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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP


Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas – ICEA
Departamento de Engenharia de Produção – DEENP

Introdução ao ProjectLibre
Apostila para acompanhar a disciplina
ENP534 – Gestão de Projetos – do curso
de Engenharia de produção da UFOP

Professor: Me. Paganini Barcellos de Oliveira

Maio, 2016
1. O software ProjectLibre

O ProjectLibre (PL) é uma versão atualizada do antigo software de Gestão de Projetos


OpenProj, de código aberto e implementado em Java, que foi desenvolvido no intuito de
ser um substituto completo para o Microsoft Project da empresa Microsoft
Corporation1.

Ele é capaz de abrir/importar arquivos do Microsoft Project nativos (próprios) de


diferentes versões, bem como permite portabilidade entre vários sistemas operativos
como o Linux, Mac OS X e Windows.

A versão atual inclui funcionalidades como:

 Custo do Valor agregado;


 Gráfico de Gantt;
 Gráfico PERT;
 Gráfico de Estrutura analítica de recursos (EAR);
 Relatórios de uso da tarefa;
 Gráfico de Estrutura Analítica de Projeto (EAP);
 Importa e exporta arquivos do/para o formado Microsoft Project;
 Impressão;
 Exportação para PDF (sem restrições).

O download do PL pode ser feito a partir do seguinte site:


<https://sourceforge.net/projects/projectlibre/>.

2. Aspectos básicos para uso do ProjectLibre:

Ao abrir o programa (C:\Program Files (x86)\ProjectLibre\projectlibre.exe) o usuário


terá duas opções, abrir um projeto já existente ou criar um novo (Figura 1).

No caso da criação de um novo projeto devem-se construir todos os elementos do


projeto do “zero”, ou seja, toda a estrutura do projeto deverá ser montada, a partir da
inserção de todas as informações do projeto em questão. A Figura 2 ilustra a tela gerada
a partir da inicialização de um novo projeto. Nessa tela os seguintes dados iniciais são
solicitados: o “Nome do Projeto”, o “Gestor” (não necessariamente o Gerente de
Projetos, mas o nome de quem vai utilizar o software) e a “data de início” do projeto.

Nessa apostila será dado um enfoque maior em uma abordagem quem que a EAP –
Estrutura Analítica do Projeto deve ser anteriormente desenvolvida em um site
específico (<http://www.wbstool.com>) e servirá de entrada para o PL. A Figura 3
ilustra a aparência atual do site para criação da EAP.

1
Uma empresa transnacional americana com sede em Redmond, Washington, EUA, que desenvolve,
fabrica, licencia, apoia e vende softwares de computador, produtos eletrônicos, computadores e serviços
pessoais.
Figura 1 – Tela inicial do PL

Figura 2 – Criação de um novo projeto

O site para criação da EAP é bem simplificado e em um formato acessível para o


usuário. Assim, o gestor consegue rapidamente (desde que já se tenha em mente todas
as atividades do projeto de forma desagregada) montar uma estrutura completa para o
projeto, como mostrado na Figura 4.

Uma vez criada a EAP do projeto, deve-se salvar e fazer o download em formato XML
do arquivo gerado. Usando esse formato o PL permite a abertura do arquivo através do
acesso à pasta ou diretório em o que o mesmo estiver salvo. A Figura 5 ilustra a EAP
mostrada na figura 4, quando aberta pelo software PL.

Pela Figura 5 nota-se que o lado direito é o local onde fica representado o gráfico de
Gantt do projeto, enquanto o lado esquerdo apresenta a descrição de todas as atividades
referentes à EAP, cada uma em uma linha.
Figura 3 – Site para criação da EAP

Figura 4 – EAP criada

Figura 5 – Projeto aberto com a EAP criada anteriormente

Ainda sobre a Figura 5, no lado esquerdo superior têm-se o Menu de com as opções de
abas relacionadas ao: “Projeto”, “Tarefas”, “Recursos” e “Ver” (Visualização). O
conteúdo de cada uma das quatro abas é mostrado na Figura 6.
Na Figura 6, a aba de projetos tem como principais elementos as opções de arquivos,
impressão e informações gerais do projeto. Já na aba de tarefas, assim como na aba de
visualização, é possível escolher qual tipo de visualização para o projeto, bem como
utilizar algumas ferramentas que venham a facilitar o uso do software em função de
cada projeto em especifico. A aba de recursos possibilita ter rápido acesso aos
elementos e informações relacionadas aos recursos do projeto.

Figura 6 – Abas da barra de Menu.

Uma boa prática a se fazer ao abrir o arquivo XML com a EAP é, logo de princípio,
salvar (“salvar projeto como”) o arquivo no formato do próprio programa (“.pod”), isso
porque no formato XML algumas funções do PL podem não funcionar bem.

Logo após deve-se colocar as informações iniciais do projeto, como: nome do GP, nome
do Projeto, data de início do projeto. O caminho para a se seguir é: Menu / Projeto /
Informação. A Figura 7 mostra a tela com as informações iniciais do projeto.

Figura 7 – Informações iniciais do projeto

Como sugestão, para melhor identificação dos pacotes de trabalho (nome das atividades
do projeto colocadas na EAP), é interessante inserir a numeração dos mesmos a partir
da inserção de uma coluna. A inserção é feita a partir de um duplo clique, como o botão
direito encima do campo “Nome”, por exemplo, e escolher qual tipo de coluna
adicionar, que no caso em específico é representado pela sigla WBS (Work Breakdown
Structure).

Caso seja necessário acrescentar/saber informações referentes a qualquer um dos


pacotes de trabalho, basta dar dois cliques encima do nome do mesmo, e logo surgirá a
tela que é mostrada na Figura 8.

Na tela de “Informações sobre a Tarefa” é possível verificar quais são as atividades


sucessoras e predecessoras do pacote, quais são o recursos usados no mesmo e ainda é
possível colocar/verificar “notas” daquela atividade. No campo “Avançado” é possível
estabelecer algumas restrições do pacote de trabalho e ainda informar se esse é ou não
uma atividade considerada um “Marco”.

Figura 8 – Alterando informações dos pacotes de trabalho

Uma etapa muito importante e que pode ser considerada subsequente às demais já
descritas, é o estabelecimento de uma relação entre “Sucessores” e/ou “Predecessores”
de cada pacote de trabalho, ou seja, é necessário que se crie uma relação de dependência
entre os pacotes de trabalho, de tal forma a estabelecer um fluxo de atividades que irão
definir a sequência das atividades durante o projeto. Através dessa associação de
sucessores e predecessores será possível, ao final da inserção de todos, saber qual é, por
exemplo, o caminho crítico do projeto.

A Figura 9 mostra um exemplo no qual foram estabelecidos os predecessores e


sucessores de um projeto. Uma informação importante é que não é necessário se criar
toda a relação de predecessores e de sucessores de forma separada, pois à medida que
forem incluídos todos os predecessores, por exemplo, automaticamente o próprio
programa já irá completar a relação de sucessores.

Outro detalhe importante a se destacar na relação de predecessores e sucessores é que é


possível também estabelecer relações entre os pacotes de trabalho que não
necessariamente seriam classificados como atividades sucessoras ou predecessoras, o
que também pode ser visto na Figura 9.
Figura 9 – Relação de predecessores e sucessores dos pacotes de trabalho

Existem quatro diferentes relações entre os pacotes de trabalho que podem ser incluídas
no campo destinado aos sucessores e antecessores:

 Finish-to-Start (FS): Término para Início.


 Start-to-Start (SS): Início para Início;
 Finish-to-Finish (FF): Término para Término;
 Start-to-Finish (SF): Início para Término.

Nos casos de inserção de novos pacotes de trabalho ao longo do projeto, ou quando for
iniciar a construção de um projeto sem ter uma EAP já pronta, para se estabelecer uma
relação que defina o que é uma tarefa ou uma subtarefa, deve-se usar o botão direito do
mouse na subtarefa subsequente à tarefa macro com a opção “Parágrafo”. É importante
que para toda tarefa macro não se atribua nenhum tipo de recurso, pois estas não
demonstram atividades que serão desenvolvidas, mas sim a soma de subtarefas.

O passo seguinte é estabelecer as relações de tempo para o projeto, como mostrado na


Figura 10. Nessa etapa deve-se considerar primeiramente que todas as etapas
relacionadas a entregas, mas que não demandam necessariamente de tempo, fica
estabelecido um tempo igual a “0 dias”.

Figura 10 – Estabelecimento do tempo de execução dos pacotes de trabalho

É válido destacar que é necessário colocar o tempo apenas nos pacotes de trabalho que
são subtarefas, uma vez que o tempo da tarefa macro (que não é desprendido nenhum
tempo ou pessoa pra se realizar, como o caso do “Computador Pessoal” da Figura 10),
será a soma dos tempos das subtarefas, e o seu preenchimento é automático.

No caso de inserção de menos tempo que dias, pode-se incluir o valor em horas, e o
programa automaticamente irá convertê-lo em percentual em dias como também pode
ser visto na Figura 10, no pacote de trabalho chamado “Disco Rígido”.

Terminado a associação do tempo de execução de cada pacote de trabalho, deve-se


estabelecer um calendário do qual o projeto será contemplado. O caminho para inclusão
do calendário é: Menu / Projeto / Calendário.
O PL oferece na janela de calendário (ilustrado pela Figura 11) a opção de seleção dos
seguintes modelos: Standard, Padrão, 24 horas, Turno da Noite. É possível ainda que se
criem modelos de calendário próprio através do botão “Novo”. Outra opção referente a
calendários é estabelecer calendários diferentes em função da disponibilidade dos
recursos, ou em função da disponibilidade da empresa em trabalhar com diferentes
calendários ao longo do período de execução do projeto.

Figura 11 – Tela para alteração do calendário de trabalho

Uma vez definidos os diferentes tipos de calendários que serão adotados na empresa,
inicia-se a etapa inserção da planilha de recursos (Menu /Recursos), como mostrado na
Figura 12.

Figura 12 – Informações gerais e específicas sobre todos os recursos do projeto

A definição/inserção dos recursos é feita a partir do preenchimento de informações dos


seguintes parâmetros, como:
 Nome do recurso;
 Tipo do recurso: se é “Material” ou “Trabalho” (elementos que estão
relacionados a horas de trabalho);
 Nível de risco do recurso: RBS- Risk Breakdown Structure;
 Custo de cada recurso em termos monetários, por hora: “Taxa Padrão” para
recursos do tipo “Trabalho” e “Custo por uso” para recursos do tipo “Material”;
 Custo de horas extras;
 O calendário referente a cada recurso;
 Quantidade de mão-de-obra disponível de cada recurso: “Unidades Max”.

Uma vez incluídos os recursos, esses precisam ser associados cada um dos pacotes de
trabalho. Essa etapa se dá a partir de um duplo clique nos campos da coluna “Nomes
dos Recursos” na tela principal do PL. A associação dos recursos aos pacotes de
trabalho é feitas em uma tela semelhante à mostrada na Figura 13.

Figura 13 – Atribuição dos recursos aos pacotes de trabalho.

Concluídos os passos anteriores você terá seu projeto todo replicado para o PL. O que
se deve fazer agora é incluir alguns itens que o gestor acredita ser interessante de serem
acompanhados e por fim colocar projeto para funcionar.

Uma coluna que provavelmente muitos gestores acreditem ser conveniente de se incluir
é a que torna evidente os custos (“Custo”) de cada pacote de trabalho. Outro exemplo é
a inclusão de alguns Marcos, ainda não destacados ou classificados como tal a princípio,
que ficarão visíveis no gráfico de Gantt.

A etapa de colocar o projeto pra funcionar se dará a partir da definição de uma linha de
base para o projeto. Para isso, basta salvar a “BaseLine” que representa o processo de
validação da linha de base do projeto. Uma vez salvo uma linha de base, surgirá logo
abaixo de todas as atividades no gráfico de Gantt um traço acinzentando, como pode ser
visto na Figura 14.
Figura 14 – Atualizações do status do projeto.

Defina a linha de base, a etapa seguinte é colocar o projeto em execução, ou seja, ir


fazendo atualizações do status do projeto ao longo do tempo. Para isso, deve-se incluir a
coluna: “Trabalho completo por cento”, na planilha principal do PL.

Pela Figura 14 é possível perceber que todas as alterações do status do projeto devem
ser feitas manualmente (de certa forma faz sentido, pois o Gerente de Projetos precisa
alimentar as entregas ou mudanças ao longo de todo o período de execução do mesmo),
o que torna o uso do software mais apropriado pra pequenos projetos. Além disso, é
possível perceber também que a cada mudança de status dos pacotes de trabalho, tanto o
gráfico de Gantt (com uma faixa preta) quanto a primeira coluna (com um visto no caso
de tarefa completa), ambos em destaque na Figura 14 nos quadrinhos em verde, são
atualizados.

3. Exercício Prático

Elabore e estruture um projeto fictício ou baseado em um real, em um dos seguintes


temas sugeridos:

1. Desenvolvimento de software;
2. Desenvolvimento de uma obra de construção civil;
3. Promoção de um evento;
4. Desenvolvimento de um novo produto (físico).

Elementos mínimos que o projeto deve conter:


 Incluir no mínimo todos os elementos que foram apresentados neste documento;
 Ser um projeto de tamanho e nível de detalhamento que dê pra ser feito em uma
aula de 1 hora e 40 minutos;
 Deve usar pelo menos 3 tipos de calendários considerando todos os recursos do
projeto.
 Deve incluir pelo menos 10 tipos diferentes de recursos, sejam humanos ou
materiais, e pelo menos 25 pacotes de trabalho.

O exercício é individual e deverá ser desenvolvido durante a aula.

Para agilizar o trabalho, assim como mostrado nesse tutorial, será permitido que se traga
pronto a EAP do projeto, desde que a mesma tenha sido desenvolvida no site
http://www.wbstool.com que foi sugerido neste documento.

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