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PROJUDI - Processo: 0025711-51.2017.8.16.0014 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Eduardo Caldeira


24/04/2017: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJSZ6 LBT2R 98J9P PFMDA
EXCELENSTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ DO
JUIZADO ESPECIAL CIVEL DO FORO CENTRAL – REGIÃO METROPOLITANA DE
LONDRINA/PR

EDISON DA SILVA, brasileiro, casado, eletricista, portador da cédula


de RG nº 5877510, inscrito no CPF sob o nº 935.204.339-15, residente e
domiciliado à Rua Nunciata Elvira Roncarati nº 292, Jd. Novo Horizonte, em
Londrina/PR – CEP: 86080-668, vem, mui respeitosamente diante de Vossa
Excelência, por intermédio de seu procurador in fine assinado (procuração em
anexo – doc. 01) propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO LIMINAR DE TUTELA


ANTECIPADA E DANOS MORAIS

Em face de TOKIO MARINE TMS – TOKIO MARINE SEG. S.A., pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 33.164.021/0001-00, localizada na Rua
Av. Amintas de Barros, 584 - Jardim Ipanema, Londrina - PR, 86015-180, pelos e
fundamentos a seguir expostos.

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Rua Ibiporã, n° 595 • Jardim Aurora • Londrina – PR • Cep: 86060-510 • Tel. (43)
3029-2091
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I – BREVE SÍNTESE DOS FATOS

O autor sofreu acidente automobilístico na tarde de sábado de


outubro de 2016, por volta das 17:40 horas, quando, ao entrar na Av. Manoel
Sobrinho perdeu o controle do automóvel, vindo a colidir com a guia e
atravessando o canteiro, o que acarretou graves danos externos e mecânicos.

Tendo-se em vista o fato do requerente ser possuidor de seguro


contra danos, estando assegurado pela empresa TOKIO MARINE TMS – TOKIO
MARINE SEG. S.A. solicitou este a assistência da mesma afim de se efetivar os
devidos reparos e consertos do carro.

Destarte, foi realizado somente o conserto externo do automóvel –


lataria, pintura, dentre outros, restando, porém, os danos mecânicos – em especial
a parte de câmbio cujo afeto vem apresentado falhas de funcionamento, como
falhas e “raspagem” na troca de marchas.

Em face do contido, encaminhou-se o autor até a oficina mecânica da


Ford Tropical, sendo informado pelo mecânico responsável que para melhor
análise seria necessário realizar a abertura do câmbio.

Entretanto, em que pese o ocorrido, nega-se a seguradora a cobrir tal


demanda, arguindo ser o defeito pré-existente ao fato ocorrido na tarde de sábado
dia 29 de outubro de 2016.

Embora o requerente tenha tentado por diversas vezes uma solução


pacífica e amistosa, restaram infrutíferas todas as suas manifestações, não
restando deste modo outra opção senão o pleito da presente demanda.

II – DO DIREITO

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II.I – DA RESPONSABILIDADE CIVIL DA SEGURADORA EM FACE DA
REPARAÇÃO DOS DANOS OCORRIDOS

Conforme preceitua o art. 757 do Código Civil Brasileiro de 2002 -


Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a
garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados.

Neste sentido, completa o art. 758 do referido Código, ao estabelecer


que o contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro,
e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.

Deste modo, inquestionável se faz a relação estabelecida entre as


partes, haja vista a existência do contrato, além do fato de a seguradora já ter se
ocupado inicialmente dos reparos externos do veículo, deixando de cobrir,
entretanto, aqueles de cunho mecânico.

In casu, evidente a falha e ilicitude ocorrida por parte da empresa ré,


cuja omissão tem trazido diversos e gravosos prejuízos ao requerente que se
encontra privado da utilização de seu veículo em decorrência dos problemas com o
câmbio e marcha deste, o que expõe, certamente, a grande risco a vida do condutor
e terceiros.

A prestação de cobertura que visa a presente demanda encontra


amparo irrefutável na legislação supramencionada, bem como a responsabilidade
civil ante a obrigatoriedade de que trata o artigo 757 do CC, conforme elucidado.

Disto feito, passa-se a obrigação de fazer.

II.II – DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

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Esclarece a inteligência do art. 247 do CC: Incorre na obrigação de
indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só
por ele exeqüível.

Ora veja Excelência, imperiosa se faz a boa-fé contratual sob a qual


vigora e impõe o Código Civil Brasileiro.

Deste modo, é inquestionável a responsabilidade e obrigação da


empresa ré quanto a cobertura dos danos sofridos pelo autor, haja vista contrato
de contraprestações legal e voluntariamente estabelecido entre as partes.

Neste sentido, irrefutável a aplicação do Princípio Pacta Sunt


Servanda, norteador básico do direito civil brasileiro, objetivando-se o
cumprimento da obrigação jurídica tutelada, o qual deve ser atendida por viés de
ordem judicial.

II.III – DA MEDIDA LIMINAR EM SEDE DE TUTELA ANTECIPADA

Preceituam os artigos 294 e 300 do Código de Processo Civil sobre a


tutela provisória:

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência


ou evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou


antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou
incidental.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

[...]

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§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
após justificação prévia.

[...]

Douto julgador (a), é evidente a verossimilhança do direito alegado


uma vez que existente a relação jurídica entre as partes, entabulada através de
contrato de prestação de serviços e cobertura – seguradora e segurado – e também
o dano sofrido em decorrência do acidente automobilístico.

Doutro modo, existentes também as figuras do periculum in mora e


fumu boni iuris, pois, tal qual se vislumbra na narrativa dos fatos e posteriormente
nos e-mails acostados (doc. - 02 ).

O veículo se encontra com problemas e falhas mecânicas devido a


colisão com a guia e canteiro, não se tendo, porém, dimensão dos danos, motivo
pela qual é necessária a abertura do câmbio para que se averigue a origem e
extensão dos destes – vide e-mail.

O risco na demora implica obviamente no agravamento dos prejuízos


já sustentados pelo autor, uma vez que se utiliza do automóvel como ferramenta de
locomoção e trabalho, indispensável a sua sobrevivência.

Além do mais, trafegar com o carro nestas condições expõe


evidentemente não só a sua vida, mas a de terceiros, pois, nada obsta que o mesmo
venha a perder totalmente o controle durante sua condução, vindo a colidir
fatalmente com outro automóvel, atropelar algum pedestre, etc.

Neste diapasão, cabe ressaltar não haver base fática ou teórica para
que a ré se negue a prestar a tutela reparatória in voga pleiteada, uma vez que é
exatamente este o objeto e teor do serviço que disponibiliza no mercado
consumeirista.

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Neste exato sentido preceitua a jurisprudência dos Tribunais de
Justiça do país, senão vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA.


TUTELA ANTECIPADA. DEFEITO EM VEÍCULO.
DETERMINAÇÃO DE IMEDIATO CONSERTO.
IMPOSSIBILIDADE. FORNECIMENTO DE CARRO RESERVA.
DEFERIMENTO. DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. O deferimento
da antecipação de tutela está condicionado à presença dos
requisitos arrolados no art. 273 do CPC, quais sejam: a
verossimilhança das alegações e o perigo de dano irreparável
ou de difícil reparação. Hipótese em que resta demonstrada a
verossimilhança das alegações do autor, no sentido de que a ré
não realizou devidamente o conserto do veículo daquele,...

(TJ-RS - AG: 70052237666 RS, Relator: Paulo Roberto


Lessa Franz, Data de Julgamento: 28/11/2012, Décima
Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
03/12/2012)

DECISÃO: Acordam os integrantes da 6ª Câmara Cível do


Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de
votos, em conhecer e dar provimento ao recurso, nos termos
do voto. EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - INSURGÊNCIA
QUANTO À ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA -
DETERMINAÇÃO DE CONSERTO DO VEÍCULO ADQUIRIDO
PELO AGRAVADO, SEM QUALQUER CUSTO PARA ESTE, SOB
PENA DE INCIDÊNCIA DE MULTA DIÁRIA - AUSÊNCIA DE
PROVA INEQUÍVOCA, APTA A CONVENCER SOBRE A
VEROSSIMILHANÇA, DE QUE OS PROBLEMAS CONSTATADOS
NO AUTOMÓVEL DECORRERAM, EXCLUSIVAMENTE, DE
DEFEITO DE FABRIÇÃO - SOLUÇÃO DO CASO QUE DEMANDA
COGNIÇÃO EXAURIENTE, E NÃO MERAMENTE SUMÁRIA -
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. VISTA, relatada e discutida
a matéria destes autos de Agravo de Instrumento nº 1.148.815-
8, originária da Vara Única de Guaraniaçu, PR, nos quais
figuram, como agravante, FORD MOTOR COMPANY BRASIL
LTDA., e, como agravado, NEORY ADAMI. I - RELATÓRIO (TJPR

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- 6ª C.Cível - AI - 1148815-8 - Guaraniaçu - Rel.: Carlos Eduardo
A. Espínola - Unânime - - J. 10.02.2015)

(TJ-PR - AI: 11488158 PR 1148815-8 (Acórdão), Relator:


Carlos Eduardo A. Espínola, Data de Julgamento:
10/02/2015, 6ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1515
27/02/2015)

Por fim, à luz dos artigos 497 e 498 do NCPC, nas ações cujo pleito
seja obrigação de fazer, procedentes os pedidos, deverá o juiz determinar as
providencias que o assegurem, fixando-lhe prazo para tanto. Transcrevemos aqui
ambos os artigos:

Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou


de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela
específica ou determinará providências que assegurem a
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica


destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de
um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da
ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.

Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o


juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o
cumprimento da obrigação.

Deste modo, requer seja determinado à seguradora ora requerida a


imediata assistência e custeio dos danos havidos num prazo de 48 horas, sobe
pena de multa diária no importe de R$ 1.000,00 (um mil reais).

II.IV – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA E INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE


DEFESA DO CONSUMIDOR

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Muito embora apresentado o tema sobre a ótica do Código Civil,
inquestionável o fato do Código de Defesa do Consumidor versar o caso sub judice.

Assim, estabelecem os artigos 2º e 3º da Lei n° 8.078/90:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire


ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

[...]

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

Deste modo, comprovado o vínculo havido entre contratante e


contratado, especialmente com base no contrato de prestações de serviço já
apresentado, necessária a apreciação do mérito sob a ótica do CDC.

Neste sentido, completa e cabível a inversão do ônus da prova com


fulcro no art. 6º, inc. VIII do Código retro apontado, ante a hipossuficiência do
autor em face do contratado.

II.VI – DA FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO E RESPONSABILIDADE CIVIL –


DEVER DE INDENIZAR – DANOS MORAIS

Sobre a responsabilização civil asseveram os artigos 186 e 927 do


CC:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.

Deste modo, frente a arbitrariedade, ilicitude e em especial a


OMISSÃO praticada pela empresa demandada ao negar prestação pactuada entre
as partes, justa a condenação da mesma a indenizar moralmente o autor pelos
danos por ele experimentados.

Insta salientar que in casu tais danos ultrapassam notoriamente o


mero dissabor, haja vista o tempo decorrido entre o acidente e pleito assistencial –
29 de outubro de 2016 – e a presente data – 20 de abril de 2017 – quando ainda
não houvera resolvido o objeto do presente litigio.

Neste sentido é o pacífico posicionamento do Tribunais de Justiça,


quer seja:

RECURSO INOMINADO. INDENIZATÓRIA. SEGURO DE


VEÍCULO. COMPROVADA A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO
JURÍDICA ENTRE AS PARTES. SINISTRO DEVIDAMENTE
COMUNICADO À SEGURADORA. DESCABIMENTO DA
NEGATIVA DE COBERTURA PELA RÉ. DANO MATERIAL
COMPROVADO. DEVER DE INDENIZAR DA SEGURADORA
CONFIGURADO. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.
(Recurso Cível Nº 71005473673, Segunda Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes
da Silva, Julgado em 10/06/2015).

(TJ-RS - Recurso Cível: 71005473673 RS, Relator: Roberto


Behrensdorf Gomes da Silva, Data de Julgamento:
10/06/2015, Segunda Turma Recursal Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 15/06/2015)

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RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANO
MORAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. VEÍCULO SEGURADO.
CONSUMIDOR. DEMORA INJUSTIFICADA NA AUTORIZAÇÃO
DO CONSERTO PELA SEGURADORA. O AUTOR PERMANECEU
POR UM MÊS E MEIO PRIVADO DO USO DO AUTOMÓVEL, DE
FORMA DESNECESSÁRIA. DANO MORAL CONFIGURADO.
QUANTUM ARBITRADO EM R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS)
QUE ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA. NEGARAM
PROVIMENTO AO RECURSO. (Recurso Cível Nº 71005206784,
Quarta Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator:
Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, Julgado em 31/07/2015).

(TJ-RS - Recurso Cível: 71005206784 RS, Relator: Roberto


Behrensdorf Gomes da Silva, Data de Julgamento:
31/07/2015, Quarta Turma Recursal Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 05/08/2015)

AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.


SEGURO VEICULAR. SINISTRO COM DANOS MATERIAIS.
NEGATIVA DE ATENDIMENTO POR PARTE DA
SEGURADORA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DE CLÁUSULA
CONTRATUAL POR PARTE DO SEGURADO. INOCORRÊNCIA.
APLICAÇÃO DO CDC. ÔNUS DA PROVA. RESPONSABILIDADE
DA SEGURADORA. AUSÊNCIA DE JUNTADA DO CONTRATO
AOS AUTOS. DANOS MATERIAIS E MORAIS CONFIGURADOS.
I - A prova do dano moral resulta da simples comprovação do
fato que acarretou a dor, o sofrimento, a lesão, aos sentimentos
íntimos da vítima. Precedentes do STJ. (REsp. 968.019/PI, Rel.
Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA,
julgado em 16.08.2007, DJ 17.09.2007 p. 280). II -Para a fixação
do quantum indenizatório por danos morais, deve o
Magistrado ser razoável e tomar todas as cautelas para que a
indenização não seja fonte de enriquecimento sem causa, ao
mesmo tempo em que não seja meramente simbólica,
impondo-se sua redução quando exacerbada, em atenção aos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade. In casu,

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reduzo a indenização por dano moral, fixada na sentença em R$
60.000,00 (sessenta mil reais) para o valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais). III - Tratando-se de responsabilidade objetiva e
contratual da empresa seguradora, os juros moratórios devem
ser aplicados a partir da citação e acorreção monetária incide
pela aplicação do Verbete nº 362 da Súmula do STJ ("A
correção monetária do valor da indenização do dano moral
incide desde a data do arbitramento"). IV -Apelo parcialmente
provido. Sem interesse do Ministério Público.

(TJ-MA - APL: 0492572015 MA 0023167-


10.2011.8.10.0001, Relator: MARCELO CARVALHO SILVA,
Data de Julgamento: 15/12/2015, SEGUNDA CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 16/12/2015)

Mister elucidar também o estabelecido no art. 14 do Código de


Defesa do Consumidor, que ao guarnecer o direito de tal, responsabiliza o
prestador de serviços que agindo dolosa ou culposamente, expõe a risco ou
prejuízo aquele que dele utiliza os serviços, aduzindo: O fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Por fim, conveniente salutar as palavras do ilustre


doutrinador Yussef Said Cahali, cujo qual narra acerca dos danos morais:

dano moral é a privação ou diminuição daqueles bens que têm


um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a
tranquilidade de espírito, a liberdade individual, a integridade
individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados
afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a parte
social do patrimônio moral(honra, reputação, etc.) e dano que
molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor, tristeza,
saudade, etc.), dano moral que provoca direta ou indiretamente
dano patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e dano moral puro
(dor, tristeza, etc.) (CAHALI, pag. 20, Dano Moral, Editora
Revista dos Tribunais, SP, 1998)

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24/04/2017: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

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Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJSZ6 LBT2R 98J9P PFMDA
Pelo exposto, demonstrado e fundamentado o direito e fatos que
sustentam o pleito indenizatório do autor, pugna este pela condenação da
requerida no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), atentado especialmente
aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, entendendo ser justa e
razoável tal quantia, além de conexa com o caráter punitivo pedagógico do qual
também derivam os danos morais.

III – DOS PEDIDOS

Ex positis, requer seja:

a) Julgada totalmente procedente a presente ação, acolhida em todos os seus


termos, reconhecendo-se e determinando, liminarmente, ante ao
fundamento jurídico e contexto fático, a obrigação da empresa ré em
providenciar e cumprir com a obrigação contratual pactuada entre as
partes, custeando o conserto e devido reparo do automóvel por ela
assegurado;
b) A intimação da requerida para, querendo, contestar a presente demanda no
prazo legal previsto, sob pena de revelia;
c) A condenação da ré ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao autor
em vias de danos morais em face da omissão e prejuízos, transtornos a ele
ofertado;
d) A concessão da justiça gratuita nos termos da Lei 1.050/60, por ser o
requerente na acepção legal do termo;
e) A condenação da reclamada ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios no importe de 20%, tal qual estabelece o NCPC;
f) Protesta provar o feito por todos os meios de prova admitidos em direito,
especialmente as de cunho documental.

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PROJUDI - Processo: 0025711-51.2017.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Eduardo Caldeira
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Dá-se a causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Termos em que

Pede deferimento.

Londrina, 24 de abril de 2017.

Eduardo Caldeira

ADVOGADO - OAB/PR 80.223

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