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Objetivos Específicos
• Identificar a abordagem principal da gestão da qualidade e compreender a
visão macro da cadeia de valor.
Temas
Introdução
1 Afinal, o que é qualidade?
2 Cadeia de valor e a visão macro da empresa
Considerações finais
Referências
Professor
Marvin Oliver Schneider
Gestão da Tecnologia: Gestão da Qualidade Total e Melhoria Contínua de Processo
Introdução
Nesta aula falaremos sobre o conceito da qualidade, que talvez não esteja claro em
sua mente. Vamos começar com um pequeno exercício. Responda: o que você entende por
qualidade? Pensou? Anote alguns pontos no papel. Certamente você encontrará algumas
dificuldades para chegar a uma definição. Ao longo do texto explicaremos o conceito conforme
o paradigma atual. E aí você poderá checar se sua definição anotada foi parecida.
comum que costumam tipicamente levar a diferentes decisões de consumo e, dentro das
empresas, a diferentes decisões estratégicas e organizações de processo.
Vamos pensar em mais alguns exemplos. Qual seria o sinal de qualidade no caso de:
• Uma música: ritmo rápido ou lento? Rock? Pop? Samba? Ou qual estilo? Letra simples
ou elaborada? Volume alto ou baixo?
• Uma viagem pelo mundo: rápida e apenas vendo o mais importante ou pausada e
conhecendo bem o ambiente de cada lugar? Com baixo custo ou em grande estilo?
Em família e flexível ou em grupo e planejada?
Certamente, para todos os pontos acima e muitos outros não existe uma única resposta.
A maior orientação será sempre a percepção do cliente.
1.2 “A falha”
Analisando a política de qualidade de nossa empresa, provavelmente encontraremos
uma frase como essa: “Faremos certo na primeira vez.” Quem procura por essa frase na
internet acha os mais diversos comentários e até opiniões referentes ao assunto dizendo: “Eu
não acredito nessa questão de fazer certo na primeira vez.” Mas será que todos entenderam
do que se trata? Afinal, o que significa “fazer certo” num contexto que parece subjetivo? E
quando seria a primeira vez?
Veja o exemplo:
Oakland (1994) chama eventos como o ocorrido de uma falha na cadeia de cliente e
fornecedor, que não possui apenas interação externa, mas se estende por toda empresa.
No nosso exemplo, o professor é o cliente do atendimento da instituição, na qual as falhas
aconteceram e as leva ao seu cliente externo: o aluno. O atendimento da instituição, por
sua vez, é cliente da gestão de TI referente a metas e diretrizes ou eventualmente de uma
consultoria referente a aspectos comportamentais. A gestão de TI pode ser cliente da alta
administração no quesito de metas financeiras e assim por diante (vide gráfico 1).
Mas, enfim, o que houve? Os serviços de apoio não foram prestados com qualidade, por que:
• Não houve atendimento ágil com relação ao problema técnico. O serviço da aula não
pôde ser prestado facilmente em outro horário, pois as agendas de muitos precisam
combinar. Assim, o atendimento precisa ser ágil para minimizar os efeitos negativos.
De qualquer forma, como pudemos observar, as falhas se propagam. Muitas vezes, até
uma única falha em todo processo de produção, do serviço ou do projeto podem criar uma
avalanche até chegar no ambiente externo:
Mas, afinal, o que então significa “fazer certo na primeira vez”? Significa um trabalho
forte na prevenção das falhas em toda cadeia. Isso pressupõe um conhecimento profundo das
relações de fornecedores e clientes ao longo de todos os processos dentro da organização.
Para cada uma das interfaces devemos definir, seguindo a abordagem de Oakland (1994):
• Lado cliente
• Lado fornecedor
Apenas com estes aspectos definidos podemos chegar a uma avaliação para a resposta,
mas, então, somos capazes de atender? Se a resposta for “não”, identificamos uma situação
não sustentável e devemos tomar ações. Em plena capacidade de atender, porém, a busca
pela qualidade final se torna fácil, precisando de poucas ações corretivas ou inspeções no
final da cadeia. E eis “fazer certo a primeira vez”: criar condições favoráveis à qualidade em
todas as interfaces fornecedor-cliente da empresa.
Se, contrário a este princípio, uma organização for direcionada a “apagar incêndios”
em todos os seus níveis (como é o caso em muitas empresas do mercado), provavelmente
gerará uma cadeia de retrabalhos, tarefas fúteis e, pior, completamente evitáveis se as reais
condições dos processos fossem conhecidas.
De acordo com Porter (1998), toda organização é uma coleção de atividades executadas
para desenhar, produzir, propagar, entregar e suportar o produto.
Na área da gestão da qualidade, a cadeia de valor pode ser adotada como o nível mais
abstrato no mapeamento dos processos e divide as atividades de uma empresa em:
A seguir, temos o gráfico de uma cadeia de valor, conforme publicada em Porter (1998). O
diagrama demonstra a criação de valor a partir das atividades, sendo que, ao final da cadeia,
se obtém a respectiva margem de lucro.
• Logística externa (ou de saída): distribuição dos produtos aos seus compradores,
armazenamento do produto final, entregas.
Atividades
Restaurante Consultoria Indústria automobilística
primárias
Recepção de
Recepção de Recepção e estocagem
alimentos crus,
mídias, pacotes de de chapa, tintas e outros
Logística estocagem,
desenvolvimento materiais, administração
interna administração
ou sistemas a serem de fornecedores e
de fornecedores
alterados. distribuição interna.
confiáveis.
Montagem de automóvel
Preparação de Desenvolvimento de em todas as suas
Operações
refeições. soluções. etapas (chapa, pintura,
montagem final etc.).
Armazenamento de Estocagem do carro
Logística refeições antes da Entrega da solução pronto, entrega à
externa entrega, entrega ao pronta ao cliente. concessionária conforme
cliente. pedido.
Possibilidade de
Estabelecimento Vendas dos carros
compra on-line
do processo de em parceria com
Marketing e ou presencial,
pagamento no concessionárias,
vendas propaganda na
restaurante e propaganda em outdoors
internet por outros
propaganda na mídia. e na mídia em geral.
canais.
Troca de prato em Suporte ao
caso de reclamação, sistema hotlines, Manutenção preventiva e
Serviços
levantamento de treinamento de emergencial nos veículos
opiniões dos clientes. usuários.
Porter (1998) entende que a análise de várias empresas, por exemplo, do mesmo ramo
pela cadeia de valor pode não apenas determinar o jeito delas se organizarem e produziriem
seus produtos finais, mas também seu posicionamento estratégico. Pense um momento
sobre isso. Como Michael E. Porter chegou a essa afirmação?
Atividades de Indústria
Restaurante Consultoria
suporte automobilística
Alta administração,
áreas de
Chefe de cozinha, Dono da empresa, planejamento,
Infraestrutura da
dono do restaurante, área de finanças, finanças,
empresa
contador. contador, advocacia. contabilidade,
jurídica, gestão de
qualidade.
Administração de
Administração
Administração todas as áreas de
de consultores,
Gerenciamento de de cozinheiros, empresa, incluindo
desenvolvedores
recursos humanos garçons e pessoal mão de obra
e pessoal
administrativo. para montagem e
administrativo.
administração.
Boas práticas, Máquinas de
soluções, montagem,
Desenvolvimento de Receitas de casa,
computadores, rede, infraestrutura de TI,
tecnologia caixa, computadores.
servidores, uso de conhecimento de
internet. engenharia.
Compra de
Compra de
Compra de canetas, chapas, pinturas,
guardanapos,
Aquisições café, computadores, mesas, cadeiras,
cadeiras, aventais,
pastas. impressoras, material
alimentos crus.
de escritório.
Considerações finais
Nesta aula, discutimos o conceito da qualidade e sua aplicação na cadeia de valor,
desenvolvido por Michael E. Porter. A partir dele, observamos os níveis de mapeamento dos
processos e atividades (primárias e de apoio) em uma empresa.
Finalizo com a frase creditada a Henry Ford: “Qualidade é fazer certo quando ninguém
está olhando.” Será que isso é qualidade? Reflita sobre este conceito Até a próxima aula!
Referências
ANTMAN, P. From Aristotle to Descartes – Brief History of Quality. Disponível em: <http://
blog.smartbear.com/what-is-quality/from-aristotle-to-descartes-a-brief-history-of-quality/>.
Acesso em: set./2013.
CLUBE DO PETRÓLEO. Aula: PDCA para melhoria contínua. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=7428yUA6D9o>. Acesso em: set./2013.
SCHAWBEL, D. Michael E. Porter on Why Companies Must Address Social Issues. Disponível em:
<http://www.forbes.com/sites/danschawbel/2012/10/09/michael-e-porter-on-why-companies-
must-address-social-issues/>. Acesso em: set./2013.