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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

ALVARO ANTONIO OCHOA VILLA

ANÁLISE DINÂMICA DE UM CHILLER DE SIMPLES EFEITO, DE


AQUECIMENTO INDIRETO, USANDO O PAR BROMETO DE LÍTIO – ÁGUA

Recife, março de 2014


ALVARO ANTONIO OCHOA VILLA

ANÁLISE DINÂMICA DE UM CHILLER DE SIMPLES EFEITO, DE AQUECIMENTO


INDIRETO, USANDO O PAR BROMETO DE LÍTIO – ÁGUA

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em


Engenharia Mecânica, da Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, para obtenção do título de
Doutor. Área de concentração: Energia

ORIENTADOR: Prof. José Carlos Charamba Dutra

CO-ORIENTADOR: Prof. Jorge Recarte Henríquez Guerrero

Recife, março de 2014


Catalogação na fonte
Bibliotecária Margareth Malta, CRB-4 / 1198

V712a Villa, Alvaro Antonio Ochoa.


Análise dinâmica de um chiller de simples efeito, de aquecimento
indireto, usando o par brometo de lítio - água / Alvaro Antonio Ochoa Villa.
- Recife: O Autor, 2014.
203 folhas, il., gráfs., tabs.

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Charamba Dutra.


Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, 2014.
Inclui Referências.

1. Engenharia Mecânica. 2. Chiller de absorção. 3. Análise dinâmica.


4. Brometo de lítio. 5. COP. I. Dutra, José Carlos Charamba.
(Orientador). II. Título.

UFPE

621 CDD (22. ed.) BCTG/2014-095


11 de março de 2014.

“ANÁLISE DINÂMICA DE UM CHILLER DE SIMPLES EFEITO DE


AQUECIMENTO INDIRETO USANDO O PAR BROMETO DE LÍTIO-ÁGUA”

ALVARO ANTONIO OCHOA VILLA


ESTA TESE FOI JULGADA ADEQUADA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE
DOUTOR EM ENGENHARIA MECÂNICA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ENERGIA


APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
MECÂNICA/CTG/EEP/UFPE
__________________________________________________
Prof. Dr. JOSÉ CARLOS CHARAMBA DUTRA
ORIENTADOR/PRESIDENTE
__________________________________________________
Prof. Dr. JORGE RECARTE HENRÍQUEZ GUERRERO
CO-ORIENTADOR
__________________________________________________
Prof. Dr. CEZAR HENRIQUE GONZALEZ
VICE-COORDENADOR DO PROGRAMA

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________________________
Prof. Dr. JOSÉ CARLOS CHARAMBA DUTRA (UFPE)

________________________________________________________________
Prof. Dr. JORGE RECARTE HENRÍQUEZ GUERRERO (UFPE)

_________________________________________________________________
Prof. Dr. FABIO SANTANA MAGNANI (UFPE)

_________________________________________________________________
Profª Drª RITA DE CÁSSIA FERNANDES DE LIMA (UFPE)

_________________________________________________________________
Prof. Dr. CARLOS ANTONIO CABRAL DOS SANTOS (UFPB)

_________________________________________________________________
Prof. Dr. ALBERTO CORONAS SALCEDO (URV)
DEDICÁTORIA

Em memória de minha avó Aminta, minhas tias Ruth e Gladys, pelo seu eterno apoio, que apesar
de estarem na eternidade com Deus, continuam iluminando minha vida com amor e luz nesses
momentos difíceis da vida, obrigado pela formação espiritual e emocional, foi de primeira, as
amo muito.
Em memória de meu primo Johan Gutierrez Villa, por todo o que você fez para atingir suas
metas, mas infelizmente você partiu antes de completar a última ,de ser advogado, este trabalho é
para você também, Deus lhe abençoe sempre.

“As much as I may have pretended otherwise, for so long all I wanted was to be like other
people. To feel what they felt. But now that I do, I just want it to stop.” (Dexter Morgan)
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus todo poderoso, pelo seu imenso amor para continuar a realizar um
sonho a mais na minha vida pessoal e profissional.
Ao Professor José Carlos Charamba Dutra pela paciência, dedicação, orientação e os
conselhos para a culminação deste novo trabalho.
Aos professores Fabio Magnani, Jorge Guerrero, Rita Lima, Ana Rosa Primo, pela
valiosa ajuda na minha formação acadêmica, apoio, conselhos e pela amizade de todos.
A minha esposa querida Leda Rosa C. Leite Ochoa pelo amor, paciência, carinho,
compreensão, e estímulo demonstrados durante todo este tempo que estamos juntos. Dize-se que
detrás de Alvaro há uma grande Ledinha, Te amo muito Ledinha!!!!.
Aos meus preciosos filhos Lucas e Victoria Ochoa, pelos dias e noites longes de vocês,
pelas brincadeiras e todas as atividades que vocês tiveram que adiar pelos meus estudos, vocês
são as pessoas mais importantes da minha vida, todo meu sucesso é dedicado a vocês, os amo
muito.
A meus sogros Leone e Leila Leite, que têm sidos meus segundos pais, por tudo o apoio
moral e emocional durante esta etapa da minha vida.
A tia Luluca Luiza Maria, pela apoio durante todos este anos.
A toda a família em Maceió, tia Wolia, Lena, João, Matheus, Renata, Popó, Lays, e outros,
pelo grande amor e carinho.
A meus Pais Ali e Ana Ochoa, pelo amor, carinho, e incentivo, que apesar de morar em
Maracaíbo, Venezuela, continuam acreditando em mim. Vocês sempre foram minha grande
inspiração para continuar e lutar por um futuro melhor, obrigado os amo demais!!!!!!.
A toda minha família e amigos na Venezuela pelo amor e carinho, e, sobretudo por
continuarem me amando como sempre.
A todos meus amigos do Departamento de Engenharia Mecânica, pelo apoio, ajuda,
brincadeiras, suporte, e ajuda no idioma, especialmente a Andrezza, Thiago Novaes, Heber,
Andres, Maria, Renato, Jacek, Gutenberg, Marcus, Raphael, Luciete, Ladjane, Ângelo, e
Jose Duarte.
À ARCLIMA pela doação de material para realizar parte da experimentação do trabalho.
Ao professor Lavor, colega e amigo, obrigado pelo apoio e ajuda.
A Carlos Eduardo, por toda a ajuda e colaboração direta na montagem do experimento e
levantamento de dados, obrigado amigo.
A Luana e Jorge pela orientação, documentos, e pelo apoio na secretaria.
Ao professor Carlos Antonio Cabral dos Santos pela colaboração, ajuda e participação da
realização neste trabalho.
Ao professor Coronas pela colaboração, ajuda e participação nesta pesquisa.
A La Universidad Del Zulia, pela educação e formação como engenheiro mecânico,
muchas gracias.
À UFPE, pela educação e a oportunidade de continuar meus estudos de engenharia
mecânica.
Ao IFPE pela oportunidade de exercer minha profissão.
Ao Brasil, minha segunda pátria, que simplesmente me recebeu como um brasileiro a mais,
e me permitiu continuar minha vida pessoal e profissional.
À Capes pelo financiamento deste trabalho de doutorado.
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo a análise dinâmica e experimental de um chiller de


absorção de brometo de lítio - água (BrLi-H2O) de simples efeito. Esta análise envolve o
estudo dos parâmetros internos e externos do chiller em função de flutuações introduzidas
através da fonte de energia. Foi desenvolvido um modelo matemático baseado na
conservação da massa, energia e espécies, considerando as correlações dos coeficientes
convectivos dos processos de refrigeração por absorção para a determinação dos
coeficientes globais de transferência de calor dos trocadores de calor do chiller. A
implementação deste modelo matemático foi construído na plataforma Matlab 2012,
resolvendo o sistema de equações não lineares pelo método das diferenças finitas de forma
explicita. O sistema possui uma serie de funções que permitem a determinação das
propriedades termodinâmicas da solução BrLi - H2O. A análise envolve a validação do
modelo a partir de dados medidos experimentalmente no chiller de absorção, no laboratório
de microcogeração de energia da UFPE, e que forem tratados estatisticamente. O modelo
tem a capacidade de simular e prever o comportamento dos parâmetros internos e externos
como temperatura, concentrações e pressões quando submetidos a perturbações da fonte de
energia e carga térmica. As maiores diferenças encontradas nos circuitos de água foram de
1,0 °C, 0,7 °C e 0,2 °C para a água quente, gelada e fria, respectivamente. Em termos de
erro relativo estas divergências representam um máximo de 8% e mínimo de 0,3%.
O modelo apresentou bons resultados quando submetido às perturbações de carga e fonte de
energia, reproduzindo o comportamento dos parâmetros de temperatura e do Coeficiente de
Performance (COP), segundo às comparações realizadas com os dados fornecidos pelo
fabricante, sendo o COP de aproximadamente de 0,7 para condições nominais de operação.
O tempo de resposta do modelo para estas perturbações foi adequado mostrando o
comportamento real dos parâmetros internos em termos de operação para as temperaturas,
pressões e concentrações do chiller.
Este modelo foi construído para o chiller YAZAKI WFC-SC10, mas pode ser adaptado
para diferentes chiller de absorção de simples efeito, sempre que os dados do chiller sejam
fornecidos e alguns ajustes sejam realizados em termos de projeto.

Palavras Chaves: Chiller de Absorção, Análise Dinâmica, Brometo de Lítio e COP.


ABSTRACT

This study aims to analyze the dynamics and experimental of an single effect absorption chiller
lithium bromide - water (LiBr - H2O). This analysis involves the study of the internal and
external parameters of the chiller as a function of the fluctuations introduced by energy source. A
mathematical model based on conservation of mass, energy, and species has been developed
considering the correlation convective coefficients of the refrigeration absorption process for the
determination of the overall heat transfer coefficient of the heat exchangers of the chiller. The
implementation of this mathematical model was built in Matlab 2012 platform, by solving the
system of nonlinear equations by finite differences in the explicitly form. The system has a
number of functions that allow the determination of the thermodynamic properties of LiBr - H2O.
This analysis involves the validation of the model from measure data at absorption chiller,
collected in the microgeneration laboratory at the UFPE, and they were treated statistically. The
model has the capability to simulate and predict the behavior of internal and external parameters
such as temperature, concentrations and pressures when exposed to disturbances of the power
supply and thermal load. The main differences found in the water circuits were 1.0°C, 0.2 °C and
0.7 °C for the hot, chilled and cold water, respectively. In terms of relative error , these
differences represent a maximum of 8 % and a minimum of 0.3%.
The model showed good results when put to the load disturbances and energy source,
reproducing the behavior of the parameters of temperature and coefficient of performance (COP)
according to comparisons with the data provided by the manufacturer, being the COP around 0,7
for nominal operation conditions. The response time of the model was adequate for these
disturbances showing the actual behavior of internal parameters in terms of the operation for the
temperatures, pressures and concentrations of the chiller.
This model was built for the chiller YAZAKI WFC - SC10, but it could be adapted for different
single effect absorption chiller, wherever the data from the chiller is provided and some
adjustments to be made in terms of design .
Keywords: Absorption Chiller, Dynamics Analysis, Lithium Bromide and COP.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1. Banco de ensaios multifuncional para caracterizar bombas de


22
calor, chiller de absorção e motores térmicos de pequeno porte.
Figura 1.2. Chiller de absorção de amônia - água modificado no SISEA. 23
Figura 1.3. Vista Lateral do protótipo 01 do sistema de refrigeração por
24
absorção de simples efeito do IES - UFPB.
Figura 1.4. Banco de ensaios multifuncional para caracterizar bombas de
24
calor, chiller de absorção e motores térmicos de pequeno porte.
Figura 3.1. a) Chiller de compressão. b) Chiller de Absorção. 38
Figura 3.2. Ciclo básico de um sistema de refrigeração por absorção. 39
Figura 3.3. Sistema de refrigeração por absorção de simples efeito BrLi –
40
H2O com queima direita de gás natural.
Figura 3.4. Sistema de refrigeração por absorção de duplo efeito BrLi –
42
H2O.
Figura 3.5. Sistema de refrigeração por absorção de triplo efeito BrLi –
44
H2O.
Figura 3.6. Diagrama da solução de brometo de lítio para diferentes
45
temperaturas e concentrações.
Figura 3.7. Sistema de absorção usando cogeração através de uma turbina a
47
gás.
Figura 3.8. Sistema de absorção usando cogeração através de um grupo
47
gerador.
Figura 3.9. Sistema aquecimento de água por energia solar. 48
Figura 4.1. Ciclo de absorção de simples efeito. 52
Figura 4.2. Esquema do compressor térmico do Chiller de absorção de
53
simples efeito.
Figura 4.3. Esquema representativo do gerador. 56
Figura 4.4. Esquema representativo do condensador. 58
Figura 4.5. Esquema representativo do evaporador. 59
Figura 4.6. Esquema representativo do Absorvedor. 61
Figura 4.7. Esquema representativo do trocador da solução BrLi – H2O. 62
Figura 4.8. Esquema do Fenômeno de Ebulição. 69
Figura 5.1. Volume de controle interno aplicados aos trocadores de calor do
chiller de absorção, esquematizando o circuito de solução e vapor no 80
gerador
Figura 5.2. Volume de controle Externo dos circuitos de água fria, quente e
gelada aplicados aos trocadores de calor do chiller de absorção, 80
esquematizando o circuito de água quente no gerador.
Figura 5.3. Fluxograma do código desenvolvido para o chiller de absorção
86
de simples efeito.
Figura 6.1. Comparações dos coeficientes convectivos da parte interna dos
tubos dos trocadores em função do diâmetro da tubulação, considerando a 92
temperatura de mistura de 50°C, e vazão de 4 kg/s.
Figura 6.2. Comparações dos coeficientes convectivos da parte interna dos
tubos dos trocadores em função da temperatura de mistura do fluido, 93
diâmetro de 5 cm, e vazão de 4 kg/s.
Figura 6.3. Comparações dos coeficientes convectivos parte interna dos
tubos internos dos trocadores em função da vazão, considerando a 93
temperatura de mistura do fluido de 50°C, e diâmetro de 5 cm.
Figura 6.4. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do condensador em função do diâmetro, considerando uma 95
temperatura do fluido de 30°C, pressão de 8 kPa, e vazão de 0,6 kg/s
Figura 6.5. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do condensador em função da vazão, considerando uma temperatura 95
do fluido de 30°C, pressão de 8 kPa, e diâmetro de 5 cm.
Figura 6.6. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do condensador em função da pressão, considerando uma temperatura 96
do fluido de 30°C, diâmetro de 5 cm, e vazão de 0,6 kg/s.
Figura 6.7. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do condensador em função da temperatura do fluido, considerando 97
uma pressão de 8 kPa, diâmetro de 5 cm, e vazão de 0,6 kg/s.
Figura 6.8. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
98
tubos do evaporador em função da temperatura.
Figura 6.9. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do absorvedor em função do comprimento, considerando
100
concentração de 60%, vazão de 0,22 kg/s, e temperatura da solução de
40°C.
Figura 6.10. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do absorvedor em função da temperatura, considerando concentração 101
de 60%, vazão de 0,22 kg/s, e comprimento de 1 m.
Figura 6.11. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do absorvedor em função da vazão, considerando concentração de 101
60%, comprimento de 1 m, e temperatura da solução de 40°C.
Figura 6.12. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos
tubos do absorvedor em função da concentração, considerando 102
comprimento de 1 m, vazão de 0,22 kg/s, e temperatura da solução de 40°C.
Figura 6.13. Variação do coeficiente convectivo da parte externa dos tubos
do gerador em função da vazão para a correlação apresentada por 104
BAKHTIARI.
Figura 6.14. Variação do coeficiente convectivo da parte externa dos tubos
do gerador em função da temperatura da superfície de contato para a 104
correlação de Rhosenow (INCROPERA et al., 2007)
Figura 6.15. Coeficiente global de transferência de calor do gerador em
função da temperatura média da água quente, considerando uma vazão da 107
água de 2,40 kg/s, e diâmetro de 4 cm.
Figura 6.16. Coeficiente global de transferência de calor do evaporador em
função da temperatura média da água gelada, considerando uma vazão da 107
água de 1,52 kg/s, e diâmetro de 4 cm.
Figura 6.17. Coeficiente global de transferência de calor do condensador em
função da temperatura média da água fria, considerando uma vazão da água 108
de 5,08 kg/s, e diâmetro de 5 cm.
Figura 6.18. Coeficiente global de transferência de calor do absorvedor em
função da concentração da solução, considerando uma vazão da solução de 109
0,22 kg/s, diâmetro de 5 cm e temperatura média da solução de 40°C.
Figura 6.19. Coeficiente global de transferência de calor do absorvedor em
função da temperatura média da solução, considerando uma vazão da 110
solução de 0,22 kg/s, diâmetro de 5 cm e concentração de 55%.
Figura 6.20. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de
110
solução em função da concentração forte da solução, considerando uma
vazão da solução forte e fraca de 0,20 e 0,22 kg/s, e concentração fraca de
55 % e temperatura de 60°C.
Figura 6.21. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de
solução em função da concentração fraca da solução, considerando uma
111
vazão da solução forte e fraca de 0,20 e 0,22 kg/s, e concentração forte de
60 % e temperatura de 60°C.
Figura 6.22. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de
solução em função da temperatura média da solução, considerando uma
111
vazão da solução forte e fraca de 0,20 e 0,22 kg/s, e concentração fraca e
forte de 55 e 60%, respectivamente.
Figura 6.23. Variação dos fluxos de calor e COP do chiller de absorção em
função da temperatura fria de entrada, segundo procedimento do Fabricante,
considerando a temperatura da água quente de entrada de 88°C e 114
temperatura da água gelada de saída de 7°C, vazões de água fria, quente e
gelada de 5,08 kg/s, 2,42 kg/s e 1,52 kg/s, respectivamente.
Figura 6.24. Variação dos fluxos de calor e COP do chiller de absorção em
função da temperatura quente de entrada, segundo procedimento do
Fabricante, considerando a temperatura da água fria de entrada de 27°C e 114
temperatura da água gelada de saída de 7°C, vazões de água fria, quente e
gelada de 5,08 kg/s, 2,42 kg/s e 1,52 kg/s, respectivamente.
Figura 7.1. Ponto de medição de temperatura dos circuitos de água externa,
utilizados no laboratório de microgeração (Cogencasa). a) Água fria. b) 118
água quente. c) Água gelada.
Figura 7.2. a) Manômetro de diferença de pressão usado para a
determinação da vazão real nos circuitos de água do chiller. b). Tomada de
119
leitura de pressão usada para medir a vazão e diferença de pressão dos
circuitos de água do chiller.
Figura 7.3. Reservatório de armazenamento de água gelada, e resistências
elétricas instaladas para a simulação da carga térmica do chiller de 119
absorção, usado no laboratório Cogencasa.
Figura 7.4. Esquema dos componentes que geram a energia de acionamento
120
do chiller instalado no laboratório
Figura 7.5. Esquema representativo do procedimento de carga térmica
utilizado para avaliar o comportamento dinâmico do chiller de absorção 121
instalado no laboratório de microcogeração Cogencasa.
Figura 7.6. Comparação das temperaturas do circuito de água quente
considerando os coeficientes globais constantes, mostrados na tabela 6.12,
ao longo do processo, mostrados na tabela , considerando as vazões medidas 124
dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s
respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
Figura 7.7. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada
considerando os coeficientes globais constantes, mostrados na tabela 6.12,
ao longo do processo, mostrados na tabela , considerando as vazões medidas 125
dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s
respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1
Figura 7.8. Comparação das temperaturas do circuito de água fria
considerando os coeficientes globais constantes, mostrados na tabela 6.12,
ao longo do processo, mostrados na tabela , considerando as vazões medidas 125
dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s
respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
Figura 7.9. Comparação das temperaturas do circuito de água quente
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 126
de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 7.10. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 127
de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 7.11. Comparação das temperaturas do circuito de água fria
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 128
de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 7.12. Comparação das temperaturas do circuito de água quente
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 129
de 1,52; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 7.13. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
mostrados na tabela , considerando as vazões medidas dos circuitos de água 129
gelada, fria e quente, de 1,52; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as
condições mostradas na tabela 7.1.
Figura 7.14. Comparação das temperaturas do circuito de água fria
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 130
de 1,52; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 7.15. Comparação das temperaturas do circuito de água quente
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 131
de 1,52; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 7.16. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 131
de 1,52; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 7.17. Comparação das temperaturas do circuito de água fria
considerando os coeficientes globais variáveis ao longo do processo,
considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, 132
de 1,52; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na
tabela 7.1.
Figura 8.1. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador
considerando a rampa positiva de 10°C na temperatura de entrada da água 138
quente (75 a 85°C).
Figura 8.2. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador
139
considerando a rampa positiva de 10°C na temperatura de entrada da água
quente (75 a 85°C).
Figura 8.3. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor
considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água 139
quente (75 a 85°C).
Figura 8.4. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador
considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água 139
quente (75 a 85°C).
Figura 8.5. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando a rampa
140
positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (75 -a 85°C).
Figura 6. Fluxos de calor no gerador considerando a rampa positiva de 10
140
°C na temperatura de entrada da água quente.
Figura 8.7. Fluxos do calor no condensador considerando a rampa positiva
141
de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (75 a 85°C).
Figura 8.8. Fluxos de calor no evaporador considerando a rampa positiva de
141
10 °C na temperatura de entrada da água quente.
Figura 8.9. Fluxos de calor no absorvedor considerando a rampa positiva de
141
10 °C na temperatura de entrada da água quente (75 a 85°C).
Figura 8.10. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando a
rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (75 a 142
85°C).
Figura 8.11. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do
chiller de absorção considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura 142
de entrada da água quente (75 a 85°C).
Figura 8.12. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller
de absorção considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de 143
entrada da água quente (75 a 85°C).
Figura 8.13. Variação do COP considerando a rampa positiva de 10 °C na
143
temperatura de entrada da água quente (75 a 85°C).
Figura 8.14. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador
considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água 144
quente (85 a 95°C).
Figura 8.15. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador
considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água 145
quente (85 - 95°C).
Figura 8.16. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor
considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água 145
quente (85 a 95°C).
Figura 8.17. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador
considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água 145
quente (85 - 95°C).
Figura 8.18. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando a rampa
146
positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.19. Fluxos de calor no gerador considerando a rampa positiva de
146
10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.20. Fluxos do calor no condensador considerando a rampa positiva
146
de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.21. Fluxos de calor no evaporador considerando a rampa positiva
147
de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.22. Fluxos de calor no absorvedor considerando a rampa positiva
147
de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.23. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando a
rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 147
95°C).
Figura 8.24. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do
chiller de absorção considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura 148
de entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.25. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller
de absorção considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de 148
entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.26. Variação do COP considerando a rampa positiva de 10 °C na
149
temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
Figura 8.27. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador
considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água 149
gelada (15 a 12°C).
Figura 8.28. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador
considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água 150
gelada (15 a 12°C).
Figura 8.29. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor
considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água 150
gelada (15 - 12°C).
Figura 8.30. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador
considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água 150
gelada (15 a 12°C).
Figura 8.31. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando a rampa
151
negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.32. Fluxos de calor no gerador considerando a rampa negativa de 3
151
°C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.33. Fluxos do calor no condensador considerando a rampa negativa
152
de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.34. Fluxos de calor no evaporador considerando a rampa negativa
152
de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.35. Fluxos de calor no absorvedor considerando a rampa negativa
152
de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.36. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando a
rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 153
12°C).
Figura 8.37. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do
chiller de absorção considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura 153
de entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.38. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller
de absorção considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de 153
entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.39. Variação do COP considerando a rampa negativa de 3 °C na
154
temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
Figura 8.40. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador
considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que entra 155
no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.41. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador
considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que entra 156
no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.42. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor
considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que entra 156
no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.43. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador
considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que entra 156
no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.44. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando o
aumento gradual da temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 157
80°C).
Figura 8.45. Fluxos de calor no gerador considerando o aumento gradual da
157
temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.46. Fluxos do calor no condensador considerando o aumento
157
gradual da temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.48. Fluxos de calor no evaporador considerando o aumento gradual
158
da temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.49. Fluxos de calor no absorvedor considerando o aumento gradual
158
da temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.50. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando o
aumento gradual da temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 158
80°C).
Figura 8.51. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do
chiller de absorção considerando o aumento gradual da temperatura da água 159
quente que entra no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.52. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller
de absorção considerando o aumento gradual da temperatura da água quente 159
que entra no chiller (30 a 80°C).
Figura 8.53. Variação do COP considerando o aumento gradual da
159
temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1. Parâmetros das diferentes regiões de Ebulição. 70


Tabela 4.2. Constantes da equação de Hilpert. 77
Tabela 5.1. Escolha do passo temporal do sistema de equações do modelo. 89
Tabela 6.1. Áreas internas e externas do trocadores de calor do chiller WFC-
91
SC10.
Tabela 6.2. Comprimento retificado dos tubos dos trocadores de calor do chiller
91
WFC- SC10
Tabela 6.3. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das
correlações utilizadas para determinar os coeficientes convectivos dentro das 91
tubulações.
Tabela 6.4. Números de Reynolds, Prandtl e comprimentos hidrodinâmicos e
térmicos determinados para os coeficientes convectivos da parte interna dos tubos
91
dos trocadores em função do diâmetro da tubulação, considerando a temperatura
de mistura de 50°C, e vazão de 4 kg/s.
Tabela 6.5. Números de Reynolds, Prandtl e comprimentos hidrodinâmicos e
térmicos determinados para os coeficientes convectivos da parte interna dos tubos
92
dos trocadores em função da temperatura de mistura do fluido, considerando um
diâmetro de 5 cm e vazão de 4 kg/s.
Tabela 6.6. Números de Reynolds, Prandtl e comprimentos hidrodinâmicos e
térmicos determinados para os coeficientes convectivos da parte interna dos tubos
92
dos trocadores em função da vazão do fluido, considerando um diâmetro de 5 cm e
temperatura de mistura de 50°C.
Tabela 6.7. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das
correlações utilizadas para determinar os coeficientes convectivos na parte externa 94
dos tubos do condensador.
Tabela 6.8. Valores da temperatura média do fluido para efetuar a avaliação e
comparação das correlações utilizadas para determinar os coeficientes convectivos 98
na parte externa dos tubos do evaporador.
Tabela 6.9. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das
correlações utilizadas para determinar os coeficientes convectivos na parte da 100
serpentina do absorvedor.
Tabela 6.10. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das
correlações utilizadas para determinar os coeficientes convectivos na parte externa 103
dos tubos do gerador.
Tabela 6.11. Correlações dos coeficientes convectivos internos e externos
selecionados para a determinação dos coeficientes globais de transferência de 105
calor do chiller de absorção.
Tabela 6.12. Dados utilizados na determinação dos coeficientes globais por
106
unidade de área do chiller de absorção WFS - SC10.
Tabela 6.13. Comparação dos coeficientes globais fornecidos pelo fabricante e
112
simulados pelas correlações.
Tabela 7.1. Dados de entrada para o chiller WFC-SC10. 122
Tabela 7.2. Comparação entre os valores fornecidos pelo fabricante e os simulados
123
para o chiller WFC-SC10.
Tabela 8.1. Condições iniciais selecionadas para o estudo dos casos simulados. 136
Tabela 8.2. Descrição das variáveis das simulações dos casos (1 - 4). 137
NOMENCLATURA
Letras Latinas
Massa Molar [Kg/kmol]
Fluxo de calor [kW]
Constante universal dos gases [kJ/kmol-K]
Fluxo mássico [Kg/s]
µ Viscosidade dinâmica [kg/m-s]
Cp Calor específico [kJ/kg-K]
h Entalpia específica [kJ/kg]

k Condutividade térmica [kW/m-K]


N Número de moles [-]
P Pressão [kPa]
Ra Número de Rayleigh [-]
T Temperatura [ºC]
t Tempo [s]
U Coeficiente global de transmissão de calor [kW/m2K]
v Volume específico [kJ/kg]
X Concentração [%]
y Fração mássica [-]
Coeficiente de Desempenho [-]
Comprimento [m]
Número de Nussetl [-]
Número de Prandlt [-]
Número de Reynolds [-]

Letras Gregas
Coeficiente convectivo de transferência de
 calor
[kW/m2-K]
Temperatura media logarítmica [-]
Vazão por unidade de comprimento
Γ [kg/s-m]
molhado
δ Camada térmica [-]
Temperatura dos circuitos de água fria,
θ [°C]
quente e gelada
ρ Densidade [kg/m3]
Efetividade dos trocadores de calor [%]
Eficiência energética [%]
Sobrescritos
∞ Estado ideal do soluto
E Excesso
l Liquido

Subscritos
abs, a Absorvedor
amb Ambiente
BrLi Brometo de Lítio
con, c Condensador
d dinâmica
D Diâmetro
en entra
eva, e Evaporador
ext Externo
f Fluido, fator de atrito
f Fluido
fg Liquido - gás
fo Forte
fr Fraca
fria Fria
gel gelada
ger, g Gerador
H Hidráulico
H2O Água
int Interno
l liquido
min Mínimo
o inicial
que Quente
sai sai
sat Saturação
sol Solução
tcs Trocador de calor da solução
v vapor
vr Válvula do refrigerante
vs Válvula da solução

Abreviações
EES Engineering Equation Solver
American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning
ASHRAE
Engineers
ISO International Organization for Standardization
URV Universitat Roviri i Virgili
SUMÁRIO

Pág.
DEDICATORIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
NOMENCLATURA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 21
1.1. Motivação - Justificativa 25
1.2. Objetivo geral 26
1.3. Objetivos específicos 26
1.4. Metodologia 26
1.4.1. Metodologia numérica 27
1.4.2. Metodologia experimental 27
1.5. Estrutura do trabalho 28
2. ESTADO DA ARTE 29
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 38
3.1. Sistema de refrigeração por absorção 38
3.2. Componentes básicos de um sistema de absorção 38
3.2.1. Funcionamento do sistema de refrigeração por absorção 38
3.3. Sistemas de absorção de simples efeito 40
3.4. Chiller de absorção de simples efeito de BrLi - H2O 40
3.5. Chiller de absorção de duplo efeito de BrLi - H2O 41
3.6. Chiller de absorção de triplo efeito de BrLi - H2O 43
3.7. Vantagens e desvantagens dos ciclos de absorção 44
3.8. Problemas de cristalização da solução (BrLi) 44
3.9. Corrosão e compatibilidade de materiais 46
3.10. Tipos de Aplicações usando chiller de absorção BrLi – H2O 46
3.10.1. Cogeração 46
3.10.1.1 Turbina a gás 46
3.10.1.1 Grupo geradores (motores de combustão interna) 47
3.10. 2. Resfriamento utilizando energia solar 47
4. MODELAGEM TERMODINÂMICA DO SISTEMA DE ABSORÇÃO
49
DE SIMPLES EFEITO
4.1 Propriedades dos fluidos de trabalho 49
4.1.1. Solução BrLi – H2O 49
4.1.2. Água pura 51
4.2. Sistema de simples efeito 51
4.3. Considerações das hipóteses simplificadoras 53
4.3.1. Diferença média logarítmica de temperaturas dos trocadores de calor 54
4.4. Modelagem matemática do chiller de absorção de simples efeito 55
4.4.1. Equações de gerais de balanço do modelo 55
4.4.1.1. Equações de Balanço aplicadas ao gerador (ger) 56
4.4.1.2. Equações de balanço aplicadas ao condensador (con) 58
4.4.1.3. Equações de balanço aplicadas ao evaporador (eva) 59
4.4.1.4. Equações de balanço aplicadas ao absorvedor (abs) 60
4.4.1.5. Equações de balanço aplicadas ao trocador de calor da solução (tcs) 62
4.4.2. Pressão de chiller de absorção (Pressão de Saturação) 63
4.4.3. Cristalização da solução BrLi - H2O 64
4.4.4. Balanço geral da massa do circuito interno do chiller de absorção 65
4.4.5. Condições iniciais do modelo 65
4.5. Equações constitutivas 67
4.5.1. Correlações dos coeficientes convectivos do gerador 68
4.5.2. Correlações dos coeficientes convectivos do condensador 72
4.5.3. Correlações dos coeficientes convectivos do absorvedor 73
4.5.4. Correlações dos coeficientes convectivos do evaporador 75
4.5.5. Correlações dos coeficientes convectivos do trocador da solução 77
4.6. Coeficientes globais de transmissão de calor 78
5. METODOLOGIA DE SOLUÇÃO 79
5.1. Processo de modelagem do chiller de absorção 81
5.2. Programa computacional 84
5.2.1. Funcionamento do programa 85
5.2.2. Atributos do modelo desenvolvido 87
5.3. Escolha do passo temporal. (estabilidade da malha) 88
6. ANÁLISE DAS EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS 90
6.1. Análise das diferentes correlações para a determinação dos coeficientes
90
convectivos internos e externos do chiller de absorção
6.1.1. Parte interna dos tubos dos trocadores de calor 90
6.1.2. Parte externa dos tubos do condensador 94
6.1.3. Parte externa dos tubos do evaporador 97
6.1.4. Parte externa dos tubos do absorvedor 99
6.1.5. Parte externa dos tubos do gerador 102
6.2. Estudo dos coeficientes globais modelados para os componentes do chiller
105
de absorção WFC-SC10
6.2.1. Coeficiente global de transferência de calor do gerador 106
6.2.2. Coeficiente global de transferência de calor do evaporador 107
6.2.3. Coeficiente global de transferência de calor do condensador 108
6.2.4. Coeficiente global de transferência de calor do absorvedor 108
6.2.5. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de solução 110
6.3. Comparação dos coeficientes globais numérico e experimental para as
112
condições de operação do chiller
6.4. Comportamento dos fluxos de calor e do COP em regime permanente 113
6.6. Conclusões da análise das equações constitutivas 115
7. COMPARAÇÃO DE DADOS EXPERIMENTAIS E NUMÉRICOS 117
7.1. Análise experimental 117
7.1.1. Descrição do experimento 120
7.2. Validação do modelo 121
7.2.1. Validação do modelo matemático do chiller em regime permanente 122
7.2.2. Validação do modelo em regime transitório 123
7.2.2.1. Validação do modelo considerando os coeficientes globais constantes.
124
Dia 1
7.2.2.2. Validação do modelo considerando os coeficientes globais variáveis.
126
Dia 1
7.2.2.3. Validação do modelo considerando os coeficientes globais variáveis
128
Dia 2
7.2.2.4. Comparação dos dados nominais e simulados considerando os 130
coeficientes globais variáveis
7.2.2.5. Análise dos resultados da validação dinâmica do modelo 132
7.3. Conclusões da validação do modelo matemático do chiller de absorção 133
8. ESTUDOS DE CASOS: SIMULAÇÕES DO CHILLER DE
135
ABSORÇÃO
8.1. Caso 1. Aumento da temperatura de água quente (70 a 80°C) 137
8.2. Caso 2. Aumento da temperatura de água quente (85 a 95°C) 144
8.3. Caso 3. Diminuição da temperatura de água gelada (15 a 12°C) 149
8.4. Caso 4. Simulação de partida do chiller de absorção 155
8.5. Análise e discussão das simulações (Casos 1, 2, 3 e 4) 160
8.6.Conclusões dos casos simulados 161
9. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 163
9.1. Conclusões 163
9.2. Sugestões de trabalhos futuros 165
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 167
APÊNDICE 1 175
APÊNDICE 2 190
APÊNDICE 3 197
ANEXO 203
21

1. INTRODUÇÃO

O melhor aproveitamento da energia tem sido fator essencial para a economia


energética e, sobretudo, para evitar a poluição do meio ambiente. São necessárias a
racionalização e a otimização do uso dos recursos energéticos de forma a aproveitar mais
eficiente a energia disponível. Este reaproveitamento da energia esta implicitamente ligado ao
uso de cogeração de energia para outros processos, tais como aquecimento de água, energia
térmica e elétrica.
O uso de cogeração na tecnologia de refrigeração é diretamente ligado aos sistemas de
absorção, que utilizam a energia térmica dos gases de combustão de um motor e/ou turbina a
gás para produzir água gelada, e assim, a refrigeração, seja de forma industrial (alimentos e
outros), quanto para a climatização, diminuindo o consumo de energia elétrica.
O aumento das tarifas elétricas integrado ao alto consumo de energia, e a altos custos de
instalação de novas centrais de geração de energia elétrica, têm originado a busca por uma
nova concepção energética. Uma alternativa presente, tem sido a utilização de pequenas
centrais de geração, nas horas de pico de consumo, assim como a reutilização de rejeitos
energéticos, que possam ser aproveitados como energia, atuando no sistema de cogeração.
Este tipo de configuração pode fornecer eficiências energéticas de 80 a 90 %.
Parte desse aumento na eficiência, deriva da utilização da energia dos gases de
combustão, da água de arrefecimento dos motores, de forma de produzir outra energia, como
vapor, água quente e água gelada. O vapor e a água quente podem ser obtidos através de
caldeiras de recuperação de calor e de trocadores de calor compactos, respectivamente. Para a
produção de água gelada, são utilizados os chamados chiller de absorção ou máquinas de
refrigeração, que utilizam calor, de forma direta ou indireta, no ciclo de refrigeração. Estas
máquinas de absorção apresentam a vantagem de utilizar rejeitos térmicos para seu
funcionamento, o qual reduz o consumo elétrico direto. Outra vantagem destas máquinas, é a
de serem menos poluentes para o meio ambiente, por não utilizar sustâncias perigosas à
camada de ozônio.
Estas máquinas de absorção, os chillers, tiveram seus desenvolvimentos tecnológicos,
depois do primeiro choque do petróleo, na década de 70. Por não interessarem diretamente às
nações desenvolvidas que tinham um preço baixo do petróleo, e onde a palavra eficiência
energética não era considerada nas atividades econômico-industriais, todo o desenvolvimento
na área foi feito nos países asiáticos, tais como Japão e China. Depois da crise do petróleo, a
forma de pensar foi revista, e então foi criada uma legislação que permitia e regulamentava a
cogeração e a energia distribuída, gerando incentivos fiscais e financeiros. Essa mudança
chegou ao Brasil no início do Século XXI, e dentre as muitas ações nesse sentido, foi
promulgada lei criando condições legais para a cogeração e geração distribuída. Nessa mesma
reforma, foi alterada a matriz energética, incluindo nela a obrigação do uso de gás natural de
até 10% até 2011. Nesse contexto, surgiram financiamentos para projetos de pesquisa, para
compreensão e absorção de tecnologias de como fazer cogeração com os diversos insumos já
utilizados, como é o caso do gás natural e da célula de combustível (OCHOA, 2010)
Em climas tropicais e quentes, como no Estado de Pernambuco, a utilização de energia
térmica representa um valor elevado no consumo elétrico, devido à utilização de
22

equipamentos de refrigeração por compressão. Este consumo pode ser diminuído mediante o
uso de sistemas de refrigeração por absorção usando o par brometo de lítio – água (BrLi-H2O)
e/ou amônia- água (NH3- H2O), que aproveitam o calor rejeitado por processos externos, por
queima direta de combustível, e/ou por energia solar. A ideia de usar a energia solar em
sistemas de refrigeração por absorção tem sido uma inovação que tem trazido bons resultados,
já que as temperaturas necessárias para acionar estes sistemas de absorção de simples efeito,
são relativamente pequenas. Elas variam entre 75 e 95 ºC, e podem ser atingidas, quase em
totalidade, com a irradiação solar mediante o uso de coletores e reservatório de água quente.
Desta forma é possível diminuir o consumo de energia elétrica em, aproximadamente, 70% ao
ano (PONGTORNKULPSNICH et al., 2008).
No âmbito mundial estes sistemas têm sido bem sucedidos para diferentes aplicações de
pequeno e grande porte. Na Tailândia é usado um sistema de refrigeração por absorção para a
climatização de um prédio da Universidade de Nareasuan. Este sistema é usado como
laboratório experimental, assim como para resfriar a instalação, ou seja: o sistema é capaz de
resfriar o laboratório usando o sistema de cogeração a energia solar, através de coletores
solares, uma unidade de calor, um tanque de armazenamento de água quente e um chiller de
absorção de 10TR. Nesta instalação, a principal vantagem é a diminuição do consumo de
energia elétrica para produzir a climatização, assim como a diminuição da quantidade de
poluentes rejeitados ao meio ambiente, devido à utilização da energia solar, integrada ao
combustível GLP, além de utilizar o BrLi-H2O os quais não contaminam a camada de ozônio
(PONGTORNKULPSNICH et al., 2008)
Na Espanha, este tipo de pesquisa vem sendo desenvolvida pela Universidade Pública
de Tarragona (Universitat Rovira i Virgili), que orientada pelo professor Alberto Coronas,
vem desenvolvendo vários avanços nos chillers de absorção de simples e duplo efeito.
(FIGUEREDO et al., 2008; PUIG et al., 2010; HUICOCHEA et al., 2011; MOYA et al.,
2011; RODRIGUEZ, 2013), visando o estudo em sistemas de absorção com a utilização do
par BrLi-H2O, e aproveitando energia solar como fonte primária do sistema. Diferentes
protótipos de máquinas de absorção que utilizam outras misturas de trabalho também são
utilizados. A Figura 1.1 mostra um banco de ensaios de chiller de absorção e bombas de calor,
localizado em Tarragona, Espanha.

Figura 1.1. Banco de ensaios multifuncional para caracterizar bombas de calor, chiller de absorção e motores
térmicos de pequeno porte.

Fonte: CREVER, 2013.


23

Outra trabalho importante encontrado na Espanha, é o sistema de refrigeração por


absorção que é usado para o processo de climatização do Museu de Ciência Príncipe Felipe, o
qual é capaz de produzir uma capacidade de resfriamento de 5,2 MW, usando três chillers de
absorção de duplo efeito de queima direta de gás natural, para a central de ar condicionado e
climatizar a instalação do museu em sua totalidade.
Dentre os sistemas de refrigeração por absorção, conhecidos no nível nacional, pode-se
citar o sistema do aeroporto de Maceió, que hoje representa uma experiência funcional no
Brasil, devido ao uso de um sistema de cogeração, composto por um chiller de absorção e
centrifugo capaz de resfriá-lo durante todo o ano, diminuindo as paradas de manutenção, e
garantido autonomia total para a instalação aeroportuária. O aeroporto pode operar com 90%
do consumo da energia elétrica abastecida por um sistema de cogeração, composto por dois
grupos geradores G3412C Caterpillar a gás natural (INFRAERO, 2005).
Outro local onde é utilizado um sistema de absorção de 100TR é usado no SESI -
CTGÁS de Natal, Rio Grande do Norte, para o resfriamento do prédio.
Outras instituições do País, tem realizados desenvolvimentos numéricos, experimentais
e tecnológicos na área de refrigeração por absorção e cogeração. Dentre elas, a Universidade
de São Paulo, especificamente no Departamento de Engenharia Mecânica, onde, o Prof.
Simões Moreira, coordenador do SISEA - Laboratório de Sistemas Energéticos Alternativos,
vem trabalhando na área de refrigeração por absorção em sistemas que utilizam amônia e
água, assim como o desenvolvimento de componentes específicos de absorção como é o caso
da coluna de destilação de amônia - água. Além de trabalhos relacionados com cogeração e
absorção, como por exemplo, o apresentado por ROCHA et al. (2012), no qual foi ensaiado
um sistema de cogeração de energia. Neste sistema, o chiller de absorção de amônia - água,
mostrado na Figura 1.2, sofreu uma modificação operacional, que originalmente operava com
queima direta de gás natural, e através de uma mudança no processo da fonte de energia, foi
modificado para operar com insuflamento direto de gases de combustão provenientes da
microturbina e/ou grupo gerador.

Figura 1.2. Chiller de absorção de amônia - água modificado no SISEA.

Fonte: ROCHA, 2012


24

Na mesmo sentido, na Universidade Federal da Paraíba, especificamente no


Departamento de Engenharia Mecânica, o Prof. Carlos dos Santos Cabral vem
desenvolvimento tecnologia de sistemas de refrigeração por absorção de simples e de duplo
efeito, utilizando os pares BrLi-H2O e NH3 - H2O. A Figura 1.3, mostra o Protótipo 01
desenvolvido pelo grupo do Prof. Cabral na UFPB. Este protótipo de uma máquina de
absorção de simples efeito de BrLi-H2O, foi estudado e ensaiado no trabalho apresentado por
CORDEIRO (2012).

Figura 1.3. Vista lateral do protótipo 01 do sistema de refrigeração por absorção de simples efeito do IES -
UFPB.

Fonte: CORDEIRO, 2012.

Na Universidade de Brasília, no Departamento de Engenharia Mecânica, o Prof. João


Pimenta, vem desenvolvendo trabalhos numéricos e experimentais na área de refrigeração por
absorção. O trabalho mais relevante na área experimental deste grupo, foi desenvolvido por
FONSECA (2013), no qual foi dimensionada, construída e ensaiada uma bancada
experimental, mostrada na Figura 1.4, de processos de absorção de vapor de água por filmes
verticais descendentes utilizando a mistura de BrLi - H2O.

Figura 1.4. Banco de ensaios multifuncional para caracterizar bombas de calor, chiller de absorção e motores
térmicos de pequeno porte.

Fonte: FONSECA, 2013.


25

Na literatura pertinente da área de refrigeração por absorção, pode-se encontrar


inumeráveis trabalhos relacionados às performances de equipamentos comerciais (AHMED et
al., 2008; ASDRUBALI et al., 2006; BERMEJO et al., 2010; FIGUEREDO et al., 2008;
HUICOCHEA et al., 2011; MONNÉ et al., 2011)
Para a análise destes equipamentos comerciais, são necessários conhecimentos
específicos tais como dados de operação e de comportamento, que na maioria das vezes, não
são fornecidos pelos fabricantes. Uma metodologia utilizada na literatura para analisar este
tipo de equipamentos comerciais, é a chamada equação característica. Dita equação, foi
desenvolvida a partir da aproximação do comportamento de chiller de absorção mediante o
uso de regressões multilineares utilizando dados experimentais e/ou do fabricante
(HELLMANN et al., 1999; KUNH & ZIEGLER, 2005; PUIG et al., 2010; GUTIÉRREZ-
URUETA et al., 2012).
A literatura mostra vários trabalhos que analisam os sistemas de absorção de simples
efeito em regime permanente. (BAKHTIARI et al., 2011; FIGUEREDO et al., 2008;
FLORIDES et al., 2003; GUTIÉRREZ-URUETA et al., 2012; KAUSKIK e ARORA, 2009;
MRÓZ, 2006). Porém, na parte dinâmica são poucos os trabalhos desenvolvidos
(KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008; MYAT et al., 2011; EVOLA et al., 2013; KIM e
PARK, 2007), e quando tal parte dinâmica é estudada são introduzidas varias simplificações
para análise e implementação da mesma, devido à complexidade do fenômeno de absorção
relacionado à análise dinâmica. Isto incentiva a busca de um melhor entendimento dos
sistemas de refrigeração por absorção de simples efeito. Estes trabalhos dinâmicos apresentam
uma peculiaridade relacionada aos equipamentos comerciais, ou seja, a comparação dos
resultados numéricos com as temperaturas dos circuitos de água externa (fria, quente e
gelada), já que não é possível examinar de forma continua, os parâmetros internos de
temperatura e concentração dos mesmos, devido a serem equipamentos totalmente
herméticos, sem possibilidade de acesso a estes dados. Esta limitação obriga à analise de
consistência dos parâmetros internos através da simulação dinâmica e sua influência na
capacidade de refrigeração e COP do chiller.

1.1. Motivação - Justificativa

Os sistemas de absorção representam uma alternativa para a substituição dos sistemas


de compressão mecânica na área de refrigeração. Numa comparação entre os dois tipos de
sistemas de refrigeração, os de absorção apresentam certas desvantagens, em relação aos de
compressão, que podem tornar menos atrativa a sua utilização, como por exemplo, o tempo de
resposta do sistema, o custo mais elevado do equipamento, e seu baixo coeficiente de
performance (COP). Entretanto a tecnologia da absorção permite a utilização da cogeração de
energia, ou seja, o uso de energia residuais tais como: gases rejeitos em turbinas e grupos
geradores, energia solar, vapor, etc., a qual representa um ponto favorável se comparados com
os equipamentos de compressão, devido à diminuição do consumo direto da energia elétrica.
Outra ponto favorável é o baixo custo de manutenção, já que não apresenta parte moveis.
Também é vantajoso nos fluidos que utiliza já que contaminam o meio ambiente o em menor
proporção.
26

A compreensão do funcionamento desse sistema, através de uma modelagem


matemática, que pode atuar tanto no sistema de controle, quanto na melhoria do desempenho
do equipamento, foram os principais elementos de motivação deste trabalho.
Através de uma análise exergética, feita previamente por OCHOA (2010), foi verificado
que as maiores perdas de exergia estavam no gerador e no absorvedor. Desta forma foi
necessária a análise destes componentes do chiller para tentar reproduzir seu comportamento,
e assim sugerir melhorias que possam elevar o COP total do chiller. Além disso, diminuindo
esta perda de exergia dos componentes do compressor térmico (gerador e absorvedor), poderá
também levar a uma diminuição no tempo de resposta para atingir o regime permanente, que
ainda é alta nos sistemas de absorção.
Em estudo anterior (Ochoa, 2010) um chiller de simples efeito foi analisado em regime
permanente, onde o equipamento foi integrando a um sistema de microgeração de energia, e
atualmente se propõe a realizar o aprofundamento do estudo e a compreensão destes sistemas
de absorção de simples efeito em regime transitório, visando a análise concentrada das
variáveis de temperatura, pressão e concentração, no processo de absorção e dessorção, além
de avaliar o comportamento para diferentes condições de operação no desempenho do chiller.

1.2. Objetivo geral

Realizar análise dinâmica de um chiller de refrigeração por absorção de simples efeito


utilizando o par BrLi-H2O, verificando o comportamento das concentrações, temperaturas e
massas, que determinam a capacidade de refrigeração e o COP do sistema.

1.3. Objetivos específicos

 Propor um modelo dinâmico que permita a simulação de sistemas de refrigeração


por absorção usando o par BrLi-H2O, que leve em conta o perfil da carga térmica, e
a fonte de energia;
 Analisar os coeficientes convectivos existentes na literatura, ou seja, a descrição e
comparação destas correlações, e sua influência em função dos parâmetros
geométricos e das propriedades termofísicas;
 Comparação dos dados simulados e com aqueles medidos com equipamento
comercial (Chiller WFC-SC10, da Yazaki) para a validação do modelo dinâmico de
um sistema de refrigeração por absorção de simples efeito;
 Simulação dos parâmetros internos e externos do chiller de absorção visando sua
influência no comportamento energético;
 Propor sugestões a partir da simulação numérica em função de um melhor COP do
sistema de absorção;

1.4. Metodologia

O projeto da tese de doutorado foi desenvolvido considerando uma abordagem


numérica e uma abordagem experimental, realizando coleta de dados extraídos de um
27

equipamento comercial e/ou do fabricante, para a validação do modelo matemático


desenvolvido.

1.4.1. Metodologia numérica

A análise numérica do chiller de absorção abrange a simulação dinâmica (transitória) de


sistemas de absorção de simples efeito usando o par BrLi-H2O. Esta análise está baseada nos
balanços de massa, das espécies e da energia ao longo do sistema de absorção. Como parte
inicial do processo foi necessária a compreensão destes sistemas, detalhando os principais
parâmetros que influenciam no comportamento do chiller, através do COP, da capacidade de
refrigeração e do tempo de resposta às diferentes cargas de simulação.
Nesta análise foram incluídas correlações dos principais coeficientes convectivos que
interagem no processo de transferência de calor dos componentes do chiller (gerador,
absorvedor, condensador, evaporador e trocador de solução). Estas correlações permitiram a
determinação dos coeficientes globais de transferência de calor de cada componente, com o
objetivo de verificar as influências sob o COP e sobre o tempo de resposta do chiller.
Como método de resolução numérica do sistema de equações do chiller de absorção, foi
utilizado o método das diferenças finitas, já que os sistemas encontrados são representados
por equações diferenciais ordinárias de primeira ordem, tendo o tempo como única variação
do parâmetro selecionado.
Como plataforma computacional para o desenvolvimento do modelo numérico foi
utilizado o Matlab, versão 12, devido à facilidade de programação em modelos dinâmicos.
Com relação às propriedades termodinâmicas dos fluidos de trabalho, foram implementadas
correlações a partir de tabelas de vapor de ROGERS e MAYHEW (1992), e no caso na
solução de BrLi-H2O, as correlações apresentadas por KIM e INFANTE-FERREIRA (2006).

1.4.2. Metodologia experimental

Para a análise experimental do trabalho, foram realizados ensaios no Laboratório de


Microgeração de Energia da Universidade Federal de Pernambuco. O sistema consta de um
chiller de absorção de 10TR de simples efeito que utiliza o par BrLi-H2O; uma microturbina
de 30 kW; recuperador de calor compacto; tanque de armazenamento de água quente; torre de
resfriamento; tanque de armazenamento de água gelada; e uma câmara frigorífica. O objetivo
desta análise foi, exclusivamente, de comparação entre os dados medidos e os simulados para
a validação do modelo dinâmico desenvolvido.
A energia necessária para acionar o chiller será fornecida pela recuperação dos gases
rejeitados pela microturbina através do recuperador de calor, sendo esta energia acumulada no
tanque de armazenamento. A análise experimental dinâmica foi realizada através da
simulação da carga térmica com fornecimento de calor por meio de resistências elétricas,
previamente instaladas no termoacumulador de água gelada. Foram medidas as temperaturas
de entrada e saída dos circuitos de água quente, fria e gelada, assim como as vazões dos
mesmos circuitos. Todos os dados coletados foram tratados estatisticamente e, considerando-
se as incertezas no processo de medição.
28

1.5. Estrutura do trabalho

O trabalho foi apresentado em nove capítulos onde são mostradas as diferentes etapas de
desenvolvimento do estudo de sistemas de refrigeração por absorção usando o par BrLi-H2O.
No Capitulo 1 é mostrada uma pequena introdução do trabalho, onde são definidos os
objetivos específicos e a estrutura da tese.
O Capitulo 2 é dedicado ao estado da arte (revisão bibliográfica) dos últimos trabalhos e
pesquisas (últimos 8 anos) relacionados a sistemas de refrigeração por absorção.
No Capitulo 3 apresenta-se a fundamentação teórica, ou seja, conceitos e definições
sobre os sistemas de refrigeração por chiller de absorção.
No Capitulo 4 é apresentada a modelagem termodinâmica do chiller de absorção, ou
seja, as equações governantes e constitutivas, as condições iniciais e as considerações do
modelo matemático.
No Capitulo 5 é apresentada a metodologia de implementação e a solução do modelo
matemático do sistema de absorção em regime dinâmico. Este capítulo apresenta a forma de
desenvolvimento do modelo.
O Capítulo 6 é dedicado à análise das equações constitutivas (correlações e outros),
utilizadas no modelo matemático, apresentando uma comparação entre os valores
determinados pelas correlações e aqueles fornecidos pelo fabricante.
O Capitulo 7 é dedicado à análise experimental e à validação do modelo matemático do
chiller de absorção com os dados do fabricante e medidos com equipamento comercial,
instalado no Laboratório de Microgeração.
O Capitulo 8 é dedicado às simulações de quatro estudos de casos para verificar a
consistência do modelo numérico, através da introdução de perturbações na fonte de energia e
na carga térmica. Além da verificação de um caso inicial para visualizar o comportamento
total do chiller de absorção.
O Capitulo 9 é dedicado às conclusões e sugestões para trabalhos futuros relacionados a
sistemas de refrigeração por absorção usando o par BrLi-H2O.
Por ultimo é apresentada a bibliografia utilizada para o estudo, além dos apêndices e
anexos da tese.
29

2. ESTADO DA ARTE

A seguir apresenta-se uma serie de trabalhos e estudos referentes a sistemas de absorção


seu comportamento, viabilidade e importância realizados nos oito últimos anos.
Estes sistemas de refrigeração por absorção têm sido estudados e analisados por vários
autores, ao longo do anos através de análises energéticas e exergéticas, levando em
consideração o regime permanente. FIGUEREDO et al. (2008) realizaram uma modelagem
numérica na plataforma EES sobre um chiller de absorção de duplo efeito que opera com dois
níveis de temperatura, calor fornecido através da queima de gás natural a 170 ºC, e/ou como
um chiller de simples efeito por meio de energia solar a 90 ºC, ou a combinação de ambos. O
modelo considerou as irreversibilidades externas devido às perdas de calor, além de
considerar a geração interna de entropia devido a quedas de pressão, gradientes de
temperatura e concentração. O chiller analisado foi do tipo BrLi –H2O de duplo efeito com
capacidade de 200 kW. Os resultados encontrados na simulação verificaram um COP de 1,2
para a capacidade de 200 kW, produzindo um fator de irreversibilidade de 1,026.
Considerando o mesmo conceito da primeira e da segunda leis da termodinâmica, e a mesma
plataforma computacional, KAUSHIK e ARORA (2009) realizaram uma análise
termodinâmica para chillers de absorção de simples e duplo efeito usando o par BrLi - H2O,
com o objetivo de determinar a influência da temperatura do gerador,do evaporador, do
absorvedor e do condensador sobre o funcionamento do sistema. O programa desenvolvido
conseguiu simular com bons resultados o funcionamento do chiller apresentando erros
inferiores a 1%. Segundo a literatura especializada, os equipamentos de duplo efeito são mais
eficiente que os de simples efeito, em função do COP, porém, há um espaço vazio entre as
configurações destes equipamentos, isto pode ser visualizado no trabalho apresentado por
WANG e ZHENG (2009) que estudaram diferentes chillers, de meio, simples e duplo efeito,
com o objetivo de encontrar uma configuração de chiller que pudesse aproveitar ao máximo a
energia existente entre os chillers de simples e duplo efeito. A proposta encontrada foi a
configuração do efeito combinado, ou seja, de um e meio efeito (1,5). O aspecto mais
importante foi o desenvolvimento teórico de um modelo de chiller de um e meio efeito, capaz
de utilizar, aproximadamente, as mesmas condições de um chiller de simples efeito, e
fornecer um COP de 1,0, (aproximadamente 30% maior ao de simples efeito). Apesar de só
existir, comercialmente, equipamentos de simples e duplo efeito no mercado, já há a
possibilidade de utilizar chiller de triplo efeito, que teoricamente, forneceria um COP maior, e
portanto, melhor performance. GOMRI (2010) realizou um estudo numérico em regime
permanente sobre o funcionamento de chillers de simples, duplo e triplo efeito com o par
BrLi –H2O. O estudo baseou-se na análise energética e exergética para chillers de absorção da
mesma capacidade de 300 kW, visando o COP, a eficiência exergética e o fluxo mássico do
refrigerante. Por outro lado, SOMERS et al. (2011) criaram um programa computacional que
simula chiller de simples e duplo efeito utilizando o par BrLi –H2O utilizando a plataforma
computacional ASPEN Plus, baseado na análise energética considerando regime permanente.
Os resultados foram validados com dados experimentais, com erros menores aos 5%.
30

Da mesma forma, porém utilizando um par de fluido diferente aos anteriores (NH3 –
H2O), OZGOREN et al. (2012) realizaram um estudo do desempenho de um sistema de
refrigeração por absorção utilizando energia solar de tubos evacuados como fonte de energia.
Foi feita uma análise transitória do sistema para se levar em conta o efeito da radiação solar
considerando os dados climáticos da província de Adana, hemisfério Norte, Turquia. O estudo
foi dividido em duas partes. A primeira esta relacionada à variação de parâmetros como
eficiência de absorção do sistema, capacidade de condensação e taxa de calor transferido ao
gerador do chiller, em função da capacidade de resfriamento e temperatura de entrada do
gerador. A outra é dedicada à determinação da área mínima de coletores solares necessárias
para a climatização de ambientes (escritórios) que funcionam durante o período das 9:00 às
16:00 horas do dia. Os resultados mostraram que os COP de resfriamento e de aquecimento,
diminuem com a redução da temperatura do gerador do chiller, sendo seu melhor
comportamento para valores de temperaturas acima de 110ºC.
É perceptível visualizar a grande quantidade de estudos direcionados aos equipamentos
de refrigeração por absorção de simples, duplo e até triplo efeito, sendo estas análises
limitadas às condições de estabilidade do processo. Porém nos equipamentos comerciais, a
operação é governada por processos contínuos de transição, como por exemplo, a partida da
máquina, as flutuações de carga térmica e de variação da fonte de energia. Para verificar este
comportamento, é necessário a verificação do regime transitório do processo de refrigeração
por absorção. Esta análise procura o entendimento da performance real de operação dos
chiller de absorção, utilizando qualquer par de fluidos. Neste contexto, KIM e PARK (2007)
desenvolveram um modelo dinâmico de parâmetros operacionais de um chiller de absorção
que utiliza o par de NH3 - H2O. Equações diferenciais ordinárias foram obtidas a partir de
balanços de massa, dinâmico e energético para cada componente. O sistema de equações
algébricas foi resolvido em paralelo por integração numérica, usando o método de Runge -
Kutta e Merson. O modelo foi aplicado para um chiller comercial 10,5 kW simulando
condições dinâmicas em função do período de partida do chiller. Os parâmetros considerados
foram a concentração e a massa da solução amônia – água, o volume de cada componente, e a
estratégia de controle para as variações do fluxo de gás durante a primária fase do período de
arranque, sendo encontrado que existem níveis ótimos do volume do gerador, teor
concentração da solução, e massa da solução para obter uma máxima capacidade de
resfriamento. Em referência a equipamentos que utilizam o par BrLi - H2O, existem vários
trabalhos publicados. KOHLENBACH e ZIEGLER (2008a e 2008b) realizaram um estudo
teórico e experimental dinâmico para um chiller de absorção de simples efeito de BrLi – H2O.
A modelagem foi baseada em balanços energéticos com regime transitório para cada
componente. O modelo foi desenvolvido para verificar o funcionamento do chiller de
absorção de 10 kW fabricados pela Phoenix Sonnenwaerme AG, e encontrar uma estratégia
de controle adequada para uma planta que opera com energia solar como fonte primaria. Os
coeficientes globais de transferência de calor foram considerados constantes e sobre-
estimados (10-20% acima do fornecido pelo fabricante), devido à convergência do sistema. O
objeto do trabalho era o desenvolvimento de uma estratégia de controle adequada para simular
o sistema real de refrigeração solar. A comparação do resultados numéricos e experimentais
foi boa, apresentado erros menores 12%, sendo este modelo dinâmico uma possível
31

ferramenta de projeto de um chiller de absorção. Da mesma forma, mas considerando uma


temperatura fixa constante na determinação das propriedades termofísicas dos coeficientes
convectivos, EVOLA et al. (2013) desenvolveram um modelo dinâmico de simulação para
chiller de simples efeito usando o par BrLi - H2O, baseado na equações de balanço de massa e
energia, levando em consideração o comportamento transiente dos parâmetros térmicos, assim
como a acumulação da massa dos trocadores do chiller. Como em outros trabalhos, não foram
considerados o tempo de circulação e de retardo na solução através das tubulações do chiller.
A validação foi realizada através da comparação das temperaturas dos circuitos de água
gelada, da fria e da quente, já que não foi possível medir parâmetros internos do chiller. O
maior erro apresentado entre os valores simulados e experimentais foi de 5%, através da
comparação dos fluxos de calor do condensador, do evaporador, do gerador e do absorvedor,
além do COP térmico do chiller. A análise de performance de diferentes cenários, permitiu
verificar a influência do tamanho do tanque de água quente do sistema solar, no
funcionamento do chiller. Utilizando outra metodologia de análise dos trocadores devido à
configuração do chiller em estudo, ZINET et al. (2012) desenvolveram um modelo dinâmico
para um chiller de absorção de simples efeito que operava com duas fontes de energia. O
chiller estudado apresenta um evaporador - absorvedor de filme descendente que possui um
sistema de recirculação de refrigerante e solução, resfriado a ar, já que esta configuração
permite otimizar o tamanho do chiller e principalmente reduzir o risco de cristalização da
solução de BrLi. O modelo desenvolvido foi utilizado para analisar a resposta do chiller para
variações da vazão de solução recuperada e para flutuações da carga térmica do evaporador.
Foi verificado que a redução da vazão de água quente da fonte primária de energia implica
numa redução da massa de vapor que deixa o gerador, assim como na concentração forte da
solução, já que menos refrigerante produzido ao longo do processo diminui a capacidade de
refrigeração do chiller.
Estes sistemas de absorção podem ser utilizados para refrigeração e/ou aquecimento,
segundo as condições do ambiente em estudo. A busca pelo melhor aproveitamento destes
equipamentos que envolvem a utilização de energia solar como fonte de energia, tem levado à
procura de novos equipamentos que permitam encontrar configurações adequadas para estas
variações de temperatura. Desta forma, EDEM et al. (2012) realizaram a simulação dinâmica
de um sistema de absorção impulsionado por energia solar para o resfriamento e/ou
aquecimento de uma casa residencial. Esta simulação foi baseada num protótipo desenvolvido
no laboratório da Universidade de Savoie na França. O objetivo foi estudar um sistema de
absorção que utiliza o BrLi - H2O, utilizando uma configuração de armazenamento de solução
e de água, movido através de um sistema de placas planas solares. A configuração selecionada
era composta por um gerador que pode atuar como gerador e absorvedor, um condensador que
pode atuar como condensador e evaporador, um tanque de solução de brometo de lítio, e outro
de água pura. Para o período do verão o sistema produz água gelada, através da energia
fornecida pelo sistema de placas planas solares. Para o período do inverno o sistema trabalha
de forma inversa, ou seja, acumulando calor.
Todos estas análises numéricas e teóricas foram indispensáveis para verificar o
comportamento de sistemas de refrigeração por absorção. Porém, a exigência de validação
destes modelos, e a de compreender o funcionamento real de operação deste sistemas, levam à
32

necessidade de incorporação de análises experimentais, seja em laboratórios e/ou em sistemas


reais. AHMED et al. (2007) realizaram um estudo experimental sobre o funcionamento de um
sistema de absorção com reaquecimento de duas etapas. O funcionamento foi medido em
função da potencia de resfriamento especifica (SPC) e o COP, os quais foram comparados
com sistemas convencionais de simples efeito e duplo efeito de absorção. Esta avaliação
dinâmica de operação permitiu verificar que o chiller proposto com um ciclo de longa
duração forneceu aproximadamente o mesmo valor que o ciclo de absorção de duplo efeito,
enquanto que para o ciclo de curta duração a temperatura permaneceu acima dos 60 ºC,
obtendo-se um COP superior ao do ciclo convencional e de duplo efeito. Da mesma forma,
WANG et al. (2008) realizaram um análise sobre as características dinâmicas de um chiller de
absorção para condições variáveis da fonte de calor. O enfoque foi avaliar o desempenho da
absorção chiller impulsionado por uma fonte variável de calor, que foi simulada por meio de
uma válvula de controle. Os resultados mostraram que o sistema com fonte variável pode
diminuir de 3 a 7 % a sua capacidade de resfriamento, sendo a maior diminuição no COP de
19 %. Por outro lado, tentando mostrar a versatilidade dos sistemas de absorção em sistemas
reais, novamente, IZQUIERDO et al. (2012) realizaram a descrição e performance de um
protótipo sistema de absorção de duplo efeito resfriado por ar impulsionado de forma direta
com o par BrLi - H2O, através da queima de gás natural. O protótipo apresentado foi
dimensionado em Madrid (2007), com capacidade de resfriamento de 7 kW, atingindo
temperaturas da água gelada entre 7 a 18 ºC para temperaturas especificas do ambiente
externo. Este protótipo apresentou um novo absorvedor adiabático que permitiu operar a
temperaturas de 45ºC sem apresentar problemas de cristalização. A ideia principal deste
absorvedor foi eliminar problemas de baixa transferência de massa e calor, e grande volume
utilizado. Este absorvedor apresentou melhorias em referências ao coeficiente de transferência
de massa, o qual era cinco vezes maior que o proposto por WAMAKULASURIYA e
WOREK. Em termos econômicos, o protótipo proposto apresentou um custo maior de 15%
que os sistemas convencionais.
Pode-se perceber que análises experimentais mostram a operação real destes
equipamentos, identificando variáveis significativas do desempenho energético, como foi
mostrado no trabalho apresentado em MOYA et al. (2011) no qual foi realizada uma análise
experimental de um sistema de trigeração de energia, composto por uma microturbina de 30
kW de potência elétrica e 60 kW de energia térmica dos gases de combustão, e um chiller de
absorção que utiliza o par NH3– H2O, com resfriamento a ar. O estudo levou em consideração
a viabilidade técnica e financeira do sistema aplicados para sistemas prediais de médio e
grande porte. Este sistema foi testado no laboratório na Universidade Pública de Tarragona
(Rovira i Virgilli University). Foi verificado que para uma maior potência elétrica gerada
maior foi a temperatura dos gases de exaustão, portanto uma melhor performance do chiller
de absorção, no entanto, o COP do chiller praticamente constante, com um pequeno aumento
de 0,61 a 0,67.
Estes equipamentos de refrigeração por absorção tem uma vantagem única quando
utilizados de forma indireta, ou seja, utilizando rejeitos térmicos de outros processos para seu
acionamento, isto esta fortemente ligado a processos de cogeração de energia. O acionamento
é originado pelo reaproveitamento de gases ou vapor para o aquecimento de água (quente),
33

que serve como fonte de energia primaria. SUN (2008a) realizou um estudo experimental de
um sistema de refrigeração integrado (chiller de Absorção, chiller de compressão e motor a
gás natural) com o propósito de comparar seu funcionamento com um sistema de refrigeração
convencional e absorção de duplo efeito. A proposta do sistema de refrigeração integrado, foi
projetado e montado para a experimentação e comparação do estudo. O protótipo
dimensionado atigiu uma capacidade de refrigeração de 596,2 kW quando a velocidade de
rotação do motor chegou em 1.800 RPM, e consumo energetico do combustivel de 323,3 kW
e um PER de 1,8 maior ao ciclo convencional de absorção de duplo efeito. No seu segundo
trabalho, SUN (2008b) apresentou a avaliação técnica e financeira de um sistema de
cogeração (grupo gerador - chiller de absorção), que utiliza os gases de combustão e a água de
arrefecimento da camisa do motor como fonte de energia acionadora do chiller. Neste
trabalho, foram escolhidos vários parâmetros de sensibilidade do desempenho para comparar
o sistema convencional de compressão e o sistema de cogeração de energia. Na análise
econômica foram avaliados: o custo de capital (CC) e o Payback (PP) em função dos custos
de operação, custo de manutenção, preços de compra e venda da energia. Os cálculos
determinaram uma economia de 36% para o verão e de 37,8% para as outras temporadas do
ano, quando utilizado o sistema de cogeração em vez do sistema convencional de produção de
energia elétrica, frio e calor, e foi considerado um bom investimento já que o PayBack foi
menor a 5 anos, influenciado pelos preços do gás natural e a energia elétrica do pais. Outra
avaliação de desempenho em sistemas de cogeração e refrigeração por absorção em operação
real de grande porte, foi o analisado em TORRELLA et al. (2008). Neste trabalho, foi criado
um procedimento baseado em balanços energéticos e de massa para o cálculo do COP e as
taxas de transmissão de calor de um sistema de refrigeração situado na Espanha, baseado em
medições em tempo real de temperatura. O sistema composto por um grupo de três chillers de
absorção de duplo efeito (BrLi - H2O) com fluxo reverso em paralelo operando a gás natural.
O sistema analisado constitui uma central de ar condicionado no Museu de ciência Príncipe
Felipe localizado em Valencia, com capacidade de resfriamento de 5,2 MW, do tipo Thermal
modelo GL8500E. Os valores do COP instantâneos obtidos apresentaram uma pequena
variação com respeito aos dados do fabricante devido a certas condições de operação que não
foram reproduzidas no museu, tal como a água da torre de resfriamento. De forma parecida,
mas utilizando um sistema de cogeração de energia de pequeno porte (microturbina de 30
kW), recuperador de calor e chiller de absorção de duplo efeito, HUICOCHEA et al. (2011)
realizaram a análise do comportamento termodinâmico de um sistema de trigeração de
energia. A ideia principal era prever o comportamento do sistema para diferentes condições
de operação, como variação da massa de combustível, temperatura ambiente e quente do
gerador do chiller, visando o COP e a eficiência global de cogeração do sistema. Os
resultados obtidos permitiram comprovar que esta tecnologia de trigeração, pode representar
uma alternativa técnica e economicamente viável para a produção simultânea de energia
elétrica e térmica utilizando um único combustível como fonte geradora. No trabalho
apresentado por POPLI et al. (2013) o chiller de absorção de simples efeito foi utilizado para
baixar a temperatura de entrada do ar na microturbina, com o objetivo de aumentar a
eficiência do sistema. O estudo visou o aprimoramento termodinâmico e econômico de uma
planta de petróleo e gás comparando a utilização de um chiller de absorção de simples efeito
34

de BrLi - H2O e um sistema de refrigeração mecânico para diminuir a temperatura do ar, a


qual é elevada segundo as condições ambientais do oriente médio. Os resultados mostraram
que, em condições extremas do ambiente de verão no Golfo Pérsico (55 °C e 80% UR), três
chillers de absorção de simples aproveitando 17 MW de energia proveniente dos gases da
turbina, poderiam fornecer 12,3 MW de arrefecimento para o ar de entrada do compressor da
turbina, num valor de aproximadamente de 10°C. Nas mesmas condições ambientais, os
refrigeradores evaporativos convencionais só proporcionariam 2,3 MW de capacidade de
arrefecimento, e exigiram um consumo de aproximadamente 0,8 kg/s de água desmineralizada
para o processo. Além disso, seria necessário adicional 2,7 MW de energia elétrica para o
acionamento de chiller de compressão mecânica para fornecer a mesma quantidade de
arrefecimento que os chillers H2O-LiBr absorção. A eletricidade gerada pela turbina
utilizando este sistema de resfriamento da temperatura do ar de entrada no compressor através
do sistema de refrigeração por absorção foi de aproximadamente de 5264 MWh por ano, em
comparação a 1774 MWh utilizando o sistema de resfriamento evaporativo. A avaliação
econômica permitiu encontrar um Payback para esta aplicação de aproximadamente 1,3 a 3,4
anos para um sistema de três chiller de absorção de simples efeito com base nos preços de
serviços públicos de uma planta de petróleo e gás localizada nos Emirados Árabes Unidos.
Os chillers de absorção de simples efeito que utilizam o par BrLi - H2O, que operam de
forma indireta, apresentam uma faixa de funcionamento do circuito de água quente que varia
entre 70 a 95°C. Esta faixa de temperatura pode ser considerada relativamente baixa, para o
acionamento de equipamentos de absorção, o que leva à utilização de alguma fonte que seja
capaz de aquecer água a estas temperaturas. Dai a importância da energia solar para o
acionamento destes equipamentos. Através de sistemas de aquecimento de água via energia
solar, podem ser atingidas temperaturas que variam entre 50 a 80°C, dependendo do tipo de
coletor e das condições climáticas da região em estudo. Esta forte ligação entre a refrigeração
por absorção e energia solar, é visualizada em vários trabalhos. IZQUIERDO et al. (2008)
estudaram o funcionamento de um chiller de absorção do tipo ar-frio (air-cooled) comercial
(Rotartica 045 v) de simples efeito usando o par BrLi - H2O. Este equipamento utiliza um
sistema resfriado a ar, sendo uma vantagem em função do tamanho e a facilidade de
instalação. Este sistema de pequeno porte (4,5 kW) pode operar com energia solar e a gás.
ROTARTICA aplica os princípios da absorção, mas numa unidade geradora rotativa, com
distintas câmaras a vácuo. O efeito de rotação melhora os processos de transferência de massa
e calor. O COP médio calculado foi de 0,49 para o período de analise do sistema. Por outro
lado, MARC et al. (2010) realizaram um estudo experimental numa planta piloto de
refrigeração por absorção usando energia solar como única fonte de acionamento. O trabalho
foi dividido em duas partes, primeiro a determinação dos limites de operação trabalhando em
condições climáticas tropicais e a segunda a análise dos parâmetros experimentais do sistema.
O COP térmico calculado variou entre valores de 0,3 e 0,4, e o COP elétrico entre valores de
1,33 e 1,65, o qual representou a vantagem principal do sistema, já que o COP térmico for
menor que o fornecido pelos sistemas de refrigeração por compressão mecânica. Da mesma
forma, OLIVIER et al. (2010) realizaram um estudo teórico – experimental de um sistema de
refrigeração por absorção usando a energia solar como fonte motora, estimando a influencia
dos parâmetros externos como; irradiação solar, e temperatura ambiente. O estudo foi
35

realizado em duas partes, a primeira a modelagem dinâmica do sistema considerando o


sistema de coletores solares, o reservatório de água quente, o chiller de absorção de simples
efeito, torre de resfriamento e o acumulador de água gelada. A segunda parte foi dedicada à
análise experimental do sistema instalado no instituto de tecnologia da Universidade St.
Pierre. O resultado mais importante foi a verificação da modelagem com os resultados
experimentais, já que este modelo permitiu uma excelente estimativa do comportamento do
sistema solar como fonte de energia acionadora do chiller de absorção, já que os erros foram
menores ao 4%.
Direcionando a análise às condições climáticas da região em função do equipamento de
refrigeração, VENEGAS et al. (2010) estudaram a influência dos parâmetros climáticos no
comportamento de um sistema de refrigeração por absorção localizado na Universidade
Carlos III de Madri na Espanha, usando a energia solar como fonte de acionamento, não
havendo outra fonte secundaria de insumo para a operação do sistema. As variáveis estudadas
foram a temperatura ambiente, umidade relativa do ar, velocidade, direção do vento e
irradiação solar, sendo este ultimo o que mostrou maior influencia na performance do chiller.
O SCOP e CE foram fortemente influenciados pela irradiação, magnitude e direção da
velocidade do vento, enquanto que o tresf foi fortemente influenciado pela irradiação e
temperatura ambiente. Na mesma linha de trabalho, e visando a utilização de um chiller de
médio porte, (duplo efeito com capacidade de 132 kW), assim como a utilização da energia
solar em Sevilla, onde a irradiação no período do verão, pode variar entre valores de 5,5 e 7,5
kW-hr/m2-dia, que pode ser utilizada como fonte de energia primaria para gerar produtos
energéticos, sejam de energia elétrica como de energia térmica, BERMEJO et al. (2010)
estudaram o comportamento de um sistema de refrigeração por absorção, acionado por
energia solar e um sistema de queima de gás como fonte secundaria. A vantagem principal
deste sistema foi a utilização da energia solar em horas mais quentes, fornecendo 75% da
energia total utilizada no ano, para a produção de água gelada para o processo de
climatização, e só 25% da energia proveniente da queima do gás natural. Foi verificado que a
manutenção dos vidros dos coletores (limpeza) é determinante para aumentar a eficiência do
chiller de absorção, devido à maior fração solar absorvida pelo sistema.
Outra ferramenta comercial utilizada para analisar sistemas energéticos em regime
transitório que utilizam energia solar como fonte de energia é a plataforma computacional
(TRNSYS). Este programa permite a simulação de sistemas de refrigeração por absorção, e
portanto, verificar a viabilidade técnica destes equipamentos. TSOUTSOS et al. (2010)
simularam um sistema de refrigeração e aquecimento usando a energia solar como fonte
primaria para sua operação. Esta análise verificou a viabilidade técnica e econômica do
sistema global, de um hospital localizado na Grécia. Foram otimizados vários parâmetros do
sistema para atingir melhores valores de COP, e economias para o hospital em referência ao
sistema de refrigeração e aquecimento. Esta análise permitiu verificar que o sistema de
refrigeração por absorção utilizando energia solar seria o substituto do sistema convencional
mecânico em operação, para diminuir os custos de consumo de energia elétrica e, portanto, a
redução de emissão de dióxido de carbono ao ambiente. Utilizando a mesma plataforma
computacional, e visando a energia solar como fonte de energia, MONNÉ et al. (2011)
realizaram um monitoramento e simulação numérica de um sistema de refrigeração por
36

absorção, com o objetivo de medir o comportamento para varias condições de operação. Na


análise foram encontrados dados que levaram à implementação de outro sistema de rejeição
do calor do chiller, para melhorar o COP do sistema. Foi selecionada a utilização de um
reservatório geotérmico devido à disponibilidade do mesmo nas proximidade da instalação.
Para as condições simuladas e testadas experimentalmente, o rendimento do COP foi de
aproximadamente de 0,6 sendo fortemente influenciado com a temperatura do ambiente
devido à troca de calor do chiller, absorvedor e condensador, com o ambiente, elevando a
temperatura da água gelada, diminuindo o COP do sistema. Este sistema composto por um
reservatório de água de 25 m2, com temperatura constante, aproximadamente de 17 ºC, que
troca calor com a água fria do chiller de absorção, permitindo que esta troca de calor seja
mais eficiente e, portanto aumentando assim o COP do sistema em um 42 %, ou seja, com
esta modificação o COP forneceu um valor de 0,72.
Em todo sistema térmico, o aproveitamento energético de forma eficiente é um objetivo
que tem sido procurado durante muitos anos. Para isto, metodologias matemáticas são
utilizadas para relacionar variáveis dentro de funções objetivos, que permitam encontrar
valores mínimos de insumos e máximos de produtos. Dentro deste contexto, a otimização
joga um papel importante na busca de funções que direcionem a um melhor desempenho
energético. VARGAS et al. (2009) realizaram a modelagem, simulação e otimização de um
sistema de refrigeração e aquecimento por absorção usando energia de combustível e/ou solar
em regime permanente e transitório considerando varias condições de operação. Este modelo
foi baseado no balanço de energia e massa, introduzindo um modelo parametrizado, com o
objetivo de minimizar as flutuações de tempo do sistema e maximizar a exergia da irradiação
solar e/ou outra fonte ao sistema. Para processos de otimização de sistemas energéticos, a
segunda lei da termodinâmica é utilizada como base, para encontrar os pontos de maior
destruição de exergia, por exemplo, MYAT et al. (2011) realizaram uma análise exergética de
um sistema de refrigeração por absorção em regime transitório, considerando os coeficientes
convectivos médios no processo de absorção. A ideia principal foi a criação de um modelo
numérico mediante a primeira e segunda lei da termodinâmica, com o objetivo de medir o
desempenho de parâmetros como concentração da solução de BrLi - H2O, e pressão de vapor.
Além disso, foi implementada uma ferramenta de otimização utilizando algoritmo genético
para localizar os valores mínimos do domínio da função objetivo, neste caso a fonte de calor e
temperatura do circuito frio do sistema de refrigeração. Esta ferramenta de otimização
permitiu a maximização do COP através da minimização da geração de entropia do sistema de
absorção. Foi verificado que a dissipação interna de calor no gerador minimiza as perdas de
exergia do sistema aumentando assim o desempenho do chiller (COP).
Devido à complexidade do fenômeno de absorção, a mistura dos fluidos (BrLi - H2O), e
em especial aos problemas de cristalização da solução, é necessário a introdução de comandos
de controles que possam atuar, segundo as condições e limitações colocadas no sistema, para
o correto funcionamento do equipamento. Este sistema de controle permite verificar em
tempo real as operações do equipamento através da medição de parâmetros como temperatura
e pressão, levando o sistema a reagir às perturbações ocasionadas desde a partida do sistema,
durante a operação e na parada do mesmo. Em termos de pesquisas nesta área, podem-se citar
alguns trabalhos relacionados, como por exemplo, a proposta de LIAO e RADERMACHER
37

(2007) de uma estratégia de controle sobre a cristalização em chiller de absorção resfriado por
ar. Aplicando esta estratégia para evitar a cristalização e fazendo o acoplamento do chiller de
absorção a um sistema integral de cogeração (produção energia elétrica e térmica). Para a
simulação do funcionamento do procedimento, foi usado o programa computacional EES,
sobre um chiller de 63 kW de capacidade usando BrLi – H2O com resfriamento por ar. A
estratégia de controle proposta foi de aumentar a temperatura do chiller para evitar problemas
de cristalização quando a temperatura do ambiente seja muito elevada, e, diminuir a
temperatura de entrada de escape, assumindo que a taxa de fluxo constante, para evitar a
cristalização, mas a capacidade de resfriamento e o COP do chiller serão comprometidos
consequentemente. Na mesma temática, SEO et al. (2012) realizaram um estudo sobre o
controle do nível da solução no gerador para sistemas de absorção, com o objetivo de manter
constante a temperatura do gerador. O trabalho analisa os principais fatores que influenciam
na variação da massa de solução que entra no gerador. A pesquisa envolveu aspectos
relacionados ao inversor da bomba da solução. Este trabalho propus um algoritmo de controle
que permitiu obter um alto desempenho no chiller de absorção. A proposta foi vinculada à
modificação dos valores máximos e mínimos do controle proposto por Sanyo, para assim
diminuir os desligamentos e ligamentos da bomba. Esta melhoria foi baseada na substituição
no nível normal, por dois que representaram um nível normal máximo e outro normal
mínimo, sendo obtido através da incorporação de um ganho no sistema de controle, por meio
do erro verificado. A melhoria proposta permitiu manter constante o nível de solução no
gerador para assim atingir um melhor desempenho do equipamento.
Para o análise destes equipamentos comerciais, são necessários conhecimentos
específicos como, dados de operação e comportamento, surge a metodologia de analisar este
tipo de equipamentos comerciais, por meio da equação característica. PUIG et al. (2010)
realizaram um estudo sobre métodos de aproximação do comportamento de chiller de simples
e duplo efeito mediante regressões multilineares utilizando dados experimentais e/ou do
fabricante. Foram realizadas comparações entre duas aproximações analisadas, a primeira por
(HELLMANN et al., 1998), fundamentada em balanços de energia, correlações de
transmissão de calor e massa, e uma segunda por (KUNH & ZIEGLER, 2005), fundamentada
em métodos de equações características, nas quais, os autores definem funções arbitrários de
temperatura para desenvolver a regressões multilineares dos dados. Os resultados mostraram
que na primeira aproximação e resolvendo o sistema de equações segundo (HELLMANN et
al., 1998), forneceram valores com desvios entre 15 a 20%. Para a segunda aproximação,
pode-se perceber que os resultados foram favoráveis, já que não foi necessário da seleção de
pontos para a resolução das equações, fornecendo erros ao 10%. Com isto, determino-se que a
segunda aproximação adapta-se melhor aos comportamentos de chiller de absorção. No
mesmo contexto, GUTIERREZ-URUETA et al. (2011) realizaram uma extensão da
metodologia proposta por HELLMANN et al. (1998), para prever o comportamento de
chillers de simples efeitos e bombas de calor através de equações algébricas simples. Esta
extensão foi baseada na característica da diferença de temperatura. O resultado mais
ressaltante desta extensão foi a melhoria do ajuste da curva de desempenho para sistemas de
absorção de simples efeito, através da inclusão do efeito de sub-resfriamento, assim como o
efeito da massa não evaporada no sistema.
38

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Sistemas de refrigeração por absorção

Os sistemas de refrigeração por absorção são essencialmente plantas de compressão de


vapor, Figura 3.1a, onde a potência do compressor é representada por uma unidade térmica,
composta pelo absorvedor, bomba, trocador de calor, válvula de expansão e o gerador, como
visualizada na Figura 3.1b. A capacidade de resfriamento destes sistemas funciona tanto
através da queima de um combustível (o gás natural) como de rejeitos de calor de outros
sistemas térmicos (sistemas de cogeração) o qual representa a sua vantagem principal,
(BERECHE, 2007). Além disso, a energia elétrica consumida é muito pequena devido às
bombas de circulação dos fluidos. Existem numerosas fontes de calor para operar os sistemas
de absorção, entre as principais destacam-se; gases rejeitados por processos de combustão em
turbinas e/ou motores de combustão interna, calor indireto de caldeiras, vapor residual de
diferentes processos, fluidos quentes, energia solar, etc. Os sistemas de absorção usam dois
fluidos de trabalho, o primeiro como solução absorvedora (Sais como BrLi, gel) e o segundo
como refrigerante (geralmente água ou amônia). O bom funcionamento do sistema de
absorção depende da correta combinação desses fluidos de trabalho (SILVA, 1994).

Figura 3.1. a) Chiller de compressão. b) Chiller de Absorção.

Fonte: Dias, 2005; Miller e Miller, 2008.

3.2. Componentes básicos de um sistema de absorção

O sistema de absorção consta principalmente de gerador, condensador, trocador de


calor, válvula de expansão e redução, bombas, absorvedor e evaporador. Assim como é
mostrado na Figura 3.2.

3.2.1. Funcionamento do sistema de refrigeração por absorção

O ciclo de funcionamento por absorção é semelhante ao ciclo de refrigeração por


compressão. A diferença fundamental esta no processo de compressão, substituído pela
39

unidade térmica (gerador, trocador de calor da solução e o absorvedor), representado pelo


processo 1-2-3-6-7-8-9-10 na Figura 3.2. O ciclo começa com a saída do refrigerante do
evaporador (Estado 6), entrando na câmara absorvedora (absorvedor), onde o refrigerante
entra em contato com outro fluido, reagindo uma mistura de solvente e refrigerante, e
formando uma solução com alta concentração de refrigerante (Estado 9). O processo 9-10
ocorre um aumento de energia na solução através de uma bomba aumentando a pressão e
temperatura da solução. No Estado 1 a solução é conduzida para a câmara geradora (gerador),
onde o refrigerante é separado da solução, processo este conhecido como dessorção. Este
processo é possível devido ao fornecimento de energia térmica (Qg) à solução. Nesse processo
a maior parte do refrigerante é vaporizado, restando uma solução pobre ou com pequena
concentração de refrigerante (Estado 2), a qual é encaminhada ao absorvedor por meio da
redução de pressão na válvula redutora de pressão (processo 7-8). Geralmente usa-se um
trocador de calor entre o gerador e absorvedor com a finalidade de melhorar o COP
(coeficiente de desempenho) do ciclo por absorção. A transmissão de calor ocorre entre o
fluido quente que sai do gerador e o fluido frio que sai do absorvedor para o gerador
(processos 10-1 e 2-7). Na saída do gerador (Estado 3) o refrigerante é liberado com alta
temperatura e pressão, entrando no condensador, no qual, o vapor do refrigerante, perde calor
(Qcd) no trocador, sendo então condensado (Estado 4). Seguidamente ocorre uma redução de
pressão e temperatura (Estado 5), através da válvula de expansão. Depois de uma queda
brusca de pressão, o refrigerante se dirige ao evaporador na forma de vapor e outra parte
líquida. No evaporador ocorre troca de calor (Qev), saindo refrigerante em forma de vapor
saturado para o absorvedor (Estado 6). Seguidamente, o refrigerante, em forma de vapor
entra no absorvedor, no qual, ocorre basicamente a transferência de calor (Qabs) e a
transferência de massa. Finalmente o ciclo começa novamente com a saída da solução do
evaporador (Estado 6).

Figura 3.2. Ciclo básico de um sistema de refrigeração por absorção.

Fonte: HEROLD et al., 1996.


40

3.3. Sistema de absorção de simples efeito

Os sistemas de absorção de simples efeito são sistemas que possuem um estagio de


aquecimento do fluido de trabalho. Esse estagio é constituído pelos trocadores de calor:
absorvedor, condensador, trocador de calor da solução, gerador e o evaporador; as unidades
redutoras de pressão e as bombas de circulação dos fluidos. No funcionamento deste sistema,
calor é fornecido ao gerador (entrada de energia) e ao evaporador (remoção de energia para o
resfriamento). No condensador e absorvedor calor é removido do sistema. O coeficiente de
desempenho é definido como a fração entre a energia removida para o resfriamento (calor
removido no evaporador) e a energia fornecida ao sistema de absorção (energia do gerador)
(HEROLD et al., 1996), expresso na seguinte forma:

(3.1)

O comportamento do ciclo de refrigeração por absorção de simples efeito NH3 – H2O é


semelhante ao sistema BrLi - H2O. O sistema NH3 - H2O, que usa um absorvente volátil
(água), precisa de um componente adicional chamado retificador, devido a que o vapor gerado
na câmara geradora (gerador) possui certa quantidade de água, a qual é prejudicial ao
funcionamento global do sistema (BERECHE, 2007).

3.4. Chiller de absorção de simples efeito de BrLi - H2O

No sistema de refrigeração por absorção de BrLi - H2O o calor entra no sistema através
do gerador (energia subministrada ao chiller) e no evaporador (onde é removido calor para o
resfriamento da água gelada do chiller, processo 5-6), como é mostrado na Figura 3.3.

Figura 3.3. Sistema de refrigeração por absorção de simples efeito BrLi – H2O com queima direita de gás
natural.

Fonte: BERECHE, 2007.


41

No condensador e no absorvedor, o calor é retirado pela circulação do fluxo de água


fornecido pela torre de resfriamento. No condensador, o refrigerante entra em forma de vapor
(Estado 2) e é condensado, liberando calor que será transferido à água de resfriamento. O
refrigerante sai do condensador como líquido saturado (Estado 3) e depois é expandido no
mesmo dispositivo. O refrigerante a baixa pressão (Estado 4) ingressa no evaporador, onde
absorve calor do meio a resfriar (neste caso a água gelada a qual é usada para o
acondicionamento do ar). Na saída do evaporador (Estado 1), o refrigerante a baixa pressão e
temperatura (em fase vapor), entra no absorvedor onde é absorvido pela solução concentrada
de BrLi (Estado 20). No processo de absorção, o refrigerante é condensado liberando calor,
devido à mudança de fase e do próprio processo absortivo. Para remover o calor gerado nestes
processos, um fluxo de água de resfriamento (Estado 7), procedente da torre de resfriamento,
circula na seção do absorvedor. Este fluxo é necessário para manter o controle da pressão, de
temperatura e da concentração. Na saída do absorvedor (Estado 21) tem-se a solução diluída,
devido ao aumento da quantidade de refrigerante no processo de absorção. Esta solução
diluída é bombeada até o gerador (Estado 23), passando pelo trocador de calor de solução
onde é pré-aquecida (processo 22-23). O objetivo deste pré-aquecimento é a redução de calor
necessário no gerador. No gerador é adicionado calor de alimentação que neste caso são gases
da combustão. O calor evapora o refrigerante da solução BrLi até atingir as pressão,
temperatura e concentração de saturação (Estado 24). O refrigerante a altas pressão e
temperatura escoa para o condensador (Estado 2), fechando o ciclo do refrigerante. No Estado
24, a solução concentrada (devido à evaporação do refrigerante) passa pelo trocador de calor
de solução onde é pré-resfriada. Depois de passar pelo trocador (Estado 25), a solução
concentrada é expandida, onde a pressão é reduzida (Estado 26). Nesse processo parte do
refrigerante na solução passa para a fase vapor (BERECHE, 2007).
O coeficiente de desempenho (COP) para o ciclo de simples efeito com o par BrLi -
H2O, segundo a literatura (BEJAN et al., 1995; HEROLD et al., 1996; BERECHE, 2007) está
na faixa de 0,6 a 0,7. Os fabricantes destes equipamentos apresentam também valores de COP
próximos desse intervalo. Por exemplo a YAZAKI, que apresenta COP igual a 0,71, e os
fabricantes EAW, PHOENIX e ROTARTICA que apresentam valores de COP iguais a 0,7
para sistemas de simples efeito BrLi – H2O (KIM e INFANTE-FERREIRA, 2006).

3.5. Chiller de absorção de duplo efeito de BrLi - H2O

O sistema de refrigeração de duplo efeito possui duas etapas de geração para separar o
refrigerante da solução absorvente. A temperatura de entrada da fonte de calor ocorre com um
valor mais elevado que o sistema de simples efeito, assim como um maior valor do COP,
devido a que este sistema é capaz de utilizar a maior disponibilidade exergética oferecida pela
troca de calor a uma maior temperatura. Segundo a literatura consultada (BEJAN et al., 1995;
HEROLD et al., 1996; BERECHE, 2007), o COP para estes sistemas varia entre 1,0 e 1,2,
esta é a razão de ser mais competitivos que os sistemas de simples estagio.
Sistemas de refrigeração por absorção de duplo efeito no Brasil estão disponíveis
comercialmente pelas empresas THERMAX e BROAD através de seus representantes:
Thermax do Brasil e TUMA/BROAD (TUMA/BROAD, 2006). Outros fabricantes
42

internacionais que oferecem sistemas de duplo efeito são a YAZAKI e a YORK. A YAZAKI
apresenta valores do COP entre 0,5 – 1,2 e a York um valor de 1,02 para equipamentos de
queima direita (ENERGY TECH PRO, 2004; YAZAKI, 2003)
Os sistemas de duplo efeito apresentam duas opções básicas referentes à instalação do
circuito da solução, fluxo em paralelo e em série, dependendo do fabricante do equipamento.
A Figura 3.4 é um exemplo de uma possível configuração para o sistema de duplo efeito com
queima direita de gás natural e com fluxo em paralelo. Nestes sistemas o calor entra no
gerador de alta (energia fornecida ao sistema) e no evaporador onde é removido calor para o
resfriamento da água gelada do chiller (Processo 27-28).
No condensador e no absorvedor o calor e retirado pela circulação do fluxo de água
fornecido pela torre de resfriamento. No condensador, o refrigerante entra em forma de vapor
procedente do gerador de baixa e condensador de alta (Estado 19 e 7), então é condensado,
liberando calor que será transferido para a água de resfriamento (Estado 25). O refrigerante
sai em forma de liquido saturado (Estado 8) e é expandido no próprio dispositivo. O
refrigerante a baixa pressão (Estado 9) entra no evaporador, onde absorve calor do meio a
resfriar (neste caso a água gelada a qual é usada para o acondicionamento do ar).
Seguidamente o refrigerante, a baixas pressão e temperatura (Estado 10), dirige-se ao
absorvedor, onde é absorvido pela solução concentrada de BrLi (Estado 6). O refrigerante que
foi absorvido, condensa liberando calor devido à mudança de fase e do processo de absorção.
O calor liberado no processo de absorção, é regulado pelo fluxo de água de resfriamento que
circula na seção do absorvedor (Estado 23).

Figura 3.4. Sistema de refrigeração por absorção de duplo efeito BrLi – H2O.

Fonte: BERECHE, 2007.

Na saída do absorvedor a solução está diluída (Estado 1), devido à absorção de


refrigerante, esta solução é bombeada até o gerador de baixa e o condensador de alta (Estado
3), passando, primeiramente, pelo trocador de calor da solução com o objetivo de pré-
aquecimento, para reduzir o calor necessário no gerador. Na saída do primeiro trocador de
calor da solução uma fração da solução entra no gerador de baixa e o condensador de alta
43

(Estado 3) e a outra fração da solução (Estado 11) é bombeada até o gerador de alta (Estado
13), passando antes pelo segundo trocador de calor da solução.
No gerador de alta é adicionado energia (calor de entrada fornecido pela combustão do
gás natural). O calor evapora o refrigerante da solução BrLi - H2O até alcançar a temperatura
e concentração de saturação (Estado 14) à pressão de alta (gerador de alta). O refrigerante em
forma de vapor a altas pressão e temperatura (Estado 17) escoa para o gerador de baixa e o
condensador de alta, onde cede calor. Posteriormente, o refrigerante sai como liquido saturado
do gerador de baixa e o condensador de alta (Estado 18), expandindo-se e entra no
condensador (Estado 19) em forma de mistura de fases, fechando o ciclo do refrigerante que
foi ao gerador de alta.
O calor entregue no gerador de baixa e o condensador de alta evapora o refrigerante da
solução do BrLi que entrou no trocador da solução 1 (Estado 3), até alcançar a temperatura e a
concentração de saturação (Estado 4) à pressão media (gerador de baixa). Este refrigerante
que foi evaporado (à pressão e temperatura média) segue para o condensador (Estado 7),
fechando o ciclo do refrigerante que entrou no gerador de baixa. Na saída do gerador de alta
(Estado 14), a solução concentrada (uma vez que parte do refrigerante foi evaporada) passa
pelo segundo trocador de calor de solução, e é pré-resfriada. Na saída do segundo trocador
(Estado 15), a solução concentrada se expande, e sua pressão é reduzida (Estado 16). Nesse
processo uma fração do refrigerante na solução se transforma em vapor. Esta solução se
mistura com a solução concentrada que sai do gerador de baixa (Estado 4), passando pelo
primeiro trocador de calor de solução, e é pré-resfriada novamente. Na saída do trocador de
calor da solução (Estado 5), a solução concentrada é expandida novamente e reduzida (Estado
6). Finalmente a solução entra no absorvedor, fechando o ciclo da solução.

3.6. Ciclo de triplo efeito de BrLi - H2O

O ciclo de triplo efeito implica de modo inerente temperaturas mais altas. (KIM e
INFANTE-FERREIRA, 2006). A temperatura no gerador de alta pressão excede os 200°C.
Temperaturas elevadas causam significativos aumentos na taxa de corrosão dos materiais de
construção tradicionais. Portanto, o desenvolvimento deste sistema é focalizado na solução e
prevenção de problemas de corrosão. Esta tecnologia está sendo desenvolvida atualmente por
vários fabricantes. A Figura 3.5 mostra-se um sistema de triplo efeito de BrLi - H2O. Pode-se
considerar este sistema como uma expansão do sistema de duplo efeito, ou seja, um
dispositivo de quatros níveis de pressão.
O ciclo mostrado na Figura 3.5 compreende dois processos internos de troca de calor
entre um condensador e um gerador. Neste sistema o calor é usado em três diferentes
unidades geradoras para gerar vapor, também conhecido como sistema de três estágios. A
variação deste sistema é que requer um gerador e um trocador de calor da solução adicional
para o maior nível de temperatura, além da integração do condensador de alta temperatura ao
gerador de maior temperatura do ciclo. Os valores do COP para este tipo de sistema variam
entre 1,4 a 1,5 com valores de temperatura de entrada do fluído quente entre 200 e 230 ºC.
44

Figura 3.5. Sistema de refrigeração por absorção de triplo efeito BrLi – H2O.

Fonte: HEROLD et al., 1996.

3.7. Vantagens e desvantagens dos ciclos de absorção

Vantagens:
• Reduzem o consumo de eletricidade;
• Utilizam calor rejeito de outros processos, ou seja, permite o uso de cogeração;
• Funcionamento livre de vibração;
• Têm alta confiabilidade;
• Eliminam o uso de refrigerante dos tipo CFC e HCFC.

Desvantagens:
• O COP é relativamente baixo comparado com os ciclos de refrigeração por
compressão de vapor;
• Os chillers de absorção são maiores e mais pesados que os chillers de compressão
a vapor da mesma capacidade (BERECHE, 2007);
• Os chillers de absorção precisam torres de resfriamento com capacidades maiores
(aproximadamente 1/3 maior) que as utilizadas nos sistemas de compressão
(BERECHE, 2007);
• O custo inicial do equipamento é relativamente caro;
• A utilização de água como refrigerante em sistemas de BrLi - H2O limita a
temperatura do refrigerante que é entregue no absorvedor a temperaturas maiores
do que 0°C (ponto de congelamento da água). Para temperaturas menores ao ponto
de congelamento da água, deve-se usar o ciclo de refrigeração por absorção NH3 -
água, (BERECHE, 2007).

3.8. Problemas de cristalização da solução de brometo de lítio (BrLi)

Uns dos principais problemas no uso de sistemas de refrigeração por absorção quando
se utiliza a solução de BrLi – H2O é a cristalização da solução para concentrações altas. O
45

problema da cristalização ocorre devido à baixa temperatura e a concentração do sal, neste


caso o BrLi, originando bloqueio nas tubulações. Tal bloqueio pode levar a uma interrupção
no funcionamento do sistema. A composição do sal (BrLi) tende a se precipitar quando a
fração mássica excede seu ponto máximo de solubilidade. Este ponto máximo de solubilidade
é função da fração mássica e da temperatura. O processo de precipitação de cristais de BrLi
pode ser observado para uma mistura de solução a 100ºC aproximadamente a 70% de
concentração da solução. A formação de cristais de sal é muito sensível à presença de pontos
de nucleação, ou seja, ocorre mais rapidamente onde já existem estes cristais. Sem a presença
de pontos de nucleação, a supersaturação acontecerá no Estado onde a concentração estiver
próximo do limite de solubilidade, (HEROLD et al., 1996). A Figura 3.6 mostra o diagrama
para a solução de BrLi -H2O. A curva de cristalização está representada na parte inferior
direita. Qualquer queda brusca de pressão na região de cristalização poder ocasionar uma
solidificação da solução salina. O ponto mais crítico onde pode ocorrer esta cristalização
encontra-se entre o gerador e o absorvedor, circuito onde a solução está mais concentrada
(Solução forte). O efeito da cristalização indica a formação de uma lama, obstruindo o
funcionamento do equipamento e levando-o à paralisação total do sistema.

Figura 3.6. Diagrama da solução de brometo de lítio para diferentes temperaturas e concentrações.

Fonte: OCHOA, 2010.

Os sistemas de absorção podem operar anos sem ter problemas de cristalização, já que
foram projetados para evitá-la ao máximo. A lama formada pelo processo de cristalização é
úmida, e com certa viscosidade. Por este motivo, o principal procedimento para solucionar a
cristalização é aumentar a temperatura na mesma proporção a qual cristaliza, até o nível no
qual a viscosidade é reduzida ao máximo e o sistema de bombeamento possa circular a
solução, e portanto, ser facilmente diluída usando água no evaporador (HEROLD et al.,
1996). Além disto, LIAO e RADERMACHER (2007) desenvolveram uma estratégia de
procedimentos para evitar e solucionar a cristalização.
46

3.9. Corrosão e compatibilidade de materiais

Em presença de oxigênio dissolvido, a solução BrLi é altamente corrosiva para vários


tipos de metais como o aço e cobre. Porém, nos equipamentos de absorção, devido à
disposição hermética, a quantidade de oxigênio que pode reagir com a solução de BrLi é
pequena, permitindo uma taxa menor de corrosão que outras soluções. Para intervalos de
temperaturas de chiller de absorção de simples efeito, o aço carbono e cobre são os materiais
de construção ideais. Ao longo da vida dos sistemas de absorção, a taxa de corrosão poder ser
significativa e ocasionar problemas no funcionamento do sistema. Para isto, há duas formas
para diminuir estes efeitos: o primeiro é o controle de PH que representa uma grandeza físico-
química “potencial hidrogeniônico”. Tal indice indica a acidez (PH < 7), neutralidade (PH =
7) ou alcalinidade (PH > 7) de uma solução líquida e um segundo efeito são os inibidores de
corrosão (HEROLD et al., 1996)
O controle de PH em sistemas de absorção pode ser alcançado através da adição de
pequenas quantidades de acido bromídrico (HBr) para atingir o nível neutro de PH da solução.
O uso destes produtos não altera as propriedades térmicas da solução, já que eles estão
presentes na solução. Os inibidores corrosivos proporcionam uma diminuição adicional na
taxa de corrosão do sistema. Estes aditivos diminuem a taxa de corrosão reagindo com a
superfície do material formando uma camada de óxido relativamente estável, limitando o
processo de corrosão. Entres os principais aditivos temos; cromato de lítio que tem limitado
seu uso devido à sua toxidade para plantas e peixes, molibidato de lítio que é menos efetivo,
mas ainda assim adequado para evitar a corrosão e nitrato de lítio (HEROLD et al., 1996).

3.10. Tipos de aplicações usando o chiller de absorção BrLi – H2O

3.10.1. Cogeração

Por definição, a cogeraçao é a conversão de diferentes tecnologias de energias e sua


integração para gerar energia elétrica e térmica. Desta forma, a integração de máquinas de
absorção com outros sistemas ou equipamentos energéticos pode levar ao aumento do
funcionamneto do sistema. A única consideração a respeitar para qualquer integração deste
tipo, é que a temperatura do calor disponível de um sistema deve estar dentro do intervalo de
temperatura da fonte de calor do sistema de absorção. Existem numerosas aplicações sobre
esta integração tais como; sistema turbina a gás e grupos geradores.

3.10.1.1. Turbina a gás

No caso do ciclo Brayton a gás, os produtos da combustão são utilizados depois de


serem expandidos na turbina, através de um recuperador de calor ou caldeira de recuperação,
trocando energia com água, como mostrada na Figura 3.7. Está água é aquecida até atingir
valores mínimos de operação para os sistemas de absorção. Estas temperaturas variam entre
65 ºC e 210 ºC dependendo do modelo do chiller.
47

Figura 3.7. Sistema de absorção usando cogeração através de uma turbina a gás.

Fonte: RUCKER, 2005.

3.10.1.2. Grupos geradores (motores de combustão interna)

Para os motores de combustão interna, o processo de recuperação de energia térmica é


similar às turbinas a gás, como mostrado na Figura 3.8. A diferença esta na temperatura e na
vazão dos gases de exaustão.

Figura 3.8. Sistema de absorção usando cogeração através de um grupo gerador.

3.10.2. Resfriamento utilizando energia solar

Os sistemas de absorção de BrLi - H2O têm sido viáveis para produzir frio, mediante a
obtenção de calor gerado em sistemas de coletores solares. O sistema de absorção solar é
conformado basicamente pelos coletores solares, um tanque de armazenamento de água,
bombas de circulação, o chiller de absorção e a torre de resfriamento. Em alguns casos
trocadores de calor são usados para o melhor aproveitamento da energia solar.
A eficiência destes sistemas é função principalmente da temperatura dos coletores
solares. O sistema funciona através do aquecimento da água que circula através dos coletores
sendo esta bombeada ou recirculada (processo de termosifão) do chiller de absorção para o
acionamento do chiller. Este sistema pode trabalhar usando diretamente a energia que recebe
dos coletores (ciclo aberto) ou através do armazenamento de energia no termoacumulador de
água quente (ciclo fechado). É importante lembrar que estes processos de recuperação de
energia podem fornecer ate 100% de energia, dependendo das condições climáticas e dos
48

componentes utilizados. Um dos sistemas mais utilizados é do tipo de alimentação direta com
reservatório, que são processos industriais que utilizam água quente ao invés de vapor e que
também são bastante adequados para o aquecimento via energia solar. Dependendo da faixa
de temperatura, o sistema solar pode suprir a maior parte da demanda energética para o
aquecimento. Nesses casos o sistema solar é utilizado para alimentar diretamente o processo
como mostrado na Figura 3.9. O reservatório térmico tem a função de assegurar o suprimento
de água quente durante os períodos de variação de demanda e de baixos índices de radiação.

Figura 3.9. Sistema aquecimento de água por energia solar.

Fonte: CRC, 2005.


49

4. MODELAGEM TERMODINÂMICA DO SISTEMA DE ABSORÇÃO DE SIMPLES


EFEITO

Neste capítulo mostra-se o desenvolvimento do modelo proposto para análise dinâmica de


um chiller de absorção de simples efeito com o par BrLi - H2O. Este modelo é baseado na
primeira lei da conservação da energia e de massa, considerando as equações constitutivas dos
componentes que formam parte do equipamento. O modelo visa a análise do comportamento dos
parâmetros externos e internos dos trocadores de calor, assim como o comportamento do COP ao
longo do processo transitório.
Neste contexto, pretende-se desenvolver um modelo que permita prever o comportamento
de funcionamento do chiller de absorção, através da comparação dos resultados do fabricantes
e/ou medidos com equipamento comercial, levando em consideração as propriedades
termodinâmicas variáveis ao longo do processo, assim como a atualização dos coeficientes
convectivos internos e externos dos trocadores de calor, segundo correlações encontradas na
literatura. Esta atualização dos coeficientes convectivos permitirá a determinação dos coeficientes
globais de transferência de calor dos trocadores para cada instante de tempo, verificando sua
influência no comportamento termodinâmico do chiller de absorção. Além disto, o modelo deve
ser capaz de se adequar a diferentes chillers de absorção de simples efeito, sempre que se
conheçam as características mínimas de operação do chiller.

4.1 Propriedades dos fluidos de trabalho

O funcionamento e a eficiência dos sistemas de absorção dependem das propriedades dos


fluidos de trabalho. Daí a importância da determinação das propriedades termodinâmicas
(entalpia, calor e volume especifico, e outras) que permitem a analise energética dos ciclos de
absorção. Os fluidos de trabalho utilizados para este tipo de chiller de absorção são o BrLi - H2O.
Além disto, as propriedades da água pura como fluido de trabalho nos ciclos de refrigeração
podem ser determinadas através tabelas termodinâmicas ou softwares como, por exemplo, o EES.
É importante selecionar um sistema de referência, para as propriedades, que permitam simular o
ciclo de absorção para diferentes temperaturas e pressões (OCHOA, 2011).

4.1.1. Solução BrLi – H2O

A vantagem principal do uso de BrLi é a sua capacidade não volátil, eliminando o uso de
retificadores nos ciclos de resfriamento. A vantagem do uso da água como refrigerante evita o
problema da cristalização para uma faixa de temperatura. A mistura de duas soluções em fases
diferentes (BrLi; como sólido em seu estado natural, e a água; em fase liquida), dificulta o estudo
da solução como uma substância simples. Por este motivo, estes componentes são tratados como
uma mistura de duas substâncias, à mesma pressão e temperatura, e diferentes concentrações. As
propriedades termodinâmicas das misturas são calculadas a partir das sustâncias simples e das
50

leis de misturas, além de equações de estado as quais levam em consideração a concentração dos
componentes das soluções. A consistência com os resultados experimentais fornecerá a
metodologia mais adequada à mistura. A relação das propriedades termodinâmicas das misturas é
bem conhecida na termodinâmica química há muito tempo por Gibbs (HEROLD et al., 1996).
Vários estudos termodinâmicos foram feitos tentando descrever as propriedades da solução
de brometo de lítio, e sua mistura com a água. O trabalho mais importante entre os estudos é
possivelmente o apresentado por MACNELLY (1979) (apud: KIM e INFANTE-FERREIRA,
2006). Aquele autor desenvolveu correlações numéricas para o cálculo da entalpia da solução
para uma ampla faixa de concentrações e temperaturas. KOHELER et al. (1988) (apud: KIM e
INFANTE-FERREIRA, 2006), apresentaram correlações numéricas para o cálculo da entropia da
solução BrLi - H2O. O estado de referência usado para a entropia de 0 kJ/kg para água liquida a
0°C, com valores de temperatura entre 0 – 100 ºC e de concentrações entre 0 – 70 %.
APHORNRATANA e EAMES (1995) apresentaram um método para o cálculo da entropia da
solução de BrLi – H2O, modificando os métodos de apresentados por KOHELER et al. (1988).
CHUA et al. (2000), aqueles autores realizaram um estudo, desenvolvendo correlações para o
cálculo da entalpia, entropia e calor especifico da solução BrLi - H2O. Os resultados foram
validados com dados experimentais e numéricos encontrados na literatura. O estudo foi realizado
para valores de temperatura entre 0 – 190 ºC e valores de concentração entre 40 – 65 %.
KAITA (2001) desenvolveu correlações numéricas devido à ausência de equações que
permitiam os cálculos das propriedades da solução de BrLi – H2O para valores elevados de
temperatura, para o estudo da modelagem e para a simulação de um sistema de resfriamento por
absorção de triplo efeito. As faixas de temperatura e concentração foram estabelecidas entre 40 –
210 ºC e 40 - 65%, respectivamente. Essas correlações facilitaram o projeto de equipamentos de
absorção de triplo efeito.
Um dos trabalhos mais importantes nesta década foi o realizado por KIM e INFANTE-
FERREIRA (2006), baseado no estudo da energia livre de Gibbs para soluções aquosas de
brometo de lítio, dentro de um intervalo de temperatura de 0 – 210 ºC, e concentração da solução
de brometo de lítio entre 0 – 70%, com um intervalo de pressão de equilíbrio entre 74 – 1 MPa.
Eles desenvolveram correlações numéricas completas que permitiram determinar as entalpias,
entropias, calores específicos para misturas de BrLi - H2O, com uma boa precisão quando
comparadas com resultados apresentados na literatura. Para a determinação do coeficiente
osmótico foram usados mais de 405 dados experimentais para a densidade e 487 dados de pressão
de vapor. Além disto, foi desenvolvida uma correlação para o cálculo da atividade da solução de
brometo de lítio e da água, fator primordial no cálculo da parcela de exergia química de qualquer
processo de absorção quando é usada esta solução. As equações para o cálculo do coeficiente
osmótico e de pressões de equilíbrio apresentaram variações padrões de 0,29 e 2,9 %
respectivamente com os dados encontrados na literatura, especificamente por MACNELLY
(1979) e KOHELER et al. (1988).
Neste modelo de refrigeração por absorção, foram consideradas as correlações apresentadas
por KIM e INFANTE-FERREIRA (2006), na determinação das propriedades da solução de BrLi
51

- H2O, por serem mais completas e apresentarem uma maior faixa de operação. O Apêndice 1
mostra, de forma completa, a implementação e comparação das propriedades desta solução.

4.1.2. Água pura

No caso das propriedades termodinâmicas da água pura, podem ser determinadas


correlações numéricas a partir das tabelas de vapor, para a simulação computacional do sistema.
Estas correlações podem ser estimadas através de ajustes de dados de pressão, temperatura,
entalpia e outras variáveis envolvidas no processo. Neste contexto, foi utilizada a esta
metodologia para o cálculo de correlações numéricas que permitisse a determinação das
propriedades da água de forma simples e precisa. Os dados utilizados foram extraídos da
literatura (ROGERS e MAYHEW, 1992). As propriedades analisadas foram calor específico,
condutividade, viscosidade dinâmica, pressão e temperatura de saturação, volume específico e
entalpia. Todas as correlações foram avaliadas a partir de quatro parâmetros estatísticos para sua
validação, entre eles, o coeficiente de correlação (r2), o Qui-quadrado reduzido (χ2), MBE ou erro
diferencial, e o RMSE ou erro quadrático significativo. As regressões foram realizadas
considerando dois procedimentos diferentes.
a) Na mistura ou saturação das propriedades termodinâmicas, utilizando um ajuste simples,
já que estes valores dependem da temperatura ou pressão, conjuntamente com o título da
substância. Ou seja, para o líquido saturado o titulo é igual a zero (x=0), e para vapor saturado o
titulo igual a um (x=1), pode-se determinar as propriedades. Para valores diferentes da saturação,
ou seja, diferentes de líquido ou vapor saturado, a determinação das propriedades é realizada
mediante a interpolação entre os limites de saturação.
b) No superaquecimento, as propriedades independentes para definir o estado são a
temperatura e a pressão. Foi necessário utilizar um ajuste polinomial múltiplo que permitisse a
combinação das duas propriedades. A análise de regressão foi realizada com a ajuda do Matlab.
Foram realizadas regressões não lineares para o cálculo dos coeficientes dos modelos para as
diferentes condições de temperatura e pressão.
O apêndice 1 mostra, de forma completa, a implementação e comparação das propriedades
da água pura utilizada no modelo de refrigeração por absorção.

4.2. Sistema de simples efeito

A modelagem do sistema de refrigeração por absorção de simples efeito utilizando o par


BrLi - H2O, mostrado na Figura 4.1, foi baseado na equação da primeira lei da termodinâmica,
utilizando o comportamento dinâmico através no balanço de massa, concentrações e energia ao
longo do ciclo termodinâmico. Este comportamento dinâmico ou transitório é regido pela
variação da formação de vapor no compressor térmico, especificamente no gerador, e calor
transferido nos trocadores de calor no compressor térmico (gerador – trocador da solução –
absorvedor). Este sistema, apresenta o estudo dos circuitos externos e internos de cada trocador
de calor do chiller, levando em consideração as temperaturas médias e temperaturas pontuais do
52

mesmo. A importância da análise dinâmica é a determinação do tempo de resposta do sistema e


seu comportamento às perturbações das cargas de energia que atuam em processos reais de
refrigeração por absorção.

Figura 4.1. Ciclo de absorção de simples efeito.

Na modelagem, os trocadores são considerados componentes térmicos que dissipam calor


entre os circuitos externos (água quente, fria e gelada) e o circuito interno, neste caso, o
refrigerante e a solução de BrLi - H2O.
Para realizar esta análise, foram incluídas hipóteses simplificadoras para desenvolver o
balanço energético do processo, as quais são:
a. A Temperatura, pressão e concentração são homogêneas dentro de cada componente
(MYAT et al., 2011);
b. Só há dois níveis de pressão, alta (gerador - condensador) e baixa (absorvedor -
evaporador) (HEROLD et al., 1996; MYAT et al., 2011);
c. A variação de pressão só acontece nas válvulas de expansão;
d. A temperatura da água fria que sai do absorvedor é igual à temperatura da água fria que
entra no condensador;
e. A potência da bomba da solução é desprezível;
f. A solução de BrLi - H2O que deixa o gerador e absorvedor está saturada (HEROLD et al.,
1996; KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008);
g. As trocas de calor com a vizinhança são desprezíveis;
h. As válvulas de expansão são consideradas adiabáticas;
53

i. O vapor produzido no evaporador é considerado saturado, portanto, não há


superaquecimento (SHIN et al., 2009; GOMRI, 2010);
j. As variações de energia cinética e potencial são desprezíveis;
k. O trocador de calor da solução apresenta eficiência constante.

4.3. Considerações sobre as hipóteses simplificadoras

A maioria das hipóteses simplificadoras adotadas no modelo são termicamente razoáveis e


estão bem definidas e verificadas na ampla literatura técnica (a, b, c, d, e, g, j, k, l). Estas
simplificações foram utilizadas para facilitar o desenvolvimento do modelo, mas, sem prejudicar
o comportamento real do sistema de absorção. Apesar disto, a consideração (i), é uma condição
crítica, já que para absorvedores bem dimensionado, a saída da solução fraca encontra-se em fase
sub-resfriada, para garantir o processo de refrigeração, (MYAT et al., 2011; EVOLA et al.,
2013). Porém, em análises e simulações de equipamentos comerciais, como no caso, do chiller
YAZAKI, não é possível verificar esta condição de forma experimental, através do medição de
parâmetros internos da solução do chiller, levando à simplificação mais próxima, ou seja,
considerar saturado este estado termodinâmico (HEROLD et al., 1996; KOHLENBACH e
ZIEGLER, 2008).
O compressor térmico composto do gerador, absorvedor e um trocador de calor, foi
modelado como três trocadores de calor, onde são consideradas duas concentrações de solução de
brometo de lítio: uma fraca ( ) e outra forte ( ); e quatro fluxos de massa, vapor do
gerador ( ), vapor do absorvedor ( ), e vazão fraca ( ) e vazão forte
( ) do gerador – absorvedor. A Figura 4.2 mostra o esquema do balanço de massa no
compressor térmico.

Figura 4.2. Esquema do compressor térmico do chiller de absorção de simples efeito.


54

Como é mostrado na Figura 4.2, os componentes foram modelados como trocadores de


calor que contem uma solução de BrLi, responsável pela absorção da água (vapor) para a
operação no chiller. O processo foi iniciado com o fornecimento de energia em forma de água
quente (sistema indireto) ou pela queima interna de combustível (sistema direto). À medida que
for fornecida a água quente, a temperatura da solução de BrLi ( ) aumenta, até que a pressão de
alta seja maior que a de saturação, iniciando a formação de vapor no gerador.
Esta massa de vapor ( ) atua como o refrigerante que circula pelo condensador,
liberando calor e condensando o vapor em água líquida ( ). Esta vazão de água
líquida ou condensada, se expande na válvula, mudando de fase devido ao resfriamento sendo
vaporizada no evaporador ( ). Parte desta vazão de mistura que entra do evaporador é retida
no interior devido ao processo transitório do sistema. O total de massa acumulada em cada
trocador de calor (gerador e absorvedor), é expresso como a massa total acumulada em função do
tempo, respectivamente, ( ).

4.3.1. Diferença média logarítmica de temperaturas dos trocadores de calor

A equação que determina o fluxo de calor devido entre o fluido frio e quente, definida pela
equação característica , é determinada em função da área de troca de calor, do
coeficiente global de transmissão de calor e da diferença média logarítmica da temperatura, a
qual é utilizada para o estudo do desempenho de trocadores de calor.
Em trocadores de calor as temperaturas dos fluidos quente e frio a diferença de temperatura
entre o fluido quente e frio ( ), varia com a posição do comprimento do
trocador, sendo maior para os escoamento em paralelo que para o escoamento contracorrente,
(INCROPERA et al., 2007; ÇENGEL, 2009). Por este motivo a diferença média logarítmica de
temperatura é comumente utilizada para as entradas e saídas dos fluidos frios e quentes do
trocador. Porém, segundo a literatura consultada para análise de trocadores de calor em sistemas
de refrigeração por absorção (MYAT et al., 2011; KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008), o termo
( ) da equação característica pode ser substituída por uma diferença de temperatura médias
entre os fluidos quente e frio ( ).
É importante lembrar que a dedução da equação característica de um trocador de calor
considera certas simplificações, como calores específicos e coeficientes convectivos constantes
ao longo do processo, os quais, podem variar em função da temperatura, e das mudanças das
propriedades dos fluidos. Desta forma, decidiu-se selecionar, através das considerações dos
trabalhos mencionados (MYAT et al., 2011; KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008), a diferença
média de temperatura, como a diferença entre os valores médios de temperatura do fluido frio e
quente. Esta simplificação pode ser considerada válida, já que a modelagem deste sistema de
refrigeração por absorção, de forma transiente concentrada, considera que a troca de calor entre
os circuitos de água (fria, quente e gelada) e a solução e /ou refrigerante, como uma função das
55

médias das temperaturas dos fluidos quentes e frios, coeficientes convectivos internos e externos,
e a área de troca de calor de cada componente do chiller de absorção, expresso como:

(4.1)

Para efeito da modelagem, esta parcela de calor da equação de energia foi definida como:

(4.2)

Para cada trocador de calor do chiller de absorção.

4.4. Modelagem matemática do chiller de absorção de simples efeito

4.4.1. Equações gerais de balanço do modelo

Balanço de Massa

Este balanço aplicado a todos componentes do chiller de absorção, foi objeto de estudo a
variação da massa acumulada ao longo do processo de absorção.

(4.3)

Balanço das espécies ou concentrações (sal – água)

Este balanço é aplicado exclusivamente ao gerador, do absorvedor e do trocador da


solução, que integram o compressor térmico e onde se encontra a solução de BrLi. Os subíndices
(x e y) referem-se às concentrações forte e fraca desta solução.

(4.4)

Balanço de Energia

O balanço de energia é aplicado para todos os volumes de controle, neste caso, os


trocadores de calor (gerador, absorvedor, condensador, evaporador e trocador de solução), como
uma equação que quantifica a variação de temperatura em cada volume estudado.

(4.5)
56

Para o processo específico de refrigeração por absorção, considera-se que a energia gerada
( ) é igual a zero, e as energias que entram e saem em função dos fluxos energéticos
expressos como:

(4.6)

4.4.1.1. Equações de balanço aplicadas ao gerador (ger)

Neste equipamento, mostrado na Figura 4.3, ocorre fornecimento de calor que pode ser de
maneira direta ou indireta (uso de cogeração). Este calor é transferido à solução de BrLi - H2O,
fazendo com que parte da água desta solução se torne vapor, fluindo pela tubulação. A outra parte
da solução com alta concentração de brometo de lítio (solução forte) escoa para o absorvedor.

Figura 4.3. Esquema representativo do gerador.

Balanço de Massa

(4.7)

No início do processo, a vazão de vapor é zero, já que a temperatura da solução deve atingir
a condição de saturação para a formação das primeiras bolhas de vapor no gerador.

Balanço das espécies

Este balanço está relacionado com os fluxos mássicos de solução de BrLi, visando as
concentrações de baixa e alta (Soluções fraca e forte) do processo.

(4.8)
57

Balanço de Energia

Como foi mencionado, os balanços de energia nos trocadores de calor são divididos em
duas partes: o circuito interno da solução e/ou refrigerante; e a água quente do circuito externo
que aciona o chiller de absorção.
O circuito de água quente foi modelado tomando a temperatura da água quente ( ),
sendo esta a média entre a entrada e saída da água quente.

(4.9)

sendo:
: Densidade da água [kg/m3];
: Calor específico da água [kJ/kg-K];
: Volume de controle do gerador, água quente [m3];
: Taxa de variação da temperatura média da água quente [°C/s];
: Vazão mássica do circuito de água quente [kg/s];
: Entalpia da água quente que entra do gerador [kJ/kg];
: Entalpia da água quente que sai do gerador [kJ/kg];
: Coeficiente global de transferência de calor do gerador por unidade de área [kW/K];
: Temperatura média da água quente no gerador [°C];
: Temperatura média da solução no gerador [°C];

Tomando a solução dentro do gerador como volume de controle, pode-se considerar que a
temperatura do gerador ( ), determinada pela média entre a solução fraca e forte, representa a
temperatura do processo transitório do gerador, e sendo considerada como a temperatura na saída
do gerador, ou seja, do vapor formado neste equipamento.

(4.10)

sendo:
: Massa da solução contida no gerador [kg];
: Calor específico da solução [kJ/kg-K];
: Taxa de variação da temperatura média da solução no gerador [°C/s];
: Vazão mássica da solução fraca [kg/s];
: Vazão mássica da solução forte [kg/s];
: Vazão mássica do vapor refrigerante [kg/s];
58

: Entalpia da solução fraca no gerador [kJ/kg];


: Entalpia da solução forte no gerador [kJ/kg];
: Entalpia do vapor refrigerante produzido no gerador [kJ/kg];

4.4.1.2. Equações de balanço aplicadas ao condensador (con)

No condensador, o vapor de água proveniente do gerador ( ) com elevada pressão,


cede calor à água de resfriamento, acontecendo à condensação do vapor ( ). O vapor que entra
do condensador sai em forma de liquido saturado, e escoa ao evaporador. A Figura 4.4 mostra um
esquema do condensador.

Balanço de massa

(4.11)

Figura 4.4. Esquema representativo do condensador.

Balanço de energia

O circuito de água fria foi modelado tomando a temperatura da água fria ( ), sendo esta
a média entre a entrada e saída da água fria.

(4.12)

sendo:
: Densidade da água [kg/m3];
: Calor específico da água [kJ/kg-K];
: Volume de controle do condensador, água fria [m3];
: Taxa de variação da temperatura média da água fria no condensador [°C/s];
: Vazão mássica do circuito de água fria [kg/s];
: Entalpia da água fria que entra do condensador [kJ/kg];
59

: Entalpia da água fria que sai do condensador [kJ/kg];


: Coeficiente global de transferência de calor do condensador por unidade de área
[kW/K];
: Temperatura média da água fria no condensador [°C];
: Temperatura média do refrigerante no condensador [°C];

Do lado do refrigerante, tem-se que:

(4.13)

sendo:
: Massa do refrigerante no condensador [kg];
: Calor específico do refrigerante [kJ/kg-K];
: Taxa de variação da temperatura média do refrigerante no condensador [°C/s];
: Entalpia do refrigerante condensado [kJ/kg];

4.4.1.3. Equações de balanço aplicadas ao evaporador (eva)

No evaporador o refrigerante (neste caso a água) depois de ser expandido na válvula de


expansão ( ), e sofrida uma forte queda de pressão, é enviado ao evaporador em forma de
mistura (vapor – liquido). Neste equipamento ocorrerá troca de calor com o circuito de água
gelada, saindo água para o absorvedor em forma de vapor saturado ( ). A Figura 4.5, mostra
um esquema representativo no evaporador do chiller de absorção.

Balanço de massa.

(4.14)

Figura 4.5. Esquema representativo do evaporador.


60

Balanço de energia

O circuito de água gelada foi modelado tomando a temperatura da água gelada ( ),


sendo esta a média entre a entrada e saída da água gelada.

(4.15)

sendo:
: Densidade da água [kg/m3];
: Calor específico da água [kJ/kg-K];
: Volume de controle do evaporador, água gelada [m3];
: Taxa de variação da temperatura média da água fria no evaporador [°C/s];
: Vazão mássica do circuito de água gelada [kg/s];
: Entalpia da água gelada que entra do evaporador [kJ/kg];
: Entalpia da água gelada que sai do evaporador [kJ/kg];
: Coeficiente global de transferência de calor do evaporador por unidade de área
[kW/K];
: Temperatura média da água fria no evaporador [°C];
: Temperatura média do refrigerante no evaporador [°C];

Do lado do refrigerante, tem-se que:

(4.16)

sendo:
: Massa do refrigerante no evaporador [kg];
: Calor específico do refrigerante [kJ/kg-K];
: Taxa de variação da temperatura média do refrigerante no evaporador [°C/s];
: Entalpia do refrigerante expandido na válvula [kJ/kg];
: Entalpia do vapor refrigerante saturado que sai no evaporador [kJ/kg];

4.4.1.4. Equações de balanço aplicadas ao absorvedor (abs)

O absorvedor tem como função principal reduzir a concentração de BrLi - H2O proveniente
do gerador, diluindo-a no vapor de refrigerante originado no evaporador. Neste equipamento
ocorrem dois processos simultâneos, a transferência de calor no trocador e a transferência de
massa para a solução a alta concentração de BrLi.
61

Na Figura 4.6 é mostrada a representação esquemática do absorvedor. O Processo neste


equipamento inicia, logo após, a formação de vapor no gerador do sistema.

Balanço de Massa

(4.17)

Figura 4.6. Esquema representativo do Absorvedor.

Balanço das espécies

Este balanço está relacionado com os fluxos mássicos de solução de brometo de lítio,
visando as concentrações de baixa e alta (Soluções fraca e forte) do processo.

(4.18)

Balanço de Energia

O circuito de água fria foi modelado tomando a temperatura da água fria ( ), como
sendo a média entre a entrada e saída da água fria.

(4.19)

sendo:
: Densidade da água [kg/m3];
: Calor específico da água [kJ/kg-K];
: Volume de controle do absorvedor, água fria [m3];
: Taxa de variação da temperatura média da água fria no absorvedor [°C/s];
62

: Vazão mássica do circuito de água fria [kg/s];


: Entalpia da água fria que entra do absorvedor [kJ/kg];
: Entalpia da água fria que sai do absorvedor [kJ/kg];
: Coeficiente global de transferência de calor do absorvedor por unidade de área
[kW/K];
: Temperatura média da água fria no absorvedor [°C];
: Temperatura média do refrigerante no absorvedor [°C];

Tomando como volume de controle a solução dentro do absorvedor, pode-se considerar que
a temperatura do gerador ( ), determinada pela média entre as soluções fraca e forte,
representa a temperatura do processo transitório do absorvedor.

(4.20)

sendo:
: Massa do refrigerante no absorvedor [kg];
: Calor específico da solução [kJ/kg-K];
: Taxa de variação da temperatura média da solução no absorvedor [°C/s];
: Entalpia do refrigerante condensado [kJ/kg];
: Entalpia da solução fraca no absorvedor [kJ/kg];
: Entalpia da solução forte no absorvedor [kJ/kg];

4.4.1.5. Equações de balanço aplicadas ao trocador de calor da solução (tcs)

O recuperador de calor da solução BrLi – H2O, mostrado na Figura 4.7 num desenho
esquemático, tem como finalidade o aproveitamento da energia térmica de fluxo da solução forte,
para aquecer o fluxo de solução fraca que retorna ao gerador, deixando-a numa temperatura
próxima da temperatura média da solução do gerador. Por outro lado, é necessário que a solução
forte entre no absorvedor mais fria, porque a absorção do refrigerante aumenta com a diminuição
da temperatura média.

Figura 4.7. Esquema representativo do trocador da solução BrLi – H2O.


63

Como parte simplificadora deste modelo, nas linhas das soluções forte e fraca, não há
acumulo de massa interna. Deste modo as vazões dos fluxos mássicos das soluções forte e fraca
são as mesmas, já que a única função é o aumento da temperatura de saída da solução fraca ( .

Solução Forte

(4.21)

sendo:
: Taxa de variação da temperatura da saída do trocador da solução linha forte [°C/s];
: Coeficiente global de transferência de calor do trocador da solução por unidade de área
[kW/K];
: Temperatura do trocador da solução da linha forte [°C];
: Temperatura do trocador da solução da linha fraca [°C];
: Entalpia da solução forte do gerador [kJ/kg];
: Entalpia da solução forte do absorvedor [kJ/kg];

Solução Fraca

(4.22)

sendo:
: Taxa de variação da temperatura da saída do trocador da solução linha fraca [°C/s];
: Entalpia da solução fraca do gerador [kJ/kg];
: Entalpia da solução fraca do absorvedor [kJ/kg];

4.4.2. Pressão de chiller de absorção (pressão de saturação)

No sistema de absorção de simples efeito são consideradas duas pressões, linha de alta
(gerador - condensador) e linha de baixa (absorvedor - evaporador). Para determinar as pressões
destas linhas, é utilizada a equação de Clausius – Clapeyron.

(4.23)

sendo:
: Entalpia de vaporização da água [kJ/kg];
: Constante universal dos gases [kJ/kmol-K];
64

: pressão do estado termodinâmico [kPa];


: pressão inicial do estado termodinâmico [kPa];
: Temperatura do estado termodinâmico [°C];
: Temperatura inicial do estado termodinâmico [°C];

A determinação das pressões no processo de absorção pode ser para a linha de alta pressão
como:

Gerador – Condensador

(4.24)

e para a linha de baixa como:

Absorvedor – Evaporador

(4.25)

4.4.3. Cristalização da solução BrLi - H2O

É importante considerar na modelagem, o fenômeno da cristalização no chiller de absorção


de simples efeito. Segundo, HEROLD et al. (1996) e LIAO e RADERMACHER (2007), a parte
onde este fenômeno tem o maior risco de ocorrer é na tubulação entre a saída do trocador de calor
e a entrada no absorvedor (linha de solução forte), devido à elevada concentração da solução
nesta região. São utilizadas diferentes formas de prevenção para a cristalização, como por
exemplo, a injeção de água na solução para diminuir o teor de concentração (YORK, 2003), ou o
desvio de solução forte (YAZAKY, 2003) para o absorvedor, onde é misturada com a solução
fraca, evitando a solidificação da solução. Esta medida de prevenção deve ser colocada no
modelo do chiller, já que este controle preventivo varia a vazão de solução forte que está
circulando pelo sistema, modificando o balanço de energia e massa ao longo do processo.
Para se evitar a cristalização e uma consequente interrupção no ciclo, é necessário calcular
uma entalpia mínima na saída do trocador da solução (linha forte) para que não ocorra a
cristalização no processo.
Segundo (ASHRAE, 1993), a entalpia mínima de cristalização é função da concentração da
solução (XBrLi ), sendo expressa por:

(4.26)
65

A condição abaixo deve ser levada em consideração na hora do modelar o chiller para
evitar a cristalização da solução ao longo do processo:

(4.27)

4.4.4. Balanço geral da massa do circuito interno do chiller de absorção

A quantidade de massa de fluido dentro do chiller é um valor fixo composto por água pura
e solução de brometo de lítio. A quantidade de água que escoa pelo sistema durante a operação
depende na produção de vapor no gerador, sendo esta taxa, o parâmetro que inicia a variação das
massas dos vasos do chiller, ou seja, absorvedor, gerador, condensador e evaporador. Estas
massas funcionam como amortecedores ao longo do processo de absorção, e, portanto de geração
de água gelada no regime transitório.

(4.28)

(4.29)

(4.30)

4.4.5. Condições iniciais do modelo

Para analisar o sistema de refrigeração por absorção, é necessária a solução de um sistema


de equações governantes nos componentes do sistema. Basicamente, os parâmetros procurados
são temperatura, concentração e pressão.
Para iniciar a solução do sistema de equações diferenciais ordinárias, é necessário o
conhecimento das condições iniciais de temperatura, de concentração e de vazões do fluido de
trabalho. As temperaturas dos circuitos externos (água quente, fria e gelada), representadas pela
letra (θ), e as temperaturas do circuito interno (refrigerante e solução BrLi- H2O), representados
pela letra (T), são fornecidas com os valores iniciais, segundo a operação do chiller, para todos os
componentes do sistema (gerador, condensador, evaporador e absorvedor), expressas como:

(4.31)

(4.32)

Além das temperaturas, as concentrações e vazões do sistema, expressas como:

(4.33)
66

(4.34)

(4.35)

(4.36)

No caso das pressões de alta (gerador - condensador) e baixa (evaporador - absorvedor) do


chiller, são determinadas a partir da pressão de saturação das temperaturas iniciais do
condensador e evaporador como:

(4.37)

(4.38)

Nos circuitos externos do chiller (água quente, fria e gelada), as temperaturas em função do
tempo ( , determinam as propriedades termodinâmicas como entalpias,
densidade, condutividade e viscosidade dinâmica utilizadas na solução do sistema de equações.
Todas estas propriedades são dependentes da temperatura e do titulo do fluido, neste caso
considerado líquido saturado, ou seja titulo 0, expressas como:

(4.39)

No circuito interno do chiller, as propriedades dependem do estado termodinâmico,


(saturado e/ou superaquecido), e do tipo de fluido.
O percurso do refrigerante, caracterizado pelo condensador, válvula de expansão e
evaporador, é iniciado com o vapor superaquecido produzido no gerador, posteriormente
condensado em liquido saturado no condensador e estrangulado na válvula de expansão, e
finalmente vaporizado em vapor saturado. Esta propriedades dependem exclusivamente da
temperatura e do estado termodinâmico da água, expressas como:

(4.40)

O percurso da solução BrLi - H2O, caracterizado pelo compressor térmico (gerador,


trocador de solução, absorvedor e válvula de expansão da solução), apresenta condições
especificas, segundo as simplificações do modelo. Basicamente, este percurso é controlado pela
dessorção e absorção da água na solução, ou seja, a produção de vapor, e portanto, a variação da
concentração forte e fraca da solução BrLi - H2O. Estas propriedades dependem exclusivamente
do estado termodinâmico da solução BrLi - H2O, concentração e pressão, expressas como:
67

(4.41)

4.5. Equações constitutivas

Uns dos fatores que influenciam o comportamento dos sistemas de absorção são os
coeficientes de transmissão de calor, já que neles, encontra-se a forma transferência de calor entre
os fluidos, neste caso, água e solução BrLi. Deve-se lembrar que os sistemas de absorção
possuem basicamente, quatro circuitos de fluidos, três externos: água quente, fria e gelada; e um
interno: refrigerante – solução.
O funcionamento do chiller de absorção depende fundamentalmente da troca de calor em
cada componente do chiller. No gerador por exemplo, o calor trocado vem da energia que entra
no componente através da queima direta ou indireta (água quente obtida de rejeitos térmicos) de
um combustível, que é transferida para a solução no interior do gerador, possibilitando a
vaporização da água existente na mistura da solução BrLi – H2O, para iniciar o ciclo de
refrigeração. Esta energia é transferida por convecção entre o fluido quente e a parede interna dos
tubos do trocador, e pelo mesmo mecanismo é transferida para a solução através da parede
externa. Portanto, para analisar cada componente do chiller de absorção é necessária a
determinação do coeficiente global de transmissão de calor, que é função dos coeficientes
convectivos internos e externos.
O coeficiente global é o parâmetro mais importante da equação do trocador de calor, pois
essa equação permite predizer se a troca de calor esperada entre dois fluidos é possível.
Desta maneira, buscaram-se na literatura as equações para o cálculo dos números de
Nusselt, tanto para os escoamentos no interior dos tubos, quanto para o exterior onde aparecem
fenômenos de ebulição ou condensação. Como já foi identificado, os circuitos de água (quente,
fria e gelada), escoam pela parte interna das tubulações dos trocadores de calor (gerador,
condensador, absorvedor e evaporador), e o refrigerante (água pura) escoa pelas superfícies
externas das tubulações dos trocadores de calor, neste caso, condensador e evaporador, e a
solução BrLi – H2O, pela superfície externa das tubulações do gerador e absorvedor, ou seja, o
compressor térmico.
A seguir apresenta-se uma série de correlações empíricas, encontradas na literatura, que
possibilitará a escolha dos coeficientes convectivos mais apropriados para completar o modelo,
e, por conseguinte, para obter os coeficientes globais de transmissão de calor.
As correlações para obtenção dos números de Nusselt são equações constitutivas, porque
são obtidas experimentalmente, e compõem o modelo matemático, juntamente com as equações
de balanço e com as condições de contorno e iniciais.
68

4.5.1. Correlações dos coeficientes convectivos do gerador

Escoamento interno

Para o lado interno do tubo do gerador, pode-se utilizar a correlação de Petukhov – Popov
(KREITH, 1997), que representa uma modificação da equação proposta por Gnielinski, que
permite determinar o número de Nusselt. É importante considerar, que esta correlação considera
o fator de atrito ao longo da tubulação. Esta correlação (PETUKHOV - POPOV) apresentou
concordância com os resultados experimentais para um intervalo específico com erros menores
aos 5%, (FLORIDES et al., 2003)
Para determinar o número de Nusselt ( ) no interior dos tubos do gerador.

(4.42)

sendo:
: Número de Reynolds;
: Número de Prandtl;

Onde:

(4.43)

Esta correlação é aplicavel para número de Reynolds , e número de


Prandtl, . As propriedades termofisicas são avaliadas para a temperatura
média.
Outra correlação que pode ser utilizada, é a equação de Gnielinski (INCROPERA et al.,
2007; MYAT et al., 2011; FLORIDES et al., 2003; BAKHTIARI et al., 2011)

(4.44)

Esta correlação é aplicavel para número de Reynolds , e número de


Prandtl, .
A correlação de Dittus – Boelter, (INCROPERA et al., 2007), também pode ser utilizada
para determinar o coeficiente convectivo na parte interna do tubo do gerador. (FLORIDES et al.,
2003; MYAT et al., 2011). Esta correlação é utilizada em escoamento turbulento dentro de tubos
circulares, como é o caso do gerador.

(4.45)
69

Esta equação é valida para Reynolds > 10000, com número de Prandtl (0,7 ≤ Pr ≤ 160), e
. Sendo (n) o coeficiente de aquecimento ou resfriamento: n = 0,4 para aquecimento; n
= 0,3 para resfriamento.

Escoamento externo

O lado externo do tubo do gerador tem um comportamento de um fenômeno conhecido


como ebulição. Este fenômeno esta dividido em quatro regiões de acionamento, mostrado na
Figura 4.8, que são: ebulição em convecção natural, ebulição nucleada, ebulição de transição e
ebulição de filme ou película.

Figura 4.8. Esquema do Fenômeno de Ebulição.

Fonte: Incropera, 2007.

O excesso de temperatura ( ), dado pela Equação 4.33, indica o afastamento da


temperatura da superfície de contato (Ts) com a temperatura de saturação do fluido em ebulição
(Tsat). (INCROPERA et al., 2007)

(4.46)

Este excesso de temperatura indica a região aproximada do processo de ebulição, e, por


conseguinte, a metodologia a utilizar para determinar o coeficiente convectivo médio de
transferência de calor.
A Tabela 4.1 indica os parâmetros de análise para as diferentes regiões de ebulição,
comumente utilizados com água.
70

Tabela 4.1. Parâmetros das diferentes regiões de ebulição.


Região Condição
Ebulição com convecção livre
Ebulição nucleada
Ebulição em transição
Ebulição de película ou filme
Fonte: INCROPERA et al. (2007).

Estes parâmetros podem ser utilizados na solução BrLi - H2O, já que nesta solução só ocorre
uma reação de mistura (processo de absorção) devido à afinidade dos componentes. Desta forma,
a água, será o único elemento a sofrer as alterações de ebulição (processo de dessorção).

Ebulição com convecção natural

Poder ser utilizada a correlação apresentada por Churchill e Chu, (INCROPERA et al.,
2007), dada pela seguinte equação:

(4.47)

O número de Rayleigh ( ) dado por:

(4.48)
sendo:
: Coeficiente de expansão térmica [1/K];
: viscosidade cinemática [m2/s];
: Parâmetro característico, neste caso o diâmetro da tubulação [m];

Para um , e as propriedades devem ser avaliadas para a temperatura média do


filme.

Ebulição Nucleada

Existem varias correlações conservativas, que podem estimar o valor médio do coeficiente
convectivo de transferência de calor. Para a esta região pode ser utilizada a correlação
desenvolvida por Rohsenow (INCROPERA et al., 2007), dada pela equação:

(4.49)
71

sendo:
: viscosidade dinâmica líquida [N-s/m2];
: tensão superficial [N-m]
: densidade líquida do fluido [kg/m3];
: densidade gasoso do fluido [kg/m3];

onde, as constantes Csf e n são iguais a 0,0132 e 0,33 respectivamente. (MYAT et al., 2011).

De modo a obter uma correlação para predizer o coeficiente convectivo da solução BrLi –
H2O em geradores utilizados em chillers de absorção com tubos horizontais, BAKHTIARI
(2011) utilizou dados experimentais de WANG et al. (1996). A Equação 4.50, desenvolvida
nesse trabalho, correlaciona implicitamente o coeficiente de convecção com parâmetros
termofísicos, e explicitamente com a vazão de massa. A correlação de WANG et al. (1996) (apud
BAKHTIARI et al., 2011), também pode ser utilizada para a determinação do coeficiente
convectivo da solução BrLi – água.

(4.50)

sendo, , a vazão mássica de fluido (este caso, solução de BrLi) por unidade de tubo molhado.

Ebulição em transição

Esta região considera o fluxo de calor mínimo e máximo da transição para o excesso de
temperatura exposta na Tabela 4.1.

Visando o fluxo de calor máximo na transição (fluxo crítico de calor),

(4.51)

Visando o fluxo de calor minimo na transição (ponto de Leidenfrost),

(4.52)

Ebulição de película ou filme

Considera o ponto de Leidenfrost, chamada ebulição de filme de vapor contínuo sobre a


superficie e não há contato entra a fase líquida e a superficie. (INCROPERA et al., 2007).
72

(4.53)

sendo (4.54)

4.5.2. Correlações dos coeficientes convectivos do condensador

Escoamento interno

Para o lado interno do tubo do condensador, a correlação de Petukhov – Popov (KREITH,


1997) é utilizada para a determinação do número de Nusselt no interior dos tubos do
condensador. Também podem ser utilizadas as equações de Gnielinski e Dittus – Boelter.

Escoamento externo

Para o lado externo do tubo do condensador, considerando condensação em película,


convecção natural, para tubulações horizontais, é utilizada diretamente a correlação apresentada
por (OZISIK, 1985), dada por:

(4.55)

sendo:
: condutividade térmica liquida [kW/m-K];
: temperatura do vapor [°C];
: temperatura da parede [°C];

Nesta Equação (4.55), todas as propriedades devem será avaliadas para a temperatura
média entre a temperatura da superfície da parede e a temperatura de saturação do vapor, com
número de Prandtl maior que 0,5.
A equação proposta por HOLMAN (2002), para filme laminar, considerando convecção
natural, e tubulações horizontais, também pode ser utilizada para avaliar o coeficiente convectivo
na parte externa do condensador.

(4.56)

sendo: ;
73

(5.57)

Esta última equação representa o calor latente modificado por Rohsenow, adicionando o
efeito de advecção térmica, (HOLMAN, 2002; INCROPERA et al., 2007).
Na equação proposta por Holman (2002), as propriedades também, devem será avaliadas
para a temperatura média entre a temperatura da superfície da parede e a temperatura de
saturação do vapor, com número de Prandtl maior que 0,5.
Outra forma de determinar o coeficiente convectivo na parte externa do condensador,
considerando filme laminar, é a utilizada por ADAMS e MARTO (1997).

Convecção Livre

(4.58)

Convecção forçada

(4.59)

onde,

(4.60)

4.5.3. Correlações dos coeficientes convectivos do absorvedor

Escoamento interno

Para o lado interno do tubo do absorvedor, a correlação de Petukhov – Popov (KREITH,


1997) é utilizada para a determinação do número de Nusselt no interior dos tubos do
condensador. Também podem ser utilizadas as equações de Gnielinski e Dittus – Boelter.

Escoamento externo

Para o lado externo do tubo do absorvedor, a correlação de WILKE (FLORIDES et al.,


2003), é utilizada para a determinação do coeficiente convectivo da solução BrLi – água. Esta
correlação é valida para fluxo de calor constante na parede. Deve ser assumido escoamento
completamente desenvolvido, e números de Reynolds menores de 400.

(4.61)
74

sendo a camada limite ( ) definida como:

(4.62)

onde ( ) é o fluxo mássico por unidade de comprimento molhado.

Outra correlação usualmente, utilizada para a determinação do coeficiente convectivo


externo da solução no absorvedor foi desenvolvida por PARK et al. (2003).
O número de Nusselt é uma função da viscosidade cinemática, da condutividade térmica, o
coeficiente convectivo da solução e da gravidade. Este experimento foi desenvolvido visando a
determinação de uma correlação experimental do coeficiente convectivo externo em função da
rugosidade dos tubos horizontais em processos de absorção com a solução BrLi - H2O, para
concentrações de 55 a 61%. Os resultados do experimento, demonstraram que o efeito do número
de Prandtl na performance de transferência de calor do processo de absorção não foi significativa,
para a determinação da correlação, (PARK et al., 2003).

(4.63)

O coeficiente de Nusselt desenvolvido segundo o experimento é expresso como:

(4.64)

onde:
: a rugosidade relativa;

: é o número de Reynolds baseado na película de fluido ( );

Segundo o apresentado em ALBERS et al. (2010), outra uma forma simples de determinar
o coeficiente convectivo na parte externa dos tubos do absorvedor, é por meio da teoria de
Nusselt de filme descendente, desenvolvida a partir do balanço de forças viscosas e
gravitacionais, desde que esta espessura seja pequena se comparada com o diâmetro do tubo, esta
equação também válida para filmes em placas planas. Esta correlação é função das propriedades
termofísicas, da concentração e da vazão da solução. A Equação 4.65 expressa esta teoria de
filme descendente para tubos horizontais e verticais (HOFFMANN et al., 1996).
75

(4.65)

4.4.4. Correlações dos coeficientes convectivos do evaporador

Escoamento interno

Para o lado interno do tubo do evaporador, a correlação de Petukhov – Popov (KREITH,


1997) é utilizada para a determinação do número de Nusselt no interior dos tubos do
condensador. Também podem ser utilizadas as equações de Gnielinski e Dittus – Boelter.

Escoamento externo

Para o lado externo do tubo do evaporador, a correlação utilizada em BROWNE e


BANSAL (2002). Segundo a literatura (WEBB e GUPTE, 1992; BAKHTIARI et al., 2011;
FLORIDES et al., 2003; BROWNE e BANSAL, 2002). Esses pesquisadores desenvolveram
correlações para o coeficiente de transmissão de calor em ebulição em banco de tubos usando o
princípio da superposição dos efeitos da convecção forçada e ebulição nucleada, baseados na
correlação de CHEN (1966). A Equação (4.66) mostra o cálculo do coeficiente convectivo como
a soma da contribuição da ebulição nucleada, e da convecção forçada, multiplicados pelos
parâmetros S e F, respectivamente.

(4.66)

Os parâmetros S e F na Equação 4.66 representam o coeficiente de supressão de ebulição e


o coeficiente multiplicador de convecção forçada.

sendo:

(4.67)

sendo, o número de Reynodls da transformação de fase, calculado como:

(4.68)

e o número de Reynolds da fase liquida:

(4.69)

(4.70)

Parâmetro de Martenelli ( )
76

(4.71)

Para determinar a parcela do coeficiente de vaporização convectiva ( ) é utilizada a


seguinte correlação (MILLS, 1992).

(4.72)

(4.73)

(4.74)

Para determinar a parcela do coeficiente de ebulição nucleada ( ) é utilizada a seguinte


correlação de Shah (WEBB e GUPTE, 1992).

(4.75)

onde, é o coeficiente de ebulição ( ), dado por:

(4.76)

sendo: G a vazão mássica por unidade de área [kg/s-m2];

E o coeficiente convectivo de fase simples ( ) é dado pela equação de Hilpert,


(INCROPERA et al., 2007), como:

(4.77)

Os valores das constantes C e m da Equação (4.77), são mostradas na Tabela 4.2. Esta
equação é válida para temperatura média do filme, e número de Prandtl (Pr ≥ 0,7).
77

Tabela 4.2. Constantes da equação de Hilpert.


Reynolds C m
0,4 – 4 0,989 0,330
4 – 40 0,911 0,385
40 – 4000 0,683 0,466
4000 – 40000 0,193 0,618
40000 – 400000 0,027 0,805
Fonte: INCROPERA et al., 2007).

Outra equação utilizada para determinar o coeficiente convectivo na parte externa do tubo
do evaporador, é a equação de modificada de Rohsenow, apresentada por NG et al. (2006).

(4.78)

sendo:
: Área da base da superfície envolvida [m2];
: Área molhada pelo filme do fluido [m2];

Esta equação é valida para processos de transformação de fase, com valores de pressão até
10 kPa. As constantes , , , , equivalem a 0,0132; 0,293; 1 e 0,0984 respectivamente. Esta
modificação leva em consideração a razão de pressão entre a atmosférica e a atual, e a razão de
áreas do componente. Esta correlação foi verificada experimentalmente no trabalho desenvolvido
por MCGILLIS et al. (1990).

4.4.5. Correlações dos coeficientes convectivos do trocador da solução

Neste equipamento, um trocador de duplo tubo, os coeficientes são avaliados assumindo


escoamento plenamente desenvolvido (INCROPERA et al., 2007).

Escoamento interno

(4.79)

(4.80)

Escoamento externo

O número de Reynolds baseado em tubos concêntricos anulares como:


78

(4.81)

O diâmetro hidráulico ( ) é calculado como a diferença entre o diâmetro externo ( )


exterior e interno ( ), que envolve a área molhada e o perímetro molhado.

(4.82)

(4.83)

4.6. Coeficientes globais de transferência de calor

Na determinação dos coeficientes globais de transferência de calor dos trocadores de calor


do chiller de absorção, foi utilizada a correlação para tubulações circulares, considerando os
fluxos em contato e o material da tubulação, expresso como:

(4.84)

Devido às considerações anteriores, os fatores que realmente influenciam sobre a variação


no coeficiente global, são os coeficientes de transmissão convectivo interno ( ) e externo
( ) à tubulação, e os fatores de incrustações interno ( ) e externo ( ). Estes fatores
2
podem ser assumidos iguais 0,09 m K/kW (FLORIDES et al., 2003). Não foi levado em
consideração o termo de resistência de condução térmica ( ).
79

5. METODOLOGIA PARA A SOLUÇÃO NUMÉRICA

Na discretização de balanço do modelo optou-se pelo método das diferenças finitas de


forma explicita, já que são equações diferenciais ordinárias de primeira ordem, tendo o tempo
como única variável independente. Além disto, foi utilizado o balanço energético em cada
volume de controle, para discretizar o sistema.
O método das diferenças é uma técnica numérica que permite solucionar equações e/ou
sistemas de equações lineares e não lineares de forma simultânea, considerando condições de
contorno e iniciais. Esta técnica é utilizada quando não é possível resolver estes sistemas de
forma analítica.
No caso do sistema de equações do chiller de absorção de simples efeito, as variáveis de
analise dependem do tempo, ou seja, temperatura, pressão, concentração e massa, são calculadas
para cada passo de tempo. Este termo representa a parte transitória da equação, que pode ser
simplificada através das diferenças finitas para um passo temporal selecionado, e pode ser visto
como:

(5.1)

O inteiro (p) foi incluído para considerar um espaço temporal finito, expresso como:

(5.2)

O termo (p+1) representa o futuro da variável calculada ( ) e o termo (p) representa o


presente da variável calculada, sendo este termo, na forma explicita, conhecido. Assim este
cálculos são efetuados em cada instante de tempo simultâneos e separados por intervalo de tempo
( ). A precisão do método das diferenças finitas pode ser melhor para menores valores do passo
temporal, isto é, ( ). É importante lembrar que deve ser respeitado o critério da
estabilidade, para garantir valores positivos em função do coeficiente associado à variável
calculada. Este critério de estabilidade dada uma equação diferencial segundo:

(5.3)

onde:

: é o somatório dos fluxos energéticos do volume em estudo;

: são os coeficientes da variável calculada no instante (p).

Portanto:
80

(5.4)

Este critério deve ser mantido em todas as equações que integram os sistema de equações
do processo, tomando como referência o menor ( ), para garantir a estabilidade da solução do
sistema de equações.
As Figuras 5.1 e 5.2 mostram os esquemas dos volumes de controles aplicados ao todos os
trocadores de calor, componentes dinâmicos do chiller, seja no circuito interno (solução e
refrigerante) e nos circuitos externos (água fria, quente e gelada). Estes volumes de controles
foram esquematizados exclusivamente para o gerador, como forma de simplificação da tese. A
ideia foi tomar como volume de controle a solução e/ou refrigerante contido nos componentes
principais (gerador, absorvedor, evaporado e condensador), e nas serpentinas dos circuitos de
água fria, quente e gelada.

Figura 5.1. Volume de controle interno aplicados aos trocadores de calor do chiller de absorção,
esquematizando o circuito de solução e vapor no gerador.

Figura 5.2. Volume de controle Externo dos circuitos de água fria, quente e gelada aplicados aos trocadores
de calor do chiller de absorção, esquematizando o circuito de água quente no gerador.
81

Para demonstrar a discretização utilizada no sistema de equações do modelo do chiller de


absorção, foi mostrada a equação que governa a temperatura da solução do gerador (Equação
4.10, capítulo 4), resolvida para a temperatura no tempo (p+1) em função do valor da
temperatura no tempo (p).

(5.5)

onde:

Procedimento similar foi aplicado para todas as equações de temperatura, concentração,


pressão, massa e vazões do sistema.

5.1. Processo de modelagem do chiller de absorção

Para a implementação das equações do modelo dinâmico do chiller de absorção foram


consideradas outras simplificações específicas de cada componente do equipamento, que
permitiram a correta análise do sistema para as diferentes condições de operação.

Considerações específicas no gerador

Como foi dito no começo, o processo é iniciado com o fornecimento de energia (neste caso
água quente) ao gerador do chiller de absorção.
A Equação 4.10 do capítulo 4, representa o processo dinâmico de dessorção no gerador de
vapor. A formação de vapor na mistura BrLi – H2O, é contabilizada a partir do estado de
saturação da água contida na solução, levando a vaporizá-la.
82

No instante que o estado de saturação é atingido, o termo ( ) da Equação


4.10 é igualado a zero, ou seja, entra em regime permanente nesse instante de tempo, e desta
forma pode ser determinada a vazão de vapor gerada através de:

(5.6)

Este procedimento é realizado para cada instante de tempo do processo de absorção.

A temperatura do vapor na saída do gerador (Tvg) é determinada a partir na media aritmética


entre as temperaturas fraca e forte do gerador (HEROLD et al. 1996), sendo expressa como:

(5.7)

Considerações específicas no condensador (con)

Como parte simplificadora desta modelagem do sistema de refrigeração por absorção, foi
considerada que toda a massa de vapor proveniente do gerador será condensada neste
equipamento. A temperatura deste equipamento é responsável pela atualização da pressão de alta.
Como o chiller considerado é do tipo fluxo em série, ou seja, a temperatura de saída da água fria
do absorvedor ( ), representa a entrada da temperatura fria do condensador ( ),
expressa como:

(5.8)

Considerações específicas na válvula do refrigerante

Este componente foi considerado operando em regime permanente e também considerou-se


que não há acumulação de massa e energia. Existe apenas um processo isentálpico, para diminuir
a temperatura e a pressão. A Equação 5.9 determina a entalpia que entra no evaporador a partir da
saída do condensador.

(5.9)

O titulo do refrigerante ( ) na saída da válvula pode ser calculado como:

(5.10)
83

sendo:

: representam as entalpias do líquido e do vapor saturado para a pressão do


evaporador para esse instante de tempo.

Finalmente a massa de vapor que deixa o evaporador é igual à massa de vapor do gerador.

(5.11)

Considerações específicas no evaporador (eva)

Neste equipamento será considerando que existe uma mudança de fase do refrigerante a
partir das cargas térmicas fornecidas ao chiller. A temperatura do evaporador é responsável pela
atualização da pressão de baixa.

Considerações específicas no absorvedor (abs)

Processo inverso do gerador deve-se verificar a temperatura do absorvedor para cada


instante de tempo, contabilizando a variação de massa acumulada em cada instante de tempo.
Deve-se considerar que a massa total de solução (considerando só BrLi) no chiller de absorção
representa a soma da massa acumulada do gerador mais a massa do absorvedor.
A vazão fraca que circula pelo compressor térmico é considerada constante ao longo do
processo (KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008), devido à bomba de circulação do mesmo. Para a
determinação da vazão da solução forte, foi considerado a variação de pressão entre o gerador e
absorvedor e a força de gravidade.

(5.12)

sendo:

, a variação do nível de solução do gerador (5.13)

Considerações específicas no trocador de calor da solução (tcs)

Este componente tem como função o aquecimento na solução fraca para assim, aumentar o
COP do chiller. As Equações 5.14 e 5.15 permitem determinar os valores das temperaturas de
saída da solução fraca ( ) e da solução forte ( ), para cada instante de tempo, sendo:

(5.14)
84

(5.15)

A atualização das temperaturas ( ) e ( ) é realizada mediante o cálculo das


temperaturas médias do gerador e o absorvedor para cada instante de tempo.

Considerações específicas na bomba da solução

Considerando a potência da bomba igual a zero, devido ao baixo valor consumido, e


considerando que a temperatura nela é praticamente constante, pode ser entender que a
temperatura fraca do absorvedor é praticamente igual à temperatura de entrada do trocador da
solução (lado de solução fraca).

(5. 16)

Considerações específicas na válvula da solução (Linha forte)

Como na válvula do refrigerante, foi considerado que este atua em regime permanente. A
temperatura de entrada da solução forte no absorvedor ( ), foi determinada como uma
função da entalpia e da concentração forte do sistema, expressa como:

(5.17)

sendo:

(5.18)

Processo isentálpico da válvula de solução forte.

5.2. Programa computacional

Foi utilizada a plataforma Matlab na construção do código computacional baseado no


modelo matemático. Este código, contém as equações de balanço discretizadas, as condições
iniciais, as correlações apropriadas para a determinação dos coeficientes convectivos na parte
interna e externa dos tubos dos trocadores de calor, que permitem estimar os valores dos
coeficientes globais dos mesmos, descritos no capítulo 4. Para a obtenção das propriedades
termodinâmicas durante a execução do programa, foram introduzidas no programa as correlações
ajustadas (segundo apêndice 1) de dados tabelados existentes na literatura conforme ROGERS e
MAYHEW (1992) para a água pura, e, KIM e INFANTE-FERREIRA (2006) para a solução
BrLi-H2O. Para garantir a convergência da solução das equações discretizadas, foi utilizado o
85

critério de estabilidade. O programa necessário quando se usa, foi estruturado por varias
subrotinas externas, que determinam parâmetros como propriedades termodinâmicas, cálculos
iterativos, coeficientes convectivos e outros procedimentos, para a simulação do sistema de
absorção de simples efeito. O programa consta com a visualização de gráficos e reprodução de
arquivos de armazenamento em Excel. A seção seguinte, mostra o fluxograma do código (na
Figura 5.3), e descreve o funcionamento do programa.

5.2.1. Funcionamento do programa

Como foi dito anteriormente, o código computacional foi criado na plataforma Matlab
2011a, usando os balanços de energia, de massa e de espécie, e as correlações dos coeficientes
convectivos, com o objetivo de simular sistemas de refrigeração por absorção de simples efeito
usando o para BrLi- H2O. O modelo foi desenvolvido considerando um sistema de acoplamento
da fonte impulsionadora do chiller (gerador) com o sistema de absorção (absorvedor) e do
refrigerante (condensador e evaporador). Este acoplamento é iniciado através da produção de
vapor no gerador, quando a condição de saturação da água é atingida, através da temperatura da
solução. Durante o tempo de aquecimento da solução no gerador, este componente opera como
um reservatório térmico, e todos os parâmetros do chiller ficam invariáveis.
O programa inicia com a introdução dos parâmetros constantes, o arquivo com os vetores
de temperaturas de entrada dos circuitos de água quente, fria e gelada, assim como as condições
iniciais de temperaturas, pressão, massa, vazão e concentração da solução. Imediatamente, são
aplicadas as correlações de propriedades termodinâmicas para a determinação das entalpias,
densidades, calores específicos e outras, necessários para a simulação inicial do modelo. Em
seguida, são determinados os coeficientes convectivos internos e externos (água, solução e/ou
refrigerante), para a determinação do coeficiente global de transferência de calor dos diferentes
trocadores de calor do chiller. Este procedimento é realizado através das funções implementadas
externas ao programa principal. Finalmente são calculados os fluxos de calor do gerador (água
quente ( ), solução do gerador ( ) e a taxa de calor, calculada pela equação
característica dos trocadores (Equação 4.1), em função do coeficiente global do mesmo ( ). O
critério de estabilidade é verificado para as equações envolvidas, e se escolhe um passo temporal.
O processo de aquecimento é iniciado no gerador, e verifica-se a cada instante de tempo a
temperatura da solução do gerador. Quando esta atinge a condição de saturação ( ),
inicia-se o acoplamento do chiller com o gerador, através da determinação da vazão de vapor
gerada, em função da Equação 5.6. O fluxograma de todo o processo esta apresentado na Figura
5.3.
86

Figura 5.3. Fluxograma do código desenvolvido para o chiller de absorção de simples efeito.
87

Com o acoplamento, são atualizadas as vazões mássicas ( ), as concentrações


( ) e as massas do compressor térmico ( ), em função da massa de vapor gerada
( ). O caminho do vapor gerado é enviado ao condensador, que passa pela válvula de
expansão do refrigerante, entrando no evaporador e absorvedor, onde é realizada a absorção do
refrigerante pela solução. A solução é dividida em fraca e forte, a fraca é bombeada ao gerador, e
a forte desce pela ação da gravidade passada por um processo de expansão na válvula da solução.
Estas soluções ,fraca e forte, passam pelo trocador da solução e finalmente completa o ciclo
com a chegada na solução fraca ao mesmo. Neste percurso são atualizadas as temperaturas dos
componentes ( ), segundo o passo temporal escolhido. As pressões de alta e as baixa são
atualizadas através das Equações 4.27 e 4.28, assim como também são atualizados os coeficientes
globais dos trocadores de calor, para a atualização dos fluxos de calor dos trocadores de calor
(condensador, evaporador e absorvedor), e, finalmente é calculado o COP do sistema. O
programa gera uma serie de dados armazenados em arquivos Excel.

5.2.2. Atributos do modelo desenvolvido

O modelo desenvolvido representa uma ferramenta de projeto e simulação dos sistemas de


refrigeração por absorção que utilizam o par BrLi - H2O. A função principal do modelo é simular
o comportamento dinâmico destes sistemas, porém pode ser utilizado para comportamentos
estacionários.
Entre os principais atributos do modelo desenvolvido têm-se:
 Determinação das propriedades termofísicas da água pura e a solução BrLi H2O,
para uma ampla faixa de operação, incluindo as condições reais de operação de
chillers comerciais;
 Determinação da entalpia mínima para evitar a cristalização da solução BrLi H2O,
a partir da equação apresentada da ASHRAE;
 Determinação dos coeficientes convectivos internos (escoamento em dutos de seção
reta circular) e externos (utilizando vapor refrigerante e solução BrLi - H2O),
segundo as correlações encontradas na literatura;
 Determinação dos coeficientes globais de transferência de calor a partir da
equação característica, que envolve a resistência térmica dos coeficientes
convectivos interno e externo; aos fatores de incrustação);
 Determinação dos perfis de temperatura, pressão, concentração e vazão em regime
transitório, seja durante a partida do equipamento, ou quando é introduzida
alguma perturbação na fonte de calor e água gelada;
 Determinação dos fluxos de calor internos e externos de cada componente do
chiller de absorção;
 Determinação do COP do sistema no regime dinâmico e/ou estacionário.
88

Além destas funções, devido a forma de estrutura do modelo desenvolvido, o modelo


permite a inclusão de novas funções, que permitam incluir a simulação dinâmica destes
equipamentos em sistemas de geração de energia térmica e elétrica.
Segundo os atributos expostos, o modelo pode gerar as seguintes análises:

 O modelo permite realizar simulações partindo de uma condição estacionária ou de


partida do equipamento, calculando os perfis das principais variáveis do chiller de
absorção. Estas simulações incluem a perturbação nos perfis de temperatura de
entrada dos circuitos de água quente, fria e gelada, verificando o tempo de
estabilização da mesma;
 Modificação de parâmetros geométricos dos componentes do chiller e sua
influência do comportamento do chiller de absorção;
 Uso de dados experimentais quando conhecidos os perfis de água quente, fria e
gelada, que podem ser utilizados como variáveis de entrada para serem usados na
verificação e comparação de dados simulados e reais de operação. A importância do
modelo computacional que permite verificar situações reais de operação a partir de
condições conhecidas, que podem sugerir alterações na estrutura do sistema, para
aproveitar ao máximo a energia quente, no processo de produção de água gelada.

5.3. Escolha do passo temporal

O objetivo de escolher um passo temporal adequado, foi manter as condições de


estabilidade ao longo do processo transitório. Foram selecionadas as temperaturas de saída dos
três circuitos de água (quente, fria e gelada), para determinar e verificar o passo temporal mais
adequado do sistema.
O passo temporal garanta que durante o processo de resolução iterativo do sistema de
equações, não ocorra instabilidade, ou seja, que haja coeficientes negativos nos termos centrais
das equações. Com base nesta afirmação, e baseado nas condições utilizadas para a simulação, foi
determinado que o passo temporal deve ser menor ou igual a 1,4 segundos (∆t=1,4 seg). Mesmo
assim, foi verificada a escolha mais adequada para respeitar o critério de estabilidade e otimizar o
tempo computacional do processo iterativo.

A Tabela 5.1 mostra a comparação para cinco diferentes passos temporais simulados. O
erro relativo foi calculado entre os diferentes passos temporais.
89

Tabela 5.1. Escolha do passo temporal do sistema de equações do modelo.


Passo Temp. da Temp. da Temp. da Erro rel.
Erro rel. Erro rel.
Temporal água quente água fria água gelada gelada
quente (%) frio (%)
(seg) (°C) (°C) (°C) (%)
1,4 74,8979 35,0467 7,4416 - - -
1,3 74,8993 35,0453 7,4443 0,00187 0,00399 0,03628
1,2 74,8992 35,0453 7,4443 0,00014 0 0
1,1 74,8993 35,0453 7,4443 0,00013 0 0
1,0 74,8993 35,0452 7,4444 0 0,00029 0,00134

Pode-se perceber na Tabela 5.1, que para qualquer passo temporal o erro relativo foi
inferior de 0,1 %. Para facilitar a simulação e garantir uma tolerância nos parâmetros
determinados através da simulação do modelo, foi selecionado o passo temporal de 1 seg, no
qual, os erros máximos são menores de 0,001%.
90

6. ANÁLISE DAS EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS

Neste capítulo, é apresentada uma análise do comportamento das diferentes correlações


existentes na literatura para o cálculo do número de Nusselt, apresentadas no Capítulo 4, para o
escoamento no interior e sobre as superfícies externas dos tubos dos trocadores de calor. Através
desta análise, foram escolhidas as correlações constitutivas mais apropriadas para compor o
modelo matemático.
As correlações escolhidas para cada componente possibilitaram comparações entre os
coeficientes globais de transmissão de calor dos trocadores do equipamento, que vem sendo
citado neste trabalho, com os dados de funcionamento extraído dos manuais do usuário, com os
coeficientes obtidos através do modelo, para o chiller operando em regime permanente, e
submetidos a vários regimes de carga térmica.

6.1. Análise das diferentes correlações para a determinação dos coeficientes convectivos
internos e externos do chiller de absorção

A ideia deste estudo foi verificar o comportamento das diferentes correlações de


coeficientes convectivos encontradas na literatura, através da variação de parâmetros geométricos
e térmicos. Além disto, esta análise permitiu determinar a correlação mais adequada para cada
trocador de calor, e verificar a influência destes coeficientes no cálculo do coeficiente global de
transferência de calor.

6.1.1. Parte interna dos tubos dos trocadores de calor

Na avaliação das melhores correlações para obtenção do número de Nusselt dos trocadores
de calor existentes no chiller, mostrou-se o tipo do escoamento nesses componentes, e os valores
dos comprimentos retificados dos tubos e dos comprimentos de mistura hidrodinâmico e térmico,
de modo a escolher correlações que pudessem ser comparadas.
A Tabela 6.1 mostra os valores das áreas internas e externas, do chiller de absorção WFC-
10 – YAZAKI extraída de ALBERS et al. (2010) e de ASDRUBALI et al. (2006). Nestes
trabalhos os autores trabalharam com um chiller de absorção YAZAKI WFC - 10, que possui a
mesma capacidade ao estudado neste trabalho. A única diferença, é que este chiller, não possui
bomba de circulação mecânica da solução, operando através de um gerador de termossifão.
A Tabela 6.2 mostra os valores retificados dos tubos dos trocadores do chiller, calculados a
partir dos diâmetros das tubulações dos circuitos de água e as áreas internas fornecidos pelo
fabricante (YAZAKI, 2003).
91

Tabela 6.1. Áreas internas e externas do trocadores de calor do chiller WFC- SC10.
Áreas (m2) Gerador Absorvedor Evaporador Condensador TCS
Interna 5,4 3,6 2,8 3,1 0,4
Externa 4,7 4,3 3,4 3,6 0,5
(Fonte: ALBERS et al., 2010 e ASDRUBALI et al., 2006)

Tabela 6.2. Comprimento retificado dos tubos dos trocadores de calor do chiller WFC- SC10
Equipamento Gerador Absorvedor Evaporador Condensador TCS
L (m) 42,9 22,9 22,3 19,7 12,7

A tabela 6.3 mostra dados intervalares dos principais parâmetros utilizados para o cálculo
do número de Nusselt, geométrico e de operação, do chiller de absorção WFC-SC10, que
juntamente com o comprimento dos tubos permitirá a definição de correlações compatíveis, que
possam ser comparadas. Os intervalos de validade de cada correlação (Re e Pr), foram
apresentadas no Capítulo 5.

Tabela 6.3. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das correlações utilizadas para determinar os
coeficientes convectivos dentro das tubulações.
Parâmetros Intervalos
Diâmetro (mm) 4 - 50
Vazão (kg/s) 0,5 - 7
Temperatura de mistura (°C) 30 - 95

Para as faixas selecionadas de temperatura, vazão e diâmetro, todos os valores obtidos do


número de Reynolds, caíram na região de regime turbulento.
Por outro lado, os resultados obtidos dos comprimentos hidrodinâmico e térmico, quando
comparados com os comprimentos totais dos tubos, permitiram estabelecer com boa aproximação
que o escoamento pode ser considerado plenamente desenvolvido, como pode ser visualizado
através da comparação dos dados mostrados nas Tabelas 6.4, 6.5 e 6.6.

Tabela 6.4. Números de Reynolds, Prandtl e comprimentos hidrodinâmicos e térmicos determinados para os
coeficientes convectivos da parte interna dos tubos dos trocadores em função do diâmetro da tubulação,
considerando a temperatura de mistura de 50°C, e vazão de 4 kg/s.
Valores
Diâmetro [m]
Re Pr Xhd Xtr
0,004 2339479 3,55 0,04 0,04
0,032 292435 3,55 0,32 0,32
0,05 189049 3,55 0,50 0,50
92

Foi verificada a condição do comprimento total e o diâmetro ( ) para estabelecer o


comportamento da região de estudo em escoamentos internos em tubulações de área reta e seção
circular (INCROPERA et al., 2007).

Tabela 6.5. Números de Reynolds, Prandtl e comprimentos hidrodinâmicos e térmicos determinados para os
coeficientes convectivos da parte interna dos tubos dos trocadores em função da temperatura de mistura do fluido,
considerando um diâmetro de 5 cm e vazão de 4 kg/s.
Valores
Temperatura [°C]
Re Pr Xhd Xtr
30 127820 5,40 0,5 0,5
70 254645 2,54 0,5 0,5
95 346123 1,83 0,5 0,5

Tabela 6.6. Números de Reynolds, Prandtl e comprimentos hidrodinâmicos e térmicos determinados para os
coeficientes convectivos da parte interna dos tubos dos trocadores em função da vazão do fluido, considerando um
diâmetro de 5 cm e temperatura de mistura de 50°C.
Valores
Vazão [kg/s]
Re Pr Xhd Xtr
0,5 23395 3,55 0,5 0,5
4,5 210553 3,55 0,5 0,5
7 327527 3,55 0,5 0,5

Dentre as correlações que se enquadram nas condições anteriores, escoamento turbulento


plenamente desenvolvido, escolheram-se para um estudo comparativo, as correlações de DITTUS
– BOELTER, PETUKHOV - POPOV e GNIELINSKI. As propriedades termofísicas de cada
correlação foram obtidas com as temperatura de filme. As Figuras 6.1 a 6.3 mostram os
resultados obtidos para os coeficientes convectivos em função da variação do diâmetro da
tubulação, das temperaturas médias de mistura do fluido, e das vazões da água.

Figura 6.1. Comparações dos coeficientes convectivos da parte interna dos tubos dos trocadores em função do
diâmetro da tubulação, considerando a temperatura de mistura de 50°C, e vazão de 4 kg/s.
1200
1000
 [kW/m2-K]

800 Dittus _ Boelter


Petukhov - Popov
600
Gnielinski
400
200
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
Diâmetro [m]
93

Em relação à variação com o diâmetro, mostrada na Figura 6.1, os valores das três
correlações praticamente coincidiram, para valores mais próximos aos diâmetros internos
utilizados nos trocadores.

Figura 6.2. Comparações dos coeficientes convectivos da parte interna dos tubos dos trocadores em função da
temperatura de mistura do fluido, diâmetro de 5 cm, e vazão de 4 kg/s.
12
10
 [kW/m2-K]

8
6
Dittus _ Boelter
4 Petukhov - Popov
2 Gnielinski

0
0 20 40 60 80 100
Temperatura de mistura do fluido [°C]

Em referência às temperaturas de mistura do fluido, os resultados são similares, porém a


correlação de DITTUS - BOELTER apresenta uma diferença máxima em comparação das outras
duas (PETUKHOV - POPOV e GNIELINSKI) de aproximadamente 1,5 kW/m2-K, sendo esta
diferença pequena em termos de grandeza física, para os valores encontrados.

Figura 6.3. Comparações dos coeficientes convectivos parte interna dos tubos internos dos trocadores em função da
vazão, considerando a temperatura de mistura do fluido de 50°C, e diâmetro de 5 cm.
18
16 Dittus _ Boelter
14
Petukhov - Popov
 [kW/m2-K]

12
Gnielinski
10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 vazão4[kg/s] 5 6 7 8

Pode-se observar que a ordem de grandezas dos resultados obtidos encontra-se dentro de
uma faixa comum, apresentando pequenas divergências em valores absolutos para vazões acima
de 2 kg/s.
A diferença entre os valores gerados pelas correlações PETUKHOV - POPOV e
GNIELINSKI e a equação de DITTUS - BOELTER, esta no fato que as duas primeiras foram
obtidas para dados de uma maior faixa do números de Reynolds, inclusive para a região de
transição. Acrescente-se a isto, a inclusão do fator de atrito na parede dos tubos que é levado em
94

consideração pelas duas primeiras. É importante ressaltar, que a utilização da correlação de


DITTUS - BOELTER implica em erros de 25%, quando comparados com resultados medidos
experimentalmente. (INCROPERA et al., 2007). A consideração desse fenômeno na sua
formulação, capturou alterações nas taxas de variação da velocidade e da temperatura perto da
parede que a de DITTUS - BOELTER não conseguiu. Essas duas equações apresentam uma
diminuição do erro nos cálculos dos coeficientes de convecção, chegando a erros percentuais
menores que 10% (INCROPERA et al., 2007).
Porém, a tendência das curvas (comportamento) dos resultados obtidos foram as mesmas,
(apresentando pequenas diferenças, através dos coeficientes constantes das mesmas). Com essa
análise, pode-se dizer que a utilização da correlação de DITTUS - BOELTER, é mais
conservadora, levando a valores de coeficientes convectivos menores aos determinados pela
correlação de GNIELINSKI. Nos componentes onde o escoamento interno for o mais importante
no cálculo do coeficiente global (U), isso implicará numa área de troca de calor maior para o
componente. O efeito oposto se pode dizer para as duas outras equações. Por último vale salientar
que é lógico se esperar que os valores obtidos pelas correlações de GNIELINSKI e PETUKHOV
– POPOV, sejam bem parecidos, já que esta ultima representa uma modificação da anterior,
sendo mais robusta, pela inclusão do fator de atrito ao longo da tubulação, e uma maior faixa de
números de Reynolds, inclusive a região de transição.
Desta forma, optou-se por escolher a correlação apresentada por GNIELINSKI para a
determinação dos coeficientes convectivos internos em todos os trocadores de calor do chiller de
absorção. É importante destacar, que os valores encontrados dos coeficientes convectivos
internos encontram-se dentro da faixa convecção forçada para líquidos (como neste caso água
pura), de 2000 a 18000 W/m2-K (INCROPERA et al., 2007).

6.1.2. Parte externa dos tubos do condensador

Uma segunda etapa, e a análise das correlações que determinam os coeficientes convectivos
pela parte externa dos tubos dos trocadores (onde escoa refrigerante e/ou solução de BrLi - H2O).
O fluido de trabalho deste componente é água (vapor - líquido). A Tabela 6.7 mostra os valores
selecionados para realizar o estudo com as correlações para a serpentina do condensador. As
faixas escolhidas foram selecionadas dentro dos valores utilizáveis pelo chiller de absorção WFC
SC10 - YAZAKI.

Tabela 6.7. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das correlações utilizadas para determinar os
coeficientes convectivos na parte externa dos tubos do condensador.
Parâmetros Intervalos
Diâmetro (mm) 1 - 50
Vazão (kg/s) 0,01 - 0,31
Pressão de operação (kPa) 5 - 15
Temperatura do fluido (°C) 5 - 35
95

Para simular o comportamento do coeficiente de convecção e escolher o mais apropriado


para o cálculo da transferência de calor por convecção na parede externa dos tubos do
condensador utilizaram-se as correlações de OZISIK (1986), HOLMAN (2002) e ADAMS e
MARTO (1997). As Figuras 6.4 e 6.5 mostram os gráficos dessas correlações submetidas à
variações dos diâmetro e vazão.

Figura 6.4. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do condensador em função do
diâmetro, considerando uma temperatura do fluido de 30°C, pressão de 8 kPa, e vazão de 0,6 kg/s.
8
7,8 Oziski
7,6 Holman
 [kW/m2-K]

7,4 Adams
7,2
7
6,8
6,6
6,4
6,2
6
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
D [m]

Figura 6.5. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do condensador em função da
vazão, considerando uma temperatura do fluido de 30°C, pressão de 8 kPa, e diâmetro de 5 cm.
8
7,8
7,6 Oziski
 [kW/m2-K]

7,4 Holman
7,2 Adams
7
6,8
6,6
6,4
6,2
6
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
vazão [kg/s]

Para variações do diâmetro e vazão os valores encontrados são constantes, já que estas
correlações, analisadas no Capítulo 4, não dependem destes parâmetros, e que estas correlações
foram modeladas para a mudança de fase do fluido (vapor - líquido). Entretanto, observa-se que a
correlação de Holman apresenta uma leve diferença entre as outras duas tanto na Figura 6.4
quanto na Figura 6.5.
As Figuras 6.6 e 6.7 mostram os gráficos dessas correlações submetidas à variações da
pressão e da temperatura.
96

Figura 6.6. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do condensador em função da
pressão, considerando uma temperatura do fluido de 30°C, diâmetro de 5 cm, e vazão de 0,6 kg/s.
8
7,8 Oziski
7,6 Holman
7,4
 [kW/m2-K]
Adams
7,2
7
6,8
6,6
6,4
6,2
6
0 5 10 15 20
P [kPa]

Nesta Figura 6.6 observa-se que os coeficientes de convecção variam inversamente com o
aumento da pressão.
Deve-se chamar a atenção que em grande parte das aplicações em engenharia, os
coeficientes de convecção na condensação são normalmente muito maiores que os coeficientes
onde não tem mudanças de fase. Isto não acontece nesse caso quando se comparam os valores
obtidos pelas correlações de OZISIK, HOLMAN e ADAMS, com os coeficientes obtidos para os
escoamentos internos, onde não tem mudança de fase. A explicação para esse fenômeno está
vinculado a que este fenômeno ocorre em baixas pressões (vácuo entre 0,5 a 10 kPa).
A baixa pressão existente no exterior do condensador, implica numa temperatura de
saturação mais baixa, já que a diferença entre a temperatura da superfície de contato e a
temperatura de saturação diminui ocasionando um decréscimo do valor médio final do
coeficiente, e aumento na temperatura da superfície aumenta a diferença entre a temperatura de
saturação incrementando o valor médio do coeficiente convectivo.
É importante ter noção desse comportamento, porque sendo o coeficiente de convecção da
condensação menor que o interno, ele passa a constituir a maior resistência térmica à
transferência de calor, assumindo um papel de maior importância, no cálculo do coeficiente
global. Comparativamente as correlações de OZISIK e ADAMS coincidiram e a de HOLMAN
apresentou uma pequena diferença entre as duas, não significativas, aumentando com o
acréscimo da pressão. As pequenas diferenças encontradas entre as correlações de OZISIK,
ADAMS com a correlação de HOLMAN, é devido à inclusão do efeito de advecção térmica
(HOLMAN, 2002; INCROPERA et al., 2007).
97

Figura 6.7. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do condensador em função da
temperatura do fluido, considerando uma pressão de 8 kPa, diâmetro de 5 cm, e vazão de 0,6 kg/s.

10
Oziski
9,5
9 Holman
 [kW/m2-K] 8,5 Adams
8
7,5
7
6,5
6
5,5
5
4,5
4
0 10 20 30 40
T [°C]

Na Figura 6.7 os coeficientes de convecção variam proporcionalmente com o aumento da


temperatura. A condensação tem uma relação de proporcionalidade com a diferença de densidade
do fluido afastado da parede dos tubos, mais quente, e a densidade do fluido em contato com
parede que está mais fria. Isto explica esse comportamento. Variando-se só a temperatura as três
correlações geram valores praticamente idênticos para os coeficientes de convecção. Apesar da
forte dependência destes parâmetros (temperatura e pressão), o aumento e diminuição dos valores
numéricos encontrados, oscilam da mesma ordem de grandeza, para a faixa estudada, que
correspondem aos valores utilizados no chiller de absorção em estudo.
O estudo nas correlações utilizadas na determinação do coeficiente convectivo na parte
externa no condensador permitiu verificar que mesmo as correlações apresentaram pequenas
diferenças, observar-se que a ordem de grandezas dos resultados obtidos esta dentro de uma faixa
comum, para os diferentes parâmetros analisados como diâmetro, vazão, pressão e temperatura,
para as correlações encontradas. (OZISIK 1986; HOLMAN 2002; ADAMS e MARTO, 1997).
A partir deste estudo, foi selecionado a correlação de OZISIK para a determinação do
coeficiente convectivo na parte externa dos tubos do condensador. O motivo desta escolha,
fundamenta-se nos resultados encontrados, já que estes valores obtidos pelas três correlações, são
muito parecidos em termos de grandeza.

6.1.3. Parte externa dos tubos do evaporador

Esta seção analisa os coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do evaporador.
Para modelar a troca de calor por convecção com ebulição entre as paredes dos tubos do
evaporador e o refrigerante à baixa pressão, foram avaliadas as correlações de ROHSENOW e o
modelo de CHEN (1966), por serem as mais usadas em modelagens de escoamento interno e
externo para cálculo do coeficiente de convecção com ebulição em evaporadores (BAKHTIARI
98

et al., 2011; FLORIDES et al., 2003). Esta última correlação, é baseada no princípio da
superposição dos efeitos da convecção forçada e da ebulição nucleada.
No fenômeno de ebulição no evaporador, os parâmetros mais importantes são a temperatura
média do refrigerante, a temperatura média das paredes dos tubos, e a pressão. Como não aparece
a temperatura das paredes dos tubos nas duas correlações, nem aparece explicitamente a pressão
na correlação de CHEN, optou-se por compará-las com a temperatura média do refrigerante, uma
vez que os principais parâmetros que modelam o fenômeno da ebulição, como força de empuxo,
número de Prandtl, e as propriedades termofísicas, dependem dela. O efeito da pressão de baixa
do chiller e suas variações em operação, aparecem na temperatura de saturação que está contida
nos termos da correlação (∆Te). Não foi considerada também a temperatura da parede, porque
esta depende da temperatura média do fluido quente, neste caso água gelada. A Tabela 6.8 mostra
a faixa dos valores de temperatura média do fluido, neste caso o refrigerante do chiller (água),
que foi utilizado para realizar o estudo com as correlações para a parte externa da serpentina do
evaporador. Esta faixa de temperatura é utilizada pelo chiller de absorção WFC SC10 - YAZAKI.

Tabela 6.8. Valores da temperatura média do fluido para efetuar a avaliação e comparação das correlações utilizadas
para determinar os coeficientes convectivos na parte externa dos tubos do evaporador.
Parâmetros Intervalos
Temperatura do fluido (°C) 4 - 10

Na Figura 6.8 pode-se observar no comportamento das duas correlações, que há uma
diferença considerável entre os coeficientes gerados pelas duas correlações, que atinge um valor
máximo para a menor temperatura média do refrigerante, e vai diminuindo até atingir a diferença
mínima para a maior temperatura do referido fluido. Apesar da resistência de convecção externa
ser muito pequena em ambos os casos, e sendo o coeficiente global de transferência de calor
praticamente governado pela resistência interna, o fluxo de calor será aproximadamente igual
com os coeficientes externos das duas correlações.

Figura 6.8. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do evaporador em função da
temperatura.
800
700
 [kW/m2-K]

600
500
400 Chen
300 Rohsenow
200
2 4 6 8 10 12
T [°C]
99

Entretanto há que se considerar que haverá um comportamento diferente nas temperaturas


da parede do tubo. Quanto maior o coeficiente convectivo, mais a temperatura da superfície vai
se aproximar da temperatura média do fluido, e isso vai influenciar no fenômeno da ebulição.
Comparando-se as duas equações, a correlação de Rohsenow (NG et al., 2006), apresenta
um maior número de dados de entrada, que são difíceis de determinar, como a área efetiva
molhada e de base, o que dificulta sua utilização, principalmente se for utilizada numa ferramenta
computacional para dimensionamento do evaporador. Por outro lado, a correlação de CHEN,
diferentemente da apresentada por ROHSENAW, leva em consideração todo o processo de
transferência de calor desde o título zero até quase o título unitário (Browne e Bansal, 2000),
prediz com mais acurácia os valores para o coeficiente de convecção em toda a sua faixa de
validade, e gerando-os com uma quase uniformidade em relação à variação da temperatura
anteriormente citada. Pelos motivos expostos selecionou-se a correlação de CHEN para
determinar o coeficiente convectivo na parte externa dos tubos do evaporador. Além disto, a
equação de CHEN (método de superposição), na determinação do coeficiente convectivo, sendo
uma metodologia mais conservadora, e mais utilizada na literatura no estudo deste coeficiente em
evaporadores (BAKHTIARI et al., 2011; FLORIDES et al., 2003).

6.1.4. Parte externa dos tubos do absorvedor

No processo de absorção existem dois fenômenos, a transferência de massa do vapor para a


solução através da fronteira entre ambos, e a mudança de estado do vapor para líquido, com
liberação de calor, num processo similar ao de condensação de uma substância pura numa
superfície. Esta seção apresenta uma análise de três correlações citadas na literatura, (WILKE
apud: FLORIDES et al., 2003), (PARK et al., 2003) e (HOFFMANN et al., 1996; ALBERS et
al., 2010) para cálculo dos coeficientes convectivos na parte externa dos tubos do absorvedor
para solução BrLi - H2O, para calcular a transferência de calor entre a solução e a parede externa
do tubo.
A correlação de Wilke foi desenvolvida o processo de absorção do vapor por uma película
descente da solução forte de BrLi-H2O, que escoa sobre tubos verticais. Esta equação também
pode ser utilizada para tubos horizontais (FLORIDES et al., 2003; HOFFMANN et al., 1996).
Esta equação, correlaciona o número de Nusselt com os números de Reynolds e Prandtl,
utilizando nos números adimensionais, os parâmetros termofísicos da solução, além da vazão
mássica e a espessura da película.
De modo a definir a melhor correlação para predizer a transferência de calor no absorvedor,
comparam-se valores gerados para os coeficientes de transferência de calor das três equações
utilizando-se valores intervalares da vazão, da concentração da solução, da temperatura da
solução e do comprimento dos tubos, apresentados na Tabela 6.9. As faixas dos dados escolhidas,
foram selecionadas dentro dos valores utilizáveis pelo chiller de absorção WFC-SC10 -
YAZAKI.
100

Tabela 6.9. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das correlações utilizadas para determinar os
coeficientes convectivos na parte da serpentina do absorvedor.
Parâmetros Intervalos
Vazão da solução (kg/s) 0,1 - 0,3
Concentração da solução (%) 50 - 60
Temperatura da solução (°C) 25 - 45
Comprimento (m) 1,0 – 2,3

Todas as equações são válidas para o mesmo intervalo de Reynolds. Existe uma diferença
entre elas que pode explicar essa diferença de comportamento. Nos seus experimentos, que está
citado no Capítulo 4, PARK et al. (2003) desconsideram o número de Prandtl, alegando que este
tinha pouca influência no Nusselt. Essa correlação apresentou erros de aproximadamente ± 25%
entre os resultados numéricos e os experimentais.
As Figuras 6.9 a 6.12 mostram estas variações dos resultados dos coeficientes convectivos
calculados na parte externa dos tubos do absorvedor. Nesses gráficos observam-se uma diferença
acentuada no comportamento das duas correlações, de Filme e Wilke, em referencia à de Park,
para cada um dos parâmetros dos intervalos testados.

Figura 6.9. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do absorvedor em função do
comprimento, considerando concentração de 60%, vazão de 0,22 kg/s, e temperatura da solução de 40°C.
6

5 Wilke
Park
 [kW/m2-K]

4
Filme
3

0
0 0,5 1 L [m] 1,5 2 2,5

Como se pode observar na Figura 6.9, a Equação de Wilke tem um comportamento mais
apropriado do que a de Park, em relação à variação do comprimento.
Mantidos constantes os demais parâmetros, tubos maiores terão camadas limites térmicas
de maior espessura em x=L, acarretando um gradiente de temperatura menor na parede,
consequentemente uma menor troca de calor por condução, o que corresponde a um menor
coeficiente de convecção.
101

Figura 6.10. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do absorvedor em função da
temperatura, considerando concentração de 60%, vazão de 0,22 kg/s, e comprimento de 1 m.
6

5 Wilke
Park

 [kW/m2-K]
4 Filme

0
20 25 30 35 40 45 50
T [°C]

Como se pode observar na Figura 6.10, as Equações de Park e de Filme (teoria de Nusselt)
não variam significativamente com a temperatura da solução, e a de Wilke mostra um
comportamento mais apropriado para descrever o que acontece com o coeficiente de convecção.

Figura 6.11. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do absorvedor em função da
vazão, considerando concentração de 60%, comprimento de 1 m, e temperatura da solução de 40°C.
6
Wilke
5 Park
 [kW/m2-K]

4 Filme

3
2
1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4
vazão [kg/s]

Mantido constantes os demais parâmetros, e considerando que a temperatura na parede tem


uma variação pequena, temperaturas maiores da solução, acarretam um gradiente de temperatura
maior na parede, consequentemente uma resistência menor à passagem de calor por convecção, o
que significa um coeficiente de convecção maior.
Observando-se a Figura 6.11, percebe-se que, mantidos constantes a concentração, o
comprimento dos tubos e a temperatura da solução, a Equação de Park não conseguiu capturar o
efeito do aumento da vazão no coeficiente de convecção, que é função do numero de Reynolds.
Por outro lado a correlação de Wilke e a do Filme (teoria de Nusselt), mostraram um
comportamento mais apropriado, sendo crescente com o aumento do Re, de uma forma não
linear.
102

Figura 6.12. Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do absorvedor em função da
concentração, considerando comprimento de 1 m, vazão de 0,22 kg/s, e temperatura da solução de 40°C.
7
Wilke
6
Park
5 filme
 [kW/m2-K]

0
48 50 52 54 56 58 60 62
Concentração [%]

Observando-se a Figura 6.12, nota-se que, mantidos constantes a vazão, o comprimento dos
tubos e a temperatura da solução, a equação de Park conseguiu capturar o efeito do aumento da
concentração no coeficiente de convecção, gerando coeficientes menores para concentrações
maiores. Entretanto há uma discrepância entre os resultados de Park e os fornecidos pela
correlação de Wilke e de Filme relativamente grande para concentrações baixas (50 - 55%), que
tende a diminuir com o aumento da concentração, que é função do numero de Reynolds.
Concentrações menores implicam numa absorção maior, o que se traduz numa geração de calor
maior que por sua vez tem uma curva de variação da temperatura na camada limite com um
gradiente maior, implicando em um coeficiente de transferência de calor maior. Portanto a
variação crescente da concentração implica num coeficiente convectivo decrescente.
Pela argumentação apresentada até aqui, optou-se pela utilização da correlação de Wilke
para compor o modelo de simulação do chiller de absorção, quando se considera a troca de calor
do lado externo dos tubos no absorvedor.

6.1.5. Parte externa dos tubos do gerador

O objetivo desta seção, é a análise das correlações encontradas na literatura para a


determinação dos coeficientes convectivos para o processo de ebulição que ocorre na parte
externa da serpentina do gerador. O calor que é fornecido ao gerador aquece a solução até atingir
a temperatura de saturação, e fornece o calor da vaporização, que corresponde ao calor de
vaporização da água pura, refrigerante da solução. Os geradores construtivamente são de dois
tipos, do tipo onde os tubos ficam cobertos pela solução, e aquele onde a solução escoa vertical e
transversalmente aos tubos. Um parâmetro importante no processo de ebulição é o excesso de
temperatura (ΔTe), que mede a diferença da temperatura da superfície de contato (Ts) com a
temperatura de saturação da solução em ebulição (Tsat). Conforme foi mostrado no Capítulo 4,
103

especificamente na Tabela 4.1, onde se mostra como se dá a ebulição para diversos valores
intervalares de ΔTe. O intervalo de maior interesse nesse trabalho é 5°C ≤ ΔTe ≤ 30°C, que é a
faixa para a qual muitos dispositivos de engenharia são projetados para operarem, no regime de
ebulição nucleada.
Trabalhos que apresentam correlações para a o coeficiente de transferência de calor na
superfície dos tubos do gerador são escassos na literatura. Diversos autores têm se referido a esse
fato, ao longo dos anos. (FLORIDES et al., 2002; BAKHTIARI et al., 2011). FLORIDES et al.
(2002), mostraram num trabalho de projeto e construção de uma unidade de refrigeração de
absorção, afirmaram que devido a inexistência de expressões disponíveis na literatura para o
processo de ebulição num gerador, a correlação apropriada para o coeficiente de transferência de
calor necessita ser obtida experimentalmente.
De modo a escolher uma correlação para compor o modelo de simulação do chiller na
predição do coeficiente convectivo da solução BrLi – H2O, e devido à carência de correlações na
literatura escolheu-se duas correlações. A Correlação de desenvolvida por Rohsenow (apud
INCROPERA et al., 2007) que é definida para ebulição nucleada de um fluido qualquer. Porém,
apesar da solução do sistema de absorção possuir uma mistura de BrLi - H2O, o único fluido que
sofre mudança de fase (ebulição), é água, devido às condições de temperatura (inferiores a 80°C)
e pressão de vácuo no gerador do chiller de absorção. A outra correlação escolhida foi a de
BAKHTIARI et al., 2011, desenvolvida para geradores de calor casco e tubos utilizados em
chillers de absorção com tubos horizontais. Para tal, utilizou dados experimentais de WANG
(1996), (apud: BAKHTIARI et al., 2011).
A Tabela 6.10 mostra os valores selecionados para realizar o estudo com as correlações
para parte da serpentina do gerador. As faixas escolhidas foram selecionadas dentro dos valores
utilizáveis pelo chiller de absorção WFC-SC10 - YAZAKI.
Analisando-se as equações acima mencionadas se percebem que por elas terem sido
desenvolvidas, uma para ebulição em piscina, solução parada, e a outra por ebulição com
escoamento vertical, e transversal sobre o banco de tubos não se tem parâmetros comuns para
compará-las, sendo examinado o comportamento físico de cada correlação.

Tabela 6.10. Valores selecionados para efetuar a avaliação e comparação das correlações utilizadas para determinar
os coeficientes convectivos na parte externa dos tubos do gerador.
Parâmetros Intervalos
Vazão da solução fraca (kg/s) 0,01 - 0,5
Temperatura da superfície (°C) 50 - 70

Em uma variou-se a vazão, e na outra a temperatura de superfície. As Figuras 6.13 e 6.14


mostram as variações dos valores obtidos dos coeficientes de convecção para essas duas
correlações.
104

Figura 6.13. Variação do coeficiente convectivo da parte externa dos tubos do gerador em função da vazão para a
correlação apresentada por BAKHTIARI.
3500
3000
2500
 [kW/m2-K]
2000
1500
1000
500
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
vazão [kg/s]

A Figura 6.13 mostra que o coeficiente de convecção cresce com a vazão, conforme a
correlação de BAKHTIARI, e tem uma maior taxa de variação entre 0 e 0,1 e que essa taxa de
crescimento é mais suave entre 0,1 e 0,6 Kg/s.

Figura 6.14. Variação do coeficiente convectivo da parte externa dos tubos do gerador em função da temperatura da
superfície de contato para a correlação de Rhosenow (INCROPERA et al., 2007)
3500
3000
 [kW/m2-K]

2500
2000
1500
1000
500
0
48 50 52 54 56 58 60
Ts [°C]

No gráfico da Figura 6.14 pode-se ver que o aumento da temperatura da superfície (Ts), que
corresponde a um aumento de ΔTe, que por sua vez, provoca um aumento quase linear do
coeficiente de convecção. Nesse caso pode-se não vai haver uma escolha entre as duas
correlações baseadas numa comparação entre elas. A implementação da equação de
BAKHTIARI, é mais simples, e não envolve parâmetros como a tensão superficial da solução, e
propriedades termofísica na parede e afastada da parede. Portanto escolheu-se a correlação de
BAKHTIARI.
A Tabela 6.11 mostra as escolhas dos coeficientes convectivos internos e externos do
processo de absorção a partir da análise individual das correlações encontradas na literatura.
105

Tabela 6.11. Correlações dos coeficientes convectivos internos e externos selecionados para a determinação dos
coeficientes globais de transferência de calor do chiller de absorção.
Correlação Componente Razões
GNIELINSKI Parte interna das tubulações • Equação mais completa;
• Maior faixa de Re;
• Erros percentuais menores;
OZISIK Parte externa dos tubos do condensador • Mais conservadora;
CHEN Parte externa dos tubos do evaporador • Levar todo o efeito de
(modelo de transferência de calor;
Superposição)
WILKE Parte externa dos tubos do absorvedor • Fortemente utilizada na
literatura;
• Comportamento mais
uniforme;
WANG Parte externa dos tubos do gerador • Determinada
experimentalmente para a
solução BrLi – H2O;
• Mais simples na
implementação

6.2. Estudo dos coeficientes globais modelados para os componentes do chiller de absorção
WFC-SC10

Uma das partes importantes na modelagem de um chiller de absorção é o cálculo dos


coeficientes globais dos trocadores de calor dos componentes (gerador, condensador, evaporador
e absorvedor) do equipamento, pois permitem predizer os fluxos de calor por unidade de
temperatura, que pode ser trocado através de cada um dos componentes do chiller,
As correlações escolhidas para a determinação dos coeficientes convectivos externos e
internos dos componentes do equipamento foram colocadas na Tabela 6.11.
Para cálculo dos coeficientes globais de transferência de calor, utilizaram-se as áreas de
troca de calor da Tabela 6.1 de cada componente. Os dados utilizados para o cálculo destes
coeficientes são mostrados na Tabela 6.12. Estes dados foram extraídos no manual do fabricante
(YAZAKI, 2003), para condições normais de operação, os quais são; as temperaturas de entrada e
saída da água quente do gerador, as temperaturas de entrada da água fria no absorvedor, e seu
valor na saída do condensador, já que internamente os dois trocadores estão em série, e as
temperaturas de entrada e saída da água gelada no evaporador.
Para essas condições operacionais, fixas, em regime permanente, a Tabela 6.12, apresenta
as taxas de calor trocadas nos componentes do chiller.
106

Tabela 6.12. Dados utilizados na determinação dos coeficientes globais por unidade de área do chiller de absorção
WFS - SC10.
Parâmetros Valores
Fluxo de Calor do gerador [kW] 50,2
Fluxo de Calor do evaporador [kW] 35,2
Fluxo de Calor do condensador [kW] 39,1
Fluxo de Calor do Absorvedor [kW] 46,3
Temperatura da água quente de entrada [°C] 88,0
Temperatura da água quente de saída [°C] 83,0
Temperatura da solução forte do gerador [°C] 82,0
Temperatura da solução fraca do gerador [°C] 80,0
Temperatura da água fria de entrada do absorvedor [°C] 31,0
Temperatura da água fria de saída do absorvedor [°C] 33,0
Temperatura da solução forte do absorvedor [°C] 46,0
Temperatura da solução fraca do absorvedor [°C] 34,5
Temperatura da água gelada de entrada [°C] 7,0
Temperatura da água gelada de saída [°C] 12,5
Temperatura interna do evaporador [°C] 3,9
Temperatura interna do condensador [°C] 36
Temperatura da água fria de saída do condensador [°C] 35
Fonte: Yazaki, 2003.

A partir desses dados apresentados na Tabela 6.12, pode ser analisado o comportamento
dos coeficientes globais de transferência de calor dos trocadores do chiller, a partir das
correlações escolhidas para a determinação dos coeficientes convectivos externos e internos, que
posteriormente serão utilizados na comparação dos dados gerados pelo modelo, com os dados
experimentais obtidos do chiller em estudo.

6.2.1. Coeficiente global de transferência de calor do gerador

Da análise previa deste componente, verificou-se que o coeficiente que governa o processo
de transferência de calor no gerador é o coeficiente convectivo interno (água quente), por este
motivo optou-se por verificar o comportamento do coeficiente global de transferência de calor do
gerador quando submetido à variação na temperatura média da água quente dentre os valores
reais de operação. A Figura 6.15 mostra a variação do coeficiente global de transferência de calor
do gerador em função da temperatura média da água quente, considerando uma vazão de 2,4 kg/s,
diâmetro de 4 cm, e uma temperatura da solução de 60°C e vazão de solução de 0,20 kg/s.
Pode-se perceber que há uma tendência de crescimento linear positiva do Coeficiente
Global com o aumento da temperatura média do fluido interno (água quente). O aumento na
temperatura provoca uma variação nas propriedades termofísicas do fluido, que altera o número
de Reynolds e de Prandtl, aumentando o número de Nusselt, e portanto, incrementado o
coeficiente convectivo interno. Deve-se observar que uma variação de 25ºC na temperatura,
provoca um aumento em torno de 5% no valor do U.
107

Figura 6.15. Coeficiente global de transferência de calor do gerador em função da temperatura média da água quente,
considerando uma vazão da água de 2,40 kg/s, e diâmetro de 4 cm.
3,5
3

U [kW/m2-K]
2,5
2
1,5
1
0,5
0
60 70 80 90 100
T [°C]

6.2.2. Coeficiente global de transferência de calor do evaporador

Da mesma forma que no gerador, o coeficiente que governa o processo de transferência de


calor no evaporador é o coeficiente convectivo interno (água gelada). Pelo mesmo motivo
também optou-se por verificar o comportamento do coeficiente global do evaporador quando
submetido à variação na temperatura média da água gelada dentre os valores reais de operação,
considerando-se uma vazão de 1,52 kg/s, diâmetro de 4 cm, e uma temperatura constante do
fluido externo ao evaporador, o refrigerante, de 4 °C, e uma vazão do vapor saindo do evaporador
de 0,02 kg/s. A Figura 6.16 mostra a variação do coeficiente global de transferência de calor do
evaporador em função da temperatura média da água gelada.
Na Figura 6.16 percebe-se que também há uma tendência de crescimento linear positiva do
coeficiente global com o aumento da temperatura média do fluido interno (água gelada), com um
comportamento similar ao coeficiente global de transferência de calor do gerador, já que as
propriedades da água pura não variam significativamente para a faixa de operação do chiller.
Deve-se observar que uma variação de 13 ºC na temperatura, provoca um aumento em torno de
10% no valor do U.

Figura 6.16. Coeficiente global de transferência de calor do evaporador em função da temperatura média da água
gelada, considerando uma vazão da água de 1,52 kg/s, e diâmetro de 4 cm.
3,5
3
U [kW/m2-K]

2,5
2
1,5
1
0,5
0
4 9 14 19 24
T [°C]
108

6.2.3. Coeficiente global de transferência de calor do condensador

No condensador observa-se o mesmo comportamento visto no gerador e evaporador, o


coeficiente interno (água fria) governa o processo de transferência de calor. Para analisar o
comportamento do coeficiente global de transferência de calor, calculou-se seus valores num
intervalo de variação da temperatura média da água fria dentre os valores reais de operação. A
Figura 6.17 mostra a variação do coeficiente global de transferência de calor do condensador em
função da temperatura média da água fria, considerando uma vazão de 5,08 kg/s, diâmetro de 5
cm, e uma temperatura do refrigerante de 40 °C e vazão de vapor de 0,02 kg/s.

Figura 6.17. Coeficiente global de transferência de calor do condensador em função da temperatura média da água
fria, considerando uma vazão da água de 5,08 kg/s, e diâmetro de 5 cm.
4
3,5
U [kW/m2-K]

3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
18 23 28 33 38
T [°C]

6.2.4. Coeficiente global de transferência de calor do absorvedor

Neste componente, ocorre um processo inverso, já que o coeficiente que governa o


processo de transferência de calor é o coeficiente externo aos tubos do componente (solução BrLi
- H2O). Apesar, de ter um processo similar ao condensador (HOFFMANN et al., 1996), o
coeficiente convectivo externo é muito menor que o interno, ocasionando uma menor resistência,
sendo determinante no coeficiente global de transferência de calor. Este efeito foi testado e
verificado no trabalho apresentado em HOFFMANN et al. (1996). Neste trabalho foi analisado o
coeficiente de transferência de calor no absorvedor com tubos horizontais de filme descendente
utilizando a solução BrLi - H2O. A ideia era determinar a influência da temperatura, concentração
e vazão da solução no processo de transferência de calor e massa. Os resultados mostraram que
há um aumento do coeficiente convectivo em função da vazão da solução e uma diminuição do
coeficiente em função da viscosidade. Os autores verificaram que para grandes valores de
viscosidades e tensões superficiais, isto é, altas concentrações, a solução BrLi - H2O formam
gotículas grossas na parte inferior de cada tubo, as quais se tornam menores com concentrações
mais baixas, o que leva à formação de uma película de solução espessa, ocasionando baixos
valores de coeficientes de transferência de calor. Este efeito também foi analisado por BREDOW
et al. (2008), no absorvedor de um chiller comercial, verificando a influência da concentração e
vazão da solução BrLi - H2O no coeficiente convectivo de calor.
109

Para a simulação deste coeficiente, foram variados dois parâmetros importantes no processo
de absorção, a temperatura média da solução e a concentração dentre os valores reais de
operação, já que estas duas propriedades, modificam de forma diferente, o comportamento do
coeficiente global ao longo do transiente do processo de absorção.
A Figura 6.18 mostra a variação do coeficiente global de transferência de calor do
absorvedor em função da concentração da solução, considerando uma vazão de solução de 0,20
kg/s, diâmetro de 5 cm, e uma temperatura média da água fria de 31°C e da solução de 40°C.

Figura 6.18. Coeficiente global de transferência de calor do absorvedor em função da concentração da solução,
considerando uma vazão da solução de 0,22 kg/s, diâmetro de 5 cm e temperatura média da solução de 40°C.
2
1,8
1,6
1,4
U [kW/m2-K]

1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
48 50 52 54 56 58 60 62
X [%]

Pode-se perceber que o comportamento da curva do coeficiente global do absorvedor, é


linear, mas de forma descendente, ou seja, diminuindo a medida que a concentração aumenta.
Este comportamento pode ser relacionado ao fato que o aumento da concentração implica numa
diminuição de transferência de massa e calor, assim como foi encontrado na literatura
(HOFFMANN et al., 1996; BREDOW et al., 2008 ).
Pode-se dizer que a absorção de água numa solução de sal altamente concentrada reduz o
nível energético da mistura muito mais do que a absorção de uma solução de baixa concentração,
já que o calor de dissolução é muito menor (BREDOW et al., 2008). E que quanto mais alta for a
concentração da solução, menor será a condutividade térmica da solução e maior será a
viscosidade dinâmica, ocasionando uma diminuição no coeficiente convectivo externo, e
portanto, diminuição no coeficiente global de transferência de calor.
Na Figura 6.19 mostra-se que o coeficiente aumenta à medida do incremento da
temperatura média da solução. Este comportamento oposto à variação do coeficiente global de
transferência de calor com o aumento da concentração, mostrado na Figura 6.4.
Nesta simulação foi considerando uma vazão de solução de 0,20 kg/s, diâmetro de 5 cm, e
uma temperatura média da água fria de 31°C e concentração de 55%.
110

Figura 6.19. Coeficiente global de transferência de calor do absorvedor em função da temperatura média da solução,
considerando uma vazão da solução de 0,22 kg/s, diâmetro de 5 cm e concentração de 55%.
2
1,8
1,6

U [kW/m2-K]
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
28 30 32 34 36 38 40 42
T [°C]

6.2.5. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de solução

Para avaliar o comportamento do coeficiente global de transferência de calor deste


trocador, foram variados três parâmetros importantes na transferência de calor, e
consequentemente nos coeficientes convectivos do componente. Os parâmetros foram: a
temperatura média da solução, a influência da concentração da solução forte e da fraca no
coeficiente U. A correlação escolhida para o trocador da solução que pode ser duplo tubo, ou
casco e tubos, foi a Equação 4.70, que foi utilizada tanto para o escoamento interno dos tubos,
com o número de Reynolds calculado em relação ao diâmetro, como para o escoamento no anel,
ou no feixe de tubos, com o número de Reynolds calculado com o diâmetro hidráulico, com todas
condições de análise colocadas no Capítulo 5.
As Figuras 6.20, 6.21 e 6.22 mostram a variação do coeficiente global em função, da
variação da concentração forte e fraca, e da temperatura da solução.

Figura 6.20. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de solução em função da concentração forte da
solução, considerando uma vazão da solução forte e fraca de 0,20 e 0,22 kg/s, e concentração fraca de 55 % e
temperatura de 60°C.
1

0,8
U [kW/m2-K]

0,6

0,4

0,2

0
54 56 58 60 62 64 66
Concentração Forte [%]
111

Como as vazões são fixas a temperatura e a solução baixa também, verifica-se que a
variação da concentração forte altera pouco o coeficiente global.

Figura 6.21. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de solução em função da concentração fraca da
solução, considerando uma vazão da solução forte e fraca de 0,20 e 0,22 kg/s, e concentração forte de 60 % e
temperatura de 60°C.
1

0,8
U [kW/m2-K]

0,6

0,4

0,2

0
48 50 52 54 56 58 60 62
Concentração Fraca [%]

Por outro lado, como as vazões também fixas, a temperatura também, e desta vez a solução
forte mantida constante, verifica-se que a variação da concentração fraca provocou uma variação
no coeficiente global em torno de 50%, e que o coeficiente convectivo da solução fraca é muito
maior para valores em torno de 50%, porém, o coeficiente de convecção da solução forte governa
a troca de calor convectiva, e que essa influência vai diminuindo na medida que a solução fraca
vai assumindo teores mais altos de concentração, fazendo com que a curva do coeficiente global
seja decrescente.

Figura 6.22. Coeficiente global de transferência de calor do trocador de solução em função da temperatura média da
solução, considerando uma vazão da solução forte e fraca de 0,20 e 0,22 kg/s, e concentração fraca e forte de 55 e
60%, respectivamente.
1

0,8
U [kW/m2-K]

0,6

0,4

0,2

0
38 43 48 T [°C] 53 58

Como as vazões são fixas e as soluções fracas e fortes também são mantidas constantes,
condições essas que representadas num ponto da Figura 6.21, mostra que valores de temperatura
mais baixo do que aquela condição fazem o coeficiente global decrescer, pela influência da
temperatura nos parâmetros termo físicos da solução.
112

6.3. Comparação dos coeficientes globais do fabricante e calculados segundo as correlações


dos coeficientes convectivos para as condições de operação do chiller

A taxa de transferência de calor, que é trocado através de um recuperador ou trocador, é


uma função do coeficiente global de transferência de calor, da área e da diferença média
logarítmica das temperaturas, dos terminais quente e frio do componente. Esta taxa de calor se
ajusta em função das condições as quais esta submetida.

(6.1)

onde;

; coeficiente global de transferência de calor [kW/m2-K]


; Área do trocador de calor [m2]
; diferença média logarítmica [K]

Toda a análise feita até aqui teve o intuito de mostrar que em operação, em função de
variação nos principais parâmetros de entrada, o coeficiente global de transferência de calor varia
linearmente e tenta demonstrar a importância da variação destes coeficientes ao longo do ciclo de
refrigeração por absorção, e consequentemente, na capacidade de refrigeração.
Para a determinação dos coeficientes globais de transferência de calor do fabricante, foram
utilizados os dados apresentados na Tabela 6.12, ou seja, temperaturas e fluxos de calor, e com
estes, através da utilização da equação características dos trocadores, Equação 6.1, foram
determinados os coeficientes globais de transferência de calor por unidade de área (UA).
Na Tabela 6.13 apresenta-se a comparação entre os valores dos coeficientes globais de
transferência de calor calculados pelas correlações dos coeficientes convectivos selecionados, e
os calculados com os dados fornecidos pelo fabricante, para a condição específica, descrita na
Tabela 6.12.

Tabela 6.13. Comparação dos coeficientes globais fornecidos pelo fabricante e simulados pelas correlações.
Fabricante [kW/ K] Simulados [kW/ K] Erro
Componentes
(YAZAKI, 2003) (Correlações) Relativo (%)
Evaporador 6,517 7,0616 -8,3601
Condensador 10,500 10,8153 -3,0024
Gerador 13,79 15,2731 -10,7550
Absorvedor 7,879 7,5202 4,5539
Trocador da Solução 0,4221 0,3827 9,3322
113

Pode-se perceber, segundo a Tabela 6.13, que os valores obtidos através das correlações
dos coeficientes convectivos, apresentam erro máxima de 10,75 % quando comparados com os
fornecidos pelo fabricante. Esta ampla faixa, de 9,33% a - 10,75% é devido a diversos fatores
tais como, erros implícitos das correlações empíricas específicas para o chiller em estudo, na
aproximação do coeficiente de incrustação (FLORIDES et al., 2003), erros aleatórios nas
medições do fabricante, não especificados, e dados operacionais internos da solução e o
refrigerante. Porém, esta faixa de erro é pequena, quando se sabe que algumas correlações têm
uma imprecisão muito maior. As correlações escolhidas, permitem simular os coeficientes
globais do chiller de absorção, sendo os mesmos capazes de serem atualizados ao longo do
processo transitório, já que na realidade a área de cada componente é fixa, e o coeficiente global
(U) é variável para o processo, ajustando-se, segundo às condições que lhe forem impostas.

6.4. Comportamento dos fluxos de calor e do COP do chiller WFC- SC10 em regime
permanente, segundo os dados do fabricante

A determinação dos coeficientes globais dos trocadores de calor do chiller de absorção é de


grande importância no estudo e predição do comportamento operacional do mesmo. Segundo a
análise apresentada, este parâmetro esta fortemente ligado à transferência de calor do processo de
absorção do chiller, sendo o mesmo variável em função das condições de operação do chiller.
A ideia principal deste item é mostrar o comportamento energético do chiller de absorção
WFC-SC10 a partir do levantamento do dados do fabricante. Estes dados são fornecidos como
base referencial do comportamento do chiller em operação nominal, que servirão como referência
de comparação com os resultados obtidos pelo modelo matemático desenvolvido.
O procedimento é caracterizado por uma serie de curvas de funcionamento que foram
incluídas, exclusivamente, com o objetivo de verificar o funcionamento de operação do chiller.
As limitações deste procedimento encontra-se nas temperaturas de água quente e fria, de 70 a
95°C, e 27 a 31°C, respectivamente.
O procedimento foi desenvolvido considerando a temperatura gelada média de saída de 7°C
e os valores de vazão dos circuitos de água são considerados médios e normais na operação do
sistema. O detalhamento do procedimento mostra-se no anexo 1 deste documento.
As Figuras 6.23 e 6.24, mostram o comportamento dos fluxos de calor, e o comportamento
do COP, quando variada a temperatura quente e fria de entrada.
A medida que aumenta-se a temperatura da água fria de entrada do chiller há uma
diminuição do calor rejeitado pela torre, originado pela diminuição do calor requerido pelo
gerador e por conseguinte pelo evaporador, portanto, uma leve diminuição do COP do chiller de
absorção.
114

Figura 6.23. Variação dos fluxos de calor e COP do chiller de absorção em função da temperatura fria de entrada,
segundo procedimento do Fabricante, considerando a temperatura da água quente de entrada de 88°C e temperatura
da água gelada de saída de 7°C, vazões de água fria, quente e gelada de 5,08 kg/s, 2,42 kg/s e 1,52 kg/s,
respectivamente.
120 0,715
100 0,71
80

COP [-]
Q [kW]

0,705
60
0,7
40
20 0,695
0 0,69
26 27 28 29 30 31 32
Temperatura fria de entrada [°C]

Gerador [kW] Evaporador [kW] Torre [kW] COP

Na Figura 6.24 mostra-se a variação dos fluxos de calor e COP em função da variação da
temperatura quente de entrada.

Figura 6.24. Variação dos fluxos de calor e COP do chiller de absorção em função da temperatura quente de entrada,
segundo procedimento do Fabricante, considerando a temperatura da água fria de entrada de 27°C e temperatura da
água gelada de saída de 7°C, vazões de água fria, quente e gelada de 5,08 kg/s, 2,42 kg/s e 1,52 kg/s,
respectivamente.
140 0,76
120
0,74
100

COP [-]
Q [kW]

80 0,72
60 0,7
40
0,68
20
0 0,66
75 80 85 90 95 100
Temperatura quente de entrada [°C]
Gerador [kW] Evaporador [kW] Torre [kW] COP

A medida que aumenta-se a temperatura da água quente de entrada do chiller há um


incremento do calor rejeitado pela torre, originado pelo aumento do calor requerido pelo gerador
e por conseguinte pelo evaporador, portanto, uma queda significativa do COP do chiller de
absorção. Pode-se perceber, que o aumento na temperatura quente de entrada, não implica em
aumento do COP, como seria o caso ideal termodinâmico para este tipo de equipamento, mas
numa diminuição. Este fato é devido à limitação do evaporador do chiller, que foi configurado
para um valor máximo de temperatura de água gelada de 7°C. LABUS et al. (2012), retifica que
115

os fabricantes de chiller de pequeno porte, projetam estes equipamentos considerando a


configuração de temperatura de saída da água gelada em 7°C, devidos aos requerimentos dos
fancoil. Esta limitação também pode ser vinculada, ao perigo de congelamento do refrigerante
(vapor de água) dentro do chiller, ocasionado problemas de circulação do fluido.
Segundo os dados fornecidos pelo fabricante, e diversos trabalhos na literatura (LABUS et
al., 2012; HEROLD et al., 1996; AHMED et al., 2008), estima-se que para valores superiores de
temperatura de água quente, o calor retirado pelo evaporador fique constante, atingindo seu valor
máximo de troca de calor, segundo as condições de projeto do mesmo, diminuindo o COP dos
sistema.

6.6. Conclusões sobre a análise das equações constitutivas

A determinação dos coeficientes convectivos depende de vários fatores como geometria,


fluido, e propriedades termodinâmicas envolvidas. A escolha da correlação específica é uma
tarefa difícil, já que dependo das condições de trabalho, podem ou não, existir varias correlações
que podem ser utilizadas. É importante lembrar, que estas correlações são geralmente
determinadas experimentalmente, e devido a este motivo, é difícil encontrar correlações com as
condições especificas procuradas. Dai a importância da busca bibliografia para encontrar
correlações que permitam estimar os coeficientes convectivos e assim poder determinar os
coeficientes globais de transferência de calor dos trocadores de calor.
Através esta análise, foram encontradas algumas conclusões tais como:

 As correlações selecionadas para a determinação dos coeficientes convectivos no interior


das tubulações da serpentina dos trocadores de calor, (Dittus – Boelter; Petukhov – Popov
e Gnielinski), forneceram resultados muito similares, mantendo a ordem de grandeza
quando variados parâmetros como temperatura, diâmetro e vazão. Porém a equação de
GNIELINSKI– apresenta resultados mais conservadores;
 As correlações selecionadas para a determinação dos coeficientes convectivos na parte
externa dos tubos dos trocadores de calor (gerador, condensador, absorvedor, evaporador
e trocador da solução), forneceram resultados muito similares, mantendo a mesma
tendência e ordem de grandeza quando variados parâmetros;
 Apesar da forte dependência da temperatura e pressão para as correlações utilizadas para a
determinação dos coeficientes convectivos (OZISIK 1986; HOLMAN 2002; ADAMS e
MARTO, 1997), o aumento e diminuição dos valores numéricos encontrados, oscilam da
mesma ordem de grandeza para a faixa estudada, dentre os valores utilizados no chiller de
absorção em estudo. As pequenas diferenças encontradas entre as correlações de OZISIK,
ADAMS com a correlação de HOLMAN, foram devido á inclusão do efeito de advecção
térmica. (HOLMAN, 2002; INCROPERA et al., 2007);
 Considerando a faixa de temperatura do fluido do evaporador, é importante ressaltar que a
ordem de grandeza de ambas as correlações forem similares, e que ambas podem ser
116

utilizadas na determinação do coeficiente convectivo na parte externa dos tubos do


evaporador. Porém, a correlação de CHEN, leva em consideração todo o processo de
transferência de calor, e prediz com mais acurácia os valores para o coeficiente
convectivo, e gerando-os com uma quase uniformidade em relação à equação de
ROHSENAW;
 Para as correlações utilizadas na determinação dos coeficientes convectivos na parte
externa do absorvedor (WILKE apud: FLORIDES et al., 2003, do Filme e PARK et al.,
2003), as maiores divergências dos resultados foram encontradas com a concentração
(aproximadamente de 50%), temperatura do fluido (aproximadamente de 45°C), e
comprimentos (aproximadamente de 0,2 m);
 A Equação de Park conseguiu capturar o efeito do aumento da concentração no
coeficiente de convecção, gerando coeficientes convectivos menores para concentrações
maiores, já que concentrações menores implicam numa absorção maior, o que se traduz
numa geração de calor maior que por sua vez tem uma curva de variação da temperatura
na camada limite com um gradiente maior, e consequentemente um coeficiente de
transferência de calor maior;
 Para o gerador, apesar de que as correlações utilizadas forem escolhidas para processos
diferentes, já que a correlação definida por WANG et al. (2008), foi determinada
experimentalmente considerando ebulição nucleada para soluções de BrLi - H2O, e já a
correlação definida em INCROPERA et al. (2007), é definida para ebulição nucleada de
um fluido qualquer. Porém, apesar da solução do sistema de absorção possuir uma mistura
de BrLi - H2O, o único fluido que sofre mudança de fase (ebulição), é água, devido às
condições de temperatura e pressão de vácuo no gerador do chiller de absorção.
 Os coeficientes convectivos que governam o processo de transferência de calor no
gerador, condensador e evaporador, foram os coeficientes internos, ou seja, coeficientes
relacionados ao circuito de água quente, fria e gelada, sendo determinados pela equação
GNIELINSKI. Porém, no absorvedor ocorreu o processo inverso, o coeficiente da solução
governa o processo, sendo este efeito relacionado às concentrações e vazões da solução
BrLi - H2O. Este efeito foi verificado nos trabalhos apresentados por HOFFMANN et al.
(1996) e BREDOW et al. (2008);
 Apesar de encontrar uma diferença, aproximadamente de 11 % entre os coeficientes
globais de transferência de calor fornecidos pelo fabricante e os calculados pelas
correlações, esta metodologia pode ser utilizada, já que esta divergência foi devido a
fatores de erros implícitos das correlações empíricas, aproximação do coeficiente de
incrustação (FLORIDES et al., 2003), e correlações específicas para o chiller em estudo.
Porém, estas correlações permitem simular os coeficientes globais do chiller de absorção.
117

7. COMPARAÇÃO DE DADOS EXPERIMENTAIS E NUMÉRICOS

Neste capítulo pretende-se apresentar a análise experimental com o equipamento comercial


(chiller de absorção 10TR), instalado no Laboratório de Microgeração de Energia da UFPE. Esta
análise experimental teve como objetivo exclusivo a coleta de dados de temperatura e vazão dos
circuitos de água quente, fria e gelada em regime transitório para a validação do modelo
desenvolvido do chiller de absorção. O Apêndice 2 mostra de forma completa o procedimento de
calibração e teoria relacionada à análise de erros e/ou incertezas das medições, e o Apêndice 3
mostra de o detalhamento do laboratório de microgeração da UFPE, equipamentos e resultados
experimentais.
Este capítulo também, mostra a comparação dos dados fornecidos pelo fabricante em
regime permanente, com os resultados numéricos calculados a partir do modelo desenvolvido.
Essa comparação se constituiu da validação do modelo que reproduz os dados de saída do chiller
em função dos dados de entrada dos manuais, operando em regime permanente, que são
fornecidos pelo fabricante, com boa aproximação. Além disto, é apresentado ainda, um estudo da
qualidade de predição do modelo de simulação do chiller, operando em regime permanente e
transitório, quando comparados com os dados experimentais medidos no equipamento em
operação.
Esta comparação dos dados do modelo como os dados do experimentais coletados no
chiller de absorção em operação, foi realizada primeiramente, mantido os coeficientes globais de
transferência de calor, calculados com os valores iniciais para cada carga térmica, constantes ao
longo do processo de simulação. Por último será apresentado um estudo do comportamento do
chiller operando em regime transitório, considerando os coeficientes convectivos internos e
externos dos trocadores de calor, variáveis. Os dados utilizados na validação em regime
permanente e transitório foram os dados de saída da água quente, fria e gelada, pelo fato de se ter
simulado um equipamento comercial, que não permitiu acesso a seu interior, para realizar
medidas de outros parâmetros, como citado no Capítulo 4.

7.1. Análise experimental

Nesta seção será apresentada uma breve descrição dos ensaios realizados para a coleta de
dados com equipamento comercial (ensaios experimentais), com o objetivo de compará-los com
os dados calculados pelo modelo de simulação de chiller de absorção de simples efeito em
regime transitório.
Esta coleta de dados experimentais, foi realiada no laboratório de microgeração da UFPE.
Neste laboratório encontra-se o sistema de geração de energia elétrica e térmica, além de constar
com um sistema central de aquisição, monitoramento e armazenamento de dados. O sistema
supervisório foi criado no software comercial Elipse Scada.
Os equipamentos principais utilizados nos ensaios experimentais foram; uma microturbina
Capstone de 30 kW, um recuperador de calor, de tecnologia regional, um termoacumulador de
118

água quente e outro de água gelada, um chiller de absorção de 10TR, do tipo WFC-SC10 da
Yazaki, uma torre de resfriamento, e um sistema de bombeamento para os circuitos de água.
Como instrumentos de medição, tem-se os termopares, responsáveis pelas medições de
temperatura do sistema, os quais são do tipo J, (liga de ferro – constatam), com faixa de
temperatura (entre -270 a 760 ºC). Os termopares foram instalados estrategicamente, nas entradas
e saídas dos circuitos de água fria, quente e gelada, como pode ser visualizado na Figura 7.1, para
as medições reais do sistema. Há outros termopares instalados no laboratório, mas não foram
interesse deste trabalho experimental.

Figura 7.1. Ponto de medição de temperatura dos circuitos de água externa, utilizados no laboratório de
microgeração (Cogencasa). a) Água fria. b) água quente. c) Água gelada.
Figura 7.1. a) Água Fria.

Figura 7.1. b) Água Quente

Figura 7.1. c) Água Gelada

Também foi utilizado um medidor de vazão, mostrado na Figura 7.2a, fornecido pelo
fabricante do chiller, que permite medir e configurar as vazões dos circuitos de água fria, quente
119

e gelada do sistema, dentro dos limites estabelecidos (especificações nominais) para seu
funcionamento. Cada entrada e saída dos circuitos de água quente, gelada e fria, ha uma válvula
de teste de pressão, mostrada na Figura 7.2b, para a realizar a leitura de diferença de pressão, por
meio do manômetro.

Figura 7.2. a) Manômetro de diferença de pressão usado para a determinação da vazão real nos circuitos de
água do chiller. b). Tomada de leitura de pressão usada para medir a vazão e diferença de pressão dos circuitos de
água do chiller.

(Fonte: YAZAKI, 2003).

Para simular o transiente do chiller de absorção, com o objetivo de preparar os dados para a
validação do modelo do chiller de absorção, foi introduzida uma perturbação térmica na água
gelada, através do aquecimento da água contida no tanque de termoacumulação (água gelada),
por meio de um grupo de resistências elétricas, como é mostrado na Figura 7.3, para simular a
carga térmica, a ser refrigerada, pelo sistema de refrigeração por absorção.

Figura 7.3. Reservatório de armazenamento de água gelada, e resistências elétricas instaladas para a
simulação da carga térmica do chiller de absorção, usado no laboratório Cogencasa.

A água quente, é fornecida através do aquecimento de água com os gases recuperados da


microturbina, a qual acionará o chiller de absorção, e permite variações na temperatura da água
120

quente. A Figura 7.4 mostra o conjunto de equipamentos de geração de energia elétrica e térmica,
que representa a fonte de energia para o acionamento do chiller.

Figura 7.4. Esquema dos componentes que geram a energia de acionamento do chiller instalado no laboratório.

Na Figura 7.4 tem-se à direita uma microturbina Capstone de 30 KW, no centro um


recuperador de calor, e à esquerda, um acumulador de água quente, de onde é bombeada a água
quente para o chiller. Todo o conjunto está instrumentado para medição de temperatura nas
entradas e saídas, e a vazão do recuperador para o acumulador de água quente.
O circuito fechado da água fria, conjuntamente, com os trocadores de calor do absorvedor e
do condensador, em série com a torre de resfriamento, tem a função de retirar o calor total gerado
internamente no chiller de absorção, nos processos de absorção e condensação do refrigerante.
Os dados experimentais medidos foram tratados estatisticamente (media, incertezas e
outros parâmetros), levando em consideração as curvas de calibração dos termopares dos
circuitos de água fria, quente e gelada (Procedimento descrito no Apêndice 2).
A comparação dos dados foi realizada a partir dos dados de temperaturas dos três circuitos
externos (água fria, gelada e quente), ou seja, temperaturas de entrada e saída de cada circuito de
água. Devido à impossibilidade de medir dados internos de temperatura, pressão e concentração,
no chiller de absorção, a comparação dos dados foi realizada exclusivamente com os dados dos
circuitos de água externa.
O Apêndice 3 mostra uma completa descrição dos componentes e procedimentos utilizados
nos ensaios experimentais do sistema de refrigeração por absorção.

7.1.1. Descrição do experimento

O ensaio era iniciado com o fornecimento de água quente ao gerador do chiller de absorção
através do circuito de água quente. Esta água quente era produzida pelo conjunto de geração de
energia elétrica e térmica, mostrado na Figura 7.4. A energia elétrica gerada é repassada à rede
universitária, e a energia dos gases quente de combustão transformada em água quente, através
121

do recuperado de calor (circuito de água e gases). Para colocar o chiller em funcionamento era
necessário atingir uma temperatura mínima de água quente. No laboratório esta temperatura esta
configurada num valor de 80 °C, aproximadamente. Esta valor se encontrava acima do valor
estabelecido pelo fabricante devido ao margem de tolerância estipulado para a partida do sistema
de refrigeração por absorção.
Inicialmente, o sistema funcionava em vazio, ou seja, retirando a carga térmica da água do
termoacumulador de água gelada, e se esperava até atingir regime permanente. Quando este
estado era atingido, de aproximadamente 2 horas, era introduzida a carga térmica constante por
meio das resistências colocadas no termoacumulador, mostradas na Figura 7.3, para simular o
processo real transiente do sistema de absorção. O objetivo era simular a perturbação no sistema,
que mostra o comportamento dinâmico do chiller. Esta perturbação foi percebida pelos circuitos
de água quente, fria e gelada, e portanto, pelo circuito interno de solução e refrigerante. É
importante lembrar que não foi possível medir parâmetros internos de temperatura e pressão neste
circuito, devido às limitações do equipamento comercial instalado no laboratório. A Figura 7.5
mostra o esquema representativo do procedimento utilizado para avaliar, experimentalmente, o
comportamento dinâmico do chiller quando submetido a uma carga térmica.

Figura 7.5. Esquema representativo do procedimento de carga térmica utilizado para avaliar o comportamento
dinâmico do chiller de absorção instalado no laboratório de microcogeração Cogencasa.

7.2. Validação do modelo

A validação do modelo foi realizada de três maneiras: A primeira utilizando os dados do


fabricante, apresentados para o chiller operando em regime permanente, extraídos de manuais e
datasheet do equipamento (YAZAKI, 2003). Nesta busca de validação, o modelo matemático
simulou o comportamento do chiller a partir dos dados oficiais divulgados pelo fabricante, e se
utilizou a comparação entre os valores numéricos e os do fabricante, das temperaturas de saída
dos fluidos dos circuitos externos, e do COP.
122

O segundo método de validação foi feito com o chiller operando em regime transitório.
Nesta maneira, se comparou os dados medidos no chiller de absorção em operação, com os
resultados preditos pelo modelo. Essa parte de medição foi realizada através de ensaios com o
equipamento comercial, ou seja, o chiller YAZAKI modelo WFC-SC10, executados no
Laboratório de Cogeração do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE.
Uma terceira maneira, foi a comparação de dados padrões nominais em regime transitório,
considerando as condições normais de operação do chiller, mostradas na Tabela 7.12 e 7.13. A
ideia desta parte, foi fornecer resultados segundo as condições padrões do chiller em operação,
para as quais, o equipamento tem uma melhor performance (YAZAKI, 2003; LABUS et al.,
2012; MONNÉ et al., 2011), a partir dos dados experimentais de entrada coletados no
laboratório. Foram consideradas as diferenças de temperaturas dos circuitos de água fria, quente e
gelada de acordo com os valores normais (padrões) de operação fornecidos pelo fabricante. Estas
diferenças entre as entradas e saídas do circuitos de água foram de 5, 4 e 5,5 °C, para a água
quente, fria e gelada, respectivamente. Esta forma de validação permite avaliar o comportamento
do modelo desenvolvido em prever as condições padrões de operação do chiller comercial para as
quais o equipamento fornece uma melhor performance em termos energéticos de operação.

7.2.1. Validação do modelo matemático do chiller em regime permanente

Para a validação do modelo, inicialmente, foi testada a capacidade de reproduzir o


comportamento do chiller em regime permanente a partir das condições fornecidas
exclusivamente pelo fabricante (YAZAKI, 2003). Nesta seção pretendeu-se mostrar a capacidade
do modelo de determinar os diferentes parâmetros de operação tais como: temperatura de saída
dos circuitos de água fria, gelada e quente. Foram selecionados os dados de vazão mássica e
temperaturas iniciais dos circuitos de água externa (fria, gelada e quente), assim como as
concentrações da solução a partir do estado inicial, mostrados na Tabela 7.1.

Tabela 7.1. Dados de entrada para o chiller WFC-SC10.


Dados Valor
Temperatura de entrada do gerador (ºC) 88
Temperatura de entrada do condensador (ºC) 30
Temperatura de entrada do evaporador (ºC) 12,5
Vazão de água do gerador (kg/s) 2,40
Vazão de água do evaporador (kg/s) 1,52
Vazão de água do condensador - absorvedor (kg/s) 5,08
Vazão da solução forte (kg/s) 0,20
Vazão da solução fraca (kg/s) 0,24
Concentração da solução inicial (%) 55
Fonte: YAZAKI, 2003
123

Além disto, foram consideradas as condições iniciais internas de temperatura do


evaporador, condensador, gerador e absorvedor, apresentadas na Tabela 6.12.
Os resultados obtidos foram comparados com os dados do fabricante para o chiller
operando nessas condições, e são mostrados na tabela 7.2. Os coeficientes globais de
transferência de calor utilizados para a simulação foram os obtidos e mostrados na Tabela 6.12.

Tabela 7.2. Comparação entre os valores fornecidos pelo fabricante e os simulados para o chiller WFC-SC10.
Parâmetros Modelo Fabricante Erro (%)
COP (-) 0,725 0,735 1,36
Temperatura de saída da água quente (°C) 83,69 83,000 0,83
Temperatura de saída da água gelada (°C) 7,66 7,000 9,45
Temperatura de saída da água fria (°C) 33,96 34,000 0,12

Os erros relativos apresentados na Tabela 7.2, permitem conferir os bons resultados


alcançados pelo modelo, apresentando um erro máximo para a temperatura de saída do
evaporador de 8% e mínimo para a temperatura de saída da água fria de 0,12%. Em todos os
erros considera-se como relevante o fato de ter-se utilizado valores constantes para o coeficiente
global, que gerou um valores não apropriados para as temperaturas, por parte do modelo. Por
outro lado, deve-se considerar, que os dados fornecidos pelo fabricante foram levantados em
laboratório em condições controladas de temperatura e de pressão, o que não se pôde fazer com
os testes do laboratório de cogeração. Em relação ao maior erro que foi de 9% na temperatura de
saída da água gelada, apesar de representar apenas uma diferença de 0,6°C, na temperatura da
água gelada, e deve-se monitorar seu comportamento na simulação considerando o U variável.

7.2.2. Validação do modelo em regime transitório

A validação do modelo simulando o regime transitório foi realizada através da comparação


das temperaturas de saída de água quente, fria e gelada obtidas pelo modelo, e as mesmas
temperaturas medidas com o chiller em operação, tanto o modelo como o chiller foram
submetidas a perturbações de carga térmica no sistema a refrigerar. A perturbação introduzida no
experimento, foi colocada no modelo, por meio de um input do tipo função degrau/rampa,
aumentando-se a temperatura de entrada da água gelada no evaporador. Desta forma, o modelo
deveria ser capaz de reproduzir as temperaturas de saídas dos circuitos externos. As temperaturas
de entradas dos circuitos de água quente, fria e gelada, foram utilizadas como condições de
contorno prescrita, e o modelo predirá as temperaturas de saída dos circuitos, para sua
comparação com os valores experimentais coletados.
Na validação do modelo em regime transitório foram comparadas as temperaturas dos
circuitos externos de água do chiller a cada instante de tempo, considerando constantes e
variáveis os coeficientes globais de transferência de calor por unidade de área ao longo do
processo de simulação.
124

7.2.2.1. Validação do modelo considerando os coeficientes globais constantes. Dia 1

Esta comparação foi realizada com os dados coletados no dia 22 de maio de 2013. As
vazões medidas nos circuitos de água gelada, fria e quente, foram 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s,
respectivamente, foram obtidas seguindo o procedimento recomendado no manual do fabricante,
que está apresentado no Apêndice 3. Entretanto, observa-se que a vazão da água gelada é
diferente das condições padrões de funcionamento, especificadas no referido Apêndice. A
comparação dos resultados simulados e os dados experimentais foi analisada através dos dados
coletados no experimento no Laboratório de Cogeração, por meio da perturbação introduzida ao
termo acumulador de água gelada, como foi explanado anteriormente. Estes resultados
confrontam a capacidade do modelo de reproduzir o comportamento do chiller em regime
transitório considerando os coeficientes globais constantes, mostrados na Tabela 6.12, ao longo
do processo. Este tipo de procedimento foi utilizados em diferentes trabalhos da literatura
(KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008; MYAT et al., 2011; EVOLA et al., 2013; KIM e PARK,
2007)
Nos gráficos mostrados nas seguintes figuras, as em curvas azul e verde são obtidas com os
dados medidos de temperaturas nas saídas e entradas do chiller, nos três circuitos externos, e as
curvas em vermelho foram traçadas com os dados gerados pelo modelo de simulação do chiller.

Figura 7.6. Comparação das temperaturas do circuito de água quente considerando os coeficientes globais constantes,
mostrados na tabela 6.12, ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e
quente, de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.

95
90
85
80
T [°C]

75
70 θ_quente_en [°C]
65 θ_quente_sai [°C]
60 θ_quente_sai_exp [°C]
55
50
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

Pode-se perceber que há um boa concordância dinâmica entre os dados experimentais e


simulados do chiller de absorção de 10 TR. A Figura 7.6 mostra que as flutuações dos resultados
simulados e experimentais da água quente estão sincronizados, a pesar de apresentar um pequeno
desvio no inicio do processo, assim como uma pequena demora do transiente, de
aproximadamente 5 segundos.
125

Figura 7.7. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada considerando os coeficientes globais constantes,
mostrados na tabela 6.12, ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e
quente, de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
20
18
16
14
12
T [°C]

10
8
θ_gelada_en [°C]
6
θ_gelada_sai [°C]
4
2 θ_gelada_sai_exp [°C]
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

A Figura 7.7 mostra que as flutuações dos resultados simulados e experimentais da água
gelada tem o comportamento similar, com um pequeno desvio no início do processo, devido ao
fato do processo numérico de ajuste no inicio da simulação. Nesta figura ocorre a variação de
carga térmica do chiller. Inicialmente, a temperatura da água gelada encontra-se a uma
temperatura ambiente, e o chiller começa a diminuir a temperatura ate um ponto de estabilidade,
de aproximadamente 14°C. Neste momento, foi introduzida a carga térmica, ocasionando um
aumento na temperatura da água gelada e a medida que o processo transcorre, o chiller vai
retirando esta carga térmica constante, até atingir novamente o novo estado de estabilidade, em
aproximadamente 16°C e 12°C das temperaturas de entrada e saída medidas, respectivamente.
Pode-se perceber que há um acompanhamento do fenômeno dinâmico a medida ao longo de todo
o processo para as temperaturas medidas e simuladas pelo modelo do chiller de absorção.
A Figura 7.8 mostra o comportamento das temperaturas da água fria do chiller.

Figura 7.8. Comparação das temperaturas do circuito de água fria considerando os coeficientes globais constantes,
mostrados na tabela 6.12, ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e
quente, de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
40
35
30
25
T [°C]

20
θ_fria_en [°C]
15
θ_fria_sai [°C]
10 θ_fria_sai_exp [°C]
5
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]
126

As Figuras 7.6, 7.7 e 7.8 também mostram variações de temperatura nos três circuitos de
água, sendo maior no inicio do processo, e estabilizando-se à medida que o sistema se ajusta ao
regime de trabalho ou permanente.
Para o circuito de água quente a maior diferença foi de 1,8 °C aproximadamente. Para o
circuito de água gelada a maior diferença foi menor de 1,7 °C aproximadamente, e para o circuito
de água fria a maior diferença foi de 0,8 °C, sendo este circuito o que apresenta a menor
diferença ao longo do processo de absorção.
Estas diferenças entre os valores experimentais e simulados das temperaturas dos diferentes
circuitos de água do chiller se deve provavelmente à consideração de coeficientes globais de
transferência de calor constantes ao longo do processo, e as incertezas das medições dos ensaios
executados no Laboratório.
As maiores diferenças ocorrem nos circuitos da água quente e da água gelada, onde tem
mudança de fase, e de certa forma tem maior influência na transferência de calor. Porém, estas
diferenças são mínimas se considerado a complexidade do sistema de refrigeração por absorção.
Em termos de erro relativo, estas divergências representam um máximo de 15% e mínimo de 2%,
resultados bons para o modelo numérico de um chiller de absorção.

7.2.2.2. Validação do modelo considerando os coeficientes globais variáveis. Dia 1

Esta comparação foi realizada com os dados coletados no dia 22 de maio de 2013. Foram
colocadas as mesmas vazões do item anterior, ou seja, vazões dos circuitos de água gelada, fria e
quente, de 1,80; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente. O valor da vazão da água gelada foi mantido
no mesmo valor do item anterior e, introduzida como condição de contorno do modelo. Com a
diferença que o coeficiente U, nessa comparação foi mantido constante. A comparação dos
resultados simulados e os dados experimentais foi analisada da mesma forma ao item 7.2.2.1. Os
resultados da simulação utilizando os dados experimentais como entrada do modelo são
apresentados nas figuras 7.9, 7.10 e 7.11.

Figura 7.9. Comparação das temperaturas do circuito de água quente considerando os coeficientes globais variáveis
ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,80; 5,10 e
2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
95
90
85
80
T [°C]

75
70 θ_quente_en [°C]
65 θ_quente_sai [°C]
60 θ_quente_sai_exp [°C]
55
50
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]
127

Estes resultados confrontam a capacidade do modelo de reproduzir o comportamento do


chiller em regime transitório considerando a atualização dos coeficientes globais de transferência
calor através das correlações dos coeficientes convectivos, mostrados no capítulo 4, ao longo do
processo. Com a inclusão das correlações dos coeficientes convectivos, e portanto, a
determinação dos coeficientes globais de transferência de calor ao longo do processo de
operação, se percebe que há uma melhoria na concordância dinâmica entre os dados
experimentais e simulados do chiller de absorção de 10 TR, se comparados com as figuras
anteriores.
A Figura 7.10 mostra o comportamento dos perfis de temperaturas de entrada e saída da
água gelada ao longo do processo dinâmico do chiller. Esta figura tem um comportamento
similar à Figura 7.7, a única diferença é a introdução dos coeficientes variáveis no modelo, o que
proporciona, uma melhor aproximação entre os resultados medidos e simulados.
O sincronismo dos resultados é evidente para os três circuitos de água, apresentados um
leve desvio, devido ao processo numérico de ajuste, mas sendo menor a medida que o processo
estabiliza. Dai a importância do estudo do coeficiente convectivo variável ao longo do processo,
já que as propriedades termofísicas da água, solução e vapor de água, sofrem modificações
alterando as propriedades, e portanto, os coeficientes globais de transferência de calor.

Figura 7.10. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada considerando os coeficientes globais variáveis
ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,80; 5,10 e
2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
20
18
16
14
12
T [°C]

10
8
θ_gelada_en [°C]
6
θ_gelada_sai [°C]
4
2 θ_gelada_sai_exp [°C]
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

As Figuras 7.9, 7.10 e 7.11 mostram variações de temperatura nos três circuitos de água,
sendo maior no inicio do processo, e estabilizando-se à medida que o sistema se ajusta ao regime
de trabalho ou permanente.
Apesar do chiller está funcionando com a vazão da água gelada diferente da condição de
operação padrão, observou-se uma melhora substancial entre os dados numéricos e
experimentais.
128

Figura 7.11. Comparação das temperaturas do circuito de água fria considerando os coeficientes globais variáveis ao
longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,80; 5,10 e 2,42
kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
40
35
30
25
T [°C]

20
θ_fria_en [°C]
15 θ_fria_sai [°C]
10 θ_fria_sai_exp [°C]
5
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

Para o circuito de água quente a maior diferença foi de 1,0 °C aproximadamente. Para o
circuito de água gelada a maior diferença foi de 0,9 °C aproximadamente, e para o circuito de
água fria a maior diferença foi de 0,2 °C, sendo novamente, este circuito, o que apresenta a
menor diferença ao longo do processo de absorção.
Em termos de erro relativo, estas divergências representam um máximo de 9% e mínimo de
0,2%, resultados bons para o modelo numérico de um chiller de absorção. Houve uma
diminuição sensível no erro entre os valores experimentais e simulados. Desta forma, percebe que
o modelo pode reproduzir de forma eficiente o comportamento do chiller de absorção desde o
inicio do transiente até o processo de regime permanente.
A atualização dos coeficientes globais de transferência de calor ao longo do processo,
forneceu resultados mais próximos dos experimentais, diminuindo o erro relativo máximo em 6%
e o mínimo em 0,8%, o que equivale a dizer que as diferenças absolutas entre os resultados
calculados pelo modelo e coletados nos ensaios experimentais, de menores a 0,9 °C, 0,8 °C, e 0,6
°C para os circuitos de água gelada, quente e fria, respectivamente. É importante enfatizar, que a
atualização dos coeficientes globais de transferência de calor ao longo do processo de absorção, é
necessária para estimar valores mais próximos da realidade do sistema. Além de permitir
estabelecer limites mais amplos de operação do chiller através do sistema de controle do
equipamento. Esta ferramenta também pode ser utilizada de forma mais adequada na otimização
de parâmetros de operação que permitam encontrar os pontos máximos e mínimos do chiller de
absorção em função da capacidade de refrigeração.

7.2.2.3. Validação do modelo considerando os coeficientes globais variáveis. Dia 2

Esta comparação foi realizada com os dados coletados no dia 23 de maio de 2013. Neste
experimento foram utilizados os dados da condição de operação padrão onde a capacidade de
129

refrigeração do chiller é de 10 TR, e é onde o coeficiente de performance atinge seu valor


máximo. Na condição de operação padrão a vazão de água gelada, tem o valor em 1,50 kg/s e as
vazões dos circuitos de água fria e quente de 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente. A comparação dos
resultados simulados e os dados experimentais foi analisada da mesma forma que o item 7.2.2.1,
considerando os coeficientes globais de transferência de calor variáveis ao longo do processo. Os
resultados são apresentados nas Figuras 7.12, 7.13 e 7.14.

Figura 7.12. Comparação das temperaturas do circuito de água quente considerando os coeficientes globais variáveis
ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,52; 5,10 e
2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
95
90
85
80
T [°C]

75
70 θ_quente_en [°C]
65
θ_quente_sai [°C]
60
55 θ_quente_sai_exp [°C]
50
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

Pode-se visualizar uma melhora ainda maior em relação à simulação feita nas condições
padrão de operação considerando o U constante, com o mesmo experimento. O sincronismo dos
resultados é evidente para os três circuitos de água, apresentados um leve desvio, mas sendo
menor a medida que o processo estabiliza.
A Figura 7.13 mostra o comportamento dos perfis de temperaturas de entrada e saída da
água gelada ao longo do processo dinâmico do chiller.

Figura 7.13. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada considerando os coeficientes globais variáveis
ao longo do processo, mostrados na tabela , considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e
quente, de 1,52; 5,10 e 2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
25

20

15
T [°C]

10
θ_gelada_en [°C]
5 θ_gelada_sai [°C]
θ_gelada_sai_exp [°C]
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]
130

Esta figura tem um comportamento similar às Figuras 7.7 e 7.10, a única diferença é a
introdução dos coeficientes globais de transferência de calor variáveis no modelo e a variação da
vazão da água gelada para um valor próximo do ponto recomendado pelo fabricante. Estas
variações proporcionam uma melhor aproximação entre os resultados medidos e simulados.
As Figuras 7.12, 7.13 e 7.14 mostram variações de temperatura nos três circuitos de água,
sendo maior no início do processo, e estabilizando-se à medida que o sistema se ajusta ao regime
de trabalho ou permanente. As maiores diferenças encontradas forem no circuito de água quente
com valores em torno de 3,5 °C e a menor de 0,2 °C para a água fria. Para o circuito de água
gelada a maior diferença é de 1,2 °C e a menor de 0,68 °C aproximadamente.

Figura 7.14. Comparação das temperaturas do circuito de água fria considerando os coeficientes globais variáveis ao
longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,52; 5,10 e 2,42
kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
40
35
30
25
T [°C]

20
θ_fria_en [°C]
15 θ_fria_sai [°C]
10 θ_fria_sai_exp [°C]
5
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

Em termos de erro relativo, estas divergências representam um máximo de 5% e mínimo de


0,3%, o que indica uma boa representação dos perfis de temperatura dos circuitos de água fria,
quente e gelada do chiller de absorção. A pesar do erro apresentado entre os valores
experimentais e simulados, o modelo é capaz de reproduzir de forma eficiente o comportamento
do chiller de absorção ao longo do processo transitório e permanente. Pôde-se observar uma
concordância muito boa entre os dados numéricos e de operação do chiller, mostrando que o
modelo foi capaz de predizer muito bem o comportamento do chiller mesmo em regime
transitório.

7.2.2.4. Comparação dos dados nominais e simulados considerando os coeficientes globais


variáveis

Esta comparação é realizada considerando dados nominais do chiller de absorção em


regime transitório. Nesta parte, forma consideradas as temperaturas de entrada do experimentos,
porem as saídas foram estimadas para os valores médios de saída do chiller de absorção,
considerando uma diferença de temperaturas entre a entrada e a saída de 5, 4 e 5,5 °C, para os
circuitos de água quente, fria e gelada respectivamente. A ideia é mostrar um caso padrão de
131

operação do chiller, reproduzindo o comportamento dos perfis de temperaturas de saídas dos


circuitos de água, para corroborar que o modelo desenvolvido pode ser utilizado não só como
ferramenta de análise, mas de projeto e controle do chiller. Os resultados da simulação são
mostrados nas Figuras 7.15, 7.16 e 7.17.

Figura 7.15. Comparação das temperaturas do circuito de água quente considerando os coeficientes globais variáveis
ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,52; 5,10 e
2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
95
90
85
80
T [°C]

75
70
65
θ_quente_en [°C]
60
θ_quente_sai [°C]
55
θ_quente_sai_exp [°C]
50
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

Para o caso nominal transiente do chiller de absorção, pode se perceber uma excelente
melhoria com as utilização dos dados médios de diferenças de temperaturas dos trocadores de
calor. O sincronismo dos resultados foi similar aos anteriores para os três circuitos de água, mas
as diferenças entre as temperaturas simuladas e experimentais nominais foram mínimas ao longo
do processo de operação, como mostrado nas Figuras 7.15, 7.16 e 7.17.
A Figura 7.16 mostra o comportamento dos perfis de temperaturas de entrada e saída da
água gelada ao longo do processo dinâmico do chiller para o caso de valores nominais.

Figura 7.16. Comparação das temperaturas do circuito de água gelada considerando os coeficientes globais variáveis
ao longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,52; 5,10 e
2,42 kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
20
18
16
14
12
T [°C]

10
8
6 θ_gelada_en [°C]
4 θ_gelada_sai [°C]
2 θ_gelada_sai_exp [°C]
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]
132

Esta figura tem um comportamento similar às Figuras 7.7, 7.10 e 7.13. A maior diferença
foi encontrada na água quente com um valor médio de 0,7 °C e a menor para o circuito de água
fria com um valor médio de 0,2 °C.
A Figura 7.17 mostra o comportamento dos perfis de temperaturas de entrada e saída da
água fria ao longo do processo dinâmico do chiller, para o caso de valores nominais.

Figura 7.17. Comparação das temperaturas do circuito de água fria considerando os coeficientes globais variáveis ao
longo do processo, considerando as vazões medidas dos circuitos de água gelada, fria e quente, de 1,52; 5,10 e 2,42
kg/s respectivamente, e as condições mostradas na tabela 7.1.
40
35
30
25
T [°C]

20
θ_fria_en [°C]
15 θ_fria_sai [°C]
10 θ_fria_sai_exp [°C]
5
0
0 5000 10000 15000 20000
tempo [seg]

Com esta última simulação pode-se finalizar que o modelo implementado para o estudo
dinâmico do chiller de absorção de 10TR, é apropriado e coerente, já que permite simular de
forma consistente o comportamento real do sistema de absorção.

7.2.2.5. Análise dos resultados da validação dinâmica do modelo

Em todos os gráficos das temperaturas de saída geradas pelo modelo, mostram-se um leve
desvio no inicio do processo. Esta variação, deve-se ao processo de ajuste numérico inicial dos
parâmetros simulados no processo dinâmico de absorção. O modelo inicialmente, através das
condições iniciais selecionadas, tende variar levemente até atingir as condições de ajuste do
processo, adaptando-se conforme as temperaturas e concentrações forem calculadas. A pesar
disto, o modelo é capaz de ajustar-se às condições de perturbação impostas. É bom lembrar, que
este desvio, pode ser ocasionado pela inércia térmica do processo, porém, não influência
diretamente nos resultados, já que o modelo tende a minimizar este efeito de forma quase
imediata, e que as diferenças entre os valores medidos e simulados foram mínimas para
praticamente a totalidade da simulação.
Em referência aos resultados validados com os dados padrões do equipamento comercial
(chiller de Absorção WFC-SC10), apresentaram um melhor comportamento, ou seja, uma menor
diferença entre os resultados fornecidos pelo modelo, já que o comportamento levantado pelo
fabricante, foi realizado considerando condições de controle de temperatura e umidade
133

especificas. Porém, mesmo com estes dados padrões, foram visualizadas diferenças entre os
resultados calculados e padrões, devido aos erros das correlações dos coeficientes convectivos,
fatores de incustração, simplificações do modelo, e ajustes numéricos no processo de simulação.
Ressaltar que foi comprovada uma maior diferença para os casos com valores medidos em
operação do chiller de absorção, é necessário para o entendimento do modelo dinâmico
desenvolvido para os processos de refrigeração por absorção. Pode-se perceber que as
temperaturas calculadas pelo modelo sempre foram maiores às temperaturas medidas no chiller
de absorção. Esta diferença pode ser vinculada às incrustações nos circuitos de água gelada e
quente, que devido à qualidade da água, foram acumulando sujeiras, aumentando a resistência
térmica e diminuindo a capacidade de troca de calor. O modelo não tem como perceber este
efeito, já que para levá-lo em consideração deveríamos medir exatamente o valor deste parâmetro
em operação. Porém, apesar deste efeito, o modelo se comporta de forma eficiente e com uma
precisão boa, principalmente, quando foram variados os coeficientes convectivos dos trocadores
de calor do chiller.
Sintetizando, pode-se dizer que vários fatores influenciaram nos resultados, tais como a
qualidade da água que circula nos circuitos de água quente, gelada e fria, e incertezas e erros de
medição nos dados coletados no laboratório.

7.3. Conclusões da validação do modelo matemático do chiller de absorção

O modelo dinâmico do sistema de refrigeração por absorção permite simular o


comportamento geral do chiller de forma rápida e coerente. O modelo foi baseado nos balanços
de massa e energia, considerando as temperaturas de entrada dos circuito de água fria, quente e
gelada como conhecidos, incorporando as correlações dos coeficientes convectivos ao longo do
processo, permitindo determinar em cada instante de tempo o novo valor de coeficiente global de
transferência de calor por unidade de área, parâmetro fundamental na transferência de calor e
massa do processo de absorção.
 O método numérico escolhido de diferenças finitas com formulação explicita adaptou-se
de forma simples ao fenômeno de refrigeração por absorção, apesar da complexidade de
cálculos de propriedades termodinâmicas e a atualização de coeficientes convectivos em
cada instante de tempo, mostrando uma excelente versatilidade e capacidade de
reprodução do comportamento dos perfis de temperaturas dos circuitos de água quente,
fria e gelada, e portanto, os demais parâmetros;
 O modelo quando testado em regime permanente para as condições nominais do
fabricante apresentou resultados bons, com erros maiores e menores de aproximadamente
10 e 1 % aproximadamente, respectivamente;
 O modelo permite avaliar os perfis de temperatura dos três circuitos externos de água fria,
quente e gelada, com boa precisão, se considerado o processo complexo de absorção e
dessorção;
134

 O modelo quando testado para condições reais de operação (experimentalmente) e


considerando os coeficientes globais de transferência de calor constantes ao longo do
processo, apresentou resultados com boa precisão, com erros relativos menores ao 15 %
nos circuitos de água gelada e menores de 2 % na água fria. Esta diferença cai
significativamente, quando são considerados os coeficientes globais variáveis ao longo do
processo, ou seja, sendo atualizados através das correlações dos coeficientes convectivos
internos e externos do ciclo de absorção. Os erros encontrados foram de 5% e 0,3 %,
tendo uma queda percentual em todos os circuitos de água;
 O modelo quando testado para o caso padrão nominal transiente do chiller de absorção
apresentou erros ainda menores, já que as diferenças de temperaturas consideradas ao
longo do processo de absorção foram as fornecidas pelo fabricante do chiller (YAZAKI,
2003);
 O modelo inicialmente, através das condições iniciais selecionadas, tende variar
levemente até atingir as condições de ajuste do processo, ou seja, adaptando-se conforme
as temperaturas e concentrações que forem calculadas. É bom lembrar, que este desvio,
pode ser ocasionado pela inércia térmica do processo, já que este modelo não leva em
consideração, o tempo de circulação do refrigerante e da solução durante a simulação do
sistema. Porém, este pequeno desvio não influência diretamente nos resultados, já que as
diferenças entre os valores medidos e simulados foram mínimas na simulação;
 Apesar das divergências entre valores experimentais e simulados, que para o processo em
estudo podem ser consideradas mínimas já que os erros são menores ao 8 % devido à
magnitude do fenômeno de absorção da solução de BrLi - H2O, o modelo permite simular
o comportamento real do chiller de absorção. É importante lembrar que não foram
consideradas as operações de controle do sistema de absorção;
 Estes resultados foram comparados qualitativamente com os fornecidos na literatura
(KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008a e 2008b; MYAT et al., 2010), sendo considerados
satisfatórios, já que a tendência dos diferentes parâmetros é a mesma mostrada nos
resultados de KOHLENBACH e ZIEGLER (2008a e 2008b);
 Este modelo pode ser adaptado para diferentes chiller de absorção de simples efeito,
sempre que os dados do chiller sejam fornecidos e alguns ajustes sejam realizados em
termos de projeto.
135

8. SIMULAÇÕES DO CHILLER DE ABSORÇÃO

Este capítulo analisa diferentes cenários de simulação para a interpretação de variáveis,


como as temperaturas internas, pressões de operação do chiller, vazões e fluxo de calor ao
longo do sistema. Nos diferentes trabalhos envolvidos em processos dinâmicos de sistemas de
refrigeração por absorção foram estudados o comportamento de diferentes parâmetros como
temperatura, concentração e pressão de forma dinâmica (KOHLENBACH e ZIEGLER,
2008a; MYAT et al., 2010; KIM e PARK, 2007).
A proposta apresentada neste capítulo foi a reprodução de cenários de comportamento
do chiller de absorção considerando a variação dos coeficientes convectivos internos e
externos, a partir das correlações analisadas nos Capítulos 4 e 6, e, portanto, os coeficientes
globais de transferência de calor ao longo do processo. Além disto, demonstrar a capacidade
do modelo desenvolvido em representar as variações que sofrem os parâmetros internos do
chiller a partir de uma perturbação, seja na fonte de energia (água quente) e/ou na carga
térmica (água gelada) do chiller de absorção. É importante lembrar, que as simulações foram
realizadas considerando as limitações do chiller de absorção da YAZAKI de 10TR, tentado
reproduzir o comportamento do chiller, e verificação os parâmetros internos como
temperatura do condensador, gerador, absorvedor e evaporador, pressões de operação e
concentrações da solução forte e fraca na capacidade de produzir água gelada. Estas
simulações permitem verificar a consistência do modelo desenvolvido em função dos
parâmetros internos, que não podem ser medidos facilmente de forma experimental, já que o
equipamento é completamente hermético.
Foram introduzidos variações na temperatura de água quente através de uma rampa de
temperatura de 10°C para valores de 70 a 80 °c, e outra de 85 a 95°C, e outra rampa de 3°C
negativa, que varia entre os valores de 15 a 12°C, considerando a temperatura da água quente
de entrada de 95°C. Também foi introduzido um caso de aumento da temperatura de água
quente em forma gradual, segundo o apresentado em MYAT et al. (2011), para visualizar o
comportamento do chiller. O passo temporal foi determinado respeitando o critério de
estabilidade das equações de balanço de energia e massa. As vazões dos circuitos de água
quente, fria e gelada foram consideradas constantes com valores de 2,40, 5,08 e 1,52 kg/s
respectivamente, segundo os dados fornecidos pelo fabricante.
A Tabela 8.1 mostra as condições iniciais de simulação para cada caso estudado. As
temperaturas dos circuitos externos de água fria, quente e gelada, foram identificadas com a
letra (θ) e as temperaturas da solução e refrigerante com a letra (T). Na seção de
nomenclatura, foram indicadas todas as variáveis do modelo matemático.
136

Tabela 8.1. Condições iniciais selecionadas para o estudo dos casos simulados do chiller de absorção.
Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4
Concentrações (%) Concentrações (%) Concentrações (%) Concentrações (%)
Forte 61 Forte 61 Forte 61 Forte 55
Fraca 54 Fraca 54 Fraca 54 Fraca 55
Vazões (kg/s) Vazões (kg/s) Vazões (kg/s) Vazões (kg/s)
Forte 0,24 Forte 0,24 Forte 0,24 Forte 0,24
Fraca 0,22 Fraca 0,19 Fraca 0,19 Fraca 0,24
Vapor 0,02 Vapor 0,05 Vapor 0,05 Vapor 0,00
Massas (kg) Massas (kg) Massas (kg) Massas (kg)
Ger. 10 Ger. 10 Ger. 10 Ger. 10
Abs. 10 Abs. 10 Abs. 10 Abs. 10
Con. 5 Con. 5 Con. 5 Con. 5
Eva. 5 Eva. 5 Eva. 5 Eva. 5
Temp. Iniciais (°C) Temp. Iniciais (°C) Temp. Iniciais (°C) Temp. Iniciais (°C)
θquente,sai 70 θquente,sai 80 θquente,sai 90 θquente,sai 30
θfri\,sai 35 θfri\,sai 35 θfri\,sai 35 θfri\,sai 31
θgelada,sai 7,0 θgelada,sai 7,0 θgelada,sai 9,5 θgelada,sai 14
Tg 64 Tg 74 Tg 84 Tg 31
Te 5,0 Te 5,0 Te 7,5 Te 14
Tc 44 Tc 44 Tc 44 Tc 31
Ta 48 Ta 48 Ta 48 Ta 31

Como foi descrito no Capítulo 4 o modelo determina as temperaturas de entrada e saída


da água quente, fria e gelada (θen,sai), temperaturas médias dos circuitos de água (θg, θa, θc, θe),
as temperaturas internas (Tg, Ta, Tc, Te), os fluxos de calor do gerador, absorvedor,
condensador e evaporador, levando em consideração as três parcela no cálculo, ou seja, fluxo
de água (Qtheta), do fluido interno (solução ou refrigerante) (Qsol,ref), e da equação
característica de cada componente (Qu). Além de determinar as pressões de alta e baixa
(Palta,baixa), massas de solução do gerador e absorvedor (Mg,a), vazões internas (mfo, mfr e mv),
concentrações da solução forte e fraca (Xfo, Xfr) e o coeficiente de performance do chiller
(COP).
Para a interpretação das figuras dos casos simulados (1 - 4), as variáveis envolvidas
foram descritas segundo as expressões na Tabela 8.2. O objetivo desta tabela foi proporcionar
uma fácil interpretação dos resultados nas Figuras 8.1 à 8.53.
137

Tabela 8.2. Descrição das variáveis das simulações dos casos (1 - 4).
Variáveis Descrição
θ_quente_en,
Temperatura de entrada e saída da água quente (gerador)
θ_quente_sai
θ_fria_en, θ_fria_sai Temperatura de entrada e saída da água fria (absorvedor)
θ_fria_c_en, θ_fria_c_sai Temperatura de entrada e saída da água fria (condensador)
θ_gelada_en,
Temperatura de entrada e saída da água gelada (evaporador)
θ_gelada_sai
Temperaturas médias dos circuitos de água do gerador,
θg, θa, θc, θe
absorvedor, condensador e evaporador
Temperaturas internas médias do gerador, absorvedor,
Tg, Ta, Tc, Te
condensador e evaporador
Q_θg Fluxo de calor da água quente do gerador
Q_θa Fluxo de calor da água fria do absorvedor
Q_θc Fluxo de calor da água fria do condensador
Q_θe Fluxo de calor da água gelada do evaporador
Fluxo de calor do gerador devido à equação característica do
Q_ug
trocador
Fluxo de calor do absorvedor devido à equação característica
Q_ua
do trocador
Fluxo de calor do condensador devido à equação característica
Q_uc
do trocador
Fluxo de calor do evaporador devido à equação característica
Q_ue
do trocador
Q_sol_g Fluxo de calor do lado da solução do gerador
Q_sol_a Fluxo de calor do lado da solução do absorvedor
Q_ref_c Fluxo de calor do lado do refrigerante do condensador
Q_ref_e Fluxo de calor do lado do refrigerante do evaporador
Mg Massa de solução do gerador
Ma Massa de solução do absorvedor
X_fo Concentração da solução forte
X_fr Concentração da solução fraca
m_fo Vazão da solução forte
m_fr Vazão da solução fraca
m_v_g Vazão de vapor refrigerante
P_alta Pressão de alta
P_baixa Pressão de baixa

8.1. Caso 1. Aumento da temperatura de água quente (70 a 80°C)

O caso 1, representa a primeira simulação do chiller de absorção quando o sistema sofre


uma perturbação da energia de entrada. Esta perturbação foi representada por uma rampa
positiva de 10°C na temperatura de água quente considerando temperatura inicial de 70°C a
80°C, e temperaturas entradas constantes de água fria e gelada.
As Figuras 8.1 a 8.4 mostram os perfis de temperaturas internas e externas dos
trocadores de calor. Inicialmente, o processo encontra-se em regime permanente, e aos 3000
segundos de iniciado foi introduzida a rampa de 10°C, fazendo o sistema entrar em regime
138

variável, modificando os perfis das temperaturas dos circuitos de água, solução e refrigerante
do sistema. Esta flutuação introduzida, leva ao aumento do calor fornecido pelo gerador
(Figura 8.6), fazendo que a produção de vapor seja maior em aproximadamente 0,004 kg/s
(Figura 8.11), e, portanto aumentando a troca de calor do evaporador (Figura 8.8).

Figura 8.1. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador considerando a rampa positiva de 10°C na
temperatura de entrada da água quente (70 a 80°C).
90

85

80
T [°C]

75
θ_quente_en [ºC]
70 θ_g [ºC]
θ_quente_sai [ºC]
65 T_g [ºC]

60
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
tempo [seg]

Esta variação também afeita à quantidade de calor que deve ser dissipada do sistema de
resfriamento do chiller (Figuras 8.7 e 8.9), este fato, pode ser visualizado através do
incremento na temperatura do absorvedor e condensador, em 2,5 °C aproximadamente
(Figuras 8.2 e 8.3), originando um aumento significativo na temperatura da água fria do
sistema, elevando-se em 5°C (Figura 8.3). O aumento das temperaturas do condensador e
absorvedor, é relacionado ao aumento da temperatura da solução dentro do compressor
térmico, devido à maior produção de valor, e portanto, uma modificação significativa nas
concentrações e pressões do chiller, fazendo com que o sistema deva liberar uma parcela
maior de calor para condensar mais vapor para o processo de evaporação e também liberar
mais calor para o processo de absorção de vapor refrigerante na solução BrLi - H2O no
absorvedor. O chiller estudado leva os componentes de liberação de calor dispostos em serie,
ou seja, a temperatura da água fria de entrada (saída da torre de resfriamento) entra no
absorvedor para retirar a primeira parcela de calor, devido ao processo de absorção. A saída
da água fria do absorvedor é direcionada para o condensador, ou seja, a saída desta água fria é
a entrada da água fria no condensador. A água fria, com temperatura maior à de entrada no
absorvedor, retira a segunda parcela de calor do sistema, com o objetivo de condensar o vapor
refrigerante, e seguidamente, esta água é enviada novamente para a torre de resfriamento. Por
este motivo, este tipo de chiller de absorção é considerado em serie, já que a água fria do
sistema passa pelo absorvedor e condensador antes de ser encaminhado à torre de
resfriamento para dissipar o calor ganho no processo, e assim, diminuir a temperatura da água
fria.
Neste trabalho não foi considerado o modelo da torre de resfriamento para a análise, já
que não formava parte da análise.
139

Figura 8.2. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador considerando a rampa positiva de 10°C na
temperatura de entrada da água quente (70 a 80°C).
40
38
36
34
32
T [°C]

30
θ_fria_c_en [ºC]
28
θ_c [ºC]
26 θ_fria_c_sai [ºC]
24 T_c [ºC]
22
20
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
tempo [seg]

Figura 8.3. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor considerando a rampa positiva de 10 °C na
temperatura de entrada da água quente (70 a 80°C).
55
50 θ_fria_en [ºC]
θ_a [ºC]
45 θ_fria_sai [ºC]
T_a [ºC]
T [°C]

40
35
30
25
20
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
tempo [seg]

Como se mostra na Figura 8.4, e devido ao aumento do fluxo de calor do evaporador,


com o incremento de energia da fonte de calor, a temperatura do evaporador diminui em 3°C
aproximadamente, levando a um decréscimo da temperatura da água gelada do chiller de 2°C.
Esta água gelada é utilizada para o processo de climatização.

Figura 8.4. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador considerando a rampa positiva de 10 °C na
temperatura de entrada da água quente (70 a 80°C).
14
12
10
T [°C]

8
6 θ_gelada_en [ºC]
4 θ_e [ºC]
θ_gelada_sai [ºC]
2 T_e [ºC]

0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
tempo [seg]
140

Esta variação de temperaturas e quantidade de massa do sistema, pode ser percebida


também, na figura 8.5, onde são mostrados os perfis de pressão de alta e baixa do chiller de
absorção.
Este trabalho considerou dois níveis de pressão ao longo do chiller, sendo a pressão de
alta (gerador - condensador) e a pressão de baixa (absorvedor - evaporador).

Figura 8.5. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de
entrada da água quente (70 a 80°C).
14

12 P_alta [kPa]
10 P_baixa [kPa]
P [kPa]

0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Inicialmente o sistema procura a estabilidade, e imediatamente à perturbação da rampa


de temperatura de 10°C, a pressão de alta (±0,70 kPa) aumenta devido ao aumento da
temperatura do condensador, e a pressão de baixa diminui (±0,9 kPa) devido ao decréscimo
da temperatura do evaporador, ocasionado pelo aumento do calor que deve ser dissipado pelo
chiller através da água de resfriamento para manter o equilíbrio termodinâmico, este efeito
esta relacionado diretamente à redução na temperatura da água gelada que sai do evaporador.
Nas Figuras 8.6 a 8.9, são mostrados os fluxos de calor envolvidos nos trocadores do
chiller, determinados através do balanço de energia ao longo do processo dinâmico
introduzido pela perturbação de 10 °C ate atingir a nova condição estacionaria.

Figura 6. Fluxos de calor no gerador considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água
quente (70 a 80°C).
80
60
40 Q_sol_g [kW]
Q [kW]

20 Q_ug [kW]
Q_θg [kW]
0
0 2000 4000 6000 8000
-20
-40
-60
tempo [seg]
141

Este fluxos mostrados nas Figuras 8.6 a 8.9, representam os circuitos de água fria,
gelada e quente, considerados estes, externos ao chiller, e os fluxos de calor da solução e
refrigerante considerados fluxos internos do chiller, e os fluxos de interface, ou seja, os fluxos
característicos dos trocadores de calor representados pelos coeficientes globais, as áreas, e das
diferenças entre as temperaturas medias externas e internas.

Figura 8.7. Fluxos do calor no condensador considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada
da água quente (70 a 80°C).
50
40
30
Q_ref_c [kW]
20 Q_uc [kW]
10 Q_θc [kW]
Q [kW]

0
-10 0 2000 4000 6000 8000
-20
-30
-40
-50
tempo [seg]

Figura 8.8. Fluxos de calor no evaporador considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da
água quente (70 a 80°C).
40
30
20
10
Q [kW]

0
0 2000 4000 6000 8000
-10
Q_ref_e [kW]
-20 Q_ue [kW]
-30 Q_θe [kW]

-40
tempo [seg]

Figura 8.9. Fluxos de calor no absorvedor considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da
água quente (70 a 80°C).
60

40
Q_sol_a [kW]
20 Q_ua [kW]
Q [kW]

Q_θa [kW]
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
-20

-40

-60
tempo [seg]
142

Do mesmo modo que nas temperaturas dos trocadores de calor, os fluxos de calor
aumentam devido á maior energia fornecida ao chiller, maior energia retirada na água gelada,
e a maior energia dissipada no circuito de resfriamento do sistema, torre de resfriamento.
As Figuras 8.10 e 8.11 mostram os resultados encontrados nos balanços mássicos das
vazões e massas acumuladas nos vasos de chiller. É importante lembrar, que foi considerado
como hipótese inicial, que não há variação de massa no condensador e evaporador, e que só
haverá variação das massas no compressor térmico, ou seja, gerador e absorvedor do chiller.
Esta simplificação foi idealizada, em termos da função dos componentes envolvidos, já que o
compressor térmico governa o sistema de acionamento do chiller, e é o gerador que decide o
acoplamento do sistema e estabilidade do mesmo, determinando a parcela de vapor de
refrigerante que o sistema precisa para produzir água gelada.

Figura 8.10. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando a rampa positiva de 10 °C na
temperatura de entrada da água quente (70 a 80°C).
10,8
10,6
10,4
10,2
M [kg]

M_g [kg]
10 M_a [kg]
9,8
9,6
9,4
9,2
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Pode-se perceber que há uma diminuição da água acumulada no gerador com a


introdução da rampa de temperatura da água quente, e um aumento da água acumulada no
absorvedor (Figura 8.10). Esta variação é consequência, do aumento da produção de vapor no
gerador (Figura 8.11).

Figura 8.11. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do chiller de absorção considerando a rampa
positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (70 a 80°C).
0,3

0,25

0,2
m [kg/s]

m_fr [kg/s]
0,15
m_fo [kg/s]
0,1 m_vapor [kg/s]
0,05

0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]
143

Portanto, a formação de vapor no gerador, leva a uma diminuição na taxa de vazão de


solução forte que é dirigida ao absorvedor, já que foi considerada constante a vazão de
solução fraca do sistema, devido ao volume constante da bomba de circulação da solução
(Figura 8.11). (KOLENBANCH e ZIEGLER, 2008a; MYAT et al., 2010).
A Figura 8.12 mostra as concentrações da solução forte e fraca variando a partir da
perturbação introduzida na água quente de entrada.

Figura 8.12. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller de absorção considerando a rampa
positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (70 a 80°C).
60
59,5
59
58,5
58 X_fo [%]
X [%]

57,5 X_fr [%]


57
56,5
56
55,5
55
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Pode-se observar na Figura 8.12, como era de esperar-se, um aumento da concentração


da solução forte (±0,5%) e diminuição da solução fraca (±0,4%), já que quanto maior for a
produção de vapor, maior será a concentração de solução forte (mais água sai em forma de
vapor da mistura BrLi – água), e portanto, um decréscimo da solução fraca do sistema (Figura
8.12).
Finalmente, a figura 8.13, mostra o comportamento do COP ao longo do processo de
transição do chiller.

Figura 8.13. Variação do COP considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente
(70 a 80°C).
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
COP

0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Pode-se perceber que a introdução da rampa de temperatura, ocasiona uma diminuição


súbita do COP, no período transiente, porém, voltando a um valor estável com a estabilidade
144

do processo. Este efeito é percebido nos trabalhos apresentados em KOLENBANCH e


ZIEGLER (2008a) e EVOLA et al. (2013). O chiller procura a adaptação da flutuação da
rampa de aumento de temperatura, para valores que forneçam um coeficiente de performance
adequado, que se encontra aproximado segundo os valores fornecidos pelo fabricante. Este
COP gira em torno de 0,61 a 0,70 para os valores simulados pelo modelo, e os fornecidos pelo
fabricante em torno de 0,63 e 0,72, sendo esta comparação adequada em termos de
funcionamento operacional em regime permanente.
Pode-se perceber que o modelo responde de forma adequada, e quase imediata, à
perturbação criada devido ao aumento da temperatura na fonte de energia do chiller.

8.2. Caso 2. Aumento da temperatura de água quente (85 a 95°C)

O caso 2, representa a segunda simulação do chiller de absorção quando o sistema sofre


uma perturbação da energia de entrada. Esta perturbação foi representada por uma rampa
positiva de 10°C na temperatura de água quente considerando temperatura inicial de 85°C a
95°C, e temperaturas entradas constantes de água fria e gelada. Nesta simulação, foi colocada
uma variação de 10 °C, sendo modificada a faixa na qual varia a temperatura, de 85 a 95°C.
As Figuras 8.14 a 8.17 mostram os perfis de temperaturas internas e externas dos
trocadores de calor. O processo foi exatamente igual ao item 8.1, com a diferença do valor
inicial da temperatura de entrada de água quente (85°C), tendo um aumento de 10°C.

Figura 8.14. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador considerando a rampa positiva de 10 °C na
temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
100
95
90
85
T [°C]

80 θ_quente_en [ºC]
75 θ_g [ºC]
θ_quente_sai [ºC]
70 T_g [ºC]
65
60
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Esta flutuação introduzida, leva ao aumento do calor fornecido pelo gerador (Figura
8.19), fazendo que a produção de vapor seja maior (Figura 8.24), e, portanto aumentando a
troca de calor do evaporador (Figura 8.21), diminuindo a temperatura do evaporador, levando
a um decréscimo da temperatura da água gelada do chiller (Figura 8.17). Esta variação
também afeita à quantidade de calor que deve ser dissipada do sistema de resfriamento do
chiller (Figuras 8.20 e 8.22), visualizada através do incremento na temperatura do absorvedor
e condensador, (Figuras 8.15 e 8.16), originando um aumento significativo na temperatura da
água fria do sistema, (Figura 8.16). A água fria é responsável pelo rejeição do todo o calor
dentro do chiller ao ambiente através da torre de resfriamento.
145

Figura 8.15. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador considerando a rampa positiva de 10 °C
na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
45

40

35
T [°C]

30 θ_fria_c_en [ºC]
θ_c [ºC]
θ_fria_c_sai [ºC]
25
T_c [ºC]

20
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Como foi especificado no cenário anterior (caso 1), aumentando a energia fornecida ao
chiller, o sistema precisara liberar mais calor para o ambiente para manter o equilíbrio
termodinâmico do sistema de absorção.

Figura 8.16. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor considerando a rampa positiva de 10 °C na
temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
55
θ_fria_en [ºC]
50 θ_a [ºC]
θ_fria_sai [ºC]
45
T_a [ºC]
T [°C]

40
35
30
25
20
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Figura 8.17. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador considerando a rampa positiva de 10 °C na
temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
14
12
10
T [°C]

8
6
θ_gelada_en [ºC]
4 θ_e [ºC]
θ_gelada_sai [ºC]
2 T_e [ºC]
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
tempo [seg]
146

Esta variação em temperaturas e quantidade de massa do sistema, também pode ser


percebida na figura 8.18, onde são mostrados os perfis de pressão de alta e baixa do chiller de
absorção.

Figura 8.18. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de
entrada da água quente (85 a 95°C).
12
10 P_alta [kPa]
8 P_baixa [kPa]
P [kPa]

6
4
2
0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Nas Figuras 8.19 a 8.22, são mostrados os fluxos de calor envolvidos nos trocadores do
chiller ao longo do processo dinâmico introduzido pela perturbação de 10 °C ate atingir a
nova condição estacionaria.

Figura 8.19. Fluxos de calor no gerador considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da
água quente (85 a 95°C).
100
80
60
Q_sol_g [kW]
40
Q_ug [kW]
Q [kW]

20 Q_θg [kW]
0
-20 0 2000 4000 6000 8000
-40
-60
-80
tempo [seg]

Figura 8.20. Fluxos do calor no condensador considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada
da água quente (85 a 95°C).
60

40
Q_ref_c [kW]
20 Q_uc [kW]
Q [kW]

0 Q_θc [kW]
0 2000 4000 6000 8000
-20

-40

-60
tempo [seg]
147

Do mesmo modo que nas temperaturas, os fluxos de calor aumentam devido á maior
energia fornecida ao chiller, maior energia retirada na água gelada, e a maior energia
dissipada no circuito de resfriamento do sistema.

Figura 8.21. Fluxos de calor no evaporador considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da
água quente (85 a 95°C).
50
40
30
Q_ref_e [kW]
20
Q_ue [kW]
10
Q [kW]

Q_θe [kW]
0
-10 0 2000 4000 6000 8000
-20
-30
-40
-50
tempo [seg]

Figura 8.22. Fluxos de calor no absorvedor considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da
água quente (85 a 95°C).
80
60
Q_sol_a [kW]
40
Q_ua [kW]
20 Q_θa [kW]
Q [kW]

0
0 2000 4000 6000 8000
-20
-40
-60
-80
tempo [seg]

As Figuras 8.23 e 8.24 mostram os resultados encontrados nos balanços mássicos das
vazões e massas acumuladas nos vasos de chiller.

Figura 8.23. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando a rampa positiva de 10 °C na
temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
10,6

10,4

10,2
M_g [kg]
M [kg]

10
M_a [kg]
9,8

9,6

9,4
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]
148

Novamente, o aumento na temperatura da água quente, aumenta a energia fornecida ao


chiller, formando mais vapor refrigerante, e fazendo que a solução do gerador diminua e a
massa do absorvedor aumente pelo efeito contrario. Este efeito esta ligado à variação da taxa
de vazão de solução forte que também é modificada com a variação de solução do gerador.

Figura 8.24. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do chiller de absorção considerando a rampa
positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
0,3
0,25
0,2
m [kg/s]

0,15 m_fr [kg/s]


m_fo [kg/s]
0,1
m_vapor [kg/s]
0,05
0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

A Figura 8.25 mostra a variação das concentrações das soluções forte e fraca do
sistema. Esta variação das concentrações esta vinculada também ao fornecimento de calor no
gerador, e diretamente, à formação de vapor, e à diminuição de massa de solução, alterando a
solução forte para um valor maior (menor água dentro do sistema gerador), e diminuição da
solução fraca (aumento da quantidade de água no sistema absorvedor).

Figura 8.25. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller de absorção considerando a rampa
positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente (85 a 95°C).
61
60
59
X [%]

58 X_fo [%]
57 X_fr [%]

56
55
54
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Em referência ao COP (Figura 8.26), o comportamento é similar ao cenário anterior


(caso 1), diminuindo à medida que é introduzida a rampa de 10°C, durante o período
transiente o COP, porém, voltando a um valor estável menor que inicialmente, devido à
diminuição de carga retirada pelo chiller, ocasionando uma leve queda no COP do sistema,
como indicado pelo fabricante.
Os valores simulados variam entre 0,7 a 0,61 quando estabilizado após a introdução da
rampa de temperatura, e segundo o fabricante, para valores de 95°C na temperatura da água
quente, o COP encontrado é de 0,64.
149

Figura 8.26. Variação do COP considerando a rampa positiva de 10 °C na temperatura de entrada da água quente
(85 a 95°C).
0,9
0,8
0,7
COP0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Novamente, pode-se perceber a capacidade do modelo de se adequar-se as flutuações na


fonte de energia, determinando a nova situação de estabilidade e adaptando o COP dentro de
valores lógicos permissíveis.

8.3. Caso 3. Diminuição da temperatura de água gelada (15 a 12°C)

O caso 3, representa a terceira simulação do chiller de absorção quando o sistema sofre


uma perturbação da energia de entrada. Esta perturbação foi representada por uma rampa
negativa de 3°C na temperatura de água gelada considerando temperatura inicial de 15°C a
12°C, e temperaturas entradas constantes de água fria e quente. Nesta simulação, foi colocada
uma variação de 3 °C, sendo modificada a faixa na qual varia a temperatura de água gelada
entra ao sistema, considerando a temperatura da água quente constante em 85°C.
As Figuras 8.27 a 8.30 mostram os perfis de temperaturas internas e externas dos
trocadores de calor. Inicialmente, o processo encontra-se me regime permanente, e aos 3000
segundos de iniciado é introduzida à rampa negativa de 3°C para os valores de 15 a 12ºC,
fazendo o sistema entrar em regime variável, modificando os perfis das temperaturas dos
circuitos de água, solução e refrigerante do sistema.

Figura 8.27. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador considerando a rampa negativa de 3 °C na
temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
100
95
90
85
T [°C]

80 θ_quente_en [ºC]
θ_g [ºC]
75 θ_quente_sai [ºC]
70 T_g [ºC]
65
60
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]
150

Figura 8.28. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador considerando a rampa negativa de 3 °C
na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
40

35
T [°C]
30 θ_fria_c_en [ºC]
θ_c [ºC]
θ_fria_c_sai [ºC]
25 T_c [ºC]

20
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Figura 8.29. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor considerando a rampa negativa de 3 °C na
temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
55
θ_fria_en [ºC]
50 θ_a [ºC]
θ_fria_sai [ºC]
45 T_a [ºC]
T [°C]

40
35
30
25
20
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Esta flutuação introduzida, leva ao aumento do calor retirado no evaporador (Figura


8.44), fazendo que a temperatura do evaporador diminuía em 1,5 ºC aproximadamente, para
atingir as condições de operação da água gelada, levando a um decréscimo da temperatura da
água gelada do chiller de 2°C (Figura 8.30).

Figura 8.30. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador considerando a rampa negativa de 3 °C na
temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
18
16
14
12
T [°C]

10
8
6 θ_gelada_en [ºC]
4 θ_e [ºC]
2 θ_gelada_sai [ºC]
T_e [ºC]
0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]
151

Para estas condições de operação, e devido à forma como foi modelado o sistema,
levando em consideração a produção e acoplamento do chiller em função do compressor
térmico, ou seja, este compressor comanda as ações de produção de água gelada do sistema,
as variações de fluxos de calor do condensador e evaporador são mínimas. Esta modificação
na temperatura da água gelada não é traduzida numa modificação significativa do
comportamento do gerador, já que com a quantidade de energia fornecida na água quente, o
gerador produz suficiente quantidade de vapor refrigerante para atingir as condições de
temperatura da água gelada.
A Figura 8.31 mostra a variação das pressões de alta e baixa do chiller de absorção.
Percebe-se uma leve diminuição da pressão de baixa, devido à diminuição na temperatura do
evaporador, mas na pressão de alta, não é significativa, já que para as condições solicitadas a
energia e massa de vapor for suficiente, deixado esta pressão estável.

Figura 8.31. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de
entrada da água gelada (15 a 12°C).
8
7
6
5
p [kPa]

P_alta [kPa]
4
P_baixa [kPa]
3
2
1
0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Nas Figuras 8.32 a 8.35, são mostrados os fluxos de calor envolvidos nos trocadores do
chiller, visualizando o comportamento dos fluxos internos e externos, respeitando o balanço
de energia ao longo do processo dinâmico introduzido pela perturbação de 3 °C ate atingir a
nova condição estacionaria.

Figura 8.32. Fluxos de calor no gerador considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da
água gelada (15 a 12°C).
80
60
40 Q_sol_g [kW]
Q_ug [kW]
20
Q [kW]

Q_θg [kW]
0
0 2000 4000 6000 8000
-20
-40
-60
-80
tempo [seg]
152

Figura 8.33. Fluxos do calor no condensador considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada
da água gelada (15 a 12°C).
50
40
30 Q_ref_c [kW]
Q_uc [kW]
20
Q_θc [kW]
10
Q [kW]

0
-10 0 2000 4000 6000 8000
-20
-30
-40
-50
tempo [seg]

Figura 8.34. Fluxos de calor no evaporador considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da
água gelada (15 a 12°C).
50
40
30 Q_ref_e [kW]
20 Q_ue [kW]
10
Q [kW]

Q_θe [kW]
0
-10 0 2000 4000 6000 8000
-20
-30
-40
-50
tempo [seg]

Figura 8.35. Fluxos de calor no absorvedor considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da
água gelada (15 a 12°C).
80
60
40 Q_sol_a [kW]
Q_ua [kW]
20 Q_θa [kW]
Q [kW]

0
0 2000 4000 6000 8000
-20
-40
-60
-80
tempo [seg]

As Figuras 8.36 e 8.37 mostram os resultados encontrados nos balanços mássicos das
vazões e massas acumuladas nos vasos de chiller.
153

Figura 8.36. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando a rampa negativa de 3 °C na
temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
10,5
10,4
10,3
10,2
M_g [kg]
10,1
M [kg]

10 M_a [kg]
9,9
9,8
9,7
9,6
9,5
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Figura 8.37. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do chiller de absorção considerando a rampa
negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
0,3

0,25

0,2
m [kg/s]

m_fr [kg/s]
0,15
m_fo [kg/s]
0,1 m_vapor [kg/s]

0,05

0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]

Há uma pequena diminuição da pressão de baixa do chiller (Figura 8.31), devido à


diminuição da temperatura do evaporador, a pressão de alta, fica constante, devido a
permanência da temperatura quase constante do condensador.

Figura 8.38. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller de absorção considerando a rampa
negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada (15 a 12°C).
60
59,5
59
58,5
58 X_fo [%]
X [%]

57,5 X_fr [%]


57
56,5
56
55,5
55
54,5
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]
154

Não há variação nas massas de solução, e nas vazões, já que para as condições de calor
fornecido o chiller produz a quantidade de vapor para baixar a temperatura de água gelada no
evaporador. Este efeito também é percebido nas vazões e concentrações da solução do chiller,
como mostrado na Figura 8.38.
Com a variação da temperatura do evaporador, a quantidade de calor removido aumenta
(Figura 8.34), e a quantidade de calor fornecido ao chiller pela água quente (Figura 8.32),
permanece constante, para as condições estabelecidas de operação, resultados numa
diminuição do COP do chiller (Figura 8.39), de 0,7 para 0,62 segundo os valores simulados.
Este tipo de estudo não foi realizado nos trabalhos citados nos outros casos. Primeiramente,
pode-se dizer que é necessária a construção de um modelo dinâmico de controle que permita
regular as condições de operação como no sistema real. A pesar disto, o modelo possui as
ferramentas necessárias para a integração de um modelo em paralelo, que possa simular os
controles dos componentes do chiller como válvulas de acionamento, verificadores da
concentração da solução e pressão do vácuo. Porém, não se pode interpretar este modelo
dinâmico como simplificado, e se como um modelo que permite verificar as condições
transientes de um sistema de refrigeração por absorção, conhecidos os parâmetros de
operação, a partir do compressor térmico, que em geral governa o sistema de dessorção e
absorção do chiller, parte fundamental no projeto de qualquer equipamento de refrigeração
por absorção, seja utilizando o para BrLi – H2O e o par NH3 – H2O.
Finalmente, a Figura 39, mostra o comportamento do COP ao longo do processo de
transição do chiller. Pode-se perceber que a introdução da rampa de temperatura, ocasiona
uma diminuição súbita do COP, no período transiente o COP, porém, voltando a um valor
estável menor. O chiller procura a adaptação da flutuação da rampa de diminuição de
temperatura, para valores que forneçam um coeficiente de performance adequado, que se
encontra aproximado segundo os valores fornecidos pelo fabricante. Este COP gira em torno
de 0,7 a 0,62 para os valores simulados pelo modelo, e os fornecidos pelo fabricante em torno
de 0,72, a 0,63 sendo esta comparação adequada em termos de funcionamento operacional em
regime permanente.

Figura 8.39. Variação do COP considerando a rampa negativa de 3 °C na temperatura de entrada da água gelada
(15 a 12°C).
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
COP

0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 2000 4000 6000 8000
tempo [seg]
155

Pode-se perceber que o modelo responde de forma adequada, e quase imediata, à


perturbação criada devido ao aumento da carga térmica através da diminuição da temperatura
da água gelada de entrada do chiller.
Este comportamento do caso 3, foi verificado através dos dados coletados no
Laboratório de Microcogeração, como foi apresentado na validação do modelo matemático no
Capítulo 7. Percebeu-se que com a introdução da carga térmica na água gelada, o
comportamento na água quente foi praticamente constante, devido a que as condições da fonte
de energia foram suficientes para diminuir a temperatura da água gelada, e retirar a carga
térmica imposta.

8.4. Caso 4. Simulação de partida do chiller de absorção

O caso 4, representa a ultima simulação do chiller de absorção. Esta caso tenta mostrar
a capacidade do modelo de determinar o comportamento do chiller na partida do mesmo. Esta
simulação foi realizada a partir da curva gradual de aumento da temperatura da água quente
que entra ao chiller, considerando uma variação na água gelada que entra de ± 2°C. A
temperatura da água fria que entra foi considerada constante ao longo de processo com valor
de 31°C. Este caso foi colocado para visualizar o processo transiente de inicio de operação do
chiller, considerando o procedimento mostrado em MYAT et al. (2011).
As Figuras 8.40 a 8.43 mostram os perfis de temperaturas internas e externas dos
componentes do chiller em função do tempo.

Figura 8.40. Perfis de temperaturas internas e externas do gerador considerando o aumento gradual da
temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
90
80
70
T [°C]

60 θ_quente_en [ºC]
50 θ_g [ºC]
θ_quente_sai [ºC]
40 T_g [ºC]
30
20
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]

O processo é comandado pela água quente que entra do chiller, a qual inicia em torno
de 30°C, sendo aumentada através da recuperação de calor. Esta temperatura (Figura 8.40),
aumenta atingindo um valor de 80°C. Pode-se perceber que o processo começa gerar vapor
em torno dos 300 segundos (Figura 8.52), ou seja, acoplamento do gerador com o chiller. A
temperatura atingida encontram-se ao redor de 60°C.
156

Figura 8.41. Perfis de temperaturas internas e externas do condensador considerando o aumento gradual da
temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
40
35
30
θ_fria_c_en [ºC]
25
T [°C] θ_c [ºC]
20 θ_fria_c_sai [ºC]
15 T_c [ºC]
10
5
0
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]

Figura 8.42. Perfis de temperaturas internas e externas do absorvedor considerando o aumento gradual da
temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
45
40
35
30
T [°C]

25
θ_fria_en [ºC]
20
θ_a [ºC]
15 θ_fria_sai [ºC]
10 T_a [ºC]
5
0
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]

Figura 8.43. Perfis de temperaturas internas e externas do evaporador considerando o aumento gradual da
temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
20
θ_gelada_en [ºC]
θ_e [ºC]
15
θ_gelada_sai [ºC]
T_e [ºC]
T [°C]

10

0
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]

Paralelamente, esta variação de temperaturas, ocasiona uma variação nos fluxos de calor
do chiller, determinado pela carga térmica da água gelada (Figura 8.48) e a fonte de energia
fornecida pela água quente (Figura 8.45), e portanto, um aumento da dissipação de calor ao
ambiente através do circuito de água fria (Figuras 8.46 e 8.49).
157

A Figura 8.44 mostra a variações da pressões do chiller, que gira em torno de 3 kPa e
0,5 kPa, respectivamente.

Figura 8.44. Perfis de pressões do chiller de absorção considerando o aumento gradual da temperatura da água
quente que entra no chiller (30 a 80°C).
7
6
5
P [kPa]

4 P_alta [kPa]

3 P_baixa [kPa]

2
1
0
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]

As Figuras 8.45 a 8.48 mostram a variação dos fluxos de calor dos trocadores do chiller
de absorção.

Figura 8.45. Fluxos de calor no gerador considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que
entra no chiller (30 a 80°C).
60

40
Q_sol_g [kW]
20 Q_ug [kW]
Q [kW]

Q_θg [kW]
0
0 500 1000 1500 2000
-20

-40

-60
tempo [seg]

Figura 8.46. Fluxos do calor no condensador considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que
entra no chiller (30 a 80°C).
50
40
30 Q_ref_c [kW]
20 Q_uc [kW]
10 Q_θc [kW]
Q [kW]

0
-10 0 500 1000 1500 2000
-20
-30
-40
-50
tempo [seg]
158

Figura 8.48. Fluxos de calor no evaporador considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que
entra no chiller (30 a 80°C).
40
30
20 Q_ref_e [kW]
Q_ue [kW]
10
Q_θe [kW]
Q [kW]

0
0 500 1000 1500 2000
-10
-20
-30
-40
tempo [seg]

Figura 8.49. Fluxos de calor no absorvedor considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que
entra no chiller (30 a 80°C).
60

40
Q_sol_a [kW]
20 Q_ua [kW]
Q [kW]

Q_θa [kW]
0
0 500 1000 1500 2000
-20

-40

-60 tempo [seg]

Devido à formação de vapor, a vazão de solução forte varia em 0,015 kg/s, e, por
conseguinte, as massas de solução do vaso do gerador e absorvedor (Figura 8.50). A variação
da massa do gerador aumenta aproximadamente em 0,6 kg e a do absorvedor diminuí
aproximadamente em 0,5, e estas variações devem ser percebidas nas concentrações forte e
fraca do processo (Figura 8.52).

Figura 8.50. Variação das massas do gerador e absorvedor considerando o aumento gradual da temperatura da
água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
10,8
10,6
10,4
10,2
M [kg]

10 M_g [kg]
9,8 M_a [kg]
9,6
9,4
9,2
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]
159

Figura 8.51. Variação das vazões da solução forte, fraca e de vapor do chiller de absorção considerando o
aumento gradual da temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
0,3
0,25
0,2
m [kg/s]
0,15 m_fr [kg/s]
m_fo [kg/s]
0,1
m_v_g [kg/s]
0,05
0
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]

A solução forte tende aumentar com o transiente criado pela formação de vapor (menos
água na solução), e a solução forte aumenta devido ao efeito contrario da solução forte. As
variações das soluções forte e fraca variam em torno de ±2 %.

Figura 8.52. Variação das concentrações da solução forte e fraca do chiller de absorção considerando o aumento
gradual da temperatura da água quente que entra no chiller (30 a 80°C).
57
56,5
56
55,5
X [%]

55 X_fo [%]
54,5 X_fr [%]
54
53,5
53
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]

Finalmente, todo o processo é resumido à capacidade de refrigeração do chiller através


do parâmetro do COP, o qual aumenta com o incremento da temperatura da água quente,
variando e estabilizando em torno de 0,71 com temperatura média da água quente de 80°C.

Figura 8.53. Variação do COP considerando o aumento gradual da temperatura da água quente que entra no
chiller (30 a 80°C).
0,8
0,7
0,6
0,5
COP

0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 500 1000 1500 2000
tempo [seg]
160

Estes resultados encontrados na simulação, que variam de 0,6 a 0,7 em COP para
valores de temperaturas de 70 - 80 °C da água quente, são similares aos fornecidos pelo
fabricante os quais giram 0,62 a 0,72.
Estas simulações demonstram a boa consistência com os valores reais nominais do
fabricante, levando à conclusão que o modelo representa uma ferramenta de simulação,
dimensionamento e implementação do sistema de controle do chiller de absorção.

8.5. Análise e discussão das simulações (casos 1, 2, 3 e 4).

Há uma pequena diferença se considerado, que o modelo não possui a modelagem do


sistema de controle do chiller, necessário para o funcionamento do chiller, e as condições
nominais não sempre representam as situações reais de operação. Porém, o modelo é capaz de
reproduzir os parâmetros de operação do chiller, para condições dinâmicas, de forma correta e
adequada. A limitação principal nos sistemas comerciais, é a instrumentação e verificação dos
parâmetros internos do chiller, como pressão, temperatura e concentração.
Nos casos simulados 1 e 2, a variação do COP na parte transiente ficou marcada pela
queda brusca do mesmo, quando fornecida a perturbação na fonte quente do sistema. Este
fenômeno foi devido à alteração do fluxo de calor do gerador do chiller, por meio do aumento
da água quente, incrementando o fluxo de calor que entra no sistema para acioná-lo. Apesar
de ser um processo, relativamente rápido, o sistema precisa de um tempo para ajustar as
condições e temperatura e concentração, e portanto, a formação de vapor refrigerante do
sistema. Durante a perturbação introduzida, a taxa de aumento do fluxo de calor do gerador é
muito maior à do evaporador (água gelada), levando a uma diminuição brusca no COP, que
posteriormente, com a estabilização do fenômeno transiente, o COP se ajusta às condições de
operação do COP. Este efeito também pode ser visualizado no caso de simulação 4, (partida
do chiller). No caso 3, este efeito é mínimo, já que para a variação da perturbação na água
gelada, o fonte de calor (água quente), é suficiente para atingir as condições de carga do
sistema.
Em referência ao erro entre o COP calculado pelo modelo e o fornecido pelo fabricante,
(variando de 3 a 6 %), destaca-se a importância de ter se considerado os coeficientes globais
de transferência de calor variáveis ao longo do processo, já que utilizando estes coeficientes
constantes, isto levaria a um erro maior, como foi determinado no caso 1 de validação
transiente do modelo no Capítulo 6, apresentando erros máximos e mínimos de 15 e 3%. É
importante destacar, que estes erros foram contabilizados dos circuitos de água quente, fria e
gelada, comparando as saídas calculadas pelo modelo e determinadas experimentalmente,
sendo evidente, a propagação do erro nos fluxos de calor, e portanto no COP do sistema.
Pode-se perceber, que o modelo responde adequadamente às flutuações, procurando a
estabilidade e ajustando, parâmetros internos e externos do chiller. Os modelos encontrados
na literatura, (KOLENBACH e Ziegler, 2008a; MYAT et al., 2011, EVOLA et al., 2013),
simulam o chiller em regime transitório, mas não introduzem a variação dos coeficientes
convectivos ao longo do processo. Esta habilidade, representa uma adição diferencial deste
modelo, não só pelo fato de variar os coeficientes convectivos e variação das propriedades
termofísicas, mas porque permite a introdução de outras correlações para estudo de outros
fluidos no comportamento energético dos sistemas de refrigeração por absorção.
161

Esta ferramenta computacional representa uma ferramenta de projeto e simulação para


sistemas de absorção de simples efeito utilizando o par BrLi - H2O, permitindo prever o
comportamento de operação do chiller a diferentes cargas de trabalho e diferentes fonte de
acionamento do mesmo. Além disto, este modelo, representa uma ferramenta de simulação
que permitirá a implantação de um sistema de controle capaz de atuar no funcionamento do
equipamento, para que possa operar em condições favoráveis, e evitar defeitos gerais, como
problemas de cristalização. Na maioria dos sistemas comerciais, o sistema de controle é
necessário para o funcionamento, e em alguns casos, este sistema controla o chiller de
absorção para operar dentre os limites de segurança do equipamento, ou seja, faixas de
temperaturas e concentrações da solução e refrigerante.

8.6.Conclusões dos casos simulados

O modelo desenvolvido para o estudo dinâmico do chiller de absorção foi capaz de


reproduzir situações reais de operação fornecendo resultados próximos aos dados fornecidos
pelo fabricante. Este modelo que baseia-se na primeira lei da termodinâmica e as equações de
trocadores de calor, permite a reprodução do comportamento transitório dos parâmetros
internos e externos do chiller, como temperaturas, pressões, concentrações e vazões. A pesar
de apresentar pequenas diferenças entre os valores de operação nominal fornecidos pelo
fabricante, é adequado, desde o ponto de vista energético.
A capacidade de adequar-se a diversas perturbações de carga, mostra a versatilidade do
mesmo como ferramenta de simulação e dimensionamento de sistemas de refrigeração por
absorção de simples efeito.
Segundo os cenários estudados foram apresentados os resultados mais ressaltantes do
estudo.

 Pequenas diferenças entre os valores simulados e do fabricante, se considerado, que o


modelo não possui a modelagem do controle do chiller, indispensável para o
acionamento e operação do chiller;
 O modelo se adéqua de forma rápida e precisa a variações de perturbação na fonte de
calor, já que os resultados foram próximos dos apresentados pelo fabricante;
 Os resultados encontrados para os quatro casos estudados forneceram perfis de
temperatura, vazão e do COP com as mesmas tendências dos apresentados por
(KOLENBACH e Ziegler, 2008a; MYAT et al., 2011, EVOLA et al., 2013);
 Os maiores erros relativos encontrados do coeficiente de performance entre os valores
simulados e do fabricante variam de 3 a 6%, para as condições de temperatura de água
quente, fria e gelada, daqui a importância de considerar coeficientes globais de
transferência de calor variáveis ao longo do processo, já que utilizando estes
coeficientes constantes, levaria a erros máximos e mínimos de 15 e 3%;
 O aumento da temperatura da água quente do chiller, não leva a um aumento do COP
do sistema, já que este parâmetro está relacionado com a quantidade máxima de calor
que o evaporador pode retirar da água gelada, e da capacidade do compressor térmico
de produzir vapor refrigerante para garantir a eficiência. É bom destacar, que o modelo
162

foi capaz de reproduzir de forma coerente o COP do sistema para os dois primeiros
casos 1 e 2;
 Em referência à diminuição da água gelada em 3°C, o modelo desenvolvido permitiu
verificar o aumento do calor retirado pelo evaporador, diminuindo o COP do chiller,
sempre que seja utilizada a mesma quantidade de calor no gerador, devido à
capacidade limite do evaporador de transferir calor entre o refrigerante e o circuito de
água gelada. Este comportamento foi verificado experimentalmente com os dados
medidos no Laboratório de Microcogeração, como apresentado no Capítulo 7;
 Em referência ao caso 4, verificou-se a capacidade de o modelo de reproduzir o estado
inicial do chiller, partindo com o aquecimento da água quente de forma gradual (30 -
80°C), verificando-se as temperaturas e fluxos de calor dos quatro trocadores de calor
(gerador, condensador, evaporador e absorvedor). Neste mesmo contexto, o modelo
mostrou a capacidade de reproduzir o COP do sistema em função da temperatura de
água quente e gelada;
 Apesar das hipóteses simplificadoras selecionadas, o modelo responde bem às
situações de flutuações, respeitando a conservação da massa e energia ao longo do
processo, e sempre convergindo para a estabilidade do sistema;
163

9. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

9.1. Conclusões

Foi desenvolvido o modelo matemático baseado na conservação de massa, da energia e


das espécies, considerando as equações constitutivas dos trocadores de calor para simular
sistemas de refrigeração por absorção de simples efeito usando o par BrLi - H2O, obtendo
resultados bens similares aos da literatura, os fornecidos pelo fabricante e medidos com o
equipamento comercial, chiller WFC-SC10 do fabricante YAZAKI.
Foram desenvolvidas correlações para a determinação das propriedades termodinâmicas
dos fluidos de trabalho, neste caso H2O e BrLi, utilizadas na simulação do processo de
refrigeração por absorção.
A análise das equações constitutivas (correlações dos coeficientes convectivos de
transferência de calor) permitiu verificar o comportamento dos coeficientes globais de
transferência de calor ao longo do processo, através da comparação com os fornecidos pelo
fabricante.
Esse modelo permitiu a simulação permanente e dinâmica do funcionamento do chiller
de absorção de simples efeito do tipo WFC-SC10, quando submetidos a variações de energia,
considerando os coeficientes globais de transferência de calor variáveis ao longo do processo.
Os parâmetros estudados foram as temperaturas dos circuitos externos de água (fria, quente e
gelada), temperaturas internas, concentrações da solução, vazão e pressões de alta e baixa,
assim como o COP do chiller.
Na verificação dos parâmetros internos foi realizada uma análise de quatro diferentes
cenários de simulação para verificar o comportamento e influência das temperaturas,
concentrações e vazões do desempenho do chiller.
Os itens a seguir apresentam as conclusões extraídas deste estudo.

 A implementação das correlações para a determinação das propriedades


termodinâmicas de BrLi - H2O a partir do trabalho de KIM e INFANTE-
FERREIRA (2006), forneceram excelentes resultados, segundo a comparação
realizada através de outros autores como CHUA et al. (2000); KAITA (2001) e
ASHARE (1993), apresentando erros relativos máximos de 5%.
 A metodologia de ajustes simples e múltiplos de curvas para a elaboração das
correlações das propriedades termodinâmicas da água pura, a partir dos dados
encontrados em ROGERS e MAYHEW (1992), forneceu resultados excelentes,
em termos de valores relativos, comparados com outros autores de propriedades
termodinâmicas deste fluido. Os valores máximos dos parâmetros estatísticos
(coeficiente de correlação, qui-quadrado, BEM e RMSE, foram de 0,9998;
0,01054; 0,3791 e 0,6157, respectivamente.
 O método numérico escolhido de diferenças finitas com formulação explicita
adaptou-se de forma simples ao fenômeno de refrigeração por absorção, apesar
da complexidade de cálculos de propriedades termodinâmicas e a atualização
dos coeficientes convectivos para cada instante de tempo, mostrando uma
excelente versatilidade e capacidade de reprodução do comportamento dos perfis
164

de temperaturas dos circuitos de água quente, fria e gelada, e por conseguinte, os


demais parâmetros.
 O modelo quando testado em regime permanente para as condições nominais do
fabricante apresentou resultados bons, com erros maiores e menores de
aproximadamente 10 e 1 %, respectivamente.
 O modelo, quando testado para condições reais de operação
(experimentalmente) e considerando os coeficientes globais de transferência de
calor constantes ao longo do processo, apresentou resultados com boa precisão,
com erros relativos menores ao 15 % nos circuitos de água gelada e menores de
2 % na água fria. Esta diferença cai significativamente, quando são considerados
os coeficientes globais variáveis ao longo do processo, ou seja, sendo
atualizados através das correlações dos coeficientes convectivos internos e
externos do ciclo de absorção. Os erros encontrados foram de 8% e 0,2 %, tendo
uma queda percentual em todos os circuitos de água.
 O modelo quando testado para o caso padrão nominal transiente do chiller de
absorção apresentou erros ainda menores, já que as diferenças de temperaturas
consideradas ao longo do processo de absorção foram as fornecidas pelo
fabricante do chiller (YAZAKI, 2003). A ideia deste teste, foi a verificação de o
modelo de reproduzir as condições reais do chiller quando operando em regime
de operação nominal.
 O modelo inicialmente, através das condições iniciais selecionadas, tenda variar
levemente até atingir as condições de ajuste do processo, ou seja, adaptando-se
conforme as temperaturas e concentrações que forem calculadas. Este pequeno
desvio não influência diretamente nos resultados, já que o modelo tende a
minimizar este efeito de forma quase imediata, e que as diferenças entre os
valores medidos e simulados foram mínimas para praticamente a totalidade da
simulação.
 Apesar das divergências entre valores coletados no equipamento comercial e
simulados, que para o processo em estudo podem ser consideradas mínimas já
que os erros são menores ao 8 % devido à magnitude do fenômeno de absorção
da solução de BrLi - H2O, o modelo permite simular o comportamento real do
chiller de absorção. É importante lembrar que não foram consideradas as
operações de controle do sistema de absorção;
 Estes resultados foram comparados qualitativamente com os fornecidos na
literatura (KOHLENBACH e ZIEGLER, 2008a e 2008b; MYAT et al., 2010),
sendo considerados satisfatórios, já que a tendência dos diferentes parâmetros, é
a mesma mostrada nos resultados de KOHLENBACH e ZIEGLER (2008a e
2008b).
 Os resultados encontrados para os quatro casos estudados forneceram perfis de
temperatura, vazão e do COP com as mesmas tendências qualitativas dos
apresentados por KOLENBACH e Ziegler (2008a), MYAT et al. (2011) e
EVOLA et al. (2013).
165

 Os maiores erros relativos encontrados do COP entre os valores simulados e do


fabricante variam de 3 a 6%, para as condições de temperatura de água quente,
fria e gelada;
 O aumento da temperatura da água quente do chiller, não levam a um aumento
do COP do sistema, já que este parâmetro esta relacionado com a quantidade
máxima de calor que o evaporador pode retirar da água gelada, e da capacidade
do compressor térmico de produzir vapor refrigerante para garantir a eficiência.
 Em referência à diminuição da água gelada em 3°C, o modelo desenvolvido
permitiu verificar o aumento do calor retirado pelo evaporador, diminuindo o
COP do chiller, sempre que seja utilizada a mesma quantidade de calor no
gerador, devido à capacidade limite do evaporador de transferir calor entre o
refrigerante e o circuito de água gelada.
 Em referência ao Caso 4 do Capítulo 8, verificou-se a capacidade de o modelo
de reproduzir o estado inicial do chiller, partindo com o aquecimento da água
quente de forma gradual (30 - 80°C), verificando-se as temperaturas e fluxos de
calor dos quatro trocadores de calor (gerador, condensador, evaporador e
absorvedor). Neste mesmo contexto, o modelo mostrou a capacidade de
reproduzir o COP do sistema em função da temperatura de água quente e gelada.
 A pesar das hipóteses simplificadoras selecionadas, o modelo responde bem às
situações de flutuações, respeitando a conservação da massa e energia ao longo
do processo, e sempre convergindo para a estabilidade do sistema. Este modelo
pode ser adaptado para diferentes chillers de absorção de simples efeito, sempre
que os dados do chiller sejam fornecidos e alguns ajustes sejam realizados em
termos de projeto;
 O modelo foi capaz de reproduzir bem o comportamento do chiller Yazaki
modelo WFC-SC10, com os dados conhecidos pelo fabricante.

9.2. Sugestões de trabalhos futuros

Em referência às recomendações e sugestões para trabalhos futuros tem-se:

 Elaboração de um modelo de controle do chiller de absorção de simples efeito, no


regime transitório, considerando as limitações em função da temperatura, pressão e
concentração. Este modelo deve obter resultados que permitam interpretar e fornecer
sugestões que otimizem estes sistemas, para garantir melhoras na capacidade de
refrigeração e eficiência energética.
 Modelar o fenômeno de cristalização da solução BrLi - H2O, que pode ocorrer em
sistemas de refrigeração que utilizam este par como solução de trabalho, que é um dos
principais problemas no funcionamento dos chillers, incluindo mecanismos utilizados
para evitá-lo.
 Inclusão de um modelo de cogeração de energia, através da incorporação de máquinas
térmicas (grupo-gerador e/ou microturbina), para simulação do modelo operando em
situações reais de funcionamento. Este modelo deve ser atrelado à verificação
166

energética, incluindo a capacidade automática de respostas às perturbações de cargas


no processo de produção de energia elétrica, térmica e produção de frio do sistema;
 Inclusão de um modelo de energia solar no sistema de cogeração, como fonte primaria
de energia térmica e/ou de reserva para o acionamento do chiller de absorção,
verificando a viabilidade econômica total do sistema.
 Inclusão do modelo dinâmico da torre de resfriamento, como componente necessário
na reprodução da temperatura da água fria do sistema, através das variações de
umidade do ambiente externo.
167

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175

APÊNDICE 1
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS DE TRABALHO.

A1.1. Propriedades da solução BrLi – H2O

Foram implementadas as correlações apresentadas em KIM e INFANTE-FERREIRA,


(2006), como descrito no Capítulo 4.

A1.1.1. Estado de referência da solução BrLi – H2O

Uns dos aspectos relevantes nos cálculos das propriedades termodinâmicas é o estado
de referência dos componentes da solução, no caso da entalpia e entropia (não relevante para
propriedades volumétricas). As propriedades energéticas são baseadas em diferenças segundo
a primeira Lei da termodinâmica, devido a que valores absolutos de energia não têm nenhum
significado intrínseco. Daqui a importância da seleção de um estado de referência, já que as
misturas (BrLi – H2O), esta composta por dois componentes puros que contribuem com seu
próprio estado de referência. Para uma mistura binária (BrLi – H2O) os estados de referência
dos valores de entalpias são afeitados, já que cada componente da solução contribui com uma
parcela parcial de massa da entalpia na mistura, o que implica que para comparar valores de
entalpias dos diferentes estados de referência, é necessário realizar uma correção linear da
fração mássica dos valores de entalpias para obter outro estado de referência compatível aos
dois estudados. (HEROLD et al., 1996).
Na mistura de BrLi – H2O, o BrLi puro é encontrado na natureza em fase solida a
temperatura e pressão do ambiente, porém, quando é misturado com água tende formar uma
solução aquosa, o qual complica o estudo da mistura, já que se encontra numa fase de
transição solida – liquida. Para evitar este problema e poder analisar a solução como uma
mistura, é comumente selecionado o estado de referência do BrLi puro, com concentração de
50% e temperatura de 0ºC para a determinação das propriedades termodinâmicas. (HEROLD
et al., 1996).
Segundo (HEROLD et al., 1996; CHUA et al., 2000; KIM e INFANTE-FERREIRA,
2006; e BERECHE 2007; OCHOA, 2010), o estado de referência recomendado para a
determinação das propriedades termodinâmicas é de água pura e solução BrLi com uma
concentração de 50 % a 0ºC, para a entalpia, e para a entropia foi tomada água pura com zero
de entropia e a solução de BrLi novamente a 50 % em base mássica a 0 ºC de temperatura.
Esses valores de referência serão adotados neste estudo para a determinação das propriedades
de entalpia e entropia. A Tabela A1.1 mostra os valores de referência usados neste estudo
recomendados pelos diferentes autores mencionados anteriormente.

Tabela A1.1. Valores de referência usados para a determinação das propriedades termodinâmicas.

-57,1521 0 273,15 0,6108


Fonte: KIM e INFANTE-FERREIRA , 2006.
176

A1.1.2. Volume específico da solução BrLi –H2O

As correlações numéricas empregadas para o cálculo da entalpia da solução BrLi – H2O


serão as apresentadas na literatura (KIM e INFANTE-FERREIRA , 2006). O volume molar
da mistura é expresso na seguinte forma:

(A1.1)

(A1.2)

(A1.3)

Em termos de [kg/m3]

(A1.4)

A1.1.3. Calor específico da solução BrLi –H2O

Para o calor específico da mistura, em [kJ/kg-K] tem-se a seguinte expressão:

(A1.5)

A Tabela A1.2 mostra os valores das constantes da Equação A1.5.

Tabela A1.2. Constantes da equação do calor específico da solução BrLi - água.

3.462023 -2.679895e-2 1.3499e-3 -6.55e-6


Fonte: KIM e INFANTE-FERREIRA , 2006.

(A1.6)

(A1.7)

A1.1.4. Entalpia específica da solução BrLi – H2O

Como já foi mencionando anteriormente, as correlações numéricas empregadas para o


cálculo da entalpia da solução BrLi – H2O serão as apresentadas na literatura (KIM e
INFANTE-FERREIRA , 2006). A entalpia molar da mistura é expressa na seguinte forma:

(A1.8)
177

Sendo , a entalpia molar do fluído ideal de brometo de lítio, , a


entalpia molar da água pura, e o excesso de entalpia, também chamado fator de
correção da mistura real. Esses termos podem ser determinados segundo as seguintes
equações:

(A1.9)

(A1.10)

(A1.11)

Onde representa o numero de dissociação do soluto (BrLi). Para o caso do BrLi


.

Para expressar a entalpia em função da massa [kJ/Kg] temos:

(A1.12)

As constantes das Equações anteriores são apresentadas a continuação:

(A1.13)

(A1.14)

(A1.15)

Sendo a massa da solução função das frações molares do brometo de lítio e da água,
expressa como:

(A1.16)

A Figura A1.1 mostra a variação da entalpia da solução brometo de lítio – água em


função da concentração da solução para os valores de temperaturas estabelecidos segundo o
trabalho de KIM e INFANTE-FERREIRA (2006).
178

Figura A1.1. Entalpia da solução BrLi – H2O em função da concentração.

A1.1.5. Temperatura de saturação da solução BrLi – H2O

Para a determinação da temperatura da solução de mistura de brometo de lítio – água


( ) em [ºC], foi utilizada a correlação apresentada pela ASHRAE (1993). A pressão em
dada em kPa e a temperatura do refrigerante ou água ( ) em [ºC]. Esta correlação e válida
para as faixas de operação mostradas na Tabela A1.3:

Tabela A1.3. Faixas de operação para a determinação da temperatura da solução de brometo de lítio – água.
Variáveis Intervalos
Concentração de Brometo de Lítio – água, X (%) 45 - 70
Temperatura da solução, Tsol (ºC) 5 - 175
Temperatura do refrigerante, Trefri (ºC) 15 - 110

A Tabela A1.4 mostra as constantes relacionas às equações de temperatura da solução e


do refrigerante.

Tabela A1.4. Constantes da equação para a determinação da temperatura da solução BrLi –água.

-2.00755 0.16976 -0.003133362 0.0000197668

124.937 -7.71649 0.152286 -0.0007959


Fonte: ASHRAE, 1993.

(A1.17)

(A1.18)
179

Sendo: C=7.05; D=-1596.49; E=-104095.5;

A1.1.6. Pressão de vapor da solução BrLi – H2O

Para a determinação da pressão de vapor da solução de BrLi – água, foi utilizada a


correlação apresentada pela ASHRAE (1993). A pressão em dada em kPa e a temperatura do
refrigerante ou água ( ) em [ºC].

(A1.19)

A1.1.7. Condutividade térmica da solução BrLi – H2O

Para a determinação da condutividade térmica da solução de BrLi – água, necessária


para cálculos de coeficientes globais de transmissão de calor e outros, foi utilizada a
correlação apresentada por FLORIDES et al. (2003), (Apud: ABDULLAGATOV e
MAGOMEDOV, 1997). A temperatura é dada em [K] e a concentração em [%].

Para temperaturas menores a 313 K

(A1.20)

(A1.21)

(A1.22)

(A1.23)

Para temperaturas maiores ou iguais a 313 K

(A1.24)

(A1.25)

(A1.26)

(A1.27)
180

A1.1.8. Viscosidade dinâmica da solução BrLi – H2O

A viscosidade dinâmica da solução é determinada mediante a correlação fornecida em


ASHRAE (1993). A temperatura é dada em [K] e a viscosidade em [kg/m-s]. Está correlação
é valida para o intervalo de concentração de 45 a 65%.

(A1.28)

(A1.29)

(A1.30)

(A1.31)

(A1.32)

A1.2. Propriedades da água pura

Como foi descrito no Capítulo 4, as propriedades da água pura, foram determinadas a


partir de regressões simples e múltiplas dos dados encontrados em ROGERS e MAYHEW
(1992). Para avaliação dos ajustes das regressões, foram selecionados quatro diferentes
parâmetros estatísticos:
a) Coeficiente de correlação (r2); o qual decide que tão exatos são os valores simulados
dos reais em função da linha reta, isto é, a proximidade de todos os valores terem o
mesmo valor para cada condição de temperatura, pressão ou outra condição. Apesar
disto, nem sempre se pode afirmar que para valores de r próximos da unidade (1),
representam o bom ajuste, já que é possível obter valores elevados de r quando a
relação entre os dados reais e simulados não representam um comportamento linear.
b) Qui-quadrado reduzido (χ2); outro parâmetro que proporciona as variações dos
resultados reais e simulados. Este parâmetro permite determinar realmente se é
possível representar um conjunto de valores como distribuição normal, e verificar se
este conjunto encontra-se dentro dos valores de probabilidade que permitem definir o
mesmo.
c) MBE ou erro diferencial; uma espécie de resíduo total, entre os valores reais e
simulados.
d) RMSE ou erro quadrado significativo; o resíduo quadrado total entre os valores reais e
simulados.
As Equações A1.33 a A1.36 são usadas para os cálculos dos parâmetros estatísticos
mencionados anteriormente.

(A1.33)

(A1.34)
181

(A1.35)

(A1.36)

A1.2.1. Volume específico da água

Para o cálculo do volume específico, em [kg/m3] na fase de mistura da água (líquido +


vapor), foram consideradas três alternativas, líquido saturado (x=0), vapor saturado (x=1) e
mistura (x≠0 e x≠1), para diferentes faixas de temperatura. Esta ultima, foi utilizada a
interpolação linear e/ou spline para encontrar os valores respectivos. O ajuste polinomial
considerado é mostrado na Equação A1.37. Foram divididas em varias faixas de temperatura
para garantir o ajuste, considerando a continuidade da correlação em todo o intervalo da fase
de saturação. As Tabelas A1.5 e A1.6 mostram os valores dos coeficientes constantes da
Equação A1.37.

(A1.37)

Líquido Saturado (x=0)

Tabela A1.5. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.37 para líquido saturado.
T (ºC)
0-100 1,0x10-16 -1,44x10-14 1,2951x10-12 -7,9443x10-11 8,0757x10-9 -5,626x10-8 1,0002x10-3
100-200 0 0 1,1x10-13 -6,025x10-11 1,578x10-8 -1,056x10-6 1,0409x10-3
200-370 0 7,85x10-13 -1,058x10-10 5,659x10-8 -1,502x10-5 1,975x10-3 0,1019866

Vapor Saturado (x=1)

Tabela A1.6. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.37 para vapor saturado.
T (ºC)
0-57 5,39x10-9 -1,4839x10-6 1,759x10-4 -1,199x10-2 0,5105507 -14,06111 206,24734
57-78 6,09x10-8 -2,515x10-5 4,3114x10-3 -0,3930517 20,111733 -548,27897 6241,21842
78-100 0 0 1,1265x10-6 -4,383x10-4 6,5228x10-2 -4,4594768 120,955086
100-151 0 0 5,5253x10-8 -3,3058x10-5 7,59924x10-3 0,80403517 33,6134083
151-230 0 0 3,481x10-9 -3,0966x10-6 1,05254x10-3 0,1633902 9,906851
230-261 0 0 0 -5,72x10-8 5,16707x10-5 -1,5973x10-2 1,7083269
261-370 0 0 0 -1,7607x10-8 1,8856x10-5 -6,9215x10-3 0,876442

Vapor Superaquecido

Para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento, como foi dito


anteriormente foi utilizada um ajuste polinomial múltipla, entre valores mostrados na
literatura (ROGERS e MAYHEW, 1992) de pressão de 0,6 a 1500 kPa. O ajuste consta dos
coeficientes que variam com a pressão (k0, k1, k2) e a temperatura (T). Para definir se o estado
se encontra na fase de superaquecimento é necessário verificar a temperatura de saturação, já
182

que esta permite identificar o local no diagrama fases, ou seja, fase de mistura ou
superaquecimento, segundo a equação ajustada para a temperatura de saturação. As Equações
A1.38 a A1.41 mostram os polinômios utilizados para o ajuste das curvas.

(A1.38)

(A1.39)

(A1.40)

(A1.41)

As Tabelas A1.7 às A1.13 mostram as faixas de operação das Equações A1.38 a A1.41.

Tabela A1.7. Valores dos coeficientes para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento
para a faixa de .
1 2 3
0 2,538651925220222 0 -1,278477596555773
1 0,009313293722050 0 -0,004693910330350
2 -0,000000016530822 0 0,000000009170441

Tabela A1.8. Valores dos coeficientes para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 0 8,807600116751326 -0,755215353180949
1 0 0,032392498540594 -0,002774891418569
2 0 -0,000000113212687 0,000000007468379

Tabela A1.9. Valores dos coeficientes para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 5,429145929778231 -0,075700598657666 0,000336121983012
1 0,020128804408336 -0,000276265669087 0,000001229701458
2 -0,000000138188795 -0,000000001025257 0,000000000001753

Tabela A1.10. Valores dos coeficientes para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 2,691523029235224 -0,018776433603988 0,000041588252148
1 0,010018229501147 -0,000068212397701 0,000000151308758
2 -0,000000095080515 -0,000000000151817 -0,000000000000183
183

Tabela A1.11. Valores dos coeficientes para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 0 0,003070632464789 -0,000005914971127
1 0 0,000012481360094 -0,000000023148277
2 0 -0,000000000632789 0,000000000000647

Tabela A1.12. Valores dos coeficientes para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 0,620253781512602 -0,001080901960784 0,000000596470588
1 0,002424878151261 -0,000003970017507 0,000000002228606
2 -0,000000069831933 0,000000000034384 -0,000000000000050

Tabela A14.13. Valores dos coeficientes para a determinação do volume específico na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 0,347318598136929 -0,000352322454563 0,000000105664778
1 0,001417376833979 -0,000001267184108 0,000000000392713
2 -0,000000056039516 -0,000000000015933 -0,000000000000002

Cabe ressaltar que para valores intermediários entres as faixas mencionadas


anteriormente, foi realizada uma interpolação para determinar os valores respectivos de
volume específico.

A1.2.2. Calor específico da água

De forma análoga ao volume específico, para o cálculo do calor específico a pressão


constante, em [kJ/kg-K], na fase de mistura da água (líquido + vapor), foram consideradas
duas alternativas, líquido saturado (x=0) vapor saturado (x=1) para diferentes faixas de
temperatura. Os valores do coeficiente de determinação nas curvas foram em media de
0,9986. Foram divididas em varias faixas de temperatura para garantir o ajuste, considerando
a continuidade da correlação em todo o intervalo da fase de saturação. As Tabelas A1.14 e
A1.15 mostram os valores dos coeficientes constantes da Equação A1.42.

(A1.42)

Líquido Saturado. (x=0)

Tabela A1.14. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.42 para líquido saturado.
T (ºC)
0-300 0 -9,0x10-8 1,515x10-5 1,09141x10-3 4,170791
184

Vapor Saturado. (x=1)

Tabela A1.15. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.42 para vapor saturado.
T (ºC)
0-300 1,0x10-9 -3,26x10-7 6,28445x10-5 -2,7409x10-3 1,894267

A1.2.3. Entalpia específica da água

De forma análoga ao volume específico, para o cálculo da entalpia específica, em


[kJ/kg] na fase de mistura da água (líquido + vapor), foram consideradas três alternativas,
líquido saturado (x=0), vapor saturado (x=1) e mistura (x≠0 e x≠1), para diferentes faixas de
temperatura. Esta ultima, novamente, foi utilizada a interpolação linear e/ou spline para
encontrar os valores respectivos. O ajuste polinomial considerado é mostrado na Equação
A1.43. Os valores do coeficiente de determinação nas curvas foram em media de 0,9988.
Foram divididas em varias faixas de temperatura para garantir o ajuste, considerando a
continuidade da correlação em todo o intervalo da fase de saturação. As Tabelas A1.16 e
A1.18 mostram os valores dos coeficientes constantes da Equação A1.43.

(A1.43)

Líquido Saturado. (x=0)

Tabela A1.16. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.43 para líquido saturado.
T (ºC)
0-250 7,1x10-9 1,9314x10-6 -3,5154x10-4 4,1995338 -6,2818x10-2
250-350 0 1,11191x10-4 -8,7525x10-2 27,87134028 -2161,2539
350-370 0 1,37828x10-2 -14,7108451 5242,92913 -622221,3535

Vapor Saturado. (x=1)

Tabela A1.17. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.43 para vapor saturado.
T (ºC)
0-300 -2,09x10-8 -3,9641x10-6 -2,1926x10-4 1,828461 2501,162035
-5 -4
300-370 -4,1915x10 5,479838x10 -26,8833629 5861,803661 -476338,3887

Vapor Superaquecido
Para a determinação da entalpia específica na fase de superaquecimento, como foi dito
anteriormente foi utilizada um ajuste polinomial múltipla, entre valores mostrados na
literatura (ROGERS e MAYHEW, 1992) de pressão de 0,6 a 1500 kPa. O ajuste consta dos
coeficientes que variam com a pressão (k0, k1, k2) e a temperatura (T). Para definir se o estado
se encontra na fase de superaquecimento é necessário verificar novamente a temperatura de
saturação. As Equações A1.44 a A1.47 mostram os polinômios utilizados para o ajuste das
curvas.
185

(A1.44)

(A1.45)

(A1.46)

(A1.47)

As Tabelas 4.18 às 4.21 mostram as faixas de operação das Equações A1.44 a A1.47.

Tabela A1.18. Valores dos coeficientes para a determinação da entalpia específica na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 2,503534379214135 -0,000328074456056 -0,000001988482640
1 1,824112508116464 0,002368030697769 -0,000041152883466
2 0,293239331890775 -0,003543387737065 0,000094703225538

Tabela A1.19. Valores dos coeficientes para a determinação da entalpia específica na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 2,492541633076010 0,000179008264195 -0,000002680635121
1 1,906954390814801 -0,001936441476545 0,000020848672062
2 0,154323192563065 0,00369477309692 -0,000035351229627

Tabela A1.20. Valores dos coeficientes para a determinação da entalpia específica na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 2,502692451835737 -0,000105241150851 -0,000000115404850
1 1,834591868424297 0,000313824637097 0,000000803817224
2 0,274692201633612 -0,000237898090210 -0,000001185778528

Tabela A1.21. Valores dos coeficientes para a determinação da entalpia específica na fase de superaquecimento
para a faixa de
1 2 3
0 2,505887667158251 -0,000081885047327 -0,000000024924904
1 1,806915108520806 0,000253614715174 0,000000110630450
2 0,321651042804207 -0,000221069416495 -0,000000116862382

Cabe ressaltar que para valores intermediários entres as faixas mencionadas


anteriormente, foi realizada uma interpolação para determinar os valores respectivos da
entalpia específica.
186

A1.2.4. Temperatura de saturação da água

A determinação da temperatura de saturação da água, em [ºC], é importante já que ajuda


a definir a fase onde o estado termodinâmico se encontra. É fator primordial na decisão entre
as fases de saturação e superaquecimento como já foi dito anteriormente. O ajuste polinomial
considerado é mostrado na Equação A1.48. Os valores do coeficiente de determinação nas
curvas foram em media de 0,9987. Foram divididas em varias faixas de temperatura para
garantir o ajuste, considerando a continuidade da correlação em todo o intervalo da fase de
saturação. A Tabela A1.22 mostra os valores dos coeficientes constantes da Equação A1.48.

(A1.48)

Tabela A1.22. Valores dos coeficientes para a determinação da temperatura de saturação da equação A1.48.
P (kPa)
0,6112-1,072 0 0 -9.90300145 33.82001812 -16.9450329
1,072 – 4,242 0 0.36716957 -4.0979152 20.06743316 -9.14749018
-4
4,2420-25 -1,92x10 0.013921 - 0.39798231 6.49992848 8.68507539
-8 -5
25-250 -3,63x10 2,53461x10 -6,8572x10-3 1.030748261 43.68335672
250-3600 -1,98x10-12 1,8715x10-8 - 6,7147x10-6 0.131252951 99.71070562
3600-22100 -7,72x10-16 5,17743x10-11 1,4062113x10-6 0.0229876 177.8501194

A1.2.5. Pressão de saturação da água

A determinação da pressão de saturação da água, em [kPa], é outro parâmetro


importante na definição da fase do estado termodinâmico se encontra. Representa outro fator
primordial na decisão entre as fases de saturação e superaquecimento. O ajuste polinomial
considerado é mostrado na equação A1.49. Os valores do coeficiente de determinação nas
curvas foram em media de 0,9987. Foram divididas em varias faixas de temperatura para
garantir o ajuste, considerando a continuidade da correlação em todo o intervalo da fase de
saturação. A Tabela A1.23 mostra os valores dos coeficientes constantes da Equação A1.64.

(A1.49)

Tabela A1.23. Valores dos coeficientes para a determinação da pressão de saturação da equação A1.49.
T (ºC)
0-100 -3x10-12 3,461x10-9 2,0751x10-7 2,9676x10-5 1,3761x10-3 0,044717 0,61024958255
100-370 4,3x10-11 -5,5023x10-8 2,99311x10-5 -7,7853x10-3 1,12507866 -83,5892 2513,20732

A1.2.6. Condutividade térmica da água

De forma análoga à entalpia específica, para o cálculo da condutividade, em [kW/m-K]


na fase de mistura da água (líquido + vapor), para diferentes faixas de temperatura. Os valores
do coeficiente de determinação nas curvas foram em media de 0,9978. Foram divididas em
varias faixas de temperatura para garantir o ajuste, considerando a continuidade da correlação
187

em todo o intervalo da fase de saturação. As Tabelas A1.24 e A1.25 mostram os valores dos
coeficientes constantes da Equação A1.50.

(A1.50)

Líquido Saturado. (x=0)

Tabela A1.24. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.50 para líquido saturado.
T (ºC)
0-300 -6x10-12 -7,347x10-9 9,361x10-6 -8,608x10-3 1,89428 568,799104

Vapor Saturado. (X=1)

Tabela A1.25. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.50 para vapor saturado.
T (ºC)
0-300 3,533x10-11 -1,5327x10-8 3,2846x10-6 -2,3287x10-4 0,0871842 16,249163

A1.2.7. Viscosidade dinâmica da água

De forma análoga à entalpia específica, para o cálculo da viscosidade dinâmica, em


[kg/m-s] na fase de mistura da água (líquido + vapor), para diferentes faixas de temperatura.
Os valores do coeficiente de determinação nas curvas foram em media de 0,9998. Foram
divididas em varias faixas de temperatura para garantir o ajuste, considerando a continuidade
da correlação em todo o intervalo da fase de saturação. As Tabelas A1.26 e A1.27 mostram os
valores dos coeficientes constantes da Equação A1.51.

(A1.51)

Líquido Saturado. (x=0)

Tabela A1.26. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.51 para líquido saturado.
T (ºC)
0-100 2,10574x10-9 -9,2189x10-7 1,706x10-4 -1,778x10-2 1,191213 -55,4762 1751,92129
100-300 3,38x10-12 -4,808x10-9 2,867x10-6 -9,279x10-4 0,17618 -19,57893 1160,9406

Vapor Saturado. (x=1)

Tabela A1.27. Valores dos coeficientes constantes da equação A1.51 para vapor saturado.
T (ºC)
0-300 0 0 0 0 0 0,036864 8,37330346
188

A1.3. Comparação das propriedades termodinâmicas da água com outros trabalhos

Para avaliar as propriedades da água, foram tomados parâmetros do coeficiente de


correlação, quí-quadrado, erro diferencial e o erro quadrado significativo para validar o ajuste
realizado para cada propriedade, segundo os valores encontrados na literatura (ROGERS e
MAYHEW, 1992). Para realizar estas comparações foram selecionados os valores fornecidos
pelas correlações segundo HAAR et al. (1984).
A Tabela A1.28 mostra alguns dos valores dos parâmetros estatísticos para o ajuste
realizado das diferentes propriedades da água, segundo os valores encontrados na literatura.

Tabela A1.28. Parâmetros estatísticos do ajuste do volume específico da água.


Propriedade Fase r2 χ2 BEM RMSE
Líquido saturado 0,99999 7,18814E-10 4,18744E-06 0,002046325
Volume específico Vapor Saturado 0,99999 3,42368E-07 4,8393E-05 0,000574654
Vapor superaquecido 0,99999 0,00208 0,0073 0,042
Líquido saturado 0,99999 0,000195782 0,002593421 0,01369
Calor específico
Vapor Saturado 0,99999 0,000200232 0,002548038 0,01369
Líquido saturado 0,9999 0,010535399 0,00855741 0,101544286
Entalpia específica Vapor Saturado 0,99975 0,010535399 0,379058869 0,615677569
Vapor superaquecido 0,99999 0,10394 0,0471 0,30586
Temperatura Saturação 0,99996 2,32814E-06 5,93915E-05 0,001734
Pressão Saturação 0,99999 0,00025 0,430375345 0,656029988
Líquido saturado 0,99999 0,000195782 0,002593421 0,01369
Condutividade
Vapor Saturado 0,99999 0,00067953 0,004541232 0,024933871
Líquido saturado 0,99999 0,202774045 0,048632146 0,435696018
Viscosidade dinâmica
Vapor Saturado 0,99999 0,003608476 0,010583679 0,058121838

A1.4. Conclusões referentes à determinação das propriedades dos fluidos de trabalho

A ideia de criar correlações para a determinação das propriedades termodinâmicas dos


fluidos de trabalho, neste caso água e brometo de lítio, é sustentada na sua utilização em
plataformas de computacionais, devido à facilidade de simular processos de refrigeração por
absorção. A implementação destas correlações teve como objetivo criar funções que permitam
determinam as diferentes propriedades da água e brometo de lítio, ao longo do processo
dinâmico de refrigeração por absorção na plataforma Matlab 2012.
Alguns conclusões significativas foram apresentadas a seguir:

 A implementação das correlações para a determinação das propriedades


termodinâmicas de brometo de lítio - água a partir do trabalho apresentado por
KIM e INFANTE-FERREIRA (2006), forneceram excelentes resultados,
segundo a comparação realizada através de outros autores como CHUA et al.
(2000), KAITA (2001) e ASHARE (1993). Os erros relativos mostraram uma
189

pequena divergência na maiorias das propriedades termodinâmicas, com valores


máximos aos 5%.
 A metodologia de ajustes simples e múltiplos de curvas para a elaboração das
correlações das propriedades termodinâmicas da água pura, a partir dos dados
encontrados em (ROGERS e MAYHEW, 1992), forneceu resultados excelentes,
em termos de valores relativos, comparados com outros autores de tabelas
termodinâmicas deste fluido. Esta afirmação pode ser percebida através da
comparação dos parâmetros estatísticos apresentados, como coeficiente de
determinação, qui-quadrado, BEM e RMSE, encontrados para todos as
propriedades ajustadas. Os valores máximos destes parâmetros estatísticos foram
de 0,99975, 0,010535399, 0,379058869 e 0,615677569, respectivamente.
Portanto, e considerando a relevância destes parâmetros estatísticos em ajustes
de curvas, observa-se uma correta implementação da metodologia levando a
correlações com erros insignificantes.
 A comparação dos dados determinados a partir das correlações ajustadas,
reafirma esta metodologia com bons resultados, já que as diferenças entre os
valores determinados pelas correlações e os encontrados na literatura (ASHRAE,
1995; HAAR, 1982), foram muito pequenas.
190

APÊNDICE 2.

A2. Aferição dos Termopares

Para as medições de temperatura dos circuitos de água quente, fria e gelada do sistema
foram utilizados termopares tipo J, ou seja, liga de ferro – constatam. Foram escolhidos deste
tipo devido à faixa de temperatura (entre -270 – 760 ºC) e seu baixo custo.
Os termopares utilizados foram devidamente calibrados o uso das medições, através do
sistema de aquisição de dados, Elipse Scada, instalado não laboratório, tomando como
referencia uma faixa de temperatura da ordem de funcionamento do sistema, ou seja, 0 –
100ºC. Para esta calibração foi utilizado o forno marca Ecil com faixa de temperatura do lado
frio de -50 a 140 ºC, e do lado quente com faixa de 100 a 1200 ºC.
Foi utilizado o método comparativo para calibrar os termopares através da referência do
forno, para cinco diferentes temperaturas (0, 30, 50, 75 e 100 ºC). O procedimento utilizado
foi a aquisição de 60 pontos de medição depois de estabilizado a temperatura do forno
calibrador e dos termopares em medição. Os dados foram salvos no supervisório do
laboratório (Elipse Scada), e carregados em arquivos de planilhas Excel, para análise. Estes
60 pontos foram selecionados, determinando-se a media aritmética, e seu desvio padrão.
Finalmente, os valores encontrados foram inseridos graficamente, para gerar as diferentes
curvas de calibração dos termopares utilizados neste processo. A Tabela A2.1, mostra os
valores médios para cada medição dos diferentes termopares medidos.

Tabela A2.1. Valores médios das temperaturas medias dos termopares para as diferentes temperaturas de
referência.
Nº Ref. T06 T07 T17 T08 T09 T16 T10 T11 T12 T29 T30 T31 T32 T33 T34

1 0 0,15 0,20 0,15 0,16 0,13 0,17 0,11 0,12 0,13 0,17 0,19 0,14 0,18 0,19 0,13

2 30 27,49 27,90 25,60 26,23 27,49 25,43 25,32 26,87 26,87 26,26 26,11 25,42 25,32 26,86 26,87

3 50 47,60 47,91 45,50 46,30 47,60 45,50 46,30 47,91 47,91 45,89 46,47 45,89 45,60 47,43 47,09

4 75 72,92 73,39 70,68 71,44 72,92 70,82 72,23 71,28 71,28 72,23 71,90 71,28 71,02 72,77 72,44

5 100 98,08 98,41 95,78 96,71 98,08 96,20 97,44 96,93 96,93 97,73 97,44 96,70 96,93 98,24 97,89

Com os dados encontrados na Tabela A2.1, foram inseridos os gráficos de calibração de


cada termopar para determinar a equação característica de calibração. As Figuras A2.1 à A2.8
mostram os diferentes gráficos dos termopares calibrados. As equações geradas foram
utilizadas para corrigir os valores medidos pelos termopares para o fornecimento dos valores
reais corrigidos que foram utilizados na análise deste trabalho.
191

Figura A2.1. a) Gráfico de calibração para o Termopar T06. b) Gráfico de calibração para o Termopar T07.

Termopar 06 Termopar 07
100 100
Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0104x + 1,4112

Grandeza Padrão [°C]


y = 1,0123x + 0,8513
80 R² = 0,9983 80 R² = 0,9996
60 60
40 40
20 20
0 0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 0,00 50,00 100,00
Grandeza medida [°C] Grandeza medida [°C]

Figura A2.2. a) Gráfico de calibração para o Termopar T17. b) Gráfico de calibração para o Termopar T08.

Termopar 17 Termopar 08
100 100
Grandeza Padrão [°C]

Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0362x + 1,7488 y = 1,0277x + 1,5076


80 R² = 0,9986 80 R² = 0,9989
60 60

40 40

20 20
0 0
0,00 50,00 100,00 0,00 50,00 100,00
Grandeza medida [°C] Grandeza medida [°C]

Figura A2.3. a) Gráfico de calibração para o Termopar T09. b) Gráfico de calibração para o Termopar T16.

Termopar 09 Termopar 16
100 100
Grandeza Padrão [°C]

Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0154x + 1,0059 y = 1,0311x + 1,9117


75 R² = 0,9995 80
R² = 0,9983
60
50
40
25
20

0 0
0,00 50,00 100,00 0,00 50,00 100,00
Grandeza medida [°C] Grandeza medida [°C]
192

Figura A2.4. a) Gráfico de calibração para o Termopar T10. b) Gráfico de calibração para o Termopar T11.

Termopar 10 Termopar 11
100 100
y = 1,014x + 2,044

Grandeza Padrão [°C]


Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0296x + 0,9444
80 R² = 0,9981
75 R² = 0,9993
60
50
40
25
20

0 0
0,00 50,00 100,00 0 50 100
Grandeza medida [°C] Grandeza medida [°C]

Figura A2.5. a) Gráfico de calibração para o Termopar T12. b) Gráfico de calibração para o Termopar T29.

100 Termopar 12 100 Termopar 29


y = 1,0153x + 1,8184
Grandeza Padrão [°C]
Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0296x + 0,9444
R² = 0,9993 80 R² = 0,9984
75
60
50
40
25 20

0 0
0,00 50,00 100,00 0,00 50,00 100,00
Grandeza medida [°C] Grandeza medida [°C]

Figura A2.6. a) Gráfico de calibração para o Termopar T30. b) Gráfico de calibração para o Termopar T31.

Termopar 30 Termopar 31
100 100
Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0189x + 1,6789
Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0248x + 1,9345
80 R² = 0,9987 80 R² = 0,9983
60 60

40 40

20 20

0 0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
Grandeza medida [°C] Grandeza medida [°C]
193

Figura A2.7. a) Gráfico de calibração para o Termopar T32. b) Gráfico de calibração para o Termopar T33.
Termopar 32 Termopar 33
100 100
y = 1,0232x + 2,0959 y = 1,0119x + 1,3355
Grandeza Padrão [°C]

Grandeza Padrão [°C]


80 R² = 0,998 80 R² = 0,9991

60 60

40 40

20 20

0 0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
Grandeza medida [°C] Grandeza medida [°C]

Figura A2.8. Gráfico de calibração para o Termopar T34.

Termopar 34
100
Grandeza Padrão [°C]

y = 1,0162x + 1,3316
80 R² = 0,9991

60

40

20

0
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
Grandeza medida [°C]

A Tabela A2.2 mostra as equações de calibração dos termopares da turbina e


recuperador de calor.

Tabela A2.2.Curvas de calibração dos termopares da turbina e recuperador de calor


Termopares Curva de Calibração
T01 1,0174*T + 0,0056
T02 1,0284*T + 0,0089
T03 1,0254*T + 0,8935
T04 1,0156*T + 0,9980
T05 1,0140*T + 0,7654

A.2.2. Análise de Erros e Incertezas.

Todo trabalho experimental precisa de um estudo de erro experimental para a validação


dos resultados. Os erros são divididos em dois grupos; fixos ou sistemáticos e aleatórios.
Os erros fixos ou sistemáticos indicam valores acima ou abaixo do valor real quando
são realizadas varias medições, sendo suas fontes de erros identificáveis e geralmente estão
relacionados com a exatidão do sensor ou instrumento, e comumente podem ser corrigidos ou
194

compensados. São causados devido à perda de calibração do instrumento, interferência de


fatores externos ao experimento como temperatura, pressão, vibração, etc., e procedimentos
inadequados do observador, por exemplo, erro de paralaxe.
Os erros aleatórios são erros de origem desconhecida e aleatória, consequentemente
difíceis de serem eliminados e estão relacionados com a repetitividade do instrumento. Esses
erros podem ser abordados, quantitativamente, mediante o uso de ferramentas do tipo
estatístico, de forma de determinar sua grandeza e propagação em cálculos.
Para a determinação dos erros aleatórios encontrados nos ensaios é necessário aplicar
métodos estatísticos para a determinação das grandezas que podam afeitar os resultados
obtidos. Para começar a metodologia estatística, usa-se a media aritmética dos valores
medidos nos ensaios, segundo a seguinte equação:

(A2.1)

Seguidamente pode determinar-se a incerteza a partir da media aritmética usando o


desvio padrão da seguinte forma:

(A2.2)

Uma maneira de representar graficamente os resultados das medições usando os


parâmetros estatísticos é o diagrama de Gauss, ou de distribuição normal. O desvio padrão
estabelece uma probabilidade de 68% de que a medida esteja num intervalo (+/-) em trono da
medida, portanto para uma probabilidade maior deve ser aumentada a faixa de incerteza,
segundo o mostrado na Tabela A2.4.

Tabela A2.4. Valores de probabilidade da distribuição Normal.


Incerteza Probabilidade (Z) (%)
0,647σ 50
σ 68,67
1,645 σ 90,00
2σ 95,45
2,576 σ 99,00
3σ 99,73
(fonte: )

Então o erro estimativo pode ser calculado em função da probabilidade e o erro padrão
da seguinte maneira.

(A2.3)

Finalmente pode ser determinado o valor real da grandeza medida e sua incerteza
mediante a seguinte equação.
195

(A2.4)

Para o caso onde o método estatístico não possa ser usado, devido a que a grandeza
obtida não possui vários valores medidos, portanto se usa duas formas para poder mesurar a
grandeza.
Incerteza de resolução, quando a grandeza física medida for estável ou varie muito
lentamente com o tempo, estimando-se o erro mediante a resolução do instrumento da
seguinte forma, a incerteza será calculada como a metade da menor divisão da escala.
Incerteza Relativa, esta forma pode-se representar a grandeza mediante a razão entre a
incerteza absoluta e o valor da medida realizada, da seguinte forma.

(A2.5)

No caso onde as grandezas medidas sejam variáveis dependentes para o cálculo de


outras grandezas físicas a partir de modelos é necessário propagar os erros, ou seja, propagar
o erro de cada variável ao resultado final da grandeza desejada, na forma de incerteza relativa
ou incerteza absoluta:

(A2.6)

(A2.7)

(A2.8)

A incerteza máxima dos termopares é dada pela seguinte equação.

(A2.9)

sendo:

; Incerteza devido às medições realizadas para cada valor de referência;

; Incerteza devido à resolução do instrumento de medição;

; Incerteza devido às medições entre o valor configurado e indicado pelo instrumento de


medição;

A Tabela A2.3 mostra os valores de incerteza máximas para os termopares do


laboratório.
196

Tabela A2.3. Incertezas máximas dos termopares.


Termopar Incerteza Máxima [°C] Termopar Incerteza Máxima [°C]
T01 0,11 T11 0,13
T02 0,13 T12 0,13
T03 0,15 T16 0,12
T04 0,12 T17 0,13
T05 0,14 T29 0,10
T06 0,13 T30 0,10
T07 0,13 T31 0,10
T08 0,12 T32 0,12
T09 0,13 T33 0,10
T10 0,12 T34 0,11
197

APÊNDICE 3.
A3. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO
INSTALADO NO LABORATÓRIO COGENCASA

O sistema de refrigeração instalado no laboratório Cogencasa é do tipo absorção de


pequeno porte (10 toneladas de refrigeração), onde a água atua como refrigerante e a solução
de brometo de lítio como absorvente. O gerador recebe energia térmica proveniente de uma
troca térmica de água-solução. A água é aquecida no trocador de calor e armazenada no
acumulador térmico (tanque de armazenamento da água quente) (Circuito C1). No
condensador a energia térmica e extraída pela troca térmica da água - refrigerante. Esta água
forma um ciclo fechado com a torre de resfriamento (Circuito C2). No evaporador ocorre
uma troca térmica água – refrigerante, formando um circuito fechado com a unidade de
ventiladores (fan coils) da câmara fria e da sala de amostragem (showroom) (Circuito C3).
(Correia, 2006). A Figura A3.1 mostra um esquema do circuito de troca térmica com os
componentes externos do chiller de absorção.

Figura A3.1. Esquema do circuito térmico dos componentes externos do Chiller.

(Fonte: Correia, 2006).

A3.1. Chiller de absorção tipo WFC-SC10 (Tecnologia Yazaki)


O chiller utilizado para o experimento é do tipo WFC-SC10 da Yazaki Energy, Water
Fired Chiller onde:
WFC representa (segundo as siglas americanas Water Fired Chiller) Chiller de
aquecimento de água, S a série do chiller, C o tipo de funcionamento (C: refrigerção), e o
número 10 representa a capacidade nominal de refrigeração (Toneladas de refrigeração TR).

A3.2. Capacidade resfriamento

A capacidade nominal de resfriamento do chiller é de 10 TR (35,2 KW), sendo


influenziada pela temperatura e a vazão da água quente. O valor da capacidade de
resfriamento pode atingir valores maiores a 10 TR, simplesmente adequando o sistema para
diferentes vazões de fluxo.
198

A3.3. Instrumentos de Medição

O chiller de absorção WFC-SC10 tem integrado uma serie de instrumentos de medição


interna para o controle do correto funcionamento do mesmo, mas existem outros sensores de
medição necessários para o controle e armazenamento de parâmetros do funcionamento do
sistema global de absorção.
Termopares: Os termopares usados para medir as diferentes temperaturas dos diferentes
circuitos de água, assim como a temperatura do ar dentro da câmara frigorífica. Estes
termopares foram instalados no laboratório Cogencasa, os quais são do tipo J, ou seja, liga de
ferro – constatam. Foram escolhidos deste tipo devido à faixa de temperatura (entre -270 –
760 ºC) e seu baixo custo. A Figura A3.2 mostra os termopares utilizados no laboratório.

Figura A3.2. Termopares localizados no laboratório Cogencasa.

Medidor de Vazão: Para isto, ó fabricante do chiller recomenda o uso do manômetro de


diferença de pressão, mostrado na Figura A3.3a, incluído no chiller para as medições das
vazões dos diferentes circuitos de água. Este medição representa uma função importante de
operação do chiller, já que o fabricante recomenda a calibração dos circuitos de água gelada,
fria e quente de acordo às especificações nominais para correta operação do chiller. A Figura
A3.3.b mostra a válvula de teste de pressão.

Figura A3.3. a) Manômetro de diferença de pressão usado para a determinação da vazão real nos circuitos de
água do chiller. b) Figura A3.4. Tomada de leitura de pressão usada para medir a vazão e diferença de pressão
dos circuitos de água do chiller.

(Fonte: YAZAKI, 2003).

Para a determinação da vazão real correspondente ao circuito de água, é necessária a


utilização da seguinte equação, a partir de vazões nominais do fabricante.
199

(A3.1)

sendo; a vazão real do sistema em (gpm), a vazão de referencia em


(gpm), perda de pressão real em (psi) e a perda de pressão de referencia em
(psi). (YAZAKI ENERGY SYSTEMS, 2003). A Tabela A3.1 mostra os percentuais limites
dos valores nominais para as vazões dos circuitos de água fria, gelada e quente.

Tabela A3.1. Valores percentuais limites das vazões de água fria, quente e gelada.
Valor
Queda de Pressão
Limites da taxa de vazão Referencial
Referencial (Psi)
(GPM)
Vazão do circuito de 80 – 120 % do valor
24,2 6,83
água gelada referencial
Vazão do circuito de 100 – 120 % do valor
80,8 9,95
água fria referencial
Vazão do circuito de 80 – 120 % do valor
38 9,67
água quente referencial
(Fonte: YAZAKI, 2003).

A3.4. Equipamentos acoplados ao Chiller de refrigeração por absorção.

O sistema estudado neste experimento esta composto por vários equipamentos que
interatuam para atingir um objetivo específico, produzir água gelada para a climatização de
um quarto frio. Entres os equipamentos relevantes ao sistema de refrigeração por absorção se
tem:

Bombas de circulação. (circuitos de água quente, fria e gelada): as bombas usadas nos
circuitos de água do sistema de refrigeração são do tipo centrifuga de mono estagio fabricada
pela Schneider. A Figura A3.4 mostra o tipo de bomba usada no laboratório.

Figura A3.4. Bomba de circulação da água do sistema.

Torre de Resfriamento: o sistema possui uma torre de resfriamento de tiragem mecânica


forçada fabricada pela Alpina, mostrada na Figura A3.5, com capacidade nominal de 87,27
kW para o resfriamento da água fria que circula por o absorvedor e condensador do chiller.
200

Figura A3.5. Torre de resfriamento de tiragem mecânica fabricada pela Alpina, instalada no laboratório
Cogencasa para a produção de água de resfriamento para o chiller de absorção.

(Fonte: CORREIA, 2006)

Reservatório de água quente: O reservatório de ferro de 600 litros de capacidade, mostrado na


Figura A3.6, para o armazenamento de água quente que representa o insumo para a produção
de água gelada no chiller. Neste reservatório encontra-se instalado um banco de resistência de
54 kW, três resistências de 18 kW cada uma, que simula a carga térmica recebida pela
microturbina.

Figura A3.6. Reservatório de armazenamento de água quente usado no laboratório Cogencasa.

A ideia principal é garantir a carga térmica do gerador do chiller quando seja necessária
sua utilização. Este sistema esta isolado termicamente para diminuir a percas de calor ao
ambiente. Este sistema possui um sistema de reposição de água para garantir o processo de
alimentação de água mínima para a circulação da água quente no circuito do gerador.

Reservatório de água gelada: O reservatório de plástico de 2400 litros de capacidade,


mostrado na Figura A3.7, para o armazenamento de água gelada produzida pelo chiller.
Dentro do reservatório encontram-se instaladas as resistências elétricas para a produção de
calor dentro da água. As quatro resistências (três de 10 kW e uma de 5 kW) simulam a carga
térmica de refrigeração.
201

Figura A3.7. Reservatório de armazenamento de água gelada usado no laboratório Cogencasa.

A ideia principal é garantir a carga térmica de refrigeração na água gelada, para


verificar o COP do chiller em função desta variação e energia. Este sistema esta isolado
termicamente para diminuir a percas de calor ao ambiente. Há um sistema de reposição de
água para garantir o processo de alimentação de água mínima para a circulação da água
gelada no circuito do chiller.

A3.5. Configuração do laboratório Cogencasa

A configuração do Laboratório envolve outros equipamentos, devido às funções do


laboratório, as quais são a geração de energia elétrica e climatização do mesmo (refrigeração).
Este equipamentos, são a microturbina a gás de 30 kW de potencia nominal fabricada pela
Capstone, o grupo gerador de 30 kW fabricado pela Leon Heimer, dois trocadores compactos
(recuperadores de calor) de fabricação nacional, (projetados segundo CORREIA, 2006), outra
câmara frigorífica com as mesmas especificações da anterior, um chiller de compressão, e
uma sala de amostragem (showroom) para a simulação da cogeração aplicada a conjuntos
residenciais, e finalmente a sala dos computadores.
Além dos sistemas de aquisição de dados do chiller de absorção, o laboratório consta
com um sistema central de monitoramento e armazenamento de dados, os quais são
fornecidos através do CLP central do laboratório, mostrado na Figura A3.8, ao computador
principal localizado no quarto de computadores do laboratório.

Figura A3.8. CLP instalado no laboratório Cogencasa.

O supervisório consta com três circuitos principais; circuito de água fria, quente e do
fan coil.
202

A3.6. Dados Experimentais.

As medições da vazão dos circuitos de água fria, quente e gelada do chiller de absorção,
foram coletadas a partir de 5 valores de diferença de pressão ( ) em cada circuito, sendo
medidos em um intervalo de uma hora (a cada 15 minutos). Estes valores forem introduzidos
na Equação A3.1 para determinar as vazões pertinentes. Todos valores foram tratados
estatisticamente através da determinação da média das medições com sua respectivo desvio
padrão, em função das medições coletadas, e segundo o procedimento detalhado no Apêndice
2 deste documento.

(A3.2)

(A3.3)

(A3.4)

Considerando uma probabilidade na faixa da incerteza de , ou seja, de 99,73%.


Todas as medições foram convertidas nas unidades de vazão mássica (kg/s), utilizando a
densidade da água com valor de 1000 kg/m3.

A3.6.1. Medições do Dia 22/05/2013.

Tabela A3.2. Vazões dos circuitos de água do chiller no dia 22/05/2013.


Vazões Valores (kg/s) Incertezas (kg/s)
Água Quente 2,370 0,003
Água Fria 5,046 0,002
Água Gelada 1,800 0,003

A3.6.2. Medições do Dia 23/05/2013


Tabela A3.3. Vazões dos circuitos de água do chiller no dia 23/05/2013.
Vazões Valores (kg/s) Incertezas (kg/s)
Água Quente 2,38 0,013
Água Fria 5,10 0,015
Água Gelada 1,50 0,002
Características de Funcionamiento

WFC-SC10/SH10 WFC-SC20/SH20
(44.6oF AGUA ENFRIADA) (44.6oF AGUA ENFRIADA)
1.6 1.4
Factor Capacidad de Enfriamiento

Factor Capacidad de Enfriamiento


Temp. Entrada Agua Enfr. Temp. Entrada Agua Enfr.
80oF 80oF
1.4 1.2
85oF
85oF 87.8oF
1.2 1.0

87.8oF
1.0 0.8

0.8 0.6

0.6 0.4

0.4 0.2

0.2 0
Factor Entrada Calor

Factor Entrada Calor


1.6 Temp. Entrada Agua Enfr. 1.6
o
80 F Temp. Entrada Agua Enfr.
1.4 80oF
1.4
85oF 85oF
1.2 1.2
87.8oF 87.8oF

1.0 1.0

0.8 0.8

0.6 0.6
Factor de Capacidad Calefacción

Factor Capacidad Calefacción

0.4 0.4

0.2 0.2
1.4 1.4 Temp. Salida Agua Caliente 131oF
Temp. Salida Agua Caliente 131oF

1.2 1.2

1.0 1.0

0.8 0.8

0.6 0.6

0.4 0.4
o o o
158 F 203 F o
158 F 203 F
(MIN) (MAX) (MIN) (MAX)
0.2 0.2

0 0
150 160 170 180 190 200 210 150 160 170 180 190 200 210
Temperatura Entrada Calor Medio (oF) Temperatura ENtrada Calor Medio (oF)

6
WFC-SC30/SH30 HM CORRECCION FLUJO
(44.6oF AGUA ENFRIADA) (44.6oF) AGUA ENFRIADA
1.4 1.2
Temp. entrada Agua de Ref 80oF
Factor Capacidad de Refrigeración

1.2 85oF
1.0

Correcion Flujo Calor Medio


o
87.8 F
1.0 0.8

0.8 0.6

0.6
0.4

0.4 30%
0.2
(MIN)
0.2 0
0 20 40 60 80 100 120
0
Factor Calor de Entrada

Flujo de Calor Medio (%)


1.6
Temp. entrada Agua de Ref. 80oF
1.4
85oF
NOTAS:
1.2 o
87.8 F

1.0
1. • Indica punto de grado estándar.
2. Curvas de Capacidad y Entrada de Calor basadas
0.8
en medidas de flujo estandar de agua en todo circuito.

3. Curva de Correcion de Flujo de Calor Medio


0.6
aplicable para temperaturas de entrada de calor
Factor Capacidad Calefaccion

medio de 176oF to 203oF solamente.


0.4
4. Eficiencia de Calefacción = 97%.
0.2
1.4 Temp. salida Agua Caliente 131 Fo

5. Funcionamiento basado en el factor ensuciamiento


1.2 estandar de 0.0005 ft2hroF/Btu en todo circuito.

1.0 6. Data de funcionamiento puede ser interpolado


pero no debe ser extrapolado.
0.8
7. Las curvas extendidas de funcionamiento se
proporcionan como referencia únicamente.
0.6
a Yazaki Energy Systems, Inc. para obtener
grados certificados de funcionamiento de la fábrica
0.4 o para determinar funcionamiento en otras condiciones
o o
158 F 203 F
(MIN) (MAX)
fuera del alcance de esta publicación.
0.2

0
150 160 170 180 190 200 210
Temp. entrada Calor Medio (oF)

7
BALANCE DE CALOR DE ABSORCION DEL ENFRIADOR 2. ENTRADA CALOR (ENFRIAMIENTO):
CALOR ENTRADA = CALOR SALIDA
Factor Entrada Calor = 1.17
Qg + Qe = Qc Corrección de Flujo Calor Medio = 1.0
Donde, Qg = Calor de entrada hacia el generador Entrada Estándar Calor = 514.2 MBH
Qe = Capacidad de Enfriamiento Qg = 1.17 x 1.0 x 514.2 = 601.6 MBH
Qc = Calor rechazado hacia la torre de enfriamiento 601.6
Calor Medio T= = 10.5oF
0.5 x 114.1
CAPACIDAD DE ENFRIAMIENTO Calor Medio P = 8.8 psi (Estándar)
Factor Capacidad Corrección de Flujo Capacidad estándar
Qe = x x
de Enfriamiento de Calor Medio de Enfriamiento 3. CALOR RECHAZADO A TORRE DE ENFRIAMIENTO:

ENTRADA DE CALOR (ENFRIAMIENTO) Qc = Qg + Qe = 601.6 + 403.2 = 1004.8 MBH


1004.8
Qg =
Factor de Calor
x
Corrección de Flujo
x
Entrada estándar Agua de Refri. T = = 8.3oF
de Entrada de Calor Medio de Calor 0.5 x 242.5
Agua de Refri. P = 6.7 psi (Estándar)
CAPACIDAD DE CALENFACCION
Factor de Capacidad Corrección de Flujo Capacidad estándar 4. CAPACIDAD DISPONIBLE CALEFACCION:
Qh = x x
de Calefacción de Calor Medio de Calefacción Factor Capacidad Calefacción = 1.12
Corrección Flujo Calor Medio = 1.0
Donde, Qh = Capacidad de Calefaccion Capacidad Estándar Calefacción = 498.9 MBH
Qh = 1.12 x 1.0 x 498.9 = 558.8 MBH
ENTRADA DE CALOR (CALEFACCION) 558.8
Agua Cal T = = 15.4oF
CAPACIDAD DE CALEF. = Qh 0.5 x 72.6
Qg = EFICIENCIA 0.97 Agua Cal P = 10.1 psi (Estándar)

DIFERENCIAL DE TEMPERATURA (oF) 5. ENTRADA CALOR (CALEFACCION):


CAPACIDAD AJUSTADA O ENTRADA CALOR (MBH)
T= Qh 558.8
0.5 x FLUJO (gpm) Qg = = = 576.1 MBH
0.97 0.97
FLUJO NO ESTANDAR PARA CAIDA PRES. (psi) 576.1
Calor Medio T= = 10.1oF
P= CAIDA ESTAN. x
PRESION ( FLUJO NO ESTANDAR
FLUJO ESTANDAR
( 2

Calor Medio
0.5 x 114.1
P = 8.8 psi (Estándar)

EJEMPLO 1. EJEMPLO 2.

Dadas las condiciones de diseño: Dadas las condiciones de diseño:


Temperatura entrada Calor Medio ........................195oF Temperatura entrada Calor Medio ........................203oF
Flujo Calor Medio ........................................114.1 gpm Flujo Calor Medio............................................57.0 gpm
Temperatura entrada Agua Refrigeración ...............85oF Temperatura entrada Agua Refrigeración................85oF
Flujo Agua Refrigeración ..............................242.5 gpm Flujo Agua Refrigeración...............................242.5 gpm
Temperatura salida Agua Refrigerada ..................44.6oF Temperatura salida Agua Refrigerada...................44.6oF
Temperatura salida Agua Caliente .......................131oF Temperatura salida Agua Caliente.........................131oF
Flujo Agua Ref./Caliente ................................72.6 gpm Flujo Agua Ref./Caliente..................................72.6 gpm
Modelo Absorcion Refrig.-Calentador ......WFC-SH30 Modelo Absorcion Refrig.-Calentador........WFC-SH30

Referirse a curvas de Factor de Capacidad y Especificaciones para Referirse a curvas de Factor de Capacidad y Especificaciones para
modelos WFC-SC30/SH30. Desde 114.1 gpm es estándar, la corrección modelos WFC-SC30/SH30. Desde 57.0 gpm es 50% de estandar, la
de flujo de Calor Medio (HM) es 1.0. corrección de flujo de Calor Medio (HM) es 0.86.

1. CAPACIDAD DISPONIBLE DE ENFRIAMIENTO: 1. CAPACIDAD DISPONIBLE DE ENFRIAMIENTO:


Factor de Capacidad de Enfriamiento= 1.12 Factor de Capacidad de Enfriamiento = 1.22
Corrección de Flujo de Calor Medio = 1.0 Corrección de Flujo de Calor Medio= 0.86
Capacidad Estandar de Enfriamiento = 360.0 MBH Capacidad Estandar de Enfriamiento = 360.0 MBH
Qe = 1.12 x 1.0 x 360.0 = 403.2 MBH (33.6 toneladas) Qe = 1.22 x 0.86 x 360.0 = 377.7 MBH(31.5 toneladas)
403.2 377.7
Agua Refrig. T = = 11.1oF Agua Refrig. T = = 10.4oF
0.5 x 72.6 0.5 x 72.6
Agua Refrig. P = 10.1 psi (Estándar) Agua Refrig. P = 10.1 psi (Estándar)

8
2. ENTRADA CALOR (REFRIGERACION): 4. CAPACIDAD DISPONIBLE CALEFACCION:
Factor Entrada Calor = 1.35 Factor de Capacidad de Calor = 1.33
Corrección Flujo Calor Medio = 0.86 Corrección Flujo Calor Medio = 0.86
Entrada Estándar de Calor = 514.2 MBH Capacidad Estándar Calefacción = 498.9 MBH
Qg = 1.35 x 0.86 x 514.2 = 597.0 MBH Qh = 1.33 x 0.86 x 498.9 = 570.6 MBH
597.0 570.6
Calor Medio T= = 20.9oF Agua Cal. T = = 15.7oF
0.5 x 57.0 0.5 x 72.6
2
( Agua Cal. P = 10.1 psi (Estándar)
Calor Medio P = 8.8 x ( 114.1
57.0
= 2.2 psi
5. ENTRADA DE CALOR (CALEFACCION):
3. CALOR RECHAZADO A TORRE DE ENFRIAMIENTO:
Qh 570.6
Qg = = = 588.2 MBH
Qc = Qg + Qe = 597.0 + 377.7 = 974.7 MBH 0.97 0.97
974.7 588.2
Agua de Refri. T = = 8.0oF Calor Medio T= = 20.6oF
0.5 x 242.5 0.5 x 57.0
Agua de Refri. P = 6.7 psi (Estándar) 2
(
Calor Medio P = 8.8 x ( 114.1
57.0
= 2.2 psi

ENTUBAMIENTO CRUZADO DE AGUA DE REFRIGERACION (OPCIONAL)


El condensador y el absorbedor de los modelos de R/R-C NOTAS:
WFC-SC20/SH20 y WFC-SC30/SH30 conectados en paralelo
por un entubamiento cruzado de agua de refrigeracion instalado 1. Todo el tamaño de la tubería (o tubo) es nominal.
en el sitio de trabajo. Si esta tubería es fabricada en el sitio de
trabajo por otros, debe ser diseñado de acuerdo con 2. Instalar una válvula manual de balance en la rama de los
las recomendaciones siguientes para asegurar el flujo circuitos de agua de enfriamiento hacia el condensador y el
equilibrado entre el condensador y el absorbedor: absorbedor si el flujo es desequilibrado debido a cambios en
la configuración del entubamiento o del tamaño de los tubos.
1. Entubamiento de rama 2 in. (WFC-SC20/SH20) o 2-1/2 in.
(WFC-SC30/SH30).
2. Tubería común de entrada de 3 in.

UNION 2” NPT (WFC-SC20/SH20)


2-1/2” NPT (WFC-SC30/SH30)
TUBO DE SALIDA AGUA DE REFRIG. 3”

TUBO DE RAMA CAMBIO ABSORBEDOR

TUBO DE RAMA CAMBIO CONDENSADOR 2” (WFC-SC20/SH20)


2” (WFC-SC20/SH20) 2-1/2” (WFC-SC30/SH30)
2-1/2” (WFC-SC30/SH30)

TUBO DE ENTRADA AGUA DE REFRIG. 3”

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