Desenvolvimento Humano: Aspectos qualitativos e quantitativos

Luciano Itio Okimura

Título do artigo: Desenvolvimento e qualidade de vida: uma crítica do trabalho de

Amartya Sen sobre desenvolvimento como liberdade.

Autores: Vicente Navarro - The Johns Hopkins University, 624 North Broadway,
Hampton House Room 448, Baltimore, MD 21205-1901

Revista: International Journal of Health Services, volume 30, number 4, pages 661-674,
2000.

Fator de Impacto: 1,28 impact

Problema de Pesquisa: O trabalho de Amartya Sen sobre desenvolvimento como

liberdade representa uma ruptura importante na posição neoliberal, entretanto é
insuficiente para explicar a relação fundamental entre liberdade e o desenvolvimento.

Objetivo: Realizar uma análise crítica de algumas das principais teses de Amartya Sen,
apresentadas em seu trabalho denominado Desenvolvimento como liberdade.

Breve descrição da metodologia utilizada: O artigo utiliza de revisão da literatura e

análise crítica dos trabalhos pesquisados.

Síntese dos Resultados encontrados: O principal objetivo do desenvolvimento é a

liberdade: a liberdade é o objetivo do desenvolvimento (o que ele chama de papel
constitutivo da liberdade), pelo qual ele significa a capacidade de desenvolver o
próprio potencial, sem restrições pelas circunstâncias fora do seu controle. Assim, a
liberdade é entendida como as suas próprias capacidades. Mas para Sen, a liberdade é
ainda mais do que o objetivo do desenvolvimento; É também o meio de alcançar esse
desenvolvimenteo, e considera liberdade como instrumental ou instrumento de
desenvolvimento, classificando em 05 tipos: Liberdade política; As facilidades
econômicas; As oportunidades sociais; Garantias transparentes; e a segurança de
proteção.
 Entretanto o presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt em seu discurso
convocando A nação a um futuro melhor com o New Deal, declarou cinco liberdades:
liberdade da fome; liberdade da ignorância e Doença; liberdade de organização e de
voto; liberdade de escolha entre as opções políticas; e liberdade da necessidade e da
necessidade. Essas liberdades foram posteriormente formalizadas na Declaração
Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

A diferença entre as cinco liberdades de Roosevelt e as cinco liberdades

instrumentais de SEN é que Roosevelt teve uma prioridade distinta nas cinco
liberdades. Foi claro para Roosevelt que "homens necessitados não são homens
livres", significando que direitos humanos constituem um pré-requisito para a plena
realização dos direitos civis e políticos. No entanto, não há tal ordenação de
prioridades na lista de Sen. Sen refere-se freqüentemente à relação entre suas cinco
liberdades, mas nunca estabelece uma escala de relações entre eles. Ele com razão
critica aqueles que vêem direitos políticos como independentes dos direitos
socioeconômicos. E ele também questiona aqueles que acreditam que a suspensão dos
direitos civis e políticos pode ser necessária. Em resumo esta seria a primeira fraqueza
na teoria de Amartya Sem.

Outra grande fraqueza, relacionada com a primeira, é a

de uma teoria que poderia relacionar suas cinco liberdades. Para Sen, o mercado é o
principal motor de mudança e melhoria. Naturalmente, a intervenção ativa e a
regulação do Estado podem corrigir as imperfeições do mercado e investir em pessoas
para enriquecer a Capital e aumentar o poder ea capacidade de ter sucesso no
mercado. Mas questões de Poder e como esse poder é reproduzido raramente, se
alguma vez, foi falado. O que é surpreendente é que uma obra em que a liberdade e a
democracia desempenham um papel importante, carece de uma análise do contexto
político de desenvolvimento. A definição de Sen de Democracia é, portanto, bastante
genérica, para Sen "nenhum país democrático já sofreu fome",
Porque os governos democráticos têm medo das amplas mobilizações que a fome
despertaria, o que poderia derrubá-los. A sustentabilidade de tal posição
Pode depender de como definimos os termos "país democrático" e "fome".
Usando as definições de Sen (que eu voltarei mais tarde), temos de concluir
Que, mesmo em bases empíricas, a posição não é sustentável.

Sen também refere-se constantemente à liberdade e à liberdade sem antes

fazer referência ao contexto político que lhes dá significado.

A única vez que Sen se refere explicitamente a variáveis políticas é quando ele
diz que as ditaduras são ruins para a qualidade de vida porque não conseguem
responder a problemas agudos como a fome. É por isso que ele comenta que nenhum
país democrático jamais enfrentou a fome e os únicos países
que enfrentaram a fome têm sido ditaduras.

Principais avanços e limitações do trabalho: O trabalho de Sen é um passo importante

para desafiar a sabedoria convencional nos estudos de desenvolvimento humano. Mas
não vai longe o suficiente, pois ele deixa intocado esse núcleo de sabedoria
convencional, sem penetrar na questão de como o poder é produzido e reproduzido
no mundo de hoje. E essa é a pergunta que precisamos perguntar.

Frases de destaque: 1. “A medição da taxa Do crescimento econômico é diferente de

medir o desenvolvimento”. 2. “Homens necessitados não são homens livres”.

Opinião pessoal do artigo: O artigo é bastante detalhado e embasado em informações

para criticar o trabalho de Amartya Sem. Embora a teoria de Sem seja bastante
conceituada, ela apresenta falhas, ao qual foram destacadas de forma clara para quem
lê o artigo.

Pergunta para o artigo: Como o poder é gerado? Podemos ter liberdade tendo
parcialmente as 05 liberdades?

Referência bibliográfica de destaque: Sen, A. Development As Freedom. Knopf, New

York, 1999.