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Ofertando com propósito

Antes de considerar algumas questões sobre a oferta, vamos considerar brevemente


como Deus nos instrui no Velho e no Novo Testamento. Entendemos que a Lei do
Antigo Testamento não nos domina hoje. Sabemos, também, que muitas coisas no
Novo Testamento são mais fáceis de entender por causa de exemplos encontrados no
Velho Testamento. Por exemplo, o Novo Testamento fala sobre a santidade e a
longanimidade de Deus, mas voltamos ao Velho para compreender mais
profundamente o sentido dessas características importantes do nosso Senhor (2
Coríntios 6:16-7:1; 1 Pedro 3:20). O Novo Testamento condena idolatria, mas é o Velho
que define para nós o significado da palavra (1 Coríntios 10:7).

Quando falamos sobre ofertas, achamos exemplos em todas as épocas da história


bíblica. Caim e Abel ofertaram ao Senhor (Gênesis 4:3-5; Hebreus 11:4). Além dos
dízimos exigidos do povo de Israel, eles levaram ofertas para propósitos definidos por
Deus. Êxodo 25:1-9 fala sobre essas ofertas: "Disse o SENHOR a Moisés: Fala aos
filhos de Israel que me tragam oferta; de todo homem cujo coração o mover para
isso, dele recebereis a minha oferta. Esta é a oferta que dele recebereis: ouro, e
prata, e bronze, e estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de
cabra, e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles finas, e madeira de acácia,
azeite para a luz, especiarias para o óleo de unção e para o incenso aromático,
pedras de ônix e pedras de engaste, para a estola sacerdotal e para o peitoral. E
me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o
que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus
móveis, assim mesmo o fareis."

Exatamente como Deus mandou, Moisés usou as especiarias para fazer o óleo da
unção e o incenso aromático (Êxodo 30:22-38). As especiarias e o azeite mencionados
nesse trecho eram usados no dia-a-dia do povo para várias outras finalidades (veja 1
Reis 17:12-14; Cântico dos Cânticos 4:14; Ezequiel 27:19; Mateus 2:11; João 19:39).
Mas, uma vez ofertados para o trabalho do Senhor, eram separados para serem
usados como Deus definiu. Moisés misturou esses ingredientes, segundo a palavra de
Deus, e fez o óleo e o incenso para o tabernáculo. Deus claramente proibiu que eles
usassem o óleo ou o incenso para qualquer outro propósito: "Não se ungirá com ele o
corpo do homem que não seja sacerdote, nem fareis outro semelhante, da
mesma composição; é santo e será santo para vós outros" (Êxodo 30:32). "Porém
o incenso que fareis, segundo a composição deste, não o fareis para vós
mesmos; santo será para o SENHOR" (Êxodo 30:37).

Especiarias comuns foram dadas para os propósitos de Deus e usadas para fazer as
coisas necessárias para o serviço que ele pediu. Para usar essas coisas assim
"consagradas" para qualquer outra finalidade teria sido pecado digno da pena de morte
(Êxodo 30:33,38). Não é brincadeira! Usar por outras finalidades algo separado
especificamente para o serviço do Senhor levaria à morte!

No Novo Testamento, Deus pediu ofertas para os propósitos que ele mesmo definiu.
Ele deu instruções sobre a coleta nas igrejas locais para cuidar dos santos
necessitados (1 Coríntios 16:1-2). Também, ele falou que o dinheiro ofertado para
divulgar o evangelho era um sacrifício aceitável a Deus (Filipenses 4:18). É assim que
alguns evangelistas e presbíteros recebiam sustento de igrejas no primeiro século (1
Coríntios 9:14; Filipenses 4:14-17; 1 Timóteo 5:17-18).

Hoje, cada cristão deve contribuir para os propósitos que Deus definiu. O dinheiro pode
ser usado para comprar alimentos para os santos necessitados, ou para ajudar com
outras necessidades deles (Atos 6:1-4). Pode ser usado no trabalho espiritual da igreja,
ensinando o mundo e edificando os santos. Da mesma forma que compramos
alimentos para os irmãos pobres, podemos comprar as coisas necessárias para
divulgar a palavra e para reunir com nossos irmãos para a mútua edificação e a
adoração ao Senhor. Os primeiros cristãos arranjavam lugares para se reunir (Atos
2:26; 20:8; Romanos 16:5). Enquanto algumas igrejas se reuniam nas casas de alguns
irmãos, houve outros casos nos quais o local das reuniões era distinto das casas dos
irmãos (1 Coríntios 11:20,22). Seguindo estas orientações bíblicas, muitas igrejas usam
parte do dinheiro da oferta para fornecer locais (salões alugados, prédios próprios, etc.)
para se reunirem e fazer o trabalho que Deus mandou.

O dinheiro que ofertamos é uma coisa comum, que poderia ser usado para outras
finalidades. Antes de ofertar, cada pessoa tem controle e o direito de usar o dinheiro
conforme ela achar melhor (Atos 5:4). Mas, uma vez que ofertamos o nosso dinheiro
para os propósitos definidos por Deus, ele não é mais nosso. O dinheiro pertence à
igreja, e deve ser usado pela congregação dentro das instruções que Deus tem dado.

Podemos ver um paralelo importante aqui. Quando Moisés usou as especiarias doadas
para fazer óleo e incenso, ninguém tinha direito de fazer outro uso dessas coisas.
Quando a igreja usa dinheiro para comprar ou construir um prédio para fazer a obra do
Senhor, ninguém tem direito de fazer outras coisas com este local. O dinheiro foi
ofertado para fazer o trabalho de Deus. Aquele prédio não é um templo sagrado, mas é
uma coisa comprada com dinheiro dado para fazer a obra do Senhor. Um prédio
fornecido com o dinheiro da oferta poderá ser usado para fazer as obras que Deus
autorizou para a igreja: ensinar a palavra, fazer reuniões para adorar e edificar,
sustentar evangelistas ou presbíteros, abrigar santos necessitados, etc. Da mesma
forma que os judeus não tinham direito de usar o óleo e o incenso para outros fins, nós
devemos entender que o prédio da igreja não é salão de festas, nem restaurante, nem
comércio, nem colégio, nem ginásio de esportes. Festas, refeições sociais, e atividades
comerciais ou esportivas não fazem parte da missão da igreja. Não esqueçamos das
admoestações nas Escrituras:

"E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei_o em nome do
Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Colossenses 3:17).

"Estas coisas, irmãos, apliquei_as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por


vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que
está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento
de outro" (1 Coríntios 4:6).

"Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem
Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho" (2 João
9).

"Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende_vos de toda forma de


mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22).

Quem ousaria usar um local fornecido com o dinheiro da oferta para fazer coisas que
Deus nunca pediu?

Dennis Allan

 
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