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lINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

Av. Prefeito Raimundo José Rabelo, 2717 - Julia Santiago CEP: 62940-000 - Morada Nova - CE

Disciplina: Hidrologia Curso: Engenharia Civil

1ª Lista de Exercícios Semestre: 7 Data: 17/02/2020

Professor.: Udinart Prata Rabelo e-mail: udinart.rabelo@ifce.edu.br Nota:

Aluno(a): RAIMUNDO RENATO SOBRINHO – Matrícula n°: 20171185000317

RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO
Bacias Hidrográficas

1. Definir bacia Hidrográfica.


É uma área definida topograficamente, drenada por um curso d´água, ou sistema conectado de cursos d´água,
tal que toda vazão efluente seja descarregada através de uma simples saída, também chamada de exutório ou
foz.

2. Qual a diferença entre Bacia Hidrográfica e Região Hidrográfica?


Região hidrográfica é o conjunto de todos os rios que drenam pra um rio principal, enquanto Bacia Hidrográfica é
toda área banhada pela rede hidrográfica.

3. Qual a importância de se estudar a Bacia Hidrográfica?


- Comparar bacias hidrográficas;
- Interpretar fenômenos passados;
- Efetuar previsões de descargas de um rio.

4. Defina:
a) Região de Montante;
Região onde a corrente fluvial corre em direção à nascente. Área de drenagem onde grande parte do sedimento
e da água é originária.
b) Região de Jusante;
Região onde a corrente fluvial segue em direção á foz; ou seja, é o fluxo normal (do ponto mais alto para o ponto
mais baixo).
c) Alta, Baixa e Média Bacia Hidrográfica.
Alta bacia é a zona de montante ou zona 1, é a área de drenagem onde grande parte do sedimento e da água é
originada. Baixa bacia é a região mais baixa, caracterizada pela deposição de sedimentos originados por erosão
e transferida para zonas mais planas, de maior estabilidade.

5. Qual a diferença entre um rio de águas torrenciais e um rio de águas fluviais?


Rios de águas fluviais são rios sazonais (temporários) que se formam a partir das águas das chuvas. Quando
ocorrem chuvas extremamente fortes e concentradas em um determinado local, em curto espaço de tempo,
temos, então, a formação de Rios de águas torrenciais, que costumam causar problemas sociais, como
alagamentos, desabamento de encostas, etc.

6. Descreva o perfil longitudinal de um vale fluvial.


O perfil longitudinal ao longo de um vale fluvial tem origem nas nascentes das regiões montanhosas até seu
deságue em lago ou oceano. Em cada trecho o rio exibe estágios diferentes de maturidade, originando depósitos
sedimentares com propriedades peculiares. Esses são os elementos de um perfil longitudinal de um vale fluvial:
a) Rio - curso d´água que flui por gravidade em direção a um oceano ou lago;
b) Margem – local onde a água se encontra com o solo;
c) Leito – Espaço ocupado pelas águas de um rio;
d) Vertente – é o declive de um dos lados de uma montanha por onde escorre a água da chuva.
e) Crista ou interflúvio – linha divisória das águas que separam duas bacias hidrográficas uma da outra. São
linhas situadas a altitudes elevadas entre dois cursos d´água ou dois vales.
f) Talvegue – linha que une todos os pontos do fundo do leito do rio, da nascente até a foz.

7. Descreva os processos geológicos intervenientes na dinâmica de uma Bacia Hidrográfica.


Têm relação direta com a infiltração, armazenamento da água no solo e com suscetibilidades de erosão dos
solos:
- Tectonismo (agentes internos); elevação do relevo; intemperismo; erosão hídrica / fluvial (agentes externos);
rebaixamento do relevo.

8. Descreva a evolução de um curso d’água?


a) Formação – fase inicial do curso e formação de sua bacia hidrográfica; Os talvegues são formados com as
águas pluviais que escoam para as linhas de maior declive. Nessa fase, predomina a erosão e abrasão com
vistas ao aprofundamento do leito fluvial e assoreamento em alguns trechos.
b) Modelação – é a fase de formação do curso d´água, com vistas ao equilíbrio dinâmico do curso d´água. A
modelação fluvial é a combinação do escoamento e da reação do material do leito de água, surgem os níveis
de base (afloramento de rochas de maior resistência à abrasão).
c) Estabilidade – fase do desequilíbrio dinâmico entre os processos de erosão e assoreamento.

9. Descreva como se dão os divisores de água em uma Bacia Hidrográfica.


É a delimitação de contorno da bacia; linha que faz a separação, dividindo as precipitações em bacias vizinhas.
Podem ser divisores:
- Freáticos (ou subterrâneos), mais difíceis de serem localizados;
- Topográficos (ou superficiais);
Na prática, trata-se de delimitar a bacia a partir de curvas de nível.

10. Descreva o impacto do uso do solo no padrão de escoamento de um rio.


Se solo urbano, ou rural, influenciará diretamente no maior ou menor escoamento superficial, causado pelas
impermeabilizações que sobrecarregam o sistema de drenagem natural (riachos, córregos) ou artificiais (canais,
etc.), além do aumento do escoamento superficial. Outro fator de impacto do uso do solo é a diminuição ou
supressão de áreas verdes, que desempenham papel fundamental na infiltração de volumes de águas.
Temos, ainda, o desmatamento de matas ciliares dos rios, que provocam o assoreamento dos leitos, afetando a
vazão desses rios.

11. Qual a diferença entre uso do solo e tipo de solo?


O Uso do solo é a forma de utilização do solo; ou seja, como a terra está sendo aproveitada (área urbana –
loteamentos); pastagens, florestas, locais de mineração, etc.), enquanto o tipo de solo se refere à estruturação e
formação dos solos ao longo das eras, por meio de transformações químicas, físicas e biológicas, que
resultaram numa gama variável de solos.

12. Descreva o impacto do Fator de Forma na cheia de uma Bacia Hidrográfica.


Fator forma (Kf) – é a a relação entre a largura média da bacia e seu comprimento axial::
- entre 1,00 – 0,75 sujeito a enchentes;
- entre 0,75 – 0,50 tendência mediana a enchentes;
< 0,50 não sujeito a enchentes.
Bacia hidrográfica x círculo (kf)
Bacia hidrográfica x retângulo (kf)
• Um coeficiente igual a 1 corresponde à bacia circular (com maior Kc) possui menor propensão a cheias.
• Bacias com baixo Kf (<0,50) tem menor propensão a enchentes; caso ocorram chuvas intensas;
• Caso não existam outros fatores que interfiram, quanto mais próximo de 1 (um) o valor de Kf (ou seja, quanto
mais a forma da bacia se aproxima da forma de um quadrado do seu comprimento axial, maior a
potencialidade de picos de cheias.

13. No estudo das características fisiográficas de duas bacias, foram efetuados levantamentos topográficos que
produziram os resultados dados na tabela a seguir:
Parâmetro Bacia A Bacia B
Área de drenagem (km²) 320 450
Perímetro da bacia hidrográfica (km) 71 120
Comprimento do rio principal (km) 22 63
Comprimento total dos cursos d’água na bacia (km) 112 315

Com base nestes elementos, calcule o coeficiente de compacidade, o fator de forma e a densidade de drenagem de
cada bacia hidrográfica. Interprete os resultados.
Cálculos:

Kc = 0,28 x P / raiz (A) Kc = 0,28 x 71 /


Bacia A Raiz (320) Kc = 1,11 Kf = A / L² Kf = 320 / 22² Kf = 0,66
Kc = 0,28 x P / raiz (A) Kc = 0,28 x 120/
Bacia B Raiz (450) Kc = 1,58 Kf = A / L² Kf = 450 / 63² Kf = 0,11

Bacia A Dd = ∑l1 / A Dd = 112 / 320 Dd = 0,35

Bacia B
Dd = ∑l1 / A Dd = 315 / 450 Dd = 0,70

Comentários:
a) Bacia A Kc = 1,11 (entre 1,00 – 1,25) – Bacia com alta propensão a grandes enchentes;
Kf 0,66 (entre 0,75 – 0,50) – Bacia com tendência mediana a grandes enchentes;
Dd 0,35 (Dd > 0,5 km/km²) – Bacia com drenagem pobre.
Conclusão sobre a Bacia A: é uma bacia hidrográfica com drenagem pobre; cuja forma remete a uma tendência mediana
a grandes enchentes e cuja compacidade sugere alta propensão a grandes enchentes.
b) Bacia B Kc = 1,58 (> 1,50) – Bacia não sujeita a grandes enchentes;
Kf 0,11 (< 0,50) – Bacia não sujeita a grandes enchentes;
Dd 0,70 (entre 0,5 <= Dd < 1,5 km/km²) – Bacia com drenagem regular.
Conclusão sobre a Bacia B: é uma bacia hidrográfica com drenagem regular; não sujeita a grandes enchentes e cuja
compacidade indica não propensão a grandes enchentes.
14. Considerando as Bacias Hidrográficas mostradas abaixo, defina a ordem de cada rio pelo critério de Strahler.
a)
V b)

15. Delimite a bacia hidrográfica definida pelo ponto A na figura abaixo.


16. O desmatamento em uma bacia hidrográfica pode ser causa de assoreamento nos rios? Pode ser causa de
inundações? Justifique.
Sim. Quando uma bacia é parcialmente urbanizada ou sofre desmatamento, têm-se, por consequência, um aumento do
escoamento superficial, em decorrência das menores perdas por interceptação, transpiração e infiltração. Com o
desmatamento, o escoamento superficial se dará de forma mais rápida sobre um terreno menos permeável e menos
rugoso, o que intensifica o processo de erosão e de carreamento de sólidos às calhas fluviais, lagos e reservatórios,
acelerando o assoreamento. O maior volume do escoamento superficial e o menor tempo de resposta da bacia resultará
no aumento das vazões de pico, que juntamente com a redução da calha natural do reio, provocam frequentes
inundações.

17. Na tabela abaixo encontram-se representadas as áreas entre as curvas de nível consecutivas referidas a uma
determinada bacia hidrográfica. Estas áreas foram obtidas por “planimetria”, tomando-se um mapa topográfico em escala
1:50.000 (curvas de nível de 20 em 20 metros).
Cotas (m) Área (km²)
1000 3,0
980 – 960 3,5
960 – 940 4,2
940 – 920 5,0
920 – 900 10,0
900 – 880 58,8
880 – 860 53,5
860 – 840 30,0
840 – 820 20,0
820 – 800 12,0
Sabendo-se que a bacia tem 76 km de perímetro e que o curso d’água principal tem 25 km de extensão, pede-se:
a) calcular a altitude média da bacia hidrográfica;
b) fazer a representação gráfica do relevo médio da bacia hidrográfica (i.e., construir a curva hipsométrica) e
representar nesta as altitudes média e mediana;
c) calcular o coeficiente de compacidade e o fator de forma;
d) construir o retângulo equivalente desta bacia.

Dados: Perímetro da Bacia: 76 Km; Comp. Curso d´água principal: 25 Km ; Área da Bacia: 200 Km²

Cotas (m) Ponto médio Área (Km²) Área acumulada % acumulada Coluna 2 x % proporcional
(Km²) Coluna 3 da área entre
curvas
1000 - 980 990 3,0 3,0 1,5 2.970 1,5
980 - 960 970 3,5 6,5 3,25 3.395 1,75
960 - 940 950 4,2 10,7 5,35 3.990 2,1
940 - 920 930 5,0 15,7 7,85 4.650 2,5
920 - 900 910 10,0 25,7 12,85 9.100 5,0
900 - 880 890 58,8 84,5 42,25 52.332 29,4
880 - 860 870 53,5 138,0 69,0 46.545 26,75
860 - 840 850 30,0 168,0 84,0 25.500 15,0
840 - 820 830 20,0 188,0 94,0 16.600 10,0
820 - 800 810 12,0 200,0 100,0 9.720 6,0
Área total: 200,0 Km² ∑ = 174.802 ∑ = 100%
a) Altitude Média (Am):

Am = ∑ (e1*Ai) Am = 174.802 / 200 Am = 874,01 m (52% das curvas estão acima da altura média)

b) Representação gráfica do relevo médio (Curva hipsométrica); Altitude Média e Altitude Mediana.

Cotas (m) % acumulada


1000 - 980 1,5
980 - 960 3,25
960 - 940 5,35
940 - 920 7,85
920 - 900 12,85
900 - 880 42,25
880 - 860 69,0
860 - 840 84,0
840 - 820 94,0
820 - 800 100,0

874,01 m (Alt. Média)


872,00m
(Mediana)

52% > Alt. média

c) Coeficiente de compacidade (Kc) e Fator de forma (Kf)


Kc = 0,28 x P / raiz (Área) Kc = 0,28 x 76 / raiz (200) Kc = 1,50

Kf = A / L² Kf = 200 / (25)² Kf = 0,32

d) Construir o retângulo equivalente desta Bacia

L = 1,50 x raiz (200) / 1,12 [1+ raiz (1-(1,12/1,50)²]


L = 31,54 Km.

l = 1,50 x raiz (200) / 1,12 [1- raiz (1-(1,12/1,50)²]


l= 6,34 Km.
• De posse desses valores, podemos confirmar a área da Bacia:
ABH = 6,35 Km x 31,54 Km ABH = 200 Km²
Abaixo, segue o retângulo equivalente construído:

18. Para o cálculo da declividade de um curso d’água natural, é dado o seu perfil longitudinal, conforme tabela abaixo.

Distância da foz (km) 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00


Elevação em relação ao nível do mar (m) 900 910 930 960 1000

COTAS Distância Foz (Km)


900 0,00
910 5,00
930 10,00
960 15,00
1000 20,00
a) Calcular a “declividade entre extremos”, S1, e a declividade S10-85;

• S1 = Dh / D S1 = 1000 – 900 / 20 S1 = 5m / Km
• S10 – S85 = 976 - 904 / 15 S 10 – S85 = 4,8 m / Km
b) calcular a “declividade média”, S2, definida de modo que se tenha a mesma área abaixo da curva “cota do
leito versus distância”;
Cálculo AAC: A1 = 5 x 10 / 2 A1 = 25 m/Km
A2 = (100+30) x 5 / 2 A2 = 100 m/Km
A3 = (30+60) x 5 / 2 A3 = 225 m/Km
A4 = (60+100) x 5 / 2 A4 = 400 m/Km
AAC = 25 + 100 + 225 + 400 AAC = 750 m/Km
Declividade Média (S2) S2 = 2 x AAC / L² S2 = 2 x 750 / 20² S2 = 3,75 m/Km

c) calcular a “declividade equivalente constante”, S3, definida a partir da suposição de que o tempo de percurso
de uma partícula de água no canal natural é igual àquele no canal de declividade S3.

Dados: L = 20 Km L1=5 Km p/ i = 1, 2, 3, 4
ST1 = 2m/Km ST2 = 4m / Km ST3 = 6m / Km ST4 = 8m / Km

Si = 5 x [(1/raiz (2)) + (1/raiz (4) + (1/raiz (6) + (1/raiz (8)]


Si = 9,84

S3 = (L / x )² S3 = (20 / 9,84)² S3 = 4,13 m / Km

19. Calcular os fatores de forma (coeficiente de compacidade e fator de forma) para uma bacia cujo perímetro é 11,3
km, área de 800 ha e comprimento axial de 4,5 km. Foram determinados 7 valores de largura ao longo da bacia, iguais a
1,5 km, 2,6 km, 3,5 km, 4,5 km, 4,3 km, 2,8 km e 1,1 km.

a) Coeficiente de compacidade (Kc): Kc = 0,28 x P / raiz (A) Kc = 0,28 x 11,3 / Raiz (8) Kc = 1,12 (Bacia
com grande tendência a enchentes.
b) Fator de forma (Kf) e Índice de conformação (Ic):
L = (1,5 + 2,6 + 3,5 + 4,5 + 4,3 + 2,8 + 1,1) / 7 L = 2,9 Km (Largura média da bacia)
Kf = L / (L)² Kf = 2,9 (Km) / 4,5 (Km) Kf = 0,644 (Bacia com tendência mediana a enchentes)
c) Ic = A/(L)² Ic = 8 (Km²) / (4,5)² Ic = 8 / 20,25 Ic = 0,39
Conclusão: Observa—se, baseado no fator de forma, a bacia terá tendência mediana a enchentes. Com base no
coeficiente de compacidade, apresenta alta tendência a grandes enchentes.
Como o primeiro expressa uma tendência a enchentes (não diz respeito à grandeza destas enchentes) e o segundo
expressa a dimensão da cheia, os índices são complementares. Desse modo, a bacia apresentada apresentará
tendência mediana a enchentes e, se estas ocorrerem, poderão ser de grande vulto.
20. Qual seria a vazão de saída de uma bacia completamente impermeável, com área de 60 km², sob uma chuva
constante à taxa de 10 mm/hora?

Desconsiderando a evapotranspiração (< 5mm.hora), podemos calcular a vazão diretamente.


O volume de chuva que atinge a bacia em 1 hora é 10mm (altura) x 60 Km² (área), logo:
10mm = 10 x 10-3 m ; 60 Km² = 60 x 106 m²
Volume = 10 x 10-3 x 60 x 106 V = 600.000 m³
Este volume atinge a bacia ao longo de 1 hora (3600 segundos).
Logo, a vazão de saída da Bacia será de:
Q = V (m²) / t (s) Q = 600.000 / 3600 Q = 166,67 m³ / s

21. Uma bacia de 100 km² recebe 1300 mm de chuva anualmente. Qual é o volume de chuva (em m³) que atinge a
bacia por ano?
1 m = 1000 mm; 1m³ = (1000mm)³ = 1 x 10³ mm³
1 Km² = 1 x 106 m²
Choveu 1300mm ou 1,3 m, cobrindo os 100 Km², logo:
8
100 Km² = 100 x 106 m² 10² x 106 m² 10 m²
8 6
10 m² x 1,3 m volume = 130.000.000 m³ ou 130 x 10 m³ / ano

22. Uma bacia de 1100 km² recebe anualmente 1750 mm de chuva, e a vazão média corresponde a 18 m³/s. Calcule
a evapotranspiração total desta bacia (em mm/ano).

Dados: Abacia = 110 Km² ; Precipitação = 1750 mm/ano ; Qm = 18 m³ / s E =? mm/ano


• Vazão média anual:
Q (mm/ano) = q x (24 x 3,6 x 365) / A (Km²) Q = (18 x 24 x 3,6 x 365) / 1100(Km²) Q = 516,04 mm/ano
P=E+Q E=P–Q E = 1750 – 516 E = 1234 mm / ano

23. Considera-se para o dimensionamento de estruturas de abastecimento de água que um habitante de uma cidade
consome cerca de 200 litros de água por dia. Qual é a área de captação de água da chuva necessária para abastecer
uma casa de 4 pessoas em uma cidade com precipitações anuais de 1400 mm, como Porto Alegre? Considere que a
área de captação seja completamente impermeável. Pesquise a precipitação anual média do município de Morada Nova
e compare o resultado final com o valor inicialmente encontrado para a cidade de Porto Alegre.

Dados: 200 L/hab. / dia ; 04 habitantes ; P = 1400 mm/ano (14 dm / ano)


04 pessoas x 200 L/dia = 800 L / dia
04 pessoas p/ano = 800 x 365 L / ano = 292.000 dm³ / ano
Sabendo que:
a) Porto Alegre: Volume água captada = precipitação x área captação,
Logo: V = P x A A=V/P Acap. = 292.000 dm³.ano / 14 dm.ano Acap. = 20.857dm²
Acap. = 208,57 m²
b) Morada Nova: Volume água captada = precipitação (635,59 mm.ano) x área captação,
Logo: V = P x A A=V/P Acap. = 292.000 dm³.ano / 6,3559 dm.ano Acap. = 45.941,57dm²
Acap. = 459,41 m²
Ou seja, Morada Nova precisará de uma área de captação maior; pois chove menos.
24. No Quadro 1 apresentam-se os pontos utilizados na representação do perfil longitudinal do curso de água da
figura. Estime o seu declive médio (a) considerando apenas os pontos da nascente e da foz e (b) considerando o
segmento de reta cuja área abaixo iguala a do perfil do curso de água.

Z (m) L (km)
0 0
20 1,25
75 1,50
150 4,70
200 5,00
Quadro 1 Dados para obtenção do perfil longitudinal do curso de água

a) Declividade (entre nascente e foz) – S1 – baseada nos extremos:


S1 = Dh / L (cota maior – cota menor) / L S1 = (200 – 0)m / 5 Km S1 = 40 m/Km
b) Área equivalente (compensação de área) – S2:
AAC = A1+A2+A3+A4
A1 = (20) x 1,25 /2 A1 = 12,5 m/km
A2 = (20+75) x 0,25 /2 A2 = 11,875 m/km
A3 = (150+75) x 3,20 /2 A3 = 360,0 m/km
A4 = (150+200) x 0,30 /2 A4 = 52,5 m/km
AAC = 12,50 + 12 AAC = 436,875 m/km
Logo:
S2 = 2 x AAC / L² S2 = 2 x 436,875 / (5)² S2 = 34,95 m/km
25. Considere a figura a seguir, que representa uma bacia hidrográfica com os canais de drenagem, o divisor da
bacia e a seção A de saída da bacia. Essa bacia está impressa sobre uma malha quadriculada, e cada elemento do
quadriculado mede 2000 m x 2000 m. Calcule a vazão média na seção de saída A, considerando que a vazão específica
média da bacia é de 15 litros por segundo por quilômetro quadrado.

Perímetro total = 26.000 m + 19.798,98 m Perímetro total = 45.798,98 m ou 45,80 Km


Área total: (7 x 2 Km² = 14 Km²) + (37 x 4 Km² = 148 Km²) Área total = 14 Km² + 148 Km² Área total = 162 Km²
13 x 2.000 m = 26.000 m + 7 x 2.828,427 = 19.798,98 m
Dados: q = 15 l/s/km² ; Área Bacia = 162 Km²
q= 15 l/s q = 15 x 10³ m³/s qq = 15.000 m³/s ou 0,015 Km³/s
Qm = 0,015 (Km³/s) x 162 (Km²) Qm = 2,43 m³/s

26. Suponha que, planimetrando-se as áreas compreendidas entre curvas de nível, de 100 em 100 m de uma bacia
hidrográfica de área igual a 658 km² e perímetro igual a 142,50 km, em um mapa na escala 1:50.000, obteve-se os
seguintes dados:
Abacia = 658 Km²; Per. = 142,50Km; Kc = ? Am = ? A.med=?
Curvas de Nível Superfície (km²)
700 a 800 m 6,13
800 a 900 m 45,62
900 a 1000 m 215,00
1000 a 1100 m 281,25
1100 a 1200 m 89,38
1200 a 1300 m 20,62
Determine:
a) Coeficiente de compacidade (Kc)
Kc = 0,28 x P / raiz (A) Kc = 0,28 x 142,50 / raiz (658) Kc = 1,55
Kc = 1,55 (> 1,50, logo, Bacia não sujeita a grandes enchentes)
b) Curva hipsométrica;

Cotas (m) % Acumulada


700 -
800 0,93
900 7,86
1000 40,54
1100 83,28
1200 96,87
1300 100,00

1.020,51 m (Alt. Média)

1.018 m (Alt. Mediana)

Cotas (m) Ponto médio Área (Km²) Área acumulada Coluna 2 x


(Km²) Coluna 3
700 – 800 750 6,13 6,13 4.597,50
800 – 900 850 45,62 51,75 38.777,00
900 – 1000 950 215,00 266,75 204.250,00
1000 – 1100 1.050 281,25 548,00 295.312,50
1100 – 1200 1.150 89,38 637,38 102.787,00
1200 - 1300 1.250 20,62 658,00 25.775,00
Área total: 658,00 Km² ∑ = 671.499,00

c) Altitude Média (Am):

Am = ∑ (e1*Ai) Am = 671.499 / 658 (Km²) Am = 1.020,51 m


* Conforme gráfico, pelo menos 50% das curvas estão acima da altura media.

d) A altitude mediana;
Pela curva hipsométrica, nota-se que é possível determinar uma outra característica altitudinal da bacia - a
altitude mediana - que é o valor da escala de altitudes que corresponde a 50% da escala do eixo das abscissas.
A altitude mediana é ligeiramente inferior à altitude média, de maneira geral.

Nesse caso, a altitude mediana obtida pelo gráfico acima foi de aproximadamente 1.018,00 m.
Alt. mediana = aproximamente 1.018,00 m

27. Calcular o tempo de concentração por duas


formulações: - Área da bacia: 38,8 km²;
- Comprimento do talvegue: 15 km;
- Altitude média: 1133 m;
- Altitude da seção de controle: 809 m;
- Declividade média da bacia: 0,022 m/m;
- Elevação máxima: 1480 m.

Dados:
Área da Bacia: 38,8 Km²; Altitude média: 1133 m; Altitude seção de controle: 809 m; Elevação máxima:1.480m
Comprimento do Talvegue: 15 Km; Declividade média da bacia: 0,022m/m
a) Cálculo 1: Fórmula de Kirpich:
0,385
tc = 57 x (L³ / Dh) onde: tc = tempo de concentração em min.
L = Comprimento talvegue (Km)
Dh = Diferença de altura ao longo do talvegue
Dh = (1480m – 809m) Dh = 671 m

0,385 0,385
tc = 57 x (15² / 671) tc = (3375 / 671) tc = 106,16 min

b) Cálculo 1: Fórmula de Picking:


0,333
tc = 5,3 x (L² / Leq) onde: tc = tempo de concentração em min.
L = Comprimento talvegue (Km)
Leq = declividade equivalente(m/m)

0,333
tc = 5,3 x (15² / 0,022) tc = 115,04 min

28. Uma mesma precipitação, que ocorreu em duas bacias hidrográficas de mesma área de drenagem, resultou nos
hidrogramas representados a seguir. Com base nessas informações é possível concluir que a diferença dos hidrogramas
é originada em quais fatores?
a) A Bacia 2 pode apresentar, de forma predominante, solos hidrológicos do grupo A, com maior
permeabilidade e profundidade do que a Bacia 1, com solos hidrológicos predominantemente do tipo B.
b) A Bacia 2 pode apresentar maior área florestada e natural que a Bacia 1, que apresenta grandes manchas
urbanas e áreas impermeáveis.
c) A Bacia 1 pode apresentar formato mais semelhante à circunferência (coeficiente de Gravelius próximo à
unidade) que a Bacia 2.
d) A Bacia 1 pode apresentar declividade média superior à Bacia 2.
e) Ocorrência de todos ou alguns elementos supracitados.

* Resposta: Item a.

Embasamento teórico: Tipos de solos hidrológicos:

Grupo A: Solos arenosos, com baixo teor de argila (< 8%), sem rochas; sem camada argilosa e nem mesmo
densificada até a profundidade de 1,5 m; teor de húmus muito baixo (< 1%)
Grupo B: Solos arenosos menos profundos que o solo A, e com menor teor de argila total (< 15%); se solo
roxo (<=20) graças a maior porosidade. Teor de húmus (<= 1,2% e <=1,5%). Não deve haver pedras e nem
camada argilosa até 1,5 m. Presente uma camada mais densificada que a camada superficial.

29. Determine a área de uma bacia hidrográfica, sabendo que:


i) a precipitação média anual é de 1.200 mm;
ii) as perdas anuais por evapotranspiração são de 800 mm;
iii) a vazão média de longo período na exutório da bacia é de 40 m³/s.

-8
P = 1200 mm/ano, que equivale a: P= 3,805 x 10 m/s
-8
EPT = 800 mm /ano, que equivale a: EPT = 800 / 1000 x 365 x 24 x 60 x 60 EPT = 2,537 x 10 m/s
Q = 40 m³/ano
-8 -7
(P – EPT) x A A = 40 / P – EPT 40 / (3,805 – 2,537) x 10 A = 3,1536 x 10 m² A = 3.153,60 Km²

30. A vazão específica média de longo período de uma bacia hidrográfica era, antes da implantação de um
reservatório, 19 L/s.km². Depois da implantação do reservatório, passou a ser 18 L/s.km². Sabendo que a precipitação
média anual é de 1.500 mm e que a evaporação calculada pela fórmula de Penman vale, em média, 1.000 mm por ano,
calcular a percentagem da área da bacia que foi inundada pelo reservatório.

-8
P = 1500mm / ano (1,5 m /ano) P = 4,756 x 10 m/s
-8
EPT = 1000 mm/ano (1,0 m /ano) EPT = 3,171 x 10 m/s
Q1 = 19 L/s.Km² Q = 0,019 m³/s
Q2 = 18 L/s.Km² Q = 0,018 m³/s

Antes do reservatório (A1):


-8 -8 -8
(P – EPT) x A = Q (4,756 x 10 m/s– 3,171 x 10 m/s) x 0,019 = Q 10 (4,756 m/s – 3,171 m/s) x A = 0,019 m³/s
-8
A1 = 0,019 m³/s / 1,585 x 10 m/s A1 = 1.198.738,17 A1 = 1,198 km²

Depois constr. do reservatório (A2):


-8 -8 -8
(P – EPT) x A = Q (4,756 x 10 m/s– 3,171 x 10 m/s) x 0,018 = Q 10 (4,756 m/s – 3,171 m/s) x A = 0,018 m³/s
-8
A2 = 0,018 m³/s / 1,585 x 10 m/s A2 = 1.135.648,688 A2 = 1,135 km²

Ar = % área da bacia inundada p/ reservatório:


Ar = 1,1335 km² – 1,198 km² / 1,198 km² Ar = 5,26% ou Ar = 0,0526 x Ab
Logo:
Ar = 0,0526 x 1,198 Ar = 0,063 km²

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