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“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
O dever de reparar os efeitos causados pelo ato ilícito sejam danos patrimoniais ou morais
causados, está presente no art. 927 do mesmo diploma legal, abaixo transcrito:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Ainda no mesmo Codex, em seu art. 932, inciso III, vemos a responsabilidade pela reparaçã o
civil do empregador pelos atos causados por seus serviçais e prepostos no exercício de suas
funçõ es:
“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do
trabalho que lhes competir, ou em razão dele;"
Como se os fundamentos acima nã o fossem suficientes, o Có digo de Defesa do Consumidor
consagra a responsabilidade objetiva da empresa e o dever de indenizar o consumidor
pelos danos causados em seu art. 14, caput, abaixo transcrito:
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparaçã o dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestaçã o dos serviços, bem como por informaçõ es insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruiçã o e riscos”. [grifamos]
Como vimos, no Có digo de Defesa do Consumidor o causador do dano deve reparar a lesã o
independentemente de culpa, nos casos previstos em lei. Ao contrá rio do que exige a lei
civil, quando reclama a necessidade da prova da culpa, na relaçã o entre consumidores esta
prova é plenamente descartada, sendo suficiente a existência do dano efetivo ao ofendido.
O artigo acima transcrito tem o objetivo de proteger, de forma privilegiada, a parte mais
fraca da relaçã o de consumo, visando evitar, claramente, abusos dos prestadores de
serviços, estes visivelmente mais fortes em relaçã o à queles.
E, finalmente, o art. 942 do Có digo Civil traz o instituto da solidariedade quando houver
mais um causador do dano:
“Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos
à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação.”
Sendo assim, resta efetivamente caracterizada a conduta ilícita das Rés, dando ensejo à
reparaçã o do dano moral, no valor mínimo de 40 salá rios mínimos vigentes na época do
pagamento, afim de satisfazer todo o mal causado à vítima, além de impor as Rés, uma
sançã o que lhe desestimule e iniba a prá tica de atos lesivos à personalidade de outrem.
Da juntada dos documentos pelas Rés
A Autora já solicitou diversas vezes à s Rés para que lhe forneçam a có pia do contrato de
financiamento realizado em seu nome, entretanto, tal pedido nunca foi atendido por
nenhuma delas.
Isto Posto, requer digne-se Vossa Excelência ordenar à s Rés a juntada aos autos da có pia do
Contrato de Financiamento celebrado por terceiro utilizando o nome da Autora, bem como
todos os documentos utilizados para a celebraçã o do contrato, atendendo ao disposto no
art. 396 do Có digo de Processo Civil.
DOS PEDIDOS
Perante o acima exposto, requer-se:
I) Seja deferida à Autora da presente demanda assistência judiciá ria gratuita, com fulcro no
art. 5º, LXXIV da Constituiçã o da Repú blica e na Lei nº 1.060/50, por se tratar de pessoa
pobre na acepçã o da lei, de forma que o valor das custas irã o onerar em muito seu
orçamento mensal, uma vez comprovada a insuficiência de recursos.
II) O deferimento da tutela de urgência, ordenando à Ré-2 a imediata e total exclusã o do
nome da Autora junto a todos os cadastros de inadimplentes do País, eis que nã o concorreu
para a atual situaçã o, sob pena de multa cominató ria de R$ 1.000,00 (mil reais) ao dia, a ser
revertida em beneficio da Autora.
III) A total procedência da açã o, declarando inexistente a relaçã o jurídica entre a Autora e
as Rés, condenando as Rés ao pagamento dos danos morais cujo valor deverá ser arbitrado
por Vossa Excelência, considerando o mínimo de 40 (quarenta) vezes o valor do salá rio
mínimo vigente a época do respectivo pagamento;
IV) A citaçã o das Rés, nas pessoas de seus representantes legais, nos endereços descritos
no preâ mbulo desta peça para, querendo, responder os termos da presente Açã o, dentro do
prazo legal, sob pena de revelia, apresentando có pia do contrato objeto da lide bem como
todos os documentos utilizados para a assinatura deste.
V) A inversã o do ô nus da prova, em favor da Autora, diante da verossimilhança de suas
alegaçõ es, a teor do artigo 6º, inciso VIII, do CDC.
VI) A condenaçã o das Rés ao pagamento das despesas, custas e honorá rios advocatícios na
fixaçã o má xima de 20%, com fulcro no art. 84 § 2º do CPC.
VII) O deferimento da produçã o de todos os meios de prova em Direito admitidos, em
especial a documental, juntada posterior de documentos, expediçã o de ofícios, prova
pericial, depoimentos pessoais das partes e outras que se façam necessá rias, bem como a
oitiva de testemunhas.
Dá a causa o valor de R$ 39.920,00 (trinta e nove mil, novecentos e vinte reais).
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Sã o Vicente, xx de xx de 2019.
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Thamara Jardes
OAB/SP nº 307820