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Ética

Professora: Rosana Ribeiro Felisberto


roribeirof@yahoo.com.br

Atividades Avaliativas:
1º Avaliação – 35 pts – (06/05);
Trabalho – 30 pts – (27 e 28/05);
Avaliação Final – 35 pts – (18/06).

1. O QUE É ÉTICA?

Ética não é igual ao direito, mas apesar disso, existem normas éticas que podem ser
impostas legalmente. Mas, então, o que seria a ética? O que direciona a ética.

Se pegarmos vários autores, a ética está ligada a noção de uma atitude boa. Mas não o
certo só para mim, mas para toda sociedade. Daí a diferença para o Kant entre ética e moral.
Ético é certo para sociedade, o que ela entende como correto. Já a moral é mais subjetivo, o
que a pessoa considera como certo.

Ética é o correto perante aquela sociedade.

A ética é aquilo que deve ser seguido por ser o bom, por ser o correto. Mas quem pode
me julgar por atitude antiética? Em primeiro momento é meio difícil de punir, a não ser que
seja por órgãos que regulam a profissão.

Direito – conjuntos de norma (incluindo também os princípios) que possui uma


coercitividade, e deve ser cumprida mesmo que a pessoa não concorde.

Moral – tem uma perspectiva mais individual. Possui, assim como no direito, normas para o
agir, mas a diferença é que a norma moral é individual. São normas que a própria pessoa
determina para seguir. Ela não é institucionalizada, não existe o poder e coercitivo do Estado
para caso você discorde ou descumpra ela.

Imperativo categórico – agir de uma forma, pois aquela é a finalidade. A conduta é boa em
si mesma. Todos devem seguir, pois simplesmente é bom. – Moral.
Imperativo hipotético - uma conduta que não é boa por si só, mas é necessária para se chegar
num objetivo bom por si mesmo. Característico do Direito. Ex: pagamento de impostos

O que diferencia o direito da moral é o seu caráter coercitivo, que obrigam a serem
seguidas. A moral é individual, mas isso não quer dizer que ela não tenha um caráter de
universalidade. A conduta moral é boa por si mesmo, e para ser isso ela deve ser
compartilhada por todos.

Mas o que seria a ética? Vem do grego ethos, uma prática reiterada. Não é uma
conduta individual, mas também não é uma conduta institucionalizada. A ética prevê uma
conduta, mas que não é boa só para mim, mas que dentro da sociedade ela é considera como
boa. Uma conduta que é esperada por um profissional, ou para um grupo de indivíduo. Não é
bom só para a pessoa, mas a sociedade entende como boa.

Apesar de não ser institucionalizada, o descumprimento de uma norma ética pode


gerar consequências, como a repreensão social, exclusão do grupo social, etc.

2. TEORIAS ÉTICAS

a) Teoria historicista: uma conduta ética vai depender de condições sociais, histórica,
econômica. Vai depender de uma análise do que é bom para uma sociedade. Continua
sendo o bom para a sociedade, e não para indivíduo. Uma conduta boa para a
sociedade daquela época.
b) Teoria Universalista: as normas éticas seriam universais, a conduta exigível para
uma pessoa seria ética em todo local, independente da cultura, local. Uma conduta
para ser considerada ética, ele deve ser considera boa universalmente em qualquer
época e local.

Outro grupo de teorias éticas é:

a) Deontológica: A conduta será ética, se ela mesma for considerada boa,


independentemente da finalidade pretendida com ela. Os códigos de ética profissional
brasileiro, em sua maioria, adotam a teoria deontológica. Isso muito em razão da
facilidade que há em se provar a conduta ética, não precisa haver uma preocupação
com a análise da finalidade da conduta.

Outro grupo de teorias éticas é:


b) Teleológica: O que importa é se o objetivo ou a finalidade da conduta é boa, e não a
conduta em si. Se o objetivo é considerado bom para a sociedade, então, se age de
maneira ética. Se a conduta for a mesma, mas não possui uma finalidade boa, não se
age eticamente.

Expressamente no Direito brasileiro, os códigos de ética brasileira adotam a teoria


deontológica. Por que? Por razões práticas, é mais fácil analisar uma conduta ética. Mas isso
não significa que não se flexibiliza as consequências de acordo com as finalidades da conduta
em algumas circunstâncias excepcionais.

Temos também outras teorias, conhecidas como teorias empíricas. Todas elas vão
dizer que não se deve analisar a conduta em abstrato, deve ser analisar na prática, a partir da
experiência/ da vivência social se aquela conduta é aceita ou não.

a) Anarquista: haverá uma análise entre todo o grupo para se chegar num consenso de
se a conduta é boa ou não. Não deve haver um código elaborado por um conselho
federal que vai predeterminar essas condutas.
b) Utilitarista: Deve-se analisar o resultado, se este foi positivo em termos gerais, a
conduta é ética. Deve-se analisar os custos e os ganhos de uma conduta. Os custos e
ganhos não precisa ser necessariamente moral, pode ser econômico, por exemplo.
Deve-se analisar o caso em concreto.
c) Subjetivista: Deverá os afetados pela conduta ética. Se eles entenderem que não
foram afetados pela conduta, ela é ética. Não será a sociedade que dirá se a conduta foi
ética não, mas os seus afetados diretamente.
d) Ceticista: Não existe uma teoria ética boa pré-estabelecido. Não existe algo bom á
princípio, deve ser analisado diante a sociedade. Diferente da subjetivista, não é bom
para o indivíduo, mas para a sociedade.

Também temos as teorias dos bens – uma conduta seria ética dependendo da sua
essência. Todas tendem a ser universais.

a) Edonismo: Ética é uma conduta que te proporciona algo bom, algo positivo para
pessoa, não há sofrimento.
b) Platônica: Toda vez que você sabe que é boa uma conduta, você deve toma-la. uma
conduta é boa ou não, em qualquer lugar, em qualquer sociedade. Uma vez que a
pessoa sabe o que é uma conduta ética, ela naturalmente irá agir *+eticamente
c) Aristotélica: Você aprende agir de maneira ética ao praticar a conduta correta. Uma
prática reiterada pela sociedade, pois é entendida como boa. As condutas boas, além
de serem conhecidas, precisam ser praticadas.

3. LIBERDADE

Liberdade na idade clássica estava muito relacionado a necessidade. Você é livre


na medida que consegue atender/satisfazer suas necessidades. Não estava ligada, ainda, na
ideia do sujeito, numa característica interna. Aqui, o indivíduo bom é aquele que age em
função do social e o indivíduo livre participa da sociedade. Mas, esse conceito não foi
suficiente ao longo do tempo.

No início da idade média a ideia de liberdade começou a ser entendida como livre
arbítrio. O foco não é mais na sociedade, mas no indivíduo. Nesse período a consciência
individual começa a ganhar importância. Mas o que é livre arbítrio? Capacidade ou poder de
fazer escolhas. Essa ideia acaba ampliando demais o campo de atuação da liberdade, já que
todo mundo passa a ser livre porque todo mundo tem capacidade de fazer escolhas (inclusive
o escravo pode escolher cumprir as ordens ou ser chicoteado).

Mais tarde, no final da idade média, o conceito de liberdade passa por uma nova
mudança, de liberdade como livre arbítrio para a liberdade como consciência. Uma vez que
se vive em sociedade, o conceito de liberdade também vai estar relacionado a ela, não
devendo ter o foco apenas no indivíduo. É preciso agregar a perspectiva de consciência no
conceito de liberdade. Uma pessoa é livre na medida que ela consegue escolher de forma
consciente o que é bom ou não, o que é correto ou não. Da mesma forma, esse conceito de
liberdade continua subjetivo, sendo acrescentado apenas a característica da consciência.

Posteriormente a noção de liberdade é entendida como status negativo. A pessoa é


livre para fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Característico do Estado Liberal. Se amplia
demais as possibilidades de conduta, uma vez que as normas jurídicas não conseguem abarcar
todas as condutas que são éticamente incorretas.

A noção de liberdade, em uma influência utilitarista, está submetida na capacidade de


avaliar o custo e os risco de uma decisão.

Modernamente passa a integrar o nosso conceito de liberdade a ideia de autonomia e


informação. Liberdade não significa não apenas o poder fazer, mas a capacidade de criar
regras e assumir regras de conduta que vai seguir individualmente e socialmente. Deve ter
autonomia para criar normas que te obrigue perante os outros, e os outros perante a você.
Além disso, a criação dessas regras deve ser feita de maneira informada.

4. IGUALDADE

Historicamente falando temos primeiro a igualdade em sentido formal, ou seja,


igualdade perante a lei. Estar sujeito a lei da mesma forma que todos. Apesar de ser
importante esse conceito, ele não consegue resolver todos os problemas. Existem problemas
materiais, que apenas a igualdade formal não alcança para se chegar na “justiça”. Exemplo
clássico são as relações de trabalho, onde o empregador possui um poder maior que o
empregado.

Dessa observação surge o conceito de igualdade material. Por isso que a legislação
reconhece que em algumas situações o trabalhador não pode negociar seus direitos, ele por
exemplo, não pode negociar para receber menos que um salário mínimo. Porém, em um dado
momento esse sistema de igualdade material também vai ser considerado falho, uma vez que
não adianta garantir as mesmas coisas para as pessoas se cada pessoa tem sua individualidade
e pode precisar de coisas diferentes, deve-se dar para as pessoas as possibilidades de serem
diferentes (não adianta dar carne para toda a população, se algumas pessoas decidem ser
vegetarianas).

A igualdade material por si só também é considerada falha em uma certa instância,


não sendo satisfatório para o nosso critério de justiça. Deve-se dar uma possibilidade de ela
fazer outra coisa. Assim, a igualdade começa a ser encarada como reciprocidade de poderes.
Quais critério devem ser utilizados para aquela situação concreta? Para o caso de distribuição
de direitos, como direito à moradia, a igualdade material é uma boa solução. Em outras
situações, como nas relações de consumo, a igualdade material não é cabível. Deve-se
começar avaliar as reciprocidades de poderes naquela relação. Ou seja, deve se avaliar a
capacidade de cada um de manifestar e interferir naquela decisão/relação.

Mas quais são os critérios de igualdade? Segundo Norberto Bobbio são:

1) partes iguais – dividir em parte iguais para todos. O critério básico para estabelecer a
igualdade é a divisão em partes iguais (exemplo: não posso fazer duas provas da OAB, uma
mais difícil pra quem estudou na federal e uma mais fácil para quem fez particular).
2) para os iguais – tratar os iguais como iguais. Não posso dar o mesmo ônus ou benefício
para pessoas diferentes. Não posso submeter ao código de ética da OAB alguém que não
passou no exame da OAB.

3) Proporcionalidade : é importante que as punições sejam aplicadas de forma proporcional


(exemplo: o estagiário pode ser punido pela OAB, mas não da mesma forma que o advogado,
primeiro porque ele não tem o conhecimento que o advogado tem e depois que ele não tem
permissão para fazer as mesmas coisas que um advogado pode). Dois indivíduos quais são
tratados de forma igual neste sentido, quando a diferença da cota atribuída a cada um
corresponde igualmente ao grau que ambos diferem no que respeita a característica específica.

4) mérito: a pessoa recebe mais porque se qualificou mais, ou porque trabalha por mais
tempo (mais experiente). O problema aparece quando a discriminação positiva e abarca um
critério que não tem justificativa/relação com aquela situação - deve ser coerente.

5) capacidade – avaliar cada um segundo sua capacidade;

6) necessidades – quanto mais se satisfazer as necessidades dos envolvidos. Analisa se o que


está avaliando como critério de igualdade envolve as necessidades fundamentais/básicas. Não
é necessário que se garanta que todo mundo coma filé, mas é necessário que se garanta que
todo mundo coma uma proteína. Em tese uma pessoa não pode aceitar defender alguém sem
receber em dinheiro, mas dependendo da necessidade da pessoa acaba sendo justo.

5. SEGURANÇA

Vários autores vão colocar que a segurança é tida como necessidade nossa. Não
apenas numa situação de não agressão física (integridade física), mas em especial de
segurança no sentido de previsibilidade. Mais que isso é preciso saber o que vai acontecer
com a gente se realizarmos determinada conduta, em especial aquelas reguladas por lei. As
nossas normas são construídas com base na previsibilidade e na confiança nos outros.

E para dar uma maior previsibilidade aos possíveis resultados de uma conduta e gerar
maior grau de confiança nas outras pessoas, elaboramos normas, em especial as jurídicas.
Com elas é possível prever o resultado, e ao mesmo tempo dar ciência para todos sobre esses
resultados, gerando uma confiança. Entretanto, existe um problema, a previsibilidade e
confiança criada pelas normas não se aplica à 100% das pessoas.
Por outro lado, como as normas criadas por nós são normalmente gerais, elas não
conseguem gerar uma efetiva previsibilidade. As consequências previstas para determinadas
condutas ficam dependente das circunstâncias, das provas, etc. Dessa forma, é preciso ter uma
ação do juiz, ou de um órgão julgador para realizar a previsibilidade de norma. Por exemplo,
até pouco tempo atrás o adultério era crime, mas ninguém mais era preso por tal crime, uma
vez que, os juízes não aplicavam mais a norma.

Para maior previsibilidade ainda da decisão do juiz é preciso formar a coisa julgada,
que obriga o cumprimento da sentença. Entretanto, existe uma tendência hoje de
flexibilização da coisa julgada, como é o caso de norma penal posterior que beneficia o réu.
No Direito de Família, algumas decisões também estão sendo flexibilizadas, no pedido de
alimentos, o valor da pensão pode ser alterado quando a situação de fato/condição dos pais se
alterou. Por fim, no Direito Processual com a ação rescisória e querela nulitatis.

Os juízes flexibilizam as suas decisões com o argumento de que será mais justo ou
mais adequado socialmente. Mas este tipo de argumento pode gerar problemas muito graves,
porque pode gerar uma incerteza muito grande. É preferível uma sentença injusta, mas que
seja o mínimo previsível.

Por mais que haja a flexibilização de algumas decisões, é preciso que seja resguarda a
mínima segurança e previsibilidade.

Os conselhos de ética podem ser consultados, quando houver alguma dúvida em


relação a uma conduta. Além disso, eles podem emitir resoluções para deixar mais claro
qualquer dúvida que surja em torno de uma norma.

6. RESPOSABILIDADE

Temos alguns autores que vão falar sobre responsabilidade nos termos modernos.
Segundo Bauman, historicamente temos uma construção de punir a pessoa pelas ações que se
comete. Começando avaliar a ação e a vontade para atribuição e uma punição. Assim, quem
vai ser punido vai ser apenas a pessoa e não o objeto, uma vez que, este não possui vontade.

Entretanto, vamos começar a deparar com alguns casos em que apenas avaliar a ação e
a vontade não serão suficientes para determinar a necessidade ou não de uma punição.
Atribuindo culpa para condutas que não estão ligadas diretamente com ato. Por exemplo, se
eu mando matar uma pessoa matar uma pessoa, não é possível analisar apenas as ações e as
vontades ligadas ao ato, devendo analisar também quem influenciou para que aquela conduta
ocorresse. Ou seja, deve ser analisada a conduta de quem matou e de quem mandou matar.

Por outro lado, nem sempre a vontade vai estar atrelada ao ato, mas o conjunto dos
atos atribuem responsabilidade. É o caso de acidente ambientais e que fere direitos difusos.
Muitas vezes não existem vontade de realizar o ato, mas o conjunto de atos em si é passível de
responsabilidade. E nesses casos, se tratando de empresa, quem é o responsável? A quem
posso atribuir a punição? Como serão analisadas a culpa e o dolo?

Em alguns casos não possível delimitar corretamente o dolo e a culpa de cada um, e
segundo Bauman é preciso restringir um pouco essa análise da vontade para que seja possível
uma reparação do dano. É o caso, por exemplo, da punição das Pessoas Jurídicas. A mesma
coisa acontece com o Direito do Consumidor, onde todos os participantes da cadeia de
produção são responsáveis solidariamente por vício ou defeito (fato) produto. Assim, se
começa a pulverizar a responsabilidade sobre um ato que causou danos. Com isso, segundo
Bauman, se a pulverização da responsabilidade é importante para realizar a reparação de um
dano, por outro, faz com que as pessoas não se sintam responsáveis pelos danos, sendo este
um ponto negativo. As pessoas começam a perder a noção de responsabilidade atribuída aos
seus atos. Não se consegue identificar quem praticou o ato e por consequência de quem é
responsabilidade, atribuindo essa para terceiros.

Existe crime sem criminoso? Para Bauman, na modernidade acaba se existindo a


criação de crimes sem um criminoso específico.

7. ENSINO

Na ética do ensino temos três partes afetadas: alunos, docentes e instituição de ensino.
Não existe no Brasil um código de ético do professor, aluno, ou das instituições, temos apenas
a legislação que determina como deve funcionar esses estabelecimentos. Nada impede,
entretanto, que cada ente da federação crie um código e ética pra disciplinar tais
comportamentos. Por exemplo, no estado de Minas Gerais possui o Código de Ética dos
Servidores Públicos que aplicam aos professores e trabalhadores das instituições de ensino.
Além do mais, cada instituição poderia também criar um código de ética.

Apesar disso, temos regras básicas que devem ser seguidas por esses três afetados
mesmo que não estejam escritas em código de ética. Regras, que se não forem seguidas
podem acarretar em algum tipo de sanção. Nas escolas, por exemplo, é muito comum após
prática de algumas condutas não consideradas corretas, a aplicação de sanção como
advertência, suspensão e expulsão.

Em relação aos comportamentos esperados dos alunos se esperam algumas condutas


consideradas éticas: colaboração com colegas, chegar no horário, respeito com o professor,
não colocar, não gerar tumulto ou conflito desnecessário, respeito as diferenças, seguir, uma
vez como estagiário, as normas éticas que rege a função.

Em relação os docentes eles estão submetidos pelos códigos de ética profissionais ou


do servidor público, se houver. Mas existem condutas éticas que eles também têm que seguir,
mesmo que não expressamente escrito em um código. Por exemplo, um professor não pode
dar informação de seus alunos para terceiros, o docente, também, deve ter obrigação de
capacitar par o ensino. Professor deve manter, também, uma relação de respeito com os
alunos, e dependendo da situação com os pais dos alunos.

Em relação as instituições de ensino, cabe a ela por meio de seus funcionários


pacificar relação entre aluno e professor em caso de conflito, ou até mesmo de aluno com
aluno. Cabe também cobrar o cumprimento das diretrizes de ensino, como cumprimento de
ementa, horário, etc. (ps: condução da disciplina cabe ao professor, a instituição só pode
cobrar aspectos regulados objetivamente).

Ainda sobre a escola a UNESCO determina 7 saberes, que as instituições e escolas


devem seguir. O primeiro é a cegueira do conhecimento, a escola e professores devem
reconhecer que não se sabe de tudo, e buscar atualizações. O outro é um conhecimento
pertinente, o conhecimento proposto pela instituição de ensino deve ser pertinente, ou seja,
deve ser útil para a pessoa no processo de aprendizado. A condição humana é outra
característica que se deve observar, é preciso ir além do mero conhecimento técnico, mas
também avaliar as condições humanas que regem aquela área.

Outro saber apontado pela UNESCO é a identidade terrena, focando nos problemas
ambientais e como ele nos afetam. O quinto conhecimento é o enfrentamento das
incertezas, segundo a UNESCO não se pode mais admitir uma verdade absoluta, positivista,
então, dentro do processo de aprendizagem ligar com as incertezas, uma coisa vai ser verdade
dependendo da perspectiva analisada. Outra competência é compreender, ou seja, lidar com a
compreensão. Entendida mais no sentido de colaboração, de evitar competição desnecessária,
ou seja, no sentido de aprender junto.
Por fim, o ultimo saber é a antropo-ética, ou seja, uma ética do ser humano. Deve se
trabalhar dentro do conhecimento um comportamento ético que vise uma universalização. Um
comportamento bom que possa ser replicado pela sociedade, seja de forma mediata ou
imediata.

8. PESQUISA

O que é pesquisa? É a busca de reposta para um problema por meio de um método. A


pesquisa também não é individual, ela deve ser avaliada ou referendada por uma instituição
ou grupo de pesquisa.

A pesquisa segue algumas regras (normas éticas) que devem ser seguidas na pesquisa.
No Brasil o órgão responsável que estabelece normas, incluindo normas éticas para a
pesquisa, é o Conselho Nacional de Saúde (CSN), que está ligado ao Ministério da Saúde. É
composto por algumas secretarias que também estabelece regras para as Ciências Humanas.
Hoje a principal resolução nas pesquisas de ciências humanas é a Resolução nº 510/16.

O conselho criou o sistema CEP/CONEP que serve para avaliar as pesquisas que estão
sendo feitas, permitindo ou não sua elaboração. Por exemplo, cada Universidade deve ter um
CEP para avaliar as pesquisas em termos éticos. O comitê deve ser interdisciplinar para
avaliar os projetos.

Plataforma Brasil que é mantido pelo Ministério da Saúde que visa manter dados sobre
a pesquisa no Brasil e onde ficam registrados os projetos de pesquisa. É onde estarão
registrados os dados dos comitês, grupos de pesquisa. É esse portal que também indica o
comitê de ética caso a instituição não possua.

O que precisa passar no Comitê de Ética na Pesquisa (CEP)? Regra geral pesquisas
envolvendo como objeto material biológico (incluindo a manipulação ou teste), envolvendo
animais e pesquisas envolvendo seres humanos.

Em se tratando de uso de humanos, deve ter consentimento expresso da pessoa. Se ela


for menor de idade e incapaz, deve ter o assentimento do tutor ou curador, devendo se passar
todas as informações, com exceção daquelas que podem interferir nos resultados da pesquisa.
Entretanto, após a realização a cobaia deve ser informada. Além disso, deve-se garantir o
sigilo das informações da pessoa, podendo publicar informações consolidadas, mas não
informações individuais que permitem a identificação da dela, a menos que a pessoa autorize
expressamente.

Requisitos para pesquisa em ciências humanas - art. 1° da Resolução n° 510/16, em


que é necessário consulta com o CEP:

1) Obter os dados diretamente com as pessoas, ou seja, basicamente entrevista;


2) Quando são informações identificáveis;
3) Procedimentos que possam acarretar riscos maiores que existem no cotidiano. O Risco
estabelecido pelo CEP ou pela CONEC.

Exceções:

1) Pesquisa de opinião, desde que os participantes não sejam identificados;


2) Pesquisa que utilizem os dados da lei de acesso a informação;
3) Pesquisa com dados de domínio público;
4) Pesquisa censitária;
5) Bancos de dados consolidados 🡪 pode utilizar dados de outras pesquisas, desde que
cite a fonte;
6) Pesquisas que visão revisão de textos já publicados;
7) Pesquisas que objetivam aprofundamento teórico de situações que emergem
espontânea e contingencialmente na prática profissional, desde que não revelem dados
que possam identificar o sujeito. Ex: pesquisa sobre os dados do NPJ.
8) Atividades realizada com intuito exclusivamente de educação, ensino ou treinamento
sem finalidade de pesquisa científica, de alunos de graduação, de curso técnico, ou
profissionais em especialização. Ex: atividades requisitadas pelas disciplinas.
Justificativa: não possui finalidade científica. Exceções: Não se enquadram o TCC,
monografias e similares, devendo-se, nesses casos, apresentar o protocolo de pesquisas
ao CEP/CONEP. Caso os resultados dessas atividades de ensino sejam transformados
em projeto de pesquisa, deve-se pedir autorização do CEP/CONEP.

8.1. Classificação dos riscos da pesquisa

Os riscos podem ser mínimos, baixos, moderados ou elevados. Tais riscos influenciam
no procedimento dentro do CEP/CONEP, influenciado também nos diferentes níveis de
precauções e proteção em relação ao participante, uma vez que, em caso de danos gera a
responsabilidade civil (danos morais e materiais).
8.2. Pesquisas piloto

As pesquisas pilotos, ou seja, pesquisas prévias antes da pesquisa principal, também


deve autorização do CEP/CONEP.

8.3. Princípios da pesquisa na área de Ciências Sociais

1) Liberdade e autonomia acadêmica: a avaliação do CEP/CONEP vai avaliar apenas


os riscos da pesquisa tendo em vista a ética de pesquisa. Ela não avalia, por exemplo,
os textos, teóricos que serão utilizados na pesquisa.
2) Defesa dos direitos humanos: não se pode dentro da pesquisa desrespeitar quaisquer
direitos humanos pré-estabelecidos.
3) Respeitos aos valores: não se pode tratar de forma discriminatória a pessoa tendo em
vista os valores da pessoa. Não se pode fazer juízo de valores em relações a questões
regionais, culturais, etc.
4) Compromisso com a democracia: a pesquisa deve respeitar e ajudar da consolidação
da democracia. Bem como a recusa de qualquer forma de preconceitos.
5) Garantir o assentimento e consentimento do participante: assentimento é uma
autorização dada por um menor de idade ou incapaz. E o consentimento é dado por
uma pessoa capaz ou dada pelo representante legal. Preferencialmente escrito, mas
pode ser feito de qualquer forma válida e que melhor se adequa a condição da pessoa.
Pesquisa com menor de idade deve ter o assentimento e o consentimento.
6) Sigilo: Deve-se assegurar que as informações pessoas não serão expostas e nem
repassadas a terceiros, garantindo o sigilo. Deve-se fornecer a ela as informações
básicas da pesquisa para a pessoa, para que seu consentimento seja livre e informado e
apresentar a ela os resultados da pesquisa caso ela solicite. A pessoa pode permitir que
seus dados sejam divulgados (podendo, entretanto, escolher quais dados quer
divulgar).
Obs: é dever do pesquisador guardar os dados da pesquisa por durante 5 anos.
7) Compromisso de todos envolvendo da pesquisa de não usar dados da pesquisa
para fomentar preconceitos.
8) Proporcionar assistência ao participante: deve-se garantir assistência para o
participante para que ele não tenha nenhum prejuízo material ou moral.

8.4. Direitos dos participantes

Previsto no art. 9º da Resolução 510/16:

I - ser informado sobre a pesquisa;

II - desistir a qualquer momento de participar da pesquisa, sem qualquer prejuízo;

III - ter sua privacidade respeitada;

IV – ter garantida a confidencialidade das informações pessoais;

V – decidir se sua identidade será divulgada e quais são, dentre as informações que
forneceu, as que podem ser tratadas de forma pública;

VI – ser indenizado pelo dano decorrente da pesquisa, nos termos da Lei; e

VII – o ressarcimento das despesas diretamente decorrentes de sua participação na pesquisa.

O participante pode ter proveito econômico ou material.

8.5. Fim da pesquisa

Quando se terminar a pesquisa deve-se informar o CEP sobre fim. Em caso de


desistência da pesquisa por conta dos riscos que ela apresenta, também deve ser informado o
CEP para justificadamente. Em caso de alto risco pode ser feita a alterações para reduzir o
risco, no lugar da desistência.

9. MAGISTRATURA

Temos hoje a carreira da magistratura, por meio de concurso público na 1º instância, e


por indicação, respeitando o quinto constitucional, nas segunda e instâncias superiores. Traz
a determinação que para ser juiz no Brasil em primeira instância, deve ser aprovado em
concurso público, formado em direito e 3 anos de experiência jurídica.
Faz parte da magistratura, a justiça estadual, a justiça do trabalho, justiça federal,
justiça eleitoral e as jurisdições especiais (militar, por exemplo).

A LOMAN, a Lei Complementar 35/79 (Lei Orgânica da Magistratura). Traz algumas


garantias para os magistrados: 1) vitaliciedade: não pode ser demitido, a não ser nos casos
previsto em lei. O cargo é vitalício. Mesmo no estágio probatório o juiz não pode ser
demitido, a não ser por decisão de maioria do tribunal 1. 2) inamovibilidade2: o juiz não pode
ser retirado arbitrariamente de um processo. Isso não quer dizer que possa ocorrer rodízio de
um juiz entre comarcas (caso de juízes substitutos), mas apenas que o juiz não pode ser
afastado de um processo/vara por razões políticas. 3) Irredutibilidade de vencimentos3: o
salário do juiz não pode sofrer nenhuma diminuição, não se aplica pela aposentadoria
compulsória como punição. Nesse caso ele se aposentar de forma proporcional. Além disso,
quando um o juiz aposenta não é toda verba que se ingressa na irredutibilidade, como por
exemplo, auxílio livro, auxílio moradia, que são verbas com viés indenizatório.

Além de algumas garantias que são constitucionais, o juiz possui algumas


prerrogativas, que são estabelecidas em lei (art. 33 LOMAN):

1) Se o juiz for ouvido como testemunha, em qualquer instância, deve-se emitir um ofício
pedido para ele determinar dia e horário para dar depoimento. A justificativa é para
não alterar em tese a pauta de audiências que ele tem;
2) Não ser preso salvo por ordem estrita do tribunal ou em flagrante delito de crime
inafiançável;

1
Art. 25 - Salvo as restrições expressas na Constituição, os magistrados gozam das garantias de vitaliciedade,
inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.
Art. 26 - O magistrado vitalício somente perderá o cargo (vetado):
I - em ação penal por crime comum ou de responsabilidade;
II - em procedimento administrativo para a perda do cargo nas hipóteses seguintes:
a) exercício, ainda que em disponibilidade, de qualquer outra função, salvo um cargo de magistério superior,
público ou particular;
b) recebimento, a qualquer título e sob qualquer pretexto, de percentagens ou custas nos processos sujeitos a seu
despacho e julgamento;
c) exercício de atividade politico-partidária.

2
Art. 30 - O Juiz não poderá ser removido ou promovido senão com seu assentimento, manifestado na forma da
lei, ressalvado o disposto no art. 45, item I.
Art. 31 - Em caso de mudança da sede do Juízo será facultado ao Juiz remover-se para ela ou para Comarca de
igual entrância, ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais.

3
Art. 32 - Os vencimentos dos magistrados são irredutíveis, sujeitos, entretanto, aos impostos gerais, inclusive o
de renda, e aos impostos extraordinários.
Parágrafo único - A irredutibilidade dos vencimentos dos magistrados não impede os descontos fixados em lei,
em base igual à estabelecida para os servidores públicos, para fins previdenciários.
3) Tem direito a prisão especial antes do trânsito em julgado. Após o trânsito em julgado,
prisão comum;
4) Juiz não está sujeito a notificação por intimação, salvo por autoridade judicial do
tribunal;
5) Porte de arma para defesa pessoal.

Ademais, a LOMAN em seu art. 35 determina alguns deveres aos magistrados:

1) O juiz deve seguir as disposições legais (lei ou estatuto dos tribunais);


2) Não pode exceder prazos processuais injustificadamente;
3) Determinar as providências para cumprir o prazo e sanear o processo;
4) Residir na comarca. Para residir em cidade diferente, deve ter autorização do tribunal;
5) Pontualidade (na primeira audiência) e permanência (permanecer na sessão ou não
audiência em que ele preside). Não podendo ser marcada audiência no mesmo
horário;
6) Fiscalizar os seus subordinados.;
7) Manter conduta irreparável na vida pública e particular. Deve ser comportar de
maneira adequada, isenta, que não desonre o nome do tribunal/judiciário.

Proibições de Caráter Objetivo (Art. 36, LOMAN)

1) O juiz não pode exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, inclusive de


economia mista, exceto como acionista ou quotista;
2) Não pode exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou
fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, e sem
remuneração;
3) O juiz está proibido de manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre
processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre
despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em
obras técnicas ou no exercício do magistério.

Juiz Leigo – Juizado especial. Deve ser formado em direito, não precisa de
experiência. É escolhido por processo seletivo simplificado, e pode exercer por 2 anos o
cargo. Ele não possui garantias das prerrogativas legais.

9.1. Código de Ética (2008, CNJ)


O código de ética da magistratura foi aprovado em 2008 pelo CNJ. Órgão criado em
2004, por meio de uma Emenda Constitucional, tendo como uma das funções básicas
fiscalizar a atividade jurisdicional.

Esse Código de Ética logo no primeiro artigo estabelece os princípios que devem reger
as condutas do juiz. O primeiro seria o princípio da independência, que determina que o juiz
deve agir de forma independente, sem nenhuma interferência de outro juiz ou de outro
profissional e auxiliar da justiça, o juiz também não está subordinado ao tribunal. Da mesma
forma é um dever de não interferir na atividade de outro juiz.

Outro princípio é de imparcialidade, ou seja, não se fala mais em neutralidade, uma


vez que o juiz tem a prerrogativa do livre convencimento fundamentado. Porém se exige do
juiz que trate as duas partes de forma equânime, o juiz não pode dar tratamento diferenciado
para uma das partes. O Código de Processo Civil, permite que uma das partes reúna com o
juiz para pedir medidas urgentes. Tal medida não fere por si só a imparcialidade do juiz,
desde que conceda a outra parte a mesma possibilidade.

Outro princípio é o da transparência, o juiz tem a obrigação de publicar todos os atos


e decisões relativas ao processo, fundamentado elas de maneira adequada. Claro que se é
segredo de justiça o juiz deve tomar diligências para ser possível identificar as partes.

Um quarto princípio é a integridade pessoal e profissional. Ele está previsto no art.


15º e seguintes do Código de Ética dos Magistrados. O problema é definir qual seria as
condutas que estão inclusas dentro dessa integridade na vida pessoal e profissional.

O juiz deve ainda ter diligência e dedicação na condução do processo. O juiz deveria
ler o processo, escutar bem as partes e trabalhar para o bom andamento do processo.

Cortesia é outro princípio que deve ser seguido pelo juiz, ou seja, ele deve tratar
partes, testemunhas, advogados com educação e respeito.

Outro princípio é o da prudência, segundo o qual o juiz deve agir sempre de maneira
em buscar a verdade e julgar de maneira adequada, buscando uma solução para o caso e
evitando o menor prejuízo possível para as partes.

Segundo o princípio do sigilo o juiz não pode dar informações sobre um processo em
âmbito privado e público. Isso incluí a proibição do juiz dar entrevistas sobre o um caso que
está em julgamento. Salvo se for para análise de fins acadêmico, observando o sigilo legal.
Por fim, segundo o código de ética o juiz deve ter dignidade, honra e decoro no
exercício da sua função. Inclui aqui a restrição da LOMAN que proíbe que o juiz tenha
atividade comercial, com cargo de direção.

10. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)

Tem função de criar políticas públicas a serem implementadas pelo judiciário. O CNJ
pode fiscalizar os juízes e tribunais, podendo exigir que sejam tomadas algumas medidas, sob
pena de punição administrativa.4

O CNJ determina que os processo físicos devem ser passados para processos
eletrônicos, e aberto. Esses sistemas devem se comunicar, devendo os tribunais permitirem
local para que as partes possam visualizar seu processo.

O CNJ também determina que o juiz deve mandar um relatório mensal sobre suas
atividades naquele período.

O CNJ é o órgão responsável por receber reclamações de quem utiliza o serviço


jurisdicional, contra qualquer funcionário do poder judiciário.

Composição o CNJ: 15 membros, com mandatos de 2 anos.

Segundo a Constituição Federal a CNJ será composto por:


4
Art. 103-B 4º, CF/88 - Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou
fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência do Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus
serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional dos tribunais, podendo
avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de
autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais
julgados há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com
mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo


tribunal;

III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo


tribunal;

IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal


Federal;

V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

VI - um juiz federal de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior


Tribunal de Justiça;

VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal


Superior do Trabalho;

IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-


Geral da República;

XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-


Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual;

XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos


Advogados do Brasil;

XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um


pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e,


nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
11. JUIZ LEIGO

Figura criada pela lei 9.099/05, que atua no juizado especial, auxiliando o juiz,
fazendo despacho, projeto de sentença (não é ele que assina), etc. Ele é juiz selecionado em
um processo seletivo simplificado de provas e títulos, deve ser formado em direito, de
preferência com mais de 5 anos de formação. A duração do cargo é de 2 anos, podendo ser
prorrogado por igual período. Sua remuneração é medida de acordo com a sua produtividade,
que é medida por um relatório realizado pelo juiz titular.

Para efeitos jurídicos tem-se os mesmos direitos e suspensões de um juiz titular. Além
disso, a Lei. 9.099/05 determina que o juiz leigo está proibido de advogar no juizado especial
em que trabalha. 5

12. MINISTÉRIO PÚBLICO

É um órgão ligado o Poder Executivo, que tem sua organização regulamentada pela
Lei Orgânica nº 8.625/93. Ele tem uma função judicante, ou seja, de ser autor de algumas
causas. Ou como fiscal de lei, em caso em que existem intervenção do Ministério Público.

Para se tornar promotor de justiça é preciso ser bacharel em Direito e ser aprovado em
concurso público que exige experiência jurídica. O promotor é proibido de exercer a
advocacia em qualquer esfera.

Na organização do Ministério Público temos o Ministério Público Estadual e o


Ministério Público Federal. Matéria envolvendo justiça estatual, é competência do
Ministério Público Estadual. Se for matéria envolvendo justiça federal, a competência do
Ministério Público Federal.

Segundo a Lei Orgânica do Ministério Público cabe a defesa da ordem jurídica, regime
democrático, interesse sociais e individuais indisponíveis. Uma vez que cabe a ele essa
proteção, não pode o Ministério Público deixar de dar seguimento em uma ação. Entretanto,
ele não tem por obrigação pedir sempre a condenação. Além do mais, o MP pode intervir em

5
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente,
entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais,
enquanto no desempenho de suas funções.
um processo se entender que nela está em risco o regime democrático. O Ministério Público
pode agir de ofício, não precisa ser provocado ou que exista um inquérito policial para que ele
comece agir.

Quem atua é o promotor, mas não existe uma pessoalidade em relação à ele. Quem age
é o promotor, mas no nome do Ministério Público.

O Ministério Público teria poder de investigação uma vez que ele não precisa ser
provocado para ingressar com uma ação civil ou penal? O STF atualmente entende que sim,
por se tratar de um órgão autônomo, podendo de agir de ofício, independente de comunicação
anterior ao Ministério Público.

O Ministério Público não possui um código de ética próprio, ficando regulado pela
própria Lei Orgânica que estabelece alguns deveres do promotor.

a) Manter conduta ética e ilibada tanto na vida pública, quando no particular;


b) Zelar pela justiça e não apenas pelo judiciário;
c) Elaborar relatórios e pareceres fundamentados; 🡪 Toda vez que o MP é chamado a
ser atuar num caso, ele deve elaborar um relatório fundamentado;
d) Deve obedecer aos prazos legais estabelecidos; 🡪 Prazo em dobro quando se trata
de recurso. Se o MP não cumprir o prazo preclui o direito;
e) Tem o dever de comparecer em audiência;
f) Se declarar impedido (critério objetivo que por lei ele está impedido de atuar no
processo) ou suspeito (qualquer outro caso, em razão das circunstâncias, mesmo
que não esteja previsto em lei). Pode ser arguido pelas partes;
g) Zelar pelos direitos garantidos na Constituição;
h) Deve residir na comarca em que trabalha (justificativa – item “i”);
i) Deve atender aos interessados, toda vez que haja um caso urgente, inclusive em
horário fora do expediente.
j) Não pode exercer outro cargo público, salvo magistério superior. Não pode ter
vinculo político e nem exercer cargo de direção em empresa.
k) Não pode se recusar de receber cidadão.

12.1. Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)

Quando o MP averigua uma prática irregular feita por um particular, ou por um


membro da administração pública, em que estes assinam um termo se obrigando a reparar na
medida do possível o dano e restaurar a situação inicial, fazendo com que cesse a
irregularidade.

O TAC não é obrigatório de ser assinado, ele é uma espécie de acordo. É optativo a
parte em aceitar, da mesma forma que é opcional ao MP propor o TAC. Nada, entretanto,
proíba a discussão em juízo em caso de prejuízo posterior pela assinatura de um TAC.

Não é necessário que o TAC seja homologado pelo juiz, em regra.

12.2. Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Código de Ética do


Ministério Público

Tem função semelhante ao CNJ, de fiscalizar e criar medidas para eficiência do


Ministério Público. O órgão é presidido pelo Procurador Geral da República (PGR). A
portaria 44/2018, que institui o código de ética do Ministério Público determina que o código
de ética seja aplicado não apenas aos procuradores, mas também aos servidores do Ministério
Público (contratados, cedidos, estagiários e terceirizados).

Recentemente em 2019, foi feita uma portaria (PORTARIA CNMP-SG N° 98) que
cria a Comissão de Ética para que comece aplicar e efetivar a Código de Ética criado em
2019. Os membros que fazem parte não recebem nenhuma remuneração.

Os objetivos que fundamentam a criação de um Código de Ética do Ministério


Público, são:

a) Dispor sobre as regras de conduta que devem balizar o comportamento dos servidores
do CNMP no desempenho de suas atividades, nas diversas dimensões de suas
relações, que vão além das responsabilidades legais;
b) Promover a conduta ética como parte da excelência no serviço público;
c) Explicitar e disseminar o comportamento ético como parte da cultura organizacional
do CNMP, expondo seus valores, princípios e regras de conduta;
d) Promover a responsabilidade pessoal, como forma de crescimento institucional;
e) Prevenir situações que possam suscitar conflitos entre o interesse público e o privado,
resguardando, por conseguinte, a imagem institucional e a reputação dos servidores do
CNMP;
f) Ter uma instância gestora da ética institucional, que orientará e repreenderá os
comportamentos não éticos, promovendo, inclusive, mecanismo de consulta destinado
a possibilitar o esclarecimento de dúvidas quanto à correção ética de condutas
específicas;
g) Promover ampla discussão a respeito do padrão ético a ser observado no CNMP

Deveres estabelecidos pelo Código de Ética do Ministério Público:

a) Atender com cortesia o público externo;


b) Cooperativo no ambiente de trabalho mostrando uma postura proativa;
c) Colaborar para que o Cidadão continue acreditando no Ministério Público;
d) Contribuir para aprimoramento das atividades do Ministério Público;
e) Havendo possibilidade de uma interpretação legal cabe ao procurador escolher aquela
que é mais ética;
f) Desempenhar, com tempestividade e profissionalismo, as atribuições que lhe forem
cometidas, primando pelo mais alto padrão de eficiência e pelos princípios da
economicidade e da responsabilidade socioambiental;
g) Utilizar adequadamente os canais internos disponíveis para manifestar opiniões,
sugestões, reclamações, críticas e denúncias, evitando disseminar mensagens que
possam trazer prejuízo à imagem do CNMP e respeitando os princípios éticos
estabelecidos neste Código;
h) Respeitar os posicionamentos e as ideias divergentes, sem prejuízo de expor as suas
próprias ideias ou de representar contra qualquer ato irregular;
i) Comparecer ao trabalho com vestuário compatível ao exercício do cargo ou função;
j) Ter comprometimento técnico-profissional com as atribuições da carreira, primando
pela capacitação permanente, pela qualidade dos trabalhos, pela utilização de
tecnologia atualizada e pelo compromisso com a missão institucional do órgão;
k) Disseminar, no ambiente de trabalho, quando necessário, informações e
conhecimentos obtidos em razão de treinamentos ou de exercício profissional e que
possam contribuir para a eficiência dos trabalhos realizados pelos demais servidores;
l) Dedicar suas horas de trabalho aos interesses do CNMP;
m) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito, prestando
toda colaboração ao se alcance;
n) Levar ao conhecimento da chefia imediata quaisquer informações que possam
comprometer o serviço;
o) Representar, imediatamente, à Comissão de Ética quaisquer situações contrárias à
ética, de que tenha conhecimento;
p) Declarar-se impedido ou suspeito para tomar decisão ou participar de atividades
quando perceber a existência de conflito de interesses real, potencial ou aparente,
devendo comunicar a ocorrência ao superior hierárquico ou à Comissão de Ética, que
orientará quanto à providência adequada para a superação do conflito;
q) Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
r) Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho e todas as dependências que são
de uso comum;
s) Promover a correta destinação dos resíduos gerados durante a atividade laborativa,
ainda que não lhe sejam diretamente vinculados;
t) Zelar para que os atos da vida particular não comprometam o exercício das atribuições
do cargo que ocupa, nem a imagem do Conselho;
u) Conhecer a estrutura organizacional do CNMP, respeitando suas competências e a
hierarquia dos cargos e funções;
v) Manter sob sigilo informações de ordem pessoal de colegas e subordinados, as quais
porventura tenha acesso como decorrência de exercício profissional;

Esse rol é exemplificativo, não sendo permitido qualquer conduta contrária a ética e
normas internas no CNMP.

Em relação as vedações previstas aos membros do Ministério Público elas estão


previstas no art. 6º da Portaria nº 44/2018 do CNMP.

As denúncias contra membros do Ministério Público podem ser feitas nas ouvidorias
do MP. O cidadão não precisa saber qual é a instância correta para denuncia, ela pode ser feita
em qualquer ouvidoria em sistema nacional, que deverá encaminhar para o órgão competente,
informando a tramitação. Sendo resguardado o direito de anonimato.

13. DEONTOLOGIA FORENSE

Qualquer pessoa que trabalha no judiciário, está sujeito a essas condutas. Seja efetivo,
temporário, terceirizado, estagiário, etc. Existindo impedimento que se aplicam a todas eles,
por exemplo, uma pessoa que trabalha no fórum, não pode estagiar ou trabalhar como
advogado, por motivos de evitar tráfico de influência. Essas regras não se aplicam para o
cartório apesar de eles serem vistoriados pela justiça.
Existem deveres impostos aos funcionários forenses:

a) Conduta ilibada;
b) Agir de acordo com a dignidade e decoro;
c) Ter decoro;
d) Sigilo sobre qualquer informação pessoal da qual se tenha acesso em razão da função;
e) Agir de forma correta ou correção moral – não se pode desrespeitar os regulamentos;
f) Imparcialidade – não pode aceitar qualquer benefício pecuniário ou não para
privilegiar alguém;
g) Assiduidade e pontualidade;
h) Deve agir com diligência ao realizar atividades – deve desempenhar de forma
adequada a sua função;
i) Qualificação – tanto no momento de ingresso, quanto ao longo do período em que o
funcionário esteja ligado ao judiciário. Podendo o tribunal exigir que se faça curso de
qualificação, desde que pague as custas e libere durante o período;
j) Não pode se negar de cumprir tarefas impostas pela sua atribuição.
k) Deve sempre buscar a verdade nos processos e em qualquer área de sua função. Não
pode omitir ou falsear a verdade;
l) Dever de não agir com discricionariedade, cabendo apenas ao juiz na decisão;

14. CARTÓRIO

Função pública exercida por particular, por meio de concurso público, e fiscalizada
pelo Judiciário. O funcionário do cartório é celetista, não estando subordinado a
administração, mas ao tabelião.

O concurso do cartório, que surgiu com a Constituição Federal de 1988, é vitalício,


não se aposenta aos 70 anos, podendo o tabelião pedir exoneração do cargo. O serviço do
cartório não é remunerado pelo dinheiro público, mas pelo serviço prestado no próprio
cartório.

Além do regulamento do Tribunal de Justiça que regulamenta a prestação de serviço


pelos cartórios, regulamentado procedimentos, a tabela de preço, etc. Existem as Associações
de Donos de Cartórios que regulamentam as suas condutas.
14.1. Serviços extrajudiciais

São aqueles serviços de caráter público, mas delegados para particulares por força
constitucional. Alguns de caráter obrigatório e outro apenas para dar publicidade. Será o
Tribunal de Justiça de cada estado que vai organizar os cartórios. Em Minas Gerais, cada
comarca deve ter no mínimo um cartório.

São dois tipos de cartório: 1) Registradores: registrar e dar publicidade dos registros da
vida civil (registro de nascimento, imóvel, etc.). Além de dar publicidade, os cartórios
registradores servem também para dar efetividade jurídica para alguns atos. 2) Notariais e
Tabeliões. Se nos atos precisarem declarar o valor econômico dos bens, uma parcela desse
valor será cobrada para realização do serviço.

O CNJ propôs recentemente que os cartórios comessem a prestar contas por meio de
relatório mensais.

Quem regulamenta as condutas dos cartórios, para além do CNJ ou Tribunal de


Justiça, vai depender da associação em que o cartório faz parte. Cada tipo de Associação de
Donos de Cartório possui um código de ética próprio.

Nos Códigos de éticas em geral, temos alguns deveres:

a) Observe disposições legais e orientações;


b) Que aja com lealdade com outros registradores e notários;
c) Dever de informação perante os usuários;
d) O cartório só pode cobrar exatamente as taxas e os emolumentos estabelecidos pelo
TJ; 🡪 O cartório só é obrigado receber em dinheiro, podendo receber de outras formas,
como por exemplo, por cartão de crédito, mas nesse caso é opção do cartório.
Podendo também o cartório cobrar para gastos extras que ele terá para realizar o
serviço, por exemplo, cobrar pelo deslocamento que ele terá que fazer para realizar um
casamento em um local diferente.
O cartório não pode dar desconto, e nem fazer propagandas.

Em relação a punição, em caso de descumprimento de alguns dos seus deveres o dono


do cartório pode sua serventia. Pode ter também advertência, em caso de reincidência pode
gerar multa, em caso de outras reincidências, pode existir suspensão e por fim exclusão.
Exclusão em associação não impede o dono de exercer atividade cartorária, só a perda da
serventia pelo TJ.

15. POLÍCIA

Temos três esfera de polícia, a polícia federal, civil e militar. A militar está atrelada as
forças armadas e em caso de guerra pode ser convocado para servir o país, até mesmos os
afastados. Tendo cada um especificado competência pela constituição.

A polícia civil e militar são competências estaduais, ou seja, quem regulamenta a


carreira são os estados. São carreiras diferentes, e concursos diferentes. Obrigatoriamente para
se tornar oficial da polícia militar e se tornar delegado da polícia civil, federal ou militar deve
ser graduado em Direito. Não se pode advogar e ser policial ao mesmo tempo.

Guarda municipal é polícia? Não, sendo de criação do município, cabendo proteção


patrimonial de bens públicos, em alguns casos fiscalização do trânsito de competência do
município. Podendo multar se estiver nos casos da lei orgânica municipal ou estatuto. Só pode
andar armado em cidades maiores, desde que tenha previsão na lei orgânica municipal ou
estatuto da guarda municipal, e com treinamento prévio.

Nas universidades federais, a competência é da polícia federal, por se tratar de um


território federal. Entretanto, é comum as universidades fazerem convênio com a polícia
militar para patrulhamento.

Temos no Brasil a Justiça Militar que serve para julgar casos não só envolvendo as
forças armadas, mas também envolvendo policiais militares, nesses casos a competência é
estadual. Em Minas Gerais a sede da Tribunal Militar é em Juiz de Fora.

Hoje existe o código de ética da Polícia Militar, onde determina uma certa hierarquia,
no qual se deve respeitar o seu superior, exceto em caso de conduta ilegal, o qual deve ser
reportada. O bombeiro militar faz parte da carreira militar, então deve respeitar a mesma
ordem e disciplina.

16. ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)


O Estatuto da OAB é uma lei federal (Lei nº 8.906/94), vinculando todos os
advogados do Brasil e só pode ser alterado por lei federal. A OAB é a entidade responsável a
fiscalizar e regulamentar as atividades advocatícias no Brasil, e obrigatoriamente para exercer
a profissão se deve ter inscrição na OAB. É o Estatuto da OAB que determina o processo de
admissibilidade na OAB.

O Estatuto da OAB vai estabelece atividades privativas, direitos e prerrogativas,


critérios de inscrição na OAB, sociedade, honorários 6, incompatibilidade e impedimentos,
ética do profissional, e por fim a organização da OAB, a caixa de assistência de advogado e
processo disciplinar.

16.1. Atividades privativas

São atividades privativas a quem é advogado.

Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

I – a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; 🡪 O


qualquer foi julgado inconstitucional pela ADI nº1127, a qual determina que qualquer pessoa
pode peticionar para alguns órgãos do poder judiciário, desde que não seja petição processual.
Em relação aos juizados especiais, as pessoas tem capacidade postulatória em ações que não
envolvam direito disponível, com valor da causa de até 20 salários mínimos, na primeira
instância.

II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 🡪 Cargos de direção


que necessitam ser ocupados por advogado, como por exemplo, Procurador da universidade.

§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus


em qualquer instância ou tribunal. 🡪 A constituição determina que qualquer pessoa pode
impetrar com habeas corpus em nome próprio, ou em nome de terceiro.

§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só


podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. 🡪 O
ato constitutivo de qualquer pessoa jurídica precisa ser visado por advogado.

§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.

Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.

6
O que pode e o que não pode ser cobrado, os valores são definidos pelas OAB Estadual.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função
social.

§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável


ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.

§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações,


nos limites desta Lei.

Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação


de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. 🡪 Pode
se advogar em qualquer estado da federação, existindo, entretanto, um limite. Se o advogado
tiver mais de 5 processos em um estado, é preciso fazer uma OAB suplementar naquele
estado.

§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta Lei, além do regime


próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria
da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de
administração indireta e fundacional. 🡪 Algumas funções públicas exigem vinculação na
OAB, são atividades privativas do advogado. Estado esses profissionais sujeitos ao Estatuto
da OAB.

§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art.


1º, na forma do Regulamento Geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade
deste.

Se o ato for privativo do advogado, e forem praticados por quem não o for, este será
nulo, não tendo plena validade jurídica. A pessoa que praticou o ato pode ser processo
administrativamente, civilmente e penalmente. O mesmo vale para os advogados suspensos.
Os atos devem ser revistos, sem prejudicar as partes.

O advogado para postular em juízo ou fora dele, precisa ter o mandato do cliente. Não
precisa procuração pública, pode ser particular. Se for caso de urgência, o advogado pode
postular em nome da pessoa sem procuração e pedir prazo para apresenta-la posteriormente
no prazo de 15 dias, prorrogável em igual período. Não precisa provar, mas apenas declarar a
urgência. Se o mandato não for apresentado, o processo poderá ser extinto.
Essa procuração da poderes ao advogado à praticar todos os atos judicias, com
exceção daqueles que exijam poderes especiais (precisa de estar expresso na procuração ou
fazer uma nova). O cliente tem o direito de solicitar prestação de conta.

O advogado pode renunciar ao mandato, entretanto o mandado continuará no prazo de


10 dias após a notificação, tempo em que o cliente deve buscar um novo advogado. O
advogado não precisa justificar o porquê de ele estar renunciando o mandato.

16.2. Direitos

Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e


membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito
recíprocos. 🡪 O advogado não é subordinado ao juiz.

17. CÓDIGO DE ÉTICA DA OAB

Além do Estatuto da OAB, temos o Código de Ética da OAB (Resolução de


02/2015). O Código de Ética é feito pela própria OAB, ao contrário do seu Estatuto, e vincula
todos os advogados, devendo ser publicado no Diário Oficial da União.

Art. 7º São direitos do advogado:

I – exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;

II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus


instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática,
desde que relativas ao exercício da advocacia; 🡪 Deve estar relacionado ao exercício da sua
profissão. Entretanto se o advogado cometer o crime, poderá ter busca e apreensão contra a
pessoa dele no seu escritório. Essa busca não pode envolver nada em relação aos seus clientes.
Deve ser acompanhada por um representante da OAB.

III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem


procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis
ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; 🡪 Durante o horário de funcionamento.

IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo


ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e,
nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de
Estado-Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na
sua falta, em prisão domiciliar; 🡪 Por qualquer crime que o advogado venha responder.
Depois do trânsito em julgado a prisão é comum.

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