Você está na página 1de 25

Problema Térmico 3

Trabalho Condução Calor


Simulação de Processos Tecnológicos

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Grupo 13:
André Santos up201505852
Mariana Marques up201206106
Orlando Silva up201101917

Docentes: Abel D. Santos / Abílio de Jesus


Março 2019
Simulação de Processos Tecnológicos

Índice
1. Problema e Objetivos ..................................................................................................................4
2. Pesquisa Bibliográfica..................................................................................................................5
2.1. Método das Diferenças Finitas- Matlab.............................................................................5
2.2. Método dos Elementos Finitos - Abaqus .........................................................................12
3. Resultados, Análise e Discussão ................................................................................................13
3.1. Método das Diferenças Finitas ........................................................................................13
3.1.1. Contornos de Temperatura .........................................................................................13
3.1.2. Vetor Fluxo ..................................................................................................................14
3.1.3. Distribuições de Temperatura .....................................................................................15
3.2. Método dos Elementos Finitos ........................................................................................17
3.2.1. Contornos de temperatura ..........................................................................................17
3.2.2. Vetor Fluxo ..................................................................................................................19
3.2.3. Resultados de Temperatura ........................................................................................21
3.3. Comparação entre MDF e MEF (Ponto Central) ..............................................................22
3.4. Comparação entre MDF e MEF (Secção Vertical) ............................................................23
4. Conclusões ................................................................................................................................24
Referências........................................................................................................................................25

2
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Lista de Figuras
FIGURA 1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA TÉRMICO ................................................................................... 4
FIGURA 2 - DIVISÃO DO DOMÍNIO EM SUBDOMÍNIOS ....................................................................................... 5
FIGURA 3 - INPUT INICIAL DO SCRIPT ................................................................................................................. 7
FIGURA 4 - ESQUEMA DA NUMERAÇÃO DOS NÓS ............................................................................................. 9
FIGURA 5 - DIVISÃO DO DOMÍNIO EM ELEMENTOS FINITOS ........................................................................... 12
FIGURA 6 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA PLACA PARA DIFERENTES PARÂMETROS DE MALHA .............. 13
FIGURA 7 - EVOULUÇÃO DOS VETORES DE FLUXO PARA DIFERENTES PARÂMETROS DE MALHA ................... 14
FIGURA 8 - SECÇÕES E PONTO CENTRAL DA PLACA ......................................................................................... 15
FIGURA 9 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO VERTICAL DA PLACA - MDF ....................................... 15
FIGURA 10 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO VERTICAL DA PLACA - MDF ..................................... 16
FIGURA 11 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=4 .............................................................................. 17
FIGURA 12 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=2 .............................................................................. 17
FIGURA 13 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=1 .............................................................................. 18
FIGURA 14 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=0,5 ........................................................................... 18
FIGURA 15 - VETORES FLUXO PARA S=4;S=2;S=1 (ESQ-DIR) ............................................................................. 19
FIGURA 16 - INTENSIDADE DE FLUXO DE CALOR .............................................................................................. 20
FIGURA 17 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO VERTICAL DA PLACA - MEF ...................................... 21
FIGURA 18 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO HORIZONTAL DA PLACA - MEF ................................ 21
FIGURA 19 - COMPARAÇÃO DO PONTO CENTRAL PARA AS DUAS SOLUÇÕES ................................................. 22
FIGURA 20 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA OS DOIS MÉTODOS NA SECÇÃO VERTICAL ... 23

3
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

1. Problema e Objetivos

No âmbito da unidade curricular Simulação de Processos Tecnológicos, do 4º ano do


Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica, é proposta a análise por métodos numéricos,
fazendo uso de diferentes abordagens e respetivos softwares, de um problema térmico de
transferência de calor em regime estacionário.
Para tal, são aplicados o Método dos Elementos Finitos pelo uso do software Abaqus, e o
Método das Diferenças Finitas no software Matlab. O principal objetivo é a análise
individual e comparativa dos resultados obtidos pelos dois métodos na problemática em
questão. É adicionalmente evidenciada a influência do refinamento do parâmetro de malha
nos resultados finais, para cada método.
O trabalho proposto consiste num problema de simulação de um processo de transferência
de calor em regime estacionário numa placa metálica de aço inox com condutividade
térmica k= 16 [W/m*°C], apresentada na figura 1 com dimensão 8x12m.
Pretende-se determinar a distribuição de temperaturas na placa e o vetor fluxo em cada nó
nas respetivas discretizações.
Iremos fazer a sua análise utilizando dois métodos diferentes:
• Método das Diferenças Finitas (MDF - com auxílio do programa Matlab);
• Método dos Elementos Finitos (MEF – com auxílio do programa Abaqus);

Condições de Fronteira:

• F1=> q=150 W/m2


• F2=> T=ax+b
• F3=> T=cy2+d
• F4=> T=75 °C
• F5=> T=125 °C
• F6=> T=175 °C
• Vértice F1 ⋂ F2 => T=175 °C
• Vértice F2 ⋂ F3 => T=125 °C

FIGURA 1 - CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA TÉRMICO

4
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

2. Pesquisa Bibliográfica

2.1. Método das Diferenças Finitas- Matlab

O método das diferenças finitas transforma uma equação diferencial contínua num sistema
de equações discretas. Para a sua resolução são escritos todos os termos das derivadas da
equação, em cada subdomínio da discretização criada, evidenciados na figura 2.

FIGURA 2 - DIVISÃO DO DOMÍNIO EM SUBDOMÍNIOS

A abordagem da resolução deste problema térmico, utilizando o Método das Diferenças


Finitas com o software Matlab, assenta numa resolução matricial, aplicando a teoria de
Laplace que descreve a distribuição de temperatura num domínio bidimensional pela
seguinte equação [1]:

Este comportamento é atribuído a cada nó interno da placa, sendo que nos nós fronteira,
são impostas as condições do enunciado do problema (figura 1).

Tendo então presentes as condições de fronteira do problema em questão e a Lei de


funcionamento pela qual ele se rege, segue-se para a modelação matricial deste problema,
que pode depois ser introduzida no Matlab, facilitando a resolução do sistema de equações.

A base do método das diferenças finitas assenta na Expansão em série de Taylor e na


aplicação direta da definição de derivada. Desenvolvendo este método chega-se a uma
aproximação do valor da derivada, denominada molécula computacional [1] .

5
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Existindo 3 aproximações diferentes (diferenças finitas atrás, diferenças finitas centrais,


diferenças finitas à frente), é aplicada a aproximação central que se baseia no uso da
seguinte molécula computacional:

Aplicando esta aproximação à segunda derivada em ordem às variáveis x e y, considerando


igualdade para △ 𝑥 e △ 𝑦 , obtém-se para cada ponto (nó) interno da placa, a seguinte
equação [1]:

Esta equação descreve o comportamento da temperatura de cada ponto pela sua condição
de proximidade com os quatro pontos a ele adjacentes, sendo a lei de transferência de calor
que está imposta na placa. É ainda necessária a imposição das condições de fronteira, que
será realizada após a modelação matricial do problema.

Aplicando a equação anterior a cada nó interno da placa, pode-se transformar esse sistema
de equações numa equação matricial, que apresenta a seguinte forma:

Esta equação matricial escreve-se de forma genérica 𝑎𝑇 = 𝑏, e resolve-se fazendo 𝑇 = 𝑎\𝑏


no Matlab. Para a sua resolução é apenas necessária a introdução da matriz dos coeficientes
(a) e do vetor de resultados (b) no Matlab, que por sua vez retorna a temperatura de cada
ponto.

6
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

No entanto esta resolução não permite a escolha do parâmetro de malha no Matlab, sendo
este um cálculo previamente realizado e contabilizado na formulação do sistema de
equações.

Deste modo, foi criado um Script capaz de aplicar qualquer parâmetro de malha na placa e
resolver um sistema de equações pela mesma lógica e lei de funcionamento. Ao executar o
Script é pedido como input (figura 3) o parâmetro de malha, juntamente com a escolha do
tipo de análise gráfica, e criação de vetores de fluxo se desejada.

FIGURA 3 - INPUT INICIAL DO SCRIPT

Para tal, criou-se uma matriz (A) Identidade N x N, em que N representa o número total de
nós na placa. Assim, para cada nó, mesmo os nós na fronteira, tem-se uma equação na
matriz. O valor inicial da diagonal é definido como -4. Simultaneamente é gerado o vetor de
resultados (b) de dimensão N, preenchido com zeros (comandos Matlab evidenciados ao
longo da explicação).

O número total de nós na placa (N) é determinado após a escolha do parâmetro de malha,
tenho em consideração as dimensões da placa.

7
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

O próximo passo é a definição da geometria da placa, pela imposição do valor 1 na matriz


A, nos nós correspondentes à não existência de material. Estes valores 1 vão gerar
temperaturas de valor 0 facilmente identificáveis, que podem posteriormente ser
substituídos por “NaN” (Not a Number), para corretamente indicar a geometria da placa.

Uma vez definida a geometria, são introduzidas as condições de fronteira de valor de


temperatura nas faces, vértices, variações de temperatura ao longo de faces, e por fim faces
sujeitas a um fluxo.

As faces que se encontram a temperatura constante são rapidamente introduzidas na


matriz, sendo apenas necessário identificar os nós correspondentes a essa mesma face e
atribuir na diagonal o valor dessa temperatura. Por exemplo, a fronteira 5 está a 125 °C,
valor já guardado na variável F5.

8
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Sendo C o número de nós em 𝑥 na placa, para executar um ciclo que faz uso de todos os
nós presentes numa linha vertical da placa, é necessário percorrer todo os nós entre eles,
devido à numeração criada. Por exemplo, na figura 4, o índice do nó 6 será o mesmo que o
nó acima (índice 1) somado de o número de linhas entre eles (q), neste caso 1, multiplicado
pelo número de nós em cada linha (C).

FIGURA 4 - ESQUEMA DA NUMERAÇÃO DOS NÓS

Quando uma face em que a distribuição de temperatura se rege por uma função, os valores
de temperatura de acordo com a função são armazenados num vetor, dado que o número
de pontos a ser utilizado depende do parâmetro de malha escolhido (S). Depois cada
elemento desse vetor é atribuído ao ponto correspondente na matriz:

9
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Por fim, a condição de fluxo é evidenciada na equação seguinte, para cada ponto da face
sujeita ao fluxo:

Para introduzir a equação na matriz é primeiro isolado o △ 𝑇 correspondente ao nó da face,


de acordo com a equação anterior, e atribuído esse valor aos respetivos coeficientes na
diagonal da matriz. Posteriormente, na linha desse nó é colocado “-1” como coeficiente
para a outra temperatura envolvida nesse △ 𝑇.

É finalmente gerada a matriz “matt” que representa a placa e apenas a temperatura em


cada nó com o posicionamento evidenciado na figura (figura 4):

10
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Quando desejada a geração de vetores fluxo, são definidas para cada nó as magnitudes do
fluxo nas direções 𝑥 e 𝑦 , e armazenadas, respetivamente nos vetores 𝑢 e 𝑣 . Estas
componentes são representadas graficamente através do comando quiver:

Uma vez concluída a modelação da resolução do problema proposto pelo Método das
Diferenças finitas em Matlab, são apresentados os seus resultados na secção 3.1.

11
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

2.2. Método dos Elementos Finitos - Abaqus

O método dos elementos finitos (MEF) é um método numérico que permite a análise de
diversos fenómenos físicos térmicos, estruturais, entre outros. Estes fenómenos ocorrem
em meios contínuos e são descritos através de equações diferenciais parciais.

O MEF atua de forma a dividir o domínio continuo do problema em sub-regiões de


geometria simples, como ilustra a figura 5.

FIGURA 5 - DIVISÃO DO DOMÍNIO EM ELEMENTOS FINITOS

A resolução de problemas por MEF é composta pelas seguintes etapas:

1. Discretização – Transforma um modelo contínuo num modelo discreto pela divisão


do seu domínio num número finito de partes, sendo assim originada uma
aproximação relativamente representativa da realidade, dependendo do parâmetro
de malha;
2. Interpolação e descrição elementar – Interpolação é a atribuição das propriedades
do modelo original ao modelo discreto, sendo a descrição elementar representação
das propriedades por fórmulas matemáticas;
3. Montagem – Assemblagem dos elementos, agrupando as fórmulas matemáticas
utilizadas na discretização elementar;
4. Restrições – Condições de fronteira aplicadas ao modelo;
5. Solução – Resolução das equações definidas nas etapas anteriores;
6. Cálculo das variáveis derivadas – Cálculo das variáveis secundárias.

12
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

3. Resultados, Análise e Discussão

São agora apresentados os resultados obtidos para o Método das Diferenças Finitas,
gerados graficamente pelo Matlab e pelo Método dos Elementos Finitos gerados
graficamente no Abaqus. Posteriormente é feita a comparação dos resultados obtidos pelas
duas metodologias.

3.1. Método das Diferenças Finitas

Os resultados obtidos são apresentados por meio de gráficos de contorno de temperatura


(figura 6), vetores de fluxo em cada nó (figura 7) e ainda análise da distribuição de
temperaturas nas secções médias verticais e horizontais da placa.

3.1.1. Contornos de Temperatura

S=4 S=2

S=1
FIGURA 6 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA PLACA PARA DIFERENTES PARÂMETROS DE MALHA

13
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

3.1.2. Vetor Fluxo

S=4 S=2

S=1
FIGURA 7 - EVOULUÇÃO DOS VETORES DE FLUXO PARA DIFERENTES PARÂMETROS DE MALHA

14
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

3.1.3. Distribuições de Temperatura

A escolha das secções médias verticais e horizontais, juntamente com a interseção das
mesmas que define o ponto central, está evidenciada na seguinte figura 8.

FIGURA 8 - SECÇÕES E PONTO CENTRAL DA PLACA

No seguinte gráfico (figura 9) encontram-se as distribuições de temperatura obtidas com os


diferentes parâmetros de malha para a secção média vertical.

DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURA NA SECÇÃO


MÉDIA VERTICAL-MDF
Malha 3x2 Malha 6x4 Malha 12x8 Malha 24x16

150
140
130
TEMPERATURA [° C]

120
110
100
Distribuição Horizontal
90
80
70
60
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
COMPRIMENTO VERTICAL DA PLACA

FIGURA 9 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO VERTICAL DA PLACA - MDF

15
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Como se pode observar, com o refinamento do parâmetro de malha, as soluções convergem


para o mesmo valor, notando-se um aumento do tempo computacional necessário para a
execução do Script.

No seguinte gráfico (figura 10) encontram-se as distribuições de temperatura obtidas com


os diferentes parâmetros de malha para a secção média horizontal.

DISTRIBUIÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO MÉDIA


HORIZONTAL-MDF

Malha 3x2 Malha 6x4 Malha 12x8 Malha 24x16


200

180

160
TEMPERATURA [° C]

140

120

100

80

60
0 1 2 3 4 5 6 7 8
COMPRIMENTO HORZINTAL DA PLACA

FIGURA 10 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO VERTICAL DA PLACA - MDF

Conclui-se novamente o mesmo comportamento convergente das soluções com o


refinamento da malha. Visto que o erro obtido para as temperaturas perde relevância
significativa a partir da malha 12x8, é importante fazer o balanço entre uma solução precisa
e uma resolução rápida e suficiente. Todos os resultados vão de encontro com o espectável
pelas condições fronteira impostas no problema.

16
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

3.2. Método dos Elementos Finitos

Os resultados obtidos são apresentados por meio gráficos de distribuição de temperaturas


gerados no Abaqus, alguns contendo os vetores de fluxo em cada nó.

3.2.1. Contornos de temperatura

FIGURA 11 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=4

FIGURA 12 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=2

17
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

FIGURA 13 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=1

FIGURA 14 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS PARA S=0,5

Como é possível observar pelos resultados obtidos, a temperatura mais alta provém do lado
esquerdo da peça provocada pelo fluxo de calor externo, diminuindo a temperatura para a
direita, da mesma maneira a temperatura vai diminuindo de cima para baixo.

Pode-se verificar que consoante o aumento de refinamento da malha os resultados serão


menos grosseiros, a custo de um tempo de computação mais elevado.

18
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

3.2.2. Vetor Fluxo

FIGURA 15 - VETORES FLUXO PARA S=4;S=2;S=1 (ESQ-DIR)

Na figura 15 observa-se representação dos vetores fluxo para diferentes quantidades de


nós, sendo a cor azul menos intenso e o vermelho mais intenso.

Tal como nas temperaturas no tópico anterior, quanto mais refinada a malha mais
informação e precisão está presente nos valores obtidos. Neste caso uma informação
importante é a direção do fluxo, que é evidenciada nas diferentes figuras. Entre elas podem
ser vistos um tamanho de vetor (intensidade) e direção semelhante para nós no mesmo
local, sendo um vetor maior e mais avermelhado no vértice entre F5 e F4 e em F6 e F5,
tendo os vetores uma direção geral para a direita, como era de esperar o fluxo estar mais
intenso nos cantos da peça.

19
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

FIGURA 16 - INTENSIDADE DE FLUXO DE CALOR

Na figura 16 é mais aparente a intensidade do fluxo de calor, consegue-se ter a mesma


conclusão. Existe uma secção em que o fluxo é mais forte nos vértices F4/F5 e F5/F6 e que
começa com uma intensidade mais baixa na fronteira F1, aumenta quando chega aos
vértices referidos e depois volta a baixar.

20
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

3.2.3. Resultados de Temperatura

As secções escolhidas parsa evidencias as distribuições vertical e horizontais de


temperatura mantêm-se as mesas da análise pelo Método das Diferenças Finitas.

Distribuição de Temperatura na Linha Média


150
Vertical-MEF
Malha 3x2
140 Malha 4x6

130 Malha 8x12


TEMPERATURA [°C]

120 Malha 26x16

110

100

90

80

70

60
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
COMPRIMENTO VERTICAL DA PLACA
FIGURA 17 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO VERTICAL DA PLACA - MEF

Distribuição de Temperatura na Linha Média


190
Horizontal-MEF Malha 2x3

Malha 4x6
170
Malha 8x12
TEMPERATURA [° C]

Malha 24x16
150

130

110

90

70
0 1 2 3 4 5 6 7 8
COMPRIMENTO HORIZONTAL DA PLACA

FIGURA 18 - EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA SECÇÃO HORIZONTAL DA PLACA - MEF

21
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Os resultados observados vão de encontro com o esperado, e simultaneamente com os


obtidos no Matlab. Deste modo, as conclusões a retirar serão análogas.

Nestes gráficos consegue-se perceber melhor as diferenças entre as malhas, sendo a 3x2 a
mais grosseira, e quanto mais refinada for a malha, menor será o erro dos valores das
temperaturas. E apesar de ser visível, não existe uma grande diferença de nos resultados
entre a malha 8x12 e 16x26, se tempo for um recurso necessário, pode-se defender utilizar
a malha 8X12.

3.3. Comparação entre MDF e MEF (Ponto Central)

O gráfico seguinte (figura 19) apresenta os diferentes valores de temperatura obtidos para
o ponto central definido como a interseção das duas secções médias horizontal e vertical,
para as diferentes discretizações e métodos utilizados.

Temperatura no Ponto Central


148,0
147,5
147,0
146,5
TEMPERATURA [°C ]

146,0
145,5
145,0
144,5
144,0
143,5
143,0
142,5
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
PARÂMETRO DE MALHA [N]

MDF MEF

FIGURA 19 - COMPARAÇÃO DO PONTO CENTRAL PARA AS DUAS SOLUÇÕES

22
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

É de notar uma influência mais forte da variação do parâmetro de malha no Método dos
Elementos Finitos. Como expectável as soluções convergem com o refinamento da malha
(sentido direita – esquerda).

3.4. Comparação entre MDF e MEF (Secção Vertical)

No gráfico seguinte (figura 20) é apresentada a evolução da temperatura na secção vertical


para os dois métodos utilizados como forma adicional de comparação das soluções obtidas.
Apesar de observável uma diferença dos valores obtidos entre os dois métodos, esta não é
significativa.

MDF Vs MEF - Malha mais refinada


152

150

148
TEMPERATURA [°C ]

146
MEF
MDF
144

142

140
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5
COMPRIMENTO VERTICAL REPRESENTATIVO

FIGURA 20 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA OS DOIS MÉTODOS NA SECÇÃO VERTICAL

23
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

4. Conclusões

Com a realização deste trabalho confirmou-se a importância dos métodos numéricos nos
mais diversos problemas, para este caso em específico para problemas térmicos. A
utilização de tais métodos permite reduzir custos futuros devido a dimensionamentos
incorretos, escolhas de materiais ideais, etc.

Todos os resultados obtidos são consistentes e compatíveis com o que pode ser concluído
a partir de uma observação superficial do problema, tendo conhecimentos de
termodinâmica, que embora não forneçam valores como solução, fornecem, por outro
lado, uma noção geral do comportamento da placa sobre as condições sob as quais se
encontra.

Verificou-se que apesar do refinamento da malha diminuir o erro, melhorando assim a


solução (como observado nos gráficos), o tempo de processamento aumenta
consideravelmente, sendo aqui importante priorizar o recurso mais valioso.

Por fim, convém mencionar as diferenças de obtenção das soluções por MDF com o uso do
Matlab e FEM com o uso do Abaqus, que embora presentes, não se consideram
significativas. Mesmo ignorando o facto que a simplicidade da interface e facilidade de uso
do Abaqus (MEF) ser superior à do Matlab (MDF), a codificação automática do Abaqus
permite poupar tempo de trabalho, ao invés do Matlab, onde se tem de programar o script
manualmente.

24
Grupo 13 – Problema Térmico 3
Simulação de Processos Tecnológicos

Referências

[1] – Abel D. Santos. Métodos Numéricos. Apontamentos da Unidade Curricular de Simulação de


Processos Tecnológicos do MIEM, FEUP. 2019

25
Grupo 13 – Problema Térmico 3

Você também pode gostar