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PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE MATERNO-INFANTIL

DANIELA CRISTINA RAMBO

CRIAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA


PREMATUROS INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
NEONATAL

Santa Maria, RS
2019
DANIELA CRISTINA RAMBO

CRIAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA


PREMATUROS INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
NEONATAL

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional


em Saúde Materno-Infantil da Universidade
Franciscana - UFN, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Saúde Materno
Infantil.

Orientador(a): Profª. Drª. Nadiesca Taisa Filippin

Santa Maria, RS
2019
R167c Rambo, Daniela Cristina
Criação de um protocolo de fisioterapia aquática
para prematuros internados na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal / Daniela Cristina Rambo ; orientação
Nadiesca Taisa Filippin – Santa Maria, 2019.
90 f. : il.

Dissertação (Mestre em Saúde Materno Infantil) –


Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil –
Universidade Franciscana – UFN

1. Recém-nascido prematuro 2. Hidroterapia


3. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 4. Dor
I. Filippin, Nadiesca Taisa II. Título.
CDU 615.8
Elaborada pela Bibliotecária Eunice de Olivera CRB/10 – 1491
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Hélio Rambo e Noeli Rambo, que sempre me incentivaram e apoiaram
a conquistar os meus sonhos. AMO VOCÊS!

Ao meu marido, Leonardo Krantkoski, meu maior incentivador durante essa


caminhada; obrigada pelos cuidados com a nossa filha durante as aulas, obrigada por ser minha
dupla maravilhosa que me completa. EU TE AMO!

À minha filha amada Júlia, você me fez admirar ainda mais a área materno-infantil com
a experiência da maternidade. VOCÊ É O CORAÇÃO DA MAMÃE!

À minha orientadora, Prof. Drª. Nadiesca Filippin, pela excelente ajuda durante todo
o processo de realização deste trabalho. OBRIGADA!

Às professoras da banca, Prof. Drª Simone Strassburger, Prof. Drª Regina


Costenaro e Prof. Drª Franceliane Jobim, obrigada por dividirem comigo este momento tão
importante e esperado.

À minha turma do Mestrado Profisisonal Saúde Materno-Infantil, obrigada pelo


apoio e enriquecimento dos meus conhecimentos.

Ao Hospital de Caridade de Ijuí, obrigada por autorizar a realização deste pesquisa,


permitindo liberdade e autonomia nesse processo. E à minha coordenadora, Regina Marta
Hein de Souza, pelo incentivo a pesquisa e por disponibilizar horários e folgas para o
desenvolvimento deste trabalho.
Rambo, Daniela Cristina. Criação de um protocolo de fisioterapia aquática em prematuros
internados na unidade de terapia intensiva neonatal. 2018. Dissertação (Mestrado
Profissional em Saúde Materno-Infantil) Curso de Pós-Graduação em Saúde Materno Infantil,
Universidade Franciscana, Santa Maria- RS, 2019.

Linha de Pesquisa: Atenção integral à saúde materna, neonatal e infantil. Orientadora: Dra
Nadiesca Taisa Filippin.

RESUMO

Introdução: A prematuridade é definida como sendo o nascimento com idade gestacional inferior a 37 semanas e
é responsável por 70% das mortes no primeiro ano de vida. O Brasil é um dos países com as mais elevadas taxas
de prematuridade atualmente. Após o nascimento, a maioria dos prematuros são admitidos na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal, onde passam por diversos procedimentos invasivos que causam dor. A adoção de medidas de
controle da dor ainda é uma tarefa desafiadora para os profissionais da saúde. No entanto, procedimentos de alívio
da dor são importantes, pois podem melhorar a homeostase e estabilidade do recém-nascido prematuro. A
fisioterapia aquática constitui um recurso para alívio da dor e desconforto do recém-nascido, pois oferece
propriedades fisiológicas, psicológicas e funcionais que favorecem o processo de recuperação. Objetivos: Criar
um protocolo de fisioterapia aquática para prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, a
partir da análise de produções científicas sobre a aplicação da fisioterapia aquática em recém-nascidos e crianças,
e um estudo experimental sobre os efeitos da fisioterapia aquática para prematuros internados em uma Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal. Metodologia: Para a análise das produções científicas foi realizada uma revisão
integrativa de literatura, por meio de pesquisa nas bases de dados PubMed, Scielo e BVS, incluindo publicações
de 2007 a 2017. O estudo experimental foi realizado em um hospital da Região do Noroeste do estado, na Unidade
de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), com coleta de dados no período de março a agosto de 2018. Os critérios
de inclusão foram: recém-nascidos prematuros internados no período da coleta que apresentassem quadro clínico
estável, em ar ambiente e/ou óculos nasal 0,5 l/min, permanência mínima de sete dias na UTIN, alimentação oral
e/ou orogástrica. Os recém-nascidos foram avaliados em dois dias. No primeiro dia, foi realizada verificação dos
sinais vitais, avaliação da dor e do sono e na sequência ocorreu uma punção sanguínea e após a reavaliação das
variáveis. No segundo dia, foram avaliadas as mesmas variáveis, realizada a punção sanguínea e, em seguida, a
fisioterapia aquática, com reavaliação ao final da intervenção. Resultados: Foram selecionados 8 artigos para a
revisão. Quatro estudos avaliaram os efeitos da intervenção sobre a dor, estresse e sono em recém-nascidos
hospitalizados, dois abordaram os efeitos da fisioterapia aquática em crianças com espasticidade e malformação
congênita, outros dois avaliaram a aplicação da fisioterapia aquática para estimulação no desenvolvimento. A
maioria dos artigos se propõe a avaliar os efeitos da fisioterapia aquática em relação à dor, estresse e sono em
recém-nascidos, exceto dois estudos que avaliam o desempenho motor dos bebês. A terapia aquática tem mostrado
redução da frequência cardíaca e respiratória, melhora no sono e diminuição da dor, aumento da saturação
periférica de oxigênio, assim como bons resultados no desenvolvimento motor de bebês, melhorando o tônus
muscular e a qualidade de vida. No estudo experimental, foi possível observar que as variáveis frequência cardíaca
e sono mostraram diferenças significativas entre pré e pós-intervenção. As variáveis saturação periférica,
frequência respiratória e dor mostraram diferenças significativas entre pré e pós-procedimento do primeiro dia,
mas não entre pré e pós-intervenção. No entanto, foi possível observar diferença entre a avaliação pós do primeiro
dia e pós do segundo dia. Considerações finais: Demonstra-se a necessidade da criação de práticas que possam
minimizar a dor e seus efeitos em prematuros, bem como fomentar condutas de analgesia não farmacológicas,
como a fisioterapia aquática, no sentido de proporcionar conforto e favorecer o desenvolvimento do recém-
nascido, além de conscientizar os profissionais da área da saúde neonatal e pediátrica. Produto e sua
aplicabilidade: O processo de pesquisa resultou na criação de um protocolo de fisioterapia aquática para
prematuros internados na UTIN, sendo seu conteúdo desenvolvido em quatro etapas. A sua aplicabilidade está
direcionada aos fisioterapeutas, com ênfase para condutas de analgesia em prematuros internados e o produto pode
ser implantado na rotina de todas as UTIN do Brasil. A versão final do protocolo está disponibilizada em um
manual impresso.

Palavras-chave: Recém-Nascido Prematuro. Hidroterapia. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Dor.


Rambo, Daniela Cristina. Creation of aquatic physiotherapy protocol to premature
newborns inpatient at the neonatal intensive therapy unit. 2018. Dissertation (Master’s
Degree Professional in Maternal and Child Health) Postgraduate Course in Maternal and Child
Health, Franciscan University, Santa Maria-RS, 2019.

Research Line: Integral attention to maternal, neonatal and child health. Advisor: Dra Nadiesca
Taisa Filippin.
ABSTRACT

Introduction: Prematurity is defined as birth under 37 weeks of gestational age and is responsible for 70%
of deaths in the first year of life. Brazil is one of the countries with higher rates of prematurity today. After
birth, most premature infants are admitted to the Neonatal Intensive Care Unit, where they undergo several
invasive procedures that cause pain. The adoption of measures of pain control is still a challenging task for
health professionals. However, pain relief procedures are important as they can improve homeostasis and
stability of the premature newborn. Aquatic physiotherapy is a resource for relieving the pain and discomfort
of the newborn, as it has physiological, psychological and functional properties that favor the recovery
process. Objectives: Create aquatic physical therapy protocol for premature newborns in the Neonatal
Intensive Care Unit, from the analysis of scientific works on the application of aquatic therapy in infants and
children, and an experimental study on the effects of aquatic physical therapy for premature hospitalized in
a Neonatal Intensive Care Unit. Methodology: For the analysis of the scientific productions, an integrative
literature review was carried out, through research in the PubMed, Scielo and VHL databases, including
publications from 2007 to 2017. The experimental study was performed at a hospital in the Rio Grande do
Sul’s Northwest Region, at the Neonatal Intensive Care Unit (NICU), with data collection from March to
August 2018. The inclusion criteria were: premature newborns hospitalized in the collection period
presenting stable clinical signs in ambient air and/or 0.5l/m nasal cateter; minimum 7 days stay in the NICU;
oral and/or orogastric feeding. The newborns were evaluated in two days: on the first day the vital signs
verification, pain and sleep evaluation were performed, an then we performed a blood puncture and a
reassessment of the variables. On second day, the same variables were evaluated, the blood puncture were
performed and then we did aquatic physiotherapy, with reevaluation of the variables at the end of the
intervention. Results: 8 articles were selected for review. Four studies aimed to evaluate the effects of
intervention on pain, stress and sleep in hospitalized newborns; two addressed the effects of aquatic physical
therapy in children with spasticity and congenital malformation; two others assessed the application of
aquatic physiotherapy for development. Most articles aim to assess the effects of aquatic physical therapy on
pain, stress and sleep in newborns, except for two studies that evaluate the motor performance of the infants.
Aquatic therapy has shown decreased heart and respiratory rate, improved sleep and reduced pain, increased
oxygen saturation, as well as good results in the motor development of babies, improving muscle tone and
quality of life. In experimental study it was observed that the heart rate and sleep showed significant
differences between pre- and post-intervention. The variables: peripheral saturation, respiratory rate and pain
showed significant differences between pre- and post-procedure of the first day, but not between pre- and
post-intervention. However, it was possible to observe a difference between the evaluation after the first day
and the second day. Conclusions: It is demonstrated the need to create practices that can minimize pain and
its effects in premature infants, as well as foment non-pharmacological analgesia, such as aquatic
physiotherapy, in order to provide comfort and favor the development of the newborn, in addition to raising
awareness in neonatal and pediatric health professionals. Product and its applicability: The research
process resulted in the creation of an aquatic physical therapy protocol for premature newborns in the NICU,
and its content developed in four stages. Its applicability is directed to physiotherapists, with emphasis on
analgesia conducts in hospitalized preterm infants and the product can be implanted in the routine of all
NICUs in Brazil. The final version of the protocol is available in a printed manual.

Keywords: Premature Newborn. Hydrotherapy. Neonatal Intensive Care Unit. Pain.


Rambo, Daniela Cristina. Creación de protocolo de fisioterapia acuática en prematuros
internados en la unidad de terapia intensiva neonatal. 2018. Disertación (Maestría
Profesional en Salud Materno-Infantil) Curso Postgrado en Salud Materno Infantil, Universidad
Franciscana, Santa Maria-RS, 2019.

Línea de Investigación: Atención integral a la salud materna, neonatal e infantil. Orientadora:


Dra Nadiesca Taisa Filippin.

RESUMEN

Introducción: La prematuridad se define como el nacimiento con edad gestacional inferior a 37 semanas y es
responsable del 70% de las muertes en el primer año de vida. Brasil es uno de los países con más altas tasas de
prematuridad actualmente. Después del nacimiento la mayoría de los prematuros son admitidos en la Unidad de
Terapia Intensiva Neonatal, donde pasan por diversos procedimientos invasivos que causan dolor. La adopción de
medidas de control del dolor sigue siendo una tarea desafiante para los profesionales de la salud. Sin embargo, los
procedimientos de alivio del dolor son importantes, ya que pueden mejorar la homeostasis y la estabilidad del
recién nacido prematuro. La fisioterapia acuática constituye un recurso para aliviar el dolor y la incomodidad del
recién nacido, pues ofrece propiedades fisiológicas, psicológicas y funcionales que favorecen el proceso de
recuperación. Objetivos: Crear un protocolo de fisioterapia acuática para prematuros internados en la Unidad de
Terapia Intensiva Neonatal, desde del análisis de producciones científicas sobre la aplicación de la fisioterapia
acuática en recién nacidos y niños, y un estudio experimental acerca de los efectos de la fisioterapia acuática para
prematuros internados en una Unidad de Terapia Intensiva Neonatal. Metodología: Para el análisis de las
producciones científicas se realizó una revisión integrativa de literatura, a través de investigación en las bases de
datos PubMed, Scielo y BVS, incluyendo publicaciones desde 2007 hasta 2017. El estudio experimental fue
realizado en un hospital de la región noroeste de Rio Grande do Sul en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal
(UTIN), con recolección de datos en el período de marzo a agosto de 2018, los criterios de inclusión fueron: recién
nacidos prematuros internados en el período de la recolección que presentaran cuadro clínico estable, en aire
ambiente y/o gafas nasales 0,5l/m, permanencia mínima de siete días en la UTIN, alimentación oral y/u orogástrica.
Los recién nacidos fueron evaluados en dos días, el primer día se realizó la verificación de los signos vitales, la
evaluación del dolor y el sueño, en la secuencia se produjo una punción sanguínea y después la reevaluación de
las variables. En el segundo día se evaluaron las mismas variables, realizada la punción sanguínea y luego la
fisioterapia acuática, con reevaluación al final de la intervención. Resultados: Se han seleccionado 8 artículos
para la revisión. Cuatro estudios se propusieron evaluar los efectos de la intervención sobre el dolor, estrés y sueño
en los recién nacidos hospitalizados, dos abordaron los efectos de la fisioterapia acuática en niños con espasticidad
y malformación congénita y otros dos evaluaron la aplicación de la fisioterapia acuática para estimular el
desarrollo. La mayoría de los artículos se propone evaluar los efectos de la fisioterapia acuática en relación con el
dolor, estrés y sueño en los recién nacidos, excepto dos estudios que evalúan el rendimiento motor de los bebés.
La terapia acuática ha mostrado reducción de la frecuencia cardíaca y respiratoria, mejora en el sueño y
disminución del dolor, aumento de la saturación periférica de oxígeno, así como buenos resultados en el desarrollo
motor de los bebés, mejorando el tono muscular y la calidad de vida. En el estudio experimental fue posible
observar que las variables frecuencia cardíaca y sueño mostraron diferencias significativas entre pre y post-
intervención. Las variables saturación periférica, frecuencia respiratoria y dolor mostraron diferencias
significativas entre pre y post-procedimiento del primer día, pero no entre pre y post-intervención. Sin embargo,
fue posible observar diferencia entre la evaluación post del primer día y el post del segundo día. Consideraciones
finales: Se demuestra la necesidad de la creación de prácticas que puedan minimizar el dolor y sus efectos en
prematuros, así como, fomentar conductas de analgesia no farmacológicas, como la fisioterapia acuática, en el
sentido de proporcionar confort y favorecer el desarrollo del recién nacido, además de concientizar a los
profesionales del área de la salud neonatal y pediátrica. Producto y su aplicabilidad: El proceso de investigación
resultó en la creación de un protocolo de fisioterapia acuática para prematuros internados en la UTIN, siendo su
contenido desarrollado en cuatro etapas. Su aplicabilidad está dirigida a los fisioterapeutas, con énfasis en
conductas de analgesia en prematuros internados y el producto puede ser implantado en la rutina de todas las UTIN
de Brasil. La versión final del protocolo está disponible en un manual impreso.

Palabras clave: Recién nacido prematuro. Hidroterapia. Unidad de Terapia Intensiva Neonatal. Dolor
LISTA DE ILUSTRAÇÃOES

Figura 1 - Fluxograma coleta e análise dos dados ...................................................... 25


Figura 2 - Representação gráfica do Protocolo de Fisioterapia Aquática para
Prematuros Internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ............................ 56
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Identificação dos manuscritos resultantes da pesquisa ........................... 22


Quadro 2 - Síntese dos dados extraídos dos estudos selecionados .............................. 26
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características da amostra ........................................................................... 49


Tabela 2 - Frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), saturação
periférica de oxigênio (Spo2), pressão arterial média (PAM), dor e sono nos quatro
momentos de avaliação (n= 15) ..................................................................................... 50
Tabela 3 - Post hoc para identificação de diferença entre os quatro momentos de
avaliação ........................................................................................................................ 51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIMS Escala Motora Infantil


BVS Biblioteca Virtual de Saúde
CEP Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
DECS Descritores em Ciências da Saúde
FC Frequência Cardíaca
FR Frequência Respiratória
IG Idade Gestacional
L/min Litros por minuto
MeSH Medical Subject Headings
NFCS Neonatal Facial Coding
NIPS Neonatal Infant Pain Scale
OMS Organização Mundial da Saúde
PAM Pressão Arterial Média
PIPP Premature Infant Pain Profile
RN Recém-nascido
RNPT Recém-nascido pré-termo
SciELO Scientific Electronic Library Online

SpO2 Saturação Periférica de Oxigênio
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
PubMed Public Medline
UTIN Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
2 OBJETIVO ........................................................................................................... 15
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 16
3.1 PREMATURIDADE ........................................................................................... 16
3.2 A DOR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL .................. 17
3.3 O USO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA ........................................................ 19
4 RESULTADOS ..................................................................................................... 22
4.1 MANUSCRITO 1 ................................................................................................ 23
RESUMO .................................................................................................................. 23
ABSTRACT ……………………………………………………………………….. 23
RESUMEN ................................................................................................................ 23
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 24
METODOLOGIA .................................................................................................... 24
RESULTADOS ......................................................................................................... 25
DISCUSSÕES ........................................................................................................... 31
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 32
4.2 MANUSCRITO 2 ................................................................................................ 34
RESUMO ................................................................................................................. 34
ABSTRACT ……………………………………………………………………….. 35
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 36
2 MÉTODO ............................................................................................................... 39
3 RESULTADOS ...................................................................................................... 41
4 DISCUSSÕES ........................................................................................................ 42
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 46
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 46
5 DISCUSSÃO GERAL DO ESTUDO ................................................................. 52
6 PRODUTO RESULTANTE DO PROCESSO DE PESQUISA ....................... 54
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 73
APÊNDICES ............................................................................................................. 77
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 78
APÊNDICE - B TERMO DE ASSENTIMENTO ................................................. 81
APÊNDICE C- FICHA DE AVALIAÇÃO DO RNPT ........................................ 82
ANEXOS ................................................................................................................... 83
ANEXO A - ESCALA PREMATURE INFANT PAIN PROFILE (PIPP) ........ 84
ANEXO B - ESCALA DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SONO E
VIGÍLIA, ADAPTADA DE BRAZELTON .......................................................... 85
ANEXO C- APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ........... 86
1 INTRODUÇÃO

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o prematuro é definido como sendo o


neonato de idade gestacional (IG) inferior a 37 semanas (SILVA et al., 2018). Conforme dados
da Sociedade Brasileira de Pediatria (2017), a taxa de prematuridade no Brasil está estimada
em 11,5% do total de nascimentos, cerca de 345.000 crianças do total de cerca de 3.000.000 de
nascimentos.
Após o nascimento, a maioria dos prematuros é admitida na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN), onde passam, em média, 25 dias internados, sendo submetidos à
10-18 procedimentos invasivos por dia, incluindo lanceta de calcanhar repetida, intubação
orotraqueal, cirurgias, aspiração orotraqueal e gástrica. Apesar da maioria destes procedimentos
causarem dor e inflamação, a analgesia pré ou pós ou anestesia é usada em apenas 2% a 21%
dos procedimentos invasivos realizados na UTIN (VICTORIA; MURPHY, 2016).
Em estudo realizado por Martins et al. (2013), a dificuldade na adoção de medidas de
controle da dor e estresse está na falta de compreensão da comunicação não verbal do recém-
nascido (RN) e pelo fato de a dor ser um fenômeno subjetivo. Essas condições tornam a
avaliação da dor no RN uma tarefa desafiadora para os profissionais da saúde.
Para Llaguno et al. (2015), com a dor constante vários fatores importantes para o
desenvolvimento são alterados, dentre eles o sono, que constitui uma importante necessidade
humana básica, fundamental para a homeostase do organismo do recém-nascido pretermo e que
necessita ser protegido e promovido durante a hospitalização. A dor causa manifestações
sistêmicas e respostas a dor são evidenciadas no estado do sono-vigília com a duração
aumentada do sono não REM (BRASIL, 2011).
Estímulos dolorosos agudos desencadeiam nos RNs uma resposta global ao estresse que
inclui modificação em nível cardiovascular, respiratório, imunológico, hormonal e
comportamental, entre outros (SANTOS et al., 2012). Assim, procedimentos de alívio da dor e
estresse melhoram a homeostase e estabilidade do RN e são essenciais para o cuidado e suporte
aos neonatos imaturos. A dor é uma experiência sensorial e procedimentos não farmacológicos,
como abordagens táteis, massagens, sucção não nutritiva e banhos de imersão objetivam,
principalmente, prevenir a intensificação de um processo doloroso, a desorganização do
neonato, o estresse e a agitação, ou seja, minimizar as repercussões da dor (VIGNOCHI;
TEIXEIRA; NADER, 2010).
13

A fisioterapia aquática constitui um procedimento não farmacológico que oferece


propriedades fisiológicas, psicológicas e funcionais para o processo de recuperação,
propriedades descritas na literatura como eficazes em várias condições de saúde (JACQUES et
al., 2010). Para Pascual (2014), a primeira zona de ação da água é a pele, pois ela sofre os
efeitos da combinação de energia térmica, superfície hidrostática dinâmica através dos
receptores de pressão. Além disso, endorfinas e encefalinas são liberadas, gerando uma
sensação de bem-estar e aumento da analgesia derivada da diminuição da sensibilidade dos
nociceptores.
Estudo de Vignochi et al. (2010) encontrou melhora na dor, no ciclo de sono e vigília
de bebês prematuros estáveis hospitalizados após terapia aquática. Barbosa, Carneiro e Weffort
(2015) identificaram melhora da saturação periférica de oxigênio, diminuição da frequência
respiratória e cardíaca e diminuição nos níveis de cortisol com a fisioterapia aquática em RNs
internados na unidade de cuidados intermediários. Tobinaga et al. (2016) encontraram
resultados semelhantes em que os recém-nascidos prematuros internados na UTIN
apresentaram uma redução significativa na frequência cardíaca, na frequência respiratória e nos
níveis salivares de cortisol após a fisioterapia aquática, sugerindo alívio de curto prazo do
estresse.
Embora a fisioterapia aquática seja utilizada há algum tempo como terapêutica, ainda é
uma terapia pouco compreendida e não aceita no cuidado do RN; por esse motivo, há poucos
estudos sobre essa abordagem na literatura (TOBINAGA et al., 2016).
Com base no exposto e considerando o alto número de nascimentos prematuros no
Brasil, há grandes possibilidades destes prematuros serem internados na UTIN. Na UTIN, o
tratamento intensivo induz a procedimentos dolorosos constantes; assim é pertinente trazer
essas informações aos profissionais da área neonatal e pediátrica para minimizar os efeitos da
dor nos prematuros internados na UTIN, usando técnicas de analgesia.
Além disso, a implantação de um protocolo de rotina para analgesia na UTIN constitui
uma ferramenta importante em várias situações de cuidados intensivos, como nas aspirações
orotraqueais, passagens de cateteres e sondas, punções sanguíneas e medidas de conforto em
geral. Dessa forma, pode contribuir para estabilizar o recém-nascido prematuro para sua
recuperação e acelerar a sua alta da unidade de cuidados intensivos. Embora existam algumas
pesquisas sobre o assunto, ainda são escassas as literaturas sobre o tema. Assim, o presente
14

estudo justifica-se pela necessidade de ampliar a avaliação dos efeitos da fisioterapia aquática
em prematuros internados na UTIN.
2 OBJETIVO

Criar um protocolo de fisioterapia aquática para prematuros internados na Unidade de


Terapia Intensiva Neonatal, a partir da análise de produções científicas sobre a aplicação da
fisioterapia aquática em recém-nascidos e crianças e um estudo experimental sobre os efeitos
da fisioterapia aquática para prematuros internados em uma Unidade de Terapia Intensiva.
3 REVISÃO DE LITERATURA

Nesse capítulo, serão aprofundadas as temáticas prematuridade, dor na Unidade de


Terapia Intensiva Neonatal e fisioterapia aquática, conforme segue.

3.1 PREMATURIDADE

Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (2017), recém- nascidos pretermos são


classificados como: pretermo, menor que 37 semanas e 0 dias; pretermo tardio, entre 34
semanas e 0 dias e 36 semanas e 6 dias; pretermo moderado (ou moderadamente pretermo),
entre 32 semanas e 0 dias e 33 semanas e 6 dias; muito pretermo, entre 28 semanas e 0 dias a
31 semanas e 6 dias; pretermo extremo, menor que 28 semanas e 0 dias. Assim, recém-nascidos
prematuros são diferentes de recém-nascidos a termo, porque eles têm diferentes características
anatômicas e fisiológicas de acordo com o peso ao nascer e sua idade gestacional, exigindo
maior sensibilidade e atendimento especializado (MARQUES et al., 2017).
A etiologia do nascimento pretermo não é bem conhecida. Muitos fatores de risco são
clássicos, como infecções, partos múltiplos, hipertensão induzida pela gravidez, tabagismo
materno e uso de drogas ilícitas na gravidez, ganho de peso insuficiente na gravidez, reprodução
assistida, colo uterino curto, intervalo interpartal curto, baixa escolaridade (BETTIOL;
BARBIERI; SILVA, 2010).
A morbidade neonatal é maior entre os muito prematuros e prematuros extremos, que
apresentam taxas mais altas de síndrome do desconforto respiratório, broncodisplasia e
hipoglicemia e, com um ano de vida, maior incidência de doença pulmonar crônica e menor
potencial de crescimento (SALGE et al., 2009).
Essas crianças necessitam de um longo período de hospitalização, sendo submetidas a
inúmeros procedimentos invasivos, como intubação orotraqueal, inserção de cateter
intravascular, sondagem orogástrica, entre outros, para a efetivação de tratamentos como
oxigenoterapia, nutrição parenteral, antibioticoterapia e hemotransfusão (TRONCHIN;
TSUNECHIRO, 2007). Apesar da progressiva melhora na sobrevida de prematuros, a taxa de
sequelas tem se mantido relativamente constante, indicando que o número absoluto de crianças
com sequelas secundárias ao nascimento prematuro está crescendo (CASTRO; RUGOLO;
MARGOTTO, 2012).
17

A UTIN possibilita o atendimento diferenciado ao RN prematuro hospitalizado, devido


à sua especificidade e aos recursos físicos, materiais e pessoais adequados de que dispõe,
contribuindo para o tratamento das doenças neonatais e auxiliando na redução da mortalidade
dos neonatos (LIMA et al., 2017). Contudo, o ambiente de cuidados intensivos neonatais pode
alterar o neurodesenvolvimento dos recém-nascidos prematuros em longo prazo (SHOEMARK
et al., 2016). Embora o intervalo de morbidade em recém-nascidos prematuros esteja
relacionado à sua imaturidade e condições clínicas, há evidências que o estado de saúde pode
ser parcialmente afetado pelos estressores físicos vivenciados como, por exemplo,
procedimentos dolorosos (MONTIROSSO; PROVENZI, 2015).

3.2 A DOR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Acreditou-se, por anos, que os RNs eram incapazes de sentir dor pelo pressuposto de
seu sistema nervoso ainda não estar completamente formado. Atualmente, se sabe que o sistema
neurológico que é necessário à nocicepção está formado entre 24ª e 28ª semanas de gestação.
Suas estruturas periféricas e centrais necessárias à percepção da dor estão presentes e em pleno
funcionamento já no nascimento e estes percebem a dor com mais intensidade que as crianças
e adultos devido aos mecanismos de controle inibitório serem imaturos, diminuindo a
capacidade de modular a experiência dolorosa (SILVA et al., 2015) A dor pode trazer
consequências como irritabilidade, diminuição da atenção e orientação, alteração no padrão do
sono, recusa alimentar, além de interferência na relação mãe e filho. Em médio e longo prazos,
pode ocorrer aumento da sensibilidade à dor, com hipersensibilidade aos estímulos dolorosos e
não dolorosos, devido ao aumento das ramificações nervosas no local agredido repetidamente
e à diminuição do limiar de dor. Além disso, a dor repetida pode favorecer o aparecimento de
problemas de cognição e déficit de atenção e concentração na vida escolar (MEDEIROS;
MADEIRA, 2006).
Os estímulos dolorosos agudos desencadeiam no RN uma resposta global ao estresse,
que inclui modificação a nível hormonal e comportamental, sendo que essas respostas
fisiológicas podem refletir no sono do RN (VERONEZ; CORRÊA, 2010). Os prematuros
passam a maior parte do tempo (80%) no sono ativo e isso reflete negativamente no
desenvolvimento neurossensorial e cortical do bebê, pois o sono tem um papel importante na
sua maturação (COLLINS et al., 2015).
18

No momento atual, uma atenção especial à dor e a busca de meios para diminuí-la e até
evitá-la podem ser um passo importante para a melhoria da qualidade de vida do RN internado
em UTIN (FALCÃO et al., 2012). O manejo inadequado da dor, mas também o uso inadequado
de analgésicos gera efeitos negativos no desfecho do desenvolvimento neurológico. Dessa
forma, o gerenciamento efetivo da dor é baseado em prevenção, avaliação e tratamento seguido
de uma reavaliação da dor para determinar se ainda é necessário um tratamento adicional. O
gerenciamento da dor neonatal permanece em busca de um novo equilíbrio porque essas
observações conflitantes são os principais fatores para adaptar as práticas atuais
(ALLEGAERT; ANKER, 2016).
Identificar situações estressantes com o prematuro ou de baixo peso é de vital
importância para o seu desenvolvimento normal. Assim, pode-se prevenir ou minimizar o
surgimento de possíveis complicações psicológicas e comportamentais (CRUVINEL;
PAULETTI, 2009).
Para qualificar e quantificar a dor nesse período, geralmente utilizam-se instrumentos
ou indicadores que levam em consideração as alterações comportamentais, como o choro, a
mímica facial e os movimentos corporais, além das mudanças fisiológicas do RN, na frequência
cardíaca e respiratória, pressão arterial, saturação de oxigênio e níveis hormonais (MARTINS
et al., 2013).
A escala de dor Premature Infant Pain Profile (PIPP), desenvolvida em 1996 por
Stevens e colaboradores, é a escala mais indicada para prematuros por levar em consideração
as alterações próprias desse grupo de paciente. A escala PIPP se utiliza de parâmetros
multidimensionais e é bem aceita por poder ser utilizada em qualquer idade gestacional,
valorizando o prematuro (FREITAS; PEREIRA; OLIVEIRA, 2012).
A partir de uma avaliação criteriosa do RN, se constatado dor, podem ser utilizadas
estratégias não farmacológicas como, por exemplo, a hidroterapia. Essa terapia tem sido
documentada na literatura para o tratamento da dor. A imersão em água quente demonstrou
reduzir a pressão sanguínea e frequência cardíaca, reduzir a tensão muscular, reduzir a
ansiedade e aliviar a dor (BATTEN et al., 2017).
Algumas práticas têm sido adotadas para favorecer a assistência humanizada ao bebê e
sua família, com medidas que reduzem o estresse e a dor. Assim tem sido com o ofurô
desenvolvido na Holanda por médicos e enfermeiros. A ofuroterapia é uma modalidade da
fisioterapia aquática que tem sido utilizada por fisioterapeutas no contexto hospitalar como uma
19

conduta de humanização da assistência a recém-nascidos prematuros estáveis (GONÇALVEZ


et al., 2017).
Há na literatura relatos de programas de atividade aquática com bebês que visam
estimular a adaptação da criança ao meio líquido, incentivar sua interação com os pais e
terapeutas, enriquecer suas experiências sensoriais e motoras, além de fornecer relaxamento e
bem-estar (SILVA et al., 2009).

3.3 O USO DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA

A fisioterapia aquática vem sendo indicada e utilizada por fisioterapeutas em programas


de reabilitação multidisciplinares nas mais diversas áreas. Houve um grande crescimento e
desenvolvimento nas técnicas e tratamentos utilizados no meio aquático. Muitos são os efeitos
terapêuticos benéficos obtidos com a imersão na água aquecida como o relaxamento, a
analgesia, a redução do impacto e da agressão sobre as articulações (BIASOLI; MACHADO,
2006).
Em estudo realizado por Cunha e Caromano (2003), entre os efeitos obtidos pelo uso da
imersão predominam o relaxamento e o efeito que a imersão em água tem sobre a percepção da
dor. São afetadas as terminações nervosas, incluindo os receptores de temperatura, tato e
pressão.
Durante a imersão, os benefícios no sistema cardiovascular e respiratório também são
significativos, pois a água exerce pressão sobre o corpo. Um efeito importante desse aumento
de pressão acontece no sistema de retorno venoso, que é sensível a diferenças de pressão
externa. O fluxo sanguíneo no pulmão também aumenta, devido ao aumento da pressão
sanguínea. Tal resposta favorece uma maior troca gasosa, devido ao aumento de sangue na
circulação pulmonar (CARREGARO; TOLEDO, 2008).
Uma variedade de técnicas tem sido utilizada para promoção do estado de relaxamento
e controle do estresse. No meio aquático, as técnicas associadas com as mobilizações passivas,
alongamentos, controle postural e movimentos rítmicos são usadas para controle do estresse,
alívio da dor e relaxamento, sendo muitas vezes adicionadas à restrição de um ou mais estímulos
sensoriais, a fim de amenizar a sobrecarga de estímulos impostos pelo estresse (CUNHA;
CAROMANO, 2003).
A fisioterapia aquática em crianças promove a liberdade dos movimentos e aumenta a
sociabilização, sendo representada por um ambiente agradável rico em estímulos com objetivo
20

terapêutico (BASTOS et al., 2013). Zahao et al. (2005) relatam a hidroterapia neonatal como
uma atividade abrangente e natural que acelera o crescimento e desenvolvimento do sistema
digestivo, respiratório, circulatório e musculoesquelético do RN.
Diante da complexidade do cuidado do recém-nascido prematuro em unidade neonatal,
há necessidade do uso de técnicas e medidas terapêuticas pautadas na assistência humanizada
que possam minimizar o impacto negativo da prematuridade nos parâmetros fisiológicos de
recém-nascidos prematuros. Umas das técnicas terapêuticas mais aplicadas neste sentido nas
unidades neonatais brasileiras é a hidroterapia em balde (SILVA et al., 2017).
Estudo realizado por Pugliesi et al. (2009) analisou os efeitos do banho logo após o
nascimento com 98 RNs e demonstrou que o banho em sala de parto possibilitou um maior
contato do RN com os pais. Admite-se que o banho de imersão é uma situação que propicia
uma série de trocas e ajustes interacionais entre o adulto e o RN, proporcionado pela
estimulação tátil com os pais e outros cuidadores.
Medeiros e Mascarenhas (2010) relatam no seu estudo sobre o banho humanizado em
recém-nascidos prematuros de baixo peso que esse procedimento está sendo indicado na
assistência ao RN de baixo peso, no qual o RN é imerso em água morna até o pescoço, sem
exposição a corrente de ar e com contenção do padrão flexor através do enrolamento com
toalha-fralda, de modo a evitar o estresse, a desorganização motora e o gasto energético e
proporcionar relaxamento e prazer ao RN.
O momento do banho deve ser um momento prazeroso para o bebê para que o mesmo
se sinta bem. O banho mais utilizado nos dias de hoje é o banho humanizado, em que o RN é
colocado despido em uma banheira ou bacia com água para promoção da higiene. A
participação ativa da mãe, do pai e da família reforça o significado do banho como um momento
de interação e trocas. O primeiro cuidado materno consiste na ligação da mãe com o bebê, com
o fator adicional do contato. Um momento importante para desenvolver este contato ocorre
durante o banho, em que a criança revive momentos que lhe são familiares (HEMKEMEIER;
FERMINO; RIBEIRO, 2012).
Alguns estudos relatam que a fisioterapia aquática promove relaxamento muscular com
consequente redução dos parâmetros clínicos de frequência respiratória (FR) e frequência
cardíaca (FC). No estudo de Barbosa et al. (2015), os RNs submetidos à terapia apresentaram
diminuição nas médias de FC e FR, assim como houve aumento da saturação periférica de
oxigênio (SpO2) nos RNs, comprovando a melhora da oxigenação periférica.
21

Devido ao seu objetivo de prevenir e tratar vários casos clínicos, a fisioterapia aquática
é considerada uma modalidade terapêutica e tem demonstrado ser benéfica em RNs. Estudo de
Tobinaga et al. (2016) mostrou que a terapia ajuda a reduzir a dor, o estresse, a irritabilidade e
alterações neuromusculoesqueléticas adquiridas por RNs durante longos períodos de
hospitalização.
Vignochi et al. (2010) utilizaram a fisioterapia aquática com 12 RNs internados em
unidade de terapia intensiva e durante 10 minutos realizaram movimentos lentos de dissociação
de cinturas, deslizando no meio líquido. Após a conduta, obtiveram resultados significativos
como a melhora na FC, FR, sono e dor.
Movimentos lentos de dissociação de cinturas são manobras da técnica de fisioterapia
aquática Watsu, criada em 1980, e que mostrou eficiência ao tratar dores crônicas e uma grande
variedade de enfermidades. Foi introduzida como uma modalidade primária da reabilitação por
terapeutas aquáticos e passou a ser ensinada em universidades em todo o mundo. Além dos
benefícios físicos resultantes dos movimentos e alongamentos facilitados pela utilização da
água morna, o poder do Watsu em reduzir o estresse se baseia na eficiência em relação às
condições nas quais o estresse está implicado e em sua crescente popularidade entre o público
em geral (ACOSTA, 2010).
4 RESULTADOS

Quadro 1 – Identificação dos manuscritos resultantes da pesquisa


MANUSCRITO OBJETIVO

1 FISIOTERAPIA AQUÁTICA APLICADA Analisar as produções


EM RECÉM-NASCIDOS E CRIANÇAS: científicas sobre a fisioterapia
UMA REVISÃO INTEGRATIVA aquática aplicada em recém-
nascidos ou crianças.

2 EFEITOS DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA Verificar os efeitos da


EM PREMATUROS INTERNADOS NA fisioterapia aquática em
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA prematuros internados na
NEONATAL unidade de terapia intensiva
neonatal

Fonte: elaborado pela autora.


4.1 MANUSCRITO 1

FISIOTERAPIA AQUÁTICA APLICADA EM RECÉM-NASCIDOS E


CRIANÇAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA1
AQUATIC PHYSICAL THERAPY APLIED IN NEWBORNS AND CHILDREN: A
COMPREHENSIVE REVIEW
FISIOTERAPIA ACUÁTICA APLICADA EN RECIÉN NACIDOS Y NIÑOS: UNA REVISIÓN
INTEGRATIVA

Daniela Cristina Rambo2, Nadiesca Taisa Filippin3

RESUMO

Introdução: Nos recém-nascidos, os efeitos terapêuticos tanto do exercício na água aquecida quanto uma
simples imersão produzem melhora na circulação sanguínea e na musculatura respiratória, proporcionando
aumento da capacidade vital e permitindo que o recém-nascido reencontre os movimentos de sua vida fetal.
A fisioterapia aquática pode ser utilizada como método não farmacológico para aliviar a dor e melhorar a
qualidade do sono, contribuindo para redução dos efeitos nocivos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Objetivo: Realizar uma revisão integrativa acerca da aplicação da fisioterapia aquática em recém-nascidos
ou crianças, conhecida também como “hidroterapia”. Metodologia: A busca de referências foi realizada nas
bases de dados PubMed, SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os seguintes descritores de
saúde: “hydrotherapy”, “infants”, “newborn”, e no Google Acadêmico as palavras-chaves: “hidroterapia”,
“recém-nascidos”, “crianças” e “fisioterapia aquática” durante o período de 2007 a 2017. Resultados: Foram
encontrados 8 estudos que preencheram os critérios de inclusão e exclusão desse trabalho. Os resultados
demonstraram que a fisioterapia aquática constitui um recurso seguro para sua aplicação em recém-nascidos
e crianças em diversas temáticas como: dor, desenvolvimento neuromotor e bem-estar Conclusão: O que
se conclui dos estudos analisados é pode-se considerar que existe escassez na literatura quanto ao tema
fisioterapia aquática em recém-nascidos ou crianças. São necessários mais estudos clínicos bem delineados
para análise da aplicação da fisioterapia aquática para este público e seus benefícios.
Palavras- chave: Hidroterapia, Fisioterapia aquática, Crianças, recém-nascidos. benefícios.

ABSTRACT

Introduction: In newborns both the therapeutic effects of exercise in a simple heated water as immersion
produce improved blood circulation and respiratory musculature, provide increased vital capacity, allow the
baby to rediscover the movements of his fetal life. The aquatic physical therapy can be used as non-
pharmacological method to relieve pain and improve sleep quality, contributing to reducing the harmful effects
of the Neonatal Intensive Care Unit. Objective: Make an integrative review on the implementation of aquatic
therapy in newborns or children, also known as "hydrotherapy". Methodology: The search for references was
performed in PubMed, SciELO, Virtual Health Library (VHL) databases using the following health descriptors:
"hydrotherapy", "infants", "newborn", and in Google Scholar the keywords: "Hydrotherapy", "newborn",
"children" and "aquatic physiotherapy" during the period 2007 to 2017. Results: We found 8 studies that met
the inclusion and exclusion criteria of this study. Conclusion: Given the analysis of the studies we can consider
that there is a shortage in the literature on the subject of aquatic therapy in newborns or children. More well-
designed clinical studies are needed to analyze the application of aquatic physiotherapy to this public and its
benefits.
Keywords: Hydrotherapy, Aquatic physiotherapy, Children, Newborns, benefits.

RESUMEN

Introducción: En los recién nacidos los efectos terapéuticos tanto del ejercicio en el agua calentada como
una simple inmersión producen una mejora en la circulación sanguínea y en la musculatura respiratoria,
proporcionan un aumento de la capacidad vital, permiten que el recién nacido reencuentra los movimientos

1 Artigo elaborado para submissão na Revista Eletrônica Acervo Saúde.


2 Mestranda em Saúde Materno-Infantil. Fisioterapeuta, Universidade Franciscana, RS, Brasil.
danielarambo@hotmail.com.
3 Drª em Fisioterapia. Professora do curso de Fisioterapia e Mestrado Profissional Saúde Materno-Infantil,

Universidade Franciscana, RS, Brasil.


24

de su vida fetal. La fisioterapia acuática puede ser utilizada como método no farmacológico para aliviar el
dolor y mejorar la calidad del sueño, contribuyendo a la reducción de los efectos nocivos de la Unidad de
Terapia Intensiva Neonatal. Objetivo: Realizar una revisión integrativa acerca de la aplicación de la
fisioterapia acuática en recién nacidos o niños, conocida también como "hidroterapia". Metodología: La
búsqueda por referencias fue realizada en las bases de datos PubMed, SciELO, Biblioteca Virtual en Salud
(BVS) utilizando los siguientes descriptores de salud: "hidroterapia", "infants", "newborn", y en Google
Académico las palabras clave: "Hidroterapia", "recién nacidos", "niños" y "fisioterapia acuática" durante el
período de 2007 hasta 2017. Resultados: Se encontraron 8 estudios que cumplieron los criterios de inclusión
y exclusión de ese trabajo. Conclusión: Ante el análisis de los estudios podemos considerar que hay escasez
en la literatura en cuanto al tema de fisioterapia acuática en recién nacidos o niños. Se necesitan más estudios
clínicos bien delineados para analizar la aplicación de la fisioterapia acuática para este público y sus
beneficios.
Palabras clave: Hidroterapia, Fisioterapia acuática, Niños, Recién nacidos, beneficios.

INTRODUÇÃO
Entende-se o termo hidroterapia como tratamento pela água, uso tópico ou externo para fins terapêuticos.
Os benefícios que fornecem a sua aplicação são produzidos pelo conjunto de suas propriedades mecânicas,
térmicas e químicas, junto a outros agentes como o movimento (PASCUAL CT, 2014).
Fisiologicamente, a pressão hidrostática da imersão de água flui o movimento do espaço extravascular
para o intravascular, espaço com potencial para reduzir o sangue, pressão e edema (BRICKHOUSE B, et al.,
2016). O exercício físico na água tem proporcionado benefícios físicos em diferentes populações
(CARVALHO DR, et al., 2015).
Nos recém-nascidos (RN), os efeitos terapêuticos, tanto dos exercícios na água aquecida quanto na
simples imersão, produzem uma melhora na circulação e na musculatura respiratória, pois o ambiente
aquático proporciona aumento da capacidade vital, além da redução do peso corporal, o que permite que o
RN reencontre os movimentos de sua vida fetal (VIGNOCHI C, et al., 2010).
Em um estudo realizado por Barbosa LCP, et al. (2015) no qual avaliaram o impacto da hidroterapia em
recém-nascidos hospitalizados, foi encontrada melhora na oxigenação periférica e redução da dor. Valizadeh
L, et al. (2017) compararam os efeitos da hidroterapia com exercícios passivos no desempenho motor e
desenvolvimento neuromuscular em crianças nascidas prematuras e significativamente os membros inferiores
tiveram melhor reação no grupo da hidroterapia. Da mesma forma que Tobinaga WCO, et al. (2016), através
da hidroterapia em recém-nascidos, demonstraram redução na frequência respiratória (FR) e frequência
cardíaca (FC), sugerindo que estas alterações estão associadas à mudança para um estado comportamental
de conforto e relaxamento ao recém-nascido, proporcionado pelas propriedades físicas da água.
A fisioterapia aquática pode ser utilizada como método não farmacológico para aliviar a dor e melhorar a
qualidade e duração do sono profundo e pode contribuir para a redução dos efeitos nocivos da Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal em lactentes, sem privá-los da estimulação tátil-cinestésica necessária para o seu
desenvolvimento neurológico (VALIZADEH L, et al., 2017).
Considerando a importância do tema para a saúde infantil o objetivo desse estudo consistiu em realizar
uma revisão integrativa sobre a aplicação da fisioterapia aquática em recém-nascidos e crianças.
METODOLOGIA
Para a elaboração desta revisão integrativa, formou-se a seguinte questão de pesquisa: qual o
conhecimento científico produzido na literatura nacional e internacional sobre a aplicação da fisioterapia
aquática em recém-nascidos e crianças? Como plano de execução, foram seguidas as seguintes etapas:
definição do tema e elaboração da questão de pesquisa; definição dos critérios de elegibilidade para inclusão
e exclusão dos estudos; levantamento das publicações nas bases de dados; categorização e análise das
informações encontradas nas publicações; avaliação dos estudos selecionados; apresentação dos
resultados, incluindo análise crítica dos achados e síntese da revisão.
As buscas dos artigos científicos referentes à questão de pesquisa foram feitas nas bases de dados
PubMed, usando o cruzamento dos seguintes descritores do MeSH: “hidrotherapy”, “newborn”, “infant”,
SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS- BIREME), usando cruzamentos dos seguintes descritores do
25

DeCS: “hidroterapia”, “recém-nascidos”, “crianças” no modo de “pesquisa avançada”, e no Google Acadêmico


foram utilizados as palavras-chaves: “hidroterapia infantil”, “fisioterapia aquática”, “banho de imersão”. Foi
realizada a leitura do título de todos os artigos encontrados para saber se haviam alguma relação com a
questão de pesquisa. A coleta dos artigos foi no mês de junho de 2017.
Após, foi realizada a leitura dos resumos dos artigos, previamente selecionados na primeira etapa e
avaliados segundo os critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão foram: artigos que
contemplassem o tema proposto, fisioterapia aquática aplicada em recém-nascidos ou crianças, delimitados
no período de 2007 a 2017, na literatura nacional e internacional e que haviam sido publicados na íntegra. Os
critérios de exclusão estabelecidos foram: artigos que estivessem relacionados com adultos ou idosos, não
estivessem disponíveis em português, inglês ou espanhol. Os artigos de interesse foram adquiridos na íntegra
e os dados foram coletados para constituir o estudo.
RESULTADOS
A busca resultou em 44 publicações na base de dados PubMed, 3 publicações na base de dados SiELO,
20 publicações na Biblioteca Virtual em Saúde e 327 publicações no Google Acadêmico. A amostra foi
composta por 8 artigos conforme o fluxograma das estratégias de busca na base de dados (Figura 1).

Figura 1 - Fluxograma coleta e análise dos dados

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Conforme a amostra final, foi elaborado um quadro (Quadro 2) que apresenta uma síntese dos principais
dados extraídos dos estudos. Relacionado aos autores, ano de publicação, título, base de dados, periódicos,
objetivo, método, resultados e conclusão.
26

Quadro 1 - Síntese dos dados extraídos dos estudos selecionados


Autores/A Título do Base de dados/ Objetivo Método Principais
no Artigo Periódico resultados/Concl
usão
Estudo
experime
-ntal
piloto -
12
crianças.
O
desenvol-
vimento
foi
avaliado
por meio
Verificar a
do teste
influência Na análise
Denver II
de um estatística, não
e o AIMS
programa foram encontradas
para
de diferenças
Influência da avaliar
estimulação significativas entre
estimulação desenvol-
SciELO/ aquática no os valores antes e
aquática no vimento
SILVA JO, Revista desenvolvi- após o programa
desenvolvi- pessoal
et al., Fisioterapia e mento de de estimulação
mento de social,
2009. Pesquisa crianças de aquática; assim,
crianças de 0 a motor
0 a 18 não se pode
18 meses: um fino,
meses, afirmar que o
estudo piloto. motor
com ênfase estímulo aquático
grosso e
no favoreça o
linguage
desenvolv- desenvolvimento
m. A
imento infantil.
intervenç
motor.
ão da
fisioterapi
a
aquática
foi
realizada
1 vez por
semana
durante 8
semanas,
por 50
minutos.
Efeitos da Ensaio Após a realização
Avaliar os
fisioterapia clínico da fisioterapia
efeitos da
aquática na dor não aquática, os
fisioterapia
e no estado de controlad recém-nascidos
VIGNO- aquática na
sono e vigília de SciELO o de passaram para um
CHI C; dor e no
recém-nascidos BVS séries estado de sono
TEIXEI- ciclo sono e
pré-termo PubMed/ Revista temporai profundo.
RA PP; vigília de
estáveis Brasileira de s. Na avaliação da
NADER bebês
internados em Fisioterapia Avaliação dor NFCS, houve
SS, 2010. prematuros
unidade de das redução
estáveis
terapia variáveis: significativa do
hospitalizad
intensiva FC, FR, escore. Os
os.
neonatal. PAM, resultados do
27

SpO2, presente estudo


temperat indicam a melhora
ura dos parâmetros
corporal, fisiológicos, dos
dor e sinais de dor e da
comporta qualidade do sono
-mento. após a intervenção
Foi e sugerem que a
realizado técnica pode ser
10 benéfica aos
minutos recém-nascidos
de pré-termo.
fisioterapi
a
aquática,
somente
uma
interven-
ção.

Relato de
caso.
As
Avaliar o
sessões
efeito da
de
hidroterapia
hidrotera-
em uma
pia foram Apresentou
criança
Benefícios da realizada redução na
MELO FR; com
hidroterapia s três espasticidade,
ALVES Google diagnóstico
para vezes por proporcionou de
DAG; Acadêmico/ clínico de
espasticidade semana uma forma geral
LEITE Revista de hidrocefalia
em uma criança com uma melhora no
JMS, Neurociência e
com duração tônus muscular e
2012. diagnóstico
hidrocefalia. de 45 na qualidade de
fisioterápico
minutos, vida.
de
durante
quadriplegi
20
a espástica
sessões.
moderada.
Avaliação
do tônus
muscular.
Investigar Relato de
os efeitos caso.
do método Estudo
Foi possível
Halliwick explorató
observar que o
sobre o -rio e
Método tratamento
desenvolvi- quantitati
Halliwick: uma mostrou benefícios
mento -vo com
proposta Google em diversos
BRANCH motor do bebê de
fisioterapêutica Acadêmico/Fisiote aspectos do
ER, et al., recém- 4 anos
na malformação rapia Brasil desenvolvimento
2014. nascido de idade
congênita motor do paciente,
com com
induzida por sugerindo um
malformaçã idade
isotretinoína efeito
o congênita motora
positivo do método
decorrente de 6
aplicado
do uso de meses.
isotretinoín Foram
a. realizada
28

s 30
sessões,
divididas
em 5
sessões
por
semana
por 40
minutos
cada,
avaliação
da
função
motora
grossa e
tônus
muscular.
Relato de
caso, No caso relatado,
bebê de após cada sessão
3 meses. de terapia
Foram aquática,
realizada observou-se
s5 melhora na
sessões frequência
de cardíaca,
terapia frequência
aquática respiratória e
em balde saturação
Uso da do tipo periférica de
terapia ofurô, oxigênio. A
aquática iniciando aplicação da
A utilização da como as escala da dor
terapia aquática Google método de sessões NIPS
como método Acadêmico/ redução da 1 dia demonstrou um
RIBEIRO
de redução da VIII World dor em antes do escore médio de 4
LF, et al.,
dor em UTI Congress on bebê procedi- (quatro) antes da
2015.
Neonatal Communication hospitalizad mento de terapia,
(Relato de and Arts o na traqueos- sendo reduzido
caso). Unidade de tomia, para escore médio
Terapia sendo de 1 (um) após a
Intensiva uma terapia
Neonatal. sessão aquática. A terapia
ao dia à aquática é um
temperat recurso que pode
ura de ser empregado no
36o C tratamento da dor
durante dos RNs, pois
10 proporciona
minutos. estabilidade nos
Avaliação sinais vitais
da dor desses indivíduos,
por além de bem-estar
escala e relaxamento.
NIPS.
BARBOSA Avaliar Estudo Após a realização
Impacto da Google
LPC; impacto da quase da hidroterapia,
hidroterapia em Acadêmico/
CARNEIR hidroterapia experime houve diminuição
29

O EM; recém-nascidos Revista em 10 -ntal com das médias da FR


WEFFOR hospitalizados. Fisioterapia Brasil recém- 10 RNs. e da FC e
T V, 2015. nascidos Os RNs aumento das
hospitalizad foram médias da SAT
os avaliados O2. A avaliação da
em dois dor
dias (NIPS) mostrou
consecu- redução
tivos. No significativa após a
primeiro intervenção.
dia, foi
realizada
a
verificaçã
o
da FC,
FR, SAT
e escala
de dor
NIPS às
7h30min
e as 8h.
O
RN não
foi
submetid
oa
nenhum
procedi-
mento.
No
segundo
dia, o
mesmo
RN foi
submetid
oa
verificaçã
o dos
parâmetr
os
fisiológic
os e
escala de
dor NIPS
nos
horários
descritos
e, após
a
primeira
coleta
das
respectiv
as
variáveis,
foi
30

submetid

hidrotera
pia por
um
período
de dez
minutos.
Avaliação
da FR,
FC,
SpO2,
dor.
Houve diminuição
Ensaio
dos níveis de
clínico
cortisol após a
não
terapia, diminuição
randomi-
significativa na
zado,
frequência
com 15
Avaliar os cardíaca e na
prematu-
efeitos em frequencia
ros.
Short-Term curto prazo respiratória,
Sinais
effects of da aumento da SAT
PubMed/ vitais, dor
TOBINAG hydrokinesiothe hidrocinesio de O2, pouca
Rehabilitation e saliva
A, et al., rapy in -terapia na diferença na
Research and avaliados
2016. hospitalized redução do escala da dor
Practice antes e
preterm estresse no NIPS. A
após a
newborns. recém- hidrocinesiote-
terapia
nascido rapia pode ser
com
pré-termo. uma alternativa
duração
terapêutica em
de 10
recém-nascidos
minutos
pré-termo, sendo
.durante
tecnicamente fácil
15 dias
de administrar e
de baixo custo.
Ensaio
clínico
Avaliar o
randomiz
efeito de
a-do. 76
programas Houve pouca
prematur
de diferença entre os
Effect of early os foram
atividade grupos no
physical activity distribuíd
física desempenho
programs on os
dentro e neuromuscular.
motor aleatória-
fora da Apenas o recuo da
performance mente
VALIZADE água sobre perna mostrou-se
and PubMed/ Journal em
H et al., o significativamente
neuromuscular of Caring Sciences quatro
2017. desempenh diferente entre os
development in grupos.
o motor e grupos de
infants born G1: movi-
desenvolvi- atividade física e
preterm: a menta-
mento hidroterapia,
randomized ção
neuromus- mostrando melhor
clinical trial. passiva
cular em resultado com a
com base
bebês hidroterapia.
no
prematuros.
protocolo
.
de
Moyer-
31

Mileur.
G2:
hidrote-
rapia
(exercí-
cios para
os
ombros e
área
pélvica
na água
todos os
dias.
G3:
combina-
ção de
progra-
mas de
atividade
física
dentro e
fora da
água em
dias
alterna-
dos. G4:
conten-
ção em
posição
fetal.
Durante
duas
semanas
NFCS= Neonatal Facial Coding; NIPS= Neonatal Infant Pain Scale; RN= Recém-nascido, FR=
Frequência Respiratória, FC= Frequência Cardíaca, SAT O2= Saturação Periférica de Oxigênio, UTI
Neonatal= Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, AIMS= Escala Motora Infantil.
Fonte: elaborado pelas autoras.

DISCUSSÕES
Dos oito artigos analisados nesta revisão integrativa, observa-se que três são do tipo relato de caso,
dois são do tipo experimental, dois são estudos não randomizados e um é um ensaio clínico
randomizado.
A maioria dos artigos se propõe a avaliar os efeitos da fisioterapia aquática em relação à dor,
estresse e sono em recém-nascidos, exceto dois estudos que avaliam o desempenho motor dos bebês.
A terapia aquática tem mostrado redução da frequência cardíaca e respiratória, melhora no sono e
diminuição da dor, aumento da saturação periférica de oxigênio, assim como bons resultados no
desenvolvimento motor de bebês, melhorando o tônus muscular e a qualidade de vida (VIGNOCHI C,
et al., 2010; RIBEIRO LF, et al.,2015; BARBOSA LPC, et al., 2015; TOBINAGA WCO, et al., 2016;
SILVA JO, et al., 2009; MELO FR, et al., 2012).
O uso da fisioterapia aquática é tolerado em bebês, pois é uma técnica segura e teve um efeito
positivo na redução da dor, melhora da qualidade do sono e aumento de peso. Durante o procedimento,
os recém-nascidos apresentaram uma variação de estado choroso para estado acordado, com olhos
abertos e movimentos corporais de organização (VALIZADEH L, et al., 2017). Os efeitos fisiológicos da
água produzem alívio da dor e relaxamento muscular geral por meio da redução da sensibilidade dos
terminais nervosos e do aumento da circulação periférica, melhorando a circulação dos músculos
(VIGNOCHI C, et al., 2010).
32

Para Tobinaga WCO, et al. (2016); Barbosa LPC, et al. (2015); Ribeiro LF, et al. (2015); Vignochi C,
et al. (2016), o método da intervenção não ultrapassou o tempo de 10 minutos de terapia, o que sugere
ser um período suficiente e tolerável para RNs; a técnica entre os estudos foi parecida, com imersão
até os ombros e movimentos lentos, proporcionando conforto e segurança.
Outros assuntos foram abordados com aplicação da fisioterapia aquática: na estimulação do
desenvolvimento motor de bebês com 18 meses; com malformação congênita e também reabilitação
com efeito da atividade física dentro e fora da água sobre o desempenho motor e desenvolvimento.
Esses estudos mostraram que a terapia aquática melhora a espasticidade e tônus muscular de crianças
com malformação congênita e a estimulação na água facilita o desenvolvimento motor das crianças de
18 meses, assim como melhora a qualidade de vida (SILVA JO, et al., 2009; BRANCHER EC, et al.,
2014; VALIZADEH L, et al., 2016).
Métodos diferentes de terapia com tempo maior e priorizando exercícios, estimulação e atividades
aquáticas também são bem aceitos. Nesse sentido, a fisioterapia aquática foi usada não somente para
RNs, mas para crianças também, mostrando ser benéfica para o desenvolvimento motor e melhor
qualidade de vida (VALIZADEH L, et al., 2017; BRANCHER EC, et al., 2014; MELO FR, et al., 2012;
SILVA JO, et al., 2009).
Vignochi C, et al. (2010); Barbosa LPC, et al. (2015); Tobinaga WCO, et al.(2016) mostraram
resultados semelhantes nos efeitos da fisioterapia aquática em recém-nascidos prematuros
hospitalizados; após a terapia, os bebês apresentaram queda da FR, FC, aumento da SpO2 e
diminuição da dor.
A reabilitação aquática é proposta para vários tipos de tratamentos, incluindo também tratamento
de lesões cerebrais e seus problemas associados, como fraquezas musculares, déficit de coordenação
motora e equilíbrio (MELO FR, et al., 2012). A hidroterapia tem ganhado, progressivamente, vários
adeptos, por proporcionar a possibilidade de realizar manobras, o que é muitas vezes impossível fora
da água. Pacientes intensamente incapacitados fora da água são notavelmente móveis na piscina
(JACQUES KC, et al., 2010).
O ofurô ou banho de imersão como modalidade de fisioterapia é indicado, pois os efeitos fisiológicos
da água aquecida produzem, principalmente, alívio da dor e relaxamento muscular, por meio da
diminuição da sensibilidade das terminações nervosas e do aumento da circulação periférica, provendo
maior suprimento sanguíneo aos músculos, aumento da capacidade vital, sensação de bem-estar e
redução do cortisol. Também foram observados neonatos que tiveram dificuldades durante o período
de amamentação, com uma melhoria visível da sucção após uso da técnica de banho de imersão ou
ofurô, uma vez que ficam mais relaxados depois de terminar o banho (PERINE C, et al., 2014; ATAÍDE
VP, et al., 2016).
CONCLUSÃO
Os resultados demonstraram que a fisioterapia aquática constitui um recurso seguro para sua
aplicação em recém-nascidos e crianças em diversas temáticas, como dor, desenvolvimento
neuromotor e bem-estar. A técnica deve ter indicações precisas, de acordo com critérios de utilização
bem estabelecidos, além de cuidados relacionados à temperatura da água, assepsia da banheira e
controle dos sinais vitais.
No entanto, foi possível evidenciar a eficácia da fisioterapia aquática em recém-nascidos ou
crianças. Dessa forma, pela presente revisão são necessários estudos futuros para que novas
referências teóricas colaborem para uma conduta clínica de melhor qualidade da abordagem
terapêutica na água nessa população.

REFERÊNCIAS

1 ATAÍDE VP, BARBOSA JSV, CARVALHO MGS, NEVES SMSG, SANCHEZ FF, GONÇALVEZ RL.
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hospitalizados. Fisioter Bras., 2015 Nov; 16(3): 207-11.
33

3 BRANCHER EC, RODRIGUES RP, FRANCO PS, ROCHA ES, MACHADO A, CHIQUETTI EMS, et
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isotretinoína. Fisioter Bras., 2014 Ago; 15(14): 283-87.

4 BRICKHOUSE B, ISAACS C, BATTEN M, PRICE A. Strategies for providing low-cost water


immersion therapy with limeted resources. Nurs Womens Health., 2016 Jan; 19 (6): 526-32.

5 CARVALHO DR, BRAGA EM, LOCHINI AF, PROBST VS, PITTA F, FELCAR JM. Avaliação da
capacidade funcional de exercícios no ambiente aquático. Fisioter e Pesq., 2015 Nov; 22 (4): 355-62.

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hidroterapia em crianças com encefalopatia crônica não progessiva da infância: revisão sistemática.
Fisioter Mov., 2010 Mar; 23(1):53-61.

7 MELO FR, ALVES DAG, LEITE JMS. Benefícios da hidroterapia para espasticidade em uma criança
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8 PASCUAL CT. Valor de La hidroterapia em La cultura fenícia. Ver Hum Med., 2014 Sep; 14(3):751-
6.

9 PERINI C, SEIXAS MC, CATÃO ACSM, SILVA GD, ALMEIDA VS, MATOS PBC. Banho de ofurô
em recém-nascidos no alojamento conjunto: um relato de experiência. J. Res Fundam Care Online.,
2014 Jun;6(2): 785-92.

10 RIBEIRO LF, XAVIER GN, KAIRALA ALR, OLIVEIRA MS. A utilização da terapia aquática como
método de redução da dor em UTI Neonatal (Relato de caso). VIII World Congress on Communication
and Arts. 2015 Abril; 19 (22): 313-16.

11 SILVA JO, MARTINS JC, MORAIS RLS, GOMES WF. Influência da estimulação aquática no
desenvolvimento de crianças de 0 a 18 meses: um estudo piloto. Fisioter e Pesq., 2009 Dez; 16(4):
335-40.

12 TOBINAGA WCO, MARINHO CL, ABELENDA VLB, SÁ PM, LOPES AJ. Short-term effects of
hidrokinesiotherapy in hospitalized preterm newborns. Reabilitation on Research and Pratice., 2016
Ago; 2016:1-8.

13 VALIZADEH L, SANAEEFAR M, HOSSEINI MB, JAFARABADI MA, SHAMILI A. Effect of early


physical activity programs on motor performance and neuromuscular development in infants born
preterm: a randomized clinical trial. J. Caring Sci. 2017, Mar; 6 (6): 67-79.

14 VIGNOCHI C, TEIXEIRA PP, NADER SS. Efeito da fisioterapia aquática na dor e no estado de
sono e vigília de recém-nascidos pré-termo estáveis internados em unidade de terapia in tensiva
neonatal. Rev Bras Fisioter., 2010 Maio/Jun; 14(3): 214-20.
34

4.2 MANUSCRITO 2

EFEITOS DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM PREMATUROS INTERNADOS NA

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL1

EFFECTS OF AQUATIC PHYSIOTHERAPY IN PREMATUROS INTERNADOS IN

THE NEONATAL INTENSIVE THERAPY UNIT

Daniela Cristina Rambo2, Nadiesca Taisa Filippin34

RESUMO

Objetivo: Verificar os efeitos da fisioterapia aquática em prematuros internados na Unidade de

Terapia Intensiva Neonatal. Método: Trata-se de um ensaio clínico não randomizado. A

amostra foi composta por 15 recém-nascidos prematuros. Os dados pessoais e clínicos dos

prematuros foram coletados do prontuário. Eles foram avaliados em dois dias consecutivos: no

primeiro dia, foi realizada a avaliação das variáveis do estudo (frequência cardíaca e

respiratória, saturação periférica, pressão arterial, dor e sono); logo após, foi feita a punção

sanguínea para coleta de exames de rotina e, por fim, foram reavaliadas as variáveis. No

segundo dia, foram repetidos os procedimentos do primeiro dia; no entanto, após a punção

sanguínea foi realizada fisioterapia aquática. Resultados: Foi possível observar que as

variáveis frequência cardíaca (p<0,01) e sono (p<0,01) mostraram diferenças significativas

1 Artigo elaborado para submissão na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil.


2 Mestranda em Saúde Materno-Infantil. Fisioterapeuta, Universidade Franciscana, danielarambo@hotmail.com,
Santa Maria, RS, Brasil.
3 Drª em Fisioterapia. Professora do Curso de Fisioterapia e Mestrado Profissional Saúde Materno-Infantil,
Universidade Franciscana, RS, Brasil.
35

entre pré e pós-intervenção. As variáveis saturação, frequência respiratória e dor mostraram

diferenças significativas entre pré e pós-procedimento do primeiro dia, mas não entre pré e pós-

intervenção. No entanto, foi possível observar diferenças entre a avaliação pós do primeiro dia

e pós do segundo dia. Conclusão: Os resultados do presente estudo indicam a melhora dos

parâmetros fisiológicos, principalmente frequência cardíaca, e sono, indicando que a

fisioterapia aquática pode ser um recurso importante para proporcionar conforto e favorecer o

desenvolvimento do recém-nascido.

Palavras-chave: Recém-Nascido Prematuro; Hidroterapia; Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal e Dor.

ABSTRACT

Objective: To investigate the effects of aquatic physical therapy in hospitalized premature

infants in the Neonatal Intensive Care Unit. Method: This is a non-randomized clinical trial.

The sample consisted of 15 preterm newborns. The personal and clinical data of the preterm

newborns were collected from the medical record. They were evaluated on two consecutive

days: on the first day, the variables of the study (heart and respiratory rate, peripheral saturation,

blood pressure, pain and sleep) were evaluated, soon after the blood puncture for the collection

of routine exams, and then, the variables were reassessed. On the second day, the procedures

of the first day were repeated, however, after the puncture, aquatic physiotherapy was

performed. Results: It was observed that the variables heart rate (p<0,01) and sleep (p<0,01)

showed significant differences between pre- and post-intervention. The variables saturation,

respiratory rate and pain showed significant differences between pre- and post-procedure of the

first day, but not between pre- and post-intervention. However, it was possible to observe a

difference between the evaluation after the first day and the second day. Conclusion: The
36

results of the present study indicate an improvement in the physiological parameters, mainly

heart rate and sleep, indicating that aquatic physiotherapy may be an important resource to

provide comfort and favor the development of the newborn.

Keywords: Premature Newborn; Hydrotherapy; Unit of Neonatal Intensive Care and Pain.

1 INTRODUÇÃO

O parto prematuro é definido como a ocorrência do nascimento com 37 semanas de

gestação ou menos, ou seja, crianças nascidas antes da maturidade fetal. O nascimento de

prematuros representa um grande desafio para os serviços de saúde pública em todo o mundo,

por tratar-se de um determinante de morbidade e mortalidade neonatal(1). A etiologia do parto

prematuro é multifatorial e a preocupação constante com os recém-nascidos prematuros, bem

como com as condições perinatais que sobre eles repercutem devem ser consideradas para evitar

o nascimento precoce(2).

Com o nascimento de um recém-nascido prematuro, faz-se necessário um local que

possua recursos tecnológicos, humanos e terapêuticos especializados, a fim de proporcionar a

ele cuidados mais complexos. Esses suportes são encontrados nas Unidades de Terapia

Intensiva Neonatal (UTIN), onde a assistência ocorre de maneira contínua e cujo surgimento

tem proporcionando um aumento na sobrevida orgânica dos prematuros, principalmente os

extremos e de baixo peso(3).

Na UTIN há predomínio de situações adversas; dentre elas, destacam-se o ambiente com

luminosidade e temperatura artificial, o barulho incômodo e estressante e, ainda, a quantidade

de manipulações realizadas nestes pacientes, em geral agressivas e dolorosas. Desta maneira,

ao ser hospitalizado na UTIN, o recém-nascido prematuro fica exposto à realização de técnicas


37

e procedimentos invasivos e potencialmente dolorosos, que poderão impactar em sua qualidade

de vida e desenvolvimento neuropsicomotor.4

O recém-nascido prematuro possui todos os componentes funcionais e neuroquímicos

necessários para a recepção e transmissão do estímulo doloroso. Nessa perspectiva, para realizar

um manuseio adequado, faz-se necessário conhecer as respostas não verbais do recém-nascido

prematuro referentes à dor, que geralmente compreendem reações comportamentais e

autonômicas.5

Para Marcondes et al.(5), no contexto da avaliação da dor nos recém-nascidos (RNs), os

principais parâmetros usados são os comportamentais e fisiológicos. Para os parâmetros

fisiológicos, existem mudança na frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial

e saturação de oxigênio, enquanto os comportamentais envolvem as expressões faciais, os

movimentos corporais e o choro.

Estudo realizado por Nicolau et al.(6) observou uma queda acentuada na saturação de

oxigênio após estímulo doloroso em recém-nascidos prematuros. Silva et al.(7), durante a

punção arterial, avaliaram a dor em RNs e observaram que após o estímulo nociceptivo o RN

apresenta aumento da frequência cardíaca (FC) e queda da saturação de oxigênio.

Somado a isso, durante a internação na UTIN o RN está exposto a um ambiente

estimulante, pois o ruído é um dos perturbadores mais importantes do ritmo do sono e produz

sérios efeitos na saúde mental. O RN exposto a altos níveis de ruídos pode sofrer distúrbios nos

padrões de sono e apresentar irritabilidade, agitação e choro(8).

Orsi et al.(9) relatam que a privação do sono dos recém-nascidos prematuros na unidade

neonatal pode acarretar piora do estado clínico e retardar a alta hospitalar, além de desencadear

distúrbios comportamentais na vida adulta. Os recém-nascidos prematuros apresentam o sono

com padrão polifásico que se classifica em três estágios: sono ativo, quieto e indeterminado,
38

sendo que os diferentes estágios de sono são fundamentais para a homeostase do organismo,

pois estabelecem relação com importantes atividades fisiológicas e neurológicas(10).

Diante da complexidade do cuidado do recém-nascido prematuro em unidade neonatal,

há urgente necessidade do uso de técnicas e medidas terapêuticas pautadas na assistência

humanizada que possam minimizar o impacto negativo da prematuridade nos parâmetros

fisiológicos de recém-nascidos prematuros. Umas das técnicas terapêuticas mais aplicadas neste

sentido nas unidades neonatais brasileiras é a hidroterapia. O recém-nascido é imerso em água

morna em uma banheira até a altura dos ombros/clavículas e é suave e passivamente mobilizado

por meio de flutuação assistida(11).

O Watsu, criado em 1980, consiste em um método da fisioterapia aquática que mostrou

eficiência ao tratar dores crônicas e uma grande variedade de enfermidades. Foi introduzido

como uma modalidade primária da reabilitação por terapeutas aquáticos e passou a ser ensinado

em universidades em todo o mundo, mostrando benefícios físicos resultantes dos movimentos

e alongamentos facilitados pela utilização da água morna(11).

Vignochi et al.(12) relatam que a técnicas de banho podem promover tanto a redução do

choro e da angústia como a melhora do comportamento e qualidade do sono. A estimulação

tátil e cinestésica, por sua vez, têm mostrado efeitos benéficos na redução da dor. Barbosa et

al.(13) identificaram resultados como melhora da saturação periférica de oxigênio, diminuição

da frequência respiratória e cardíaca e diminuição nos níveis de cortisol com a fisioterapia

aquática em RNs internados na unidade de cuidados intermediários.

Considerando o alto número de manuseios no recém-nascido prematuro internado na

UTIN, muitos deles dolorosos, é pertinente minimizar os efeitos da dor, usando técnicas não

farmacológicas como a fisioterapia aquática. Embora existam algumas pesquisas, ainda se

considera escassa a literatura sobre o tema. Dessa forma, o estudo justifica-se pela necessidade
39

de ampliar a avaliação dos efeitos da fisioterapia aquática em prematuros internados na UTIN.

A partir dessa visão da fisioterapia aquática em RN prematuros internados na UTIN e na

perspectiva de contribuir para a analgesia, este estudo objetivou verificar os efeitos da

fisioterapia aquática após procedimentos dolorosos nos sinais vitais, dor e sono em recém-

nascidos prematuros.

2 MÉTODO

Trata-se de um ensaio clínico não randomizado, do tipo séries temporais. O estudo foi

realizado em um hospital de médio porte, localizado na Região Noroeste do Rio Grande do Sul,

na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

A coleta de dados ocorreu no período de março de 2018 a agosto de 2018, após

autorização do responsável pelo local, aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres

Humanos (CEP) da Universidade Franciscana, parecer número 2.325.525 (CAAE:

77675417.9.0000.5306) e leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) pelos responsáveis, formalizando o aceite. O estudo segue todas as diretrizes e normas

preconizadas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Ainda, o estudo foi

registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC), sob número U1111-1202-2302.

A amostra foi composta por RNs prematuros que atenderam aos seguintes critérios de

inclusão: internados no período de março de 2018 a agosto de 2018 que estavam com quadro

clínico estável, em ar ambiente ou oxigenoterapia via óculos nasal 0,5 L/m, permanência

mínima na UTIN de sete dias, alimentação orogástrica e/ou oral e assinatura do TCLE pelos

pais e/ou responsável. Os critérios de exclusão foram: prematuro em ventilação mecânica

invasiva ou ventilação mecânica não invasiva, pré ou pós-operatório imediato, com lesões na

pele, aqueles com doença neurológica, com uso de sedativos e sem prescrição de fisioterapia.
40

Os dados pessoais e clínicos do RN foram coletados do prontuário e transcritos para a

ficha de avaliação, que também incluiu as informações sobre as variáveis do estudo, FC,

frequência respiratória (FR), pressão arterial média (PAM), saturação periférica de O2 (SpO2),

dor e sono.

Para a verificação dos sinais vitais (FC, PAM e SpO2) foi utilizado um monitor

multiparâmetros Dash 4000, marca GE. Para a verificação da FR foi realizada observação do

movimento abdominal durante 1 minuto. A dor foi avaliada através da escala Premature Infant

Pain Profile (PIPP), que consiste em uma medida multidimensional de sete itens de dor, que

tem sido amplamente utilizada para avaliar a dor aguda em bebês prematuros(14). Por fim, o

sono foi avaliado através da escala de avaliação do estado de sono e vigília, adaptada de

Brazelton, codificada de 1 à 6 sendo: 1= sono profundo, 2= sono leve, 3= sonolência, 4= alerta

inativo, 5= alerta com atividade, 6= choro, com apenas uma alternativa possível para cada

avaliação(15).

Os RNs prematuros foram avaliados em dois dias consecutivos: no primeiro dia, foi

realizada a verificação dos sinais vitais FC, FR, SpO2, PAM, sono e dor. Na sequência, foi

realizado o procedimento doloroso (punção sanguínea) para coleta de exames conforme rotina

da UTIN e após foram reavaliadas as variáveis do estudo. Toda avaliação foi realizada no

período da manhã entre 7h e 7h15min.

No segundo dia, foi realizado o procedimento doloroso (punção sanguínea), após

verificação dos sinais vitais FC, FR, Spo2, PAM, sono e dor e, então, foi realizada a fisioterapia

aquática. A intervenção teve duração de 10 minutos e foi realizada em uma banheira com água

morna em torno de 37º, monitorada com termômetro. O RN foi imerso até os ombros, com

touca para evitar a perda excessiva de calor. Foram realizado movimentos rítmicos e lentos,

associados com mobilizações de cinturas e alongamentos de membros inferiores e superiores


41

baseados no método de hidroterapia Watsu(16). Em alguns momentos, o RN foi posicionado em

padrão flexor para proporcionar relaxamento e segurança. Finalizou-se a terapia com o RN na

incubadora ou berço aquecido posicionado em decúbito dorsal e membros fletidos junto ao

corpo. Por fim, as variáveis do estudo foram reavaliadas.

1º dia 2º dia

1º Avaliação dos sinais vitais: FC, FR, SpO2, 1º Procedimento doloroso

PAM, sono e dor. 2º Avaliação dos sinais vitais: FC, FR,

2º Procedimento doloroso. SpO2, PAM, sono e dor.

3º Reavaliação: FC, FR, SpO2, sono e dor. 3º Fisioterapia aquática

4º Reavaliação: FC, FR, SpO2, PAM,

sono e dor.

A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva (média, desvio-padrão e

frequências) e estatística inferencial. A normalidade e a homogeneidade dos dados foram

testadas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk, respectivamente. Os dados das

quatro avaliações foram analisados por meio do teste de Friedman, seguido do teste post hoc de

Dunn. A associação e relação entre as variáveis foram avaliadas através do teste qui-quadrado,

teste t de amostras dependentes e Wilcoxon. Foi usado um nível de significância de alfa igual

a 5%. O software utilizado para as análises foi o Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS), versão 23.0.

3 RESULTADOS

Participaram do estudo 15 RNs prematuros. As características da amostra são

apresentadas na Tabela 1. Na Tabela 2, estão descritas as variáveis nos quatro momentos de


42

avaliação. Já a Tabela 3 apresenta os resultados do teste post hoc, que permite identificar as

diferenças entre as avaliações.

Foi possível observar que as variáveis FC e sono mostraram diferenças significativas

entre pré e pós-procedimento e pré e pós-intervenção. As variáveis FR, SpO2 e dor mostraram

diferenças significativas entre pré e pós-procedimento do primeiro dia (sem intervenção), mas

não entre pré e pós-intervenção (segundo dia). No entanto, foi possível observar diferença

significativa entre a avaliação pós do primeiro dia, em que não houve intervenção e pós do

segundo dia, no qual houve intervenção. A PAM não mostrou diferenças significativas após

procedimento doloroso e após intervenção com fisioterapia aquática.

Não foi observada associação significativa entre sono e dor (p≥0,05) em nenhum dos

quatro momentos de avaliação. Também não houve relação entre sono e os sinais vitais e dor e

sinais vitais (p≥0,05) em nenhuma das avaliações, exceto para sono e FC na avaliação pós-

procedimento doloroso no primeiro dia (p<0,01).

4 DISCUSSÕES

O presente estudo visou conhecer os efeitos da fisioterapia aquática em RN prematuros

internados na UTIN. De acordo com os resultados, a fisioterapia aquática tem um efeito positivo

principalmente nas variáveis FC e sono, mas também pode contribuir para estabilizar a FR, a

SpO2 e a dor.

Os RNs prematuros, após receberem algum tipo de intervenção dolorosa como, por

exemplo, punção sanguínea, demonstraram taquicardia, agitação e choro intenso. Após serem

submetidos à fisioterapia aquática, os batimentos cardíacos diminuíram, estabilizando o RN e

proporcionando tranquilidade em menor tempo, como se não tivessem passado pelo


43

procedimento de punção sanguínea. Observou-se diferença significativa entre pós-

procedimento doloroso e pós-intervenção com fisioterapia aquática (primeiro e segundo dia).

Alguns estudos relataram que a hidroterapia promove relaxamento muscular com

consequente redução dos parâmetros clínicos como a FC. Estes achados são semelhantes no

presente estudo, pois os RNs submetidos à fisioterapia aquática apresentaram diminuição na

FC. Barbosa et al.(13) relatam diminuição na média da FC em 10 recém-nascidos hospitalizados

submetidos à hidroterapia por um período de 10 minutos, assim como para Vignochi et al.(12).

Antes do procedimento de terapia aquática em 12 RNPT, a média da FC era de 172 batimentos

por minuto; cinco minutos após a intervenção, a média diminuiu para 157 batimentos por

minuto; no decorrer de 30 minutos, a média reduziu para 147 batimentos por minuto.

O sono dos RNs prematuros após procedimento doloroso sofreu alterações, passando de

estado 1 sono profundo, segundo a escala adaptada de Brazelton, para estado 6 choroso; esse

estado favorece a instabilidade hemodinâmica do RN. Após 10 minutos de terapia aquática, o

RN passou para um estado 3 que significa sonolento, retornando para um estado

comportamental favorável para o seu neurodesenvolvimento. Esses resultados condizem com

o estudo de Vignochi et al.(12), em que 12 recém-nascidos pré-termo e internados na UTIN

apresentaram comportamento que variaram entre totalmente acordado, movimentos vigorosos

e choroso e, após, a fisioterapia aquática os estados variaram entre sono leve e algum

movimento corporal.

A FR aumentou pós-procedimento doloroso no primeiro dia sem intervenção e não

apresentou diferenças no segundo dia antes e após a intervenção. Entretanto, houve diferença

entre pós-procedimento doloroso (primeiro dia) e pós-intervenção segundo dia. Já a SpO2

diminuiu no pós-procedimento doloroso no primeiro dia sem intervenção e não apresentou

diferenças no segundo dia antes e após a intervenção. No entanto, também apresentou diferença
44

entre pós-procedimento doloroso e pós-intervenção. Após o procedimento doloroso os RNs,

encontravam-se agitados e chorosos, o que causa dispneia e queda da saturação periférica de

oxigênio. Após a fisioterapia aquática, houve melhora no estado comportamental e consequente

melhora dos parâmetros de FR e SpO2.

Para Tobinaga et al.(17), a FR pré foi de 55,2 respirações por minuto, após a intervenção

com a hidrocinesioterapia houve redução para 49,2 respirações por minuto. A SpO2 foi de 97%

antes da intervenção e após passou para 99%. Vignochi et al12 observou no seu estudo que a FR

apresentou redução significativa após a intervenção aquática, principalmente após os 60

minutos do término do procedimento. Antes da fisioterapia aquática, os bebês encontravam-se

agitados e chorosos, apresentando uma média de SpO2 de 91%. Após a fisioterapia aquática,

houve aumento estatisticamente significativo na SpO2, sobretudo após 60 minutos da

intervenção, para 97%.

No presente estudo, na avaliação da dor pela escala PIPP não foi observada diferença

estatística pós-intervenção. Porém, houve diferença significativa entre o pós-procedimento

doloroso no primeiro dia e o pós-intervenção no segundo dia. Isso significa que a fisioterapia

aquática foi capaz de estabilizar a dor do RN.

Tobinaga et al.17 demonstraram uma redução significativa nos níveis de cortisol salivar

após a hidrocinesioterapia, indicando que a terapia pode reduzir a dor, o estresse, a irritabilidade

e as alterações adquiridas no RN durante longos períodos de hospitalização. Barbosa et al.(13)

também relataram a redução significativa da dor pós-hidroterapia, avaliada por meio da escala

NIPS.

No estudo de Vignochi et al.(12), a avaliação da dor por meio do Sistema de Codificação

da Atividade Facial Neonatal mostrou uma redução significativa após a fisioterapia aquática.

Os efeitos fisiológicos da água produzem alívio da dor e relaxamento muscular geral por meio
45

da redução da sensibilidade dos terminais nervosos e do aumento da circulação periférica, o

qual provê maior suprimento de sangue para os músculos.

Na literatura, foram encontrados poucos estudos que avaliassem a variável PAM, o que

torna difícil a comparação. Vignochi et al.(12) avaliatam a PAM após a fisioterapia aquática e,

assim como no presente estudo, não houve alteração significativa antes e após o procedimento.

Uma hipótese para a ausência de efeitos na PAM é que, mesmo alterando os sinais

vitais, o procedimento doloroso e a intervenção podem não ter promovido mudanças

substanciais no débito cardíaco e resistência vascular sistêmica capazes de modificar a pressão

arterial.

Conforme os resultados deste estudo, os RNs apresentavam-se taquicárdicos após o

procedimento doloroso, provavelmente em função do comportamento choroso e ou da presença

de dor. Após a fisioterapia aquática, a FC reduziu, sugerindo que esteja associada à mudança

comportamental de choroso para sonolento após o procedimeto, como nos estudos de Vignochi

et al.(12) e Barbosa et al.(13).

Mesmo não apresentando efeitos em todas as variáveis analisadas, a fisioterapia

aquática aplicada no presente estudo mostrou benefícios que podem colaborar para o

desenvolvimento e recuperação do RN prematuro, aliviando sintomas e promovendo melhora

na qualidade de vida.

E nesse ambiente hospitalar é oportuno repensar em ações que visam a humanização.

Humanizar não é uma técnica, mas sim um processo vivencial que permeia todas as atividades

das pessoas que assistem o paciente, procurando realizar e oferecer o tratamento que ele

merece(19).

O presente estudo apresentou limitações que devem ser apontadas, pois o grupo

analisado ainda é pequeno, havendo dificuldade de generalização de resultados, sendo a


46

principal limitação do estudo a ausência de um grupo controle, assim como mudanças nas

condições ambientais, efeito do horário das avaliações e a rotina da UTIN. Com base nas

discussões levantadas e nas limitações deste estudo, sugere-se a condução de estudos

controlados e com maior número amostral, diferentes variáveis e maior período de intervenção

para examinar a presença de possíveis fatores de confusão que poderiam interferir nos

resultados.

5 CONCLUSÃO

A fisioterapia aquática mostrou-se efetiva e segura para RNs prematuros internados na

UTIN, principalmente no que se refere à FC e sono. Já para a FR, SpO2 e dor a intervenção

promoveu resultados positivos, especialmente quando se comparou os resultados do pós-

procedimento doloroso no primeiro dia com os do pós-intervenção no segundo dia, indicando

estabilização das variáveis. A PAM foi única variável que não apresentou alterações

importantes. Assim, a fisioterapia aquática pode ser indicada para RNs prematuros como um

recurso não farmacológico que promove alívio, relaxamento e conforto, contribuindo para a

redução dos efeitos nocivos do tratamento intensivo dentro de uma UTIN e favorecendo a

recuperação da saúde e o desenvolvimento do RN.

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Tabela 1 - Características da amostra

Sexo Nº %

Masculino 12 80

Feminino 3 20
Idade Gestacional Nº %

25-29 Semanas 4 26,66

30-34 Semanas 5 33,33

35-37 Semanas 6 40,00


Peso Nº %

500 - 1000 g 3 20

1000 - 1500 g 1 6,66

1500 - 2000 g 5 33,33

2000 - 2500 g 1 6,66

2500 – 3000 g 6 40

Diagnóstico de internação Nº %

Prematuridade 2 13,33

Prematuridade + baixo peso 7 46,66

Prematuridade + disfunção respiratória 6 40

Fonte: Dados coletados pela autora.


50

Tabela 2 - Frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), saturação periférica de

oxigênio (Spo2), pressão arterial média (PAM), dor e sono nos quatro momentos de avaliação

(n= 15)

Teste
Variáveis N Média DP Mediana Mínimo Máximo estatístico p
FR1 15 49,6 14,75 44 33 73 Friedman 0,002*
FR2 15 57,6 14,69 57 30 85
FR3 15 48,33 11,35 43 36 70
FR4 15 49,47 10,38 53 34 65
FC1 15 149,67 13,42 145 129 173 Friedman <0,001*
FC2 15 162,8 16,58 161 143 201
FC3 15 157,4 16,08 155 140 192
FC4 15 148,8 16,34 145 132 196
SpO2 1 15 96,53 2,33 97 92 100 Friedman <0,001*
SpO2 2 15 92 4,77 94 83 98
SpO2 3 15 95,81 1,82 96 93 98
SpO2 4 15 96,47 2,75 97 88 100
PAM1 15 62,93 16,54 59 39 89 Friedman 0,481
PAM2 15 65,13 16,14 61 41 87
PAM3 15 64,26 13,56 66 35 86
PAM4 15 62,07 12,09 66 38 81
Sono1 15 1,4 0,63 1 1 3 Friedman <0,001*
Sono2 15 4,07 1,79 4 1 6
Sono3 15 1,4 0,91 1 1 4
Sono4 15 3,2 0,77 3 2 5
Dor1 15 4,4 1,51 4 3 7 Friedman <0,001*
Dor2 15 6,13 2,64 5 2 12
Dor3 15 4 1,07 4 3 6
Dor4 15 3,73 1,79 4 2 9
FR=respirações por minuto; FC=batimentos por minuto; SpO2=%; PAM=mmHg
* p≤0,05
Fonte: dados coletados pela autora.
51

Tabela 3 - Post hoc para identificação de diferença entre os quatro momentos de avaliação

FR FR1 FR2 FR3 FR4


FR1 x 0,014* 1 1
FR2 x x 0,08 0,002*
FR3 x x x 1
FR4 x x x x

FC FC1 FC2 FC3 FC4


FC1 x 0,001* 0,065 1
FC2 x x 1 <0,001*
FC3 x x x 0,002*
FC4 x x x x

SpO2 SpO2 1 SpO2 2 SpO2 3 SpO2 4


SpO2 1 x 0,007* 1 1
SpO2 2 x x 0,035* <0,001*
SpO2 3 x x x 0,944
SpO2 4 x x x x

SONO SONO1 SONO2 SONO3 SONO4


SONO1 x 0,002* 1 0,018*
SONO2 x x 0,001* 1
SONO3 x x x 0,014*
SONO4 x x x x

DOR DOR1 DOR2 DOR3 DOR4


DOR1 x 0,286 1 0,538
*
DOR2 x x 0,028 0,001*
DOR3 x x x 1
DOR4 x x x x
1= variáveis coletas antes do procedimento doloroso; 2= variáveis coletas após procedimento
doloroso; 3= variáveis coletas após procedimento doloroso e antes da fisioterapia aquática; 4=
variáveis coletadas após a fisioterapia aquática
*
p≤0,05
Fonte: dados coletados pela autora
5 DISCUSSÃO GERAL DO ESTUDO

Com base nos dados levantados por meio da pesquisa bibliográfica - revisão integrativa,
como também pelo estudo experimental que objetivou verificar os efeitos da fisioterapia
aquática, observa-se que há um potencial desse recurso para aplicabilidade em recém-nascidos,
em especial em recém-nascidos prematuros. A fisioterapia aquática representa uma técnica de
baixo custo, podendo ser feita por fisioterapeuta capacitado, e de fácil uso para uma UTIN,
sendo importante para possível redução da dor e do estresse do bebê, diminuição da frequência
cardíaca e frequência respiratória, aumento da saturação periférica de oxigênio, proporcionando
relaxamento, sono prolongado e profundo, o que poderá refletir em um desenvolvimento
saudável.
O RN prematuro encontra-se em uma situação de fragilidade, pois seu Sistema Nervoso
Central não possui as condições básicas para enfrentar e organizar os estímulos advindos de um
ambiente desconhecido e desfavorável, porém necessário para a sua sobrevivência. Ele pode
apresentar durante o período de internação na UTIN riscos para alterações no desenvolvimento,
por questões do próprio ambiente da UTIN, como iluminação excessiva e ruído elevado, e pelas
rotinas da equipe, como manuseio frequente, procedimentos dolorosos e o desrespeito dos
períodos de repouso (OTONI; GRAVE, 2014).
No período neonatal, os estímulos dolorosos se manifestam em múltiplos órgãos e
sistemas como, por exemplo, no sistema cardiovascular, com aumento da frequência cardíaca
e pressão arterial e variação de pressão intracraniana; no sistema respiratório, com elevação do
consumo de oxigênio, queda na saturação de oxigênio e alteração na relação
ventilação/perfusão (BRASIL, 2011). Sendo assim, a fisioterapia aquática é uma aliada para
diminuir o desconforto desses pacientes, proporcionando melhor qualidade no atendimento
durante este período de internação.
A hidroterapia neonatal é uma alternativa terapêutica que permite ao recém-nascido
fazer movimentos que são facilitados pelo ambiente aquático, estimulando o metabolismo da
reabsorção óssea, proporcionando alívio e relaxamento (TOBINAGA et al., 2016). A terapia
aquática pode promover relaxamento muscular, melhora da oxigenação periférica e redução da
dor;, pode ser sugerida como um método complementar no manejo da dor e do estresse em RNs
hospitalizados (BARBOSA; CARNEIRO; WEFFORT, 2015).
53

A fisioterapia aquática na unidade neonatal parece ser uma técnica segura para
parâmetros fisiológicos e ganho de peso corporal em RNs prematuros. De modo geral, estas
informações servem de base preliminar sobre uma técnica ainda inédita em muitos países, mas
cada vez mais utilizada no cuidado de recém-nascidos prematuros brasileiros (SILVA et al.,
2017).
A fisioterapia aquática ainda é uma conduta nova dentro das UTIN; nesse sentido, ainda
é escassa a literatura sobre o tema. Ensaios clínicos randomizados com número amostral maior
e em um período maior de intervenção e acompanhamento poderiam fornecer informações mais
claras sobre os benefícios proporcionados pela aplicação da fisioterapia aquática no ambiente
neonatal.
Os resultados do presente estudo sugerem que a fisioterapia aquática constitui um
recurso não farmacológico que pode contribuir para a redução dos efeitos nocivos do tratamento
intensivo dentro de uma UTIN.
Com isso, a prevenção e o adequado cuidado para o bem estar do RN devem ser
prioridade no planejamento da assistência da equipe profissional da UTI Neonatal, bem como
realizar procedimentos de conforto. A assistência humanizada requer uma reestruturação do
serviço de saúde configurando duas formas de cuidar, a assistência técnica com o fator humano
de relacionamento, que se inter-relacionam na prestação do atendimento do paciente
(ROSEIRO; PAULA, 2015).
6 PRODUTO RESULTANTE DO PROCESSO DE PESQUISA

O produto oriundo da pesquisa de dissertação de mestrado é um protocolo de fisioterapia


aquática para prematuros internados na UTIN a ser implementado em um hospital de médio
porte no interior do Estado do RS. Este protocolo visa ser utilizado após procedimentos que
causam dor, desconforto ou estresse ao recém-nascido prematuro internado. O mesmo foi
elaborado a partir dos resultados gerados pela presente pesquisa e com a colaboração das
fisioterapeutas que atuam no setor. Será implementado no serviço após validação e capacitação
através de educação permanente para sua aplicação, o qual deverá integrar as rotinas do
hospital. Segue o protocolo elaborado a partir de quatro etapas, as quais serão apresentadas e
discutidas a seguir:

Etapa 1 - Avaliação dos sinais vitais: (FC, FR, SAT O2, PAM, Dor através da escala PIPP
e Sono através da escala de Brazelton)

O (A) fisioterapeuta avalia FC, SpO2e PAM através do monitor; FR observando o


movimento abdominal durante 1 minuto; dor através da escala Premature Infant Pain Profile
(PIPP), sendo que, de acordo com o seu escore, valores menores ou iguais a 6 indicam ausência
de dor e valores iguais ou maiores que 12 indicam a presença de dor moderada ou intensa; e
sono através da escala do Estado de Sono e Vigília de Brazelton, sendo 1= sono profundo, 2=
sono leve, 3= sonolento, 4= acordado, 5= totalmente acordado e 6= choro.
O exame físico requer conhecimento, atitude, habilidade e prática para reconhecer sinais
e sintomas que tenham significado para os profissionais da saúde e que expressam alterações
do estado do paciente (LUIZARI et al., 2008).

Etapa 2 – Realização de procedimentos de rotina da UTIN

A hospitalização do recém-nascido prematuro na UTIN está associada à sua submissão


a um número excessivo de procedimentos, como as punções venosas, as sondagens orogástricas
e vesicais, as glicemias capilares, a realização de curativos, a aspiração de vias aéreas e a
intubação endotraqueal, dentre outros, o que pode gerar desconforto, estresse e dor.
55

Um RNPT na UTIN recebe cerca de 130 a 234 manipulações nas 24 horas, sendo que
muitas dessas manipulações são dolorosas. Além disso, ao ser internado em uma UTIN, o
recém-nascido está entrando num ambiente totalmente diferente do útero materno (SANTOS et
al., 2012).

Etapa 3 - Aplicação da fisioterapia aquática após procedimento de rotina da UTIN com o


objetivo de analgesia

Em uma banheira de acrílico, com água morna entre 37 e 38 graus, verificada por um
termômetro aquático durante todo o procedimento, o RNPT é imerso até os ombros. O (A)
fisioterapeuta realiza movimentos lentos e rítmicos, alongamentos de membros superiores e
inferiores, rotação da cintura pélvica e escapular, posicionamento em padrão flexor, flutuação
do RN com apoio somente na cabeça para o deslizamento no meio líquido durante 7 a 10
minutos, com o uso de uma touca para evitar perda de calor excessivo. Após, o recém-nascido
é seco, aquecido no seu berço e posicionado em decúbito dorsal com membros fletidos.
Procedimentos de alívio da dor melhoram a homeostase e estabilidade dos recém-
nascidos e são essenciais para o cuidado e suporte aos neonatos imaturos. Técnicas de banho
podem promover redução do choro e da angústia com a melhora do comportamento e qualidade
do sono (VIGNOCHI et al., 2010).

Etapa 4 - Reavaliação dos sinais vitais (FR, FC, PAM, SAT O2, Dor e Sono, após a
fisioterapia aquática)

O (A) fisioterapeuta avalia FC, SpO2 e PAM pelo monitor, FC durante 1 minuto pelo
movimento abdominal, dor através da escala PIPP e sono através da escala Brazelton após o
recém-nascido ter sido submetido ao procedimento de fisioterapia aquática para analgesia.
O banho de imersão no ambiente hospitalar favorece o ganho de peso e o
desenvolvimento neuropsicomotor e afetivo de recém-nascidos prematuros de baixo peso
estáveis clinicamente. Isso é obtido por meio da redução da dor e do estresse e do controle do
ambiente, promovidos pelas propriedades da água aquecida e pelo posicionamento contido em
padrão flexor. Essa terapêutica tem contribuído para um melhor desfecho clínico e uma maior
funcionalidade desses bebês (GONÇALVEZ et al., 2017).
56

Figura 2 - Representação gráfica do Protocolo de Fisioterapia Aquática para Prematuros


Internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
57
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60
61
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66
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69

O presente protocolo foi construído a partir de uma visão mais humanizada aos RNPT
e pode ser implementado na realidade de todas as UTIN do Brasil, visto que os recém-nascidos
internados são submetidos a procedimento dolorosos por rotina do tratamento intensivo. A
partir disso, pensar na qualidade do atendimento aos recém-nascidos durante todo o período de
internação é necessário, proporcionando cuidados alternativos que possam ser implementados
nessa realidade de UTIN e completando o tratamento conservador para oferecer conforto ao
bebê. As boas práticas também podem estar presentes nesse cenário e vão muito além do
cuidado ao paciente, mas também demonstram conhecimento e atualização dos profissionais
frente ao que as evidências apontam sobre a fisioterapia aquática para analgesia. O protocolo
será implementado com a participação de toda a equipe de saúde do setor, por meio de
70

capacitação realizada pela pesquisadora, com treinamento permanente quando necessário ou


solicitado.
7 CONCLUSÃO

O processo de pesquisa permite concluir a necessidade de possibilitar um protocolo de


fisioterapia aquática para RN prematuros internados na UTIN que minimize os efeitos nocivos
do tratamento intensivo desses pacientes, no sentido de proporcionar mais conforto, bem como
possa orientar os profissionais que trabalham na área.
A fisioterapia aquática se constitui em temática importante e a aplicação de um
protocolo possibilita contribuição às ações e intervenções qualificadas em uma UTIN, um
instrumento a ser utilizado diariamente quando necessário na unidade.
Os resultados da revisão integrativa demostraram que a fisioterapia aquática no
ambiente hospitalar tem se revelado uma importante demanda para serviços de saúde em geral,
possibilitando melhora dos parâmetros fisiológicos, assim como o processo de pesquisa que
resultou na criação de um protocolo de fisioterapia aquática para RNPT na UTIN para conduta
em todas as UTINs, que mostrou efeitos positivos importantes na saúde dos RN, apresentando-
se como uma rotina de cuidados não-farmacológicos acessível, relevante e pertinente. A sua
aplicação está direcionada aos cuidados dos RNs prematuros, bem como aos profissionais da
área da saúde e da educação, com demanda relacionada aos cuidados com a dor. A versão final
do protocolo foi disponibilizada em forma de um manual impresso.
O estudo experimental mostrou que a fisioterapia aquática é um recurso efetivo e seguro
para RNs prematuros internados na UTIN, principalmente no que se refere à FC e sono. Já para
a FR, SpO2 e dor a intervenção promoveu resultados positivos, especialmente quando se
comparou os resultados do pós-procedimento doloroso no primeiro dia com os do pós-
intervenção no segundo dia, indicando estabilização das variáveis. Além disso, a
disponibilização do protocolo gerado a partir da pesquisa poderá auxiliar na redução da dor,
tanto como na normalização dos parâmetros fisiológicos como frequência cardíaca, frequência
respiratória e saturação periférica de oxigênio, melhorar o seu estado comportamental, fazendo
com que o RN se estabilize mais rápido após procedimentos que causam dor e desconforto,
facilitando o sono profundo e prolongado. A aplicação da terapia poderá contribuir para evitar
consequências, como maior tempo de internação, perda de peso, uso de fármacos, taquicardia
e dispneia durante o processo de crescimento e desenvolvimento dos bebês.
72

Sugere-se que novos estudos sejam realizados com um número amostral maior,
randomização, período maior de intervenção e avaliação de outras variáveis que representem a
saúde do RN.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PROJETO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: CRIAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE


FISIOTERAPIA AQUÁTICA PARA PREMATUROS INTERNADOS NA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Após o nascimento, a maioria dos prematuros é admitida na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN), onde passam vários dias internados e são submetidos a diferentes
procedimentos dolorosos por dia, principlamente por punções sanguíneas. Assim,
procedimentos de alívio da dor e estresse, bem como, a organização do sono e alimentação
melhoram a estabilidade do recém-nascido (RN) e são essenciais para o cuidado e suporte aos
neonatos imaturos. As intervenções não medicamentosas, como abordagens táteis, massagens,
sucção não nutritiva e banhos de imersão objetivam, principalmente, prevenir a intensificação
da dor, a desorganização do neonato, o estresse e a agitação. Para alcançar novas modalidades
de tratamento, a eficácia da hidroterapia para o tratamento da dor tem sido estudada. Portanto,
o objetivo do estudo é criar e propor a implementação de um protocolo operacional padrão
sobre a fisioterapia aquática em recém-nascidos pré-termo submetidos a processos dolorosos
como, por exemplo, a punção sanguínea.
Os procedimentos que utilizaremos no(a) seu(sua) filho(a) para realizar este trabalho
serão: o recém-nascido será avaliado(a) em dois dias. As avaliações realizadas no primeiro dia
será o sono através de uma escala e quantidade de resíduo alimentar, no segundo dia, serão
avaliados os sinais vitais, como frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial e saturação
de oxigênio; a dor através de uma escala; o estresse através de coleta salivar; o sono e a
quantidade de resíduo alimentar deixado. A intervenção consiste na terapia aquática realizada
em uma banheira com água aquecida durante dez minutos, sendo que serão tomados os cuidados
para garantir a segurança do(a) seu(sua) filho(a).
Os benefícios que ele (a) poderá obter participando deste estudo são: diminuição da dor
e estresse durante a internação na UTIN, organização do seu padrão postural e estabilização dos
sinais vitais, melhora do sono, melhora da alimentação e relaxamento muscular. Os riscos:
desconforto com o contato com a água, irritabilidade, aumento da frequência cardíaca e
respiratória, choro intenso. Apresentando qualquer um desses sinais a terapia será interrompida
imediatamente.
79

Garantimos a você, resposta a qualquer pergunta e dúvida que possa surgir antes e
durante a realização da pesquisa, bem como a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer
momento sem prejuízo para seu (sua) filho (a). Garantimos também a privacidade dos dados do
(a) seu (sua) filho (a) e ressaltamos que a concordância em participar deste estudo não implicará
necessariamente em qualquer modificação no tratamento que já está sendo feito para seu (sua)
filho (a). Da mesma forma, optando por não permitir a participação de seu (sua) filho (a) neste
estudo não irá alterar de nenhuma maneira o tratamento já estabelecido.
Durante a avaliação e intervenção serão feitas fotografias dos procedimentos, que serão
utilizadas para fins científicos, sem identificação do seu (sua) filho (a).
Fui informado (a) que a participação do meu (minha) filho (a) é voluntária, ou seja, sem
compensação financeira e, que caso existam danos à saúde, causados diretamente por essa
pesquisa, seu (sua) filho (a) terá toda a assistência necessária e terá direito à indenização.
Eu,.........................................................fui informado(a) dos objetivos da pesquisa
acima de maneira clara e detalhada. Recebi informação a respeito do tratamento que meu
(minha) filho(a) irá receber e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei
solicitar novas informações e modificar minha decisão se assim eu o desejar. A pesquisadora
Daniela Cristina Rambo e sua orientadora Profa. Dra. Nadiesca Filippin, certificaram-me de
que todos os dados desta pesquisa referentes meu(minha) filho(a) serão confidenciais, bem
como o atendimento dele(a) não será modificado em razão desta pesquisa e terei liberdade de
retirar meu consentimento de participação na pesquisa, face a estas informações.
Caso tiver novas perguntas sobre este estudo, posso chamar a pesquisadora Daniela
Cristina Rambo, no telefone (55) 99696-9650 ou a orientadora do estudo, Profa. Dra. Nadiesca
Filippin, no telefone (55) 99625-7441. Para qualquer pergunta sobre os direitos do meu (minha)
filho (a) como participante deste estudo ou se penso que ele(a) prejudicado(a), posso entrar em
contato com o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário
Franciscano, no telefone (55) 3220-1200, ramal 1289.
Declaro que recebi cópia do presente Termo de Consentimento.

______________________ ___________________

Assinatura do responsável Nome do responsável


80

_________________________________________
Daniela Cristina Rambo, Mestranda Pesquisadora

_________________________________________
Nadiesca Filippin, Pesquisadora Responsável, Orientadora

___/___/___
APÊNDICE - B TERMO DE ASSENTIMENTO

O objetivo do estudo é avaliar os efeitos da fisioterapia aquática em prematuros


internados na UTIN submetidos a algum processo doloroso de rotina.
Os procedimentos que utilizaremos no(a) seu(sua) filho(a) para realizar este trabalho
serão: ele será avaliado(a) em dois diferentes dias. As avaliações serão realizadas no primeiro
dia e antes e após a intervenção, no segundo dia. Serão avaliados frequência cardíaca e
respiratória, pressão arterial e saturação de oxigênio; dor; estresse; sono e alimentação. A
intervenção consiste na terapia aquática realizada em uma banheira com água aquecida durante
dez minutos, sendo que serão tomados os cuidados para garantir a segurança do(a) seu(sua)
filho(a).
Os benefícios que ele (a) poderá obter participando deste estudo são: diminuição da dor
e estresse durante a internação na UTIN, organização do seu padrão postural e estabilização dos
sinas vitais, melhora do sono, melhora da alimentação e relaxamento muscular. Os riscos:
desconforto com o contato com a água, irritabilidade, aumento da frequênca cardíaca e
respiratória, choro intenso. Apresentando qualquer um desees sinais a terapia será interrompida
imediatamente.
Se você tiver qualquer dúvida sobre o estudo, as pesquisadoras estarão à sua disposição.
Garantimos que os dados do (a) seu (sua) filho (a) são confidenciais e as fotos tiradas durante
as avaliações e intervenção somente serão usadas para fins científicos e não identificarão o (a)
seu (sua) filho (a). O tratamento recebido pelo bebê não será modificado.
Nenhum benefício financeiro será oferecido para a participação do (a) seu (sua) filho
(a) no estudo. Caso ocorram danos provocados diretamente por essa pesquisa e comprovados,
há direito à indenização.
Por meio da assinatura desse termo, assinto que meu(minha) filho(a) participe do estudo
e estou ciente de que o termo de consentimento foi assinado pelo(a) meu(minha) responsável.

_______________________ ___________________
Assinatura da mãe (menor) Nome da mãe (menor)

______________________ ______________________
Daniela Cristina Rambo Nadiesca Filippin
APÊNDICE C- FICHA DE AVALIAÇÃO DO RNPT

Nome do RN: ____________________________________________________


Nome da mãe: ___________________________________________________
Data de nascimento: ______________
Sexo: _____________
Diagnóstico de entrada: ____________________________________________
Medicamentos em uso: ____________________________________________
Idade gestacional: ________________________
Peso ao nascimento: ______________________
Peso atual:______________________________
Data da avaliação: ________________

1º dia

Dados Pontuação/Qtdade Horário


Alimentação
Sono

2º dia
Dados Pontuação/Qtdade Horário
A D
FC
FR
PAM
SATO2
Cortisol
Dor
Alimentação -
Sono -
ANEXOS
ANEXO A - ESCALA PREMATURE INFANT PAIN PROFILE (PIPP)

Fonte: FREITAS, Z. M. P., PEREIRA, C. U., OLIVEIRA, D. M. P. Escalas para avaliação de dor em
neonatologia e sua relevância para a prática de enfermagem. Pediatria Moderna. v. 68, n. 1, p. 18-24, 2012.
ANEXO B - ESCALA DE AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SONO E VIGÍLIA,
ADAPTADA DE BRAZELTON

ESTADO 1 SONO PROFUNDO, SEM MOVIMENTOS, RESPIRAÇÃO


REGULAR
ESTADO 2 SONO LEVE, OLHOS FECHADOS, ALGUM MOVIMENTO
CORPORAL
ESTADO 3 SONOLENTO, OLHOS ABRINDO E FECHANDO

ESTADO 4 ACORDADO, OLHOS ABERTOS, MOVIMENTOS CORPORAIS


MÍNIMOS
ESTADO 5 TOTALMENTE ACORDADO, MOVIMENTOS CORPORAIS
VIGOROSOS
ESTADO 6 CHORO

Fonte: VIGNOCHI, C.; TEIXEIRA, P.P.; NADER, S. S. Efeito da fisioterapia aquática na dor e no estado de
sono e vigília de recém-nascidos pré- termo estáveis internados em unidade de terapia in tensiva neonatal.
Revista Brasileira de Fisioterapia. v.14, n. 3, p. 214-220, 2010.
ANEXO C- APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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