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1.

TEORIAS ÉTICAS

É muito notável pela maioria dos autores que a Ética é um conjunto entre moral e direito, ou
seja, são uma conformação social, mas também jurídica. Assim, no caso analisado a
servidora impactou negativamente ambos os fundamentos éticos de maneira inconciliável,
portanto, retrataremos duas correntes teóricas, que apesar de visões distintas sobre a análise
ética, chegariam a mesma conclusão ao analisar a situação descrita.

“O bom comportamento decorre da tomada de uma decisão tendo


como base um valor prioritário. A decisão não é fundada sobre o
dever, como na deontologia, mas sobre os valores. O raciocínio
ético é um modo de raciocínio globalizante, que não substitui os
outros modos de raciocínio (fundados no dever ou no cumprimento
de objetivos) mas que os integra, uma vez que ajuda a identificar o
valor que legitima a decisão.” (Pág. 12 CARAPETO e FONSECA)

Nesse sentido, a primeira teoria que comportaria a análise do caso trata da Teoria
Deontológica que estuda os deveres humanos, tendo por objetivo reger a conduta
profissional com a conformação de normas que devem dirigir a as ações de todos os
profissionais de determinadas áreas. Todavia, nem sempre essas normas precisam ser
estabelecidas em codificações jurídicas, visto que o papel deontológico não aparece apenas
normativamente, mas também é uma forma reguladora. A partir disso, a deontologia
transmite as melhores percepções éticas de determinados setores trabalhistas, cuja
concepção em equipe e lidando com aspectos sociais dos serviços, exigem uma
padronização para o alcance de uma ordem. Assim, a atitude da servidora pública é uma
ruptura com tais pressupostos deontológico, porque ela descumpre a conduta esperada, não
importando para essa corrente qual a finalidade do desvio ético cometido pelo agente, desde
que descumpra a norma ou comportamento esperado ela está atuando de maneira antiética.
Enfim, para tal entendimento as sanções também são componentes éticos que evocam aquilo
que seus pensadores chamaram de “despertar para a ética” possibilitando não só o futuro
cumprimento, mas o aprendizado dos sujeitos.

A segunda corrente analisada dentro do caso será a Utilitarista, cujo surgimento pertence a
teoria Empírica. Desse modo, o utilitarismo surge como uma maximização da felicidade,
buscando sempre aquilo que atingiria o maior benefício para o maior número de pessoas, ou
seja, o que se observa é o resultado como um todo e, não, a intenção do agente. Outrossim,
destaca que o utilitarismo não é individualista, visto que o senso de comunidade é primordial
para a completa eficácia da felicidade buscada. Logo, a ação da servidora pública em nada
teria de benefício para a sociedade, além de colocar seu próprio ambiente de trabalho em
situação negativa, tendo em vista que a Defensoria Pública é talvez um dos órgãos mais
próximos da filosofia comunitária da justiça, que deve ser feita não apenas para alguns e,
sim, para todos independente de raça, cor, gênero etc. Portanto, o utilitarismo possui um
aspecto consequencialista, ou seja, o que importa é o que a ação causa no mundo, nunca, se
ela foi boa ou má.

“Não existe entidade suprema que tenha o poder de decretar o que


é bom para a humanidade: só importa o prazer ou o sofrimento
vivido pelo homem. Por isso, este deve procurar a maior
felicidade, o maior bem-estar, a maior utilidade para o maior
número.” (Pág. 16, CARAPETO e FONSECA)

Ademais, é indubitável que apesar das diferentes formas de pensar a ética, como foi possível
notar com as explanações anteriores, o entendimento sobre a atitude da servidora chegará a
mesma conclusão: a ação não teve parcimônia, composta por inúmeros equívocos presentes
não apenas no âmbito jurídico, como também, no âmbito moral de bom convívio entre os
indivíduos. Enfim, a corrente Deontológica é a regra no entendimento ético
profissionalizante no Brasil atual que retrataria uma ética aplicada com maior afinidade ao
disposto dentro dos deveres deontológicos, evidenciando que não devem ser entendidos
apenas como proibições, porque conformam um estilo de vida de um projeto
profissionalizante que vai muito além do trabalho.

REFEREÊNCIAS

CARAPETO, Carlos. e FONSECA, Fátima. Ética e deontologia: Manual de formação.


Lisboa, 2012.

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