AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA

ATIVIDADE TURÍSTICA NO MUNICÍPIO

DE PIRENÓPOLIS – GOIÁS

AMARAL, Arthur de Oliveira (1)

SOUZA, Anselmo Claudino (2)
MAIA, Hostílio de Paula Neto (3)
(1) Graduando em Saneamento Ambiental, estudante, coordenação de meio ambiente, Cefet, Goiânia, Goiás. arthurpiri@gmail.com
(2) Graduando em Saneamento Ambiental, estudante, coordenação de meio ambiente, Cefet, Goiânia, Goiás. anselmosc@gmail.com
(3) Orientador, Professor, coordenador da geomática, Cefet, Goiânia, Goiás.

Resumo: Dentre os estados brasileiros, destaca-se 1. Introdução

Goiás que recebe em média dois milhões de turistas por
ano, o que faz um dos dez locais mais visitados do país
(MTUR, 2005). Privilegiado pela sua enorme
diversidade de atrativos, naturais, históricos e culturais,
distribuídos nos seus 256 municípios, destacam-se
cidades encantadoras como a Cidade de Goiás,
Pirenópolis, Corumbá, Jaraguá e tantas outras que
conservam um riquíssimo patrimônio histórico, cultural,
além de belas paisagens naturais de imenso valor. No
entanto nas cidades onde predominam a atividade
turística encontramos grandes dificuldades em
solucionar os problemas socioambientais ocasionados
desta, a exemplo o saneamento ambiental, onde a
demanda dos serviços básicos é multiplicada em épocas
de temporadas e fins de semana prolongados. Nestes
períodos, os efluentes domésticos chegam a atingir
índices muito superiores a capacidade de absorção dos
mananciais locais. A geração de lixo tem grande
aumento, o que torna muito difícil organizar a coleta e a
disposição final do lixo, agravado pela falta de lixeiras
acessíveis aos transeuntes de suas ruas. Outro problema
ambiental é a geração de ruídos que pode provocar
poluição sonora, além dos impactos socioculturais. Esta
pesquisa busca levantar e avaliar os impactos
socioambientais da atividade turística no município de
Pirenópolis e apontar possíveis iniciativas para a
mitigação dos impactos gerados. Para isso iremos iniciar
uma discussão teórica sobre turismo, as características
desta atividade interrelacionando com a prática do
turismo em Pirenópolis, apontar as interfaces desta
atividade e o meio ambiente e seus possíveis impactos
sobre a economia, a cultura, os aspectos sociais e
ambientais.
Palavras-chave: Turismo. Impacto socioambiental.
Meio Ambiente.
O turismo tem como significado geral viajar
para um lugar diferente de sua morada e fazer algo
que contraste com seu cotidiano. Atividade
globalmente difundida, está sendo objeto de estudo
e aperfeiçoamento constante no seu
desenvolvimento. Por conta disto, o turismo
sustentável está sendo o mais indicado na gestão
turística de localidades que se preocupam em
perpetuar e consolidar esta atividade
Podemos definir o turismo como:
“...um elaborado e complexo processo de
decisão sobre o que visitar, onde, como e a que
preço. Nesse processo intervêm inúmeros fatores
de realização pessoal e social, de natureza
motivacional, econômica, cultural, ecológica e
cientifica que ditam a escolha dos destinos, a
permanência, os meios de transporte e o
alojamento, bem como o objetivo da viagem em
si para a fruição tanto material como subjetiva
dos conteúdos de sonhos, desejos de imaginação
projetiva, de enriquecimento existencial
histórico–humanístico, profissional, e de
expansão de negócios” (BENI, 2003, p.37).
Como se sabe, a base do turismo esta
sustentada na existência de certos elementos e
manifestações de origem natural, histórica e
cultural que despertam o interesse do ser humano
pelo seu conhecimento e desfrute. Os atrativos
turísticos originam-se de algumas primícias básicas
que são: a natureza, a cultura e a paisagem. Todos
estão relacionados entre si, encontram diretamente
ligados ao social e ao meio ambiente, e
complementam diante da percepção do turista.
 É muito clara a relação que se estabelece entre a
atividade turística e as questões socioculturais,
socioeconômicas e socioambientais. Sendo o
ambiente a “matéria-prima” para
desenvolvimento da atividade.
Pirenópolis encontra-se numa região de serra,
no meio do planalto central, e está inserido no
bioma cerrado. Na região, abordada a
fitofisionomia presente é a mais variada possível
devido a amplitude altimétrica do relevo,
propiciando assim as mais diversas forma de vida
presentes no bioma. Mas toda esta riqueza é
ameaçada pelo avanço da agropecuária.
Historicamente, Pirenópolis ficou marcada por
ciclos. Foi iniciada como arraial por bandeirantes
em busca de ouro em 1727, o qual propiciou a
ascensão até meados do século XVIII, tendo a
partir de então, convivido com a estagnação do
local. Sendo sucedido com o algodão, comércio e
pecuária, que tiveram importância para retomada
da cidade. Mais tarde ocorreu o surgimento da
extração de pedra e, principalmente, a partir de
1988 a atividade turística com o tombamento pelo
Patrimônio Histórico Nacional. Cercado de
ambientes naturais e casarões antigos Pirenópolis é
muito freqüentado por turistas.
Com a decadência da exploração de ouro a
partir de 1800, a economia se fundamenta em
culturas, principalmente a de algodão e a de cana-
de-açúcar, em 1800 foi construído o Engenho de
são Joaquim que está preservado com o nome de
Fazenda Babilônia. Observa-se que a estrutura
urbana pouco modificou. As modificações que
ocorreram foi uma renovação arquitetônica, devido
os casarões e as casas serem construídas com
adobe e pau-a-pique material que precisam de
manutenção periódica.
O comercio urbano entrou em decadência,
devido a abertura de novas rotas comerciais no
estado. A cidade manteve seu aspecto durante mais
de um século. A partir da década de 70, com a
proximidade da nova capital federal, Brasília,
houve um processo de modernização da economia
do Centro Oeste, dando uma nova dinâmica à
economia da cidade.
2. Fundamentação Teórica
O turismo é considerado o 3º setor da economia
que gera mais riquezas no mundo. Não difere das
outras atividades econômicas, onde predomina a
exploração dos recursos naturais e do trabalho
humano. Assim a atividade turística gera
degradação ambiental e do patrimônio sócio-
cultural, decorrentes da exploração não sustentável
da natureza.
O praticar turismo muitas vezes deixa de lado
as personalidades do lugar, seus aspectos
o peculiares e suas características mais fortes, tais
como a vegetação, o relevo, a hidrografia, o povo e
sua cultura. Impera uma grande superficialidade na
relação com o meio e com a população local.
Esta forma de fazer turismo, tem comprometido
a possibilidade das comunidades locais
conservarem seus valores culturais, suas tradições,
que são lembranças de gerações. A
desconsideração dos elementos culturais locais,
está profundamente relacionado à degradação
ambiental, gerada na maioria das localidades
turísticas.
Os municípios onde predominam a atividade
turística, tem grande dificuldade em solucionar as
problemas de saneamento ambiental, onde a
demanda por estes serviços é multiplicada em
épocas de temporada e fins de semana
prolongados. Neste período, os efluentes
domésticos chegam, a atingir índices muito
superiores a capacidade de absorção dos
mananciais locais. A geração de lixo tem grande
aumento, o que torna muito difícil organizar a
coleta de lixo e muitas das vezes fica impossível
estabelecer um local apropriado para seu depósito,
dispersando-se por várias áreas. Outro problema
ambiental é a geração de ruídos, causando com isto
a poluição sonora.
Com o desenvolvimento do turismo dá-se início
ao processo de especulação imobiliária, que ao
valorizar novas áreas, faz com que suas
características ambientais se tornem
completamente secundárias. Com isso, todo o
ambiente torna-se vulnerável. A paisagem se
deteriora das mais diversas formas, evidentes ou
não. A transformação dos espaços naturais em
edificações é uma delas. Além de alterar a
paisagem de modo negativo, tende a ser
privatizada tornando-a inacessível a uma parcela
da população.
Uma pratica comum no município é o
ecoturismo, um modelo de turismo que tem como
foco a sustentabilidade entre o meio e a atividade
desenvolvida. Sensivelmente impulsionado por
esse contexto de criação, o ecoturismo, deve ser
objeto de estudo neste levantamento, por não estar
sendo conduzido de forma responsável em termos
sociais e ambientais.
O conhecimento dos impactos socioambientais
da atividade turística no município de Pirenópolis
se mostra de grande importância. Com o
levantamento destes fatores, será possível
mensurar e avaliar os impactos gerados sobre o
meio ambiente e a comunidade. A partir deste
processo será razoável apontar iniciativas
necessárias para a solução dos problemas
identificados e quantificados, de forma a contribuir
com o projeto de Educação Ambiental, o
desenvolvimento do planejamento turístico, a
implantação da estação de tratamento de esgoto
ETE, a realização de programas de coleta e
aproveitamento de resíduos sólidos, são algumas
ações que poderão estar sendo adotadas para
minimização de tais impactos.
3. Materiais e Métodos
Para a coleta de dados empregar vários
instrumentos, tais como: questionários, entrevistas,
observações e pesquisa documental.Os
questionários serão compostos por um numero
mais ou menos elevado de questões que serão
apresentados por escrito ao grupo social que
desejamos conhecer. Aplicaremos entrevistas que
constitui-se em uma conversação com o propósito
de, envolvendo duas ou mais pessoas, tendo em
vista buscar informações, subjetivas e objetivas,
diretamente junto aos atores sociais enquanto
sujeitos-objetos da pesquisa. Fundamentar também
nossa pesquisa na observação dos fenômenos
sociais e naturais, onde tentaremos descobrir os
aspectos aparências das variáveis em estudo,
visando aprender, se possível, a sua essência, isto
é, conhecer as contradições, as dinâmicas, as
relações etc, contidas nas mesmas.
Serão realizadas duas visitas mensais à cidade
de Pirenópolis, durante a fase de coleta de dados.
Este projeto conta com três linhas de pesquisa:
3.1 Pesquisa Bibliográfica
Com a pesquisa bibliográfica busca-se a
conceituação e as tipologias do turismo.
Compreender a temática socioambiental, além de
investigar a historicidade de Pirenópolis,
objetivando recolher informações e conhecimentos
acerca dos problemas gerados pelo turismo ao
longo da história, e trabalhos já feitos nesta área
para somar informações, e apontarmos possíveis
soluções para os impactos avaliados.
3.2 Pesquisa Estatística
Técnica de estudo descritiva que envolveu a
comunidade pirenopolina, os turistas e os
empreendimentos turísticos, através de
questionários e entrevistas. Onde se examinou: a
percepção do turista sobre o ambiente, as relações
estabelecidas com a comunidade e a cultura local e
como as empresas vem desenvolvendo estas
variáveis.
3.3 Pesquisa dos Aspectos Ambientais
Visando analisar os aspectos ambientais foram
feitas duas formas de análises. As observações in
locu dos fatores ambientais e análises laboratoriais
– água.
As análises laboratoriais estão sendo
desenvolvidas nos laboratórios do CEFET-GO.
Consiste em análise da qualidade das águas do
município. Para isso foram definidos dois pontos
de coleta no Rio das Almas, um a montante da
cidade e um a jusante. Os parâmetros analisados
são:

Físicos: cor, turbidez;

Químicos: pH, oxigênio dissolvido e
demanda Bioquímica de oxigênio (BDO);

Biológicos: presença de coliformes
termotolerantes e fecais.
As observação in locu dos fenômenos como;
geração de resíduos sólidos, que podem provocar
poluição do solos e/ou poluição hídrica, o nível de
ruídos, que podem provocar a poluição sonora e
será mensurado através de aferição com
instrumento de medição sonora, decibelímetro.
4. Resultados e Discussões
A partir de elementos levantados em pesquisa
bibliográfica, estatística dos aspectos ambientais, é
dado um parecer sobre a influência que a atividade
turística gera na comunidade em que ela interage,
com base em dados repassados pela comunidade
local, pelos turistas e pelos órgãos municipais,
estaduais e federais que participam de alguma
forma deste processo.
O grande aumento da população urbana e a
conseqüente diminuição da rural durante as últimas
décadas, devido à economia que passou a se basear
em uma atividade totalmente diferente das
anteriores, atuando agora no meio urbano.
TABELA 01
População
Ano Total Urbana Rural
1980 29.320 6.642 22.678
1991 25.056 9.277 15.779
2000 21.245 12.475 8.770
CENSO IBGE: 1980, 1990, 2000
• Impacto Socioambiental:
É difícil estabelecer destinação clara entre os
impactos ambientais, econômicos, sociais e
culturais do turismo, pois os aspectos relacionados
a cada impacto estão interligados, não sendo
possível a separação da causa e da conseqüência
nessa situação.
• Impacto Ambiental:
“ A avaliação dos impactos de toda ordem sobre
o meio ambiente é extremamente difícil por cinco
razões (Matheieson e Wall, 1988, p.05):
Devido a relação do homem com o meio
ambiente a milhares de anos torna difícil
estabelecer uma base para medir as modificações
no ambiente.
Mesmo sem nenhuma intervenção humana o
meio ambiente se altera dificultando a definição de
bases para estudo. Fica difícil de determinar
quando as alterações são provocadas pelo turismo
ou quando é apenas um entre vários agentes
modificadores.
As complexas interações do fenômeno
turístico fazem com que o impacto total da
atividade seja incomensurável.
A descontinuidade espacial e temporal entre
causa e efeito.
A seleção de metodologia dos indicadores do
impacto criando questões sobre quais deles
utilizar e o que significam.
Para a avaliação dos impactos sobre o meio
ambiente esta pesquisa esta monitorando três
principais aspectos ambientais:
A qualidade da água.
Os resultados apresentados pelo monitoramento
feito pela Agência Ambiental mostraram que a
qualidade das águas do Rio das Almas sofre uma
variação, em determinadas épocas do ano, que é
devido as variações climáticas e também a
variações pontuais, devido a cada ponto tem uma
área característica diferente dos demais.
Os pontos na malha urbana estão sujeitos a
pressões da atividade turística em maior escalda,
devido ao uso da água para banho e devido à
proximidade com a área urbana da cidade, onde
estão concentradas as principais pousadas e hotéis.
Nestes pontos no que se refere à classificação
segundo a resolução 357 do CONAMA, que dispõe
sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, podemos classificar esta
parte do Rio das Almas como classe 2.
As águas classificadas como classe 2 podem ser
destinadas ao abastecimento humano após o
tratamento convencional, a recreação de contato
primário, como natação ou mergulho,a irrigação de
hortaliças, plantas frutíferas, e a aqüicultura ou a
pesca. Não sendo indicadas para a diluição de
esgotos, o que pode estar acontecendo na área
urbana de Pirenópolis.
O Córrego do Prata que corta o centro histórico
de Pirenópolis, é um dos afluentes do Rio das
Almas que sofre maior pressão, que foi constatado
pelo valor encontrado para a DBO (Demanda
Bioquímica de Oxigênio), e oxigênio dissolvido
(OD), apresentando valores elevados e não
condizentes para água de classe 2, sendo o ponto
que apresentou os resultados mais elevados em
relação aos pontos anteriores. Estes valores
indicam alta concentração de matéria orgânica,
causado pela a existência de fontes poluidoras
contribuintes de pequeno e médio porte instaladas
na área do perímetro urbano ou nas suas
proximidades.
Observamos que os resultados podem apontar
de forma localizada e individualizada.
Não se descarta a presença de pontos de
despejos concentrados de esgotos sanitários
advindos de atividades humanas como hotéis,
pousadas, etc.Estes lançamentos podem ainda estar
dispostos de forma difusa na malha urbana e serem
carreados para galerias de águas pluviais, pelas
quais atingem os corpos hídricos próximos.
O relatório publicado pela Agência Ambiental
de Goiás salienta que em alguns momentos os
resultados refletem o maior fluxo turístico na
região e sua influência na qualidade das águas
analisadas.
Poluição Sonora; Os níveis de ruídos são
regulamentados pela norma brasileira NBR
10151:1987, que estabelece os níveis de ruídos
para determinadas áreas urbanas. No entanto é
preciso que o município elabore leis que legislem
sobre as áreas de seu domínio, sendo esta norma
somente normatizadora. No entanto no município
não encontramos nenhuma lei que vigore sobre
estes aspectos. A tabela mostra os níveis de ruídos
permitidos pela norma para determinadas áreas.
A maioria dos pontos, apresentados na tabela
podem ser classificados como área estritamente
residencial urbana, com exceção o Largo da Rua
do Rosário, o correto da Rua do Lazer,
Trotamundos e a ponte de pedra, que são
classificadas como áreas mistas com vocação
comercial e administrativa, ou com vocação
recreacional, sem corredores de transito.
 Tabela – Nível de ruídos para ambiente externos, Trotamundos e o Largo da Rua do Rosário. Onde
em decibéis (dB) os níveis em determinadas situações podem chegar
Tipos de áreas Diurno Noturno a 100 dB. Estas áreas concentram os principais
Áreas de sítios e fazendas 40 35 bares, restaurantes que o turista costuma freqüentar
Vizinnças de hospitais (200 m além a noite. Justificando níveis tão altos.
45 40
divisa)
Área estritamente residencial urbana 50 45
Área mista, predominantemente
55 50
residencial, sem corredores de trânsito
Área mista, com vocação comercial e
administrativa, sem corredores de 60 55
trânsito
Área mista, com vocação
recreacional, sem corredores de 65 55
trânsito
Área mista até 40 m ao longo das
70 55
laterais de um corredor de trânsito
Área predominantemente industrial 70 60

Nas áreas com vocação comercial e recreativas

o nível de ruído também esta acima do indicado Monitoramento do Nível de Ruídos.
pela norma, os pontos mais críticos são o
MONITORAMENTO DO NÍVEL DE RUÍDOS
Canto da Dia da
Pontos Dia das Crianças Dia Normal
Primavera Independência
Trotamundus 87,4 77,4 73,1 61,2
Largo da Rua do
97,3 76,2 71,3 64,2
Rosário
Igreja São Judas
70,1 70,6 69,2 50
Tadeu
Asilo 68,3 69,3 67,4 60,4
Cruz da Rua Nova 75,7 78,5 42 63,4
Praça Central 68,6 81,4 79,3 76,5
Igreja Matriz 67,2 76,6 76,8 65,6
Ponte de Pedra 73,2 76,5 76,2 69,3
Coreto da rua do
77,6 72,9 55,7 66,9
Lazer

Geração de resíduos sólidos; Na percepção do
turista entrevistado na cidade de Pirenópolis a
avaliação no quesito limpeza urbana e limpeza dos
atrativos, grande parte, cerca de 80% aponta que é
bom ou ótima, o que é um resultado
satisfatório, mas que deixa a desejar quando
relacionado à disponibilidade de lixeiras onde
63,75% dizem que é regular ou ruim.
Para termos visitantes responsáveis pelo seu
lixo e pela manutenção da limpeza pública, é
necessária a implantação de mais lixeiras em vias
publicas, onde num processo educativo será
possível a integração de toda a comunidade interna
e externa a cooperar pela manutenção da paisagem.
Um problema conhecido dos pirenopolinos é a
acumulação de resíduos após eventos ou mesmo
datas comemorativas onde a cidade se encontra em
meio a toda sorte de perigos oferecidos pela não
limpeza das ruas e gera um mal estar
incomensurável as pessoas que ali transitarem.
A disposição final dos resíduos é realizada em
um aterro, mas que já está deficitário, e apresenta
um grande problema relacionado ao chorume, que
infiltra no solo e escoa para os mananciais
contaminando-os e também o lençol freático.
Ainda é necessária a ampliação da área do aterro
para suportar a crescente demanda por disposição
desses resíduos no município.
No tocante a realidade do âmbito estadual a
situação do município de Pirenópolis é superior a
muitas outras cidades, que em sua maioria ainda
utilizam a rústica disposição a céu aberto. Já existe
no município um projeto para adequação deste
aterro para aterro controlado, mesmo que limitado
e com seus pontos a melhorar o aterro oferece uma
disposição segura se tratando da saúde humana,
mas impacta o meio em que está sendo
inseridoImpacto Econômico:
O turismo é uma atividade que intensifica a
atividade econômica, seus impactos são bem
visíveis. Os impactos diretos estão na geração de
empregos, sendo eles diretos nas pousadas, hotéis,
restaurantes e empresas de entretenimento e
ecoturismo e/ou indiretos na produção de
artesanatos e os trabalhos de guiagem.
Podemos dividir o ciclo de desenvolvimento do
turismo segundo Castelli em cinco fases:
Ausência do turismo, não possui atrações ou
não conhece, e não possui infra-estrutura para
receber os turistas.
Nascimento, surgem os primeiros visitantes e a
duvida se deve ou não investir em infra-
estrutura.
Crescimento, o núcleo turístico movimenta-se
para investir, capacitando a localidade para
receber a demanda turística, presente e futura.
Cessa ou diminui o fluxo de demanda, podendo
ser temporário ou permanente.
Decadência, perde-se os atrativos
promovedores da demanda turística.
Pirenópolis já passou pela fase um e dois,
vivendo a terceira desse ciclo, apos grande
modificações feitas para potencializar o turismo,
como construção de empreendimentos, pousadas,
hotéis e valorização dos recursos turísticos da
localidade. No entanto já são apresentados
sintomas da quarta e correndo o risco de cair na
quinta se não cuidar dos seus recursos naturais, que
são um dos principais atrativos turístico.
O turismo também gera impactos econômicos
negativos, onde podemos ver o aumento da
inflação e da especulação imobiliária, provocando
aumento de preços dos produtos comercializados e
a valorização excessiva de terrenos. A comunidade
pirenopolina é a mais prejudicada, pois as rendas
geradas com o turismo nem sempre compensam
esses aumentos. O que pode ser percebido na
relação dos salários médios de quem trabalha com
turismo em Pirenópolis, Goiás e Brasil.
• Impacto Socioeconômico:
O turismo em Pirenópolis no início de seu
desenvolvimento era visto pela comunidade como
uma nova oportunidade de desenvolvimento da
região, criando novas vagas de emprego, negócios
e lucro. À medida que a atividade cresceu e se
consolidou a comunidade ficou a margem do
crescimento, pois constatamos que grande parte
dos empreendimentos criados na cidade pertence a
pessoas que se instalaram na cidade atraídas pela
beleza e oportunidades de negócios
proporcionados pelo turismo.
A população participa do turismo sendo
empregadas nos hotéis, pousadas, restaurantes, que
pertencem a pessoas de outras localidades, e
vendendo artesanatos ou exercendo trabalho como
guia.
Além destes aspectos podemos afirmar que o
turismo intensifica a criminalidade, o consumo
excessivo de drogas e bebidas alcoólicas. Estes
problemas não são causados simplesmente pelo
turismo, mas como já dito, se intensifica com o
fluxo de visitantes a cidade.
• Impacto Cultural:
A cultura é uma dos fatores mais importantes
das motivações de visitação turística. As
conseqüências do turismo sobre a cultura têm
aspectos positivos e negativos.
Os aspectos positivos são: a valorização do
artesanato, que passa a ser um instrumento
utilizado pela comunidade para gerar renda; a
valorização da herança cultural sendo conservados
e restaurados os patrimônios e monumentos
históricos, incentivando que a população conheça a
história do município e valorize os seus bens
históricos.
Os aspectos negativos são: vulgarização das
manifestações culturais, na década de 70 foi criada
a GOIASTUR, hoje a AGETUR, que em sua
política pressupõe que as festas tradicionais
deveriam se adequar ao turismo.
A cavalhada que faz parte da comemoração da
Festa do Divino demostra como as tradições
podem ser modificadas, segundo registro da Igreja,
isto na década de 70, o fluxo de turista contribuía
para profanizar os festejos do Divino, junto com as
pessoas de fora vinham toda a bebida, o nudismo,
as drogas e a miséria.
Hoje as cavalhadas mantêm parte das tradições
e conserva velhos costumes, no entanto para atrair
o turismo ela sofreu modificações, como as roupas
usadas, o local que hoje consiste num
cavalhódromo onde a festa é realizada e alguns
costumes que já não existem mais. Nos dias de
festa do ano de 2007 passaram durante os dias de
festa no município mais de 18000 pessoas,
segundo a polícia Militar.
Outra festa que tem sofrido muitas
modificações devido ao fluxo de turista é a Festa
do Morro, realizada na Serra dos Pirineus, em
julho na lua cheia. A festa de caráter religioso,
caracterizada por romaria, missas, fogueiras e
acampamento na serra. No entanto hoje a festa tem
sido tomada por turistas, que descaracterizam a
romaria e o aspecto religioso da festa, encontrado
som automotivo nas noites de festa na serra e
jovens que fazem ingestão excessiva de bebidas
alcoólica e uso de drogas.
Economicamente, o dinheiro trazido pelos
turistas circula apenas em tipos restritos de
organização do núcleo receptor, ao passo que as
camadas mais pobres da população que fornecem o
solo e a mão-de-obra não qualificada ficam com
apenas uma parcela muito pequena dos lucros.
Descaracterização das tradições e costumes das
comunidades receptoras, cujos ritos e costumes são
muitas vezes transformados em shows para incitar
o turismo.
Em contrapartida um elemento muito forte que
vem ocupando cada vez um espaço mais
consolidado no cenário turístico nacional e que
repercute de forma salutar no turismo em
Pirenópolis é o ecoturismo e o turismo de aventura
no qual o participante desfruta do contato direto
com a natureza local, propiciando a preservação do
meio e seu uso sustentável. Essa modalidade
oferece diversos pacotes aonde o turista pode
escolher desde uma prática contemplativa até outra
que exija condicionamento físico e preparação
como exemplos destacam-se; caminhadas,
ciclismo, cavalgadas, rapel, tirolesa, arvorismo,
bóia-cross e acqua-ride.
5. Conclusões
A atividade turística no município de
Pirenópolis se encontra na fase de crescimento,
onde grandes modificações já foram e vem sendo
feitas para potencializar o turismo, como
construção de empreendimentos, pousadas, hotéis
e valorização dos recursos turísticos da localidade.
Contudo esta prática já apresenta sintomas de
decadência, onde o numero de turista vem caído,
devido a uma série de fatores diversos, e, os
recursos naturais, que são os principais atrativos
turísticos, se mostram impactados.
O turismo é uma atividade que vem
intensificando a atividade econômica no município
de Pirenópolis, seus impactos são bem visíveis. Os
impactos diretos estão na geração de empregos,
sendo eles diretos nas pousadas, hotéis,
restaurantes e empresas de entretenimento e
ecoturismo e/ou indiretos na produção de
artesanatos e o trabalho de guiagem.
O turismo também gera impactos econômicos
negativos, onde podemos ver o aumento da
inflação e da especulação imobiliária, provocando
aumento de preços dos produtos comercializados e
a valorização excessiva de terrenos, a comunidade
pirenopolina é a mais prejudicada, pois a renda
gerada com o turismo nem sempre compensam
esses aumentos. O dinheiro trazido pelos turistas
circula apenas em tipos restritos de organização do
núcleo receptor, ao passo que as camadas mais
pobres da população que fornecem o solo e a mão-
de-obra não qualificada ficam com apenas uma
parcela muito pequena de lucros.
O turismo em Pirenópolis no início de seu
desenvolvimento era visto pela comunidade como
uma nova oportunidade de desenvolvimento da
região, criando novas vagas de emprego, negócios
e lucro. À medida que a atividade cresceu e se
consolidou a comunidade ficou a margem do
crescimento, pois constatamos que grande parte
dos empreendimentos criados na cidade pertence a
pessoas que se instalaram na cidade atraídas pela
beleza e oportunidades de negócios proporcionado
pelo turismo. A população participa do turismo
sendo empregadas nos hotéis, pousadas,
restaurantes, que pertence, a pessoas de outras
localidades, e vendendo artesanato ou exercendo
trabalho como guia.
Além destes aspectos podemos afirmar que o
turismo intensifica a criminalidade, o consumo
excessivo de drogas e bebidas alcoólicas. Estes
problemas não são causados simplesmente pelo
turismo, mas como já dito, se intensifica com o
fluxo de turista na cidade.
A cultura é uma dos fatores mais importantes
das motivações de visitação turística. As
conseqüências do turismo sobre a cultura têm
aspectos positivos e negativos. Os aspectos
positivos são: a valorização do artesanato, que
passa a ser um instrumento utilizado pela
comunidade para gerar renda; a valorização da
herança cultural sendo conservados e restaurados
os patrimônios e monumentos históricos,
incentivando que a população conheça a história
do município e valorize os seus bens históricos. Os
aspectos negativos inerentes a ela são:
vulgarização das manifestações culturais para a
adequação ao turismo. Na década de 70 foi criada a
GOIASTUR, hoje a AGETUR, que defendia que
as festas tradicionais deveriam se adequar ao
turismo.
As cavalhadas que faz parte da comemoração
da Festa do Divino demonstra como as tradições
podem ser modificadas, segundo registro da Igreja,
isto na década de 70, o fluxo de turista contribuía
para profanizar os festejos, pois junto com as
pessoas de fora vinha toda a bebida, o nudismo e a
miséria. Hoje as cavalhadas mantêm parte das
tradições e conserva velhos costumes, no entanto
para atrair o turismo ela sofreu modificações, como
as roupas usadas, o local onde a festa é realizada e
alguns costumes que já não existe mais. Nos dias
de festa do ano de 2007 passaram durante os dias
de festa o município mais de 18000 pessoas,
segundo a polícia Militar.
O impacto gerado no meio ambiente em que a
atividade se desenvolve apresenta caráter
interventor por modificar a paisagem explorada.
Ela pode ser modificada por diversas formas, pela
construção e adequação de estrutura para
recepcionar e alojar os que ali praticam o turismo.
Pela ação dos turistas que por sua vez,
intensificam o processo de degradação do
ambiente. Intensificando a geração de lixo, de
efluentes, o consumo de água, o aumento de carros
na cidade, a elevação dos níveis de ruídos, dentre
diversos outros aspectos. Estes aspectos são
geradores de impactos que nem sempre tem-se
medidas para minimizá-los, gerado a poluição do
ambiente.
A cidade de Pirenópolis não apresenta um
serviço de saneamento ambiental, capaz de atender
a demanda gerada pelo turismo, um bom sistema
poderia mitigar os impactos gerados por esta
aspectos ambientais citados. Por não ter um
sistema de tratamento de esgoto, a qualidade da
água esta comprometida, principalmente dos
córregos e rios que passam pelo perímetro urbano.
Alem de não possuir lixeiras em quantidades
suficientes, a cidade carece de um aterro sanitário
para disposição final dos resíduos sólidos.
Contudo, sob uma ótica ampliada da situação
do município de Pirenópolis, o turismo em vista as
outras atividades desenvolvidas, como a
exploração do quartzito, não apresenta uma
degradação tão intensa. Devido sua base ser
sustentada pela existência de bens naturais, que
devem preservados. A exploração dos recursos
naturais como atrativos turísticos pode inclusive
colaborar com a preservação desses locais, pois as
pessoas que está desenvolvendo a atividade querer
perpetuar essa condição. O turismo apresenta uma
forma salutar o relacionamento com o meio o qual
se estabelece e desenvolve.
Portanto a atividade turística apresenta diversos
impactos socioambietais. Porem para que esta
prática seja sustentada é preciso que sejam
adotadas medidas de mitigação destes. Estas
mediadas são baste variadas, podemos citar a
conclusão da implantação da Estação de
Tratamento de Esgoto é de extrema importância. A
criação de um aterro sanitário para destinação
correta dos resíduos e implantação de mais lixeiras.
E um trabalho de educação ambiental com os
turistas para sensibiliza-los da importância da
preservação, são as medidas urgentes a serem
tomadas pelo poder publico junto com os
empreendimentos turísticos. E por ultimo a
ordenação e planejamento da atividade turística no
município de Pirenópolis.
De um modo geral o turismo se comunica
salutarmente com a comunidade pirenopolina,
trazendo as beneficies de uma cidade aberta as
novidades, mas no tocante ao meio ambiente
continua a ser desenvolvido de forma não
planejada, pois continuamente vem ocupando e
degradando espaços considerados verdadeiros
santuários ecológicos, inseridos em lugar de tão
excêntrica geografia e importância hidrológica
para as principais bacias brasileiras.
6. Agradecimentos
Agradecemos a todos que de uma forma ou de
outra contribuíram para que este projeto se
realizasse. Gostaríamos de agradecer ao
Coordenador de Pesquisa e Produção do CEFET-
GO, que tem se dedicado ao desenvolvimento da
pesquisa nesta instituição, a Sandra Maria
Vasconcelos da Coordenação de Meio Ambiente
pela sua contribuição, mesmo que passageiro. Ao
nosso orientador Hostílio Maia, que assumiu junto
conosco o nosso trabalho. E tantos outros que
contribuíram no desenvolvimento desta pesquisa.
7. Referências Bibliográficas
ANUÁRIO Estatístico do Estado de Goiás.
Secretária do Planejamento e
Desenvolvimento Regional. Superintendência
de Estatística, Pesquisa e Informação – Ano
2006 – Goiânia-GO.
AGETUR. Turismo em dados. Caminhos do Ouro.
Goiânia – GO, 2002.
ALMEIDA, Miriam de Lourdes. Pirenópolis e o
impacto do tombamento. Brasília, 2006.
137pg. Dissertação (Mestrado em Arquitetura
e Urbanismo)- Curso de Pós- Graduação em
Arquitetura e Urbanismo, Universidade de
Brasília.
BENI, C. M. Análise Estrutural do Turismo. 6°
edição. Editora Senac. São Paulo 2001
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de
Saneamento. 3° edição. 2004
BOORSTIN, D. The Imagem: A Guide to Pseudo- Sustentável: A proteção do meio ambiente. 6.
Events in America. Haperper and Row, New ed. São Paulo: Papirus, 2000.
York – 1964.
SANCHO, Amparo. Introdução ao Turismo.2001
CARVALHO, A. (Org.). Pirenópolis: Coletânea
SCHUTER, Regina. Metodologia da Pesquisa em
1727-2000: história, turismo e
Turismo. 2001
curiosidades, 2001.
SESSA, A. IL turismo nei rapporti internazionali.
CURADO, G. G. Pirenópolis: uma cidade para o Cagliari/Roma. Sara Fossataro, 1968.
turismo. Goiânia – GO. Oriente 1980.
SHARPLEY, R. Tourism, Tourista and Society.
GUIA DE ROTEIROS TURÍSTICOS. Pirenópolis: Elm. Huntingdon – 1994
Mapas, roteiros, monumentos, atrativos
SILVIA, Manoel O. Serana Álvares. Análises
naturais, hospedagem e alimentação.
Físico-químicos de Água. 1977
Pirenópolis. 2005.
SWARBROOKE, J. O comportamento do
JAYME, J. Esboço Histórico de Pirenópolis.
consumidor no turismo. [tradução de Saulo
Pirenópolis – GO, 1971.
Krieger]. Editora Aleph, 2002– São Paulo –
JUNIOR Álvaro Banducci, MORETTI, Edvaldo SP.
Cesar. Organização. Qual paraíso? : Turismo
VASCONCELOS, S.M.S, Apostila: Tratamento de
e Ambiente em Bonito e no Pantanal –
Efluentes Domésticos. Goiânia GO, 2007
Editoras: Chronos - São Paulo, UFMS:
Campo Grande 2001. VON SPERLING, Marcos. Introdução a Qualidade
das Águas. 1996
MENDOÇA, R. Artigo: Turismo e Meio Ambiente
uma falsa oposição? – Livro: Turismo
Impactos Socioambientais. 3° edição. São
Paulo, 2001.
MESQUITA, Simone Maria Moura. O
desenvolvimento e o marketing do turismo na
natureza em Pirenópolis : a visão do turista. –
2007.102 f. Dissertação (mestrado) –
Universidade Católica de Goiás, Mestrado em
Ecologia e Produção Sustentável, 2007.
MINISTÉRIO DO TURISMO (MTUR).
Regulamentação, normalização e certificação
em turismo de aventura: Relatório e
diagnóstico. Brasília. 2005a.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO
(OMT). Introdução ao Turismo. Direção e
redação Amparo Sancho, Trad. Dolores
Martin Rodriguez Corner. São Paulo: Roca,
2001.
PALOMO, M. F. Elementos para el studio de la
economia de la empresa turística. Madri;
Sintesis, 1991.
RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA
QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO DAS
ALMAS. REGIÃO DE PIRENÓPOLIS –
2005 – 2006. Goiânia – Goiás, 2007.
RODRIGUES, A. M. O mito da sustentabilidade
da atividade turística. Campo Grande 2001.
RUSCHMANN, Doris. Turismo e Planejamento