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Padrões Nacionais 07.

30
Edição de Outubro 2003

PADRÕES NACIONAIS
DE DESMINAGEM 07.30
Primeira Ediçao, Outubro 2003

Acreditação de Organizações
de Desminagem em Angola

CNIDAH - Comissão Nacional Intersectorial


de Desminagem e Assistência Humanitária
Luanda, Angola
Telefone: 244 37 22 18
Fax: 244 37 22 18
Email : cnidah@cmc.angola.com

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Edição de Outubro 2003

Conteúdo

Conteúdo

Introdução

Acreditação de organizações de desminagem em Angola

1. Âmbito

2. Referências

3. Termos e definições

4. Princípios gerais

5. Requisitos gerais
5.1. Considerações básicas
5.2. O processo de acreditação
5.2.1 Pedido de acreditação
5.2.2. Avaliação documental (provisional) do pedido de acreditação
5.2.3. Avaliação de campo
5.3 Extensão ou modificação da acreditação
5.3.1 Modificações ou mudanças ao sistema de gestão
5.3.2. Modificações ou mudanças nos padrões operacionais
5.3.3. Aumento do número de subunidades usando os mesmos
Procedimentos Operacionais Padrão (POP)
5.4 Monitorização
5.5 Suspensão e termino da acreditação
5.5.1 Suspensão
5.5.2 Termino

6. Orgão de acreditação - obrigações gerais


6.1. Apresentação geral
6.2. Independência, Imparacialidade e Integridade
6.3. Confidencialidade
6.4. Organização e gestão
6.5. Sistema de gestão
6.6. Pessoal
6.7. Métodos e procedimentos de acreditação
6.8. Registos
6.9. Recursos

7. Responsabilidades
7.1 Responsabilidades da autoridade nacional de acção contra minas
7.2 Responsabilidades das organizações de desminagem
7.3 Responsabilidades do órgão de acreditação
7.4 Responsabilidades dos doadores

Anexo A (Normativo) - Referências

Anexo B (Informativo) - Termos e definições

Anexo C (Informativo) - Diagrama de Processo de Acreditação

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Introdução

O Padrão de Acção de Minas 09.10 especifica os métodos para se atinguir a qualidade da


limpeza, adoptando uma abordagem em duas fases. A fase 1 (garantia de qualidade) envolve a
acreditação e monitorização da organização de desminagem, antes e durante o processo de
limpesa. A fase 2 (controlo de qualidade) envolve a inspecção de terreno limpo antes de ser
formalmente entregue aos beneficiários para uso.
As formas e extensão dos procedimentos de acreditação variam de país para país, mas o seu
objectivo é similar: estabelecer e confirmar a qualidade das organizações de desminagem,
particularmente aquelas com capacidades especiais tais como cães de detecção ou
desminagem assistida mecânicamente.
A finalidade deste padrão consiste em providenciar especificações e orientações para a
implementação do sistema de acreditação, parte integrante da fase 1 do processo de “limpeza
de áreas contaminadas”. Este padrão tem como objectivo promover uma bordagem comum e
consistente que encorajará as organizações de desminagem a desenvolver e demostrar uma
ampla similaridade de qualidade nas suas práticas de gestão e capacidades operacionais,
independentemente da sua dimensão ou experiência.
O processo de acreditação, consiste em duas partes:
a) acreditação organizacional
b) acreditação operacional
As funções de monitoria da actividade de desminagem, acreditação de operadores e inspecção
pós “limpeza de áreas contaminadas” estão concentradas na Secção de “Avaliação, Formação
e Controlo de Qualidade” do Grupo Técnico Permanente da CNIDAH.

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Acreditação de organizações de desminagem em Angola

1. Objectivo

Este padrão providencia especificações e orientações para a implementação de um sistema de


acreditação de organizações de desminagem.
Embora este padrão se concentre em desminagem, o conceito de acreditação aplica-se a
outras componentes da acção de minas, incluindo as missões técnicas de avaliação,
reconhecimentos de impacto, projectos de educação para o risco de minas e destruição de
stock de minas.

2. Referências

A lista de referências normativas encontra-se no Anexo A. As referências normativas são


importantes documentos a que se faz referência e que formam parte integrante deste padrão.

3. Termos e Definições

A lista dos termos e definições encontra-se no Anexo B. Um glossário completo de todos os


termos e definições usadas nos padrões de acção de minas encontra-se no padrão 04.10.
Nos padrões de acção de minas, as palavras “é / será”, “deve / deverá ” e “pode / poderá” são
usadas para indicar a intensão sobre o grau de cumprimento.
- “é / será”, é usada para indicar um requisito, método ou especificação que deverá ser aplicado
de modo a ser conforme o padrão.
- “deve / deverá”, é usada para indicar o requisito, método ou especificação que constitui
preferência no padrão.
- “pode / poderá”, é usado para indicar um método ou curso de acção possível.
O termo “autoridade nacional de acção de minas”, refere-se ao departamento governamental
organização ou instituição de cada país afectado pela contaminação de minas responsável pela
regulação, gestão e coordenação da acção de minas, neste caso a Comissão Nacional
Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), instituição cuja natureza se
encontra definida no Artº 2º do Decreto-lei 54/01 de 14 de Setembro como “órgão colegial
intersectorial de planeamento, coordenação e controlo das instituições pública e privadas que
se ocupam da actividade de desminagem, assistência, apoio e reinserção social das vítimas de
minas”. Em muitos casos encontra-se estabelecido um centro nacional de acção de minas, ou
seu equivalente, que intervêm em nome da autoridade nacional de acção de minas. Em certas
situações e em certas ocasiões, poderá ser necessário e apropriado para as Nações Unidas ou
outro organismo internacional reconhecido, assumir parte ou a totalidade das responsabilidades
e preencher algumas ou todas as funções de uma autoridade nacional de acção de minas.
O termo “organização de desminagem” refere-se a qualquer organização (entidade
governamental, não governamental) responsável pela implementação de tarefas ou projectos de
desminagem. A organização de desminagem pode ser um operador principal, subcontractado,
consultor ou agente.
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O termo “sub-unidade de desminagem” refere-se a um elemento de uma organização, qualquer


que seja a sua designação, que está operacionalmente acreditado para conduzir uma ou mais
do que uma actividade de desminagem, tais como reconhecimentos técnicos, limpeza manual,
inactivação, remoção e destruição de engenhos explosivos ou o uso de equipas de cães de
detecção de explosivos.

4. Princípios Gerais

Este padrão estabelece a distinção entre acreditação organizacional e operacional.


A Acreditação organizacional é o procedimento através do qual uma organização de
desminagem é formalmente reconhecida como competente e com capacidade de planear e
gerir actividades de desminagem com segurança, eficácia e eficiência.
A CNIDAH é a instituição que atribui acreditação, à semelhança do que acontence com as
maioria das autoridades nacionais de acção de minas. A acreditação será atribuída à sede da
organização no país por um período de tempo limitado no tempo, normalmente para um período
de dois ou três anos.
A Acreditação operacional é o procedimento através do qual uma organização de
desminagem é formalmente reconhecida como competente e com capacidade de executar
actividades de desminagem específicas; Esta acreditação operacional pode também ser
designada como certificação de modo a distinguir entre a acreditação da organização para
exercer actividade no país e a sua acreditação para tarefas específicas. Cada acreditação
operacional deverá referir-se às capacidades requiridas para executar actividades específicas,
tais como reconhecimento, limpesa manual, ligação comunitária ou detecção de minas com
cães. Na atribuição desta acreditação assume-se que a capacidade não se modificará para
além do âmbito e intensão da acreditação original.
Nota: A acreditação para a ligação comunitária será normalmente atribuída a uma agência
especializada através do padrão 07.31 “Acreditação de organizações de educação para o risco
de minas”

5. Requesitos gerais

5.1. Considerações básicas


As considerações básicas para obter e manter a acreditação de desminagem são as seguintes:
a) o requerente terá que ser capaz de cumprir no geral o previsto nos padrões
internacionais e em particular o previsto pela CNIDAH, incluindo os requisitos
financeiros e de seguros.
b) a acreditação organizacional só será atribuída a uma organização de desminagem
apenas se permanecer em conformidade com os padrões internacionais e com os
padrões, regulamentos e leis nacionais aplicáveis; e
c) a acreditação operacional só será atribuída a uma organização acreditada e às suas
sub-unidades, independentemente da sua designação, que esteja no âmbito do acordo
de acreditação operacional estabelecido e em conformidade com os padrões
internacionais e com os padrões, regulamentos e leis nacionais aplicáveis.
A acreditação pode na prática ser incorporada no processo de concurso para contractos de
desminagem, especialmente quando se usem duas fases contractuais, quando a acreditação se
torne uma componente principal do processo de pré-selecção.

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5.2. Processo de acreditação


Um resumo do processo de acreditação (é apresentado em esboço no Anexo C), e encontra-se
descrito em detalhe nos pontos seguintes.
Um resumo do processo de acreditação está apresentado em esboço no Anexo C e detalhado
seguidamente.
5.2.1. Pedido de acreditação
A organização de desminagem deverá submeter um pedido inicial de acreditação de acordo
com as indicações fornecidas pela CNIDAH ou seus agentes.
5.2.2. Avaliação documental (provisional) do pedido de acreditação
No acto da recepção do pedido e acompanhanda a documentação da organização de
desminagem, a CNIDAH deverá confirmar a recepção do pedido, e se necessário requerer que
seja fornecida informação adicional.
Para a acreditação organizacional, a avaliação documental (provisional) será feita pela CNIDAH
ou seus agentes. A avaliação deverá considerar a adequação dos seguintes documentos
submetidos, apresentando:
a) Estrutura organizacional e representação no país proposta, incluindo acordos para
utilização de subcontractos e parcerias. Deverá ser dado reconhecimento a outras
acreditações existentes que a organização detenha;
b) Qualificações formais e experiência prática da sua equipa de gestão obtida previamente
em programas de acção de minas. Deverá ser dado reconhecimento a inscrições como
membros de organizações e instituições profissionais relevantes e reconhecidas,
nomeadamente as que podem ser referenciadas através da UNMAS ou GICHD;
c) Situação financeira;
d) Não ter transitado em julgado em nenhum processo judicial ou ter pendente execuções
administrativas e fiscais, ou qualquer contencioso com a autoridade contratante;
e) Capacidades de planeamento e gestão de projectos;
f) Procedimento logisticos em uso pela organização, incluindo a aquisição, avalição,
manutenção e reparação de equipamento;
g) Planeamento financeiro e procedimentos de controlo;
h) Sistema de gestão da informação e mapeamento;
i) Esquemas de gestão da formação e treino e programas de desenvolvimento das
capacidades dos seus funcionários;
j) Política de segurança e higiene no local de trabalho;
k) Capacidade e experiência em ligação comunitária, ou acesso a equipas de um parceiro
com experiência relevante;
l) Cobertura de seguros, tanto seguro médico para o seu pessoal, como seguro contra
danos sobre terceiros; e
m) Outras acreditações obtidas pela organização de desminagem que possam demonstrar
a eficácia e a qualidade do seu sistema de gestão.
Para a acreditação operacional, a avaliação documental (provisional) será feita pela CNIDAH ou
seus agentes. A avaliação deverá considerar a adequação dos seguintes documentos
submetidos, apresentando:
a) A estrutura organizacional da(s) sub-unidade(s), incluindo o seu sistema logístico;
b) Especializações do pessoal (qualificações formais e experiência do seu pessoal
operacional e de apoio);
c) Capacidades do equipamento (performace e sustentação do equipamento);
d) Procedimentos Operacionais Padrão (POPs);

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e) Procedimentos e prácticas de segurança e higiene no local de trabalho;


f) Acreditações obtidas previamente pela sub-unidade que demosntrem as suas
capacidades operacionais; e
g) Requisitos adicionais (tais como o uso de subcontratos e mão de obra local) da
CNIDAH
Requisitos adicionais para a atribuição de acreditação operacional para operar cães de
detecção de minas estão descritos no padrão 09.40.
Se a CNIDAH não estiver satisfeita e considerar que nem todos os requisitos de acreditação
foram cumpridos, a organização de desminagem deverá ser informada o mais depressa
possível de tal facto, sendo dadas as razões para a sua submissão não ter sido bem sucedida.
Se a organização de desminagem não puder satisfazer os requisitos para a acreditação e não
puder tomas as acções correctivas num período de tempo razoável, então a submissão que foi
feita deverá terminar a sua validade e a organização deverá ser informada.
5.2.3. Avaliação de campo
O propósito da avaliação de campo consiste em confirmar que as práticas de gestão e os
procedimentos operacionais propostos pela organização de desminagem na submissão da sua
acreditação estão a ser aplicados de um modo seguro, eficaz e eficiente.
A avaliação de campo deverá ser executada pela CNIDAH ou seus agentes.
A avaliação incluirá:
a) Visitas a todos os escritórios ou instalações administrativas, logisticas e de gestão
incluindo areas de armazenagem de explosivos, instalações médicas e áreas de
manutenção de equipamentos;
b) Visitas ao local de todas as sub-unidades incluindo os locais de trabalho e apoio;
c) Observação das sub-unidades na sua fase final de formação e treino;
d) Observação de testes de campo e avaliação de equipamento e cães de detecção de
minas;
e) Observação de actividades de desminagem; e
f) Observação do envolvimento comunitário através do período de vida do projecto.
Durante a avaliação de campo, amostras de documentação e registos deverão ser
selecionadas. As amostras deverão ser representativas de todos os produtos, procedimentos
documentados e POPs da acreditação requerida. A amostragem da área limpa deverá ser
executada de acordo com os requisitos do padrão 09.20.
Se a CNIDAH não estiver satisfeita e considerar que nem todos os requisitos de acreditação
foram cumpridos, a organização de desminagem deverá ser informada o mais depressa
possível de tal facto. Os problemas devem ser identificados e as acções necessárias discutidas
e acordadas entre a CNIDAH e a organização de desminagem. A organização de desminagem
terá então de apresentar à CNIDAH os seus procedimentos operacionais ou de gestão
corrigidos e demostrar que foi atingidos totalmente o cumprimento dos requisitos enunciados.
Se a organização de desminagem não puder satisfazer os requisitos para a acreditação e não
puder tomas as acções correctivas num período de tempo razoável, então a acreditação
provisória e/ou licença(s) deverão ser terminadas.
Haverá usualmente um atraso entre a avaliação documental (provisória) e uma avaliação de
campo (confirmativa). Nesta situação a CNIDAH deverá emitir uma acreditação provisória até
que o processo de acreditação esteja completo. De acordo com as condições da acreditação
provisória poderá ser necessário que a organização de desminagem inicio os trabalhos antes da
avaliação de campo confirmativa.

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5.3. Extensão ou modificação da acreditação


5.3.1. Modificações ou mudanças ao sistema de gestão
Se durante o programa de desminagem a gestão da organização de desminagem tiver intenção
de fazer alterações de grande dimensão ou significativas na sua estrutura de gestão e que
possam ter impacto na sua capacidade de gestão, a CNIDAH ou seus agentes poderá solicitar
uma extensão ou revisão da acreditação. Por esta razão, a organização acreditada informará a
CNIDAH de qualquer intenção de modificar o seu sistema de gestão ou outras alterações que
afectem o cumprimento da sua acreditação. A CNIDAH determinará se as alterações
anunciadas necessitam de alguma forma de avaliação, quer documental ou de campo.
5.3.2. Modificações ou alterações aos procedimentos operacionais
Da mesma forma, as organizações acreditadas informarão a CNIDAH de qualquer intenção de
alterar os procedimentos operacionais de uma ou mais das suas sub-unidades, ou introduzir
equipamento novo ou modificado. A CNIDAH e os seus agentes determinarão se as alterações
anunciadas necessitam de alguma forma de avaliação, quer documental ou de campo.
Se as alterações forem menores e forem consistentes com os padrões internacionais e
nacionais, não serão necessárias acções subsequentes.
Se as alterações são significativas, a CNIDAH deverá considerar a condução de uma avaliação
de campo. Para tarefas de limpeza, esta avaliação é normalmente necessária uma inspecção
com um regime rigoroso (de acordo com o previsto no padrão 09.20, na cláusula 5.3.2) aplicavél
temporariamente à amostragem pós limpeza.
Se as alterações são substânciais e as condições e o âmbito da acreditação operacional original
já não forem válidas, a CNIDAH deverá solicitar à organização de desminagem que requeira
nova acreditação, como defenido na cláusula 5.2 acima.
5.3.3. Aumento do número de sub-unidades usando os mesmos Procedimentos
Operacionais Padrão (POPs)
A organização acreditada informará a CNIDAH de qualquer intenção de aumentar o número das
suas sub-unidades. Se se pretender que as sub-unidades adicionais usem os mesmos POPs e
o mesmo equipamento, não serão necessárias acções subsequentes.
Se as alterações forem significativas, a CNIDAH deverá considerar a necessidade de fazer uma
avaliação de campo. Para tarefas de “limpeza de áreas contaminadas”, esta avaliação é
normalmente necessária uma inspecção com um regime rigoroso (de acordo com o previsto no
padrão 09.20, na cláusula 5.3.2) aplicavel temporariamente à amostragem pós limpeza.
Se as alterações são substânciais e as condições e o âmbito da acreditação operacional original
já não forem válidas, a CNIDAH deverá solicitar à organização de desminagem que requeira
nova acreditação, como definido na cláusula 5.2 acima.
As implicações do aumento do número de cães de detecção e a necessidade de acreditação
adicional estão expressas no padrão 09.40.

5.4. Monitorização
A CNIDAH monitorá as organizações de desminagem e as suas sub-unidades para confirmar
que os sistemas de gestão e os procedimentos operacionais são consistentes com os termos da
acreditação. Tal monitoria será ao acaso, não introsiva e não deverá interferir com a condução
das actividades de desminagem. A frequência da monitorização deverá ser dependente da
natureza da tarefa e da prévia performance da organização de desminagem; esta frequência
deverá ser acordada entre a CNIDAH e a organização de desminagem.
A CNIDAH poderá nomear um corpo ou equipa para conduzir a monitoria em seu nome.
Qualquer corpo de monitoria nomeado pela CNIDAH deverá se adequadamente provido de
pessoal, equipado e treinado para monitorar a organização de desminagem e as suas sub-
unidades de um modo efectivo e apropriado. A monitoria está descrita em detalhe na série de
padrões 09.40.
A organização acreditada será informada do resultado da monitoria.

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5.5. Suspensão e termino da acreditação


5.5.1. Suspensão
A CNIDAH poderá suspender a acreditação de uma organização de desminagem ou uma das
suas sub-unidades por um período de tempo limitado, por exemplo nos seguintes casos:
a) Se a monitoria mostrar não cumprimento dos requisitos do acordo de acreditação de
natureza que não seja motivo de cancelamento da acreditação;
b) No caso de uso impróprio do acordo de acreditação; ou
c) No caso de uma falha que revele a necessidade de proceder a alteração de gestão ou
operacional importante e significativa.
5.5.2. Termino
A CNIDAH poderá terminar a acreditação nos seguintes casos:
a) Se a organização acreditada deixar de exercer a actividade; ou
b) Se a organização acreditada não desejar prolongar o acordo de acreditação; ou
c) Se os requisitos, padrões ou leis alterarem e a organização acreditada não puder
garantir o cumprimento dos novos requisitos ou condições; ou
d) Se a monitoria revelar que o não cumprimento do acordo de acreditação é de natureza
séria, tal como violação repetida das condições de segurança e higiene no local de
trabalho; ou
e) Se tiverem sido tomadas medidas inadequadas na sequência da suspensão da
acreditação.
Não cumprimentos sérios podem incluir falhas repetidas de submissão de acreditação dos
sistemas de gestão e procedimento operacionais, a recusa em permitir que a monitoria ou
inspecção tenha lugar, ou a interferência na monitoria ou inspecção, a libertação ou entrega
permatura de terreno limpo ou a aplicação de processos desconhecidos do seu pessoal ou da
população local e que comportem riscos inaceitáveis.
Antes de terminar o acordo de acreditação, a CNIDAH determinará as medidas a tomar para
tornar a limpar o terreno liberto ou entregue antes do cancelamento do acordo de acreditação. A
responsabilidade de tornar a limpar o terreno e os custos de tal operação ou recairão sobre a
organização de desminagem ou sobre a CNIDAH.

6. Orgão de Acreditação - responsabilidades e obrigações

6.1. Apresentação geral


A CNIDAH baseia o seu órgão de acreditação no pessoal do seu Grupo Técnico Permanente
(GTP). Na análise dos processos submetidos pelas organizações de desminagem e na
preparação de decisões sobre acreditação a submeter ao Presidente da CNIDAH, participam
como membros deste órgão de acreditação o Coordenador da Subcomissão de Desminagem, o
Chefe do GTP, os Chefes das Secções deste GTP e os assessores técnicos e jurídicos da
CNIDAH. Poderão ainda participar neste processo de acreditação representantes das
organizações de desminagem ou outros parceiros relevantes. Este órgão terá a documentação
necessária que descreva as responsabilidades, os métodos a usar no processo de acreditação,
e o âmbito técnico das suas actividades.

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6.2. Independência, imparcialidade e integridade


O pessoal do órgão de acreditação estará liberto de qualquer pressão política, comercial,
financeira ou outra que possa afectar a sua capacidade de julgamento. Politicas e
procedimentos serão implementadas para assegurar que pessoas ou organizações externas ao
órgão de acreditação não possam influenciar o resultado das inspecções, avaliações ou
monitorias levadas a cabo pelo órgão de acreditação.
O órgão de acreditação e o seu pessoal não se envolverão em qualquer actividade que possa
entrar em conflito com a sua independência, julgamento e integridade em relação às suas
actividades de inspecção, avaliação e monitoria. Em particular não se envolverão directamente
em organizações que concebam, fabriquem, forneçam, instalem, usem ou mantenham serviços
ou equipamentos para organizações operando no sector da acção de minas, ou campo de
acção similares.
Todas as partes interessadas terão acesso aos serviços do órgão de acreditação. Os
procedimentos debaixo dos quais este órgão opera será administrado de uma forma não
discriminatória.

6.3. Confidencialidade
O órgão de acreditação garante a confidencialidade da informação obtida no decurso das suas
actividades. Direitos de propriedade serão protegidos. Na prática, os procedimentos do órgão
de acreditação não serão fornecidos a ninguem exterior à CNIDAH, embora por razões de não
conformidade com os requisitos de acreditação possam tornar-se conhecidos dos requerentes.

6.4. Organização e administração


O órgão de acreditação deverá ter uma organização que lhe possibilite manter a capacidade
para desempenhar as suas funções técnicas de modo rápido e satisfatório. O gestor técnico do
órgão de acreditação é o Coordenador da Sub-comissão de Desminagem da CNIDAH que será
um quadro qualificado e experiente em operações de acreditação e que terá a responsabilidade
geral de assegurar que as actividades de acreditação são conduzidas de acordo com os
padrões internacionais, nacionais e outros padrões relevantes. No impedimento do
Coordenador da Sub-comissão de Desminagem, poderá ser nomeado gestor técnico o Chefe
do GTP, outro quadro que exerça funções de carácter permanente no órgão de acreditação ou
um consultor adequado e qualificado.
O órgão de acreditação desenvolverá e manterá procedimentos documentados. Quando o
órgão de acreditação também pode fornecer serviços de inspecção e monitoria, a relação entre
as suas funções serão clarificadas.

6.5. Sistema de gestão


O órgão de acreditação deverá definir e documentar o seu sistema de gestão e procedimentos e
assegurará que a sua politica de gestão é compreendida e os seus procedimentos
implementados e mantidos a todos os níveis da organização. Quando os seus sistemas e
procedimentos afectem a condução do programa de desminagem, as relações de trabalho entre
o órgão e as organizações de desminagem serão acordadas e fazer parte dos arranjos
contractuais.
A gestão do órgão de acreditação deverá designar a pessoa que, independentemente do cargo
que ocupa, terá autoridade definida e responsabilidade sobre a garantia de qualidade dentro do
órgão de acreditação. Esta pessoa terá acesso directo ao executivo mais sénior da CNIDAH.

6.6. Pessoal
O órgão de acreditação terá um número suficiente de quadros permanentes com uma variada
gama de especialidades necessária para levar a cabo as suas funções normais.
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6.7. Métodos e procedimentos de acreditação


O órgão de acreditação estabelecerá e manterá procedimentos para avaliação documental e
inspecções definidas nos requisitos deste padrão e outros padrões relevantes, a partir do quais
a conformidade será determinada.

6.8. Registos
O órgão de acreditação preparará e manterá registos de todas as avaliações e inspecções, e
qualquer informação necessária para compreender e interpretar estes registos. Todos os
registos serão guardados em segurança por um período mínimo de cinco anos, em local seguro
e onde possam garantir-se a confidencialidade dos requerentes, a menos que definido de forma
contrária na lei.

6.9. Recursos
A CNIDAH estabelecerá um sistema justo e imparcial que permita às organizações de
desminagem recorrerem das decisões do órgão de acreditação que julgue serem injustas, ou
quando novas evidências se revelem. O sistema de recurso incluirá uma arbitragem
independente por parte da comunidade internacional presente no país, por exemplo através do
representante do Sistema das Nações Unidas.

7. Responsabilidades

7.1. Responsabilidades da CNIDAH


A CNIDAH é responsável por:
a) Estabelecer um sistema de acreditação de organizações e operações de desminagem;
b) Especificar e manter actualizados os padrões nacionais e providenciar orientações para
a acreditação de organizações e operações de desminagem;
c) Acreditar e nomear um órgão de acreditação;
d) Supervisionar o trabalho do órgão de acreditação, garantindo que o sistema está a ser
aplicado de uma forma justa e equitativa, e que a acreditação não interrompe ou atrasa
os projectos de desminagem; e
e) Garante um seguimento apropriado das acções sobre as recomendações do órgão de
acreditação.

7.2. Responsabilidades das Organizações de Desminagem


As organizações operando em desminagem são responsáveis por:
a) Cumprir as práticas de gestão e os procedimentos operacionais que tenham como
finalidade a limpeza de terreno com os requisitos especificados no contracto de
desminagem ou outro acordo formal;
b) Manter e disponibilizar documentação, registos e outra informação sobre actividade de
desminagem ao órgão de acreditação; e
c) Providenciar ao órgão de acreditação acesso a todos os locais, edifícios e outras
instalações que sejam necessárias visitar como parte dos requisitos de monitoria.
Na ausência da intervenção da CNIDAH, a organização de desminagem deverá assumir
responsabilidades adicionais. Estas incluem, mas não se restringuem às seguintes:

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d) Acordar com o doador num sistema de acreditação para as actividades de


desminagem; e
e) Assistir no território de Angola, durante o estabelecimento da CNIDAH enquanto
autoridade nacional de acção de minas, no enquadramento nacional dos padrões de
acreditação e licenciamento.

7.3. Responsabilidades do órgão de acreditação


O órgão de acreditação é responsável por:
a) Obter junto da direcção da CNIDAH acreditação e delegação de poderes para exercer
as suas funções;
b) Submeter a aprovação do Presidente da CNIDAH a aprovação da acreditar das
organizações de desminagem e as suas sub-unidades; e
c) Acreditar e tornar disponível documentação sobre visitas e inspecções, quando
solicitado por outros órgãos da CNIDAH.

7.4. Responsabilidades dos Doadores


Quando o contrato ou outro acordo formal tiver sido assinado entre a organização ou
representação do doador, deverá ter a responsabilidade de se referir aos requisitos de
acreditação nacional.

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Anexo A (Normativo)

Referências

Os documento normativos seguintes contêm condições, referênciadas neste texto, constituindo


requisitos desta parte do padrão. Para as actuais referências datadas, os adicionais e as
revisões posteriores a esta pulicação não se aplicam. Todavia, as partes envolvidas neste
acordo base, desta parte do padrão, são encorajados a investigarem a possibilidade de se lhes
aplicar as mais recentes edições dos documentos normativos indicados abaixo. Para
referências sem data, a última edição dos documentos normativos são aplicáveis.
a) Padrão internacional e nacional 09.20 - Procedimentos de amostragem para inspecção
de tarefas de limpeza;
b) Padrão internacional e nacional 09.40 – Guia para uso de cães de detecção de minas;
As últimas versões/edições desta referência podem ser usadas. O GICHD detém cópias de
todas as referências dos padrões internacionais usados neste padrão. Um registo da última
versão/edição de cada padrão internacional, guias e referências são mantidas pelo GICHD, e
podem ser lidas no site da internet no enderesso electrónico www.mineactionstandards.org. A
CNIDAH, funcionários e outros organismos e organizações interessadas podem obter cópias
antes de iniciar programas de desminagem.

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Anexo B (Informativo)

Termos e definições

1.1. Acreditação
O procedimento através do qual uma organização de desminagem é formalmente reconhecida
como competente e capaz de planear, gerir e conduzir operações de desminagem de forma
segura, eficaz e eficiente. Para a maioria dos programas de desminagem, a autoridade nacional
de acção de minas (no caso de Angola a CNIDAH) será a organização que providenciará a
acreditação. Organizações internacionais tais como as Nações Unidas ou organizações
regionais podem também introduzir esquemas de acreditação.

1.2. Órgão de acreditação


Organização, normalmente um elemento da autoridade nacional de acção de minas,
responsável por gerir e implementar um sistema de acreditação nacional.

1.3. Organização de Desminagem


Qualquer organização (governamental, não governamental ou entidade comercial) responsável
pela implementação dos projectos ou tarefas de desminagem.

1.4. Sub-Unidade de Desminagem


Um elemento da organização de desminagem, qualquer que seja a sua designação, que está
acreditada para conduzir uma ou mais actividades de desminagem, tais como reconhecimentos
técnicos, limpeza manual, inactivação, remoção e destruição de engenhos explosivos não
detonados ou o uso de cães de detecção de minas.

1.5. Monotorização
No contexto de Desminagem Humanitária, o termo refere-se a .... a observação autorizada de
pessoal qualificado de locais, actividades ou processos sem que tome a responsabilidade do
que é observado. Esta observação é usualmente levada a cabo para verificar a conformidade
de actividades, procedimentos ou práticas padrão e inclui com frequência registos e elementos
de relatório.
No contexto da educação para o risco de minas, o termo refere-se ... o processo de medida ou
seguimento do que esta acontecendo. Esta observação inclui:
a) Medidas de progresso em relação a um plano de implementação para uma intervenção
programa/projectos/actividades, estratégias, políticas e objectivos específicos.
b) Medidas de alteração nas condições ou falta destas (por exemplo, alterações na
situação das crianças e mulheres ou alterações no contexto geral do país).
c) Definição da Política da UNICEF e Manual de Programa.

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Edição de Outubro 2003

Anexo C (Informativo)
Tarefas do processo de acreditação
Responsabilidade
Descrição do processo Organização Órgão de CNIDAH
de desminagem acreditação

Submição de pedido de acreditação de sub-


unidades de desminagem
Recepção acusada do pedido
Condução de avaliação documental
baseada na informação submetida com o
pedido
O pedido e a informação de apoio cumpre sim
os requisitos de acreditação?
não
Notificar o requerente da necessidade de
informação adicional para processar a
submissão
Requerente fornece informação adicional

Preparar o plano de visita de campo e


avaliações
Condução de avaliações de campo

A organização de desminagem cumpre os sim


requisitos de acreditação? no
Aconselhamento ao requerente das
medidas correctivas necessárias
Tomada de acções correctivas de modo a
cumprir os requisitos de acreditação
Finalização das avaliações necessárias para
acreditação
A organização de desminagem cumpre os
sim
requisitos de acreditação ?
Preparar a assinatura do acordo de não
acreditação
Termino do processo de acreditação
Monitorar a organização de desminagem e
as suas sub-unidades em relação ao
cumprimento da acreditação

Legenda
Documento Processo Decisão

Documentos Multipla Conector


(multiplos) responsabilidade

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