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Marise Maria Santana da Rocha

Rosângela Branca do Carmo


Aline Ferreira Campos

Introdução à Educação a Distância

2ed.

MEC / SEED / UAB


2010
R672i Rocha, Marise Maria Santana da
Introdução à educação a distância / Marise Maria Santana da Rocha, Rosângela Branca
do Carmo , Aline Ferreira Campos. 2ed. — São João del-Rei, MG : UFSJ, 2010.
44p.
1. Ensino à distância. I. Carmo, Rosângela Branca do. II. Campos, Aline Ferreira. III. Título.
CDU: 37.018.43

Reitor
Helvécio Luiz Reis

Coordenador UAB/NEAD/UFSJ
Heitor Antônio Gonçalves

Comissão Editorial:
Fábio Alexandre de Matos
Flávia Cristina Figueiredo Coura
Geraldo Tibúrcio de Almeida e Silva
José do Carmo Toledo
José Luiz de Oliveira
Leonardo Cristian Rocha
Maria Amélia Cesari Quaglia
Maria do Carmo Santos Neta
Maria Jaqueline de Grammont Machado de Araújo
Maria Rita Rocha do Carmo (Presidenta)
Marise Maria Santana da Rocha
Rosângela Branca do Carmo
Rosângela Maria de Almeida Camarano Leal
Terezinha Lombello Ferreira

Edição
Núcleo de Educação a Distância
Comissão Editorial - NEAD-UFSJ

Capa
Eduardo Henrique de Oliveira Gaio
Diagramação
Luciano Alexandre Pinto
SUMÁRIO

Pra começo de conversa... 5


Unidade 1 - Educação a Distância: Algumas Considerações 7

Unidade 2 - Educação a Distância: Cenário Mundial 15

Unidade 3 - Educação a Distância: Cenário Nacional 23

3.1 Os Programas destinados à Formação Geral 27

3.2 Os Programas destinados à Formação de Professores 29


3.3 Os Programas Destinados à Formação Profissional 33

3.4 Universidade Aberta do Brasil – Novos Caminhos para a EaD 33

3.5 UFSJ: A nossa proposta de Educação a Distância 35

Pra final de conversa... 38

REFERÊNCIAS 41
Pra começo de conversa...

Prezado(a) Estudante:

Ser estudante a distância pode ser uma grande aventura!

A Educação a Distância tem representado, ao longo de sua história e cada vez mais, uma
modalidade educacional responsável pela inclusão social de um contingente inumerável
de pessoas que buscam oportunidades de educação para a conquista de seus direitos de
cidadãos.

Embora bastante disseminada e bem aceita mundialmente, ainda é uma modalidade vista
com certo preconceito e algumas restrições. Romper com essa resistência e demonstrar a
relevância e validade dessa forma de ensinar e aprender precisa se tornar compromisso
de todos nós alunos e educadores envolvidos neste importante processo.

Acreditamos que a Educação a Distância vem ocupando, paulatinamente, um lugar de


destaque na busca da construção de uma sociedade mais justa e igualitária, criando
condições de acesso ao conhecimento e aprofundamento de estudos, para uma parcela
cada vez maior da população que estaria excluída dos meios educacionais.

Assumir uma atitude de acolhida às políticas diversas de Educação a Distância pode


representar a abertura de novos caminhos para a solução dos grandes problemas sociais
que hoje se apresentam.

A busca pela melhoria da qualidade de vida do homem e do mundo passou, passa e passará
sempre, obrigatoriamente, pela questão educacional. Portanto, para que as transformações
sociais ocorram, a necessidade de se investir em uma forma de educação que alcance um
número, cada vez maior de pessoas, em todas as partes do mundo, se faz urgente.

Apresentaremos a você um breve resgate da história da Educação a Distância,


contextualizando as realidades mundial e brasileira, visando a refletir sobre as temáticas
acima apresentadas.

Assim, convidamos você para iniciar conosco um diálogo sobre questões relativas à
Educação a Distância, através desta primeira Unidade Curricular do curso, denominada
Introdução à Educação a Distância.

Bom Estudo!
Marise, Rosângela e Aline

5
unidade 1

Educação a Distância: Algumas


Considerações

Objetivos

• Conceituar “Educação a Distância”.


• Relacionar as características da “Educação a Distância”.
• Identificar novos paradigmas para a “Educação a Distância”.

Problematizando

Tendo como referência seus conhecimentos sobre a temática em questão, responda as


questões que se seguem:
1. O que representa a Educação a Distância?
2. Quais as características da Educação a Distância?
3. Quais as transformações provocadas no processo pedagógico pela Educação a
Distância?

7
unidade 1
Educação a Distância: algumas considerações

A Educação a Distância – EaD traz em si marcas e características peculiares que a concretizam


num tempo e espaço também peculiares. É uma modalidade que estabelece uma dinâmica
continuada e aberta de aprendizagem que faz com que o indivíduo possa tornar-se sujeito
ativo de seu conhecimento, dentro de seu tempo e espaço próprios.

Educação a Distância não é uma nova modalidade de educação. Suas origens estão
relacionadas às necessidades de preparo profissional e cultural daqueles que, por vários
motivos, não podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial. É recorrente
encontrarmos definições que colocam a Educação a Distância como modalidade de
educação que vem substituir a educação presencial, no entanto, é preferível afirmar que
são modalidades de educação distintas, mas que se completam, e se põem adequadas a
contextos também distintos.

— E o que significa o termo EaD?

O termo EaD é indistintamente tratado como ensino a distância, Educação a Distância ou,
ainda, como aprendizagem a distância (e-learning).

De acordo com o Dicionário Aurélio Eletrônico (2003) temos as seguintes definições:

Ensino: Transmissão de conhecimentos, informações ou esclarecimentos


úteis ou indispensáveis à educação ou a um fim determinado; instrução.
Esforço orientado para a formação ou a modificação da conduta humana;
educação. Adestramento, treinamento (grifo nosso).

Educação: Ato ou efeito de educar (-se). Processo de desenvolvimento da


capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral,
visando à sua melhor integração individual e social. Os conhecimentos
ou as aptidões resultantes de tal processo; preparo. Aperfeiçoamento
integral de todas as faculdades humanas. Conhecimento e prática dos
usos de sociedade; civilidade, delicadeza, polidez, cortesia.

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Aprendizagem: Ato ou efeito de aprender, especialmente profissão
manual ou técnica. O exercício ou prática inicial da matéria aprendida;
experiência, tirocínio.

Percebe-se pela definição do dicionário que o termo ENSINO está mais ligado às atividades
de instrução e treinamento. O termo EDUCAÇÃO refere-se à prática, ao ato e ao processo
e está, de certa maneira, vinculado à Arte. APRENDIZAGEM refere-se mais ao ato ou ao
efeito de aprender.

Após essas considerações concordamos com Mill (2009) e optamos pelo o conceito de
Educação a Distância - EaD, por nele agregar “uma visão mais sociointeracionista, que
vem a destacar o processo de educação‑aprendizagem como um todo, em que o estudante
e a construção compartilhada do conhecimento se dão pelas interações dialógicas entre os
diferentes participantes desse processo” (p. 31). Já em relação ao termo Ensino a Distância
entendemos que, neste conceito, o foco está na emissão de conteúdos e no professor, onde
o centro do processo está na educação e desvaloriza- se a aprendizagem (mesmo que
involuntariamente).

Veja a seguir como alguns autores conceituam a Educação a Distância:

Para G. Dohmem apud Nunes (1992), Educação a distância (Ferstüdium) é uma forma,
sistematicamente organizada, de autoestudo, através da qual o aluno se instrui a partir
do material de estudo que Ihe é apresentado, e o acompanhamento e a supervisão do
sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isso é possível
de ser feito a distância através da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer
longas distâncias. O oposto de “Educação a Distância” é a “educação direta” ou “educação
face a face”: um tipo de educação que tem lugar com o contato direto entre professores e
estudantes.

Aretio (1995), vem ampliar este conceito ao dizer que Educação à Distância é um sistema
tecnológico de comunicação bidirecional, que substitui o contato pessoal professor/aluno,
como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos
didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria, que possibilitam a aprendizagem
independente e flexível dos alunos.

Sarramona (1986) define a EaD como um processo que exige todas as condições inerentes
a qualquer sistema educacional, a saber: planejamento, orientação do processo e avaliação.
Para Preti (1996), a Educação a Distância deve ser compreendida como uma “prática
educativa situada e mediatizada, uma modalidade de se fazer educação, de se democratizar

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unidade 1
o conhecimento”, onde o conhecimento deve estar disponível a quem se dispuser a conhecê-
lo, independentemente do lugar, do tempo e de engessadas estruturas formais de ensino.

Aprofundando-se nesses conceitos, Neder (1999) ressalta que a Educação a Distância


permite maior atenção aos ritmos pessoais e, por isso, suplanta o modelo de fluxo linear,
possibilitando um ir-e-vir, um retomar, um rever, um refazer, abertos aos acontecimentos
produzidos pelos indivíduos enquanto sujeitos culturais, na circunstanciedade de seus
tempos-espaços próprios e diversos.

Armengol apud Santos (2008), esclarece que é importante ter em conta que a educação
aberta e a distância não é uma solução imediata nem pretende substituir a educação
presencial (tradicional). Nenhum país deve tomar a decisão de criar um sistema de
Educação a Distância sem antes ter completado um exame sistemático acerca de sua
plena justificação, das necessidades educativas-chave e das possibilidades dos sistemas
existentes. Por outro lado, não existe um modelo único e rígido de Educação a Distância;
pelo contrário, a riqueza de modelos e combinações possíveis exigem que, em cada caso,
se escrevam criativamente metodologias e esquemas que resultem nas mais apropriadas,
levando em conta as necessidades, condições e meios de cada situação particular.

Nesse sentido, o Decreto n. 2494, de 10/02/1998, que regulamenta os cursos a distância,


conceitua esta modalidade de ensino da seguinte forma: “É uma forma de ensino que
possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente
organizados apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente
ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação”.

Em Keegan apud Santos (2008), encontramos os elementos centrais dos conceitos de


EaD: separação física entre professor e aluno, que distingue o EaD do ensino presencial;
influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto
e organização rígida), que a diferencia da educação individual; uso de meios técnicos
de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os
conteúdos educativos; comunicação de mão-dupla, onde o estudante pode beneficiar-se
da iniciativa no diálogo; possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e
de socialização; e participação de uma forma industrializada de educação, potencialmente
revolucionária.

E, finalizando com Motta (2010), temos a Educação a Distância compreendida como

11
a forma de educação que se baseia na crença no Homem e em suas potencialidades,
como sujeito ativo de sua própria aprendizagem. Parte esta modalidade de educação do
princípio de que o ser humano, independentemente de escolas ou de professores, pode se
autodesenvolver, o que é mais do que comprovado pelo imenso número de autodidatas
que tantos benefícios já proporcionaram à sociedade.

DICA
Enquanto prática educativa, a Educação a Distância tem como objetivo primordial
a democratização e o compromisso com um público que apresenta características
peculiares: adultos inseridos no mercado de trabalho, que residem em locais
distantes das universidades, tendo uma carga horária reduzida para estudo
presencial. Dessa forma, a Educação a Distância tem por objetivos: democratizar o
acesso à educação; propiciar uma aprendizagem autônoma e ligada à experiência;
promover uma educação inovadora e de qualidade e incentivar a educação
permanente.

Não é possível tratar da Educação a Distância desvinculada da educação em geral, pois,


segundo Alonso (1996),

A Educação a Distância tem em sua base a ideia de democratização e


facilitação do acesso à escola, não a ideia de suplência ao sistema regular
estabelecido, nem tampouco a implantação de sistemas provisórios, mas
em sistemas fundados na Educação Permanente... (p.58)

Isso mostra que a EaD direciona uma alternativa possível à democratização das
oportunidades educacionais para um público-alvo específico, e que por isso não vem
suplementar a educação regular. São modalidades de educação distintas, mas que se
completam.

De acordo com Preti (1996),

a crescente demanda por educação, devido não somente à expansão


populacional como sobretudo às lutas das classes trabalhadoras por
acesso à educação, ao saber socialmente produzido, concomitantemente
com a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos está exigindo
mudanças a nível da função e da estrutura da escola e da universidade
(p.16).

12
unidade 1
Dessa maneira, a Educação a Distância (EaD) surgiu como alternativa para atender às
necessidades diversificadas e dinâmicas de educação e formação de adultos, que, aliada
às exigências sociais e pedagógicas e tendo como suporte os avanços tecnológicos da
informação e da comunicação, oferece possibilidade de atendimento a esse público com
perfil diferenciado: - adultos inseridos no mercado de trabalho, residentes em locais
distantes dos núcleos de educação, heterogêneo e com pouco tempo para os estudos.

ATENÇÃO
A Educação a Distância apresenta como características a formação permanente, a
eficácia, a adaptação, a flexibilidade e a abertura. Essas características proporcionam
aos estudantes superação de barreiras existentes nas instituições de educação
superior, tais como ofertas de curso e número de vagas, permanência do indivíduo
em seu entorno familiar e profissional, respeito ao ritmo de aprendizagem do
indivíduo e construção de sua autonomia para o estudo.

A EaD é, portanto, uma modalidade de educação que deve considerar a situação


socioeconômica e cultural das comunidades, usando as novas tecnologias, tendo o
orientador acadêmico como intermediário num processo de ação-reflexão-ação, buscando
a efetivação do conhecimento, associando teoria e prática.

Mas, para que a aprendizagem a distância se efetive, não bastam somente tecnologias
sofisticadas. É necessário também um ambiente que favoreça um processo de educação e
aprendizagem significativo. E para tal é pertinente a utilização de estratégias e ferramentas
educativas, sustentadas por meios e formas de comunicação, diferenciados.

Segundo Maia apud Santos (2008), este tipo de educação/aprendizado transforma a


relação tradicional na sala de aula. O conceito de autoridade expresso pelo professor e seu
domínio sobre todo o processo de ensino transformam-se em um ato de compartilhar. Surge
uma nova interface entre alunos e professores, mediada pelas tecnologias computacionais,
como a Internet.

Neste novo modelo de educação, os professores desempenham mais o papel de facilitadores


do que de especialistas, os cursos serão menos hierarquizados e mais personalizados,
cabendo aos próprios alunos cuidar de sua instrução. Esses conceitos reforçam a ideia de
que os alunos aprenderão por fazer e não por memorização.

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Em contrapartida, também exige-se do aluno na Educação a Distância o exercício de uma
nova conduta.

Se na educação convencional a sua relação com o processo de aprendizagem era passiva,


cabendo ao professor toda a iniciativa da educação, agora ele precisa tomar este mesmo
processo em suas mãos e adotar uma nova conduta: de iniciativa, autonomia, disciplina e
crítica.

Ele fará seu próprio tempo, o seu próprio horário e suas próprias condições para estudar.
Estabelecerá, dentro da sua realidade pessoal, o seu ritmo de estudo, adaptando-o ao seu
perfil e conveniência. É no exercício desta capacidade de autogestão, nesse aprendizado
no gerenciamento do seu tempo e espaço, que ele se verá na condição de vivenciar aquilo
que é de fundamental importância para o seu êxito, acadêmico e pessoal: a capacidade de
“aprender a aprender e de aprender em colaboração”.

É dessa maneira que a EaD se coloca como alternativa pedagógica de grande alcance, que
utiliza novas tecnologias para atingir os objetivos propostos, considerando as necessidades
das populações, promovendo o autodidatismo e a aprendizagem independente e flexível
em qualquer nível.

Após tecermos essas considerações sobre o conceito, os objetivos e as características da


Educação a Distância, apresentaremos na próxima unidade um pouco da sua história, no
contexto mundial.

ATIVIDADE
1. Tomando como referência o texto-base apresentado, escreva sobre:
• Concepção de Educação a Distância
• Características da Ea D.
• Transformações provocadas pela EaD.

14
unidade 2

Educação a Distância:
Cenário Mundial

Objetivos

• Identificar os motivos para o surgimento da “Educação a Distância” no contexto


mundial.
• Identificar as razões que impulsionaram o avanço da “Educação a Distância” no
cenário mundial.

Problematizando

Para você:
1. Que motivos determinaram o surgimento da modalidade de Educação a Distância no
contexto mundial?
2. Que razões impulsionam o avanço da Educação a Distância no cenário mundial?

15
unidade 2
Educação a Distância: cenário mundial

Conforme vimos na Unidade 1, a Educação a Distância não é uma modalidade nova de


educação. Surgiu numa época em que a Educação era destinada aos mais ricos, excluindo
de seu universo as pessoas de menor poder aquisitivo. A fim de minimizar esse cenário, as
instituições de ensino buscaram criar uma forma de educação não tradicional e externa.

Alguns marcos históricos são importantes para a compreensão de sua evolução.

Na fase inicial e experimental da Educação a Distância, temos como cenário o século XIX.
O processo de industrialização da sociedade se encaminhava para a sua consolidação. Mas
para que isso se efetivasse era necessário alfabetizar grande parte da população, que se
via excluída da escola e assim, ter uma mão de obra melhor qualificada.

SAIBA MAIS
A aventura EaD começou em 1840, na Inglaterra, quando foi lançado o primeiro
selo da história do correio, usando tarifa única para todo o território da sua
Graciosa Majestade a Rainha Vitória. Isaac Pitmann, o inventor da estenografia
aproveitou-se desta nova facilidade para comercializar a sua invenção e criou o
primeiro curso por correspondência – o de estenógrafo. A primeira instituição,
que utilizou o ensino a distância, era alemã. O Instituto Toussaint e Langenseherdt
(1856) dedicou-se ao ensino das línguas estrangeiras. Atravessando o oceano em
1873, em Boston, nos USA, Anna Ticknor fundou a Sociedade de Apoio ao Ensino
em Casa. No mesmo ano, a Universidade de Bloomington criou um departamento
de curso por correspondência.

Entretanto, é somente no século XX, após 2ª Grande Guerra Mundial, que a Educação a
Distância passa a receber a devida atenção pedagógica.

17
Veja o que diz a revista francesa “Le monde de l’Education”, num número especial de
setembro 1998.

Progressistas ou reacionários, (a Inglaterra de Wilson ou a Espanha de


Franco), ricos ou pobres (os Estados Unidos ou Madagascar), centralistas
ou federalistas, (França ou Alemanha), imenso ou pequeno (China ou
Holanda), todos os Estados depois da Segunda Guerra investirão no
Ensino a Distância. Em todo lugar, as empresas, grandes ou pequenas, e
as instituições internacionais obram para instalar as infra-estruturas do
ensino a distância. Para todos, o desejo é o mesmo: estender o projeto
educativo, começado no século 20, para todos os públicos e para todas
as formas de saber, aumentar a eficiência e diminuir os custos graças
ao emprego de tecnologias cada vez mais eficientes (Le Monde de
l’Education, set. 1998, p. 9 apud Vigneron – 2010)

Segundo Preti (1996),

experiências educativas a distância já existiram no final do século XVIII,


se desenvolveram com êxito a partir da segunda metade do séc. XIX, para
qualificação e especialização de mão de obra em face das novas demandas
da nascente industrialização, da mecanização e divisão dos processos de
trabalho (p.17) .

De acordo com Lisseanu apud Preti (1996), o quadro atual da EaD é impressionante: “Em
mais de 80 países do mundo o ensino a distância vem sendo empregado em todos os
níveis educativos, desde o primeiro grau até a pós-graduação, assim como também na
educação permanente” (p.18).

Atualmente, na Europa são oferecidos inúmeros programas de diferentes níveis, nos mais
diversificados campos do saber. De acordo com o Conselho Internacional de Educação a
distância / CIED, já em 1988 mais de dez milhões de estudantes integravam o Educação a
Distância naquele Continente. A Universidade de Hagen, na Alemanha, e a Open University
do Reino Unido são reconhecidas internacionalmente pela excelência na Educação a
Distância e caracterizadas pela primazia de seus cursos. Segundo Castro e Nunes (1996),
mais de dois milhões de pessoas já estudaram na Open University, sendo que naquele ano
estavam matriculados mais de 160 mil alunos regulares, 40 mil alunos em cursos de pós-
graduação e 60 mil em cursos extracurriculares.

18
unidade 2

SAIBA MAIS
Que a primeira universidade baseada totalmente no conceito de Educação a
Distância foi a Open University (OU), na Inglaterra (www.open.ac.uk)? Surgida
no final dos anos de 1960, a OU iniciou seus cursos em 1970 e em 1980 já tinha
70.000 alunos, com 6.000 pessoas se graduando a cada ano. Ao longo de seus
35 anos de existência, foram incorporadas todas as novas tecnologias que eram
desenvolvidas e popularizadas, como vídeos e computadores pessoais nos anos de
1980, e a Internet nos anos de 1990. A Open University forneceu referências para
o surgimento de universidades abertas em vários outros países do mundo, entre
as quais podemos citar a Anadoulou University, na Turquia; a Open Polytechnic,
na Nova Zelândia; a Indira Ghandi National Open University, na Índia; e a Open
Universität Heerlen, na Holanda. Estima-se que no ano de 2010 aproximadamente
400 mil alunos se matricularão nos cursos da Open.
Fonte: <http://profevelynhistoria.pbworks.com/f/Historico.pdf> Acesso:11 Junho 2010

Igual destaque merecem ainda as Universidades Abertas da Espanha e Venezuela, que


oferecem um número expressivo de cursos, atendendo a um número significativo de
alunos. A Universidade Nacional de Educación a Distância / UNED, na Espanha, é a segunda
maior universidade européia, com mais de 150.000 alunos, e está, desde 1997, associada à
UNESCO na promoção da Educação a Distância (Fonte: wikipedia, 2010).

Em 1979 é criado o Instituto Português de Ensino a distância, cujo objetivo era lecionar
cursos superiores para população distante das instituições de ensino presencial e
qualificar o professorado. Em 1988 este instituto dá origem a Universidade Aberta de
Portugal. Hoje, a Universidade Aberta de Portugal oferece graduação, especialização,
mestrado e doutorado a distância, além de manter um programa especial para países de
língua portuguesa.

A China, país com a maior população e extensão do mundo, conseguiu instalar um único e
gigantesco sistema integrado de Educação a Distância com sede em Beijing, a Central China
Radio and Television University, fazendo um uso extensivo das tecnologias informática e de
comunicação via satélite e com delegações em muito numerosos pontos do seu território.

19
Já na África os programas de Educação a Distância ainda são incipientes, devido aos parcos
recursos econômicos do continente.

Por outro lado, a Austrália é o país que mais desenvolve programas a distância integrados
às universidades presenciais, e mais de cinco milhões de universitários estudam a distância
nos Estados Unidos.

Aliás, a presença dos Estados Unidos na Educação a Distância é secular. Já no final do século
XIX, os americanos criaram cursos por correspondência com o objetivo de capacitação em
diversos ofícios.

A Universidade de Chicago, por volta de 1892, ao criar curso por correspondência,


incorporou a Educação a Distância às modalidades de estudo em suas instituições.

Outras universidades americanas, no início do século XX, criaram cursos para a escola
primária. Na década de 30 já eram quase quarenta universidades nos Estados Unidos
oferecendo cursos a distância. Hoje, de acordo com o National Center for Education
Statistics, mais de 12 milhões de jovens e adultos estão cursando graduação e pós-
graduação a distância nos Estados Unidos.

Em Cuba, a Educação a Distância começou a ser implantada em 1979. A Faculdade de


Educação Dirigido, da Universidade de Havana, é o centro gerenciador dos cursos
regulares, oferecidos em todo o país, e contavam com o suporte de outras 15 instituições
universitárias. Os programas curriculares e a estrutura dos cursos a distância são os
mesmos dos cursos presenciais (JUSTINIANI,1991).

Na América Latina, mais recentemente, diversos países vêm tomando a iniciativa de


consolidação e institucionalização de programas de EaD, como a Universidade Nacional a
Distância de Costa Rica e o sistema de Educación Abierto y a Distância de Colômbia, que
seguiram o modelo inglês.

Também apareceram propostas diferentes em outros países latinos, como é o caso da


Universidade Autônoma do México, o Sistema de Educação a Distância da Universidade
de Honduras e os Programas de Educação a Distância da Universidade de Buenos Aires.

20
unidade 2

ATIVIDADE
1. Segundo o texto:
• Que razões motivaram o surgimento da Educação a Distância no contexto
mundial?
• Que motivos impulsionaram o seu avanço no contexto mundial?
2. Compare as respostas dadas previamente por você no “problematizando”
e as respostas elaboradas agora, tendo como referência o texto-base acima
apresentado.

21
unidade 3

Educação a Distância:
Cenário Nacional

Objetivos

• Identificar princípios que embasam a introdução da Educação a Distância no Brasil.


• Definir objetivos que orientaram os programas brasileiros de Educação a Distância.
• Analisar as perspectivas que se apresentam para o sistema educacional brasileiro
quanto à Educação a Distância.

Problematizando

Em sua opinião:
1. Que princípios embasaram a introdução da Educação a Distância no Brasil?
2. Que motivos impulsionam o avanço da Educação a Distância no cenário brasileiro?
3. Que perspectivas se apresentam para a Educação a Distância na conjuntura nacional?

23
unidade 3
Educação a Distância: cenário nacional

Assim como em outros países, a Educação a Distância vem se apresentando no Brasil


como uma alternativa possível e viável para atender a uma população que, por inúmeros
motivos, está impossibilitada de ter o acesso ou continuidade dos estudos.

Alonso (1996) dizia que “falar sobre a Educação a Distância no Brasil é, ainda hoje, um ato
de muita coragem. São vários os trabalhos sobre este tema, mas a resistência a ele tem,
necessariamente, uma base cultural bastante forte” (p. 57).

Ainda sobre essa questão, Romanelli, in Alonso (1996), já afirmava que a história da
educação brasileira era marcada pelo caráter elitista, pelo privilégio de determinados
segmentos da população, devido

à forma como foi feita a colonização em terras brasileiras e, mais, a


evolução da distribuição social, do controle político, aliadas ao uso de
modelos importados de cultura, condicionaram a evolução da educação
escolar no Brasil. A necessidade de manter os desníveis sociais teve, desde
então, na educação escolar um instrumento de reforço das desigualdades
(p. 57).

De acordo com Rett (2008), o marco histórico da criação da EaD no Brasil data da
implantação das “Escolas Internacionais” em 1904, apesar de o Jornal do Brasil ter
registrado, já em 1891, anuncio oferecendo profissionalização por correspondência
(datilógrafo). Como marco no uso de tecnologia, tem-se a criação da Radio Sociedade do
Rio de Janeiro, por Roquete Pinto, entre 1922 e 1925.

Em 1.939 tem-se a implantação do Instituto Rádio Monitor e em 1.941 do Instituto


Universal Brasileiro.

25
SAIBA MAIS
Fundado em 1941, o Instituto Universal Brasileiro tinha por objetivo ministrar
cursos profissionalizantes na modalidade de ensino profissionalizante por
correspondência. É considerado pioneiro no ensino a distância no Brasil e oferece
cursos livres e preparatórios, cursos oficiais supletivos do ensino fundamental e
médio. Em 2006, o IUB contava com cerca de 200.000 alunos matriculados .
Fonte: IARALHAM, Luciano C. - Contribuição da Tecnologia da Informação na Educação a Distância
no Instituto Universal Brasileiro: Um Estudo de Caso. Disponível em: <http://www.fam2010.com.
br/site/revista/pdf/ed4/art3.pdf> Acesso:10 Junho 2010.

De acordo Nunes (1998), as experiências brasileiras, governamentais ou não, têm sido


caracterizadas pela descontinuidade dos projetos e por certo receio em se adotarem
procedimentos rigorosos e científicos de avaliação.

No início da década de 60, a sociedade civil tenta reverter o quadro de descaso pela
educação popular, empenhando-se através de diversos movimentos sociais que visavam
ora à alfabetização, ora à educação conscientizadora, ora ao incentivo à produção cultural
popular.

Neste momento, tem-se uma ação sistematizada do Governo Federal em EaD. Através de
um contrato entre o MEC e a CNBB, faz surgir o MEB - Movimento de Educação de Base.

De acordo com Santos (2008), o Movimento de Educação de Base – MEB, através do sistema
de Educação a Distância não – formal foi uma das primeiras experiências de destaque em
EaD. Sua preocupação básica era alfabetizar e apoiar os primeiros passos da educação
de milhares de jovens e adultos por meio das “escolas radiofônicas”, principalmente nas
regiões Norte e Nordeste do Brasil. Desde seus primeiros momentos, o MEB distinguiu-se
pela utilização do rádio e montagem de uma perspectiva de sistema articulado de ensino
com as classes populares. Porém, a repressão política que se seguiu ao golpe de 1964
desmantelou o projeto inicial e fez com que a proposta e os ideais de educação popular de
massa daquela instituição fossem abandonados.

Alonso (1996) afirma que “explicar as bases deste interminável começar da EaD no Brasil
significa compreender os processos em que se forjaram os programas e as instituições
que os criaram e executaram” (p. 59).

26
unidade 3
Nessa linha de raciocínio, os programas que se utilizaram da Educação a Distância no
Brasil podem ser divididos em três categorias:

• Programas destinados à formação geral


• Programas destinados à formação de professores
• Programas destinados à formação profissional

3.1 Os Programas destinados à Formação Geral

No Brasil, o Projeto Minerva foi um dos programas de Educação a Distância de maior


impacto no país. Ele foi criado em 1970 pelo Governo Federal e surgiu de um acordo entre
o Ministério das Comunicações e o Ministério da Educação e Cultura.

Nesse projeto, a transmissão era feita via rádio e televisão, com duração semanal de cinco
horas, e todas as suas atividades foram coordenadas e executadas pelo MEC.

O intuito do Minerva era proporcionar a interiorização da educação básica, buscando


suprir as deficiências que existiam na educação formal em regiões em que o número
de escolas e de professores era insuficiente. De acordo com Costa (2010), mais do que
isso, o projeto consistia numa tentativa governamental de enfrentar o alto índice de
analfabetismo nacional evidenciado pelo censo de 1970, que deixava exposta uma
acentuada desigualdade regional no que se refere à taxa de escolarização. Enquanto o
estado da Guanabara apresentava uma taxa de 91,8% de escolarizados, o Acre tinha uma
taxa de 34,5%.

O projeto possuía infraestrutura própria, uma coordenação financeira e técnicos à


disposição da Fundação Centro-Brasileira de Televisão Educativa, em colaboração com o
serviço de radiodifusão Educativa e o Ministério das Comunicações.

Segundo Garcia (2006), o Minerva usou mil e duzentas emissoras de rádio aliadas ao
material impresso e, de acordo com Moraes (2000), 300.000 pessoas tiveram acesso às
emissões radioeducativas; destas, 60.000 solicitaram o exame para prosseguir os estudos,
no entanto, somente 33% delas foram aprovadas.

27
De acordo com Monteiro (2010),

além de usar o rádio como meio de comunicação de massa para fins


educativos e culturais, o Projeto Minerva visava atingir a pessoa onde
ela estivesse para desenvolver suas potencialidades. Era voltado ainda à
divulgação e orientação educacional, pedagógica e profissional, inclusive
à programação cultural de interesse das audiências.

O projeto se estendeu até o início dos anos 80, tendo sofrido, ao longo de todo o período em
que esteve em evidência, severas críticas. Porém, contribuiu muito para a compreensão e
proposição de novas tecnologias educacionais em EaD.

Na mesma época em que era desenvolvido o Projeto Minerva, o Estado da Bahia criou
o IRDEB (Instituto de Radiodifusão do Estado da Bahia). O Projeto foi financiado pela
Secretaria de Educação do Estado da Bahia, pela Agência Canadense de Desenvolvimento
Internacional e pelo Programa Nacional de Tele-educação (PRONTEL).

Diferentemente do Projeto Minerva, que sofreu críticas quanto aos seus conteúdos e
currículos, o Projeto baiano IRDEB teve seu destaque principalmente nesses pontos. Além
de utilizar o rádio e o correio, o IRDEB também utilizou a televisão como forma de mídia.
Contudo, o que mais se destacou no projeto IRDEB foi o apoio pedagógico, por meio de
monitorias presenciais.

Segundo Alonso apud Garcia (2006), 78.106 pessoas foram atendidas pelo IRDEB [...]. De
38 monitores em 1970, o projeto chegou a 208 em 1977, cada um deles atendia a 30
estudantes. A evasão (ou o abandono, como se denomina na EaD), de todos os cursos foi
ao redor de 15% em 1977.

Garcia (2006) também estabelece um paralelo entre o IRDEB e o projeto Minerva, no


tocante à taxa de abandono. O IRDEB obteve resultados muito mais satisfatórios, já que
pelo projeto Minerva, apenas 20% dos alunos fizeram o exame final e, destes, apenas 33%
foram aprovados no curso e puderam prosseguir seus estudos no 2° grau. E conclui:

Desta forma, nota-se que a metodologia adotada pelo Estado da Bahia, que
se preocupava com o acompanhamento da aprendizagem dos cursistas por
meio de tutorias presenciais e com a formação de professores, sem esquecer-
se de respeitar o contexto dos participantes, foi mais eficiente. (p.27)

28
unidade 3
O grande problema desse projeto foi a sua forma de financiamento, pois, a partir do
momento em que as agências financiadoras romperam com as parcerias, o projeto foi
interrompido.

A partir daí, instituições como o Centro de Educação Técnico de Brasília - CETEB e o


Centro Educacional de Niterói - CEN passaram a oferecer cursos destinados à formação
de 1º e 2º graus, hoje ensino fundamental e médio, que se apresentavam de forma mais
estruturadas.

3.2 Os Programas destinados à Formação de Professores

Com base nos estudos efetuados e de acordo com Garcia (2006), pode-se notar que,
no início da formação de professores a distância no Brasil, foi priorizada abordagem
empirista, privilegiando a transmissão de informações descontextualizadas, fortemente
estruturadas. Com o tempo, os idealizadores de cursos desta natureza perceberam que
aquela sistemática contribuía para o desinteresse dos professores, e então passaram a
valorizar o contexto e o diálogo reflexivo.

Diante disso, o IRDEB - Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, já citado


anteriormente, pode ser considerado como a primeira iniciativa de EaD voltada para a
formação de professores em que o contexto e o diálogo reflexivo dos participantes eram
levados em consideração.

De uma forma geral, os primeiros cursos voltados para a formação de professores


apresentavam como característica básica a preocupação com a formação em nível de
2º grau, que corresponde atualmente ao ensino médio, ou eram, ainda, destinado aos
professores leigos. Uma das características mais marcantes é que esses cursos foram
destinados, principalmente, a professores em exercício.

Outro projeto a ser citado nesta linha é o Projeto SACI - Projeto Satélite Avançado de
Comunicações Interdisciplinares. Planejado durante os anos de 1967 e 1968 pelo Instituto
de Pesquisas Espaciais (INPE), teve suas atividades educacionais entre 1972 - 1976, com a
oferta de aulas pré-gravadas, no formato de telenovelas transmitidas via satélite e suporte
em material impresso para alunos das séries iniciais e professores leigos. Foi realizado um

29
total de 1.241 programas de rádio e TV com recepção em 510 escolas de 71 municípios no
Estado do Rio Grande do Norte, onde foi realizada a experiência-piloto desse programa.

Sobre as causas do fracasso do projeto, Sganzerla apud Garcia (2006), aponta: “[...] as
diferenças culturais entre o perfil dos programas produzidos no interior de São Paulo e a clientela
preferencial, alunos e professores do interior do Estado do Rio Grande do Norte, na região
Nordeste” (p. 28).

Percebe-se, assim, que não houve uma preocupação por parte de seus organizadores em
respeitar o contexto dos aprendizes, bem como suas necessidades.

E Garcia conclui:

[...] Na década de 1970, a Educação a Distância foi usada considerando


tão somente que um bom material didático poderia atingir rapidamente
a milhares de pessoas, e para este fim, eram convidados os melhores
técnicos para prepará-los. Essa estratégia foi adotada em função da
escassez de professores e/ou do mau preparo dos existentes, e, em última
instância, considerava a tecnologia do ensino como uma categoria à parte,
capaz de, por si mesma, provocar grandes mudanças, substituindo os
docentes [...] Porém, com os equívocos cometidos nas iniciativas de EaD
daquela época, constatou-se: que os bons resultados obtidos nos moldes
do ensino a distância estavam aliados à qualidade da monitoria prestada
aos alunos, de sorte que não se tratava de dispensar os agentes humanos,
mas de apoiá-los nas suas tarefas educativas (p.28).

Em 1973, surge o Projeto Logos, criado através de um parecer do Ministério da Educação,


exclusivamente destinado à formação de professores leigos, com objetivo de transformar,
a curto prazo, o perfil do sistema educacional nas regiões menos desenvolvidas do País.

O Logos foi um projeto financiado pelo MEC, pelo qual os estados e prefeituras municipais
ficaram com uma responsabilidade relativa de custos, sendo que o material utilizado era
impresso e o atendimento aos alunos era realizado em Núcleos Regionais mantidos pelas
Secretarias Estaduais de Educação.

O projeto surgiu como uma etapa experimental para se estabelecer a eficácia dos materiais
e meios que seriam utilizados no curso e uma fase de expansão, em nível nacional, onde se
desenvolveu o Projeto Logos II.

30
unidade 3
Nessa fase, a sua implantação ocorreu em 19 estados brasileiros, atendendo a um
montante de cinquenta mil alunos, dos quais 70% foram diplomados, segundo dados do
Centro Tecnológico de Brasília - CETEB.
Segundo Alonso apud Garcia (1996), as críticas ao projeto Logos II estão relacionadas aos
seguintes aspectos:

• não reconhecimento do contexto sócio-econômico-cultural dos


professores, dificultando com isto o cumprimento do curso;
• material de ensino, que não respeitava as diversidades regionais e era
extremamente fragmentado;
• a manipulação política que ocorria, principalmente, nas prefeituras
municipais que se utilizavam tanto do projeto, como dos professores em
proveito eleitoral (p.29)

Esse projeto foi desativado em 1990, sendo substituído pelo Programa de Valorização do
Magistério (PVM).

Em 1985 surgiu o FUNTEVE, já no período da abertura política brasileira. O Projeto


FUNTEVE atendeu a uma clientela com diferentes níveis de escolarização e estendeu-se
por todo o território brasileiro, atingindo, inclusive, as zonas rurais do País.

O FUNTEVE utilizou como recurso pedagógico o rádio, a televisão, vídeos e material


impresso, sendo que as Secretarias Estaduais de Educação ficaram responsáveis pela
garantia de infraestrutura. A tutoria era realizada numa parceria das Secretarias Estaduais
de Educação e Prefeituras Municipais.

Todos esses programas eram destinados, até então, à atualização e aperfeiçoamento de


professores, porém, nenhum deles tinha como objetivo a formação e a qualificação dos
professores.

Com essa proposição, mais recentemente a Secretaria de Educação do Estado de Minas


Gerais criou o Projeto Veredas visando à formação superior de professores. Esse Projeto
passou a ser desenvolvido em 2002, numa parceria entre Universidades Federais,
Instituições de Educação Superior de Minas Gerais, Secretarias de Educação do Estado e
Secretarias Municipais de Educação.

O objetivo desse Projeto era propiciar aos professores não titulados em nível superior a

31
vivência do ambiente universitário.

Nesse curso foram oferecidas quinze mil vagas, distribuídas em 21 polos regionais e
destinadas a professores em efetivo exercício nos quatro anos iniciais do educação
fundamental, sendo doze mil dessas vagas destinadas à rede estadual e três mil às redes
municipais de educação.

Em 1996 foi criada, na estrutura do MEC, a Secretaria de Educação


a Distância – SEED/MEC. É através desta secretaria que o Ministério
da Educação se coloca como agente de inovação tecnológica nos
processos de ensino e aprendizagem. Sua atuação está na formulação e
implementação, em todos os níveis e modalidades de ensino, de políticas
de universalização e de democratização da educação e do conhecimento,
por meio da infoinclusão e de programas de formação inicial e continuada
a distância (BRASIL, 2004a, p. 25).

De forma específica, a SEED/MEC atua no fomentando da incorporação das tecnologias


de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de Educação a Distância aos métodos
didático-pedagógicos existentes. Além disso, promove a pesquisa e o desenvolvimento
voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas escolas públicas brasileiras.
Atualmente a SEED/MEC desenvolve os seguintes programas e ações:

• Domínio Público – biblioteca virtual


• DVD Escola
• E-ProInfo
• E-Tec Brasil
• Programa Banda Larga nas Escolas
• Proinfantil
• ProInfo
• ProInfo Integrado
• TV Escola
• Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB)
• Banco Internacional
• TV MEC

32
unidade 3
3.3 Os Programas Destinados à Formação Profissional

Na área profissionalizante, a oferta de cursos a distância tem sido bem delimitada. Esses
cursos foram oferecidos, até então, em função das necessidades de determinadas empresas
e, portanto, sempre de acordo com o propósito das mesmas.

Nessa direção, o Centro de Educação Técnico de Brasília - CETEB, em convênio com


empresas ou com organismos governamentais, vem procurando atender, ao longo dos
anos, às demandas específicas de cursos profissionalizantes em áreas diversas.

De 1976 a 1978, através de um convênio com o Ministério do Trabalho, foram realizados


pelo CETEB cursos que formavam mão de obra para alguns setores empresariais, inclusive
para o serviço o serviço público.

O Serviço Nacional de Formação Profissional Rural —SENAR e o Centro de Educação Técnico


de Brasília —CETEB foram responsáveis pela oferta de curso na área de aperfeiçoamento
de mão de obra rural, em todo o território nacional.
Também em 1978, juntamente com o Ministério da Saúde, o CETEB ofereceu a
aproximadamente duas mil pessoas cursos de formação de Agente de Saúde Pública.

E ainda em parceria com os diversos Ministérios este veio a realizar uma série de cursos
para treinamento nas áreas de protocolo, recepção, chefias operacionais, totalizando
atendimento a dois mil e oitocentos alunos.

Também visando à qualificação profissional de pessoas com baixos níveis de escolarização,


o Sistema Aberto de Educação a Distância - SAED, um programa educativo da Sociedade
Israelita Brasileira, atuou junto aos Ministérios da Educação e do Trabalho.

3.4 Universidade Aberta do Brasil – Novos Caminhos para a EaD

A proposta de Educação a Distância, da qual você, estudante, participa, estruturou-se com


base no Edital n° 01, de 16 de dezembro de 2005, da Secretaria de Educação a Distância
do Ministério da Educação, que representou uma chamada pública para seleção de polos
municipais de apoio presencial e de cursos superiores de instituições federais de educação

33
superior, na modalidade de Educação a Distância, para o Sistema Universidade Aberta
do Brasil —UAB.

Esse sistema permite que os municípios, os estados e o Distrito Federal apresentem


propostas de polos municipais de apoio presencial para a educação superior a distância
e que as instituições federais de educação superior proponham cursos superiores na
mesma modalidade, a serem ofertados nesses polos de apoio.

O Sistema UAB foi criado pelo Ministério da Educação no ano de 2005, por meio do decreto
5.800/2006 em parceria com a ANDIFES e Empresas Estatais, no âmbito do Fórum das
Estatais pela Educação com foco nas Políticas e a Gestão da Educação Superior. Trata-
se de uma política pública de articulação entre a Secretaria de Educação a Distância -
SEED/MEC e a Diretoria de Educação a Distância - DED/CAPES com vistas à expansão da
educação superior, no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE.

A Universidade Aberta do Brasil - UAB articula instituições de educação superior,


municípios e estados, nos termos do artigo 81 da atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, visando à democratização, expansão e interiorização da oferta da
educação superior pública e gratuita no País, bem como ao desenvolvimento de projetos
de pesquisa e de metodologias inovadoras de educação, preferencialmente para a área de
formação inicial e continuada de professores da educação básica.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil, de acordo sua página oficial com trabalha com 5
eixos fundamentais:

• Expansão pública da educação superior, considerando os processos de democratização


e acesso,
• Aperfeiçoamento dos processos de gestão das instituições de ensino superior,
possibilitando sua expansão em consonância com as propostas educacionais dos
estados e municípios;
• A avaliação da educação superior a distância, tendo por base os processos de
flexibilização e regulação em implementação pelo MEC;
• As contribuições para a investigação em educação superior a distância no País.
• O financiamento dos processos de implantação, execução e formação de recursos
humanos em educação superior a distância.

34
unidade 3
Tendo como base o aprimoramento da Educação a Distância, o Sistema UAB visa, assim, a
expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Para isso, o
sistema busca fortes parcerias entre as esferas federal, estaduais e municipais do governo.

Atualmente, 88 instituições integram o Sistema UAB, entre universidades federais,


universidades estaduais e Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs).
De 2007 a julho de 2009, foram aprovados e instalados 557 polos de apoio presencial, com
187.154 vagas criadas. A UAB, ademais, em agosto de 2009, selecionou mais 163 novos
polos, no âmbito do Plano de Ações Articuladas, para equacionar à demanda e a oferta de
formação de professores na rede pública da educação básica, ampliando a rede para um
total de 720 polos. Para 2010, espera-se a criação de cerca de 200 polos.

A UAB continuará a apoiar a formação de professores com a oferta de vagas não-presenciais


para o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação. Essas vagas atenderão à
demanda levantada pela análise das pré-inscrições realizadas na Plataforma Freire pelos
professores brasileiros. Além desse apoio, a UAB atenderá à chamada demanda social por
vagas de nível superior. No total, aguarda-se a criação de 127.633 vagas para 2010.
Fonte: <http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9&Itemid=21> Acesso:
12 Junho 2010

3.5 UFSJ: A nossa proposta de Educação a Distância

O envolvimento da UFSJ com EaD deu-se, em caráter institucional, com sua participação
no Consórcio Pró-Formar, que expressa a culminância de parcerias institucionais entre a
Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade
Estadual de Mato Grosso, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Universidade
Federal de São João del-Rei, Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal do
Espírito Santo, no oferecimento de cursos a distância, de formação de professores.

Essa parceria tem demonstrado que o trabalho cooperativo possibilita novas incursões
e fortalece vínculos interinstitucionais, viabilizando experiências significativas e o
desenvolvimento de competências relacionadas às novas tecnologias da informação e
comunicação.

35
A UFSJ estruturou o seu Núcleo de Educação a Distância - NEAD – UFSJ a partir da sua
inserção no sistema UAB, e conta hoje com a seguinte estrutura:

Estrutura Organizacional - NEAD/UFSJ


COORDENAÇÃO GERAL

Financeiro Secretaria Geral

Coordenação Coordenação
Pedagógica Tecnológica

Técnico em Conselho
Assuntos Educacionais Editorial

Coordenações Setor de Tecnologia


dos Cursos Educacional

Design Web Análise de Suporte


Secretaria Diagramação
Instrucional Design Sistemas de Rede

Professor Tutor

Figura 1: Estrutura organizacional

Neste contexto, professores, tutores, e técnicos atuam em conjunto para a organização e


funcionamento do NEAD – UFSJ.

Veja a seguir os cursos oferecidos pela UFSJ/NEA D no âmbito UAB


• Curso de Aperfeiçoamento (UAB/SECAD) em Relações Étnico-Raciais
• Curso de Aperfeiçoamento (UAB/SECAD) em Educação Ambiental
• Curso de Especialização em Educação Empreendedora - EE
• Curso de Especialização em Práticas de Letramento e Alfabetização - PLA
• Curso de Especialização em Matemática - PGMAT
• Curso de Especialização em Mídias na Educação (AGO/2010)
• Curso de Graduação/Bacharelado em Administração pública
• Curso de Graduação/Licenciatura em Matemática (AGO/2010)
• Curso de Graduação/Licenciatura em Pedagogia (AGO/2010)

36
unidade 3
Em 2009 o Núcleo de Educação a Distância da Universidade Federal de São João del–Rei –
NEAD/UFSJ esteve presente em 22 cidades-polo, e em 2010 são esperados cerca de 4.000
alunos inscritos na modalidade a distância.

Veja a seguir o Mapa das Cidades–Polo em que o NEAD-UFSJ esteve presente em 2009.

Figura 2: Endereço dos Polos


Fonte: nead/ufsj, 2010.

ATIVIDADE
Tendo como referência o texto-base, determine
1. Princípios que embasaram a Educação a Distância no Brasil.
2. Objetivos que orientaram os programas de Educação a Distância.
3. Perspectivas que se apresentam para a educação brasileira no contexto
nacional.

37
Pra final de conversa...

Podemos constatar que cada vez mais, em toda parte do mundo, a Educação a Distância
vem-se desenvolvendo como uma forma eficaz de educação continuada e permanente.

Nota-se que as Instituições Públicas de Educação Superior, ao se empenharem na


oferta de cursos na modalidade a distância, direcionados e acessíveis a um público-alvo
determinado, tentam cumprir o seu compromisso com uma parcela da população que
dificilmente teria acesso a educação presencial, proporcionando assim oportunidade de
inclusão social através da educação.

Nesse sentido, o Brasil precisa avançar mais, buscando utilizar-se das modernas tecnologias
educacionais e informacionais, que levarão a educação, de todos os níveis e modalidades,
aos mais diversos pontos do território e para qualquer tipo de população.

Para que isso aconteça, precisamos ainda aumentar os estímulos governamentais aos
programas de Educação a Distância e minimizar o problema da falta de recursos humanos
habilitados para o uso das novas tecnologias.

Torna-se, então, necessário o estabelecimento de parcerias entre instituições diversas


para a superação dos problemas que ainda se apresentam, buscando a articulação entre
Pedagogia e Tecnologia enquanto processos sociais.

Sendo assim, a “revolução tecnológica” nos coloca um desafio fundamental, ou seja, o de


compreendermos que estamos diante do surgimento de uma nova cultura, que exigirá de
cada um de nós uma re-significação no nosso modo de ver, de ler, de pensar e de aprender.

Na reta final deste nosso contato, estamos propondo a você um momento de reflexão
sobre a leitura que acabou de realizar.

Leia, cante e reflita sobre a letra da música de Lenine, que oferecemos a seguir.

38
SOB O MESMO CÉU

Sob o mesmo céu


Cada cidade é uma aldeia, uma pessoa,
Um sonho, uma nação.
Sob o mesmo céu,
Meu coração não tem fronteiras,
Nem relógio, nem bandeira,
Só o ritmo de uma canção maior.
A gente vem do tambor do índio,
A gente vem de Portugal,
Vem do batuque negro
A gente vem do interior e da capital,
A gente vem do fundo da floresta,
Da selva urbana dos arranha-céus,
A gente vem do pampa, do cerrado,
Vem da megalópole, vem do Pantanal,
A gente vem de trem, vem de galope,
De navio, de avião, motocicleta.
A gente vem a nado
A gente vem do samba, do forró,
A gente vem do futuro conhecer nosso
Passado.
Brasil,
Com quantos Brasis se faz um Brasil?
Com quantos Brasis se faz um País chamado
Brasil?
A gente vem do rap e da favela,
A gente vem do centro e da periferia,
A gente vem da maré, da palafita,
Vem dos Orixás da Bahia,
A gente traz um desejo de alegria e de paz,
E digo mais:
A gente tem a honra de estar ao seu lado
A gente vem do futuro conhecer nosso
Passado.
Brasil,
Com quantos Brasis se faz um Brasil?
Com quantos Brasis se faz um país chamado
Brasil.
(bis)
A gente vem do futuro conhecer nosso
Passado
(Lenine)

39
Prezado(a) Estudante:

Chegamos ao final da nossa conversa nesta primeira disciplina do curso. Daqui pra frente
lhe serão oferecidas oportunidades de estudo de conteúdos relevantes para esta sua nova
formação.

Esperamos poder contribuir para o seu aprimoramento em mais uma área do conhecimento
pela qual você optou.

Felicidades!

Marise, Rosângela e Aline

40
REFERÊNCIAS

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Você também pode gostar