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Resumo

A representação bibliográfica, o Código e as áreas da descrição

Antes de iniciar os exercícios, vejam-se alguns aspectos da representação bibliográfica. A partir


de 1997, a representação vem sofrendo mudanças em seu enfoque: o cerne da representação
desloca-se do item para o usuário, visando permitir-lhe as tarefas de encontrar, identificar,
selecionar e obter uma ‘entidade’ adequada a seus propósitos. Entidade, aqui, tem o sentido
empregado na modelagem de entidade-relacionamento para bancos de dados, isto é, um
objeto-chave que pode ser distintamente identificado.

Dois capítulos das AACR2 têm mudado substancialmente: o capítulo 9, que trata dos arquivos
de dados legíveis por máquina, agora denominados recursos eletrônicos; e o capítulo 12,
relativo a publicações seriadas.

Mudanças, análises e documentos preliminares podem ser obtidos e analisados no endereço


eletrônico www.nlc-bnc.ca/jsc/. Trata-se do Joint Steering Committee for the Revision of
AACR, isto é, do comitê responsável pela revisão das AACR. Após a versão de 1998, editaram-
se emendas, que atualizam as regras até 2001. Na medida do possível, as regras aqui
apresentadas tanto mostrarão a forma encontrada na última edição brasileira (de 1983-1985,
correspondente à edição em inglês de 1978), como indicarão a forma atual (versão em inglês
de 1998 e Emendas de 1999/2001).

Na aprendizagem das AACR, familiarizar-se com as regras é o mais importante, pois, apesar das
mudanças, a estrutura tem permanecido a mesma nos últimos vinte anos. O código, na edição
brasileira, divide-se em dois volumes, correspondentes às duas partes: a primeira, relativa à
descrição bibliográfica, baseada nas ISBDS; a segunda, relativa aos pontos de acesso de
responsabilidades, títulos e remissivas.

Na parte I, o primeiro dígito da regra corresponde ao capítulo geral, ou ao capítulo específico


para um tipo de material. Por exemplo: Regra 1 (capítulo 1 = geral, para todos os tipos de
materiais); Regra 9 (capítulo 9 = capítulo para recursos eletrônicos, ou arquivos de dados
legíveis por máquina). Daqui por diante, as regras serão identificadas por R. O primeiro dígito é
seguido de ponto e mais um algarismo, que corresponde a uma área da ISBO. Por exemplo: R.
1.4 = capítulo 1, área 4 - área da publicação, distribuição etc.; R. 7.4 = capítulo 7 - para filmes e
vídeos, área 4 - área da publicação, distribuição etc. A ISSO constitui-se de oito áreas; portanto,
todos os capítulos terão regras até .8 (ponto oito). Depois destas, as regras cobrirão aspectos
particulares: no capítulo 1, tratarão de itens suplementares, itens constituídos de vários
materiais e de fotocópias e outras reproduções.
Capítulos referentes a tipos de materiais específicos:

Livros, folhetos e folhas soltas impressas (monografias).

Materiais cartográficos.

Manuscritos.

 Teses, dissertações e outros trabalhos não publicados são manuscritos!

Música (impressa: partituras e partes).

Gravações de som (registros sonoros: discos, fitas, discos compactos (cos), entre outros).

Filmes cinematográficos e gravações de vídeo.

Materiais iconográficos (fotografias, quadros, reproduções).

Arquivos de dados legíveis por máquina (atualmente: recursos eletrônicos).

Artefatos tridimensionais e reália (objetos, esculturas, jogos).

Microformas.

O capítulo 12 refere-se a periódicos no todo, isto é, quando se estabelece uma descrição


bibliográfica para toda a coleção de um determinado título de periódico, não para um
fascículo, ou um artigo em particular.
O capítulo 13, último da parte I, refere-se à denominada ‘analítica’, isto é, uma descrição
bibliográfica relativa à (análise de) parte de uma obra: capítulo de livro, volume de obra em
vários volumes, artigo de periódico, fascículo de periódico. Há vários modos de se realizar uma
descrição analítica, vistos à medida dos exercícios.

Os capítulos 14 a 19 ainda se acham livres, ou seja, inexistem, pois destinam-se a novos


materiais que possam surgir.

Concluindo o volume 1 encontram-se os apêndices: A (uso de maiúsculas); B (abreviaturas); C


(numerais); O (glossário) e o índice. As emendas 1999/ 2001 trazem a mais o apêndice E
(artigos iniciais). Os apêndices B e C são muito utilizados na edição brasileira, porque sua
indicação de uso nem sempre segue as regras, como a transcrição de numerais na área de
edição: confira a nota de rodapé com asterisco, relativa à R. C. 7 A do apêndice C.

O volume 2 corresponde à parte 11 das AACR, relativa aos pontos de acesso, quanto a sua
escolha e forma.

O capítulo 20 é introdutório. O capítulo 21 refere-se à escolha dos pontos de acesso principais


e secundários; isto é, diante de uma ou mais alternativas de responsabilidade por um
conteúdo intelectual ou artístico, que pessoa ou entidade coletiva será considerada a principal
responsável e quais os co-responsáveis, ou se ninguém é responsável por este conteúdo. Está-
se diante de um processo em duas etapas: a primeira, escolher os pontos de acesso: a
segunda, escolher a forma para o cabeçalho dos pontos de acesso selecionados.

Cabeçalho é a forma padronizada para um nome de pessoa, entidade, título ou assunto. Todo
banco de dados de registros bibliográficos, automatizado ou manual (um catálogo em fichas,
por exemplo), deverá exercer rígido controle sobre as formas padronizadas e criar listas de
cabeçalhos autorizados, ou seja, formas permitidas de uso. Tais listas costumam ser
denominadas catálogos de autoridade. Os catalogadores sempre têm acesso a catálogos em
linha, para pesquisa de escolha e forma de cabeçalhos autorizados, como o da Biblioteca
Nacional (www.bn.br).Destaca-se no capítulo 21 a R. 21.30, que trata dos pontos de acesso
secundários.

Orientam a segunda etapa os capítulos 22 a 24 e o Apêndice Brasileiro, que se encontra ao


final do volume 2.
O capítulo 22 abrange os nomes pessoais. Os nomes brasileiros e portugueses devem adotar o
Apêndice Brasileiro (doravante identificado como Ap. bras.). Tanto o capítulo 22 como o Ap.
bras. subdividem-se. As R. 22.1 a 22.3 abrangem a escolha do nome, ou seja, diante de mais de
uma forma ou mais, de um nome para a mesma pessoa (por exemplo, nome e pseudônimo,
nome de solteira e nome de casada, nome completo ou forma abreviada, entre outras), que
nome ou nomes deverão ser escolhidos como base para a elaboração do cabeçalho. As R. 22.4
a 22.11 abarcam a forma do cabeçalho propriamente, para os nomes estrangeiros. As R. 22.12
a 22.20 tratam de acréscimos necessários a um nome. As R. 22.21 a 22.28 tratam de nomes em
certas línguas para nós exóticas, originariamente em alfabetos não-latinos e não-europeus.

 Nomes portugueses e brasileiros utilizam o Apêndice Brasileiro.

O capítulo 23 abrange os nomes geográficos, isto é, os cabeçalhos para nomes de jurisdições


que são responsáveis por uma obra, ou assuntos de uma obra. No Brasil, devem ser utilizadas
as diretrizes contidas em documento da Biblioteca Nacional (doravante identificado como Doc.
BN), disponibilizado como Apêndice a esta publicação. Utilizam-se os nomes geográficos para
documentos legais e cabeçalhos de entidades coletivas governamentais.

O capítulo 24 diz respeito aos cabeçalhos para entidades coletivas e também se complementa
pelo Doc. BN, no que se refere a entidades brasileiras. Todos os demais casos se baseiam no
capítulo 24. Vale ressaltar que se trata de um capítulo polêmico e um tanto confuso. O
capítulo e as diretrizes serão vistos à medida que forem necessários aos exercícios.

O capítulo 25 refere-se aos títulos uniformes e se encontra sucintamente interpretado no Doc.


BN. OS títulos uniformes são um poderosíssimo instrumento de recuperação. O capítulo 26,
último do código, trata das remissivas e serve mais como referência, em caso de dúvida.

O volume 2 se completa por um acréscimo ao apêndice D (glossário); pelo Apêndice Brasileiro


e por um índice relativo aos dois volumes.

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