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Hermenêutica

Palestra 3 -- Entradas e Saídas do Círculo Hermenêutico

Nesta palestra, o professor Paul Fry examina atos de leitura e interpretação através da teoria da
hermenêutica. As origens do pensamento hermenêutico são identificadas através da literatura
ocidental. Os mecanismos da hermenêutica, incluindo a ideia de um círculo hermenêutico, são
explorados em detalhe, com referências aos trabalhos de Hans-George Gadamer, Martin Heidegger e E.
D. Hirsch. Atenção particular é dada à emergência dos conceitos de "historicismo" e
"historicidade" e suas relações com a teoria da hermenêutica.

Início com as escrituras e com a lei.

Não havia hermenêutica dedicada à literatura no período pré-moderno.

Sentido não era uma preocupação, garantido... preocupação com a avaliação, não interpretação.
Defesa da escrita clara, não obscura. Não necessidade de “interpretação”.
Boa literatura: não demanda interpretação.

Romantismo: Ruptura.

Friedrich Schleiermacher – Literatura como centro da hermenêutica

Heidegger; Gadamer;

Círculo hermenêutico: relação entre um leitor e um texto;


(em alguns casos, um relacionamento entre um leitor e um autor, texto como documento mediaor –
E. D. Hirsch)

Gadamer: relação entre leitor e texto;


Pode ser pensada em termos de parte e todo, por exemplo.
Pressuposições; horizontes histórico e cultural; fusão de horizontes.
Sugestão de que não podemos nos afastar de nossas ideias preliminares sobre as coisas.

Duas maneiras de entrar no círculo: que não é necessariamente vicioso.


O caminho para o círculo também pode ser construtivo.
Aceitar o nossa primeira pressuposição preconceito) ou refletir sobre a diferença entre horizontes.

Gadamer: Verdade e método.

Crítica do historicismo, isto é, da crença de que é possível anular o preconceito.


A possibilidade de anular-se completamente e adentrar “a mente do outro”.
O que é possível para Gadamer é tomar consciência da diferença entre horizantes, procurando
construir “pontes”: Fusão de horizontes. Resultado: o que Gadamer chama de “história Efetiva”,
isto é, uma história que é útil, não apenas apenas acumulação e arquivo. Gadamer pensa existir algo
de imoral no historicismo, uma vez que este condescende em direção ao passado. Passado como
repositório de informações. Ignora que o passado nos pode ensinar algo.

Encontramos em Gadamer certo conservadorismo intelectual. Classicismo.

Heidegger: para o simples ato de olhar nos valemos de 'preconceitos'.


Sempre sabemos algo antes “como” esse algo. Sempre há uma interpretação prévia do objeto. O
primeiro movimento da mente é interpretativo.

Oposição entre os argumentos de Gadamer e Hirsch:

Gadamer – Sentido e verdade. – No historicismo, durante o conhecimento da diversidade abandona-


se a procura da verdade pela informação. Implicação da “objetividade”: abandono da possibilidade
de aprendizado com a diversidade. Torna-se a questão de conhecer o objeto e conhecê-lo por si
mesmo, em seus próprios termos e não da necessariamente de aprender com ele, ser abordado pelo
objeto. Para Gadamer importa que o significado seja verdadeiro. Diante do reconhecimento da
diversidade de horizontes, fica implicito haver sempre um pouco de mim na interpretação.

Hirsch: Invocando Kant, afirma: “Kant a considerava como a base da ação moral que os homens
deveriam ter como objetivo em si mesmos. Não como instrumentos de outros homens.” Isto é,
autotelia. Em outras palavras, você é um objetivo e não um meio, para mim, a não ser que eu esteja
explorando e usando você. Hirsch não fala de verdade, mas de significado, tão correto quanto pode
ser.
Para Hirsch, não há nada de mim na interpretação, portanto, posso chegar de forma precisa e
objetiva ao significado.

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