Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
NATAL, RN
2020
HARLEY ALVES BARBOSA
Natal, RN
2020
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, aos meus familiares por sempre proverem as condições necessárias
ao meu desenvolvimento e por serem meus principais incentivadores. Em especial, agradeço ao
meu pai José, à minha mãe Eude e ao meu querido irmão Vítor. Sou muito grato por nunca
terem deixado faltar amor, carinho e atenção em nosso lar. Estes foram e continuarão sendo
minha base para a construção de meus valores e caráter.
Aos meus amigos do internato onde passei o ensino médio e ao grupo “Otariar é Viver”
por ser minha fonte diária de risadas e descontração. Aos meus amigos que fiz em Natal, fora
do contexto da Universidade, que foram igualmente importantes para minha adaptação em uma
cidade desconhecida e distante da minha família. Seria impossível listar todas as pessoas que
foram importantes durante este período, porém guardo cada uma delas com carinho por todos
os bons momentos que passamos juntos.
Aos amigos que fiz na UFRN, em especial a Anderson, Mateus, Danilo, Yan, Marco,
Raphael, Gabriel, Willisson, Camilla, Samantha e Rafaela, membros do grupo CCM,
companheiros de luta e também os grandes responsáveis por deixarem os meus dias mais leves
e felizes, tornando a vida acadêmica menos sofrível. Guardarei vocês sempre em meu coração
por tudo o que representam.
RESUMO:
A diversificação da matriz energética mundial, composta majoritariamente por fontes fósseis,
representa um grande desafio atual. Neste contexto, o gás hidrogênio surge como uma das
alternativas promissoras para possibilitar a transição à um modelo energético mais sustentável.
O hidrogênio é o combustível de maior densidade energética por massa (141,6 MJ.kg-1),
gerando apenas água como produto durante a sua combustão. Apesar destas incríveis
propriedades, a produção e a estocagem do gás hidrogênio em larga escala, além da logística
associada ao seu uso, ainda apresentam inúmeras dificuldades a serem superadas para torna-lo
competitivo frente aos demais combustíveis. Para que o hidrogênio seja considerado um
combustível limpo, é necessário que os processos de produção e as fontes de energia usadas
sejam igualmente limpas. Este trabalho discute de forma sintética o estado da arte dos principais
sistemas de produção e estocagem de hidrogênio, trazendo também o atual cenário de
popularidade deste combustível, vantagens e desvantagens associadas, além de referências que
avaliam estes sistemas quanto a performances técnicas, econômicas, sociais e ambientais.
Ademais, algumas inovações e alternativas aos sistemas produtivos são igualmente expostas.
Os sistemas de produção de hidrogênio se dividem principalmente em quatro grupos principais:
termoquímicos, biológicos, elétricos e fotolíticos. Os sistemas fotolíticos apresentam as
melhores performances ambientais e os termoquímicos as piores. A melhor performance geral
é associada aos sistemas elétricos e a pior está ligada aos sistemas biológicos. Em relação às
fontes de energia utilizadas, as fontes solar e nuclear apresentam as melhores e piores
performances ambientais respectivamente. Em relação aos métodos de estocagem, os sistemas
que utilizam nanomateriais apresentam as melhores performances gerais e ambientais e os de
estocagem em forma líquida criogênica as piores. Os ciclos termoquímicos, em especial o S-I,
podem ser processos alternativos de produção do hidrogênio, diminuindo o gasto energético e
a emissão de poluentes. A integração de sistemas produtivos biológicos pode ser uma das
soluções viáveis para melhorar a baixa performance geral deste grupo de processos. Por fim, a
reforma eletroquímica e a utilização de eletrolisadores do tipo MEC, podem ser alternativas aos
processos de eletrólise convencionais.
ABSTRACT:
The diversification of the world energy matrix, composed mostly by fossil sources, represents
a great current challenge. In this context, hydrogen gas appears as one of the promising
alternatives to enable the transition to a more sustainable energy model. Hydrogen is the fuel
with the highest energy density per mass (141,6 MJ.kg-1), generating only water as a product
during its combustion. Despite these incredible properties, the production and storage of
hydrogen gas on a large scale, in addition to the logistics associated with its use, still present
numerous difficulties to be overcome to make it competitive with other fuels. For hydrogen to
be considered a clean fuel, the production processes and energy sources used must also be clean.
This work discusses in a synthetic way the state of the art of the main systems of production
and storage of hydrogen, bringing also the current scenario of popularity of this fuel, advantages
and disadvantages associated, in addition to references that evaluate these systems in terms of
technical, economic, social and environmental performance. In addition, some innovations and
alternatives to production systems are also exposed. Hydrogen production systems are mainly
divided into four main groups: thermochemical, biological, electrical and photolytic. The
photolytic systems have the best environmental performance and thermochemical ones the
worst. The best overall performance is associated with electrical systems and the worst with
biological systems. Regarding the energy sources used, solar and nuclear sources present the
best and worst environmental performance respectively. Regarding the storage methods, the
nanomaterials systems have the best general and environmental performance and cryogenic
liquid storage have the worst. Thermochemical cycles, especially S-I, can be alternative
processes of hydrogen production, reducing energy expenditure and the emission of pollutants.
The integration of biological production systems can be one of the viable solutions to improve
the overall low performance of this group of processes. Finally, the electrochemical reform and
the use of MEC electrolysers can be alternatives to conventional electrolysis processes.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 15
Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo sobre o estado da
arte das tecnologias mais utilizadas na produção e estocagem de hidrogênio, buscando trazer
aspectos qualitativos através de métodos que avaliam os processos empregados quanto ao nível
de maturidade técnica, eficiência e possíveis impactos ambientais associados. A junção de todos
esses conhecimentos favorece o desenvolvimento dos sistemas energéticos baseados no
hidrogênio, servindo como base para a escolha da tecnologia mais adequada em cada aplicação.
CAPÍTULO 2
Fundamentação Teórica
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Hidrogênio
O hidrogênio (H2) é uma espécie química conhecida há mais de 200 anos. No começo do
século XVI, o suíço Paracelsus descobriu que durante a reação entre o ácido sulfúrico e o ferro
havia a formação de um gás, na época ainda desconhecido. No século XVII, o também suíço
Myelin reportou que o referido gás era inflamável. Em 1761, Robert Boyle produziu hidrogênio
reagindo ferro em pó com ácidos diluídos (SASAKI, 2016). Alguns anos mais tarde, em 1776,
Henry Cavendish, submeteu à Sociedade Real de Londres um artigo em que identificava o
hidrogênio como sendo uma substância única, além de destacar outras propriedades químicas
do gás, ele também foi o primeiro a produzir água à partir de hidrogênio e oxigênio por meio
de uma faísca elétrica. O químico francês Antoine Laurent Lavoisier repetiu os experimentos
de Cavendish e em 1785 seus estudos foram considerados definitivos em provar que o
hidrogênio e o oxigênio eram os elementos básicos da água (PEREIRA, 2015).
O hidrogênio foi por muitas vezes sinônimo de perigo devido à sua natureza
extremamente inflamável, especialmente após alguns acidentes (figura 2) como o Desastre de
Hindenburg em 1937, no qual 35 dos 97 passageiros de um dirigível, que utilizava hidrogênio
para se manter no ar, foram mortos por um incêndio. Contudo, fatores humanos e
organizacionais foram mostrados como as principais causas da grande maioria dos acidentes
(LIU, 2017; RIVKIN 2015).
Além disso, o hidrogênio não é tóxico, é muito mais leve que o ar, o que permite uma
dispersão mais rápida em caso de escapes, tornando-o relativamente mais seguro do que outros
gases mais densos que podem se acumular e causar explosões. Entretanto, o hidrogênio
apresenta alguns níveis de risco devido à certas propriedades químicas do gás, como a ampla
faixa de concentrações inflamáveis no ar (4% - 75%) e a baixa energia de ignição requerida,
sendo dez vezes menor do que a da gasolina (DICKS, 2018).
Figura 2 - Acidentes envolvendo o uso do hidrogênio (DAWOOD, 2020). (a.) Desastre de
Hindenburg, (b.) Destruição do LZ-10, (c.) Dirigível Roma após ignição.
Possuindo uma massa atômica de 1,00797 g.mol-1 e densidade de 0,084 kg.m-3 a 1 bar e
a 25 oC, o hidrogênio é o elemento químico mais leve (MARQUES, 2004). Além disso, é um
dos mais abundantes do universo, correspondendo a aproximadamente 75% dos átomos
presentes. O hidrogênio participa na formação de inúmeras moléculas que compõem
substâncias abundantes como a água, outros compostos inorgânicos (ácidos e bases) e orgânicos
(hidrocarbonetos, álcoois, hidratos, etc.) (GOMES, 2011).
Entretanto, o hidrogênio liquido apresenta uma menor densidade energética por volume
se comparado a outros hidrocarbonetos combustíveis, sendo aproximadamente quatro vezes
menor do que a gasolina (8 MJ/l versus 32 M/l) (Yu et al., 2016). Além disso, o hidrogênio é
um gás inflamável com temperatura de ignição relativamente baixa, associando assim um risco
maior em seu uso cotidiano (RIVKIN, 2015). Pelo fato de possuir um pequeno tamanho
molecular, além de afetar algumas propriedades mecânicas dos metais pelo processo de
fragilização por hidrogênio, o gás também pode escapar mais facilmente pelos materiais
utilizados para transportar os combustíveis usuais (DICKS, 2018).
1
2𝐻 + + 2𝑒 − + 𝑂2 → 2𝐻 + + 2𝑒 − (2)
2
1
𝐻2 + 𝑂2 → 𝐻2 𝑂 (3)
2
Os eletrodos são condutores eletrônicos permeáveis aos gases reagentes e são separados
um do outro por um eletrólito (condutor iônico). O eletrólito pode ser um líquido, um polímero
condutor de cátions (geralmente saturado com um líquido) ou um sólido. A eficiência teórica
eletroquímica diminui de 86 a 70 % na faixa de temperaturas de 100 a 1000 °C (TICIANELLI,
2005).
O hidrogênio é um gás ultra reativo que se associa facilmente à outras espécies químicas
como, por exemplo, o enxofre, o carbono ou o oxigênio, sendo, portanto, muito difícil de se
acumular em quantidades significativas na natureza. Contudo, existem fontes naturais de
hidrogênio em algumas regiões especificas do planeta, em razão de características geológicas
favoráveis à essa acumulação.
Nas dorsais oceânicas e nos ofiolitos continentais, conjunto litológico que representa uma
sequência de rochas que formavam uma antiga porção de crusta oceânica, a olivina, mineral
comum rico em ferro, pode produzir o hidrogênio durante o processo de serpentinização à partir
da siderita formada ao longo da alteração das rochas. Nessas formações rochosas existem
também alguns microrganismos que atuam como redutores naturais, contribuindo igualmente
para a produção do gás (PRINZOHOFER & DEVILLE, 2015).
𝑜
𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂 + 3𝐻2 ∆𝐻298𝐾 = +206,2 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (4)
𝑜
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂2 + 𝐻2 ∆𝐻298𝐾 = −41,2 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (5)
1 𝑜
𝐶𝐻4 + 𝑂2 ↔ 𝐶𝑂 + 2𝐻2 ∆𝐻298𝐾 = −35,6 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (6)
2
A oxidação parcial é dividida em (i) oxidação parcial térmica e (ii) oxidação parcial
catalítica. Neste cenário, a oxidação parcial catalítica de metano para a obtenção de gás de
síntese atrai interesse acadêmico e industrial pelo potencial de redução de custo, sendo mais
eficiente energeticamente que a reforma a vapor (REQUIES et al., 2005). A mistura H2/CO
resultante apresenta uma razão molar próxima de 2, além disso, o processo também é realizado
em temperaturas nas quais emissões de NOx não são produzidas (ZHU et al., 2004). Outro
aspecto interessante do processo é a possibilidade de ser realizado em condições de velocidade
espacial horária de gás elevadas, o que permite a redução de investimentos e menor escala de
produção para alcançar a mesma capacidade (REQUIES et al., 2005).
Os catalisadores empregados nesse processo incluem metais nobres, como Pd, Pt, Rh, Ru,
e metais não nobres, como Ni, Co e Fe. Para os catalisadores de metais não nobres a atividade
segue essa ordem: Ni > Co > Fe. Catalisadores de ferro e cobalto apresentam menor atividade
para essa reação por possuírem maior atividade para combustão total do metano. Diversos
suportes têm sido usados nesses catalisadores, como Al2O3, SiO2, ZrO2, TiO2, entre outros
(ENGER et al., 2008; ROCHA et al., 2012).
Dessa forma, a reforma autotérmica pode ser representada pelas seguintes reações:
Zona de combustão:
3 𝑜
𝐶𝐻4 + 𝑂2 ↔ 𝐶𝑂 + 2𝐻2 ∆𝐻298𝐾 = −124 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (7)
2
𝑜
𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂 + 3𝐻2 ∆𝐻298𝐾 = +206,2 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (8)
𝑜
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂2 + 𝐻2 ∆𝐻298𝐾 = −41,2 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (9)
𝑜
𝐶𝐻4 + 2𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂2 + 4𝐻2 ∆𝐻298𝐾 = +165 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (10)
Esse processo pode ser classificado de duas maneiras diferentes: pirólise lenta ou rápida.
A pirólise tradicional é conhecida como lenta, pois a elevação da temperatura é feita com baixas
taxas de aquecimento. Nesse caso, o principal produto formado é o carvão vegetal
(TANKSALE et al., 2010).
Os produtos obtidos na fase gasosa incluem o H2, CH4, CO e CO2, além de outros gases
orgânicos. Os produtos líquidos consistem do alcatrão e do bio-óleo, sendo este último um
líquido de cor marrom, viscoso, constituído por diferentes compostos oxigenados. A fração
sólida que resta ao fim do processo é composta praticamente de carbono, com baixos teores de
impurezas (NI et al., 2006).
Os autores Bridgwater e Peacocke (2000) e Tanksale et al. (2010) mostram que o sistema
de pirólise rápida visando a produção de hidrogênio consiste em um conjunto de operações
integradas em série, que são apresentadas na figura 7. Ao final do processo, o bio-óleo formado
é dividido em duas frações: uma aquosa e outra não aquosa. A fração aquosa é enviada para o
um reformador visando a produção de hidrogênio ou gás de síntese.
Figura 7 - Pirólise rápida integrada com reformador visando a produção de H2 (TANKSALE et al.,
2010).
2.2.1.5.Gaseificação
Uma das rotas mais utilizadas para a produção de hidrogênio através da biomassa é a
gaseificação acoplada com a reação de deslocamento da água (equação 12). Após a formação
do CO através da reação indicada na equação 11, ele é convertido juntamente com a água em
H2, por meio da reação indicada pela equação 12.
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂2 + 𝐻2 (12)
2.2.2.1. Eletrólise
A produção de hidrogênio por eletrólise pode ser de três tipos: alcalinos, SOE (Solid
Oxide Electrolysers) e PEM (Proton Exchange Membrane) (GAMBETTA, 2010).
• Eletrolise Alcalina:
Os sistemas mais utilizados comercialmente apresentam capacidade que varia entre 1,8 –
5.300 kW com taxas de produção entre 0,25-760 Nm3/h e pressão de saída entre 0,05-30 bar. A
maioria dos produtores opta pela configuração bipolar (tipo filtro-prensa) (BERTUCCIOLI et
al., 2014). Para maximizar a condutividade iônica, soluções aquosas alcalinas, à exemplo do
KOH, podem ser utilizadas como eletrólito. As concentrações variam entre 25-30% em base
mássica com temperaturas típicas da ordem de 65-100 °C (URSUA et al., 2012).
O hidrogênio é produzido no catodo, região onde a água sofre redução de acordo com a
equação 13. Por outro lado, os ânions de hidroxila (OH-) podem circular através do diafragma
sofrendo oxidação na superfície do eletrodo anódico, gerando como produto o oxigênio
(equação 14). A figura 8 ilustra o princípio de funcionamento da eletrólise alcalina.
1
2𝑂𝐻 − → 𝑂 + 𝐻2 𝑂 + 2𝑒 − (14)
2 2
Além disso, o material utilizado para fabricar o eletrodo deve possuir resistência à
corrosão em condições alcalinas, efeito catalítico considerável e baixo custo. Dessa forma, o
níquel apresenta bom desempenho nas três frentes em questão e configura como o principal
material utilizado em eletrolisadores tanto para o anodo quanto para o catodo (ZENG e
ZHANG, 2010).
1
𝐻2 𝑂 → 𝑂 + 2𝐻 + + 2𝑒 − (15)
2 2
2𝐻 + + 2𝑒 − → 𝐻2 (16)
𝐻2 𝑂 + 2𝑒 − → 𝐻2 + 𝑂−2 (17)
1
𝑂−2 → 𝑂2 + 2𝑒 − (18)
2
𝑒 −, 𝐻+
𝐻𝑂2⦁ → 𝐻2 𝑂2 (22)
−
𝐻2 𝑂2 + 𝑒𝐵𝐶 → 𝑂𝐻 ⦁ + 𝑂𝐻 − (23)
Embora diversos avanços desta tecnologia tenham ocorrido nas últimas décadas, esse
progresso tem sido estendido com dificuldade à região da luz visível, através de modificações
estruturais do semicondutor ou a partir da associação com outros materiais (MACHADO et al.,
2012).
2.2.4. Bioprocessos
2.2.4.1. Biofotólise
Dessa forma, a produção de hidrogênio por biofotólise pode ser considerado sustentável
pelo fato de utilizar apenas água e gás carbônico como principais substratos, contribuindo
igualmente para a captura de poluentes atmosféricos. Contudo, este processo esbarra em
algumas limitações como a inibição de enzimas, em presença do oxigênio, a baixa eficiência
fotoquímica e a não homogeneidade da distribuição da luz no reator, o que contribui para a
redução da eficiência total (KAPDAN e KARGI, 2006).
2.2.4.2. Fotodecomposição
2.2.4.3. Fermentação
Máximo H2
H2 produzido
Substrato (S) produzido (mol/mol Conversão (%)
(mol/mol de S)
de S)
Glicose (C6H12O6) 0,92 4 23
Sacarose (C12H22O11) 1,8 8 23
Amido da batata
0,59 4 15
[(C6H10O5)n]
Lactato (C3H5O3Na) 0,01 2 0,50
Celulose [(C6H10O5)n] 0,003 4 0,075
Este método consiste em armazenar hidrogênio em sua forma gasosa, possuindo uma
etapa prévia de compressão. Os tanques disponíveis são classificados de acordo a uma
hierarquia que leva em consideração a sua estrutura e material utilizados que variam entre os
tipos I, II, III e IV (figura 14). Dessa forma, os reservatórios do tipo I são compostos por aço
inoxidável e apresentam pressurização entre 175 e 200 bar. Os de tipo II possuem uma camada
fina de alumínio ou aço envolto por outro composto – geralmente fibras de carbono – em forma
de circunferência. Os reservatórios tipo III possuem uma fina camada de aço ou alumínio
envolto totalmente por outros compostos como fibras de carbono. Os tanques mais atuais do
tipo IV são elaborados utilizando compósitos de fibras de carbono, podendo armazenar o gás à
compressão máxima em torno de 800 bar (CERRI et al., 2012).
Para reservatórios que serão utilizados em condição estacionária, pressões até 200 bar são
requeridas. Por outro lado, aplicações em veículos à pilha a combustível requerem pressões
entre 350-700 bar. Os módulos de armazenamento industrial geralmente utilizam de 3 a 18
cilindros do tipo I podendo armazenar até 700 kg à 160 bar (PINHO, 2016). Dessa forma, a
escolha pela utilização de reservatórios com tecnologia mais avançada e pressão mais elevada
possui forte relação com a capacidade de armazenamento e os custos de investimento.
Este processo pode ser classificado como uma adsorção física, pois consiste em aprisionar
moléculas de hidrogênio em meio poroso sem proporcionar alterações na estrutura química.
Nesta categoria, os principais esforços estão concentrados na utilização de nanoestruturas de
carbono e metais de transição para melhor satisfazer as necessidades operacionais. Outro
material também utilizado é o vidro, que pode ser aplicado sobre forma de capilares ou
microesferas (NIAZ, 2015).
Na segunda etapa ocorreu a categorização dos trabalhos quanto à sua natureza – revisões
bibliográficas completas ou específicas de uma determinada tecnologia, artigos, teses e
dissertações, para em seguida explorar estas categorias e observar as linhas de pesquisa mais
recentes. A terceira etapa realizada consistiu na coleta de dados nestes trabalhos selecionados,
permitindo avaliar diferentes indicadores de performance, além utilização de relatórios da
International Energy Agency (IEA) e a ferramenta Google Trends para obtenção de
informações a respeito da demanda e popularidade dos sistemas à hidrogênio no cenário
mundial.
CAPÍTULO 4
Resultados
4. RESULTADOS
A crescente demanda por hidrogênio é uma realidade no cenário atual, uma vez que o gás
é amplamente utilizado em diversos processos, seja de forma pura ou presente em diversas
misturas gasosas de aplicação industrial (figura 18). Além das aplicações do hidrogênio
relacionadas à indústria de base, a busca pela diversificação da matriz energética, especialmente
através da inclusão do gás hidrogênio como uma das alternativas a esta problemática,
contribuem igualmente para o incremento da demanda relacionada a este gás.
Como este tema ainda apresenta muitos desafios técnicos e econômicos, levando à
necessidade de grandes investimentos, é natural que a maioria entre os cinco países, que mais
buscam informações relacionadas a este tema, estejam na lista dos mais ricos e desenvolvidos
do mundo. Neste cenário, a Coréia do Sul se apresenta como um dos países mais avançados na
implementação do hidrogênio em sua matriz energética. Em 2013, A montadora sul coreana
HYUNDAI® inovou disponibilizando comercialmente o primeiro veículo automotivo com a
tecnologia de célula combustível a hidrogênio (ix35 FCEV) (KAN, 2020).
Os resultados do Google Trends trazem ainda a Nigéria entre os países mais interessados
sobre a esta temática, sendo o único país fora da lista dos mais desenvolvidos, por ser
considerado uns dos potenciais fornecedores de hidrogênio verde nos próximos anos. O país
tem assinado importantes acordos com outras nações, a exemplo da Alemanha, que pretende
mudar consideravelmente as atuais matrizes energéticas, compostas principalmente de fontes
não renováveis e sendo 80% dependentes de importações (MPI, 2019) (figura 20).
Figura 20 - Mudanças previstas na matriz energética alemã entre 2019 e 2050 (MPI, 2019).
Figura 21 - Proporção de incentivos e alvos por aplicação e número de países (IEA, 2019).
Acar et Dincer (2019) classificaram cinco principais critérios a serem utilizados para analisar
os principais sistemas de produção e estocagem de hidrogênio. Dessa forma, obteve-se de
maneira mais clara e objetiva, o grau de desenvolvimento técnico e econômico de uma
determinada tecnologia e os possíveis impactos ambientais e sociais relacionados a estes
processos. Os critérios utilizados para essa análise são listados na tabela 3, explicitando
igualmente os aspectos de cada tecnologia que foram levados em consideração.
Segundo Acar e Dincer (2019), os processos que utilizam fontes solares possuem
vantagens significativas pois grande parte deles apresentam impactos negativos muito baixos
ao solo, ar e aos sistemas aquáticos. Tais vantagens são reforçadas igualmente por Hosseini e
Wahid (2016), que acrescentam, porém, algumas fragilidades a estes processos, como por
exemplo a baixa performance econômica, sendo necessário apresentar futuramente um menor
custo de implementação e de manutenção. As fontes geotérmicas e hidráulicas possuem alguns
riscos associados principalmente ao impacto no habitat natural e na qualidade da água
descartada. Estes aspectos reduzem a performance média destes processos (DINCER e ACAR,
2017).
Figura 24 - Comparação das performances de diferentes fontes usadas nos processos de produção de
H2. Adaptado de Acar e Dincer, 2019.
A performance ambiental das fontes escolhidas é melhor detalhada pela figura 25, onde
em termos de emissão de poluentes gasosos, a fonte eólica se destaca entre as demais sendo a
mais benigna neste sentido. Por outro lado, os processos que utilizam a biomassa possuem de
forma geral mais emissões, em especial quando estão associados à mecanismos termoquímicos
(NIKOLAIDIS e POULIKKAS, 2017).
Figura 25 - Níveis de performance ambiental das diferentes fontes usadas nos processos de produção
de H2. Adaptado de Acar e Dincer, 2019.
Os processos que utilizam fontes nucleares ocupam o maior espaço físico entre as opções
investigadas, uma vez que possuem amplas exigências relacionadas à segurança e ao controle
de etapas como o resfriamento da instalação e o armazenamento dos resíduos sólidos gerados
(DINCER e ACAR, 2017). Os melhores índices de qualidade de água descartada estão
relacionados às fontes solares e eólicas, ao passo que as fontes geotérmicas e nucleares
apresentam os piores índices neste aspecto. Para a fonte geotérmica, este baixo índice é devido
ao alto risco de poluição dos aquíferos subterrâneos (HOSSEINI e WAHID, 2016). De modo
similar, as fontes nucleares apresentam baixos índices neste aspecto pois a alta temperatura da
água que sai dos sistemas de resfriamento da instalação, ao ser despejada em lagos ou rios,
causa alterações no ecossistema aquático (ACAR et al., 2018).
Para o aspecto de geração de resíduos sólidos, as fontes solares são as mais benignas ao
meio ambiente por não apresentarem uma produção expressiva de resíduos durante a operação
do processo, restando praticamente à etapa de descarte dos materiais de captura solar ao fim do
ciclo de vida (NIKOLAIDIS e POULIKKAS, 2017). No entanto, as fontes nucleares esbarram
na problemática dos resíduos sólidos radioativos gerados ao fim do processo, fator que as
tornam as piores opções neste aspecto (ACAR et al., 2018).
Por outro lado, apesar da grande expectativa quanto a utilização das fontes renováveis
apresentadas neste estudo, as fontes não renováveis ainda se apresentam como os processos de
menor custo associado, segundo o relatório publicado pela International Energy Agency (IEA)
em 2019. A figura 26 mostra que, em 2018, mesmo quando associadas à processos de captura
de carbono, as fontes não renováveis ainda apresentam custo inferior às fontes renováveis de
produção de hidrogênio.
Figura 26 - Comparação de custo entre fontes de produção de H2 em 2018 (IEA, 2019).
Uma outra avaliação dos sistemas produtivos de hidrogênio foi feita por Dawood et al.
(2020), onde reuniu-se valores de eficiência, bem como os índices TML (Technology maturity
level) correspondentes (tabela 4). Este índice é consolidado levando em consideração duas
outras métricas avaliativas: o CRI (Commercial Readiness Index), desenvolvido pela ARENA
(Australian Renewable Energy Agency) e o TRL (Technology Readiness Level), desenvolvido
pela NASA (National Aeronautics and Space Administration). O índice TML é, portanto,
normalizado entre 1 à 10, sendo usado pela literatura para avaliar o grau de maturidade de uma
determinada tecnologia. Neste contexto, o nível 1 representa uma tecnologia ainda nas etapas
primárias de desenvolvimento enquanto o nível 10 às tecnologias mais consolidadas e robustas.
Tabela 4 - Eficiências e índice TML dos sistemas produtivos. Adaptado de Dawood et al., 2020.
Figura 28 - Níveis de performance ambiental dos diferentes sistemas de produção de H2. Adaptado de
Acar e Dincer, 2019.
Tabela 6 - Comparação entre métodos de estocagem de H2. Adaptado de Decourt et al., 2014
Densidade Densidade
Capacidade de
em base em base
Método Capacidade armazenamento Eficiência
mássica volumétrica
a longo prazo
(sistema) (kWh/m3)
89-91%
Tanques 0,1-10
Elevada – sem (350 bar) 3,0-4,8%
pressurizados MWh por 670-1300
vazamento 85-88% (m/m)
(200-700 bar) tanque
(700 bar)
1 GWh até Elevada –
Armazenamento
vários TWh vazamento 90-95% - 65,0 à 20 bar
geológico
por caverna insignificante
0,1-100 Reduzida –
Armazenamento 6,5-14%
GWh por fenômeno de 55-75% 1.400-1.600
criogênico (m/m)
tanque boil-off
4.200 para
Hidretos Até 25 2,0-7,0% hidretos de
Elevada 80-98%
metálicos MWh (m/m) magnésio
(MgH2)
A tabela 7 traz, de forma sintética, as principais vantagens e desafios associados aos
métodos de estocagem de hidrogênio.
𝐻2 𝑂 + 𝑋 → 𝐻2 + 𝑋𝑂 (ΔH1 < 0)
1
𝑋𝑂 → 𝑋 + 𝑂2 (ΔH2 > 0)
2
1
𝐻2 𝑂 → 𝐻2 + 𝑂2 (ΔHR = ΔH1 + ΔH2)
2
Ou, alternativamente,
1
𝐻2 𝑂 + 𝑍 → 𝐻2 𝑍 + 𝑂2 (ΔH1 < 0)
2
𝐻2 𝑍 → 𝐻2 + 𝑍 (ΔH2 > 0)
1
𝐻2 𝑂 → 𝐻2 + 𝑂2 (ΔHR = ΔH1 + ΔH2)
2
Dentre todos os ciclos termoquímicos conhecidos, o ciclo S-I apresenta a maior eficiência
teórica. O limite de eficiência para o processo total é avaliado em 51% a temperatura máxima
de 900 °C, assumindo reações químicas reversíveis. Dessa forma, circuitos de demonstração e
testes já foram construídos e operados, principalmente nos EUA, China e Japão, com taxas de
produção de H2 de até 60 NL/h atingidas, sendo previsto alcançar até 100 L/h nos próximos
anos (KASAHARA et al., 2017).
As demais vantagens do ciclo S-I incluem a ausência de emissão de CO2 (se forem usadas
fontes primárias limpas), produto final de alta pureza, produção de O2 como subproduto e
utilização de matéria prima abundante (água). Por outro lado, as principais desvantagens estão
associadas aos altos custos de capital para a implantação, à toxicidade e a corrosividade das
substâncias químicas envolvidas e aos complexos processos de separação. A figura 32 traz o
comparativo entre os custos de produção mais utilizados com fontes de energia nuclear, sendo
o ciclo S-I uma alternativa interessante entre as demais.
Figura 32 - Custo de produção estimado para o hidrogênio em diferentes processos industriais
(KOMATSU, 2018).
Nos sistemas biológicos à dois componentes, duas configurações podem ser exploradas:
sequencial ou combinada. No caso da configuração sequencial, a fermentação escura é seguida
da fermentação em presença de luz, onde os ácidos orgânicos formados na primeira etapa são
utilizados como substrato para as bactérias foto fermentativas (KAPDAN; KARGI, 2006). Na
configuração combinada, o hidrogênio é produzido por fermentações simultâneas em ausência
ou presença de luz, em um único bioreator. Assim, os ácidos graxos de cadeia curta, produzidos
pelas bactérias de fermentação escura, são convertidos em hidrogênio pelos organismos foto
fermentativos (ZAGRODNIK; LANIECKI, 2015; XIE et al., 2010).
Os sistemas biológicos à três componentes, é baseado na relação de comensalismo entre
diferentes cepas de organismos. No primeiro estágio, ocorre a utilização da energia luminosa
por algas verdes ou cianobactérias, permitindo a acumulação de biomassa via fixação
fotossintética de CO2. No segundo estágio, bactérias fermentativas em reator escuro convertem
a biomassa acumulada no estágio anterior em hidrogênio e ácidos orgânicos. Por fim, no
terceiro estágio, os ácidos orgânicos são usados como substrato para bactérias foto
fermentativas para produzir igualmente hidrogênio (GHIRARDI et al., 2009).
Além disso, esse processo apresenta menor gasto energético em comparação ao processo
tradicional de eletrólise da água. Fazendo um comparativo entre o processo de reforma
eletroquímico do etanol com o processo de reforma catalítico clássico, a opção de reforma
eletroquímica é capaz de fornecer hidrogênio puro em uma única etapa, sendo o processo
clássico envolvido em etapas adicionais de purificação (figura 34). O processo de reforma
eletroquímica consome igualmente menos energia e matéria prima (GUTIERREZ-GUERRA et
al., 2015). Caravaca et al. (2013), investigaram a produção de hidrogênio por reforma
eletroquímica de uma solução aquosa de bio-etanol a 80°C em um eletrolisador do tipo PEM.
Os autores mostraram que este processo conduziu à produção de gás hidrogênio e o eletrolisador
PEM pode funcionar por longos períodos de operação (6h).
Abánades, A., García, C., García, L., Escrivá, A., Pérez-Navarro, A., Rosales, J. Application of
gas-cooled Accelerator Driven System (ADS) transmutation devices to sustainable nuclear
energy development. Nuclear Engineering and Design, v. 241, n. 6, p. 2288–2294, 2011.
Acar, C., Beskese, A., Temur, G. T. Sustainability analysis of different hydrogen production
options using hesitant fuzzy AHP, International Journal of Hydrogen Energy, v. 43(39), p.
18059-18076, 2018.
Acar, C., Dincer, I. Review and evaluation of hydrogen production options for better
environment. Journal of Cleaner Production, v. 218, p. 835-849, 2019.
Agrofiotis, C.; Von storch, H., Roeb, M., Sattler, C. Solar thermal reforming of methane
feedstocks for hydrogen and syngas production - A review. Renewable & Sustainable Energy
Reviews, v. 29, p. 656-682, 2014.
Alvarez-galvan, M. C; Mota, N.; Ojeda, M.; Rojas, S., Navarro, R. M.; Fierro, J. L. G. Direct
methane conversion routes to chemicals and fuels. Catalysis Today, v. 171, n. 1, p. 15-23,
2011.
Azwar, M., Y., Hussain, M., A., Abdul-Wahab, A., K. Development of biohydrogen production
by photobiological, fermentation and electrochemical processes: a review. Renewable
Sustainable Energy Review, v. 31, p. 158–173, 2014.
Bertuccioli, L., Chan, A., Hart, D. et al. Development of Water Electrolysis in the European
Union. Fuel Cells and Hydrogen Joint Undertaking. Disponível em: www.fch-
ju.eu/sites/defaut/files/studyeletrolyser_0-Logos_0_0.pdf. Acesso: fev 2014.
Bridgwater, A., V., Peacocke, G., V., C., Fast pyrolysis processes for biomass, Renewable and
Sustainable Energy Reviews, v. 4, p. 173, 200.
Caravaca, A., De Lucas-Consuegra, A., Calcerrada, A. B., Lobato, J., Valverde, J. L., Dorado,
F. From biomass to pure hydrogen: electrochemical reforming of bio-ethanol in a PEM
electrolyser. Appl. Catal. B Environ, v. 134–135, p. 302–309, 2013.
Chaubey, R., Sahu, S., James, O. O., Maity, S. A review on development of industrial processes
and emerging techniques for production of hydrogen from renewable and sustainable sources.
Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 23, p. 443-462, 2013.
Dawood, F., Anda, M., Shafiullah, G., M. Hydrogen production for energy: An overview.
International Journal of Hydrogen Energy, v. 45, p. 3847-3869, 2020.
Decourt, B., Lajoie, B., Debarre, R., Soupa, O. Hydrogen-Based Energy Conversion and
Storage: System Flexibility. Disponível em: www.sbc.slb.com/sbcinstitute.aspx. Acesso fev.
2014.
Devi, L., Ptasinski, Kr. J., Janssen, F. J.J.G, A review of the primary measures for tar
elimination in biomass gasification processes, Biomass and Bioenergy, v. 24, p. 125-140,
2003.
Dicks Andrew L, Rand David AJ. Fuel cell systems explained. 3rd ed. UK: John Wiley &
Sons Ltd; 2018.
Dybkjaer, I.; Christensen, T. S. Syngas for large scale conversion of natural gas to liquid fuels.
Studies in Surface Science and Catalysis, v. 136, p. 435-440, 2001.
Elsharnouby, O., Hafez, H., Nakhla, G., M., El Naggar, H., E. A critical literature review on
biohydrogen production by pure cultures. International Journal of Hydrogen Energy, v. 38:
4945-4966, 2013.
Enger, B. C.; Lødeng, R.; Holmen, A. A review of catalytic partial oxidation of methane to
synthesis gas w ith emphasis on reaction mechanisms over transition metal catalysts. Applied
Catalysis A: General, v. 346, n. 1-2, p. 1-27, 2008.
EPE. Empresa de Pesquisa Energética. Matriz Energética e Elétrica. 2018. Disponível em:
www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica. Acesso em 08 mar. 2019.
Erri, I., Lefebvre-Joud, F., Holtappels, P. et al. Strategic Energy Technology Plan: Scientific
Assessment in support of the Materials Roadmap enabling Low Carbon Energy Technologies:
Hydrogen and Fuel Cells. Publications Office of the European Union, 2012.
Ghirardi, M., L., Dubini, A., Yu, J., Maness, P., C. Photobiological hydrogen-producing
systems. Chemical Society Review, v. 38, p. 52-61, 2009.
Gutierrez-Guerra, N., Jimenez-Vazquez, M., Serrano-Ruiz, J., C., Valverde, J., L., De Lucas-
Consuegra, A. Electrochemical reforming vs. catalytic reforming of ethanol: a process energy
analysis for hydrogen production. Chemical Engineering Process Intensive, v. 95, p. 9-16,
2015.
Haldorai, Y. et al. Highly efficient hydrogen production via water splitting using Pt/TiO2
ternary hybrid composite as a catalyst under UV-visible light. Synthetic Metals, v. 199, p. 345-
352, 2015.
Hawkes, F., R., Dinsdale, R., Hawkes, D., L. International Journal of Hydrogen Energy, v.
27:1339, 2002.
Hisatomi, T., Kubota, J., Domen, K. Recent advances in semiconductors for photocatalytic and
photoelectrochemical water splitting. Chemical Society Reviews, v. 43, n. 22, p. 7520-7535,
2014.
Holladay, J. D., Wang, Y., Jones, E. Review of developments in portable hydrogen production
using microreactor technology. Chemical Reviews, v. 104, n. 10, p. 4767-4790, 2004.
Hosseini, S., E., Wahid, M., A., Jamil, M., M., Azli, A., A., Misbah, M., F. A review on
biomass-based hydrogen production for renewable energy supply. International Journal of
Energy Residues, v. 39(12), p. 1597-1615, 2016.
International Energy Agency (IEA). The Future of Hydrogen: Seizing today’s opportunities.
Report prepared for the G20 council in Japan, 2019.
Kadier, A., Simayi, Y., Abdeshahian, P., Azman, N., F., Chandrasekhar, K., Kalil, M., S. A
comprehensive review of microbial electrolysis cells (MEC) reactor designs and configurations
for sustainable hydrogen gas production, Alexandria Engineering Journal, v. 55, n. 1, p. 427-
443, 2016
Kapdan, I, Karapinar e Kargi, F. Bio-hydrogen production from waste materials. Enzyme and
Microbial Technology, 2006: 569-582.
Kapdan, I, Karapinar e Kargi, F. Bio-hydrogen production from waste materials. Enzyme and
Microbial Technology, 569-582, 2006.
Kapdan, I., K., Kargi F. Bio-hydrogen production from waste materials. Enzyme Microbial
Technologies, v. 38, p. 569-582, 2006.
Kasahara, S. et al. Current R&D status of thermochemical water splitting iodine sulfur process
in Japan Atomic Energy Agency. International Journal of Hydrogen Energy, v. 42, n. 19, p.
13477–13485, 2017.
Kazunari Sasaki JY, Li Hai-Wen, Ogura Teppei, Hayashi Akari, Lyth Stephen M, editors.
Hydrogen energy engineering: a Japanese perspective. Japan: Springer Japan; 2016.
Knob, D. Geração de hidrogênio por eletrólise da água utilizando energia solar fotovoltaica.
2013. 112 p. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências na Área de
Tecnologia Nuclear - Materiais, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
Lakaniemi, A. M., Tuovinen, O. H., Puhakka, J. Á. Anaerobic conversion of microalgal
biomass to sustainable energy carriers –A review. Bioresource Technology, v. 135: 222-231,
2013.
Li, Z., Cong, S., Xu, Y., M., Brookite vs Anatase TiO2 in the Photocatalytic Activity for
Organic Degradation in Water. Acs Catalysis, v. 4, n. 9, p. 3273-3280, 2014.
Liu J., Duan, X., Yuan, Z., Liu, Q., Tang Q. Experimental study on the performance,
combustion and emission characteristics of a high compression ratio heavy-duty spark-ignition
engine fuelled with liquefied methane gas and hydrogen blend. Appl Therm Eng, 124:585-94,
2017.
Lutz M. et al. Adiabatic magnesium hydride system for hydrogen storage based on
thermochemical heat storage: Numerical analysis of the dehydrogenation, Applied Energy,
vol. 236, p. 1034-1048, 2018.
M. Niermann et al, Liquid Organic Hydrogen Carrier (LOHC) - Assessment based on chemical
and economic properties, International Journal of Hydrogen Energy, 44, 6631-6654, 2019.
Marques, A. R.; Augusto, A. F.; Monteiro, P. T. O. O Hidrogénio como vector energético nos
Transportes. Seminário de Desenvolvimento Sustentável. Instituto Superior Técnico, Lisboa,
2004.
Mckendry, P., Energy production from biomass (part 2): conversion technologies, Bioresource
Technology, v. 83, p. 47-54, 2002.
Melian, E., P. et al. Hydrogen production using Pt-loaded TiO2 photocatalysts. International
Journal of Hydrogen Energy, v. 38, n. 27, p. 11737-11748, 2013.
Ni, M., Leung, D. Y.C., Leung, M. K.H, Sumathy, K., An overview of hydrogen production
from biomass, Fuel Processing Technology, v. 87, p. 461-472, 2006.
Niaz, S., Manzoor, T., Pandith, A., H. Hydrogen Storage: materials, methods and perspectives.
Renewable Sustainable Energy Reviews, v. 50, p. 457-469, 2015.
Ogden, J. M. Review of small stationary reformers for hydrogen production. Report to the
International Energy Agency. Disponível em:
<https://www.princeton.edu/pei/energy/publications/texts/Ogden_01_Review_of_small_statio
nary_reformers_for_hydrogen.pdf>. Acesso em: fev. 2014.
Peña, M., A., Gómez, J., P., Fierro, J., L., G. New catalytic routes for syngas and hydrogen
production. Applied Catalysis A: General, v. 144, n. 1-2, p. 7-57, 1996.
Ramos, L.; Zeppieri, S. Feasibility study for mega plant construction of synthesis gas to produce
ammonia and methanol. Fuel, v. 110, p. 141-152, 2013.
Rego de Vasconcelos, B., Lavoie J-M. Recent Advances in Power-to-X Technology for the
Production of Fuels and Chemicals. Frontiers in Chemistry, v. 7, p. 392, 2019.
Ren, J., Musyoka, N., M., Langmi, H., W., Mathe, M., Liao, S. Current research trends and
perspectives on materials-based hydrogen storage solutions: a critical review. International
Journal of Hydrogen Energy, v. 42(1), p. 289-311, 2017.
Requies, J., Cabrero, M., A., Barrio, V., L., Güemez, M., B., Cambra, J., F., Arias, P., L., Pérez-
Alonso, F., J., Ojeda, M., Peña, M. A., Fierro, J., L., G. Partial oxidation of methane to syngas
over Ni/MgO and Ni/La2O3 catalysts. Applied Catalysis A-General, v. 289, n. 2, p. 214-223,
2005.
Rivkin RBC, Buttner, W. Hydrogen technologies safety guide. USA: National Renewable
Energy Laboratory (NREL), 2015.
Rocha, K., O., Santos, J., B., O., Meira, D., Pizani, P., S., Marques, C., M., P., Zanchet, D.,
Bueno, J., M., C. Catalytic partial oxidation and steam reforming of methane on La2O3 - Al2O3
supported Pt catalysts as observed by X-ray absorption spectroscopy. Applied Catalysis A-
General, v. 431, p. 79-87, 2012.
Roh, H.-S., Eum, I., H., Jeong, D., W. Low temperature steam reforming of methane over Ni-
Ce(1-x)Zr(x)O2 catalysts under severe conditions. Renewable Energy, Oxford, v. 42, p. 212-
216, 2012.
Ruiz-López, E., Amores, E., De la Osa, A., R., Dorado, F., De Lucas-Consuegra, A,
Electrochemical reforming of ethanol in a membrane-less reactor configuration, Chemical
Engineering Journal, v. 379, p. 122289, 2020.
Sarkar, B., Tiwari, R., Singha, R., K., Suman, S., Ghosh, S., Acharyya, S., Mantri, K.,
Konathala, K., L., N., S., Pendem, C., Bal, R. Reforming of methane w ith CO2 over Ni
nanoparticle supported on mesoporous ZSM-5. Catalysis Today, Amsterdam, v. 198, n. 1, p.
209–214, 2012.
Saxena, R.C, Seal, D., Kumar, S., Goyal, H.B., Thermo-chemical routes for hydrogen rich gas
from biomass: A review, Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 12, p. 1909-1927,
2008.
Schiebahn, S., Grube, T., Robinius, M. et al. Power to gas: Technological overview, systems
analysis and economic assessment for a case study in Germany. International Journal of
Hydrogen Energy, v. 40, n. 12, p. 4285–4294, 2015.
Sem, B., Suttar, R., R. Mesophilic fermentative hydrogen production from sago starch-
processing wastewater using enriched mixed cultures. International Journal of Hydrogen
Energy, v. 37(20): 15588-15597, 2012.
Singh, L., Wahid, Z., A. Methods for enhancing bio-hydrogen production from biological
process: A review. Journal of Industrial and Engineering Chemistry, v. 25: 70-80, 2015.
Stambouli, A. B., Traversa, E. Solid oxide fuel cells (SOFCs): A review of an environmentally
clean and efficient source of energy. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 6, n. 5,
p. 433–455, 2002.
Tanksale, A., Beltramini, J., N., Lu, G., M. A review of catalytic hydrogen production processes
from biomass, Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 14, 166-182, 2010.
Ticianelli, E.A.; Camara, G.A.; Santos, L.G.R.A., Eletrocatálise das reações de oxidação de
hidrogênio e de redução de oxigênio, Quim. Nova, v.28, n.4, p.664-669, 2005.
U.S - D.E. US - Department of Energy (Office of Energy Efficiency and Renewable Energy).
2015. Disponível em: http://energy.gov/eere/fuelcells/fuel-cell-technologies-office. Acesso
em: fev. de 2019.
Ursua, A., Gandia, L., M., Sanchis, P. Hydrogen Production from Water Electrolysis: Current
Status and Future Trends. Proceedings of the IEEE, v. 100, n. 2, p. 410–426, 2012.
Wang, J., Wan, W. Kinetic models for fermentative hydrogen production: A review.
International Journal of Hydrogen Energy, v. 34: 3313-3323, 2009.
Xie, G., J., Feng, L., B., Ren, N., Q., Ding, J., Liu, C., Xing, D., F., Qian, G., W., Ren, H., Y.
Control strategies for hydrogen production through coculture of Ethanoligenens harbinense
B49 and immobilized Rhodopseudomonas faecalis RLD-53. International Journal of
Hydrogen Energy, v. 35, p. 1929-1935, 2010.
Yan, X., L., Hino, R. Nuclear Hydrogen Production Handbook. [s.l: s.n.], 2011.
Yukesh Kannah, R., Kavitha, S., Preethi, O., Karthikeyan, P., Kumar, G., N., V., Dai-Viet, J.,
Banu, R., Techno-economic assessment of various hydrogen production methods – A review.
Bioresource Technology, v. 319, p. 124175, 2021.
Zagrodnik, R., Laniecki, M. The role of pH control on biohydrogen production by single stage
hybrid dark- and photo-fermentation. Bioresources Technologies, v. 194, p. 187-195, 2015.
Zeng, K.; Zhang, D. Recent progress in alkaline water electrolysis for hydrogen production and
applications. Progress in Energy and Combustion Science, v. 36, n. 3, p. 307–326, 2010.
Zhai, X., Ding, S., Liu, Z., Jin, Y., Cheng, Y. Catalytic performance of Ni catalysts for steam
reforming of methane at high space velocity. International Journal of Hydrogen Energy, v.
36, n. 1, p. 482-489, 2011.
Zhang, F., Zhao, P., Niu, M., Maddy, J. The survey of key technologies in hydrogen energy
storage. International Journal of Hydrogen Energy, v. 41(33), p. 14535-14552, 2016.
Zhu, L., Jin, H., Gao, K., Xu, X. Succession of microbial community and enhanced mechanism
of a ZVI-based anaerobic granular sludge process treating chloronitrobenzenes wastewater.
Journal of Hazardous Materials, v. 285, p. 157-166, 2015.
Zhu, Q., Zhao, X., Deng, Y. Advances in the partial oxidation of methane to synthesis gas.
Journal of Natural Gas Chemistry, v. 13, n. 4, p. 191-203, 2004.