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Revista Mecartrônica 43 PDF
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Revista Mecartrônica 43 PDF
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s www.mecatronicaatual.com.br
Capa
anos com um acidentado em uma prensa. Muitos falam sobre os acidentes e
Arquivo Editora Saber quando acontecem projetam que o futuro do acidentado será difícil, mas não
Impressão
Parma Gráfica e Editora chegam perto de imaginar a realidade dos próximos anos para o acidentado,
Distribuição
Brasil: DINAP sua família e seus colegas de trabalho. Ao constatar em nossa Redação a triste
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800
história do Sr. Jube, resolvemos mostrar o que vem ocorrendo em nosso país
ASSINATURAS
nos últimos anos, e as parcas providências do poder público.
www.mecatronicaatual.com.br
fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366
atendimento das 8:30 às 17:30h
Edições anteriores (mediante disponibilidade de Hélio Fittipaldi
estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330,
ao preço da última edição em banca.
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índice
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Diagnóstico de falhas
16 e alarmes em Sistemas
Supervisórios e CLPs
40 Segurança em
automação industrial
48 Sitara - Microprocessador
para aplicações industriais
Editorial 03
Notícias 06
Reportagem: Segurança 14
www.multimidia2.wordpress.com/Ricardo Stuckert/PR
Com a recente descoberta do pré-sal, o Instituto Mauá de Tecnologia
lança o MBA Engenharia e Negócios do Gás e Petróleo. O Programa
Mauá oferece MBA em Engenharia do curso foi elaborado com as exigências do mercado sob consulta
e Negócios do Gás e Petróleo de grandes empresas do setor.
Com a recente descoberta do pré-sal, a sua exploração
tende a abrir oportunidades para o país e principalmente para
profissionais de diversas áreas. Com o objetivo de preparar
os graduados interessados nesta especialização técnica, o Curtas
Instituto Mauá de Tecnologia - IMT está lançando o MBA
Engenharia e Negócios do Gás e Petróleo. Emprego
O curso terá a carga horária de 360 horas e será minis- O emprego na indústria paulista teve em outubro o
trado às segundas e quartas- feiras no próprio campus do maior aumento desde abril do ano passado, dando
continuidade à recuperação iniciada em setembro.
Instituto. A metodologia de aulas envolve análises, discussões Foram geradas 9 mil vagas no mês, alta de 0,28%
de casos, debates e exercícios ao longo de todo o curso. sobre o mês anterior, segundo dados com ajuste
Este programa foi elaborado a partir da identificação das sazonal divulgados pela Federação das Indústrias
exigências do mercado, mediante consulta a empresas de do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quarta-feira
grande porte do setor, para identificar as habilidades e com- (11). Sem ajuste sazonal, o emprego cresceu 0,41%.
O ajuste sazonal é um cálculo feito para eliminar
petências imprescindíveis ao entendimento da real dinâmica efeitos particulares de cada mês, como os ligados
do modelo de negócios do setor de Gás e Petróleo. a feriados, datas comemorativas, estação do ano e
Assim, entre outras disciplinas, o programa do curso inclui outros.
Regulamentação e Legislação para Atividades de Exploração Na comparação de outubro deste ano com o
e Refino de Petróleo e Distribuição de Petróleo e Gás, Ges- mesmo mês de 2008, o nível de emprego teve baixa
de 7,61%, com 184 mil postos de trabalho a menos.
tão Ambiental, Geopolítica e Usabilidade do Gás Natural, No ano, o nível de emprego na indústria do Estado
Mercado do Gás Natural e Desenvolvimento Tecnológico, acumula baixa de 1,49 %, com o fechamento de 34
Fundamentos da Geologia do Petróleo e Gás; Dinâmica do mil vagas.
Processo de Exploração de Petróleo e Gás, Tecnologia de Dezesseis dos 22 setores pesquisadas registraram
Perfurações de Poços e Sistemas de Distribuição Mercado contratações em outubro, enquanto quatro aponta-
ram demissões e dois tiveram estabilidade. O setor
Internacional: /Trading/ de Petróleo e Gás. com o maior número de abertura de vagas foi o de
As inscrições já estão abertas. A primeira turma tem Veículos Automotores, com 1.763 novos postos.
início em março de 2010. Informações e inscrições no site
www.maua.br/posgraduacao.
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www.blig.ig.com.br/salaoford / divulgação
de R$ 4 bilhões no País
A Ford anunciou na Bahia, a ampliação da fábrica
de Camaçari, projeto que ficará com grande parcela
de um investimento de cerca de R$ 4 bilhões que
será gasto pelo grupo em todas as unidades no País
nos próximos cinco anos. É o maior investimento
da empresa no Brasil, segundo fontes do setor auto-
mobilístico e governamental. O programa anterior,
para o período 2007/2012, é de R$ 3,4 bilhões e se
somará ao novo aporte.
A solenidade teve a presença do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e do governador da Bahia, Jaques
Wagner (PT).
O presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos
de Oliveira, apresentou os novos projetos da com-
panhia, que incluem desenvolvimento de veículos,
um deles provavelmente o substituto do EcoSport.
A fábrica de Camaçari opera no limite de sua capa-
cidade - de 250 mil carros ao ano - e sua ampliação
vinha sendo negociada há pelo menos dois anos.
Para a construção da fábrica, a primeira de uma
grande montadora do Nordeste, a Ford aplicou US$
1,2 bilhão (na época, o equivalente a R$ 3,2 bilhões).
Na ocasião, foi beneficiada pelo regime automotivo
do Nordeste, que concedeu benefícios fiscais, como
a isenção de impostos por vários anos. A unidade
trabalha no sistema modular de produção, com
vários fornecedores instalados dentro da fábrica e
que também vão arcar com parte do investimento.
São produzidos na linha de montagem os modelos
Fiesta, Fiesta sedã e EcoSport.
Nas próximas semanas, outra montadora, a
Volkswagen, deve anunciar novos investimentos prin-
cipalmente para a fábrica Anchieta, em São Bernardo
do Campo (SP), onde são produzidos os modelos Gol,
“R$ 4 bilhões a serem gastos em todas as unidades no País nos próximos cinco Polo, Saveiro e Kombi, em várias versões. Recente-
anos.” De acordo com o setor automobilístico e governamental, este é o maior mente, a General Motors anunciou um programa de
investimento feito pela empresa no Brasil.
R$ 2 bilhões até 2012.
Produtos
Cognex Visionview disponível play touch screen para os sistemas de positivo de armazenamento externo.
em duas plataformas visão Cognex In-Sight, que permite aos Outra novidade é a opção de execu-
operadores ver e monitorar de perto a tar a interface de operação VisionView
atividade dos sistemas de visão nas linhas em um PC. O software oferece todos
A empresa Cognex Corporation, de produção. os recursos do painel de operações
desenvolvedora de sistemas e sen- O VisionView 1.2 aumenta a captura e flexibilidade para utilização de qual-
sores de visão, aprimorou a interface de dados do aplicativo. A nova função quer display que possa ser conectado
de operação VisionView® com novas de pan e zoom permite um exame mais a um PC.
funções que oferecem visualização minucioso das peças defeituosas e facilita Estes aprimoramentos concedem aos
mais detalhada das peças ou compo- a regulagem precisa do foco do sistema operadores do chão da fábrica um
nentes inspecionados, armazenamento de visão para obtenção de imagens de controle maior sobre seus aplicativos
simplificado de imagens das peças alta resolução. Os operadores das linhas de visão e melhor compreensão.
reprovadas e opção para inspeção de produção também podem transferir
via PCs. É uma interface com dis- imagens de peças reprovadas para um dis-
Curtas
Testes
A Cognex disponibiliza para os mais variados setores As empresas interessadas em conhecer as aplicações,
da indústria no Brasil alguns de seus kits desenvolvidos tecnologia e benefícios do sensor de visão Checker
pela empresa para apresentar aos clientes as funcio- 3G, do sistema de controle visual em cores In-Sight
nalidades de suas soluções de rastreabilidade. Dessa Micro, e do menor leitor de identificação fixo de alta
maneira, é possível obter maior conhecimento dos performance do mundo, o DataMan 200, agora podem
recursos técnicos e de suas vantagens para alcançar agendar testes prévios com a presença do engenheiro
alta produtividade, controle minucioso e segurança na de vendas da Cognex, José Carlos Bernardes Oliveira,
produção de todo tipo de mercadoria antes da decisão ou com representantes das distribuidoras da empresa
pela compra. no Brasil, Pollux e OMNI.
Automação Segura
s Por que os acidentes
acontecem!?
Mesmo com a criação de normas de seguran-
ça acidentes continuam sendo frequentes em
algumas empresas.
U
ma coisa que qualquer um pode constatar das sanções de lei. Nem todos os países
são os danos físicos, psicológicos e materiais observam o mesmo rigor, chegando alguns
que os acidentes ocasionam em quem os a ignorar qualquer norma de proteção ao
sofre. Os que convivem com o acidentado trabalhador e ao usuário dos produtos e
também são afetados na parte psicológica, serviços das empresas.
sejam parentes ou colegas de trabalho. Felizmente a globalização tem contribuido
Isto impacta na empresa e nos seus positivamente para que em todo o mundo se
produtos de modos diferentes de acordo adotem normas de proteção, pois a concor-
com o ramo de atividade, a ponto de se rência pelo mercado global é feroz e não se
refletir em seu faturamento e ocasionar admite mais hoje em dia, que se aceite em
sérias consequências para a vida dela. razão de preço menor, um produto que não
Diagnóstico de
s Falhas e Alarmes
em Sistemas
Supervisórios e CLPs
Uma das maiores dificuldades para a solução de problemas
imprevistos em processo é a identificação correta de alarmes no
supervisório. Considerando as paradas súbitas em equipamentos
nos processos dos quais os autores participaram, estima-se que Considerações Iniciais
90% do tempo total foi gasto na identificação da falha. Conheça os A lucratividade de uma empresa ou
negócio vem do resultado de suas receitas
mecanismos implementados para reduzir o tempo de diagnóstico
operacionais, obtidas através de vendas
de falhas, sendo descritos três casos de melhorias promovidas de produtos ou serviços, descontando-se
em processos da ArcelorMittal Tubarão, com as descrições das os custos de produção, que são os gastos
com matéria-prima, recursos humanos e
técnicas escolhidas e os resultados obtidos.
equipamentos. Em um ambiente cada vez
mais competitivo, os custos de uma planta
Johnson Pontes de Moura industrial são controlados individualmente
UNIVC - Professor de Pós-Graduação da e, dentre eles, estão a manutenção das má-
Faculdade do Vale do Cricaré quinas e as paradas da linha de produção,
programadas ou imprevistas, para reparo
Carlos Alberto Grosman
saiba mais UCL - Faculdade do Centro Leste e
Discente da Pós-Graduação da Faculdade
dos equipamentos.
A manutenção tem suas estratégias
de atuação, podendo ser planejadas, com
HANSEN, R. C. Eficiência Global do Vale do Cricaré
aspectos preventivos ou preditivos, ou não
dos Equipamentos, Editora Leonardo Pereira Bastos planejadas, com aspecto corretivo, ocorrendo
Bookman Ltda., Porto Alegre, 2006.
UCL - Faculdade do Centro Leste intervenção apenas quando há uma quebra
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ou defeito de equipamento.
Anderson Almeida Virgílio de Souza
MANUTENÇÃO. Documento Durante a pesquisa sobre o assunto, os
Nacional 2007 - A Situação ArcelorMittal Tubarão
autores observaram que o tratamento da
da Manutenção no Brasil, Rogério de Almeida Otaviano “manutenção corretiva” não tem referências
Florianópolis, Associação Brasileira
de Manutenção, 2007. 1 CD-ROM. ArcelorMittal Tubarão bibliográficas em grande número. Existem
muitas publicações quando se trata de manu-
Marconi Patrício de Arruda
ALMEIDA, M. T. Manutenção tenções preventivas e preditivas, que, é claro,
Preditiva: Confiabilidade e ArcelorMittal Tubarão
são temas de extrema importância para o
Qualidade, Disponível em: www. Alamir da Luz Júnior gerenciamento de falhas em equipamentos.
mtaev.com.br/download/mnt1.pdf.
Acesso em: 28 out.2007, Itajubá. ArcelorMittal Tubarão Mas é sabido que a “manutenção corretiva
custa de 3 a 5 vezes a mais que a manutenção
ROSÁRIO, J. M. Princípios de preventiva e planejada, pois, tempo, trabalho,
Mecatrônica. Editora Prentice Hall, materiais e equipamentos são desperdiçados”
São Paulo, 2005. (HANSEN, 2006, p. 112).
tarefas (tasks). Qualquer programa pode Sistema Supervisório o mesmo possa acompanhar, gerenciar ou
ser executado desde que esteja incluso em Um sistema de supervisão e controle tem manipular variáveis do processo automa-
uma task. Estas tasks são classificadas por função a integração dos sistemas lógicos tizado (ROSÁRIO, 2005).
e identificadas conforme sua prioridade e de automação, como os CLPs, através da O sistema supervisório permite a confi-
de execução dos programas, conforme troca de dados entre as estruturas físicas de guração de telas que facilitam a operação,
demonstrado na tabela 3. comando em um ambiente de rede local, tendo geralmente as seguintes funções:
A figura 1 ilustra uma configuração de disponibilizando informações ao operador a) tela de vista geral ou principal:
hardware básico do CLP instalado na área em uma estação de trabalho, chamada de apresenta os setpoints e os desvios,
do Trem Acabador do LTQ. interface homem-máquina (IHM), para que podendo ser constituída de várias
páginas;
b) tela de grupo: apresenta informa-
ções sobre pontos em grupos de
funções com os mesmos detalhes
dos visores de instrumentos ana-
lógicos;
c) telas de malhas: apresentam uma
representação gráfica de cada
malha em detalhe. Nela pode-se
visualizar e/ou alterar as principais
variáveis da malha;
d) telas de alarme: mostram ao opera-
dor as principais falhas ou eventos
do processo e/ou do sistema;
e) telas de tendências: podem ser
configuradas para registrar mu-
dança dos valores das variáveis em
um intervalo de tempo reduzido
(tempo real) ou num intervalo de
tempo maior, como horas, dias e
semanas (histórico).
Implementação das
F1. Hardware do CLP. Modificações
A seguir, é descrito cada um dos três
casos reais, nos quais as implementações
foram realizadas.
G_FMMRHRIL = ((G_FMS_AUT .
G_FMG_AUT) + G_FMLRON) .
G_F1MRHRIL . G_F2MRHRIL .
G_F3MRHRIL . G_F4MRHRIL .
G_F5MRHRIL . G_F6MRHRIL
de memória para a primeira falha ocorrida (G_F4MRHRIL – detalhe “c”) como cau- transferência dos valores atuais das entradas
(FM_FRST_FLT_MEM – detalhe “b”), sadora da ocorrência no trem acabador. do bloco somador do trap. A memória do
que, por sua vez, efetua a transferência A partir destas informações, inicia-se a dia, hora e minuto em que ocorreram as duas
dos valores atuais das entradas do bloco pesquisa nas condições de funcionamento da falhas mais recentes (F4_TRAP, a atual,
somador do trap. A memória do dia, hora cadeira F4 para detalhar a causa da falha. A e F4_TRAP_OLD, a anterior) também é
e minuto em que ocorreram as duas falhas lógica da cadeira F4, como em qualquer outra atualizada por este sinal.
mais recentes (MRH_TRAP, a atual, e cadeira, tem uma lógica de trap semelhante Ainda analisando a tela mostrada na
MRH_TRAP_OLD, a anterior) também à do trem acabador, conforme descrito na figura 7, encontra-se um bloco somador
é atualizada por este sinal. figura 7. A condição de funcionamento da auxiliar, cuja saída é WORK_N04 (detalhe
Observa-se, ainda na figura 6, que a cadeira F4 (G_F4MRHRIL - detalhe “c”) “f”), que também entra no bloco de trap.
última falha ocorrida (MRH_TRAP) foi habilita o sinal de memória para a primeira Isto foi necessário devido à limitação de
devida à condição “2”, indicando uma falha ocorrida (FM_FRST_FLT_MEMF4 entradas (15, no máximo) configuradas no
falha no intertravamento da cadeira F4 – detalhe “d”), que, por sua vez, efetua a bloco somador do CLP. No caso estudado,
a última falha ocorrida (F4_TRAP– detalhe
“e”) foi devido à condição “18”, indicando
uma falha no intertravamento da cadeira
F4 (G_F4MRHRIL) como causadora da
ocorrência no trem acabador.
A figura 8 mostra a continuação da
lógica de trap da cadeira F4, permitindo
concluir que a condição “18” refere-se a uma
falha no sensor indutivo que indica que o
suporte do spindle (eixo responsável pelo
acoplamento do motor de acionamento com
o cilindro de trabalho da cadeira) inferior
de entrada está posicionado corretamente.
Por questão de segurança do equipamen-
to, a falha neste sensor (L_PB1ZSX46)
intertrava o funcionamento da cadeira
F4 e, consequentemente, de todo o trem
acabador.
Em caso de falha no sinal de um sensor,
a sua indicação na tela de manutenção,
exibida na figura 9, assume a cor cinza,
enquanto sua indicação normal de atuado
fica na cor vermelha. No momento da
captura da tela de manutenção, o sensor
(L_PB1ZSX46) estava com a indicação já
normalizada.
Para solucionar a ocorrência, foi efetu-
ado o ajuste do posicionamento do sensor
e liberado para retornar à operação normal
da linha de laminação.
O tempo total de parada de produção,
medido entre o início da falha até o retor-
no da linha, foi em torno de 15 minutos.
A identificação da falha, com a pesquisa
dos alarmes no supervisório e da lógica de
intertravamento nas tasks do CLP, gastou
cerca de 10 minutos. O ajuste do sensor no
campo, tarefa sem muita complexidade,
foi executado em 5 minutos, aproxima-
damente.
Quando não existia esta lógica de trap,
ocorria perda de tempo considerável na
F6. Tela do CLP com a lógica de trap do trem acabador. investigação de cada condição de intertrava-
(interlock) para monitoração das condições A sequência automática de laminação condição que está faltando na lógica seja
necessárias à lógica de funcionamento dos depende de sensores indutivos e fotocélulas normalizada. Geralmente, por questões
equipamentos. Ao selecionar o campo in- que indicam que os equipamentos estão de segurança do processo ou dos próprios
ferior “F10-Interlock” na tela principal de corretamente posicionados para dar conti- operadores, a lógica fica bloqueada até
operação do Laminador de Acabamento, nuidade ao processo. Caso haja uma falha mesmo para operação em manual, não
aparece o menu de acesso às telas de inter- em um sensor ou no próprio equipamento, permitindo qualquer tipo de manobra na
travamento, indicado na figura 10. o CLP para a linha de produção até que a linha que envolva riscos.
A opção “Principal I/L 1”, primeiro
botão do menu em destaque na figura 10,
abre a primeira sequência de intertrava-
mento, ilustrada na figura 11, que contém
as condições de funcionamento da linha
subdividas em três telas, com as indicações
em verde significando “pronto” e as em
amarelo, “falha”.
A ideia de criar novas telas de intertra-
vamento partiu de ocorrências de paradas
operacionais de 50 minutos, por exemplo,
na qual se gastou em torno de 45 minutos
para encontrar uma falha na sequência
de funcionamento da linha de produção,
causada por um fusível queimado, cuja
substituição não leva 5 minutos.
Atualmente, caso ocorra a mesma falha,
seria identificada a condição que falta na
tela de intertravamento com um tempo
aproximado de 5 a 10 minutos, com a
substituição do fusível no mesmo tempo
de 5 minutos.
técnicos da área, que o tempo médio para todas as demais tasks do CLP assumam o Resultados
este tipo de atendimento ficava em torno novo valor desta variável e normalizem o No primeiro caso, implementou-se em
de 20 minutos. funcionamento da lógica. Com isso, o tempo outubro de 2003 nas tasks do CLP um bloco
Atualmente, com a implantação desta de atendimento, e, consequentemente, de somador atribuindo valores às condições de
conversão das variáveis para o tipo global, perda de produção, decresce para aproxi- intertravamento de um equipamento. Os
é necessário forçar apenas um ponto em madamente 5 minutos. valores das condições de falhas mais recen-
uma task já definida (MS_018) para que tes, com seus registros de data e de horário,
também ficam armazenados no CLP.
A figura 15 mostra a redução anual no
índice de falha, que é, em porcentual da
quantidade de tempo de parada imprevista
da produção dividida pelo tempo de ca-
lendário, no LTQ a partir do ano de 2004
(detalhe “a”), após a implementação do
Caso 1 descrito neste trabalho. O sistema
de controle da operação do LTQ, para efeito
de cálculo do índice de falhas, só registra
paradas acima de 7 minutos.
Já no segundo caso, foram criadas telas
de intertravamento no supervisório, com a
identificação das condições necessárias para a
seqência de funcionamento dos equipamentos.
Em caso de falha de alguma destas condições,
o próprio operador pode tomar alguma ação
F14. Tela com a task MS_108 do CLP do Laminador de Acabamento. ou passar a informação detalhada para o
técnico de manutenção sobre qual sensor
ou instrumento está em falha.
No terceiro e último caso descrito
desenvolveu-se no CLP uma task para a
conversão das variáveis do tipo local para
variáveis do tipo global, que, por ser utiliza-
da em mais de uma task, auxilia nos casos
emergenciais em que é necessário forçar
valores, a fim de evitar danos às pessoas,
aos equipamentos e perdas de produção.
Atuando em apenas uma variável do tipo
global não se gasta tempo com a procura
e com o force em diversas variáveis do tipo
locais, distribuídas pelas tasks no CLP.
A figura 16 apresenta a redução do ín-
F15. Índice de falhas da área do LTQ no período de 2003 a 2007. dice de falha a partir de abril/2007 (detalhe
“b”), depois de implementados os casos 2
e iniciado o 3, descritos neste trabalho. O
sistema de controle da operação do Laminado
e Acabamento, para efeito de cálculo do
índice de falhas, só registra paradas acima
de 15 minutos.
Os casos implementados tiveram baixo
custo de desenvolvimento, sendo necessário
apenas recurso humano, ou seja, custo da
hora trabalhada (HH ou homem-hora) de
um técnico experiente, que tem um valor
aproximado de US$ 10,00 por hora.
No primeiro caso, considerando um
tempo total para inserir e configurar os
F16. Índice de falhas da área do Laminador de Acabamento no período de set/2006 a set/2007. blocos da lógica de trap no CLP aproximado
Considerações Finais
A partir do momento em que a redução
dos prazos de entrega e o aumento da capa-
cidade de produção tornam-se imprescindí-
veis para a sobrevivência de um negócio, a
manutenção torna-se essencial para garantir
a participação de uma empresa no mercado.
E, apesar de todo o esforço em planejar as
paradas dos equipamentos para manutenção,
a ocorrência de falhas imprevistas é um fato
inegável em qualquer linha de produção,
em pequenas ou grandes empresas.
Este artigo mostra exemplos de aplica-
ção de conhecimentos básicos dos sistemas
utilizados em automação industrial, como
lógica do CLP e monitoração de variáveis
pelo supervisório, onde a criatividade foi
peça-chave para a redução de tempo de
perda de produção imprevista, facilitando a
identificação da causa básica da ocorrência
e agilizando a tomada de ação para solução
da falha.
Antes das soluções “mirabolantes”,
existem idéias simples, eficazes e de baixo
custo de implementação que apresentam
ganhos consideráveis com ferramentas de
uso geral na área de automação. MA
Como programar o
s CLP CJ1,
da OMRON
Acompanhe neste artigo um passo a passo de como programar
um CLP, para o qual tomo como exemplo o CJ1 da Omron
Filipe Pereira
Prof. Eng. Eletrotécnica/Automação
filipe.as.pereira@gmail.com
A
ntes de começar a programar um CLP, é funcionamento da memória. Na tabela 1
importante entender o próprio CLP CJ1, temos as áreas de memória do CJ1.
assim poderemos abordar com objetividade As áreas de memórias mais importantes
a programação de um CLP. de um CLP são:
O CJ1 é um pequeno controlador lógico • Relés Internos – São usados para
programável que pode fornecer funções controlar os pontos de entradas/saí-
básicas para diversos tipos de máquinas, das, outros bits, temporizadores,
tanto de controle como de processo, além contadores e para guardar tempo-
de possuir uma plataforma flexível de rariamente dados.
Saídas analógicas
As saídas analógicas são utilizadas para
controlar dispositivos que respondam a uma
variação analógica de tensão ou corrente.
As instruções usadas nas saídas analógicas T3. Tabela de conversão direta de valores analógicos para valores em
são semelhantes às utilizadas nas entradas
analógicas, e são empregadas quando se
pretende enviar uma informação analógica
a um dispositivo de campo.
Um exemplo deste tipo de dispositivo,
apresentado na figura 6, é uma válvula
proporcional que permite controlar o volume
de óleo através da sua abertura proporcional
a uma tensão 0-10V.
O conteúdo de um registro de memória,
geralmente especificado por 16 bits, é enviado
à carta de saída analógica, que converte a
quantidade digital numa quantidade ana-
lógica proporcional à primeira.
As saídas analógicas estão ligadas a
dispositivos através de condicionadores de
sinal que amplificam, reduzem ou alteram
o sinal, para controlar o dispositivo de
campo (figura 7). F4. Condicionamento de sinal num CLP e respectiva conversão para bits.
A resolução do conversor D/A é definida
pelo número de bits usados para a conversão
analógica.
Por exemplo: Um conversor D/A com uma
resolução de 12 bits, cria um sinal analógico
que pode variar em 4095 intervalos.
Para um dispositivo analógico com uma
variação de 0 V (fechado) até 10 V (total-
mente aberto) o valor 2047 é igual a um
sinal de 5 V, na tabela 4 temos a conversão
de bits/decimal e a sua saída .
Cada um dos módulos de saídas analó-
gicas está isolado, quer dos outros módulos
quer do CLP. Este isolamento protege o
sistema de sobretensões ou sobrecorrentes
que possam ocorrer nos módulos de saídas
analógicas.
Módulos de eixos ou
posicionamento
Os módulos de eixos e posicionamento F11. Tempo de um clico de Scan num módulo de contagem rápida.
pertencem ao grupo das cartas especiais
inteligentes. Estes módulos utilizam blocos
de função específicos do CLP (MOVE,
TRANSFER) para transferir dados refe-
rentes ao início de parâmetros, distâncias
e velocidade, do módulo (figura 14).
Módulos de contagem rápida valores de estado para o CLP (figura Os módulos de rede têm internamente
Outro tipo de módulos inteligentes é o 15). A ligação deverá ser feita sempre todas as ligações e protocolos necessários
módulo com contador de alta velocidade com cabo blindado e não deverá exceder para assegurar que as mensagens enviadas
que conta os sinais procedentes de encoders, os 15 metros. para a rede possam ser interpretadas por
com velocidades até 50 kHz. todos os dispositivos que a compõem.
A comunicação entre os módulos com Módulos de rede Em geral, quando a CPU, ou outro
contadores de alta velocidade e a CPU é Os módulos de rede permitem a comuni- dispositivo da rede, envia uma mensagem, o
bidireccional, ou seja, o módulo aceita cação entre CLPs e dispositivos inteligentes, módulo de rede encarrega-se de enviar os dados
ordens de controle do CLP e transmite através de uma rede de comunicação. de acordo com o protocolo estabelecido.
Do outro lado, o módulo de rede do
receptor interpreta a mensagem e encarrega-
se de a enviar à CPU e, se necessário, envia
diretamente um comando ao dispositivo de
campo (figura 16).
Dependendo do tipo de rede e da sua
configuração, as cartas especiais de rede
podem ser ligadas a distâncias superiores
a 3km e desde 100 até 1000 nós.
O protocolo
digital HART
César Cassiolato
Diretor de Marketing
SMAR Equipamentos
Industriais Ltda
I
ntroduzido em 1989, tinha a intenção As especificações são atualizadas con-
inicial de permitir fácil calibração, ajustes tinuamente de tal forma a atender todas
de range e damping de equipamentos ana- as aplicações.
lógicos. Foi o primeiro protocolo digital de Veremos a seguir alguns detalhes do
comunicação bidirecional que não afetava protocolo HART.
o sinal analógico de controle. A simplicidade: o HART e o loop de
Este protocolo tem sido testado com corrente convencional
sucesso em milhares de aplicações, em vários As figuras 1 e 2 nos mostram como
segmentos, mesmo em ambientes perigosos. entender o HART facilmente.
O HART permite o uso de mestres: um Na figura 1, temos um loop de corrente
console de engenharia na sala de controle e analógica, onde os sinais de um transmis-
um segundo mestre no campo, por exemplo sor variam a corrente que passa por ele
um laptop ou um programador de mão. de acordo com o processo de medição. O
Em termos de performance, podemos controlador detecta a variação de corrente
National Instruments
pois
saiba mais ponto ou multidrop;
• Flexível acesso de dados usando-se
até dois mestres;
carregar o loop de corrente. Note ainda que
o transmissor possui uma fonte de corrente
com acoplamento AC e o controlador uma
estru- Cassiolato, Cesar - Material de
treinamento LD 301 Smar, 2003. • Suporta equipamentos multivari- fonte de tensão com acoplamento AC. A
na
emas áveis; chave em série com a fonte de tensão no
lhor Manuais de equipamentos • 500 ms de tempo de resposta(com controlador HART em operação normal fica
idade. Hart Smar até duas transações); aberta. No controlador HART os compo-
• Totalmente aberto com vários for- nentes adicionais podem ser conectados no
A tecnologia Hart na Indústria
– Parte 1. Estrutura do Protocolo necedores; loop de corrente, como ilustrado ou através
Mecatrônica Atual 19
do resistor sensor de corrente. Do ponto de A figura 4 ilustra uma conexão típica mente, outros tipos de conexões. Em uma
vista AC o resultado é o mesmo, uma vez entre um device Host e um equipamento de conexão do tipo ponto-a-ponto, como a
que a fonte de alimentação é um curto- campo, onde usualmente se tem comuni- desta figura, é necessário que o endereço
circuito. Note que o sinal analógico não é cação ponto-a-ponto. Veremos, posterior- do equipamento seja configurado para
afetado, pois os componentes adicionados
são acoplados em AC.
O amplificador de recepção é considerado
frequentemente como parte do modem e
usualmente não é mostrado em separado.
Na figura 2 foi desenhado separadamente
para mostrar como se deriva o sinal de
tensão de recepção. O sinal de recepção
não é somente AC, nem no controlador
ou mesmo no transmissor.
Para enviar uma mensagem, o transmissor,
ao ligar sua fonte de corrente, fará com que F1. Loop de corrente convencional.
se sobreponha um sinal de corrente de 1mA
pico-a-pico de alta frequência sobre o sinal
analógico da corrente de saída. O resistor
R no controlador converterá este sinal em
tensão no loop e esta será amplificada no
receptor chegando até ao demodulador do
controlador (modem). Do mesmo modo,
para enviar uma mensagem ao transmissor,
o controlador fecha sua chave, conectando
sua fonte de tensão que sobrepõe uma tensão
de aproximadamente 500 mV pico-a-pico
através do loop. Esta é vista nos terminais
do transmissor e encaminhada ao amplifi-
cador e demodulador. Note que existe uma
implicação na figura 2 dispondo que o mestre
transmita como fonte de tensão enquanto o
escravo, como fonte de corrente.
A figura 3 exibe detalhes do sinal HART,
sendo que as amplitudes podem variar de
acordo com as impedâncias e capacitâncias
de cada equipamento e perdas causadas F2. Loop de corrente acrescido o HART.
por outros elementos no loop. O HART se
utiliza do FSK, chaveamento por mudança
de frequência (Frequency Shift Keying),
onde a frequência de 1200 Hz representa
o 1 binário e a de 2200 Hz, representa o 0
binário. Note que estas frequências estão
bem acima da faixa de frequências do sinal
analógico (0 a 10 Hz) de tal forma que não
há interferências entre elas. Para assegurar
uma comunicação confiável, o protocolo
HART especifica uma carga total do loop
de corrente, incluindo as resistências dos
cabos de, no mínimo, 230 ohms, e no
máximo 1100 ohms.
Equipamentos de campo e handhelds
(programadores de mão) possuem um mo-
dem FSK integrado, onde via port serial ou
USB de um PC ou laptop pode-se conectar
uma estação externamente. F3. Sinal HART. F4. Conexão de equipamentos mestres HART.
zero, desde que se use o modo de endereço um operando com corrente nominal de
na comunicação para acessá-lo. 4 a 12 mA e o outro de 12 a 20 mA.
Em sistemas considerado grandes, pode- Nesta condição, os posicionadores são
se usar de multiplexadores para acessar conectados em série no loop de corrente
grandes quantidades de equipamentos com endereços diferentes e o host será
HART, como por exemplo na figura 5, capaz de distingui-los via comunicação.
onde o usuário deverá selecionar o loop de Veja figura 6.
corrente para comunicar via Host.
Nesta situação em cascata, o host Endereçamento em
pode comunicar-se com vários equipa- redes densas
mentos (mais do que 1000), todos com Para endereçar os equipamentos em
endereços zero. redes densas, um formato especial cha-
Ainda podemos ter rede em multidrop e mado de “long form adressing” é usado.
condições de split-range. Na figura 5a, na Durante a configuração,o endereço e o tag
conexão em multidrop, observe que podem de cada equipamento, via ponto-a-ponto são
ser ligados no máximo até 15 transmissores enviados aos equipamentos. Na operação,
em paralelo na mesma linha. A corrente os equipamentos operam com o endereço
que passa pelo resistor de 250 ohms (foi no formato long. Usando o comando 11,
ocultado na figura) será alta, causando o host pode acessar os equipamentos via F6. Conexão HART com técnica split-range.
uma alta queda de tensão. tags. (Figura 7)
Portanto, deve-se assegurar que a tensão
da fonte de alimentação seja adequada para As camadas (layers) do HART
suprir a tensão mínima de operação. O HART foi desenvolvido segundo o
No modo multidrop a corrente fica fixa modelo OSI, de acordo com a figura 8.
em 4 mA, servindo apenas para energizar O meio físico.
os equipamentos no loop. Como visto anteriormente, o HART se
A condição de split-range é usada em utiliza do sinal de 4-20 mA, sobrepondo
uma situação especial onde normalmente um sinal em técnica FSK, chaveamento
dois posicionadores de válvulas recebem por mudança de frequência (Frequency
o mesmo sinal de controle, por exemplo, Shift Keying), onde a frequência de 1200 F7. Formatos short e long de endereços.
Hz representa o 1 binário e a de 2200 Hz • Em relação ao aterramento, deve-se retorno junto ao cabeamento, o laço
representa o 0 binário. Cada byte individual ter uma impedância de terra sufi- pode ser minimizado, diminuindo a
do telegrama do layer 2 é transmitido em cientemente baixa com capacidade área de acoplamento. Geralmente, o
11 bits, usando-se 1200 kHz. de dreno suficiente para conduzir e problema resultante deste tipo de falha
prevenir picos de tensão. Recomenda- de instalação, em plantas operando
Cabeamento se evitar múltiplos terras; normalmente, não será aparente, e
Utiliza-se um par de cabos trançados • Evitar loops de terra: quando se tem caso ocorra um desbalanceamento de
onde deve-se estar atento à resistência total, vários equipamentos aterrados a um terra, o defeito trará consequências
uma vez que esta colabora diretamente com terra comum por caminhos diferentes, desastrosas ao sistema, com danos
a carga total, e agindo na atenuação e dis- cria-se diferenças de potenciais que permanentes nos equipamentos;
torção do sinal.Em longas linhas e sujeitas podem danificar os equipamentos; • Para detectar a presença de aterramen-
a interferências, recomenda-se o cabo com • Possíveis fontes de captação de ruído to em múltiplos pontos, recomenda-se,
shield, sendo este aterrado em um único ou de distorções do sinal de comu- uma vez terminada a instalação, abrir
ponto, preferencialmente no negativo da nicação podem ser citadas: cada ponto de aterramento e realizar
fonte de alimentação. Seguem algumas dicas • Sistema de aterramento totalmente a medição da impedância deste ponto
de distribuição do cabeamento, aterramento desbalanceado; para o terra (megagem – a impedância
e shield (blindagem): • Estruturas metálicas mal aterradas lida deve ser bastante alta, da ordem
• Para curtas distâncias, pode-se usar ou isentas de aterramento; de alguns Mega Ohms);
cabos com 0,2 mm2 e sem shield; • Presença de laços com grande área • Se a impedância lida for baixa, isto
• Para distâncias até 1500 m, recomen- de acoplamento magnético; indica que algum ponto da linha
da-se usar cabos de par trançados • O loop de terra do sinal AC determina deve estar em contato com o terra
com 0,2 mm2 e com shield; um circuito elétrico AC, alimentado (curto com a carcaça, conexão de
• Para distâncias até 3000 m, recomen- pela tensão de desbalanceamento equipamentos não isolados com
da-se usar cabos de par trançados do terra e a interferência será tão os sensores aterrados, etc.) e o cur-
com 0,5 mm2 e com shield; maior quanto maior for o nível de to deve ser desfeito. Lembrar que
• Deve-se assegurar a continuidade tensão do ruído e quão próxima for as recomendações são válidas não
da blindagem (shield) do cabo em a frequência do ruído da frequência apenas para o sinal, mas também
mais do que 90% do comprimento do sinal de comunicação; para a própria blindagem dos cabos.
total do cabo. E, ainda, esta deve ser • Estruturas metálicas mal aterradas Uma das ocorrências mais comuns
aterrada somente em um ponto, pre- ou isentas de aterramento podem é abandonar o shield dos cabos mal
ferivelmente na fonte de alimentação. servir de antena, captando ruídos acabado no bandejamento ou no
O shield deve cobrir completamente de tal energia que poderia fazer com próprio invólucro dos equipamentos
os circuitos elétricos através dos co- que o circuito AC passe a conduzir e isto pode levar a curtos indesejáveis
nectores, acopladores, splices e caixas correntes que possam interferir na com a carcaça.A prática recomenda
de distribuição e junção; qualidade do sinal de comunicação. que se faça também a megagem da
• Isolar sinal HART de fontes de ru- Este fenômeno, denominado indução blindagem. As megagens do sinal e
ídos, como cabos de força, motores, magnética, pode ser minimizado com da blindagem devem ser sistemáticas,
inversores de frequência. Colocá-los a implementação de um circuito de repetindo sempre que se faça algum
em guias e calhas separadas; retorno próximo ao cabeamento do tipo de manutenção nos dispositivos
• Quando utilizar cabos multivias, barramento; ou na cablagem. Qualquer manuseio
não misturar sinais de vários pro- • Se o sistema de bandejamento e de em qualquer uma destas partes pode
tocolos; dutos criar um circuito ininterrupto de ocasionar um curto para a carcaça,
F11. Transmissor de Pressão HART/4-20 mA. F12. Super Chip HART – HT3012 – Smar.
A convivência de vários
protocolos em uma
mesma planta
Daqui para frente é esperado que a
convivência entre vários protocolos torne-
se uma constante, principalmente onde
F14. Uso do LD301 como controlador, dispensando o uso do controlador. o parque instalado for grande e deseja-se
Conclusão
Pudemos ver alguns detalhes do pro-
tocolo aberto HART, com uma visão um
pouco diferente do que se tem em nível de
F16. Integração Foundation Fieldbus e HART usando o HI302. usuário, isto é, envolvendo detalhes técnicos
deste padrão. Além disso, vimos o que se
preservar os investimentos feitos. A figura uma ponte entre equipamentos HART e tem em termos de desenvolvimento de
16 é um exemplo típico de sistema onde sistemas Foundation Fieldbus, possui 8 chips HART avançados e os benefícios em
se tem em uma mesma planta os pro- canais HART master e faculta ao usuário performance, recursos e funcionalidades
tocolos Foundation Fieldbus e HART. executar manutenção, calibração, mo- de um transmissor de pressão com este
Neste caso, uma interface HART-FF, o nitoramento de status do sensor, status desenvolvimento. E ainda, a integração
HI302, é utilizado, permitindo conexões geral do equipamento, dentre outras de Fieldbus com HART e o uso do FDT
ponto-a-ponto e multidrop. O HI302 é informações. e DTM na configuração HART. MA
automação
gência para sistemas abertos
e interconectados, este artigo
mostra como é feita a segu-
rança na automação industrial
industrial
(cyber security) e as práticas
de segurança atualmente
adotadas
D
evido aos problemas decorrentes da con- será afetado. Não existe garantia que um
vergência e interligação entre TI (Tecno- aplicativo desenvolvido para uma versão
logia de Informação) e TA (Tecnologia de plataforma funcionará adequadamente
de Automação), surge a necessidade após este receber uma atualização.
de se avaliar questões principalmente Apesar da convergência da TA para TI,
relacionadas à segurança do ambiente ainda existem muitos equipamentos com
de TA (Cyber Security). Entretanto, não plataformas não usuais, drivers/dlls muito
simplesmente adotando técnicas já con- específicos, emuladores, entre outros que, após
sagradas do ambiente TI, mas analisando uma atualização, podem entrar em conflito
detalhadamente as particularidades e e não funcionar corretamente. Isso explica a
requisitos que a TA possui. existência de sistemas em DOS, Windows
Em função de seus objetivos, caracterís- 95, NT, e também sistemas operacionais sem
ticas do ambiente controlado e dos serviços Service Packs e Patches instalados. É frequente
oferecidos, TA e TI têm prioridades inversas, que usuários e senhas sejam compartilhados
conforme mostra o quadro 1. por diversas pessoas que utilizam o sistema
Diante da dimensão e complexidade de (senhas visíveis na descrição do próprio
administração de uma rede TI, é frequente usuário ou então em anotações ao lado do
enxergar TA como simplesmente uma ex- console de operação), sistemas em operação
tensão desta e, assim, querer administrar com usuários de perfil administrador, senhas
TA utilizando as técnicas e ferramentas padrão, e até sistemas que não exigem au-
de TI. Mas o problema não é de tão fácil tenticação para operação.
solução como parece. Enquanto sistemas Situações como estas aconteciam por-
de TI têm estimativa de vida em média de que não havia preocupações de segurança
cinco anos, sistemas de TA permanecem anteriormente, pois eram sistemas total-
operando por no mínimo 10 anos, geral- mente isolados, não convencionais. Não
mente sem grandes modificações. é simplesmente uma questão de adotar
Em TA não é tão simples atualizar o usuários individuais, pois muitos sistemas
saiba mais sistema operacional de uma máquina sempre
que um Service Pack (correções de um sof-
foram desenvolvidos sem tais recursos,
o que nos dias de hoje, é considerado
Sistema Integrado de Segurança – SIS tware disponibilizadas pelo desenvolvedor) imprescindível.
Mecatrônica Atual 18 ou Patch (correção de um erro específico Outra questão sobre a simples utiliza-
Solução Ethernet para segurança
de um software também disponibilizada ção das ferramentas TI são os softwares
Mecatrônica Atual 38 pelo desenvolvedor) esteja disponível. São antivírus, o gerenciamento de ativos, IPS
necessários testes completos e confiáveis (Intrusion Prevention System) e demais
Sistema Integrado de Segurança – SIS para certificar-se que o processo fabril não softwares permanentemente em execução
Mecatrônica Atual 18
(background). Esses softwares podem com- treinamentos também pode ser necessário Toda alteração que possa estar relacionada à
prometer a execução do aplicativo principal e para a correta utilização das ferramentas e segurança deve estar de acordo com a política
ocasionar distúrbios no processo ou em outros manutenção do processo de segurança. adotada. Testes devem ser realizados para
equipamentos da rede, dependendo do local certificar que o sistema não seja afetado, ou
onde forem instalados. Alguns sistemas de Políticas de Segurança que alguma vulnerabilidade seja incluída.
controle utilizam emuladores de tempo real É importante lembrar que decidir sobre a Informações detalhadas para restabelecer a
RAE (Real Time Application Enviromment) adoção de uma ou outra política deve ser feito condição anterior, após as mudanças serem rea-
que podem ter seu desempenho compro- a partir do nível de segurança pretendido. lizadas, também contemplam o gerenciamento
metido ao compartilhar processamento A seguir exemplificamos algumas políticas e fazem parte de um item muito importante do
com antivírus ou softwares para geração que, direta ou indiretamente, contribuem gerenciamento de mudanças. As ferramentas
de imagens online, por exemplo. para a manutenção da segurança: de gerenciamento de configuração de hardware
O Gerenciamento de Ativos demanda pa- • Backups: o que, como e quando reali- e software auxiliam o processo de segurança
cotes de SNMP (Simple Network Management zar backup, locais de armazenamento, e, através de alarmes/logs, é possível detectar
Protocol) para monitorar o sistema objetivo e testes de restauração, etc; alterações não autorizadas e/ou alterações
eles podem comprometer o desempenho da • Antivírus, firewall e outros softwares oriundas de vírus, entre outros.
rede, caso uma configuração criteriosa não relacionados à segurança: como e
seja realizada, uma vez que, inicialmente quando atualizar, políticas para al- Arquitetura segura
redes em TA não foram concebidas para alto teração e desativação de recursos de O princípio para uma rede segura em um
tráfego. Estas redes geralmente são menores segurança, etc; ambiente de automação está na arquitetura
que redes de TI, menores no tamanho dos • Definição de onde utilizar usuários da rede, que deve agrupar equipamentos por
pacotes e no volume de informações. Contu- e senhas compartilhadas ou não, função e proteger as conexões com outras
do, são mais estáveis e previsíveis, visto que perfis de usuários e ativação de logs redes. Estas segmentações, equipamentos
inicialmente ofereciam somente determinismo de registro; e pontos de conexão com outras redes
para controle de processo. • Políticas quanto ao uso de equipa- devem estar claramente documentadas, e
Se por um lado, a simples aplicação de mentos conectados temporariamente isto significa saber e entender o que existe
técnicas de TI não é desejável neste ambiente, é nas redes (por exemplo, notebooks); na rede.
crescente a utilização de funcionalidades como • Desativação de recursos de equi- Para conexões entre redes IP (Internet
telnet, ftp, web services, SNMP, redes wireless, pamentos com potencial de risco Protocol ) recomenda-se a instalação de
entre outras. E a TA, por não estar familiariza- quanto à segurança: desativação de firewall. Em sistemas que necessitam in-
da, acaba ficando exposta às vulnerabilidades drives USB, disquetes e CD-ROMs, formações “de/para” na rede de controle,
características de cada recurso e/ou não as instalação de dispositivos físicos para como PIMS por exemplo, o acesso não deve
exploram adequadamente, sem beneficiar-se impedir o acesso a drives de CD-ROM ser feito diretamente na rede de controle,
dos recursos de cada ferramenta. e disquetes, portas não utilizadas mas em servidores operando como bridge
em switches em ambientes de pouca (ponte) entre estas redes.
Segurança em sistemas circulação de pessoas, etc. Acessos remotos, dispositivos conectados
O conceito de segurança não é unicamente momentaneamente (típico para fornece-
um produto, mas um processo que, ao ser Gerenciamento de mudanças dores, consultores, etc.), recomenda-se
iniciado, sempre demandará esforços para Um bom gerenciamento de TI inclui também que não se conectem diretamente
mantê-lo. Para alcançar determinado nível de controle de políticas, hardware e software. na rede-objetivo, mas através de um servidor
segurança, há alterações físicas, instalação de
produtos, adoção de políticas, mudanças de
paradigmas, etc., e este processo altera rotinas Ambiente TI Ambiente TA
e procedimentos, causando dificuldades na
execução de algumas tarefas. Ao iniciar um Confidencialidade: proteção dos Disponibilidade: o sistema exige
dados quanto ao acesso não au- alta disponibilidade. Pequenas inter-
processo para adequar um sistema aos aspec- torizado; rupções podem ter como conseqüên-
tos de segurança é fundamental estar ciente cias grandes perdas, sejam estas de
destes inconvenientes, dos custos e também Integridade: dados exatos; produção, danos aos equipamentos, e
dos benefícios da solução adotada. em casos mais graves, danos à integri-
Disponibilidade: em geral alguns dade física de pessoas.
sistemas toleram uma interrupção
Divulgação e Treinamento por um curto espaço de tempo. Integridade: dados exatos;
É muito importante divulgar, para todos
os envolvidos, os motivos da implantação Confidencialidade: proteção
do programa de segurança e qual o nível dos dados quanto a acessos não
que se pretende obter. Todos devem ter autorizados;estamos trabalhando so-
consciência das mudanças ocasionadas em mente com estruturas lineares. Ainda
não existe base na literatura para a
função da segurança desejada. Promover identificação de sistemas não lineares,
exigindo assim uma melhor atenção
para os testes de não linearidade.
Novembro/Dezembro 2009 :: Mecatrônica Atual 41
F1. Arquitetura onde os servidores coletam dados na rede de controle F2. Servidor baixando atualizações, patches, antivírus, firewall, entre
e os disponibilizam para os sistemas da rede de TI (PIMS, MES, etc.) outros, na Internet e fazendo as transferências para a rede de testes.
F3. Depois de realizados os testes, as atualizações e patches F4. Acesso remoto: ao invés de acessar diretamente o equipamento
são transferidas para as redes de controle. desejado, o acesso é feito através dos servidores.
como bridge. A premissa é manter a rede De acordo com a arquitetura e os Devido à existência das segmentações e
de controle isolada e somente acessá-la via exemplos apresentados pelas figuras, a da própria região DMZ, é possível combi-
servidores, dotados de firewall, antivírus e rede de controle fica isolada das demais, nar múltiplas sessões de autenticação para
autenticação. Assim, os servidores ficarão todo acesso a ela é realizado através da obter acesso à rede TA a partir da rede TI.
localizados numa região denominada DMZ área DMZ delimitada pelos firewalls, onde Combinando estas etapas de autenticações
(De-Militarized Zone), uma região segura estão os servidores. Recomenda-se que a com regras de firewall, IPS e antivírus,
entre a rede TI e TA. utilização destes servidores seja exclusiva por exemplo, cria-se um ambiente seguro
Uma rede isolada da rede principal de para a função e que os trabalhos nestas isolando a rede TA e ao mesmo tempo
controle, com equipamentos para testes é máquinas estejam limitados a atividades obtendo controle de acesso a esta - com
uma alternativa para simular modificações pertinentes à função do servidor. Isso é recursos de rastreabilidade em função dos
decorrentes de updates, patches, etc. Cer- importante porque a utilização comparti- logs das aplicações citadas, diferenciando-se
tificada a estabilidade ou segurança do lhada de servidores para atividades típicas de acessos sem autenticação ou com simples
sistema após as modificações, as mesmas de estações de trabalho pode comprome- senhas comuns neste ambiente.
podem ser realizadas nos equipamentos ter os serviços oferecidos, seja inserindo Em estações de engenharia, recomen-
da rede de controle. Observe a figuras alguma vulnerabilidade ou causando da-se a instalação de antivírus e firewall.
1, 2, 3 e 4. instabilidades no sistema. Nos demais equipamentos pertinentes a
Considerações finais
Não existe uma solução única e ideal
para as questões de segurança no ambiente
de Automação Industrial. Sistemas de TA
já desenvolvidos há algum tempo e que não
possuem recursos nativos de segurança,
por estarem operando em um ambiente
todo interligado, multiusuário, exigem
uma análise detalhada para adequação
à segurança. O caminho é que TI e TA
conheçam melhor as exigências, carac-
terísticas e dificuldades de cada lado e,
unindo esforços, busquem soluções que
satisfaçam as necessidades que cada am-
biente demanda. MA
Pintura automatizada
s
Dürr Processo mais
seguro com
tempo reduzido
de produção
C
ada vez mais fabricantes de sistemas de suas instalações de pintura de acabamento,
automação de pintura se confrontam com que consistem de duas linhas de pintura com
desafios específicos e peculiares. O período aplicação manual e mecânica, que precisavam
de tempo previsto para a demolição, reforma ser equipadas com a mais recente tecnologia.
e modernização das instalações das fábricas, o Tudo totalmente automatizado. Vejamos os
pão de cada dia de um fabricante de sistemas dados deste impressionante projeto: data
de automação, torna-se cada vez mais curto. da entrega do pedido à Dürr: dezembro
Novos processos, com um número reduzido de 2007; início da instalação: 11 de julho
de etapas de processamento, estão chegando de 2008; pintura da primeira carroceria:
às fábricas e, no final, um fabricante de meados de agosto. Paralelamente, ocorreram
sistemas de automação também entregará a entrega, a montagem e o comissionamento
novos produtos ao mercado que contribuirão de 87 robôs e várias centenas de toneladas de
para o aumento da produtividade e para a construção em aço, cabines e equipamentos
F1. Oitenta e sete robôs para duas linhas de pintura de acabamento instalados e
comissionados em apenas três semanas – um recorde mundial.
de troca de cor integrada ao atomizador. lação dos programas de pintura aumentam do resultado esperado da pintura, usando-se
Um novo processo e uma nova tecnologia a segurança do planejamento e prevêem uma carroceria verdadeira, empregando-se
não apenas para a OEM, mas também questões críticas do projeto. a técnica de aplicação específica do projeto,
para o fornecedor de sistema de pintura As investigações realizadas no Centro bem como o material de pintura real antes
automatizada. Também neste caso, estavam Técnico verificam os resultados da fase do comissionamento, e os resultados são
programadas apenas breves paralisações de de engenharia, asseguram os processos e comparados com os requisitos do cliente.
funcionamento de duas a três semanas, no determinam parâmetros de pintura que Com base nos dois exemplos dos projetos
verão e no inverno. levam rapidamente à qualidade aceitável mencionados, o processo e os conteúdos
Como se pode garantir o início das da pintura no local da construção. O pré- das investigações no Centro Técnico serão
operações nas instalações dentro do prazo comissionamento de todo o sistema dos abordados em mais detalhes.
previsto, com a qualidade necessária? Como robôs de pintura antes da entrega com Em cada caso, o foco das investigações
se pode minimizar os riscos? Os fatores de testes intensivos das funções, onde os pro- estava nas particularidades do projeto.
sucesso têm naturezas diferentes e devem gramas dos robôs são checados e as falhas No primeiro exemplo, não focalizaremos
se complementar para que se obtenha um são reconhecidas, aumenta a qualidade do apenas os tempos extremamente curtos
bom resultado. sistema como um todo. de montagem e de comissionamento, e a
Certamente são necessários times quali- Na sequência da execução do projeto, conversão da aplicação mecânica para a
ficados e bem treinados de ambos os lados, que é descrito aqui de maneira resumida, aplicação robotizada, com a redução do
que cooperem de uma maneira ideal, tanto as investigações do Centro Técnico desem- número de atomizadores, mas principal-
na fase de engenharia, como posteriormente, penham um papel crucial que não deve ser mente a introdução da pintura robotizada
na fase da instalação no local da construção. subestimado. Enquanto as simulações fora do interior. Como primeiro passo, inves-
Outra condição é um planejamento meti- da linha apenas verificam o programa de tigou-se a configuração do atomizador de
culoso e detalhado de todas as atividades. movimentos baseado nos parâmetros padrão ar. Selecionaram-se várias cápsulas de ar.
As investigações fora da linha do plano dos da pintura, os testes do Centro Técnico re- O critério de seleção foi a eficiência da
robôs, a programação dos robôs e a simu- presentam a única possibilidade de obtenção transferência sob a premissa de uma qua-
F2. Investigações
garantem o
desempenho
do processo
para o chamado
‘processo de
pintura 3-wet’,
onde o primer, a
camada de base,
e a pintura são
aplicados em uma
linha de pintura,
sem secagem
intermediária,
e depois são
curados juntos.
lidade satisfatória. As investigações foram testes, mostrou-se o potencial da atomização Em cada caso, o programa experimental
realizadas em três diferentes módulos do rotativa no exemplo da pintura do interior foi claramente especificado pelo cliente,
programa para capô, porta interior e porta da porta com EcoBell 2HD em relação que devia não apenas fornecer informação
traseira. Rapidamente verificou-se que a à melhoria da eficiência. O resultado foi sobre a qualidade da pintura exigida, mas
cápsula de ar padrão utilizada pela Dürr, evidente: uma economia de material de também fornecer dados que fossem im-
particularmente com os programas de pintura mais de 30%. portantes para a eficiência econômica do
mais complexos para as portas interiores e Enquanto no exemplo da Volkswagen processo de pintura, tal como a eficiência
portas traseiras, levou a uma economia de da Baixa Saxônia os testes ocorreram em da transferência, perdas de tinta na troca
material de cerca de 10%, sendo a espessura um determinado período posterior à data de cor, tempo gasto na troca de cor. E,
da camada ligeiramente maior. da assinatura do contrato, no segundo finalmente, também foram avaliados os
No passo seguinte, os programas da exemplo as investigações foram realizadas critérios que são importantes para o serviço
sequência do comissionamento de todos os em inúmeras etapas individuais distribuídas e para a manutenção.
modelos de carroceria foram otimizados. ao longo de mais de dois anos. O objetivo Depois que a tecnologia de aplicação
Uma condição essencial para isto era a foi primeiramente a seleção da técnica de da Dürr foi aprovada no programa de
capacidade de transferência dos resulta- aplicação ideal. A série de testes começou validação do cliente, e depois que a Dürr
dos da escala do Centro Técnico para as em meados de 2006, com um programa recebeu, no início de 2007, os pedidos para
instalações reais. Isto exigia do Centro de validação das instalações de pintura de as instalações de pintura de parachoques
Técnico alta flexibilidade e reprodutibili- parachoques, e continuou meio ano mais e para a reconstrução das instalações de
dade na determinação dos parâmetros do tarde para a validação das instalações de pintura, investigações detalhadas foram
processo. No terceiro passo desta série de pintura de carrocerias. realizadas em diversas etapas. Até outubro
Sitara TM
s Microprocessador para
aplicações industriais
Em outubro de 2009, a Texas Instruments anunciou o lançamento
dos microprocessadores AM3505 e AM3517 com a finalidade de
atender o mercado industrial
Renato Paiotti
ARM Cortex-A8
Esta arquitetura é conhecida pela sua para áudio, vídeo e gráficos 3D, podendo
alta eficiência e baixo consumo, próprio decodificar MPEG-4 VGA a 30 frames
para projetos mobile, tais como telefo- por segundo.
nes celulares, set-top boxes, consoles A segurança do sistema fica a cargo da
de videogames, aparelhos de navegação tecnologia TrustZone, protegendo peri-
GPS e sistemas de entretenimento para féricos e a memória usada.
automóveis, ou seja, para aparelhos que A arquitetura Cortex-A8 possui duas
possam consumir até 300 mW. ALU (Unidade Lógica de Aritmética),
Ela pode trabalhar numa frequência entre aumentando a eficiência na leitura das
600 MHz e 1 GHz. instruções. A tecnologia NEON utiliza de
O Cortex-A8 teve as suas bases na arqui- forma eficiente estas duas ALU.
tetura ARMv7, que possuía bons recursos Para a área industrial, que requer um
implementados, entre eles o Thumb®-2, código muito enxuto e seguro, esta ar-
que tem a finalidade de condensar o códi- quitetura possui a tecnologia Jazelle-RCT
go, e com isso reduzir o uso da memória que compacta em até 3X o tamanho do
em até 31% e também o gasto de energia programa compilado.
com o processamento dos comandos. Na figura A é possível ver no diagrama
Outra tecnologia empregada na arqui- de blocos, a unidade NEON e o cache L2
tetura é a tecnologia NEON empregada com sua lógica.
TMDXEVM3517
Este é o módulo de avaliação do Sitar-
aTM AM3517, conforme é possível observar
F2. TMDXEVM3517.
na foto da figura 2, ele possui um display
LCD Touch Screen, podendo rodar com
OMAP3517 Linux SDK, Kernel 2.6.31 Conclusão consolidação, e que o processo de fabricação
U-boot, Windows® Embedded CE in Atualmente, temos até a arquitetura ARM de um microprocessador leva um certo tempo,
4Q09 e Multiple RTOS in 1Q10, tendo Cortex-A9 que possui de 1 a 4 cores (multicore) desde o seu projeto até a sua distribuição.
entradas/saídas EMAC, USB PHY, USB operando a 2,0 DMIPS/MHz cada Core, Em breve teremos dispositivos móveis e
OTG & Host, CAN, SDIO I2C, JTAG, além de consumir menos que o Cortex-A8. computadores industriais empregando não
Keypad, SD/MMC (2), DVID/HDMI, Este tipo de arquitetura a Texas Instruments só o Cortex-A9, mas como outras tecnologias
Video input, Bluetooth e WLAN. utiliza nos seus OMAP4430/40. Porém a que tenham maior poder de processamento
O preço desta placa comprada direta- arquitetura Cortex-A8 é adotada por diver- bem como um baixo consumo, além de
mente do fabricante, sem contar as taxas e sos fabricantes, tais como Apple, Samsung, sobreviver aos ambientes hostis que um
impostos, é de mil dólares. Ericsson entre outras. O motivo está na sua “chão de fábrica” pode provocar. MA