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N Ú M E R O 5 , E D I Ç Ã O 1 D E Z E M B R O / 2 0 1 0
A Assembleia de Compartes
No nosso boletim anterior (n.º 4), quando falámos da lei dos baldios, dissemos que, de
acordo com o que a mesma lei impõe, qualquer decisão importante sobre os baldios só pode
BOAS FESTAS
ser tomada pela a assembleia de compartes. Desde então, temos recebido muitos pedidos de
informação sobre o que é uma assembleia de compartes, como se forma e que poderes tem.
Nas linhas que se seguem procuraremos dar uma resposta tão completa quanto possível.
Durante o governo de Salazar e Caetano, o Estado (Ministério da Agricultura), Câma-
ras Municipais e Juntas de Freguesia foram retirando, à força, a posse dos baldios aos povos e
foram-se considerando seus legítimos proprietários.
Com o 25 de Abril de 1974, através de legislação vária, foi devolvida a posse dos bal-
dios aos povos e definiram-se regras que ainda hoje são válidas.
Na situação do Olival, compartes são todos os recenseados, para efeitos eleitorais, e
todos, em conjunto, constituem a assembleia de compartes, donde saem, por eleição, a Mesa da
Assembleia, o Conselho Directivo que tem como principais tarefas a de executar as delibera-
ções da Assembleia e fazer-lhe propostas e a Comissão de Fiscalização que toma conhecimen-
to da contabilidade do baldio, fiscaliza o cumprimento do plano de utilização do baldio, comu-
nica às entidades competentes as ocorrências de violação da lei e de incumprimento de contra-
tos tendo o baldio por objecto e zela pelo respeito das regras de protecção do ambiente.
A Assembleia de Compartes, através destes órgãos, tem competência para invocar a
nulidade de qualquer acto ou negócio de que resulte ou tenha resultado a apropriação ou posse
do baldio por pessoas, incluindo de direito público, promovendo a sua restituição à comunida-
de. Pode delegar a administração do baldio na Junta de Freguesia, podendo a todo o tempo
revogar essa delegação. Pode declarar a extinção do baldio, passando este (e só nesta circuns-
tância) a integrar o domínio privado da Junta de Freguesia. É a entidade com quem se tem de
SUMÁRIO:
dialogar em situação de expropriação por utilidade pública. Pode vender parte do baldio que
Assembleia de 1
confronte com uma povoação se essa parte se tornar estritamente necessária à expansão da área
Compartes urbana, ou se se destinar à instalação de unidades industriais, de infra-estruturas e de outros
empreendimentos para a comunidade local. É a Assembleia, e só ela, que tem competência
Executivo con- 2 para regularizar as construções feitas irregularmente no baldio.
sulta oposição
Em conclusão, e seguindo sempre de perto a Lei, os baldios do Olival têm sido admi-
Natal no Olival 2
nistrados pela Junta de Freguesia e continuá-lo-ão a ser, enquanto não houver Assembleia de
Compartes constituída. Chama-se a isto administração transitória, presumindo-se que a Junta
Moia questiona 3
de Freguesia administra provisoriamente os baldios por delegação dos poderes de administra-
o Sr. Presiden- ção dos compartes.
te da Junta O MOIA já explicou tudo isto à Junta de Freguesia que continua a defender que nunca
houve baldios no Olival, até porque (diz o Senhor Presidente) nunca houve assembleia de com-
Os Bons e os 4
partes. A Junta de Freguesia, ao fim de um ano de mandato, ainda não conhece os seus deve-
Maus
res, pois um deles diz exactamente que a Junta de Freguesia “procede à administração ou à
utilização dos baldios sempre que não existam assembleias de compartes, nos termos da
lei dos baldios”.
Portanto, o facto de não haver assembleia de compartes não permite afirmar que não
tenha havido ou que não haja baldios no Olival.
PÁGINA 2
p r ó x i m a
reunião da Todos os anos, em Novembro ou Dezembro, a Junta de Freguesia está obrigada a ouvir
Assembleia da
a oposição sobre a proposta do orçamento para o ano seguinte. O orçamento constitui um docu-
mento que contem de um lado a receita (a quantia que se julga receber ao longo do ano) e a des-
freguesia está pesa (aquilo que se tenciona gastar ao longo do mesmo ano).É regra de ouro que, tal como faze-
marcada para mos com o nosso orçamento familiar, a despesa não ultrapasse a receita. Quando isso acontece,
as dívidas aparecem e se as não pagamos em tempo razoável e dentro do combinado transfor-
as 22h00 do dia mam-se em calotes e os seus autores são naturalmente caloteiros. O ano passado, a Junta de Fre-
2 8 d e guesia, quando confrontada pelo MOIA com a obrigação de ouvir a oposição, disse desconhecer
tal obrigatoriedade, acabando por fazê-lo, embora contrafeita. Este ano, convocou o MOIA para
Dezembro de
lhe entregar um papel com uma série de afirmações vagas, algumas delas incorrectas e quanto
2010 e terá por ao orçamento nem uma palavra. O MOIA perante isto decidiu enviar-lhe a carta que se repro-
objectivo
duz:
valer os seus
Olival, 16 de Dezembro de 2010
direitos!
Natal no Olival
Nesta época do ano, a Junta de Freguesia do Olival dá um excelen-
te exemplo no arranjo luminoso para celebrar as festas natalícias. O
Moia congratula-se pela simplicidade, pela contenção de despesas,
por respeito aos mais desfavorecidos, e pela dignidade aliada à sim-
plicidade
A todos os Olivalenses, sem excepções, desejamos um feliz fim de
ano de 2010 e que o próximo ano, 2011, traga tudo de bom segundo
as expectativas de cada um, e que os nossos representantes, tendo
em conta a crise, centrem a sua atenção e actividade em acções
sociais e num maior rigor no uso das verbas que são de todos nós.
NÚMERO 5, EDIÇÃO 1 PÁGINA 3
1) No Edital da Junta de Freguesia, datado de 24 de Outubro de 1946, artigo 11.º, o baldio do Brejo
tem exactamente a mesma classificação que os baldios da Barrocaria.
a) Porque é que a Junta de Freguesia não considera os baldios da Barrocaria como fazendo
parte do seu domínio privado tal como faz com os do Brejo?
b) Porque não fez constar os terrenos da Barrocaria no Inventário de bens referente a 2009
que apresentou em Abril à Assembleia?
c) Se considera que alguém se apossou indevidamente dos terrenos da Barrocaria, que
acções tomou, por imposição das alíneas e) e f) do artigo 34.º da Lei acima referida
“cabe à Junta administrar e conservar o património da freguesia, elaborar e manter
actualizado o cadastro dos bens móveis e imóveis da mesma”?
d) Como concilia a afirmação, por ele (Presidente da Junta) e por outros elementos do PS,
proferida na última reunião da Assembleia e constante do parecer que enviou a cada um
dos elementos da Assembleia, a pedido do MOIA, que se reproduz “mais informo se em
algum momento o local em causa foi considerado baldio, essa classificação do terreno
não faz qualquer sentido, em virtude de nunca ter sido administrado por uma Assem-
bleia de Compartes” com a alínea m) do n.º 6 do artigo n.º 34º da Lei atrás referida que
também reproduzimos; compete à Junta de Freguesia “ Proceder à administração ou à
utilização de baldios sempre que não existam assembleias de compartes, nos termos da
lei dos baldios”?
e) Qual a identificação das pessoas que testemunharão na escritura de justificação?
Os Bons e os Maus
Um bom título é sempre cativante, mas sem conteúdo, rapidamente se transformará em algo decepcionante, muito
mau.
Não me esforçarei em descobrir quem é o “Bom” ou quem é o “Mau”, pois não faz parte da minha natureza e sou
muito cuidadoso quando está em causa a análise da personalidade dos outros, pois considero que todos temos dias
menos bons.
Sem dúvida, neste espaço de informação, a minha escrita não poderá deixar de ser sobre a actividade politica local. E
começo por reconhecer, neste Executivo, fragilidades que seriam também minhas, se estivesse no mesmo papel. A
pouca experiência, a dificuldade em contactar com as pessoas, o discurso que tende a não fluir perante a plateia, a
visibilidade do cargo que nos controla todas as acções, a oposição que está atenta ao mínimo pormenor, são muitas
das situações que pesam sobre estas pessoas.
Reconheço, ainda, que o tempo resolve muitas destas dificuldades e contratempos, a aprendizagem mostra-nos as
causas e os propósitos, a humildade e o reconhecimento das nossas fraquezas dá-nos o bom senso e a coerência, bem
mais alargados na analise da realidade que nos envolve.
Por isto e outras coisas me revolto quando:
- Se passa a mensagem de que o Moia dificulta a construção do Pavilhão Gimnodesportivo de Olival. Não é verdade
porque:
1) O Pavilhão será sempre pertença da Câmara Municipal de Ourém e não do Olival.
2) Os Olivalenses terão de pagar para usar o Pavilhão, num terreno que é pertença do povo do Olival.
3) A Sra. Vereadora, quando defende o Pavilhão para o Olival, devia também garantir as mesmas condições que
garante em relação às outras Freguesias. Esclareço, o Município compra terrenos nas outras Freguesias para
as mesmas construções e no Olival, não? Porquê?
- Se pede o apoio da população em relação à problemática da cedência do terreno para o gimnodesportivo, porque:
1) Criou um problema inexistente até à sua chegada. O Município possui no Olival terrenos seus para a execu-
ção dos projectos anunciados: Complexo Escolar e Pavilhão Gimnodesportivo.
2) Embarcou num processo de Projectos sem ter a titularidade dos terrenos.
3) E tem a coragem de pedir o apoio da população sem antes nunca a consultar sobre a respectiva localização.
- Se usa discurso político em acções e locais que a isso não são propícios porque
1) Disso tinha conhecimento, pois no inicio da sua palestra assim o assumiu.
2) O grupo de pessoas que se encontrava reunido e o motivo (Festa do Natal) a nada disso são propicias.
3) E detém condições físicas e financeiras para promover encontros para esse efeito
- Se abusa do silêncio como forma de desinformação:
1) Pois, em festividade idêntica, (agora, Festa de Natal das Escolas do Olival) não foi capaz de informar as pes-
soas presentes de qual a situação da construção da nova escola do Olival.
2) As vantagens e desvantagens da sua localização, pois ali se encontrava o Grupo de Pais, os verdadeiros inte-
ressados.
3) As desvantagens e vantagens da anexação dos serviços do pavilhão gimnodesportivo em detrimento do pavi-
lhão Polivalente do Centro Escolar, pois ali se
encontravam os seus utilizadores, alunos e
professores.
- E ainda quando transparece má fé porque:
1) O Moia é parte integrante de todas as soluções
2) Se tanto pretendem ceder o terreno, a criação
da Assembleia de Compartes é a solução
3) Se querem o apoio da população, auscultar a
mesma, antes e depois, é a única solução para
este e outros assuntos.
Como vedes não existem nem “Bons” nem
“Maus”, mas que revolta, lá isso revolta…
Pedro Oliveira