Você está na página 1de 15

MEMORIAL DE CÁLCULO

Com o projeto em mãos, pudemos estimar, bem como dimensionar as diversas partes
componentes do Sistema de Abastecimento de Água. As estimativas e o dimensionamento das
diversas partes do sistema estão bem detalhadas a seguir.

 Estimativa da população

Para o cálculo da estimativa populacional, utilizamos o método dos mínimos quadrados.


Como já conhecíamos as equações que caracterizam este método, construímos uma tabela onde estão
todos os parâmetros necessários do mesmo. Para a construção da tabela, consideramos o número de
dados censitários igual a 4 e o ano de censo inicial sendo 1950.

 Dados censitários

Ano População
1960 2767
1970 3006
1980 3250
1990 3613

A tabela com os parâmetros do método dos mínimos quadrados está a seguir.

N Ano x y y*x x² y² lnx lny lnx*lny (lnx)² (lny)² y*lnx x*lny


1 1960 10 2767 27670 100 7656289 2,30 7,93 18,25 5,30 62,81 6371,25 79,26
2 1970 20 3006 60120 400 9036036 3,00 8,01 23,99 8,97 64,13 9005,17 160,17
3 1980 30 3250 97500 900 10562500 3,40 8,09 27,50 11,57 65,39 11053,89 242,59
4 1990 40 3613 144520 1600 13053769 3,69 8,19 30,22 13,61 67,11 13327,92 327,69
Total 100 12636 329810 3000 40308594 12,39 32,21 99,96 39,45 259,45 39758,24 809,71
Com os valores obtidos acima, calculamos as incógnitas das seguintes funções: linear, de
potência, exponencial e logarítmica.

 Função linear  y = ax + b (1)  Função exponencial  y = ae(b*x) (3)


 Função de potência  y = axb (2)  Função logarítmica  y = a + b*lnx (4)

Logo, os resultados das incógnitas para cada função e os respectivos valores de R são os
seguintes:

Funções a b R²
Linear 27,82 2463,5 0,98852
De Potência 1783,63 0,18299 0,93662
Exponencial 2523,8856 0,00878 0,99520
Logarítmica 1378,5096 574,89 0,91534

Temos que o valor de R2 deve ser o que mais se aproxima do valor unitário. Logo, com
os cálculos realizados acima, vimos que o valor de R2 que mais se aproxima de 1 é o da função
exponencial (R2 = 0.9952). Com isso, calculamos a estimativa populacional através da equação (3).
Realizado os cálculos o resultados foi o seguinte:

y = 2523.8856 * e(0.00878*(2020 - 1950))  y = 4667 habitantes

 Estimativa do consumo

Para o cálculo da estimativa de consumo, consideramos a vazão a ser distribuída no dia


de maior consumo. Neste caso, consideramos a vazão no final do plano.

 Vazão no final do plano

K 1  q f  Pf 1.2  200  4667


Qmáx f   Qmáx f   Qmáx f  13 l / s
86400 86400
Logo, temos que o consumo total será a soma do volume no final do plano com as
vazões para o cinema e para a prefeitura, e mais 4% deste somatório. O resultado foi o seguinte:

Consumo = 13 + 1.8 +2.2 + 0.04 x (13 + 1.8 +2.2 ) = 17.68 l/s


 Barragem de nível

Para o dimensionamento da barragem de nível, retiramos alguns dos dados necessários


para a realização dos cálculos do projeto entregue em sala de aula. Estes dados fornecidos pelo
projeto são os seguintes:


Altura máxima do Boqueirão: Hmáx = 5.75 
Área da bacia hidrográfica : S = 8.3 Km2
m 
Linha de fundo da bacia : E = 9 Km

Comprimento máximo do rio: Lmáx = 25 m 
Coeficientes da bacia : K = 0.2; Z = 1

Além disto, consideramos que a barragem de nível seria de concreto simples e de forma
trapezoidal. Logo, o dimensionamento se deu da seguinte maneira:

 Vazão máxima de enchente

Para a determinação da vazão máxima de enchente, utilizamos a seguinte fórmula:

1150  S
Qmáx .enchente 
E  Z  120  K  E  Z 

Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte: Qmáx.enchente = 26.1 m3/s

 Altura do vertedor

Para o nosso projeto, o vertedor da barragem de nível tinha forma retangular. Para o cálculo
da altura do vertedor, adotamos o valor de H igual a 5.5 m (H = 5.5 m) e o valor de L igual a 2.2 m
(L = 2.2 m). Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

Q  1.71 L  h 3 / 2  26.1  1.71 20  h 3 / 2  h  0.78 m


 Folga para altura do muro de proteção

Para a determinação da folga para a altura do muro de proteção, consideramos que a mesma
seria igual a 15% da altura do vertedor. Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

Folga = 0.15 x 0.78 = 0.12 m

 Largura do coroamento

Com o valor da altura do vertedor (h = 0.82 m) e com os pesos específicos do material e da


água, calculamos a largura do coroamento da barragem. Realizado os cálculos, o resultado foi o
seguinte:

h  b
W1  W   0.78  b  2250  1000
 b  0.7 m
W 1000

 Largura da base

Com os valores de H (H = 5.5 m) e de b (b = 0.7 m), calculamos a largura da base da barragem de


nível. Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

B  0.86  b  2.45  b 2  0.71  H 2  B  0.86  0.7  2.45  0.7 2  0.71  5.52  B  4.2 m

 Altura mínima do coroamento

Com os valores de H (H = 5.5 m) e o de h (h = 0.78 m), calculamos o valor do H 1.


Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

H  H min  h  5.5  H min  0.78  H min  4.72 m

Logo, o valor de H1 adotado foi de 4.8 m (H1 = 4.8 m).


 Canal de derivação com caixa de areia

Para o dimensionamento da caixa de areia, atribuímos valores para a velocidade (V) e


para a velocidade de sedimentação da areia (v). O cálculo está melhor explicitado a seguir.
Temos que:

 v = 2.5 cm/s  v = 0.025 m/s  V = 0.3 m/s


 7L  C  10L

Adotando-se C = 7L, temos o seguinte valor para a altura da caixa de areia (H):

V 0 .3
C  H  1 .5  7 L   H  1.5  H  0.39 L
v 0.025

Com o valor de H, tiramos o valor de L, através da seguinte equação:

0.017
Q  L  H  V  0.017  L  0.39 L  0.3  L2   L  0.38 m
0.39  0.3

Com o valor da largura da caixa de areia, calculamos os valores da altura e do


comprimento da caixa de areia. Os resultados estão a seguir:

H  0.39  L  H  0.39  0.38  H  0.15 m


V 0. 3
C   H  1 .5  C   0.15  1.5  C  2.7 m
v 0.025

Para comprovar se o dimensionamento estava correto, verificamos a seguinte condição:

7L  C  10L
Como o valor do comprimento da caixa de areia foi igual a 2.7 m (C = 2.7 m),
verificamos que o dimensionamento estava correto, pois 2.66  2.7  3.8, satisfazendo assim a
condição exposta acima.

 Linha adutora por recalque

Para o dimensionamento da adutora por recalque, retiramos do projeto informações


importantes que nos possibilitaram a realizar o dimensionamento da mesma. São estas as seguintes
informações:
 Vazão de adução : (Q = 0.01768 m3/s)  Material da tubulação : PVC (C = 140)
 Comprimento da adutora : (L = 3500 m)

Com estas informações, dimensionamos a adutora por recalque da seguinte maneira:

 Diâmetro de recalque

Para o cálculo do diâmetro de recalque, utilizamos a fórmula de Bress, pois é aplicável com
muita vantagem no pré-dimensionamento das tubulações de recalque. Realizado os cálculos, o
resultado foi o seguinte:

D r  K Q  D r  1.2 0.01768  D r  160 mm

De acordo com o resultado acima, o valor do D r foi de 160 mm. Logo, o diâmetro comercial
adotado foi de 200 mm (Dr = 200 mm). Como o diâmetro de sucção é o imediatamente superior ao
de recalque, temos que o mesmo será de 250 mm (Ds = 250 mm).

 Perda de carga unitária

Para o cálculo da perda de carga unitária (J) tanto para sucção quanto para recalque,
utilizamos a fórmula de Hazen-Williams. Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

 Para sucção (Js)

2.63 0.54 0.54


Q  0.2785CDs Js  0.01768  0.2785  140  0.252.63  J s  J s  0.00055 m / m

 Para recalque (Jr)

2.63 0.54 0.54


Q  0.2785CDr Jr  0.01768  0.2785  140  0.2 2.63  J s  J s  0.00163 m / m
 Velocidade da água (V)
Para o cálculo da velocidade da água na tubulação, utilizamos a equação da continuidade,
tanto para sucção quanto para recalque. Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

 Para sucção (Vs)

4Q 4  0.01768
Vs   Vs   Vs  0.36 m / s
 D 2
  0.252
4Q 4  0.01768
Vr   Vr   Vs  0.56 m / s
 D 2
  0. 2 2
 Para recalque (Vr)
 Altura manométrica (Hman)

Para o cálculo da altura manométrica, utilizamos a seguinte fórmula:

H man  H gs  H gr  hLs  hLr  hf s  hf r

De acordo com o projeto recebido em sala de aula, retiramos os seguintes dados para a
realização dos cálculos:

 Hgr = 73 m  Lr = 3500 m
 Hgs = 4.5 m  Ls = 6 m

 Perda de carga na tubulação de sucção (hLs)

hLs  J s  Ls  hLs  0.00055  6  hLs  0.0033 m

 Perda de carga na tubulação de recalque (hLr)

hLr  J r  Lr  hLr  0.00163  3500  hLs  5.705 m

 Perda de carga localizada na sucção (hfs)


Para o cálculo da perda de carga localizada na sucção, consideramos as seguintes peças:

 1 válvula de pé e crivo (K = 65)  1 redução (K = 0.30)


 1 curva de 90º (K = 3)

Para a realização dos cálculos, utilizamos a seguinte fórmula:

Vs
hf s   K
2g
Realizado os cálculos, e resultado foi o seguinte:

Vs 0.36 2
hf s   K  hf s  68.3   hf s  0.4516 m
2g 2  9.8

 Perda de carga localizada no recalque (hfr)

Para o cálculo da perda de carga localizada no recalque, consideramos as seguintes peças:

 1 curva de 90º (K = 2.4)  1 válvula de retenção (K = 16)


 1 redução (K = 0.30)  1 registro de gaveta (K = 1.4)

Para a realização dos cálculos, utilizamos a seguinte fórmula:

Vr
hf r   K
2g

Realizado os cálculos, e resultado foi o seguinte:

Vr 0.56 2
hf r   K  hf r  20.1   hf r  0.3216 m
2g 2  9 .8
Com base nos resultados obtidos acima, calculamos o valor da altura manométrica, e o
resultado foi o seguinte:

H man  4.5  73  0.0033  5.705  0.4516  0.3216  H man  84 m

 Potência da bomba

Para o cálculo da potência da bomba, consideramos os seguintes valores para o cálculo da


mesma:

 Vazão (Q = 0.01768 m³/s)  Peso específico da água ( = 1000 Kgf/m³)


 Altura manométrica (Hman = 84 m)  Rendimento da bomba (b = 75%)

Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

Q  H man   0.01768  84  1000


P  P  P  26.4 CV
75  b 75  0.75

 NPSH disponível

Para o cálculo do NPSH disponível, consideramos os seguintes valores para o cálculo do


mesmo:

 Pressão barométrica (Pa = 10.33 m)


 Pressão de vapor (Pv = 0.32 m)
 Altura manométrica de sucção (Hmans = 4.5 + 0.0033 + 0.4516  Hmans = 4.95 m)

Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

NPSH d   Pa  Pv   H mans  NPSH d  10.33  0.32   4.95  NPSH d  5.06 m


 Linha adutora por gravidade

Para o dimensionamento da adutora por gravidade, retiramos do projeto informações


importantes que nos possibilitaram a realizar o dimensionamento da mesma. São estas as seguintes
informações:

 Vazão de adução (Q = 0.01768 m³/s)  Comprimento da adutora (L = 1500 m)


 Desnível geométrico (G = 30 m)  Material da tubulação (PVC  C = 140)

 Perda de carga unitária ideal (Ji)

Para o cálculo da perda de carga unitária ideal, consideramos os valores do desnível


geométrico e do comprimento da adutora. Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:
G 30
Ji   Ji   J i  0.02 m / m
L 1500
 Diâmetro teórico (Dt)

Para o cálculo do diâmetro teórico, utilizamos a fórmula de Hazen-Williams. Realizado os


cálculos, o resultado foi o seguinte:

2.63 0.54 2.63


Q  0.2785  C  Dt  Ji  0.01768  0.2785  140  Dt  0.020.54  Dt  119.6 mm
De acordo com o resultado acima, o valor do D t foi de 119.6 mm. Logo, o diâmetro
comercial adotado foi de 125 mm (Dc = 125 mm).

 Perda de carga unitária correspondente ao diâmetro comercial (Jc)

Para o cálculo da perda de carga unitária, utilizamos a fórmula de Hazen-Williams. Realizado


os cálculos, o resultado foi o seguinte:

2.63 0.54 0.54


Q  0.2785  C  Dc  Jc  0.01768  0.2785  140  0.1252.63  J c  J c  0.0161 m / m
 Desnível geométrico correspondente ao valor da perda de carga (Gc)

Para o cálculo do desnível geométrico, consideramos os valores da perda de carga (Jc) e do


comprimento da adutora (L). Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:
Gc  J c  L  Gc  0.0161 1500  Gc  24.15 m

Com os valores de G e Gc em mãos, fizemos a verificação para ver se era preciso dividir a
adutora em dois trechos ou continuar com um único trecho de 1500 m. A verificação foi realizada
com as seguintes condições:

 Se G - Gc  0.05 G  utiliza-se o Dc adotado como final. Haverá uma perda de energia igual
a G - G.
 Se G - Gc > 0.05 G  divide-se a adutora em dois trechos L1 e L2, com Dc já adotado
correspondente a L1, e Dc' imediatamente inferior ao anterior, correspondente a L2.

Realizada a verificação, o resultado foi o seguinte:

 G - Gc = 5.85 m  0.05 G = 1.5 m

De acordo com a verificação realizada acima, concluímos que a adutora iria se dividir em
dois trechos, pois G - Gc > 0.05 G. Logo, o Dc igual a 125 mm (Dc = 125 mm), corresponde a L1
e o imediatamente inferior (Dc' = 100 mm), corresponde a L2.

 Perda de carga para o diâmetro do segundo trecho (Jc')

Para da perda de carga, utilizamos a equação de Hazen-Williams. Realizado os cálculos, o


resultado foi o seguinte:

2.63 0.54 0.54 '


Q  0.2785  C  Dc  Jc  0.01768  0.2785  140  0.102.63  J c  J c  0.04773 m / m

 Sistema de equações para a determinação de L1 e L2


Para a determinação dos trechos L1 e L2 da adutora, utilizamos as seguintes equações:

 L1 + L2 = 1500
 G = JcL1 + Jc'L2

Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

 L1 + L2 = 1500  L1 = 1315 m
 0.0161 x L1 + 0.04773 x L2 = 30  L2 = 185 m

 Velocidade dos trechos L1 e L2 (V1 e V2)

Para o cálculo das velocidades dos trechos L1 e L2 da adutora, utilizamos a equação da


continuidade. Realizado os cálculos, o resultado foi o seguinte:

4Q 4  0.01768
V1   V1   V1  1.44 m / s
  Dc 2
  0.125 2

4 Q 4  0.01768
V2   V2   V2  2.25 m / s
  Dc 2
  0.10 2

Logo, os valores das velocidades calculados acima satisfazem a condição de que a velocidade
máxima em um tubo de plástico (PVC) é de 4.5 m/s.

 Reservatório

Você também pode gostar