uma linha — ab — através de


P paralela ao plano AB (plano no qual - Orientação: do mergulho ou azimute,
você deseja saber o estado de tensão) medida no sentido horário a partir do norte

até a intersecção com o círculo (ponto verdadeiro, e pelo mergulho da linha mais

Y). inclinada da descontinuidade em relação à


horizontal
Embora a localização do ponto P varie
com a orientação relativa, isso não ocorre com
o ponto Y. A técnica pode, então, ser utilizada
para se encontrar a orientação dos planos nos
quais o estado de tensão é conhecido.

• Mergulho (dip): máxima inclinação da


descontinuidade em relação à horizontal
(ângulo β)
• Slide 5 • Direção do mergulho: é a direção da projeção
horizontal da linha de maior inclinação do
Planos de fraqueza em rochas
plano (mergulho verdadeiro), medida no
sentido horário a partir do norte (ângulo α);
• Direção (strike): é o ângulo entre a direção
norte e a linha de interseção entre um plano
inclinado com a horizontal e o plano
horizontal.

16

fi
.

- Espaçamento: É de nido como a distância


perpendicular de separação entre
descontinuidades pertencentes a uma mesma
família, exprimindo sua “abundância”
relativa. Em geral, essa abundância é
- Persistência: ou continuidade de uma
medida em a oramentos, testemunhos de
descontinuidade está ligada à sua extensão
sondagem e furos através de tas graduadas
em área ou dimensão. Pode ser estimada
(métricas), câmaras fotográ cas ou
pelo comprimento dos traços de
periscópios.
descontinuidades nas faces expostas dos
maciços rochosos em taludes, túneis e
galerias. O comprimento do traço de cada
família de descontinuidade, medido por ta
granulada, pode ser classi cado de acordo
com o mostrado na tabela a segui

Em furos de sondagem, o espaçamento


entre descontinuidades pode ser calculado pela
expressão:

Em geral, a persistência de planos,


bandas ou superfícies de ruptura é estimada de
forma conservadora, ou seja, admitindo a
persistência em torno de 100%, ignorando a
resistência ao cisalhamento das pontes de rocha
intacta da superfície de ruptura. A resistência
Em que
ao cisalhamento, ou coesão, devida a qualquer
S = espaçamento médio da descontinuidad
ponte de rocha intacta pode ser grosseiramente
L = comprimento do furo de sondage
estimada pela relação:
α = ângulo entre a normal à direção da
sondage
NC = número da descontinuidad

c = coesão da ponte de rocha intacta;


σc = resistência à compressão uniaxial da

17

fl
:

fi

fi
fi
e

fi
m

fi
e

rocha intacta; σt = resistência à tração da rocha


intacta.

Admitindo-se que σc/σt = 9, a


resistência coesiva da ponte é igual a um sexto
da resistência à compressão uniaxial e equivale
a uma a duas vezes o valor da resistência ao
- Resistência da parede: A resistência à
cisalhamento da descontinuidade. Portanto, a
compressão da parede de uma
hipótese de 100% de persistência numa análise
descontinuidade é uma componente
de estabilidade é a favor da segurança.
importante da resistência ao cisalhamento e
da deformabilidade. Em função de sua
- Rugosidade: A rugosidade é uma
resistência, a rugosidade de uma
componente potencialmente importante na
descontinuidade pode ser destruída sob a
resistência ao cisalhamento de
ação das tensões cisalhantes. Os maciços
descontinuidades, especialmente no caso de
rochosos são intemperizados próximo à
fraturas não preenchidas.Distinguem-se duas
superfície, e, da mesma forma, o
escalas de rugosidade nas paredes das
intemperismo também pode atuar sobre as
descontinuidades. A ISRM (2007) propõe
paredes das descontinuidades, ocasionando
métodos para determinação da rugosidade,
desagregação mecânica e/ou decomposição
mas ressalva-se que métodos muito
química do material localizado em suas
so sticado revelam-se pouco vantojosos
proximidades.

• Slide 6

Deformabilidade das rochas

Deformabilidade é a capacidade da
rocha de se deformar sob a ação de um
carregamento ou descarregamento

- Modelos constitutivos: caracterizam a


relação tensão-deformação dos materiais
envolvidos

18

fi

Característica da deformabilidade das rochas logo: NÃO tem aplicação prática em


- Comportamento elástico no laboratóri escavações subterrâneas ou fundações.
- Comportamento rúptil e dúctil no campo
• Fissura - Modelo elástico NÃO-LINEAR: a relação
• Fratura entre tensão e deformação não é linear, ou
• Planos de acamament seja, a deformação não é proporcional à
• Contat tensão aplicada. Ainda não existem
• Zonas de alteraçã deformações permanentes. Há só uma curva
• Argilas (material muito plastico para carregamento e descarregamento.
Estes fatores impossibilitam um
comportamento perfeitamente elástico.
Constantes perfeitamente elásticas são modelos
teóricos

- Modelo inelástico não linear: a relação


entre tensão e deformação não é linear. Há
mais de uma curva para carregamento e
descarregamento e a deformação é
- Modelo elástico linear: a relação entre
permanente.
tensão e deformação é linear, ou seja, a
deformação é proporcional à tensão. Não
existem deformações permanentes. Curva
única para carregamento e descarregamento

As rochas não se comportam como


sólidos perfeitamente elásticos devido a
A principal vantagem do modelo combinação de vários fatores, tais como
elástico é a sua simplicidade. Em contrapartida, - Constituição mineral (as paragêneses
ele só pode ser usado para níveis dose tensão minerais tem comportamento mecânico
relativamente baixos, em que se veri ca diferentes
proporcionalidade entre tensão e deformação, - Arranjo textural dos minerais constituintes
da roch

19
o

fi
:

- Presença de estruturas secundárias, tais Geomecânica de Bieniawsk


como planos de foliação, acamamento,
fratura, dobras e lineares. 1. Divide-se o maciço em domínios de
comportamento semelhant
Os ensaios de deformabilidade do 2. Rock Mass Rating - RMR aumenta a
maciço rochoso podem ser feitos in situ, porém qualidade da rocha em uma escala de 0 a
são dispendiosos e o resultado pode ser afetado 10
pelo espaçamento das descontinuidades e pelos 3. Parâmetros avaliados pelo sistema RM
equipamentos usados. Tem-se então o ensaio A. Rock qualy designation (RQD, índice de
dilatométrico (borehole test) em que o qualidade da rocha
equipamento pressuriza as paredes de um furo B. Resistência à compressão da rocha intact
preexistente e mede deslocamentos ou C. Espaçamento de descontinuidade
mudanças de volume associados. A vantagem é D. Carcterísticas das descontinuidade
sua rapidez e baixo custo relativo. E. Condições de percolação da água
F. Orientação das descontinuidades (apenas
para túneis e minas

Cada parâmetro corresponde a uma


avaliação (nota). As avaliações individuais são
somadas, obtendo-se o RMR geral do maciço.
Ao nal, corrige-se essa nota em função da
relação entre a direção da escavação e a
orientação da descontinuidade principal
A Classi cação e caracterização de O procedimento para calcular o RMR
maciços rochosos tem como critério a consiste em
o b s er v ação q u alitativ a d as s eg u in tes 1. Dar uma nota para cada parâmetr
características 2. Somar as notas individuais, fornecendo
então o RMR geral do maciç
- Mecânicas das descontinuidades e da matriz 3. Corrigir a nota em função da relação entre
rochos a direção da escavação e a orientação da
- Estado inicial de tensõe descontinuidade principal.
- Características hidrogeologia
- Dimensões da obr - Rock Qualy Designation (RQD): varia até
- Execução da obr 20 pontos. Por vezes é usado como único
parâmetro na classi cação dos maciços
20

fi
a

fi
a

fi
s

rochosos. Sugere-se usar junto com outros descontinuidade, considera-se a com menor
parâmetros que consideram as espaçamento, pois é a mais crítica.
características dos maciços como resistência
da rocha, presença de água, características - Características das descontinuidades:
das descontinuidades etc. variam até 30 pontos

- Resistência à compressão da rocha - Condição de percolação da água: varia até


intacta: varia de 0 a 15. Obtem-se o valor 15 pontos. Avalia-se um dos seguintes
no ensaio de compressão puntiforme ou usa- critério
se valores da tabela a seguir, de Deer Miller • Velocidade do uxo de águ
(1966 • Razão pressão de água / tensão principal
maio
• Fluxo da água na descontinuidad

- Espaçamento das descontinuidades: varia


de 0 a 20 pontos. O espaçamento é
determinado no trabalho de campo ou nos
testemunhos. Deve-se lembrar que são
descontinuidades répteis as juntas, fraturas e
falhas. Os acamamentos classi cam-se
como So, enquanto as foliações são Sn e as
Lineações Ln. Para este método, utiliza-se a
média dos espaçamentos medidos e se
houver mais de uma família de

21

fl
.

fi
22
Sistema
((classi cação proposta por BARTON, LIEN
E LUNDE)

Desenvolvido para túneis, tem-se os


seguintes parâmetros para de nir a qualidade
do maciço rochoso
- RD
- Índice do número de fraturas (Jn
- Índice de rugosidade das fraturas (Jr
- Índice de alteração das paredes das fraturas
(Ja
- Índice do caudal a uente (Jw
- Índice do estado de tensões do maciço
(Stress Reduction Factor - SRF

A qualidade do maciço (Q) é dado por

23

fi
Q

fl
:

fi
)

Índice J

Índice SR

24

(Jv), no qual o número de juntas por metro


Premissas na Avaliação da Qualidade do para cada família é somado
Maciço Rochos - O parâmetro Jn pe afetado por foliações, por
isso, as foliações devem ser consideradas
- Nos trabalhos de campo: RQD é estimado
uma família de descontinuidades no sistema
pelo número de juntas por volume unitários
Q

25

- Usar o valor de Jr /Ja da descontinuidade - C/c: espaçamento entre cambota


mais favorável à ruptur - E: energia absorvida pelo concreto projetado
- As resistências à compressão e à tração (σc reforçado com bra
e σt) da rocha intacta devem ser avaliadas
na condição saturada.

Diâmetro equivalente da escavaçã


• Slide 7
Este relaciona o índice Q com o
comportamento e suporte da escavação Aplicação da mecânica das rochas na
subterrânea.
engenharia civil

O parâmetro denominado razão de


suporte da escavação (ESR) é relativo ao uso
que será dado à escavação e ao grau de
instabilidade admitido para ela. Em resumo, o
ESR é análogo ao inverso do Fator de
segurança.

Na mecânica das rochas, são exemplos


de atividades de superfície (<100m)
- Fundações de edifícios e estruturas no gera
- Fundações de barragen
Índice Q e relação com o tipo de suporte em
roch - Estradas, cortes em geral, minas a céu abert

- RRS: cambotas de concreto projetado - Túneis próximos a superfície

26

fi
s

Por outro lado, são exemplos de


atividades em profundidade Nome petrográ co + textura + estrutura + co
- Minas em profundidad
- Túneis para uso civi Ex: Basalto, no (afanítico), maciço, vesicular,
- Cavernas para hidrelétrica cinz

A mecânica das rochas pode ser


aplicada em
- Avaliação de áreas de riscos geológicos
(abalos sísmicos, deslizamentos etc
- Seleção de materiais de construção
(propriedades físicas, químicas e mecânicas
da rocha in uenciam no aproveitamento
dela
- Seleção de locais de construçã
- Análise da estabilidade do Terren
- Planejamento de operações de detonação
(blasting
- De nição de sistemas de contençã
- Planejamento de operações de desmonte
hidráulic
- Avaliação das características das escavações
- De nição de campanhas de amostrage
- Desenvolvimento de energia: petróleo,
geotermal, nuclear (plantas de energia, lixo
radioativo
- Estruturas super cial: fundações (pontes,
edi cações, linhas de tensão
- Estradas: rodovias, ferrovias, vias em gera
- Escavações rasas: trincheiras, terraços,
bancadas

ASTM 1726 (1993

A ordem de descrição da rocha segue


27

fi
fi
fi
)

fi
fl
fi
fi
)

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