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“Um ator é como um piano. Ele precisa estar bem afinado, mas
não o pressione demais”, Monica Bellucci.
Precisa de um professor de
piano?
É necessário recorrer a um afinador de
piano?
Na era da Web 2.0, a necessidade de contratar um profissional
especialista, em qualquer área, torna-se cada vez menos obrigatória.
Porque você pode estudar (e tentar fazer) tudo graças aos tutoriais,
vídeos e sites especializados disponíveis na internet. Você pode
aprender tudo online e de graça: inglês, chinês, árabe, gastronomia,
tricô, yoga, encanamento, mecânica, etc.…
Antes de esticar uma corda para modificar o tom de uma nota, relaxe
a corda um pouco: se por acaso você errar de corda, não corre o risco
de romper pela tensão excessiva!
Alguns especialistas dizem que você deve afinar o seu piano uma vez
por trimestre, cerca de quatro vezes por ano.
Muito cuidado!
E do mesmo jeito que com um violão, você vai ter um instrumento que
desafina completamente em poucos segundos depois de trocar as
cordas. Para manter o acorde, a melhor solução é tocar, tocar e tocar.
Como afinar um Piano
Introdução
Neste manual resumido, gostaríamos de ajudar pessoas, que têm pouco ou nenhuma
experiencia a iniciarem-se na afinação de pianos. Antes de iniciar a afinar o seu precioso
instrumento, recomendamos a vivamente que leia o manual completo, de forma a saber todas
as envolventes da tarefa.
Terá de entender que afinação de pianos, não é algo que consiga aprender num estalar de
dedos. É necessária perseverança e autocritica para aprender a afinar um piano a um nível
razoável.
Muitos afinadores que usam o Dirk’s Piano Tuner estão a alcançar níveis que nunca pensaram
atingir.
Algum conhecimento prévio sobre a enorme variedade de pianos verticais e de cauda e as suas
variantes tecnológicas também será útil. Deverá ser capaz de reconhecer alguns desvios e
efeitos colaterais das retificações efetuadas e ser capaz de os resolver.
A chave de afinação
Passemos então à prática. Em primeiro lugar ferramentas necessárias à afinação:
Para rodar as cravelhas será necessária esta ferramenta. Mais adiante falaremos em como
rodar as cravelhas. Compre uma boa chave de afinação. Uma boa chave de afinação transmite-
lhe melhor a sensação da força a aplicar e melhor controlo sobre a afinação. Esta não deve ser
muito leve, nem muito longa. Quanto mais rígida for a chave, melhor “sentirá” a cravelha. A
cabeça da chave deve ser em forma de estrela, de forma a encaixar nas cravelhas quadradas.
Existem também diferentes medidas de cravelhas, certifique-se que adquire a medida correta
de cabeça da chave de afinação.
A forma de estrela oferece a possibilidade de colocar a chave no angulo mais conveniente para
rodar as cravelhas.
Se estiver a planear afinar mais do que um piano, é recomendável uma chave com cabeça
permutável. Assim poderá trocar somente a cabeça da chave pela mais conveniente para as
cravelhas onde necessitar de trabalhar. Um técnico pode dar-lhe bons conselhos sobre isso.
As surdinas de plástico, em forma de pinça de operação reversa (conhecida por Papp's Treble
Mute) são recomendáveis para pianos verticais. Essas pinças devem ser (gentilmente!)
colocadas entre os eixos do martelo. Estas são utilizadas para silenciar duas cordas adjacentes
ou as duas cordas exteriores de um tricorde. Um uníssono é um conjunto de três (seção do
meio e do lado agudo) ou duas cordas de graves que estão igualmente sintonizadas e que
pertencem a um tom.
As “pinças” são especialmente utilizadas nas cordas de notas agudas (notas mais agudas,
cordas mais curtas), nessa zona normalmente não conseguirá utilizar surdinas de cunha, pois
impediriam a deslocação do martelo.
Existem também tiras de feltro de diferentes espessuras. Estas tiras são mais utilizadas em
pianos de cauda. Pode colocar estas tiras de forma a silenciar as cordas exteriores de cada
uníssono tricorde, deixando soar só a corda do meio. Existe que prefira estas tiras a cunhas,
afirmando que conseguem acelerar o processo.
Nos uníssonos bicordes, deve inserir a fita alternadamente, de forma a poder afinar todas as
cordas esquerdas ou direitas de notas sucessivas.
Comece por silenciar algumas cordas exteriores em alguns uníssonos usando cunhas.
Certifique-se que colocou a chave de afinação numa cravelha correspondente a uma corda não
silenciada.
Tente aplicar alguma pressão na chave de afinação, tendo o cuidado de a pressão não ser
suficiente para rodar a cravelha, esta pressão deve ser exercida para a esquerda pois
pretende-se baixar o tom. Escute com atenção. Se não notar nenhuma diferença no tom,
aumente ligeiramente a pressão exercida na chave. Aumente a pressão até começar a escutar
batimentos. Quando escutar batimentos significa que existe uma diferença de afinação entre a
corda exterior e a central. Quanto maior a diferença mais rápida se tornará os batimentos. Ao
deixar de aplicar pressão na chave (sem ter girado a cravelha), a cravelha voltará à sua posição
inicial e desaparecerão os batimentos. Esta situação será de grande importância quando, mais
tarde, for proceder à afinação. O que aconteceu aqui? A parte visível da cravelha, corresponde
à metade do seu comprimento total. A parte não visível está enroscada no cepo (madeira com
a perfuração das cravelhas). No entanto esta rosca devido à elasticidade da madeira fica muito
apertada.
Aplicar somente uma pequena pressão na chave, faz com que cravelha vergue um pouco. Esta
flexibilidade é uma característica do material de que é composta, que até certo ponto
apresenta alguma elasticidade, apesar de serem feitas de aço de boa qualidade. NO local onde
a cravelha está enroscada, existe tanta resistência, que as cravelhas nem sempre ficam na
posição natural de descanso, após serem giradas. No entanto ao piano ser tocado, as cravelhas
acabam por assentar (ficar na posição natural de descanso) fazendo com que o piano se
desafine. Portanto cabe a si a tarefa de ajudar as cravelhas a assentar, sendo esta tarefa vital
para a estabilidade da afinação. Este processo de assentar as cravelhas é uma das tarefas mais
complicadas de realizar numa afinação. Para verificar se as cravelhas estão na posição natural
de descanso, é suficiente tocar aquela tecla com um pouco de mais força, e verificar se não
acontecem alterações. Esta é uma das partes mais difíceis do ajuste!
Estabilidade de ajuste
Este tópico leva-nos à estabilidade da afinação: Quando vir toda a extensão da corda do piano
irá verificar que esta se divide em três partes. A primeira parte da corda inicia-se na cravelha e
termina nos agrafe (ponto fixo que pode apresentar-se de variadíssimas maneiras). Esta secção
da corda não vibra. A segunda parte da corda inicia-se no agrafe e termina no cavalete. Esta é
a secção da corda que ao ser percutida pelo martelo, vibra sendo esta vibração transmitida
pelo cavalete ao tampo harmónico, sendo emitido o que conhecemos pelo som do piano. O
primeiro ponto fixo (visto a partir do pino de sintonia) até a ponte determina a seção de som
da corda. A ponte é o segundo ponto fixo que a corda corre sobre. A terceira secção da corda
inicia-se no cavalete e termina no nas cavilhas. Esta terceira secção também é uma parte não
vibrante da corda.
Continuando a falar de Estabilidade de Afinação. Como deve imaginar existe uma forte
resistência nos dois pontos fixos, por onde “deslizam” as cordas ao serem afinadas. Essa
resistência pode gerar diferenças de tensão entre as 3 secções da corda. Se deixar com que
isto aconteça, o piano ao ser tocado essa tensão rapidamente irá uniformizar-se, fazendo com
que o piano se desafine. Bater a tecla várias vezes com dificuldade assegurará que as tensões
nas três seções da corda se tornem iguais.
É recomendável inicialmente, afinar a corda um pouco alta e ao mesmo tempo que “bate” na
tecla repetidamente ir baixando a afinação para o ponto desejado.
Falemos em primeiro lugar do piano vertical. Observe bem a cravelha e à forma em como a
corda está enrolada nela. A corda deixa a cravelha e vai até à cavilha, pelo lado esquerdo da
cravelha. Depreendemos daí que se rodarmos a cravelha para a esquerda iremos baixar a
tensão da corda e também baixaremos o seu tom. Se a giramos para a direito, o contrário
acontecerá e levantaremos o tom da corda.
Os pianos de cauda não são assim tão diferentes, mas, terá de reparar nas diferenças para não
cometer erros ao afinar?
As cordas deixam as cravelhas, pelo lado direito em direção à cauda (quando observado do
teclado para a cauda).
Terá de perceber que apesar do lado do qual a corda deixa a cravelha ser o oposto, a afinação
funcionará de forma igual ao vertical, ou seja, rodando para a direita sobe o tom e a tensão,
para a esquerda baixa. Quer isto dizer que a forma de colocar e mover a Chave de Afinação é
muito diferente entre o piano vertical e piano de cauda.
No entanto, as diferenças estruturais destes dois tipos de piano terão de ser respeitadas
quando os estiver a afinar. Num piano vertical é preferível colocar o cabo da chave de
afinação, na vertical ligeiramente inclinada para a direita.
Se pensarmos no cabo da chave como um ponteiro de horas, este indicaria uma hora. Daí
deverá girar a chave para a direita para subir o tom.
Num piano de cauda, coloque o cabo da chave deverá ser colocado para o lado direito da
cravelha, ligeiramente afastado de si. Visto de cima como um ponteiro de relógio, este
indicaria duas horas.
O movimento do pino
Apesar de já termos falado de vários pontos sendo todos muito importantes, ainda teremos de
acrescentar mais uma parte a esta lista: O movimento da cravelha e qual a cravelha que
devemos rodar.
Irá notar que existem grandes diferenças de sensação de movimento entre cada cravelha que
rodar. E estas diferenças ocorrerão no mesmo piano. Por vezes esta sensação será suave e
precisa, mas outras vezes será brusco “saltitante”. Essas cravelhas são conhecidas por
“saltarem longe demais”, quando aplica um pouco mais de pressão na chave de afinação. Não
se assuste com os guinchos que soarão ao rodar as cravelhas. Esse barulho (guincho) é
originado pela torção da cavilha dentro do cepo, mas não causam nenhum dano. Uma vez mais
terá de se disciplinar e rodar as cravelhas com movimentos muito curtos, sejam quais forem as
circunstâncias, sendo isto de máxima importância. Se dominar isto, não só impedirá uma
distensão excessiva da corda, como será capaz de afinar uma corda com grande precisão. As
diferenças de tom que terá de ajustar, na maioria das vezes serão muito pequenas.
Antes de afinar, lembre-se de verificar se está a trabalhar na cravelha da corda que quer afinar.
Siga a corda até à cravelha até ter a certeza que está mesmo a trabalhar na cravelha correta.
Pela mesma razão (segurança) é sempre preferível começar por baixar o tom, e quando estiver
certo que está na cravelha correta então subir. Relembramos que quando afinar, para atingir
maior estabilidade de afinação, é preferível afinar num tom um pouco acima do desejado e
posteriormente baixar para o tom desejado. Só desta forma terá a garantia de que a cravelha
fique na sua posição natural de descanso e que conseguirá, mais facilmente, homogeneizar a
tensão entre as diferentes partes da corda. No início quando olhar para o piano parecerá um
caos, aquela quantidade de cravelhas. Com estudo, perceberá o padrão logico das cravelhas,
com a prática tudo se tornará mais fácil.
Aumentando o tom
Anteriormente mencionamos a elevadíssima tensão das cordas, o peso dessa tensão tem uma
média de 80Kg por corda, o que resulta num total de 18 toneladas de força exercida na
armação do piano:
Imagine que começa a afinar um piano em que todas as cordas estão afinadas abaixo do
recomendável. Pode imaginar que em termos proporcionais de forças de tensão, será
recomendável que a força de levantar a afinação seja feita de uma forma distribuída sobre
todo o piano.
Por esta razão, é importante que saiba que, se vai ajustar afinações com valores superiores a
30 Cent., o deve fazer distribuído por várias vezes, ou seja gradualmente (ver mais
informações obre desvios em Cent no parágrafo onde é explicado). Caso a afinação que vai
fazer corresponda ao mencionado agora, primeiro efetue uma afinação por grosso, só com o
objetivo de trazer a afinação para valores mais próximos dos desejados, tentando sempre ter a
tensão a mais distribuída possível sobre todo o piano. Com alguma experiência, essa afinação
por grosso demora entre 15 a 20 minutos. Neste ponto, não é importante que sejam
perceptíveis batimentos nos uníssonos.
NOTA. a transição entre bicordes e tricordes não ocorre no Dó3 em todos os instrumentos.
Terá de verificar esta situação e adaptar caso a caso.
Aviso Legal
Apesar de termos tentado explicar cuidadosamente os procedimentos da afinação,
qualquer dano provocado no seu piano seja qual for a causa, não será da nossa
responsabilidade porque é impossível transmitir-lhe todos os conhecimentos desta
maravilhosa profissão, num simples manual sem qualquer experiencia ou
demonstração prática.
Tudo o que podemos recomendar será: pratique muito, escute e verifique tudo o que
faz. Também sem o “Dirk’s Piano Tuner”. Não se trata só da afinação, mas de também
compreender o funcionamento do piano e desenvolver habilidade no manuseamento
da Chave de Afinação.