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Energético-Protéica
Maurice E. Shils.
Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença. 2002.
* Incidência:
-DEP pode ocorrer em 19% a 80% dos pacientes hospitalizados por diversos estados mórbidos;
-Estudos demonstram que a DEP aumenta significativamente o tempo de internação hospitalar
Origem
• Primária: ingestão inadequada privação alimentar;
Deficiência de nutrientes
Infecções
Altera crescimento
Associação com algumas doenças
Etiologia e Epidemiologia
Magnitude do problema:
◦ Doença mais importante em países em desenvolvimento
◦ Países desenvolvidos classe econômica inferior
Causas:
◦ Fatores Sociais – econômicos (pobreza, desmame precoce, práticas alimentares
culturais),
◦ Fatores Biológicos (DEP materna, baixo peso gravidez, Doenças infecciosas, Doenças
diarreicas, catabolismo, má absorção),
◦ Fatores Ambientais (condições insalubres de vida infecções; secas, inundações,
guerras, migrações escassez, baixo acesso aos alimentos).
Idade do paciente
◦ Frequência maior em lactentes e crianças; mulheres grávidas e lactantes, idosos
Efeitos primários e secundários da desnutrição
Descompensação metabólica
# Hipoglicemia e Hipotermia
# ↑suscetibilidade a infecções (broncopneumonia...);
# ↓cicatrização de feridas e ↓força tênsil nas suturas;
# Desidratação e alterações eletrolíticas
# Hipoproteinemia EDEMA; anemia grave
# ↓motilidade intestinal;
# Fraqueza muscular, ↓trabalho cardíaco;
sinais de colapso circulatório
(mãos e pés frios, pulso radial fraco e ↓consciência...)
# Diátese hemorrágica (petéquias) e icterícia
# ↑Morbimortalidade;
# Maior tempo de internação e maior custo
OBSERVAÇÕES
As reações do organismo ao jejum depende:
• Reservas de energia existentes
• Duração do jejum
• Ocorrência de estresse adicional
Ex.:
Grandes obesos:
• Sobrevivem a períodos de jejum de até 1 ano
Indivíduos com composição corporal normal:
• Raramente sobrevivem ao jejum superior a 3 meses;
• a uma perda de peso de 40% ou a um IMC inferior a 10Kg/m2 (mulheres) e 11Kg/m2(homens)
(Sobotka, 2008)
Consequências progressivas da depleção protéica sobre a
massa corpórea magra
# SAÚDE = 100% de Nitrogênio corpóreo.... Na privação alimentar
↓massa muscular estriada
↓ptn visceral (albumina, transferrina, proteínas de transporte)
↓resposta imune
↓cicatrização
↓da função orgânica: intestino, fígado, coração
(Shills, 2002)
IMPORTANTE:
• 1- O tecido perdido durante o jejum e/ou
estresse é diferente do tecido recuperado
durante a reabilitação;
• 2- O processo de reabilitação tissular é mais
lento que o processo de perda!
*DEP desenvolve-se gradualmente ao longo de
semanas ou meses. Isso permite uma série de
ajustes metabólicos e comportamentais que
resultam em demandas ↓ de nutrientes,
visando a preservação da vida.
*A INANIÇÃO, altera a distribuição dos
substratos metabólicos em 2 padrões: AGUDO
ou CRÔNICO, mediados primeiramente pela
insulina e glucagon, que se alteram.
(Shills, 2002)
# Em resumo...
1ºsem de jejum
• Rápida perda de peso (2.2 a 4.5 Kg), que posteriormente
reduz-se p/ ≅220g/dia Redução do gasto energético
(↓de 20 a 30% do consumo de O2)
• ↓do quociente respiratório p/±0.7 (maior utilização de
gordura como fonte de Energia)
(Shills, 2002)
• Essas modificações hormonais orientam o metabolismo intermediário p/ produção de
glicose por GLICONEOGÊNESE, p/ os tecidos dependentes de glicose. (cérebro)
(Shills, 2002)
II) INANIÇÃO PROLONGADA
(s/ estresse)
# Após as primeiras 72h de inanição
Alterações adaptativas que favorecem a mobilização de gordura e a
Conservação da Massa Protéica.
GORDURA⇒Corpos Cetônicos:
Acetona, acetoacetato,betahidroxibutirato→Principal combustível oxidativo do cérebro
Sobotka, 2008
B - oxidação
Inanição + estresse
• ↑secreção de catecolaminas, glicocorticoides e glucagon = ESTADO
HIPERMETABÓLICO e HIPERCATABÓLICO
Consequências:
*Síndrome do roubo celular →Hipofosfatemia
*Insuficiência Cardiovascular e Edema pulmonar →Insuficiência Respiratória
* Morte
Sobotka, 2008
Síndrome da Realimentação
-Grupos de Risco: Anorexia; DEP grave; Alcoolismo crônico; Jejum
prolongado; crianças subnutridas
(Shills, 2002)
MARASMO
Diminuição da ingestão ENERGÉTICA
(Shills, 2002)
KWASHIORKOR
Diminuição da ingestão proteína
Cansaço e letargia
(Shills, 2002)
Fisiopatologia e Respostas adaptativas
Degradação e síntese proteica
• < Proteína dieta < síntese de proteína corporal
• > Perda de proteína muscular esquelética
(Shills, 2002)
1 = < ingestão
<[glicose e aminoácidos livres]
<insulina >glucagon >epinefrina
(Shills, 2002)
Fisiopatologia e Respostas adaptativas
• Hematologia e transporte de oxigênio
• <[Hg] na massa muscular magra e <atividade física
• <[ O2] ... Hipoxia tecidual...
• <aminoácido da dieta poupa síntese de proteína para produção proteínas importantes
• Fisiologicas-Metabólicas:
1. Altera função cardiovascular e renal:
• < débito cardíaco, frequência e Pressão Arterial;
• <Fluxo de plasma renal, <taxa de filtração glomerular = pequeno <débito cardíaco...mas
[urina] e acidificação não alteram;
• Circulação central assume + que periférica
• Hipotensão postural
• Retorno venoso <
• DEP grave:comum insuficiência circulatória = choque hipovolêmico
(Shills, 2002)
2. Sistema imune:
• < Linfócito T e Sistema complemento...> risco infecções, sepse bacteriana e >
risco a complicações
3. Eletrólitos:
• < K+ corpo na DEP por < proteínas musculares
• < ação insulina e < substrato energia para produção ATP e fosfocreatina que
<.
4. TGI:
• <absorção de lipídeos, dissacarídeos e glicose na DEP (+ Kwashiorkor)
• Quanto maior déficit protéico > alterações TGI, pâncreas, bile;
• Pacientes ficam com diarréia:
• Alteração TGI e motilidade
• Cresce bactérias TGI
• Agrava absorção
• Altera ESTADO NUTRICIONAL
(Shills, 2002)
5. SNC e SNP:
•Na infância precoce com DEP prolongada ... Crescimento do cérebro <
(Shills, 2002)
TRATAMENTO DA DEP
A estratégia de tratamento pode ser dividida em 3 fases:
1°) Resolver as condições que ameaçam a vida: Distúrbios hidroeletrolíticos (SRO oral ou SNG);
infecções; alterações hemodinâmicas (insuf. Cardíaca, edema pulmonar, hipóxia grave); anemia
grave; acidose metabólica; hipotermia e hipoglicemia; deficiência grave de Vit. A
Sobotka, 2008
Nutrição Enteral na DEP:
Indicação:
Pacientes sem condições de mastigação ou deglutição;
com TGI funcionante.
Posicionamento do cateter:
SNG ou SNE
Velocidade de Infusão:
-Aumento gradual de 20 a 30ml/h até meta calórica ser atingida ou tolerância máxima ser
alcançada (após 3 a 5 dias)
-Atenção para necessidade de suplementação enteral ou parenteral de eletrólitos, minerais e
oligoelementos !!!
Sobotka, 2008
Nutrição Parenteral na DEP:
Indicação:Pacientes com disfunção Gastrointestinal
Meta Inicial:
Oferta calórica: 35Kcal/ Kg/ dia
Oferta Protéica: 1,5g/ Kg/ dia
Aumento gradual
Sobotka, 2008
Monitorização do Tratamento da DEP:
Peso e Balanço Hídrico diários
Avaliação de Sinais e sintomas de déficit e excesso de eletrólitos, vitaminas e elementos-traço
Glicemia
Controle freqüente (diário ou semanal): Uréia, creatinina, eletrólitos (K,P,Mg,Ca) plasmáticos
Necessidades Finais:
Sobotka, 2008
Prevenção e
controle da DEP
• Disponibilidade do alimento
• Redução de infecções
• Educação