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QUADRO II
Aspectos afectivos
1. Atitudes
2. Emoções ansiedade
3. Motivação
4. Atribuição
5. Confiança em si mesmo
1.2.3. Emoção
1.2.3.1 ANSIEDADE
Tobias (1987) descreve bastante bem o que se passa na cabeça de uma pessoa
quando se manifesta a ansiedade relativamente à matemática. A descrição que fornece
adapta-se bastante facilmente a outras situações de aprendizagem. Durante o estudo
preparatório para um teste ou durante a realização de um trabalho ou de um dever pode
descrever-se da seguinte forma o que se passa na cabeça de uma pessoa. Podemos repartir o
funcionamento do cérebro entre a memória, a compreensão e a relação que se estabelece
entre as duas. Se o sistema funciona bem, o aluno preparar-se-á para um teste recorrendo à
sua memória, mas também ao seu processo de compreensão, a fim de achar relações entre
as diferentes noções. A memorização e a compreensão são, assim, cúmplices e permitem ao
aluno organizar correctamente as suas ideias, convencer-se de que integrou bem as noções
e, assim, sentir-se preparado para fazer um teste e entregar um trabalho de que será
orgulhoso, sem sentir demasiada inquietação na expectativa dos resultados. Se a memória e
a compreensão estão bem desenvolvidas mas, ao examinar as noções a estudar ou o
trabalho a realizar, algumas emoções, particularmente a ansiedade, se manifestam, a tensão
sobe a confiança baixa.
1.2.4. MOTIVAÇÃO
A motivação é, precisamente, uma componente da dimensão afecctiva. A motivação
é uma soma de desejo e de vontade, que impele uma pessoa a realizar uma tarefa ou a visar
um objectivo que corresponde a uma necessidade (Legendre, 1993). Ela determina,
frequentemente, a conduta de um indivíduo. Distinguem-se dois tipos de motivação: a
motivação extrínseca e a motivação intrínseca. Segundo Kolesnick (1978, citado por
Dufresne-Tassé, 1981), um indivíduo é motivado extrinsecamente quando:
Estes dois tipos de motivação completam-se, uma vez que a motivação extrínseca
produz resultados imediatos mais impressionantes do que a motivação intrínseca, enquanto
esta última provoca, a longo prazo, resultados mais profundos e mais duradouros
(Kolesnick, 1978, citado por Dufresne-Tassé, 1981). Na prática, Kolesnick (1978, citado
por Dufresne-Tassé, 1981) propõe agir primeiro para suscitar ou man. ter t1 motivação
intrínseca, depois recorrer à motivação extrínseca utilizando a aprovação e os elogios,
depois as notas e, finalmente, outro. tipos de reforço extrínseco (recompensas, etc.).
Wlodkowski (1985) elaborou um modelo em que diversos factores intervêm sobre a
motivação. Antes de mais, é preciso trabalhar as atitudes, é preciso ter em conta
necessidades dos alunos, é preciso estimular a persistência através de experiências
encorajadoras, ter em conta emoções, desenvolver a competência e utilizar o reforço. Para
agir de acordo Com este modelo e intervir positivamente sobre a motivação (mantê-la ou
aumentá-la), o professor deve possuir uma certa competência, sentir empatia, ser claro nos
objectivos prosseguidos e manifestar o seu entusiasmo pela matéria ensinada.
1.2.5. ATRIBUIÇÃO
FIGURA 3
As atribuições causais (segundo Weiner, citado por Noel, 1991: 43).
3. Realização
FIGURA 4
«A estima por si mesmo faz apelo à confiança fundamental do ser humano na sua
eficácia e no seu valor» (Legendre, 1993: 560). Ela precede as realizações, enquanto o
orgulho vem depois. No entanto, ela vem transformar o conceito de si mesmo e aumenta a
confiança nas suas capacidades.
Blouin (1987), citado por Lafortune (1988), explica que a confiança em si mesmo se
adquire a um primeiro nível pela experiência do sucesso. Os alunos devem ser capazes de
ter êxito nas primeiras tarefas que se lhes apresentam, aquando de uma nova aprendizagem.
Seguidamente, é muitas vezes necessário chamar a atenção dos alunos para os seus
sucessos, sobretudo naqueles que têm uma percepção negativa de si mesmos. Eles têm
tendência para notar apenas os insucessos. A um segundo nível, Blouin (1987) refere que o
aluno deve aprender a atribuir-se o sucesso da experiência.
O sucesso deve ser associado a aptidões da pessoa (eu sou capaz de o fazer) e ao
esforço dispendido (se me esforçar bastante), e não à facilidade da tarefa ou à ajuda do
professor.
Os aspectos foca dos nesta obra pertencem aos domínios afectivo e metacognitivo.
Por um lado, não se pode verdadeiramente separá-las. Por outro, eles são complementares:
para que o ensino de uma estratégia, seja ela cognitiva ou afectiva, seja eficaz, é preciso
igualmente mostrar como geri-la, isto é, quando, como e porquê utilizá-la, como já o
demonstraram algumas pesquisas sobre o ensino das estratégias de aprendizagem
(Langevin, 1991).
Ainda que falte material pedagógico para intervir sobre as dimensões afectiva e
metacognitiva da aprendizagem, pensamos que vários professores conseguiram integrar
harmoniosamente estas dimensões na sua prática quotidiana. Infelizmente, estas iniciativas
têm pouco eco e não são conhecidas. Com o nosso trabalho quisemos dar a conhecer o
trabalho destes professores e colmatar a falta de material pedagógico e didáctico para
intervir sobre a metacognição e a afectividade.