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i.

Custo Indirecto

1.1. Definição de custo Indirecto

a. Custos associados à vida da empresa e que não são directamente imputáveis às


obras (salários de pessoal do escritório, administração, custos com a sede,...)
b. Custos associados à vida da empresa e que não são directamente imputáveis às
obras (salários de pessoal do escritório, administração, custos com a sede,...)

1.2. Factores que influenciam o custo Indirecto


O custo Indirecto varia geralmente ente 5 a 30% do custo total da construção. A
percentagem oscila de acordo com os seguintes aspectos:

a. Localização geográfica
b. Perfil e política da empresa
c. Cronograma da obra
d. Complexidade da tarefa.
e.

Do ponto de vista temporal, por envolver despesas provenientes de varias as origens


(administrativas, legais, comerciais e técnicas), o custo indireto de uma obra pode ter
ocorrência:

OCORRÊNCIA EXEMPLO
ANTERIOR A OBRA Visitas de campo, estudos técnicos,
ensaios, elaboração de planeamento, taxas
e emolumentos.
SIMULTÂNEA A OBRA Salários e despesas correntes do canteiro
POSTERIOR A OBRA Desmobilização do estaleiro, as built as,etc.

1.3. Itens do custo Indirecto


A relação abaixo, longe de ser completa, apresenta vários custos encontrados na construção
civil. O peso de cada um deles é variável de obra para obra e nem todos os itens se aplicam
obrigatoriamente a todos os empreendimentos:

Equipe técnica Custo acrescido dos encargos Sociais e trabalhistas.


Equipe de suporte Custo acrescido dos encargos
sociais e trabalhistas (mensalistas)
Equipe administrativa Custo acrescido dos encargos
sociais e trabalhistas (mensalistas)
Mobilização e Montagem e desmontagem de escritórios, barracões,
desmobilização da obra galpões, telheiros, centrais (de carpintaria, de armação,
de pré-moldados),alojamentos, refeitório, depósitos,
oficinas e demais construções provisórias
Equipamentos de estaleiro Custo de propriedade e operação
(se equipamento próprio) ou custo por mês de locação
Equipamentos Custo de propriedade ou locação
administrativos
Equipamentos de proteção Custo de propriedade ou
coletiva e individual locação
Ferramentas gerais Custo de aquisição ou verba
Despesas correntes Custo médio mensal
Despesas com o pessoal Custo médio mensal
Serviços com terceiros
Taxas e emolumentos
Seguros E DIVERSOS

1.4. Custo direto ou indireto?


Uma pergunta que sempre surge nos orçamentos é se um determinado custo é direto ou
Indireto. Consideramos essa dúvida supérflua, porque o que realmente importa é que o
custo seja computado no orçamento, seja sob a rubrica de custo direto, seja sob a de custo
indireto.

Se placa da obra, por exemplo, for um item da planilha de serviços, ela figurará como custo
direto da obra. Se a planilha de serviços não contiver a placa da obra, logicamente ela
deverá integrar o custo indireto.

Assim também se dá com os equipamentos de proteção individual (EPI). Se o orçamentista


tiver optado por trabalhar com os encargos sociais e trabalhistas em sentido amplo,
conforme abordado no Capítulo 5, o EPI já estará considerado na hora do trabalhador e,
portanto, entrará nas composições de custos unitários, integrando o custo direto. Por outro
lado, se o orçamento tiver sido feito com os encargos sociais e trabalhistas em sentido
restrito, caberá ao orçamentista contabilizar o EPI no custo indireto. O custo da obra é o
mesmo, o que muda é apenas a unidade orçamentária em que o item irá ser computado.
1.5. Custos acessórios
Correndo ao lado dos custos indiretos, há outras fontes de despesa que são geralmente
incluídas nos orçamentos. Tais custos são acessórios porque complementam o orçamento
da obra, aparecendo perifericamente.

1.5.1. Rating da administração central

As empresas de construção geralmente dispõem de uma matriz (escritório central ou sede)


onde se baseia a administração central da empresa. A administração central é a estrutura
necessária para execução das atividades de direção geral da empresa, incluindo as áreas
administrativa, financeira, contábil, técnica, de suprimento, etc.

O escritório central é, então, apenas um gerador de despesas, sem ser propriamente um


gerador de receitas, pois são as obras que geram dinheiro na empresa. Empresa. Então,
quem arca com as despesas da matriz? Logicamente são as obras - e para isso a construtora
precisa embutir no orçamento de suas obras uma provisão de recursos para o custeio do
escritório central.

As despesas da administração central que devem ser cobertas pela taxa são:

 Despesas do pessoal
 Despesas das instalações fixas
 Despesas correntes
 Veículos e equipamentos
 Serviço de terceiros]

Os custos da administração central são distribuídos entre as várias obras da


empresa, proporcionalmente ao porte de cada uma. Os valores mais comuns
ficam entre 2 e 5% do custo da obra.

1.6. Imprevistos e contingências


Um orçamento, por mais detalhado e criterioso que seja, é sempre aproximado, pois é
impossível se preverem todas as casualidades da obra. Na construção civil, onde os
cenários, os objetos de trabalho e as particulmidades de metodologia variam de obra para
obra, os fatores imprevistos ganham uma importância ainda maior. Eles acarretam atrasos
de cronograma, acréscimo de custos diretos e indiretos, além de poderem colocar em risco
a sanidade financeira da construção.

Didaticamente, podemos distinguir três tipos de imprevisto.

De força maior - são decorrentes de eventos de grande impacto. Muitas vezes, em


virtude de sua natureza de grande imprevisibilidade, são cobertos pelo contratante
(cliente), mas isso varia de contrato para contrato. Podem ser desdobrados em:
De força maior - são decorrentes de eventos de grande impacto. Muitas vezes, em
virtude de sua natureza de grande imprevisibilidade, são cobertos pelo contratante
(cliente), mas isso varia de contrato para contrato. Podem ser desdobrados em:

 Naturais –.: Sismos, dilúvios, raios, etc.


 Econômicos - criação de novos impostos, adoção de jornadas de trabalho
diferentes, confiscos governamentais, congelamentos de preços, etc.;
 Sociopolíticos - guerras, greves, saques.

De previsibilidade relativa - são eventos que têm a probabilidade de ocorrer
periodicamente, não significando que devam necessariamente ocorrer durante o período
da obra. Podem ser desdobrados em:
 Naturais - cheias, chuvas de estação, etc.;
 Econômicos - atraso no pagamento das medições, aumento da inflação, aumento
da taxa de juros, atrasos de terceiros, etc.;
 Humanos - oscilações de produtividade, interrupções de trabalho, acordos
judiciais de questões trabalhistas, etc.
Aleatórios - são casualidades de difícil previsão (ou até impossíveis de prever). A
experiência mostra que não há obra sem esses imprevistos.

Os imprevistos e contingências são geralmente incluídos no orçamento como um percentual


aplicado sobre os custos (diretos mais indiretos). O percentual será tanto maior quanto
menos precisa e criteriosa for a orçamentação.

O percentual de imprevistos e contingências sofre grande influência do tipo de contrato de


Obra. Quando se trata de um regime de contratação por preço global, há uma
concentração de risco na figura do construtor, já que ele ofertou um preço fechado para
realizar todo o escopo da obra, incluindo todas as despesas, contingências e imprevistos.
Dessa maneira, o construtor tende a embutir no preço global um percentual alto de
imprevisto e contingências.

Quando se trata de um regime de contratação por serie de preços, há uma concentração


de risco no contratante (proprietário), pois o preço oferecido pelo construtor se refere a
cada um dos serviços constantes da planilha, ou seja, o construtor não precisa embutir um
grande percentual de imprevisto e contingências.

Valores sugeridos para imprevistos e contingências

Características da obra Contrato por serie de preços Contrato por preço global
Obras simples e empreiteiro 0.5% 1%
experiente
Obra normal e construtor 1.5% 2.5%
experiente
Obra complexa e construtor 3.0% 5.0%
inexperiente

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