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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CASTRO

HANAH RIBERO
N° 15
N° 15

CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO


SÉCULO XIX

IDEOLOGIAS

INTRODUÇÃO
AQUIRAZ
2019
Ao longo do século XIX, houveram diversas mudanças no contexto
social e econômico da época com o grande avanço tecnológico devido à
Revolução Industrial. Embora tal desenvolvimento não tenha se dado de
modo igual em todas as nações, podemos dizer que o planeta como um
todo foi atingido por esse processo. No entanto, o fortalecimento das
técnicas não levou, necessariamente, ao aumento da qualidade de vida dos
indivíduos. Surgiram diversas ideologias, tanto a favor como contra o
processo de industrialização.
DESENVOLVIMENTO
CONTEXTO HISTÓRICO

Durante os séculos XVI e XVII houve uma expansão do comércio


internacional, o que trouxe um extraordinário aumento da riqueza para a
burguesia. Assim, com a acumulação de capital, foi possível financiar o
progresso técnico e o alto custo da instalação nas indústrias. A burguesia
europeia, fortalecida e enriquecida, passou a investir na elaboração de
projetos para aperfeiçoamento das técnicas de produção e na criação de
máquinas para a indústria.
A Revolução Industrial foi iniciada de maneira pioneira na Inglaterra, a
partir da segunda metade do século XVIII, e atribui-se esse pioneirismo à
Inglaterra pelo fato de que foi lá que surgiu a primeira máquina a vapor, em
1698, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em
1765.
A Revolução Industrial também gerou grandes transformações no
modo de produção de mercadorias. Antes do surgimento da indústria, a
produção acontecia pelo modo de produção manufatureiro, isto é, um modo
de produção manual que utilizava a capacidade artesanal daquele que
produzia. No entanto, a manufatura foi substituída pela maquinofatura, de
modo que não era mais necessário a utilização de vários trabalhadores
especializados para produzir uma mercadoria, pois uma pessoa
manuseando as máquinas conseguiria fazer todo o processo sozinha. Com
isso, o salário do trabalhador despencou.
Percebe-se, assim, como a Revolução Industrial foi responsável pelas
transformações vistas até hoje no processo produtivo, nas relações sociais
e de trabalho (com o êxodo rural e o surgimento de uma nova classe social:
o operariado industrial ou proletariado), na relação do homem com a
natureza (com a exploração maior dos recursos naturais) e como ela
consolidou o processo de formação do capitalismo.

Esse cenário deu origem às várias ideologias propagadas durante o


período, tanto em defesa, como em desaprovação.

LIBERALISMO

O pensamento liberal foi importante para a consolidação


do capitalismo na época da Revolução, pois era a filosofia que melhor
expressava os anseios da burguesia, combatendo o absolutismo e os
interesses da aristocracia. Ele pregava a liberdade individual,
a democracia representativa e o direito à propriedade privada.
As bases do liberalismo político foram lançadas pelo filósofo inglês,
representante do Iluminismo, John Locke, em sua obra “Segundo Tratado do
Governo Civil”. Nela, ele negava a origem divina do poder e defendia a ideia
de que os cidadãos tinham o direito natural de liberdade, propriedade
privada e resistência contra governos tiranos. John Locke propunha a
substituição do absolutismo por uma relação “contratual” entre
governadores, sendo que as bases desse relacionamento serem
estabelecidas por um conjunto de leis: a constituição.
O liberalismo econômico ganhou contornos definitivos com o
economista escocês Adam Smith (1723-1790), considerado o criador do
liberalismo econômico. Em sua obra “A Riqueza das Nações”, mostrava a
divisão do trabalho como elemento essencial para o crescimento da
produção e do mercado. Esse modelo dependia da livre concorrência, que
forçaria o empresariado a ampliar a produção, buscando novas técnicas,
aumentando a qualidade do produto e baixando ao máximo os custos da
produção. Isso favoreceria a lei natural da oferta e da procura, viabilizando
o sucesso econômico geral e a prosperidade de todos.
Em oposição ao Mercantilismo e devido a Revolução Industrial, o
Liberalismo Clássico solidifica-se, no século XIX, constituindo a ideologia
predominante na sociedade ocidental.

SOCIALISMO

Pensado como uma clara alternativa ao capitalismo e à economia


liberal na época da Revolução, o socialismo foi formado a partir das
contribuições de correntes ideológicas distintas e defendia uma rígida
mudança nas relações sociais a fim de acabar com as desigualdades
promovidas pela luta de classes. As duas correntes derivadas do socialismo
são o Socialismo Utópico e Socialismo Científico.
O Socialismo Utópico, criado pelos pensadores Charles Fourrier e
Robert Owen, defendia ser possível a instalação do socialismo através de
vias pacíficas. Para os criadores as desigualdades sociais poderiam ser
superadas se existisse uma cooperação entre burguesia e proletário. Os
dois criticavam duramente o individualismo burguês, para eles a sociedade
ideal seria aquela formada por comunidades onde cada indivíduo trabalharia
naquilo que lhe dá mais prazer, e a renda gerada pelo seu trabalho deveria
ser distribuída conforme a necessidade de cada um. Essa relação de
trabalho era chamada de falanstérios, e segundo os seus idealizadores o
sucesso do empreendimento estaria na sua multiplicação por todas as
regiões do país até que ele se tornasse totalmente socialista.
Já o Socialismo Científico, criado por Karl Marx e Friederich Engels,
filósofos alemães, defendia que a superação dos conflitos de classe só
poderia ser superada através de uma intensa investigação sobre a
sociedade e seus problemas. Os dois filósofos apoiaram-se em estudos de
Filosofia, História, Sociologia e Economia, e investiram na observação das
condições de vida do operariado para buscar soluções para os seus dilemas.
Publicaram em 1848, o Manifesto Comunista.
Para eles, as contradições sociais só poderiam ser superadas através
de uma revolução social. Essa revolução deveria ser liderada pelos
trabalhadores, e o poder deveria ser assumido por eles dando início a uma
ditadura do proletariado, que deveria permanecer até a extinção de todas
as desigualdades sociais. Com o fim das diferenças sociais, o socialismo aos
poucos daria lugar ao comunismo, em que iria prevalecer uma sociedade
sem classes, já que são essas que promovem a exploração.
A teoria socialista incitou diversos movimentos operários durante a
Revolução, todos em busca de melhores condições de trabalho.
ANARQUISMO

Semelhantes aos socialistas, os anarquistas condenavam a existência


de classes sociais, a exploração do trabalho do operário e a concentração
de riquezas nas mãos de uma minoria. Defendiam que em uma sociedade
mais igualitária, os cidadãos poderiam viver felizes e desenvolver suas
potencialidades.

Ao contrário dos socialistas, que propunham a existência de um Estado


comandado pelos trabalhadores, os anarquistas defendiam a inexistência
total de Estado. Eram contrários a qualquer tipo de governo, originalmente
a palavra anarquia significava ausência de poder.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente trabalho permitiu uma melhor
assimilação do contexto social da Revolução Industrial, suas causas e
consequências na vida da população e na economia. Percebe-se como ela
foi crucial na consolidação do capitalismo e na transformação nas relações
de trabalho. Dessa forma, houve o surgimento de diversas ideologias na
época da Revolução, tais que ora defendiam o processo de industrialização,
ora o criticavam e incitavam movimentos operários.
BIBLIOGRAFIA
− http://educacao.globo.com/historia/assunto/liberalismo-no-
ocidente/movimento-operario-e-ideologias-revolucionarias.html
− https://escolaeducacao.com.br/ideologias-do-seculo-xix/
− https://www.infoescola.com/economia/ideologias-economicas/
− https://www.todamateria.com.br/liberalismo/
− https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm
− https://www.todamateria.com.br/revolucao-industrial/

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