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ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS PÚBLICAS

Prof. Dr. Bruno Silva de Moraes Gomes


Metodologia

Exposições dialogadas e participativas, com utilização de


exemplos práticos, debates e exercícios.

ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


27/08/2019 2
PÚBLICAS
Principais Tópicos
• Conceitos e classificações: natureza, esfera, fonte e resultado
primário;
• Receitas tributárias: tipos e incidência;
• Carga Tributária: evolução comparativa e perspectivas;
• Renúncia de receitas: condições, finalidades e projeções;
• Receitas não tributáveis;
• Repartição de receitas e fundos constitucionais;
• Desvinculação das receitas da União;
• Receitas na apuração do resultado primário;
• Projeção de receitas nas leis orçamentárias;
• Receitas da Seguridade Social e receitas vinculadas;
• Receitas por antecipação da receita orçamentária;
• Fases da realização da receita pública;
• A LRF aplicada a receita pública.
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PÚBLICAS
Horários e Avaliações
• O curso possui 21 horas distribuídas em 3 dias (27, 28 e 29 de
agosto);
• Horário 09h às 17h00 (almoço de 12:30 às 13:30)

• Faremos uma bateria de exercícios de fixação a cada término dos


principais tópicos e a leitura de um texto chave.

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PÚBLICAS
Apresentação
• Nome, idade, formação, trabalho.
• Motivação para escolher o curso
• Precisa de alguma especificidade em relação ao tema?

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PÚBLICAS
Aula 1
• Conceitos e classificações: natureza, esfera, fonte e resultado
primário;
• Receitas tributárias: tipos e incidência;
• Receitas na apuração do resultado primário

ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade,
seja pública ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de aplicações
de recursos em determinado período.
Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:
Receita orçamentária efetiva – aquela em que os ingressos de disponibilidade de
recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não
constituem obrigações correspondentes.
Receita orçamentária não efetiva – aquela em que os ingressos de disponibilidades
de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito ou
constituem obrigações correspondentes, como é o caso das operações de crédito.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
Ingressos Extra orçamentários: recursos financeiros de caráter temporário, do
qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a
autorização legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA).
São exemplos de ingressos extra orçamentários: os depósitos em caução, as fianças,
as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária, a emissão de
moeda, e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

Ingressos orçamentários: São disponibilidades de recursos financeiros que


ingressam durante o exercício e que aumentam o saldo financeiro da instituição.
Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, as
receitas orçamentárias são fontes de recursos utilizadas pelo Estado em programas
e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da
sociedade.
Essas receitas pertencem ao Estado, transitam pelo patrimônio do Poder Público e,
via de regra, por força do princípio orçamentário da universalidade, estão previstas
na Lei Orçamentária Anual – LOA.
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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
A classificação da receita orçamentária é de utilização obrigatória para
todos os entes da Federação, sendo facultado seu desdobramento para
atendimento das respectivas peculiaridades. Nesse sentido, as receitas
orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:
a. Natureza;
b. Fonte/Destinação de Recursos; e
c. Indicador de Resultado Primário.

a) Natureza
A codificação dá a possibilidade de associar, de forma imediata, a receita
principal com aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas
e Juros da Dívida Ativa. A associação é efetuada por meio de um código
numérico de 8 dígitos, cujas posições ordinais passam ater o seguinte
significado:
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Aula 1 – Conceitos e
classificações

Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido dos trabalhadores,
aloca-se a receita pública correspondente na natureza de receita código
“1.1.1.3.01.1.1”, segundo esquema abaixo:

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
Categoria Econômica
As receitas orçamentárias são classificadas em “Receitas Correntes” e “Receitas de
Capital”. A codificação correspondente seria:
1- Receitas Correntes
Receitas Orçamentárias Correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro,
aumentam as disponibilidades financeiras do Estado e constituem instrumento para
financiar os objetivos definidos nos programas e ações orçamentários, com vistas a
satisfazer finalidades públicas.
Classificam-se como correntes as receitas provenientes de tributos; de
contribuições; da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração de
atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências
Correntes); por fim, demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores,
nem no conceito de receita de capital (Outras Receitas Correntes).

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
2- Receitas de Capital
Receitas Orçamentárias de Capital são arrecadadas dentro do exercício financeiro,
aumentam as disponibilidades financeiras do Estado e são instrumentos de
financiamento dos programas e ações orçamentários, a fim de se atingirem as
finalidades públicas. Porém, de forma diversa das receitas correntes, as receitas de
capital em geral não provocam efeito sobre o patrimônio líquido.
Receitas de Capital são as provenientes tanto da realização de recursos financeiros
oriundos da constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de bens e direitos,
quanto de recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital.

Obs: Receitas de Operações Intraorçamentárias:


Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da
Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade
social do mesmo ente federativo; por isso, não representam novas entradas de recursos
nos cofres públicos do ente, mas apenas movimentação de receitas entre seus órgãos.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
Origem da Receita
A Origem é o detalhamento das Categorias Econômicas “Receitas Correntes” e
“Receitas de Capital”, com vistas a identificar a procedência das receitas no
momento em que ingressam nos cofres públicos.
Os códigos da Origem para as receitas correntes e de capital são:

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
Origem da Receita
classificações
A codificação abrange o conceito de origem na sequência lógico-temporal na qual
ocorrem naturalmente atos e fatos orçamentários codependentes. Nesse contexto,
considera que a arrecadação das receitas ocorre de forma concatenada e sequencial
no tempo, sendo que, por regra, existem arrecadações inter-relacionadas que
dependem da existência de um fato gerador inicial a partir do qual originam-se
outros fatos:
a. Primeiro, o fato gerador da Receita Orçamentária Propriamente Dita, que ocorre
quando da subsunção do fato, no mundo real, à norma jurídica;
b. Segundo, a obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a Receita
Orçamentária propriamente dita, cujo fato gerador é o decurso do prazo estipulado
por lei para pagamento, sem que isso tenha ocorrido. (Esse fato gerador depende,
fundamentalmente – na origem –, da existência da Receita Orçamentária
propriamente dita);

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
Origem da Receita
classificações
c. Terceiro, a obrigação de pagar a dívida ativa referente à Receita Orçamentária
propriamente dita e às multas e aos juros dessa receita, cujo fato gerador é a
inscrição em dívida ativa, que decorre do transcurso de novo prazo e da
permanência do não pagamento da receita e das multas e juros que lhe são afetos.
d. Quarto, a obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a dívida ativa da
Receita Orçamentária propriamente dita, cujo fato gerador é o decurso do prazo
estipulado por lei para pagamento da dívida ativa, sem que o pagamento tenha
ocorrido.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
Espécie
classificações
É o nível de classificação vinculado à Origem que permite qualificar com maior
detalhe o fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da Origem Contribuições,
identifica-se as espécies “Contribuições Sociais”, “Contribuições Econômicas”,
“Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação
Profissional” e “Contribuição para Custeio de Iluminação Pública”.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
Desdobramentos para Identificação de Peculiaridades da Receita
São reservados 4 dígitos para desdobramentos com o objetivo de identificar as
particularidades de cada receita, caso seja necessário. Assim, esses dígitos podem
ou não ser utilizados, observando-se a necessidade de especificação do recurso.
Quanto às receitas exclusivas de estados, Distrito Federal e municípios, serão
identificadas pelo quarto dígito da codificação, que utilizará o número “8” (Ex.:
1.9.0.8.xx.x.x - Outras Receitas Correntes Exclusivas de Estados e Municípios),
respeitando a estrutura dos três dígitos iniciais. Assim, os demais dígitos (quinto,
sexto e sétimo) serão utilizados para atendimento das peculiaridades e necessidades
gerenciais dos entes.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações
Tipo
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de
identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
“0”, quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou agregadora;
“1”, quando se tratar da arrecadação Principal da receita;
“2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva receita;
“3”, quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva receita; e
“4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da respectiva
receita.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Conceitos e
classificações

ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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Aula 1 – Tipo e incidência
Origens da receita
Tributo

27/08/2019 ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 – Tipo e incidência
Origens da receita
Receita Corrente – Patrimonial
São receitas provenientes da fruição do patrimônio de ente público, como por
exemplo, bens mobiliários e imobiliários ou, ainda, bens intangíveis e participações
societárias. São classificadas no orçamento como receitas correntes e de natureza
patrimonial.
Quanto à procedência, trata-se de receitas originárias. Podemos citar como espécie
de receita patrimonial as concessões e permissões, cessão de direitos, dentre outras.
Receita Corrente – Agropecuária
São receitas correntes, constituindo, também, uma origem de receita específica na
classificação orçamentária.
Quanto à procedência, trata-se de uma receita originária, com o Estado atuando
como empresário, em pé de igualdade como o particular.
Decorrem da exploração econômica, por parte do ente público, de atividades
agropecuárias, tais como a venda de produtos: agrícolas (grãos, tecnologias,
insumos etc.); pecuários (sêmens, técnicas em inseminação, matrizes etc.); para
reflorestamento e etc.
(...) ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS
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PÚBLICAS
Aula 1 – Tipo e incidência
Origens da receita

(...)
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PÚBLICAS
Aula 1 - Receitas na apuração
do resultado primário
Classificação Da Receita Para Apuração Do Resultado Primário
Esta classificação orçamentária da receita não tem caráter obrigatório para todos os
entes e foi instituída para a União com o objetivo de identificar quais são as
receitas e as despesas que compõem o resultado primário do Governo Federal, que
é representado pela diferença entre as receitas primárias e as despesas primárias.

As receitas do Governo Federal podem ser divididas entre primárias e financeiras.


O primeiro grupo refere-se predominantemente a receitas correntes (exceto receitas
de juros) e é composto daquelas que advêm dos tributos, das contribuições sociais,
das concessões, dos dividendos recebidos pela União, da cota-parte das
compensações financeiras, das decorrentes do próprio esforço de arrecadação das
unidades orçamentárias, das provenientes de doações e convênios e outras também
consideradas primárias. Além disso, há receitas de capital primárias, decorrentes da
alienação de bens e transferências de capital.

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PÚBLICAS
Aula 1 - Receitas na apuração
do resultado primário
Classificação Da Receita Para Apuração Do Resultado Primário
Já as receitas financeiras são aquelas que não contribuem para o resultado primário
no exercício financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou
extinguem um direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor privado interno
e/ou externo, alterando concomitantemente o ativo e o passivo financeiros. São
adquiridas junto ao mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da
contratação de operações de crédito por organismos oficiais, das receitas de
aplicações financeiras da União (juros recebidos, por exemplo), das privatizações,
amortização de empréstimos concedidos e outras.

27/08/2019 ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 - Receitas na apuração
do resultado primário
Registro da Receita Orçamentária
O registro da receita orçamentária ocorre no momento da arrecadação, tendo por
objetivo evitar que a execução das despesas orçamentárias ultrapasse a arrecadação
efetiva.
Considerando-se, a título de exemplo, a aprovação de um orçamento de uma
determinada entidade pública e a arrecadação de certa receita, os registros
contábeis sob a ótica do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público seriam os
seguintes:
a. Registro da previsão da receita no momento da aprovação da Lei Orçamentária:
Natureza da informação: orçamentária
D 5.2.1.1.x.xx.xx Previsão Inicial da Receita
C 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar
b. Registro da arrecadação da receita durante a execução do orçamento:
Natureza da informação: orçamentária
D 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar
C 6.2.1.2.x.xx.xx Receita Realizada
Natureza da informação: controle
D 7.2.1.1.x.xx.xx Controle da Disponibilidade de Recursos
C 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
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PÚBLICAS
Aula 1 - Receitas na apuração
do resultado primário
Registro da Receita Orçamentária
Não devem ser reconhecidos como receita orçamentária os recursos financeiros
oriundos de:
a. Superávit Financeiro – a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as
operações de créditos neles vinculadas. Portanto, trata-se de saldo financeiro e não
de nova receita a ser registrada. O superávit financeiro pode ser utilizado como
fonte para abertura de créditos suplementares e especiais;
b. Cancelamento de Despesas Inscritas em Restos a Pagar – consiste na baixa da
obrigação constituída em exercícios anteriores, portanto, trata-se de
restabelecimento de saldo de disponibilidade comprometida, originária de receitas
arrecadadas em exercícios anteriores e não de uma nova receita a ser registrada. O
cancelamento de restos a pagar não se confunde com o recebimento de recursos
provenientes do ressarcimento ou da restituição de despesas pagas em exercícios
anteriores que devem ser reconhecidos como receita orçamentária do exercício.

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PÚBLICAS
Aula 1 - Fases da realização
da receita pública
Etapas da receita Orçamentária
As etapas da receita orçamentária podem ser resumidas em: previsão, lançamento,
arrecadação e recolhimento.

Previsão
Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei
Orçamentária Anual (LOA), resultante de metodologias de projeção usualmente
adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF). A previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas
orçamentárias que constarão na proposta orçamentária.
Lançamento
ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. É o procedimento
administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo
devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da
penalidade cabível.
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PÚBLICAS
Aula 1 - Fases da realização
da receita pública
Etapas da receita Orçamentária
Arrecadação
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou
devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras
autorizadas pelo ente.
Recolhimento
É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro,
responsável pela administração e controle da arrecadação e programação
financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa.

Obs: Há de se observar, contudo, que nem todas as etapas apresentadas ocorrem para todos
os tipos de receitas orçamentárias. Como exemplo, apresenta-se o caso da arrecadação de
receitas orçamentárias que não foram previstas, não tendo, naturalmente, passado pela etapa
da previsão. Da mesma forma, algumas receitas orçamentárias não passam pelo estágio do
lançamento, como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes públicos.

27/08/2019 ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 - Fases da realização
da receita pública
Etapas da receita Orçamentária

27/08/2019 ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 - Fases da realização
da receita pública
Deduções da Receita Orçamentária
O critério geral utilizado para registro da receita orçamentária é o do ingresso de
disponibilidades. No âmbito da administração pública, a dedução de receita
orçamentária é utilizada nas seguintes situações, entre outras:
a. Recursos que o ente tenha a competência de arrecadar, mas que pertencem a
outro ente, de acordo com a lei vigente (se não houver a previsão como despesa); e
b. Restituição de tributos recebidos a maior ou indevidamente. Se a receita
arrecadada possuir parcelas destinadas a outros entes (repartição tributária), a
transferência poderá ser registrada como dedução de receita ou como despesa
orçamentária, de acordo com a legislação em vigor.

27/08/2019 ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 – Questões de
Fixação
1) O que é Orçamento da receita?
2) O que são tributos? Diferencie impostos, taxas e contribuições
3) Explique as etapas das receitas orçamentárias
4) Discorra sobre os estágios do planejamento e da execução da receita

ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


27/08/2019 PÚBLICAS 31
Aula 1 – Questões de
Fixação
1) O que é Orçamento da receita?

• Para atender às necessidades da sociedade, o governo precisa prestar


serviços e realizar obras - o que exige gastos. Receita pública é o dinheiro
que o governo dispõe para manter sua estrutura e oferecer bens e serviços à
sociedade, como hospitais, escolas, iluminação, saneamento, etc. Para poder
fazer isso, o governo precisa arrecadar dinheiro e faz isso de diversas
maneiras. Essa arrecadação vem de impostos, de aluguéis e venda de bens,
prestação de alguns serviços, venda de títulos do Tesouro Nacional,
recebimento de indenizações.
• Assim como na despesa, o governo organiza o orçamento da receita, para
saber quanto recebe de cada uma dessas fontes, por meio da classificação da
receita. E também como nas despesas, o processo de obtenção de receitas é
organizado em fases, que ajudam a planejar e monitorar sua execução

ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


27/08/2019 PÚBLICAS 32
Aula 1 – Questões de
Fixação
2) O que são tributos? Diferencie impostos, taxas e contribuições

ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


27/08/2019 PÚBLICAS 33
Aula 1 – Questões de
Fixação
3) Explique as etapas das receitas orçamentárias

As etapas da receita orçamentária podem ser resumidas em: previsão, lançamento,


arrecadação e recolhimento.
Previsão
Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei
Orçamentária Anual (LOA), resultante de metodologias de projeção usualmente
adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF). A previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas
orçamentárias que constarão na proposta orçamentária.
Lançamento
ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. É o procedimento
administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo
devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da
penalidade cabível. ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS
27/08/2019 PÚBLICAS 34
Aula 1 – Questões de
Fixação
3) Explique as etapas das receitas orçamentárias

Arrecadação
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou
devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras
autorizadas pelo ente.
Recolhimento
É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro,
responsável pela administração e controle da arrecadação e programação
financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa.

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27/08/2019 PÚBLICAS 35
Aula 1 – Questões de
Fixação
4) Discorra sobre os estágios do planejamento e da execução da receita

Arrecadação
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou
devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras
autorizadas pelo ente.
Recolhimento
É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro,
responsável pela administração e controle da arrecadação e programação
financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa.

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27/08/2019 PÚBLICAS 36
Aula 1 – Questões Aplicadas
Questão 1
Em janeiro de 2019, uma determinada entidade pública arrecadou receitas no valor
de R$ 763.500,00 com Valores Mobiliários e no valor de R$ 1.340.000,00
com Exploração de Recursos Naturais. Assim, de acordo com o Ementário da
Receita, as receitas arrecadadas em janeiro de 2019 devem ser classificadas quanto
à origem, respectivamente, como
•A Receita de Capital e Receita Corrente.
•B Receita Corrente e Receita Corrente.
•C Outras Receitas de Capital e Outras Receitas Correntes.
•D Receita Patrimonial e Receita Agropecuária.
•E Receita Patrimonial e Receita Patrimonial.

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27/08/2019 PÚBLICAS 37
Aula 1 - Questões
Questão 1
Em janeiro de 2019, uma determinada entidade pública arrecadou receitas no valor
de R$ 763.500,00 com Valores Mobiliários e no valor de R$ 1.340.000,00
com Exploração de Recursos Naturais. Assim, de acordo com o Ementário da
Receita, as receitas arrecadadas em janeiro de 2019 devem ser classificadas quanto
à origem, respectivamente, como
•A Receita de Capital e Receita Corrente.
•B Receita Corrente e Receita Corrente.
•C Outras Receitas de Capital e Outras Receitas Correntes.
•D Receita Patrimonial e Receita Agropecuária.
•E Receita Patrimonial e Receita Patrimonial.

Categoria Econômica: 1. Receitas Correntes


Origem: 1.3. Receita Patrimonial
Espécie: 1.3.2. Valores Mobiliários
Espécie: 1.3.4. Exploração de Recursos Naturais

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PÚBLICAS
Aula 1 - Questões
Questão 2
De acordo com o Ementário da Natureza de Receita, a receita arrecadada em
fevereiro de 2019 no valor de R$ 1.250.000,00 com Contribuição de Melhoria para
Expansão de Rede de Iluminação Pública Rural deve ser classificada, quanto à
•A espécie, como Contribuição de Melhoria.
•B origem, como Contribuições.
•C origem, como Contribuição de Melhoria.
•D espécie, como Receitas Correntes.
•E categoria econômica, como Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria.

27/08/2019 ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 - Questões
Questão 2
De acordo com o Ementário da Natureza de Receita, a receita arrecadada em
fevereiro de 2019 no valor de R$ 1.250.000,00 com Contribuição de Melhoria para
Expansão de Rede de Iluminação Pública Rural deve ser classificada, quanto à
•A espécie, como Contribuição de Melhoria.
•B origem, como Contribuições.
•C origem, como Contribuição de Melhoria.
•D espécie, como Receitas Correntes.
•E categoria econômica, como Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria.

Categoria econômica = Receitas correntes;


Origem = Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria;
Espécie = Contribuições de melhoria.

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PÚBLICAS
Aula 1 - Questões
Questão 3
De acordo com a classificação econômica estabelecida na Lei n.º 4.320/1964,
assinale a opção correta.
•A As receitas patrimoniais são receitas correntes, e as de amortização de
empréstimos e as de serviços são de capital.
•B As receitas patrimoniais e as de amortização de empréstimos são receitas de
capital, e as de serviços são correntes.
•C As receitas de amortização de empréstimos e as patrimoniais são receitas
correntes, e as de serviços são de capital.
•D As receitas patrimoniais e as de serviços são receitas de capital, e as de
amortização de empréstimos são correntes.
•E As receitas de amortização de empréstimos são receitas de capital, e as
patrimoniais e as de serviços são correntes.

27/08/2019 ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS


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PÚBLICAS
Aula 1 - Questões
Questão 3
De acordo com a classificação econômica estabelecida na Lei n.º 4.320/1964,
assinale a opção correta.
•A As receitas patrimoniais são receitas correntes, e as de amortização de
empréstimos e as de serviços são de capital.
•B As receitas patrimoniais e as de amortização de empréstimos são receitas de
capital, e as de serviços são correntes.
•C As receitas de amortização de empréstimos e as patrimoniais são receitas
correntes, e as de serviços são de capital.
•D As receitas patrimoniais e as de serviços são receitas de capital, e as de
amortização de empréstimos são correntes.
•E As receitas de amortização de empréstimos são receitas de capital, e as
patrimoniais e as de serviços são correntes.

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PÚBLICAS
Aula 1 - Questões
Questão 3

Receitas correntes: classificam-se nessa categoria aquelas receitas oriundas do


poder impositivo do Estado – tributária e de contribuições; da exploração de seu
patrimônio – patrimonial; da exploração de atividades econômicas – agropecuária,
industrial e de serviços; as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras
pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em despesas correntes – transferências correntes; e as demais receitas
que não se enquadram nos itens anteriores – outras receitas correntes.

Receitas de capital: são as provenientes da realização de recursos financeiros


oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos;
os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a
atender despesas classificáveis em despesas de capital e, ainda, o superávit do
orçamento corrente.

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PÚBLICAS
Aula 1 - Questões
Questão 4
Dentro do Orçamento da União, as Receitas classificadas como Patrimoniais são
provenientes:
•A da prestação de serviços por parte do ente público.
•B do recebimento de recursos orçamentários de outras pessoas de direito público.
•C da alienação de bens imóveis pertencente ao ente público.
•D de ingresso financeiro proveniente da amortização de financiamento.
•E da fruição de patrimônio pertencente ao ente público.

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Questão 4
Dentro do Orçamento da União, as Receitas classificadas como Patrimoniais são
provenientes:
•A da prestação de serviços por parte do ente público.
•B do recebimento de recursos orçamentários de outras pessoas de direito público.
•C da alienação de bens imóveis pertencente ao ente público.
•D de ingresso financeiro proveniente da amortização de financiamento.
•E da fruição de patrimônio pertencente ao ente público.

Receita Patrimonial: são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente


público, tais como as decorrentes de aluguéis, dividendos, compensações
financeiras/royalties, concessões, entre outras.
A) Receita corrente - Serviços.
B) Receita corrente ou capital (a depender da destinação) - Transferências.
C) Receita de capital - Alienação.
D) Receita de capital - Amortização

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Questão 5
Impostos e contribuições são espécies tributárias de receitas cuja finalidade é obter recursos
financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. A respeito do
tratamento contábil aplicável aos impostos e contribuições, julgue o item subsecutivo.

Caso um ente público apure um crédito decorrente de recolhimento indevido de


contribuições previdenciárias, o reconhecimento desse crédito deverá acontecer no mesmo
exercício financeiro do pagamento do valor pago indevidamente.

Certo
Errado

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Aula 1 - Questões
Questão 5
Impostos e contribuições são espécies tributárias de receitas cuja finalidade é obter recursos
financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. A respeito do
tratamento contábil aplicável aos impostos e contribuições, julgue o item subsecutivo.
Caso um ente público apure um crédito decorrente de recolhimento indevido de
contribuições previdenciárias, o reconhecimento desse crédito deverá acontecer no mesmo
exercício financeiro do pagamento do valor pago indevidamente.
Certo
Errado

De acordo com a 8.ª edição do MCASP, p. 139, nos casos em que determinada entidade
governamental, integrante do orçamento fiscal e da seguridade social (OFSS) de um ente
público, apura a existência de um crédito decorrente de recolhimento a maior ou indevido de
contribuições previdenciárias, o reconhecimento do crédito deve acontecer no mesmo
exercício financeiro do pagamento a maior, e realização da compensação no exercício
seguinte. Nesse caso, não há receita, mas estorno de despesa e reconhecimento do ativo
financeiro, não na forma de caixa, mas de crédito.

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Questão 6
A categoria econômica e a origem da receita de Concessões e Permissões são:
•A Corrente – Tributária.
•B Corrente – Transferências Correntes.
•C Corrente – Patrimonial.
•D Capital – Operações de Crédito.
•E Capital – Outras Receitas.
Alugueis, Juros de título de renda, Dividendo recebidos da Petrobrás, Laudênios,
Arrecadamentos, Foros, Juros aplicação financeira.
Receita Patrimonial: é o ingresso proveniente da fruição do patrimônio, seja decorrente de
bens imobiliários ou mobiliários, ou seja, de participação societária
- Receitas Imobiliárias: são provenientes da utilização, por terceiros, de bens imóveis
pertencentes ao setor público.
- Receitas de Valores Mobiliários: registra o valor da arrecadação de receitas decorrentes de
valores mobiliários.
- Receitas de Concessões e Permissões: registra o valor da arrecadação de receitas
originadas da concessão ou permissão ao particular do direito de exploração de serviços
públicos, os quais estão sujeitos ao controle, fiscalização e regulação do poder público.
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Aula 1 - Questões

Questão 7
Os recursos recebidos por entidades públicas decorrentes de royalties pelo uso de
ativos de longo prazo dessas entidades podem ser classificados como receita:
•A derivada;
•B de contribuições;
•C extraorçamentária;
•D com contraprestação;
•E de transferências correntes.
Segundo o MCASP 8:
Receita de Transação com Contraprestação:
É aquela em que a entidade recebe ativos ou serviços ou tem passivos extintos e
entrega valor aproximadamente igual em troca, prioritariamente sob a forma de
dinheiro, bens, serviços ou uso de ativos. Tais como as originadas da prestação de
serviços, da venda de bens e do uso de ativos por terceiros (geradores de
juros, royalties e dividendos ou distribuições assemelhadas).

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Aula 1 - Questões

Questão 8
É classificada como uma receita de capital aquela que decorre
•A da multa e de juros de mora cobrados sobre a Dívida Ativa do ente público.
•B de dividendos pagos por empresas nas quais o ente da federação tiver a
maioria do capital social votante.
•C das contribuições de melhoria cobradas pelo ente público.
•D da alienação de imóveis de propriedade do ente público.
•E de cauções recebidas como garantia do cumprimento de contratos celebrados
com o ente público.

RECEITAS DE CAPITAL:
Amortização de empréstimos, outras receitas de capital, transferencias de capital, operação
de credito, alienação de bens

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Aula 1 - Questões
Questão 9
Com relação à receita pública, assinale a opção correta.
•A São receitas de capital os recursos financeiros recebidos por ente público para custear
despesas com pessoal, com serviços de terceiros ou com material de consumo.
•B Um dos estágios da receita pública é o recolhimento, que consiste na entrega dos recursos
devidos pelos contribuintes ou devedores ao Tesouro Nacional.
•C A classificação da receita pública por fonte de recursos indica a origem do recurso
segundo o seu fato gerador, quer seja recurso do Tesouro Nacional, quer de outras fontes.
•D As dívidas da União dividem-se em dívidas ativas e dívidas passivas, conforme a etapa
da execução orçamentária em que se encontre o pagamento da obrigação da União.
•E A receita pública origina-se tanto da exploração de patrimônio de pessoa jurídica de
direito público quanto do poder do Estado de exigir prestações pecuniárias dos cidadãos.

Quanto a obrigatoriedade as receitas podem ser:


Originárias: Provém do patrimônio do Estado
Derivadas: (coercitivo) Oriundas da autoridade - Taxas

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Questão 10
Aula 1 - Questões
Entende-se por estágios da receita orçamentária cada passo identificado que evidencia o ingresso
da receita no caixa do governo. Afirma-se que os estágios da receita pública representam as fases
percorridas pela receita na execução orçamentária. Com referência aos estágios da receita
orçamentária, assinale a afirmativa INCORRETA.
•A Declaração, momento em que o contribuinte declara o quanto auferiu de renda e o Estado
calcula o valor devido.
•B Previsão representa a estimativa do que se espera arrecadar durante o exercício e que consta
da Lei Orçamentária Anual (LOA).
•C Recolhimento é o ato pelo qual os agentes arrecadadores entregam diretamente ao tesouro
público o produto da arrecadação.
•D Lançamento é o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
•E Arrecadação é o momento em que os contribuintes comparecem perante os agentes
arrecadadores, devidamente credenciados e contratados, e paga suas obrigações para com o
Estado.
A Declaração, de fato, não é uma etapa da Receita (Lançamento-Arrecadação-Recolhimento), mas é
uma espécie de Lançamento. Vejamos:
Existem três espécies de lançamento:
De ofício, efetuado pela Administração sem a participação do contribuinte (ex.: IPVA, IPTU);
Por declaração, quando o sujeito passivo presta à autoridade administrativa competente, as informações
necessárias ao lançamento (ex.: ITR, IRPF);
Por homologação, que ocorre quando o sujeito passivo antecipa o pagamento sem prévio exame da
autoridade ESTRUTURA
administrativa competente (ex.:
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ICMS). 52
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evolução comparativa e
perspectivas
Um breve Histórico
A República brasileira herdou do Império boa parte da estrutura tributária que
esteve em vigor até a década de 30. Sendo a economia eminentemente agrícola
e extremamente aberta, a principal fonte de receitas públicas durante o Império
era o comércio exterior, particularmente o imposto de importação que, em
alguns exercícios, chegou a corresponder a cerca de 2/3 da receita pública. Às
vésperas da proclamação da República, este imposto era responsável por
aproximadamente metade da receita total do governo.
A Constituição de 1891 adotou, sem maiores modificações, a composição do
sistema tributário existente ao final do Império. Porém, tendo em vista a
adoção do regime federativo, era necessário dotar os estados e municípios de
receitas que lhes permitissem a autonomia financeira. Foi adotado o regime de
separação de fontes tributárias, sendo discriminados os impostos de
competência exclusiva da União e dos estados.

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evolução comparativa e
perspectivas
Um breve Histórico
Com a constituição de 1934, os estados passaram a ter competência para
instituir impostos de vendas e consignações, e os municípios passaram a
decretar tributos. A constituição de 1946 trouxe poucas mudanças ao Sistema
Tributário Nacional (STN), sendo realizada uma redistribuição das
arrecadações entre União, Estados e Municípios e criados dois novos impostos:
imposto sobre selo municipal e o imposto de indústrias e profissões.
Durante todo o período anterior à Constituição de 1934, o imposto de
importação manteve-se como a principal fonte de receita da União. Até o início
da Primeira Guerra Mundial, ele foi responsável por cerca de metade da receita
total da União, enquanto o imposto de consumo correspondia a
aproximadamente 10% da mesma. A redução dos fluxos de comércio exterior
devido ao conflito obrigou o governo a buscar receita através da tributação de
bases domésticas.
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evolução comparativa e
perspectivas
Um breve Histórico
Cresceu então a importância relativa do imposto de consumo e dos diversos
impostos sobre rendimentos, tanto devido ao crescimento da receita destes
impostos - definitivo no primeiro caso e temporário no segundo - como à
redução da arrecadação do imposto de importação.
Em relação à Constituição de 1946 modificou profundamente a discriminação
de renda entre as esferas do governo, o que acabou por institucionalizar um
sistema de transferências de impostos.
A intenção da Constituição de 1946 de reforçar as finanças municipais não se
transformou em realidade por diversos motivos:

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evolução comparativa e
perspectivas
Um breve Histórico
A intenção da Constituição de 1946 de reforçar as finanças municipais não se
transformou em realidade por diversos motivos:
1) a maioria dos estados jamais transferiu para os municípios os 30% do
excesso de arrecadação;
2) as cotas de IR só começaram a ser distribuídas em 1948 e eram calculadas
em um ano, com base na arrecadação do período anterior, para distribuição no
ano seguinte; em consequência, os municípios recebiam cotas cujo valor real já
fora corroído pela inflação.
3) estas cotas (e, mais tarde, as do imposto de consumo) eram distribuídas
igualmente entre os municípios, o que gerou, através de desmembramentos, um
rápido crescimento do número dos mesmos. Os 1.669 municípios existentes em
1945 transformaram-se em 3.924 em 1966.

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Um breve Histórico
perspectivas
Muitas das novas unidades passaram a depender quase que exclusivamente das
transferências da União, cujo valor real diminuía à medida que crescia o
número de municípios.
Finalmente, a aceleração da inflação na segunda metade da década de 50 e
principalmente no início da década de 60 prejudicou a receita dos impostos
predial e territorial urbano que dependem da ação da administração fiscal no
sentido de reavaliar o valor dos imóveis. A participação destes impostos na
receita tributária municipal, que era da ordem de 33% em 1960, reduz-se para
cerca de 20% em 1966.
A constituição de 1967 teve por base a reforma tributária da década de 1966.
Essa reforma acarretou o aumento da carga tributária, a instituição de novos
tributos e a grande concentração de recursos para a União, prejudicando
estados e municípios que se tornaram dependentes de transferências de
recursos. ESTRUTURA ORÇAMENTÁRIA: RECEITAS
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perspectivas
A partir da década de 50, o governo brasileiro comandou um esforço de
desenvolvimento industrial, criando o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDE) em 1952 e buscando atrair capital estrangeiro para o país,
através de favores financeiros e cambiais e pela transformação do imposto de
importação, àquela altura com participação desprezível no financiamento dos
gastos públicos, em instrumento de proteção à indústria doméstica.
Em 1959, com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene) tem início o apoio sistemático ao desenvolvimento regional. O apoio
à industrialização e ao desenvolvimento regional gerou um crescimento das
despesas que não pode ser acompanhado pelo das receitas. Assim, a despesa do
Tesouro Nacional, ao redor de 8% do PIB no final da década de 40, elevou-se
para 11% a partir de 1957 e, no início dos anos 60, atingiu a marca dos 13% do
PIB. Nessa época, o sistema tributário mostrava insuficiência até mesmo para
manter a carga tributária que vinha conseguindo gerar na década de 50.
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Como as despesas continuaram a crescer aceleradamente, o déficit do Tesouro
ultrapassou, em 1962 e 1963, a marca dos 4% do PIB. Não existindo uma
estrutura institucional que possibilitasse o seu financiamento por meio de
endividamento público, o déficit foi coberto quase que totalmente através de
emissões. A taxa de inflação anual, que era da ordem de 12% em 1950 e já
atingia 29% em 1960, elevou-se rapidamente para 37 e 52% nos anos seguintes
e saltou para 74% em 1963.
No final de 1963, foi criada a Comissão de Reforma do Ministério da Fazenda
com a tarefa de reorganizar e modernizar a administração fiscal federal.
Previa-se que os fatos e informações analisados levariam a uma expansão das
tarefas e até à revisão global do sistema tributário, o que de fato ocorreu.

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Um novo sistema tributário foi paulatinamente implantado entre 1964 e 1966,
concedendo-se prioridade para as medidas que, de um lado, contribuíssem de
imediato para a reabilitação das finanças federais e, de outro, atendessem de
forma mais urgente os reclamos de alívio tributário dos setores empresariais,
que constituíam a base política de sustentação do regime: a administração
fazendária federal foi reorganizada; o IR sofreu revisões que resultaram em
vigoroso crescimento de sua arrecadação; e o imposto de consumo foi
reformulado dando origem ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
com resultado semelhante.

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A Emenda Constitucional nº 18/65 que, com algumas alterações, incorporou-se
ao texto da Constituição de 30 de janeiro de 1967 e o Código Tributário (Lei nº
5.172, de 25 de outubro de 1966) são os documentos legais que marcam o fim
dos trabalhos desta reforma. Além de bem-sucedida quanto ao objetivo de
reabilitar rapidamente as finanças federais - a receita do Tesouro Nacional, que
atingira o mínimo de 8,6% do PIB em 1962, recuperou-se e, em 1965, já
chegava aos 12% -, a reforma da década de 60 teve os méritos de ousar
eliminar os impostos cumulativos, adotando, em substituição, o imposto sobre
o valor adicionado - hoje de uso generalizado na Europa e na América Latina,
mas, na época, em vigor apenas na França -, e de, pela primeira vez no Brasil,
conceber um sistema tributário que era, de fato, um sistema – e não apenas um
conjunto de fontes de arrecadação -- com objetivos econômicos, ou, mais
precisamente, que era instrumento da estratégia de crescimento acelerado
traçada pelos detentores do poder.

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perspectivas
Assim, o objetivo fundamental do sistema tributário foi elevar o nível de
esforço fiscal da sociedade de modo que não só se alcançasse o equilíbrio
orçamentário como se dispusesse de recursos que pudessem ser dispensados,
através de incentivos fiscais à acumulação de capital, para impulsionar o
processo de crescimento econômico. Ao privilegiar o estímulo ao crescimento
acelerado e à acumulação privada -- e, portanto, os detentores da riqueza -- a
reforma praticamente desprezou o objetivo de equidade.
A Constituição de 88 ampliou o grau de autonomia fiscal dos estados e
municípios, resultado de diversas alterações na tributação até então vigente:
atribuindo competência a cada um dos estados para fixar autonomamente as
alíquotas do seu principal imposto, o ICMS (imposto sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação).

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A perda de recursos disponíveis da União, resultante do aumento das
transferências e da eliminação de cinco impostos, cujas bases foram
incorporadas à do ICM para formar o campo de incidência do ICMS,
requereria ajustes, o mais óbvio dos quais -- e compatível com o objetivo de
fortalecer a Federação -- é a descentralização de encargos. Como esta não pode
ocorrer instantaneamente, o projeto de sistema tributário da Comissão do
Sistema Tributário, Orçamento e Finanças da Assembleia Nacional
Constituinte continha uma disposição transitória que criava um fundo para
garantir recursos adicionais aos estados e municípios durante o período de
transição, com o objetivo de organizar o processo de descentralização e
assegurar a continuidade dos serviços nele incluídos.

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Em suma, a Constituição de 1988, além de consolidar uma situação de
desequilíbrio do setor público, concentrou a insuficiência de recursos na União
e não proveu os meios, legais e financeiros, para que houvesse um processo
ordenado de descentralização dos encargos. Por isso, tão logo ela foi
promulgada, já se reclamava nova reforma do Estado brasileiro. Verifica-se
que, após 1989 -- ano em que, além da natural dificuldade de transição para um
novo sistema tributário, a arrecadação foi prejudicada pela vigorosa aceleração
da inflação --, a carga tributária tem superado os níveis alcançados nas décadas
anteriores. O nível anormalmente alto observado em 1990 (29,6%) é explicado
pelo Plano Collor que, mediante medidas excepcionais e de curta duração,
possibilitou um aumento temporário da receita federal e, pelo seu impacto
sobre o nível da inflação, permitiu melhor desempenho da arrecadação nas três
esferas de governo, via redução do efeito Tanzi.

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perspectivas
Portanto, a reação do governo federal à nova ordem tributária instituída a partir
da Constituição de 1988 ocasionou uma queda na qualidade do sistema
tributário sem, contudo, acarretar um equacionamento definitivo de seu
desequilíbrio financeiro e fiscal. Como parte da reação, foi gerado um processo
acentuado de descentralização: os governos subnacionais responderam, em
1991, por 56% do consumo corrente e 75% da formação bruta de capital fixo
do setor público.
Todavia, tal processo não foi decorrente de uma política deliberada, mas
apenas consequência da adoção de políticas restritivas visando ao controle do
déficit. Faltou, assim, um plano de descentralização previamente negociado
com os governos subnacionais, que desse um ordenamento mínimo ao
processo. A ação do governo federal nas áreas sociais ficou ainda mais
comprometida do que já estava, enquanto o fortalecimento financeiro dos
estados e municípios, apesar de significativo, tem sido insuficiente para
atender às ampliadas demandas sociais.
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evolução comparativa e
Um breve Histórico
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Além de pôr em risco a relativa estabilidade da economia, o desequilíbrio das
contas do governo provoca a insuficiência, em qualidade e quantidade, dos
serviços públicos, que avilta ainda mais a qualidade de vida dos mais pobres, e
as frequentes alterações introduzidas no sistema tributário com o objetivo de
aumentar a receita, que não raro pioram a sua qualidade e perturbam o
funcionamento dos mercados. Assim, a disfunção do Estado rapidamente
contamina toda a sociedade. Esta é claramente a situação atual do país, daí
decorrendo a necessidade e urgência de nova reforma do Estado, inclusive da
tributação que o financia.

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Problemas atuais do Sistema Tributário Brasileiro
a) Excesso de burocracia: segundo o relatório de 2017 do grupo Doing
Business, do Banco Mundial, o Brasil é o país campeão em horas demandadas
para a apuração dos tributos, consumindo, em média, 2.038 horas por ano das
empresas nacionais, com o preenchimento de formulários, registros em livros
contábeis, assessorias e etc. No Chile, gasta-se 316 horas para a mesma
finalidade. Na Bolívia, gastam-se 1080 horas. Isso acontece em virtude da
complexidade da legislação tributária brasileira. Apenas o ICMS possui 27
legislações diferentes, uma para cada unidade da Federação. Portando, uma
nova empresa que deseja atuar no mercado interno deve se submeter à todas
essas legislações, que foram criadas de forma desarmônica.
Essa complexidade acaba por incentivar a informalidade, a sonegação de
impostos, um aumento dos custos de transação e o “peso-morto” dos impostos,
reduzindo a eficiência econômica do sistema tributário como um todo.

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perspectivas
Problemas atuais do Sistema Tributário Brasileiro
b) Regressividade: de acordo com Pintos-Payeras (2010), o peso elevado de
tributos indiretos faz com que a carga tributária seja altamente regressiva. Ou
seja, os mais pobres é que arcam com o maior peso dos impostos e os mais
ricos, proporcionalmente falando, não sentem tanto o impacto tributário.
Assim, o sistema tributário acaba por contribuir de forma direta com a
disparidade de renda que se observa no país.

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perspectivas
Problemas atuais do Sistema Tributário Brasileiro
c) Tributação sobre setores errados: de acordo com Baratto (2006), a maioria
dos países não tributa (ou tributa pouco) produtos que geram elevado bem-
estar, como alimentos e remédios. Igualmente, os investimentos e as
exportações costumam ter tratamento privilegiado, pois contribuem para o
desenvolvimento econômico do país.
No Brasil, esses setores estratégicos são taxados, pois a autoridade para taxar a
produção pertence parcialmente aos estados (através do ICMS), provocando
um problema de “estratégia dos recursos comuns”.
As exportações constituem um caso mais complexo ainda. Legalmente, elas
deveriam ser isentas, mas isto não acontece devido a um imbróglio no sistema
tributário. Devido à desarmonia entre as regras do comércio interno e do
comércio internacional, os estados perdem arrecadação quando empresas
sediadas em seu território exportam, o que os desestimula a pagar os devidos
créditos tributários aos exportadores e mesmo a apoiar a exportação
(JUNQUEIRA, 2015).
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Problemas atuais do Sistema Tributário Brasileiro
d) Desoneração sobre setores errados (guerra fiscal): os estados usam reduções
(descontos) tributárias na tentativa de se atrair mais investimentos, o que
comumente é chamado de “guerra fiscal”. Grande parte da literatura
econômica vê esse fenômeno de uma forma negativa, pois ele significaria uma
desoneração tributária “errada” (Arbix, 2002). A guerra fiscal acaba com a
“neutralidade” do sistema tributário, induzindo a uma alocação ineficiente dos
investimentos no território. Além disso, os empresários não sabem se, ao
instalar uma empresa, seus concorrentes receberão algum incentivo fiscal,
criando uma concorrência assimétrica. Esta insegurança jurídica é um
desestímulo ao investimento, prejudicando o aumento da capacidade produtiva.
Appy destaca ainda, que a proposta de reforma tributária trazia por ele, e que
será abordada posteriormente neste trabalho, possui hoje apoio da maioria dos
estados da federação. Segundo ele, um dos estados mais resistentes à essa
possibilidade de mudança é o estado do Amazonas, em virtude dos benefícios
tributários da Zona Franca de Manaus.
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evolução comparativa e
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Problemas atuais do Sistema Tributário Brasileiro
De acordo com Junqueira (2015), os especialistas em tributação recomendam
limites à autonomia dos governos estaduais para tributar, bem como que o
imposto sobre consumo seja tributado no destino das mercadorias, e não na
origem. Também propõem a unificação de tributos federais e estaduais sobreo
o consumo, com a criação de um imposto nacional sobre valor agregado.
Isso abriria espaço para a desoneração dos setores “corretos”, como
investimentos, exportações e produtos de consumo popular. Também
diminuiria a burocracia para as empresas e fecharia brechas para a sonegação.
A desoneração sobre setores incorretos, via guerra fiscal, seria coibida e
substituída por uma política unificada de desenvolvimento regional. Algumas
das propostas que serão abordadas no próximo tópico deste trabalho, já
abarcam grande parte dessas mudanças tidas como necessárias para a literatura
econômica.

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evolução comparativa e
perspectivas
Problemas atuais do Sistema Tributário Brasileiro
Outra questão relevante no debate das reformas tributárias é em relação a elevada
carga tributária que o país tem instituído aos seus contribuintes. Apesar da
estabilização decorrente do Plano Real ter proporcionado uma considerável
elevação da receita pública, as enormes carências sociais do país e sua frágil
situação fiscal dentre outros fatores, apontam uma necessidade de reformas.
Ao contrário dos tributos sobre o comercio exterior, salta aos olhos a baixa
participação na arrecadação total da tributação sobre o patrimônio e, sobretudo, a
renda, o que exprime uma preferência da União por tributos que sejam de mais
fácil arrecadação, como os que utilizam o faturamento como base impositiva. Tais
tributos, ainda que de pior qualidade, possuem elevada produtividade fiscal,
especialmente em contextos inflacionários. Note-se também que suas arrecadações
não são partilhadas com as unidades subnacionais, o que é outro motivo para a
preferência (AFONSO, 1988).

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PÚBLICAS
Aula 1 - Carga Tributária:
evolução comparativa e
perspectivas

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Aula 1 - Carga Tributária:
evolução comparativa e
perspectivas

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Aula 1 - Carga Tributária:
evolução comparativa e
perspectivas

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Aula 1 - Carga Tributária:
evolução comparativa e
perspectivas

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PÚBLICAS
Aula 1 - Carga Tributária:
evolução comparativa e
perspectivas
Como se observa no quadro, a carga tributária brasileira correspondeu, em
2017, a 32,36% do PIB, valor considerado alto para os padrões da américa
latina e para os padrões mundiais. Um detalhe que chama bastante atenção é o
volume da arrecadação de tributos que incidem sobre o consumo, como o
ICMS, demonstrando valores bastante superiores à tributação na renda de
pessoa física, por exemplo. Percebe-se também uma grande tributação na renda
da pessoa jurídica, através do IRPJ, em relação à pessoa física. A arrecadação
dos municípios é bastante menor comparada com a dos estados.

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PÚBLICAS
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Aula 1 – Principais Impostos
Tributos federais
II – Imposto sobre Importação.
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras. Incide sobre empréstimos,
financiamentos e outras operações financeiras, e sobre ações.
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. Cobrado das indústrias.
IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física.
IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Incide sobre o lucro das
empresas.
ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural.
Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Incide sobre
petróleo e gás natural e seus derivados, e sobre álcool combustível.
Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Cobrado
das empresas.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Principais Impostos
Tributos federais
CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. É
descontada a cada entrada e saída de dinheiro das contas bancárias.
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Percentual do salário de
cada trabalhador com carteira assinada depositado pela empresa.
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Percentual do salário de cada
empregado cobrado da empresa (cerca de 28% – varia segundo o ramo de
atuação) e do trabalhador (8%) para assistência à saúde.
PIS/Pasep – Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio
do Servidor Público. Cobrado das empresas.

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PÚBLICAS
Aula 1 – Principais Impostos
Impostos estaduais
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Incide também sobre o
transporte interestadual e intermunicipal e telefonia.
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.
ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Incide sobre
herança.

Impostos municipais
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana.
ISS – Imposto Sobre Serviços. Cobrado das empresas.
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos. Incide sobre a
mudança de propriedade de imóveis.

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PÚBLICAS
Aula 1 - Questões
Questão Final
Diante do cenário apresentado em sala de aula comente:
a) Sobre processo histórico da Consolidação do nosso atual Sistema Tributário
b) A função distributiva de riqueza do Estado nas forma de incidência dos seus
impostos
c) A guerra fiscal
d) A inadimplência
e) Os bens meritórios X elevada carga tributária

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PÚBLICAS
Aula 1 - Bibliografia
MCASP – 8° edição do Manual de Contabilidade aplicado ao Setor Público, 2018.
Disponível em:
https://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/695350/CPU_MCASP+8%C2%A
A%20ed+-+publica%C3%A7%C3%A3o_com+capa_2vs/4b3db821-e4f9-43f8-8064-
04f5d778c9f6
CURSO BÁSICO DE CONTABILIDADE APLICADO AO SETOR PÚBLICO 2016
Versão 2.1. Estado de Pernambuco
Questões comentadas Estratégias Concursos CFC 2018
Estratégias para a contabilidade aplicada ao setor público – STN, Coordenação-Geral de
Contabilidade – CCONT
Banco de questões comentadas:
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/ciencias-contabeis-
contabilidade-publica/conceitos-objeto-abrangencia-e-campo-de-
aplicacao/questoes?from_omniauth=true&page=4&provider=facebook
Questões comentadas Estratégias Concursos CFC 2018

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PÚBLICAS
Aula 1
Grato pela atenção!

Contatos:
bruno.gomes@ifrj.edu.br

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