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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCTS

ROCHAS

PROF. ALBANIZA MARI A DA SILVA LOPES


UEPB/CAMPUS VIII/ARARUNA
albaniza.engcivil@gmail.com
ROCHAS - INTRODUÇÃO

fundações

Na Geologia de
Engenharia, as rochas
e os solos constituem
túneis os elementos onde pontes
são instalados as
obras de engenharia,
tais como

Galerias,
etc.

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

 Nestas obras, são ainda utilizadas como


material de construção:
 na sua forma natural - pedra britada;
 beneficiada – rochas para revestimento;
 industrializadas – cimento.

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

escorregamentos

Rochas e solos também


são os materiais
envolvidos em
fenômenos, muitas
vezes catastróficos,
como

erosão
assoreamento

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

Assim, na
Engenharia, trabalha-
se com uma grande
variedade de tipos
rochosos.

mineralogia

Cada tipo tem


características textura
intrínsecas

Estrutura,etc.

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

Essas
características
intrínsecas devem
ser conhecidas

menor custo

para que as obras


sejam planejadas e maior segurança
executadas com

resultando na
melhoria da
qualidade final do
trabalho realizado.

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

As características geológicos-geotécnicas, dentre elas a


caracterização petrográfica, são fundamentais tanto no estudo
de viabilidade e nos projetos de implantação de obras, como
naqueles de previsão, prevenção ou correção dos efeitos
danosos de processos naturais (como os escorregamentos).

O ambiente de formação e a história evolutiva  também têm


grande influência no seu comportamento ante os processos
intempéricos, erosivos e outros.

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

ESTUDOS PETROGRÁFICOS

determinação mineralógica e
correta classificação da rocha

estado microfissural

fornecimento de informações
detalhadas sobre sua
granulometria, tipo de alteração
(intempérica) e sua intensidade
deformações intracristalinas,
etc
presença de minerais
secundários

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

Estes aspectos são


importantes para o
entendimento
das características
mecânicas e
hidráulicas

visando a previsão de desempenho dos diferentes tipos rochosos sob


as condições de uso a que serão submetidos.

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ROCHAS - DEFINIÇÃO

Rocha
É um corpo sólido natural, resultante de um processo geológico
determinado, formado por agregados de um ou mais minerais,
arranjados segundo as condições de temperatura e pressão
existentes durante a sua formação.

Também podem ser corpos de material mineral não-cristalino,


como materiais sólidos orgânicos, como o carvão.

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ROCHAS - DEFINIÇÃO

 A agregação dos minerais na formação das rochas não se dá ao


acaso, mas obedece a leis físicas, químicas ou físico-químicas
definidas.

 As rochas, de acordo com o seu modo de formação, constituem


três grandes grupos, cada qual com suas características
peculiares:

ígneas sedimentares metamórficas

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

 Estes grupos rochosos se inter-relacionam, evidenciando o caráter


cíclico e dinâmico da formação das rochas, como mostrado na
figura:

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ROCHAS - INTRODUÇÃO

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ROCHAS - DEFINIÇÃO

O critério usado para a divisão geral das rochas é a


origem destas ou seu modo de formação.

resfriamento
do magma

Formação
das
rochas

consolidação
de depósitos consolidação
sedimentares de depósitos
metamórficos

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ROCHAS - DEFINIÇÃO

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ROCHAS - MAGMATISMO

 Magma é uma mistura complexa, em estado de fusão, com


predominância de silicatos, e contendo algumas substâncias

voláteis.

Pode ser considerado, também, rocha fundida.

O resfriamento e consequente consolidação deste material


resulta em uma rocha chamada ígnea, magmática ou eruptiva.

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ROCHAS - MAGMATISMO

Rochas Magmáticas Intrusivas

Se este resfriamento se der dentro da crosta tem-se o fenômeno de intrusão


magmática ou ígnea.

A rocha resultante será magmática intrusiva:


plutônica (de profundidade)
bipoabissal (de média profundidade)

São deste tipo: granitos, sienitos, dioritos, gabros, peridotitos, piroxenitos.

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ROCHAS - MAGMATISMO
Rochas Magmáticas
Extrusivas
Se o magma • Em contato com a atmosfera, o
material fundido perde parte dos
chegar até a voláteis e passa a se chamar lava.

superfície • Do resfriamento da lava resultam


riólitos, dacitos, andesitos, basaltos e
fenômeno do vidro vulcânico
vulcanismo

• Essas explosões fragmentam e


pulverizam as rochas que se
Nos vulcões interpõem à ascensão do magma ou
seus gases.
ocorrem
• O material fragmentado ou pulverizado
explosões pode ser a própria lava ou outras
rochas pré-existentes.

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ROCHAS - MAGMATISMO

 Por outro lado, o magma pode ser lançado ao ar em


estado de fusão e nele se solidificar.

 Estes materiais são chamados de piroclásticos e a


rocha resultante da acumulação e litificação destes, de
piroclástica.

 Assim são obtidos os aglomerados vulcânicos, brechas


vulcânicas, tufos ou cineritos.
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ROCHAS - SEDIMENTAÇÃO

 Qualquer rocha pode ser destruída pela ação do intemperismo e


fornecer material para a formação de outras rochas denominadas
sedimentares.

Em alguns casos o solo se


A rocha intemperizada transforma em um material
forma o regolito ou saprólito, duro como a laterita ou a
e sobre este se desenvolve o bauxita, as quais são
solo. consideradas rochas
residuais.
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ROCHAS - SEDIMENTAÇÃO

O solo, em sentido amplo, pode sofrer a erosão. Esse material pode ser
transportado e depositado, dando origem às sedimentares deltríticas.

Em determinadas condições geoquímicas, principalmente em meio aquoso,


ocorrem reações químicas cujos produtos são precipitados, formando lamas
calcárias, dolomíticas, etc..

A acumulação de matéria orgânica dá origem às turfeiras.

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ROCHAS - SEDIMENTAÇÃO

 Estes depósitos detríticos, precipitados químicos ou turfeiras,


através da diagênese, transformam-se em rochas sedimentares.

Diagênese é todo processo de transformação de um material


solto, como areia, cascalho, lama, que é o sedimento, em rocha
sedimentar.

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ROCHAS - SEDIMENTAÇÃO

A transformação se
dá principalmente
por

compactação Cimentação
adensamento

deposição de cimento nos


espaços entre os grãos de
um sedimento, resultando
na sua consolidação.

Assim um solo residual, ou um solo transportado, ou uma lama rica em sais


minerais, ou um pântano rico em detritos vegetais, é transformado em
rochas sedimentares.
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ROCHAS - SEDIMENTAÇÃO

Observação:
 O petróleo não é uma rocha; é um líquido que se aloja nos interstícios de
rochas porosas.
 Sua rocha mãe são as betuminosas.
 A origem dessas rochas e do petróleo está ligada a lagos ou mares com
forte estratificação das águas, com água doce no epilímnio (camada
superficial, de alguns lagos em que se registra estratificação) e água
salgada no hipolímnio ( camada profunda), sem circulação deste último.

 Por não ter circulação, o hipolímnio é bastante redutor e rico em matéria


orgânica, proveniente principalmente do plâncton.

 Um exemplo atual deste ambiente é o Mar Negro.

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ROCHAS - METAMORFISMO

Qualquer tipo de rocha que tenha se


formado em superfície, ou mesmo em
subsuperfície pode ser soterrada por
novas camadas de deposição mais
recentes.

Em profundidade ela vai sofrer ação do


calor, pressões tectônicas e ações
químicas.

O aumento de pressão, temperatura e


ação de fluidos mineralizantes (soluções
químicas) irá transformar, ou seja,
metamorfosear a rocha.

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ROCHAS - METAMORFISMO

A continuação do processo, ou
seja, a fusão das rochas levaria
à formação do magma.

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ROCHAS - METAMORFISMO

Um calcário que sofrer Pressão, temperatura e


este processo não mais fluidos mineralizantes
poderá se chamar são os agentes do
calcário, e sim mármore. metamorfismo.

As transformações verificam-
se principalmente na mudança
de estrutura e textura,
formação de novos minerais
ou recristalização dos já
existentes.

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ROCHAS – DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

As descrições petrográficas deverão determinar:

Composição
mineralógica

Estrutura Classificação
Textura petrográfica

Propriedades
físico-
Grau de mecânicas que
alteração possam ser
determinadas
facilmente

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ROCHAS – DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

NORMAS DA ABNT:

 Descrição macroscópica – NBR-7389/82.


 Descrição microscópica – NBR-7390/82.
 Para a descrição microscópica, usam-se
lâminas delgadas em microscópio
polarizante.

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA-COMPOSIÇÃO

COMPOSIÇÃO

A descrição da composição de uma rocha deve distinguir os minerais


essenciais que definem a rocha e os acessórios.

Geralmente as rochas são constituídas por grãos minerais, mas


também o podem ser por fragmentos de outras rochas
(conglomerados, por exemplo), por vidro vulcânico, por matéria
orgânica (carvão).

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - COR

COR

 A descrição da cor deve seguir um padrão estabelecido e


conhecido como “rock color chart”, cujos termos estão na Tabela
1.1.

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - ESTRUTURAS

ESTRUTURAS

A estrutura refere-se à maneira particular pela qual as diferentes


partes microscópicas de uma rocha se dispõem.

São aspectos em grande


escala, geralmente
reconhecíveis no campo.

As estruturas mais


comuns são: maciça, com
aspecto homogêneo e
sem orientação de seus
elementos (Figura 2.5);
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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - ESTRUTURA

 Estratificada em camadas ou estratos (Figura 2.6a e


b);

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - ESTRUTURA

ESTRUTURAS

 Foliada:

 Foliação é qualquer tipo de paralelismo de minerais


e/ou massas minerais em uma rocha ígnea ou
metamórfica.

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - ESTRUTURA

ESTRUTURAS
 Foliada:

 Clivagem de fluxo é a foliação metamórfica onde


há superfícies contínuas de orientação paralela
dos minerais tabulares, ao longo da qual a rocha
pode se partir mais facilmente.

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ROCHAS – DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

 Clivagem ardosiana 
variedade de clivagem de
fluxo

 As superfícies de clivagem
permitem que a rocha se
parta em fatias ou lâminas
mais ou menos paralelas, as
quais são lisas ao tato, mas
de aspecto fosco.

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - ESTRUTURA

ESTRUTURAS
 Xistosidade  variedade de clivagem de fluxo

 Definida pela orientação preferencial de minerais


micáceos conforme superfícies paralelas e
subparalelas, segundo as quais a rocha pode se
partir em fatias ou lâminas, porém mais
irregulares.
 As superfícies são em geral lustrosas e
irregulares.
 Os minerais são distinguíveis a olho nu.
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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - ESTRUTURA

 Foliação gnássica é um tipo


particular de foliação resultante de
metamorfismo a alta temperatura
com agregados orientados de tal
modo que a rocha não tem
propriamente clivagem.

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - FRATURA

FRATURA

 A descrição da fratura refere-se à forma e ao


aspecto da superfície resultante da fragmentação
da rocha e depende da estrutura e textura da
mesma.

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DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA - FRATURA

TEXTURA

 Textura - A textura se refere à organização íntima


de uma rocha indicando, em escala microscópica, a
forma, o tamanho e as relações entre os minerais
constituintes.

 O tamanho dos grãos, principal aspecto textural,


é classificado de acordo com as Tabelas 2.2 e
2.3.

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ROCHAS – DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

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ROCHAS – DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

 Outros aspectos não quantitativos da textura


são:

 o tamanho relativo dos grãos (uniforme, não


uniforme,);
 a forma dos grãos (forma, angularidade,
textura superficial.

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ROCHAS – CLASSIFICAÇÃO
 As rochas são classificadas de acordo com os Quadros 2.1 e 2.2, conforme a IAEG (1979).

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ROCHAS – CLASSIFICAÇÃO

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ROCHAS – CLASSIFICAÇÃO

A identificação de uma rocha faz-se


primeiramente observando a que grupo
genérico pertence:
 sedimentares detríticas;
 piroclásticas;
 químico-orgânicas;
 Metamórficas;
 ígneas.
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ROCHAS – CLASSIFICAÇÃO

 A seguir classifica-se a sua estrutura em:


 Estratificada;
 Foliada;
 maciça.

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ROCHAS – CLASSIFICAÇÃO

 Observada a composição, cruzam-se estas


informações com a do tamanho dos grãos:
 Muito grosseiro e grosseiro;
 Médio;
 Fino e muito fino.

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ROCHAS – CLASSIFICAÇÃO

 Estes tamanhos de grãos recebem nomes


próprios quando se trata de sedimentares
detríticas:
 Matacões;
 Pedras;
 Pedregulhos;
 Areia;
 Silte; e
 Argila.
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