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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZDE DIREITO DA_VARA CÍVEL

DA COMARCA DE CRICIÚMA – SC

 
CRISTINA RIBEIRO, brasileira, separada, advogada,
inscrita na OAB/SC sob o nº 25.662 e CPF sob o nº
107.445.858-42, residente e domiciliada na Rua José de
Moura, 20, bairro Comerciário, Criciúma – SC, CEP
88800-001, pertencente à Sociedade de Advogados
MPereseAlbano, inscrita na OAB/SC sob o nº 28.600,
situada na Av. XV de novembro, Centro, 520, Sala 2,
Criciúma – SC, CEP 88800-001, onde recebem
intimações e recebendo comunicações virtuais (e-mail) no
endereço eletrônico mperesealbano@gmail.com,vem
respeitosamente perante a Vossa Excelência, por seus
procuradores signatários, propor a presente:

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL

em face de HELENO CLAUDINO, brasileiro, casado,


engenheiro civil, inscrito no CPF sob o nº 123.332.004-25
e RG sob o nº 7.899.575, residente e domiciliado na Rua
Francisco Rodrigues, 76, Bairro Vila Moeba, Tubarão -SC,
CEP 88957-002, pelos motivos e fatos que passa a expor.

1. DOS FATOS
Através de um contrato de prestação de serviços firmado no dia 05 de
março de 2019, devidamente assistido e assinado por duas testemunhas,
conforme prevê o ordenamento jurídico, a Exequente e o Executado acordaram
acerca dos serviços jurídicos que foram realizados pela Exequente.

No referido contrato, a Exequente se comprometeu a realizar, na


qualidade de Causídica da parte Demandada, serviços jurídicos consistentes
na impetração de mandado de segurança buscando a nulidade de determinado
ato administrativo.

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No que concerne à forma de pagamento dos honorários contratuais,
ficou estipulado, em sua clausula 9ª, que a outorgante se comprometeria ao
pagamento da quantia de R$ 9.000,00 (nove mil reais), valor este dividido em
três parcelas iguais: a primeira no ato da assinatura do contrato; a segunda
com a sentença de primeiro grau e a terceira com o término da ação.

Apesar de todo o esforço e dedicação empregados pela Exequente na


defesa dos direitos de seu cliente, ora Executado, a ação foi julgada
improcedente, e teve seu fim no dia nove de dezembro de 2019.

Razão pela qual, o Executado se recusou a fazer o pagamento do valor


integral constante no contrato de prestação de serviços, efetuando apenas o
pagamento da primeira parcela, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), o qual
foi efetuada na data de assinatura do contrato.

Alegando, em suma, que valendo-se do fato de a ação ter sido julgada


improcedente a causídica não faria jus ao valor total estipulado no contrato.

Não bastasse isso, o Executado ainda se recusou a pagar as despesas


de deslocamento, hospedagem, alimentação e fotocópias realizadas no
decorrer do processo, as quais somam a quantia de R$ 1.250,00 (um mil
duzentos e cinquenta reais).

O valor atualizado devido pelo Executado é de R$ 7.480,67 (sete mil e


quatrocentos e oitenta reais e sessenta e sete centavos).

2. DO DIREITO
Mesmo que ainda não tenha recebido o montante indenizatório, ainda
assim o Executado deve arcar proporcionalmente com a prestação dos
serviços profissionais desenvolvidos. 

O não pagamento dos honorários advocatícios contratuais, ajustados


para ser feito sobre o êxito da demanda, constitui enriquecimento sem causa
do constituinte, na medida em que o serviço foi prestado e o crédito foi por este
recebido da parte adversa. O locupletamento ilícito é proibido pelo
ordenamento jurídico brasileiro.

Ementa PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.

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EXAME DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.
INVIABILIDADE. AÇÃO DE COBRANÇA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. CONTRATO VERBAL. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS COMPROVADA. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE.
ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. PRINCÍPIO DO NÃO
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83
DO STJ. 1. Não cabe ao Superior Tribunal de Justiça examinar
na via especial suposta violação a dispositivos constitucionais
(…). 2. A alteração das conclusões adotadas pela Corte de
origem (…) exigiria novo exame do acervo fático-probatório
constante dos autos, providência vedada em sede de recurso
especial, ante o óbice da Súmula 7 desta Corte. 3. Nos termos
da jurisprudência desta Corte, demonstrada a
efetiva realização do objeto contratado, não pode a
Administração se locupletar indevidamente, devendo
indenizar o particular pelos serviços prestados. 4. Agravo
regimental improvido.

A jurisprudência pátria é uníssona ao reconhecer que a procuração


firmada pelo outorgante é prova do contrato de honorários advocatícios
celebrado entre as partes que naturalmente advém dessa outorga de poderes
profissionais.

Nesse sentido:

APELAÇÃO. MANDATO. AÇÃO DE ARBITRAMENTO DE


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Contrato verbal. Autor que comprovadamente atuou na defesa
dos interesses do requerido em ação de inventário. Aplicação
do artigo 22, § 2º do Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei nº 8.906/94). Levando-se em conta o
grau de zelo e o trabalho desenvolvido, a remuneração deve
ser compatível com o esforço despendido e o valor econômico
da questão. Diante da não realização de prova pericial, que
estipularia a exata extensão da atuação do autor no processo,
sua remuneração deve ser arbitrada de acordo com o sugerido
pela tabela da OAB. Majoração dos honorários para se
adequar ao percentual indicado na referida tabela. Recurso
parcialmente provido. (TJSP; AC 1000181-68.2019.8.26.0664;
Ac. 13261842; Votuporanga; Vigésima Quinta Câmara de
Direito Privado; Rel. Des. Hugo Crepaldi; Julg. 18/10/2017;
DJESP 04/02/2020; Pág. 2040)

Constata-se da leitura do art. 36 do Código de Ética, que o valor


arbitrado não poderá ser menor do que o estabelecido na tabela de honorários
mantida pela Seccional. Com efeito, a sentença que arbitrar os honorários
deverá estar convergente com o que determina o Estatuto, sem confundir tais

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mandamentos específicos dos honorários arbitrados com as regras dos
honorários de sucumbência, que estão previstas no CPC.

3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:

a) a expedição de mandado de citação, penhora, intimação e


avaliação, aser cumprido por Oficial de Justiça, ordenando o Executado ao
pagamento, no prazo máximo de 03 (três) dias contados a partir da citação, a
quantia de R$ 7.480,67 (Sete mil e quatrocentos e oitenta reais e sessenta e
sete centavos), acrescida de todos os encargos legais incidentes até a data do
efetivo pagamento, bem como custas e despesas processuais e honorários de
advogado de acordo com o art. 827 do Código de Processo Civil;

b) caso o Executado, não seja encontrado, que o Oficial de Justiça


proceda ao arresto (pré-penhora) de bens suficientes para saldar a dívida com
fulcro no Art. 830 do Código de Processo Civil;

d) não havendo valores nas contas bancárias, contas e/ou aplicações


financeiras, que o Oficial de Justiça, com a 2ª via do mandado inicial, proceda à
penhora e avaliação de bens suficientes para satisfação da dívida;

e) caso o Oficial de Justiça não encontre bens do Executado, que esse


seja intimado para apresentar o rol de bens que possuem passíveis de
penhora, onde se encontram e quais os correspondentes valores, sob pena de
ato atentatório a dignidade da justiça, sancionado com multa de 20% do valor
atualizado do débito de acordo com o Art. 774, V, e parágrafo único, do Código
de Processo Civil;

Dá-se à causa o valor de R$7.480,67.

Nestes termos, Pede deferimento.

Criciúma, 26 de março de 2020.

Adriana Peres Bauer de Azevedo


OAB/SC 987.000

4
Grupo: Adriana Peres Bauer de Azevedo, Andreza Melo de Freitas,
Daiane Cristiano da Silva e Lucas Lenon;

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