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01 - Pergunta: "Quem é Deus? O que é Deus?” 
 
Como podemos conhecê-lo? 
 
Resposta: ​Quem é Deus? - O fato 
O fato da existência de Deus é tão visível, tanto através da criação quanto através 
da consciência do homem, que a Bíblia chama o ateu de "tolo" (Salmo 14:1). Assim, 
a Bíblia nunca tenta provar a existência de Deus, antes, ela supõe a Sua existência 
desde o início (Gênesis 1:1). O que a Bíblia faz é revelar a natureza, o caráter e a 
obra de Deus. 

Quem é Deus? – A Definição 


Pensar corretamente sobre Deus é de extrema importância porque uma falsa ideia 
sobre Deus é idolatria. Em Salmo 50:21, Deus reprova o ímpio com esta acusação: 
"Você pensa que eu sou como você?" Para começar, uma boa e resumida definição 
de Deus é "o Ser Supremo, o Criador e Regente de tudo o que existe; o Ser 
auto-existente que é perfeito em poder, bondade e sabedoria." 

Quem é Deus? - Sua Natureza 


Sabemos que certas coisas acerca de Deus são verdadeiras por uma razão: em Sua 
misericórdia Ele condescendeu a revelar algumas de Suas qualidades para nós. 
Deus é espírito, intangível por natureza (João 4:24). Deus é Um, mas existe como 
três pessoas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo (Mateus 3:16-17). Deus é 
infinito (1 Timóteo 1:17), incomparável (2 Samuel 7:22) e imutável (Malaquias 
3:6). Deus existe em todos os lugares (Salmos 139:7-12), sabe tudo (Mateus 11:21) 
e tem todo o poder e autoridade (Efésios 1; Apocalipse 19:6). 

Quem é Deus? – Seu Caráter 


Aqui estão algumas das características de Deus como reveladas na Bíblia: Deus é 
justo (Atos 17:31), amoroso (Efésios 2:4-5), verdadeiro (João 14:6) e santo (1 João 
1:5). Deus mostra compaixão (2 Coríntios 1:3), misericórdia (Romanos 9:15) e graça 
(Romanos 5:17). Deus julga o pecado (Salmos 5:5), mas também oferece o perdão 
(Salmos 130:4). 

Quem é Deus? - Sua Obra 


Não podemos compreender Deus longe de suas obras porque o que Deus faz flui de 
quem Ele é. Aqui está uma lista resumida das obras de Deus, passadas, presentes e 
futuras: Deus criou o mundo (Gênesis 1:1, Isaías 42:5); Ele ativamente sustenta o 
mundo (Colossenses 1:17); Ele está executando o Seu plano eterno (Efésios 1:11) 
que envolve a redenção do homem da maldição do pecado e da morte (Gálatas 
3:13-14); Ele atrai as pessoas para Cristo (João 6:44); Ele disciplina os Seus filhos 
(Hebreus 12:6) e Ele julgará o mundo (Apocalipse 20:11-15). 

Quem é Deus? - Um Relacionamento com Ele 


Na pessoa do Filho, Deus se encarnou (João 1:14). O Filho de Deus se tornou o Filho 
do homem e é, portanto, a "ponte" entre Deus e o homem (João 14:6, 1 Timóteo 
2:5). É somente através do Filho que podemos ter o perdão dos pecados (Efésios 
1:7), a reconciliação com Deus (João 15:15, Romanos 5:10) e a salvação eterna (2 
Timóteo 2:10). Em Jesus Cristo, "habita corporalmente toda a plenitude da 
divindade" (Colossenses 2:9). Assim, para saber realmente quem é Deus, tudo que 
temos que fazer é olhar para Jesus. 
 
02 - Pergunta: "Quais são os atributos de Deus? Como é Deus?" 
 
Resposta: ​A boa notícia, quando tentamos responder a esta pergunta, é que há 
muito que pode ser encontrado sobre Deus! Aqueles que examinarem esta 
explicação podem achar melhor ler o texto inteiramente; depois voltar e procurar 
pelas passagens Bíblicas selecionadas para elucidação. As referências às Escrituras 
são completamente necessárias, porque sem a autoridade da Bíblia, este monte de 
palavras não seria nem um pouco melhor do que a opinião dos homens, a qual por 
si só é quase sempre incorreta para entender Deus (Jó 42:7). Nem precisamos dizer 
o quanto é importante para nós tentarmos entender a natureza de Deus! Se não o 
fizermos, provavelmente vamos nos levantar, procurar e adorar falsos deuses 
contrários a Sua vontade (Êxodo 20:3-5). 
 
Apenas o que o próprio Deus escolheu de Si mesmo para ser revelado pode ser 
conhecido. Um dos atributos ou qualidades de Deus é “luz”, o que significa que Ele 
próprio Se revela (Isaías 60:19, Tiago 1:17). A realidade de que Deus revelou 
conhecimento sobre Si próprio não deve ser negligenciada, a fim de que nenhum 
de nós perca a oportunidade de entrar em Seu descanso (Hebreus 4:1). A Criação, 
a Bíblia e o Verbo feito carne (Jesus Cristo) irão nos ajudar a entender como é 
Deus. 
 
Vamos começar por entender que Deus é nosso Criador e que nós somos parte da 
Sua criação (Gênesis 1:1; Salmos 24:1). Deus disse que o homem é criado a Sua 
imagem. O homem está acima do resto da criação e recebeu domínio sobre ela 
(Gênesis 1:26-28). A criação se deteriorou pela 'queda', mas ainda assim nos dá um 
flash, uma rápida idéia da obra de Deus (Gênesis 3:17-18; Romanos 1:19-20). 
Considerando a vastidão, complexidade, beleza e ordem da criação, nós podemos 
ter uma idéia da grandiosidade e magnificência de Deus. 
 
A leitura de alguns dos nomes de Deus pode nos ajudar em nossa busca por como é 
Deus. Eles são os seguintes: 
 
Elohim – O Forte, divino (Gênesis 1:1) 
Adonai – Senhor, indicando uma relação de Mestre para servo (Êxodo 4:10, 13) 
El Elyon – O mais Alto, o mais Forte (Gênesis 14:20) 
El Roi – o Forte que enxerga (Gênesis 16:13) 
El Shaddai – Deus Todo-Poderoso (Gênesis 17:1) 
El Olam – eterno Deus (Isaías 40:28) 
Yahweh – SENHOR “Eu Sou”, significando o Deus eterno auto-existente (Êxodo 
3:13,14). 
 
Vamos agora continuar examinando mais dos atributos de Deus; Deus é eterno, o 
que significa que Ele não teve início e que a Sua existência jamais irá cessar. Ele é 
imortal, infinito (Deuteronômio 33:27; Salmos 90:2; 1 Timóteo 1:17). Deus é 
imutável, o que quer dizer que Ele não muda; isto significa que Ele é 
absolutamente confiável (Malaquias 3:6; Números 23:19; Salmos 102:26,27). Deus é 
incomparável, o que quer dizer que não há ninguém como Ele em obras ou ser; Ele 
é inigualável e perfeito (2 Samuel 7:22; Salmos 86:8; Isaías 40:25; Mateus 5:48). 
Deus é inescrutável, o que significa que Ele é imensurável, inencontrável, 
impossível de ser inteiramente entendido (Isaías 40:28; Salmos 145:3; Romanos 
11:33,34). 
 
Deus é justo, o que quer dizer que Ele não demonstra favoritismo por algumas 
pessoas (Deuteronômio 32:4; Salmos 18:30). Deus é onipotente, o que significa que 
Ele é todo-poderoso; Ele pode fazer qualquer coisa que Lhe agrada, mas as Suas 
ações estarão sempre de acordo com o resto de Seu caráter (Apocalipse 19:6; 
Jeremias 32:17, 27). Deus é onipresente, o que significa que Ele está sempre 
presente, em todos os lugares; isto não significa que Deus seja tudo (Salmos 
139:7-13; Jeremias 23:23). Deus é onisciente, o que significa que Ele conhece o 
passado, o presente e futuro, até mesmo aquilo que nós estamos pensando em 
qualquer dado momento; como Ele sabe tudo, Sua justiça será sempre 
administrada de forma justa (Salmos 139:1-5; Provérbios 5:21). 
 
Deus é um, o que significa não apenas que não haja outro, mas também que Ele é 
único em ser capaz de conhecer as mais profundas necessidades e anseios dos 
nossos corações, e somente Ele é digno da nossa adoração e devoção 
(Deuteronômio 6:4). Deus é reto, o que significa que Deus não pode e não irá 
ignorar o erro; é por causa da Sua retidão e justiça, para que nossos pecados 
fossem perdoados, que Jesus teve que experimentar o julgamento de Deus quando 
nossos pecados foram postos sobre Ele (Êxodo 9:27; Mateus 27:45,46; Romanos 
3:21-26). 
 
Deus é soberano, o que significa que Ele é supremo; toda a Sua criação posta 
junta, conhecedora ou não-conhecedora, não pode impedir os Seus propósitos 
(Salmos 93:1; 95:3; Jeremias 23: 20). Deus é espírito, o que significa que Ele é 
invisível (João 1:18; 4:24). Deus é uma Trindade, o que quer dizer que Ele é três 
em um, de mesma substância, com poderes e glória iguais. Note na primeira 
passagem da Escritura citada que o 'nome' é singular, apesar de se referir a três 
Pessoas distintas - “Pai, Filho e Espírito Santo” (Mateus 28:19; Marcos 1:9-11). Deus 
é verdade, o que significa que Ele está de acordo com tudo o que Ele é. Ele irá 
permanecer incorruptível e não pode mentir (Salmos 117:2; 1 Samuel 15:29). 
 
Deus é santo, o que significa que Ele está separado de toda poluição moral e a ela 
é hostil. Deus vê tudo o que é mal, e o mal O deixa enfurecido; o fogo é 
usualmente mencionado nas Escrituras junto com a santidade. Refere-se a Deus 
como um fogo que consome (Isaías 6:3; Habacuque 1:13; Êxodo 3:2,4,5; Hebreus 
12:29). Deus é gracioso – isto incluiria Sua bondade, benevolência, misericórdia e 
amor, que são palavras que apenas de longe descrevem Sua bondade. Se não fosse 
pela graça de Deus, teríamos a impressão de que todos os Seus outros atributos nos 
excluiriam Dele. Felizmente, este não é o caso, pois Ele deseja conhecer a cada 
um de nós pessoalmente (Êxodo 34:6; Salmos 31:19; 1 Pedro 1:3; João 3:16; João 
17:3). 
 
Esta foi apenas uma tentativa modesta de responder a uma pergunta tão grande 
quanto Deus. Por favor, sinta-se fortemente encorajado a continuar procurando 
por Ele (Jeremias 29:13). 
 
03 - Pergunta: "Deus é masculino ou feminino?" 
 
Resposta: ​Ao examinar as Escrituras, dois fatos ficam bem claros: primeiro, Deus é 
Espírito e não possui características humanas ou limitações; segundo, todas as 
evidências encontradas nas Escrituras concordam com o fato de que Deus Se 
revelou à humanidade na forma masculina. Antes de tudo, a verdadeira natureza 
de Deus precisa ser entendida. Deus é uma pessoa, obviamente, porque Deus 
demonstra todas as características de uma pessoa: Deus tem uma mente, vontade, 
intelecto e emoções. Deus se comunica, tem relacionamentos, e as ações pessoais 
de Deus são evidenciadas por toda a Bíblia. 
 
Como João 4:24 diz: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem 
em espírito e em verdade.” Já que Deus é um ser espiritual, Deus não possui 
características humanas físicas. No entanto, às vezes a linguagem figurativa é 
usada nas Escrituras para descrever Deus com características humanas – isso é 
chamado “antropomorfismo”. Antropomorfismo é apenas uma forma que Deus (um 
ser espiritual) usa para comunicar certas verdades sobre Sua natureza à 
humanidade, seres físicos. Já que o homem é um ser físico, o homem é limitado na 
sua capacidade de compreender as coisas que vão além do reino físico, e 
antropomorfismo na Bíblia ajuda o homem a entender quem Deus é. 
 
Parte da dificuldade vem ao se examinar o fato de que o homem é criado à 
imagem de Deus. Gênesis 1:26-27 diz: “Também disse Deus: Façamos o homem à 
nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do 
mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e 
sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua 
imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” 
 
O que isso significa é que tanto o homem quanto a mulher foram criados à imagem 
de Deus, pois eles são mais magnificentes do que o resto da criação; eles, como 
Deus, têm uma mente, vontade, intelecto, emoções e capacidade moral. Animais 
não possuem essa capacidade moral e também não possuem um componente 
imaterial como o resto da humanidade possui. Gênesis nos diz que quando o 
homem foi criado por Deus, Deus o criou à Sua imagem. A imagem de Deus é o 
fator espiritual que apenas o homem possui. Deus criou o homem para ter um 
relacionamento com Deus; o homem é a única parte da criação projetada para esse 
propósito. 
 
Tendo dito isso, o homem e a mulher são os únicos projetados à imagem de Deus – 
eles não são “cópias exatas” de Deus, e o fato de que há homens e mulheres não 
indica que Deus tenha características masculinas e femininas. Lembre-se: ser 
criado à imagem de Deus não tem nada a ver com características físicas. 
 
Sabemos que Deus é um ser espiritual e não possui características físicas. No 
entanto, isso não limita como Deus pode escolher Se revelar para a humanidade. 
As Sagradas Escrituras contêm toda a revelação que Deus deu ao homem sobre Si 
mesmo, e por isso devem ser a única fonte objetiva de informação sobre Deus. Ao 
olhar o que a Bíblia nos diz, há várias observações das evidências sobre a forma na 
qual Deus Se revela à humanidade: 
 
Para começar, as Escrituras contêm quase 170 referências a Deus como “Pai”. Isso 
implica que uma pessoa não pode ser um pai a menos que seja masculino. Se o 
objetivo de Deus tivesse sido o de Se revelar ao homem na forma feminina, então a 
palavra “mãe” teria sido usada nessas passagens, não “pai”. Tanto no Velho como 
no Novo Testamento, pronomes masculinos são usados frequentemente em 
referência a Deus. 
 
Jesus Cristo se referiu a Deus como Pai várias vezes, e em outros casos usou 
pronomes masculinos em referência a Deus. Só nos Evangelhos, por exemplo, Cristo 
usa o termo “Pai” em direta referência a Deus quase 160 vezes. De interesse 
particular é o que Cristo anunciou em João 10:30. Ele diz aqui: “Eu e o Pai somos 
um”. Certamente, Jesus Cristo veio à terra na forma de um homem humano para 
morrer na cruz como pagamento pelos pecados do mundo e, como Deus Pai, foi 
revelado à humanidade na forma masculina. As Escrituras registram vários outros 
exemplos onde Cristo utilizou substantivos e pronomes masculinos em referência a 
Deus. 
 
As Epístolas do Novo Testamento (de Atos a Apocalipse) também contêm quase 900 
versos onde a palavra “theos” – um substantivo masculino no grego – é usada em 
direta referência a Deus. Na maioria dos casos, essa palavra é traduzida como 
“Deus” nas versões em inglês. 
 
Nas inúmeras referências a Deus na Bíblia, há um padrão claro e consistente de 
passagens sobre Deus com títulos, substantivos e pronomes masculinos. Embora 
Deus não seja homem, mas sim Espírito, Ele escolheu a forma masculina para Se 
revelar à humanidade. Do mesmo modo, Jesus Cristo, a quem a Bíblia também se 
refere com títulos, substantivos e pronomes masculinos, andou na terra de forma 
masculina. Os profetas do Velho Testamento e os Apóstolos do Novo Testamento 
referem-se a Deus e a Jesus Cristo com nomes e títulos masculinos. Deus escolheu 
Se revelar nessa forma para que o homem pudesse mais facilmente entender quem 
Deus realmente é. Fazer a afirmação de que Deus escolheu a forma feminina para 
se revelar ao homem não é consistente com o padrão estabelecido pela Bíblia. 
Novamente, se Deus tivesse escolhido a forma feminina, acharíamos mais 
evidência para tal nas Escrituras. Essa evidência simplesmente não existe. Embora 
Deus leve certas coisas em consideração para ajudar a humanidade a melhor 
entendê-lO, é importante não tentar “forçar e colocar Deus numa caixa”, por 
assim dizer, ao impor-Lhe limitações que não são apropriadas à Sua verdadeira 
natureza. 
 
04 - Pergunta: "Como devo entender o conceito de Deus Pai?" 
 
Resposta: ​“Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fôssemos 
chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, 
porque não o conheceu” (1 João 3:1). Esta passagem começa com um comando: 
"Vejam". João quer que observemos as manifestações do amor do Pai. Ele 
introduziu o tema do amor de Deus no capítulo anterior (1 João 2:5, 15), discute-o 
brevemente aqui e explica-o detalhadamente no quarto capítulo. O propósito de 
João é descrever o tipo de amor que o Pai dá aos Seus filhos: "como é grande o 
amor." A palavra grega traduzida em "como é grande" é encontrada somente seis 
vezes no Novo Testamento e sempre implica espanto e admiração. 
 
O que é interessante notar aqui é que João não diz: "O Pai nos ama". Ao fazer isso, 
ele estaria descrevendo uma condição. Em vez disso, ele nos diz que o Pai 
"derramou" o Seu amor em nós e isso, por sua vez, retrata uma ação e a medida do 
amor de Deus. Também é interessante notar que João escolheu a palavra "Pai" de 
propósito. Essa palavra implica a relação pai-filho. No entanto, Deus não se tornou 
pai ao adotar-nos como filhos. A paternidade de Deus é eterna. Ele é eternamente 
o Pai de Jesus Cristo, e através de Jesus é o nosso Pai. Através de Jesus recebemos 
o amor do Pai e somos chamados de "filhos de Deus". 
 
Que honra saber que Deus nos chama de Seus filhos e nos dá a certeza de que, 
como Seus filhos, somos herdeiros e co-herdeiros com Cristo (Romanos 8:17). Em 
seu Evangelho, João também nos diz que Deus dá o direito de se tornarem filhos de 
Deus a todos os que em fé recebem Cristo como o Senhor e Salvador (João 1:12). 
Deus estende Seu amor ao Seu Filho Jesus Cristo e, através dele, a todos os Seus 
filhos adotivos. 
 
Então, quando João nos diz: "isso é o que somos!", ele declara a realidade da nossa 
posição em Cristo. Agora, neste exato momento, somos Seus filhos. Em outras 
palavras, esta não é uma promessa que Deus cumprirá no futuro. Não, a verdade é 
que já somos filhos de Deus. Desfrutamos de todos os direitos e privilégios 
acarretados pelo nosso conhecimento de Deus como o nosso Pai. Por sermos Seus 
filhos, experimentamos do Seu amor. Por sermos Seus filhos, reconhecemo-lo como 
o nosso Pai, pois temos um conhecimento experiencial de Deus. Colocamos a nossa 
confiança e fé naquele que nos ama, cuida de nossas necessidades e nos protege 
assim como nossos pais terrenos devem fazer. Assim também como os pais terrenos 
devem fazer, Deus disciplina os Seus filhos quando desobedecem ou ignoram os 
Seus mandamentos. Ele faz isso para o nosso bem, "para que participemos da sua 
santidade" (Hebreus 12:10). 
 
As Escrituras descrevem de muitas maneiras aqueles que amam e obedecem a 
Deus. Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Romanos 8:17), somos 
sacerdotes santos (1 Pedro 2:5), somos novas criaturas (2 Coríntios 5:17) e somos 
participantes da natureza divina (2 Pedro 1:4). Entretanto, mais do que qualquer 
uma das descrições acima - mais importante do que qualquer título ou cargo - é o 
simples fato de que somos filhos de Deus e que Ele é o nosso Pai celestial. 
 
05 - Pergunta: "Quais são os diferentes nomes de Deus e o que significam?" 
 
Resposta: ​Cada um dos muitos nomes de Deus descreve um aspecto diferente do 
seu caráter multifacetado. Aqui estão alguns dos nomes mais conhecidos de Deus 
na Bíblia: 
 
EL, ELOAH: ​Deus "poderoso, forte, proeminente" (Gênesis 7:1, Isaías 9:6) - 
etimologicamente, El parece significar "poder", como em "Tenho o poder para 
prejudicá-los" (Gênesis 31:29). El é associado com outras qualidades, tais como 
integridade (Números 23:19), zelo (Deuteronômio 5:9) e compaixão (Neemias 
9:31), mas a raiz original de ‘poder’ continua. 
 
ELOHIM: ​Deus "Criador, Poderoso e Forte" (Gênesis 17:7; Jeremias 31:33) - a forma 
plural de Eloah, a qual acomoda a doutrina da Trindade. Da primeira frase da 
Bíblia, a natureza superlativa do poder de Deus é evidente quando Deus (Elohim) 
fala para que o mundo exista (Gênesis 1:1). 
 
EL SHADDAI: ​"Deus Todo-Poderoso", "O Poderoso de Jacó" (Gênesis 49:24; Salmo 
132:2,5) - fala do poder supremo de Deus sobre todos. 
 
ADONAI: ​"Senhor" (Gênesis 15:2; Juízes 6:15) - usado no lugar de YHWH, o qual os 
judeus achavam ser sagrado demais para ser pronunciado por homens pecadores. 
No Antigo Testamento, YHWH é mais utilizado em tratamentos de Deus com o Seu 
povo, enquanto que Adonai é mais utilizado quando Ele lida com os gentios. 
 
YHWH / YAHWEH / JEOVÁ: ​"SENHOR" (Deuteronômio 6:4, Daniel 9:14) - a rigor, o 
único nome próprio para Deus. Traduzido nas bíblias em português como "SENHOR" 
(com letras maiúsculas) para distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do nome 
é primeiramente dada a Moisés "Eu sou quem eu sou" (Êxodo 3:14). Este nome 
especifica um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente, acessível, perto 
dos que o invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo 25:11) e 
orientação (Salmo 31:3). 
 
JEOVÁ-JIRÉ: ​"O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o nome utilizado por Abraão 
quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque. 
 
JEOVÁ-RAFA: ​"O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) - "Eu sou o Senhor que te sara", 
tanto em corpo e alma. No corpo, através da preservação e da cura de doenças, e 
na alma, pelo perdão de iniquidades. 
 
JEOVÁ-NISSI: ​"O Senhor é minha bandeira" (Êxodo 17:15), onde por bandeira 
entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha. Esse nome comemora a 
vitória sobre os amalequitas no deserto em Êxodo 17. 
 
JEOVÁ-MAKADESH: ​"O Senhor que santifica, torna santo" (Levítico 20:8, Ezequiel 
37:28) - Deus deixa claro que apenas Ele, e não a lei, pode purificar o Seu povo e 
fazê-los santos. 
 
JEOVÁ-SHALOM: ​"O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) - o nome dado por Gideão ao 
altar que ele construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe assegurado de que não 
morreria como achava que morreria depois de vê-lO. 
 
JEOVÁ-ELOIM: ​"Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo 59:5) - uma combinação do 
singular nome YHWH e o nome genérico "Senhor", significando que Ele é o Senhor 
dos senhores. 
 
JEOVÁ-TSIDIKENU: ​"O Senhor nossa justiça" (Jeremias 33:16) - Tal como acontece 
com Jeová-Makadesh, só Deus proporciona a justiça para o homem, em última 
instância, na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, o qual tornou-se pecado por nós 
"para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21). 
 
JEOVÁ-ROHI: ​"O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) - Depois de Davi ponderar sobre 
seu relacionamento como um pastor de ovelhas, ele percebeu que era exatamente 
a mesma relação de Deus com ele, e assim declara: "Yahweh-Rohi é o meu Pastor. 
Nada me faltará" (Salmo 23:1). 
 
JEOVÁ-SHAMMAH: ​"O Senhor está ali" (Ezequiel 48:35) - o nome atribuído a 
Jerusalém e ao templo lá, indicando que o outrora partida glória do Senhor 
(Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel 44:1-4). 
 
JEOVÁ-SABAOTH: ​"O Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:24, Salmos 46:7) - Exércitos 
significa "hordas", tanto dos anjos quanto dos homens. Ele é o Senhor dos exércitos 
dos céus e dos habitantes da terra, dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, 
mestres e escravos. O nome expressa a majestade, poder e autoridade de Deus e 
mostra que Ele é capaz de realizar o que determina a fazer. 
 
EL ELIOM: ​"Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) - derivado da raiz hebraica para "subir" 
ou "ascender", então a implicação refere-se a algo que é muito alto. El Elyon 
denota a exaltação e fala de um direito absoluto ao senhorio. 
 
EL ROI: ​"Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome atribuído a Deus por Agar, sozinha 
e desesperada no deserto depois de ter sido expulsa por Sara (Gênesis 16:1-14). 
Quando Agar encontrou o Anjo do Senhor, ela percebeu que tinha visto o próprio 
Deus numa teofania. Ela também percebeu que El Roi a viu em sua angústia e 
testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo. 
 
EL-OLAM: ​"Deus eterno" (Salmo 90:1-3) - A natureza de Deus não tem princípio, 
fim e nem quaisquer limitações de tempo. Deus contém dentro de Si mesmo a 
causa do próprio tempo. "De eternidade a eternidade, tu és Deus." 
 
EL-GIBOR: ​"Deus Poderoso" (Isaías 9:6) - o nome que descreve o Messias, Jesus 
Cristo, nesta porção profética de Isaías. Como um guerreiro forte e poderoso, o 
Messias, o Deus Forte, vai realizar a destruição dos inimigos de Deus e governar 
com cetro de ferro (Apocalipse 19:15). 
 
06 - Pergunta: "Deus existe? Existem evidências da existência de Deus?" 
 
Resposta: ​A existência de Deus não pode ser provada ou refutada. A Bíblia diz que 
devemos aceitar pela fé o fato de que Deus existe: "Sem fé é impossível agradar a 
Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa 
aqueles que o buscam" (Hebreus 11:6). Se Deus assim desejasse, Ele poderia 
simplesmente aparecer e provar para o mundo inteiro que Ele existe. Mas se 
fizesse isso, não haveria necessidade de fé. "Então Jesus lhe disse: ‘Porque me viu, 
você creu? Felizes os que não viram e creram’" (João 20:29). 
 
Isso não significa, porém, que não há provas da existência de Deus. A Bíblia diz: 
"Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. 
Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite. Sem discurso nem 
palavras, não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas 
palavras, até os confins do mundo" (Salmo 19:1-4). Observar as estrelas, 
compreender a vastidão do universo, admirar as maravilhas da natureza, enxergar 
a beleza de um pôr do sol - todas estas coisas apontam para um Deus Criador. Se 
tudo isso ainda não fosse suficiente, também há evidência de Deus em nossos 
próprios corações. Eclesiastes 3:11 nos diz: "... Também pôs no coração do homem 
o anseio pela eternidade." Temos o reconhecimento dentro de nós de que há algo 
além desta vida e alguém além deste mundo. Podemos até negar este 
conhecimento intelectualmente, mas a presença de Deus em nós e ao nosso redor 
ainda é óbvia. Apesar disso, a Bíblia nos adverte de que alguns ainda vão negar a 
existência de Deus: "Diz o tolo em seu coração: ‘Deus não existe’" (Salmo 14:1). 
Uma vez que a grande maioria das pessoas ao longo da história, em todas as 
culturas, em todas as civilizações, e em todos os continentes acreditam na 
existência de algum tipo de Deus, deve haver algo (ou alguém) causando esta 
crença. 
 
Além dos argumentos bíblicos para a existência de Deus, existem argumentos 
lógicos. Em primeiro lugar, existe o argumento ontológico. A forma mais popular 
do argumento ontológico usa o conceito de Deus para provar a existência de Deus. 
Ele começa com a definição de Deus como "um ser do qual nada maior pode ser 
concebido." Em seguida, é argumentado que existir é maior do que não existir e, 
portanto, o maior ser concebível deve existir. Se Deus não existisse, então Deus 
não seria o maior ser concebível, o que estaria em contradição com a própria 
definição de Deus. 
 
Um segundo argumento é o argumento teleológico. O argumento teleológico afirma 
que já que o universo apresenta um projeto tão incrível, deve ter havido um 
designer divino. Por exemplo, se a Terra fosse significativamente mais perto ou 
mais longe do sol, não seria capaz de suportar a maior parte da vida que 
atualmente sustenta. Se os elementos na nossa atmosfera fossem apenas alguns 
pontos percentuais diferentes, quase todos os seres vivos na terra morreriam. As 
chances de uma única molécula de proteína se formar ao acaso é de 1 em 10.243 
(ou seja, 1 seguido de 243 zeros). Uma única célula é constituída por milhares de 
moléculas de proteína. 
 
Um terceiro argumento lógico para a existência de Deus é chamado de argumento 
cosmológico. Todo efeito deve ter uma causa. Este universo e tudo nele é um 
efeito. Deve haver algo que causou tudo a existir. Em última análise, deve haver 
alguma coisa "não-causada" a fim de fazer com que todo o resto passasse a existir. 
Essa causa "sem causa" é Deus. 
 
Um quarto argumento é conhecido como o argumento moral. Cada cultura ao longo 
da história tem tido alguma forma de lei. Todo mundo tem um senso de certo e 
errado. Assassinar, mentir, roubar e imoralidade são quase universalmente 
rejeitados. De onde veio este senso de certo e errado se não de um Deus santo? 
 
Apesar de tudo isto, a Bíblia nos diz que as pessoas irão rejeitar o conhecimento 
claro e inegável de Deus e acreditarão em uma mentira em seu lugar. Romanos 
1:25 declara: "Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a 
coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém." A 
Bíblia também proclama que as pessoas não têm desculpa para não acreditarem 
em Deus: "Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu 
eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo 
compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são 
indesculpáveis" (Romanos 1:20). 
 
As pessoas afirmam não acreditar em Deus porque “não é científico” ou “porque 
não há prova”. A verdadeira razão é que, quando se admite que há um Deus, 
também é necessário aceitar que devem ter responsabilidade para com Deus e que 
precisam do Seu perdão (Romanos 3:23; Romanos 6:23). Se Deus existe, então 
devemos prestar contas das nossas ações a Ele. Se Deus não existe, então podemos 
fazer o que quisermos sem termos de nos preocupar com o Seu julgamento sobre 
nós. É por isso que muitos dos que negam a existência de Deus se agarram tão 
fortemente à evolução naturalista – isso lhes dá uma alternativa a acreditar em um 
Deus Criador. Deus existe e todo mundo sabe, no fim das contas, que Ele existe. O 
próprio fato de que alguns tentam tão agressivamente provar que Ele não existe é 
em si um argumento para a Sua existência. 
 
Como sabemos que Deus existe? Como cristãos, sabemos que Deus existe porque 
falamos com Ele todos os dias. Nós não audivelmente o escutamos falando 
conosco, mas sentimos a Sua presença, sentimos a Sua liderança, conhecemos o 
Seu amor, desejamos a Sua graça. Certas coisas têm acontecido em nossas vidas 
que não têm outra explicação possível que não seja Deus. Deus tem tão 
milagrosamente nos salvado e mudado as nossas vidas que não podemos deixar de 
reconhecer e louvar a Sua existência. Nenhum destes argumentos pode persuadir 
alguém que se recusa a reconhecer o que já é evidente. No final, a existência de 
Deus deve ser aceita pela fé (Hebreus 11:6). A fé em Deus não é um salto cego no 
escuro; mas um passo seguro em um quarto bem iluminado, onde a grande maioria 
das pessoas já estão presentes. 
 
07 - Pergunta: "Deus é real? Como posso saber com certeza que Deus é real?" 
 
Resposta: ​Sabemos que Deus é real porque Ele Se revelou a nós de três formas: na 
criação, na Sua Palavra e em Seu Filho, Jesus Cristo. 
 
A prova mais básica da existência de Deus é simplesmente o que Ele fez. “Porque 
as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, 
como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão 
criadas, para que eles (incrédulos) fiquem inescusáveis” (Romanos 1:20). “Os céus 
declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmos 
19:1). 
 
Se eu encontrasse um relógio de pulso no meio de um campo, eu não iria pensar 
que ele simplesmente “apareceu” do nada ou que sempre existiu. Baseado em seu 
design, eu iria pressupor que alguém projetou suas formas. Mas eu vejo um design 
tão mais grandioso e preciso no mundo que nos cerca. Nossa medida de tempo não 
é baseada em relógios de pulso, mas na obra das mãos de Deus: na rotação regular 
da terra (e nas propriedades radioativas do átomo do césio-133). O universo exibe 
grandioso design, e isto exige um Grandioso Projetista. 
 
Se eu encontrasse uma mensagem cifrada, eu buscaria um especialista que me 
auxiliasse na decodificação. Eu presumiria que há um emissor inteligente, alguém 
que criou o código. Quão complexo é o “código” do DNA que carregamos em cada 
célula de nossos corpos? Não é verdade que a complexidade e propósito do DNA 
exigem que haja um Escritor Inteligente para este código? 
 
Deus não apenas fez o mundo físico de modo complexo, elaborado e 
detalhadamente ajustado, mas Ele também fez penetrar um senso de eternidade 
no coração de cada pessoa (Eclesiastes 3:11). A espécie humana tem uma 
percepção inata de que há mais entre o céu e a terra do que meramente aquilo 
que se vê, que há uma existência maior de que esta rotina secular. Nosso senso de 
eternidade se manifesta de pelo menos duas formas: na criação das leis e na 
adoração. 
 
Através da história, todas as civilizações valorizam certas leis morais, que são 
surpreendentemente parecidas em cada cultura. Por exemplo, o ideal de amor é 
universalmente valorizado, enquanto a mentira é universalmente condenada. Este 
aspecto moral em comum, ou seja, esta compreensão global entre o certo e o 
errado, aponta para o Supremo Ser Moral que em nós imprimiu estes princípios. 
 
Da mesma forma, independentemente da cultura, os povos de todo o mundo 
sempre cultivaram um sistema de adoração. O objeto da adoração pode variar, 
mas o sentido de haver um “poder maior” é uma parte inegável da condição 
humana. Somos propensos a adorar, o que está em harmonia com o fato de Deus 
ter nos criado “à Sua própria imagem” (Gênesis 1:27). 
 
Deus também Se revelou a nós através de Sua Palavra, a Bíblia. Através das 
escrituras, a existência de Deus é tratada como um fato evidente por si só (Gênesis 
1:1; Êxodo 3:14). Quando Benjamin Franklin escreveu sua autobiografia, ele não 
perdeu tempo tentando provar sua própria existência. Da mesma forma, Deus não 
gasta muito tempo provando Sua própria existência em Seu livro. A Bíblia, com sua 
natureza transformadora de vidas, sua integridade e milagres ocorridos durante o 
período em que foi escrita poderiam ser suficientes para justificar um olhar mais 
atento. 
 
A terceira forma pela qual Deus Se revelou é através de Seu Filho, Jesus Cristo 
(João 14:6-11). “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo 
era Deus... E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós.” (João 1:1, 14). Em Jesus 
Cristo “habita corporalmente toda a plenitude de divindade” (Colossenses 2:9). 
 
Na surpreendente vida de Jesus, Ele guardou perfeitamente toda a lei do Velho 
Testamento e cumpriu as profecias a respeito do Messias (Mateus 5:17). Ele agiu 
inúmeras vezes demonstrando compaixão e fez inúmeros milagres públicos, tudo 
para validar Sua mensagem e testemunhar a favor de sua divindade (João 
21:24-25). Então, três dias após Sua crucificação, Ele ressuscitou dentre os mortos, 
um fato afirmado por centenas de testemunhas oculares (I Coríntios 15:6). Os 
registros da história estão cheios de “provas” de quem é Jesus. Como disse o 
Apóstolo Paulo: “... porque isto não se fez em qualquer canto” (Atos 26:26). 
 
Sabemos que sempre haverá céticos com suas próprias idéias a respeito de Deus, e 
que de acordo com estas idéias, interpretarão estas provas. E haverá alguns que 
nenhuma quantidade de provas será capaz de convencer (Salmos 14:1). No final, o 
mais importante aspecto é a fé (Hebreus 11:6). 
 
08 - Pergunta: "O que significa que Deus é eterno?" 
 
Resposta: ​A palavra eterno significa "perpétuo, sem começo e sem fim." Salmo 
90:2 nos diz sobre a eternidade de Deus: "Antes de nascerem os montes e de 
criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus." Já que os seres 
humanos usam o tempo para medir tudo, é muito difícil conceber o conceito de 
algo que não teve começo, tem sempre existido e sempre existirá. No entanto, a 
Bíblia não tenta provar a existência de Deus ou a Sua eternidade, mas apenas 
começa com a frase "No princípio Deus..." (Gênesis 1:1), indicando que no início do 
tempo registrado, Deus já existia. A duração que se estende sem limite ao passado 
e a duração sem limite ao futuro, de tempos eternos a tempos eternos, Deus foi e 
será para sempre. 
 
Quando Moisés foi comissionado por Deus para ir aos israelitas com uma mensagem 
Sua, Moisés não tinha certeza do que dizer se perguntassem-lhe qual era o nome 
de Deus. A resposta de Deus é mais reveladora: "Disse Deus a Moisés: ‘Eu Sou o que 
Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês’” (Êxodo 3:14). 
Isto revela a verdadeira essência de Deus, Sua auto-existência e que Ele é o Ser dos 
seres. Também descreve sua eternidade e imutabilidade, bem como a Sua 
constância e fidelidade no cumprimento de Suas promessas do passado, presente e 
futuro. O sentido é, não apenas sou o que sou no momento, mas continuarei a ser 
o que tenho sido e o que sempre serei. As próprias palavras de Deus sobre a Sua 
eternidade falam conosco das páginas das Escrituras. 
 
Jesus Cristo, Deus encarnado, também constatou a Sua divindade e eternidade às 
pessoas do Seu dia ao declarar-lhes: "Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, 
Eu Sou!" (João 8:58). É evidente que Jesus estava afirmando ser Deus em carne 
porque os judeus, ao ouvir esta declaração, tentaram apedrejá-lo até a morte. 
Para os judeus, declarar ser o Deus eterno era uma blasfêmia digna de morte 
(Levítico 24:16). Jesus estava afirmando ser eterno, assim como o Pai é eterno. 
Isso foi declarado novamente por João a respeito da natureza de Cristo: "No 
princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus" (João 1:1). 
Antes dos registros dos tempos, Jesus e o Pai eram um em essência e 
compartilhavam igualmente o atributo da eternidade. 
 
Romanos 1:20 diz-nos que a natureza eterna de Deus e o Seu eterno poder são 
revelados através da Sua criação. Todos os homens veem e entendem esse aspecto 
da natureza de Deus pelo testemunho dos vários aspectos da ordem criada. O sol e 
os corpos celestes continuam em suas órbitas século após século. As estações vão e 
vêm em seu tempo determinado, as árvores produzem folhas na primavera e 
perdem-nas no outono. Ano após ano as coisas continuam, e ninguém pode parar 
ou alterar o plano de Deus. Tudo isso comprova o poder eterno de Deus e o Seu 
plano para a Terra. Um dia, Ele criará um novo céu e nova terra e eles, como Ele, 
continuarão por toda a eternidade. Nós que pertencemos a Cristo mediante a fé 
continuaremos por toda a eternidade também, compartilhando a eternidade do 
nosso Deus, em cuja imagem fomos criados. 
 
09 - Pergunta: "O que significa dizer que Deus é infinito?" 
 
Resposta: ​A natureza infinita de Deus significa simplesmente que Deus existe 
aparte de, e não é limitado pelo tempo ou espaço. Infinito significa simplesmente 
"sem limites". Quando nos referimos a Deus como "infinito", geralmente usamos 
termos como onisciência, onipotência, onipresença para referir-nos a Ele. 
 
A onisciência significa que Deus é onisciente, ou seja, Ele tem conhecimento 
ilimitado. Seu conhecimento infinito é o que o qualifica como governante e juiz 
soberano sobre todas as coisas. Deus não apenas sabe de tudo que acontecerá, mas 
também de todas as coisas que poderiam ter acontecido. Nada pega Deus de 
surpresa, e ninguém pode esconder o pecado dEle. Há muitos versículos na Bíblia 
onde Deus revela esse aspecto de Sua natureza. Um deles é 1 João 3:20: "... Deus é 
maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas." 
 
A onipotência significa que Deus é todo-poderoso, ou seja, Ele tem poder 
ilimitado. Ter todo o poder é importante porque estabelece a capacidade de Deus 
de realizar a Sua vontade soberana. Porque Deus é onipotente e tem poder 
infinito, nada pode impedir que a Sua vontade decretada venha a acontecer, e 
nada pode deter ou atrapalhar Seus propósitos divinos de serem cumpridos. Há 
muitos versículos na Bíblia em que Deus revela esse aspecto de Sua natureza. Um 
deles é Salmo 115:3: "O nosso Deus está nos céus, e pode fazer tudo o que lhe 
agrada." Ou, ao responder à pergunta dos discípulos: "Neste caso, quem pode ser 
salvo?" (Mateus 19:25), Jesus diz: "Para o homem é impossível, mas para Deus todas 
as coisas são possíveis" (Mateus 19:26). 
 
A onipresença significa que Deus está sempre presente. Não há nenhum lugar onde 
se possa ir para escapar da presença de Deus. Deus não é limitado pelo tempo ou 
espaço. Ele está presente em cada ponto do tempo e espaço. A presença infinita 
de Deus é importante porque estabelece que Deus é eterno. Deus sempre existiu e 
sempre existirá. Antes do início dos tempos, Deus já era. Antes que o mundo ou 
até mesmo a matéria em si tivesse sido criada, Deus já era. Ele não tem começo 
nem fim, e nunca houve um tempo quando Ele não existia, nem haverá um tempo 
em que deixará de existir. Novamente, muitos versículos na Bíblia nos revelam 
este aspecto da natureza de Deus, e um deles é o Salmo 139:7-10: "Para onde 
poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu 
subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. 
Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a 
tua mão direita me guiará e me susterá." 
 
Porque Deus é infinito, também se diz que Ele é transcendente, ou seja, Deus vai 
muito além da Sua criação e é tanto maior do que a criação quanto independente 
dela. O que isto significa é que Deus vai muito além de nossa capacidade de 
compreender plenamente que, se não tivesse revelado a Si mesmo, não 
poderíamos saber ou entender como Ele é. Entretanto, felizmente, Deus não nos 
deixou ignorantes sobre Si mesmo. Em vez disso, revelou-se a nós através da 
revelação geral (criação e nossa consciência) e da revelação especial (a Palavra 
escrita de Deus, a Bíblia, e a Palavra viva de Deus, Jesus Cristo). Portanto, 
podemos conhecer a Deus, e podemos saber como nos reconciliar com Ele e como 
viver segundo a Sua vontade. Apesar de sermos finitos e de Deus ser infinito, 
podemos conhecer e compreendê-lo assim como Se revelou a nós. 
 
10 - Pergunta: "Que aparência tem Deus?" 
 
Resposta: ​Deus é espírito (João 4:24), portanto, Sua aparência não se parece com 
nada que possamos descrever. Êxodo 33:20 nos diz: "Não poderás ver a minha face, 
porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá." Como seres humanos 
pecadores, somos incapazes de ver Deus em toda a Sua glória. Sua aparência é 
totalmente inimaginável e muito gloriosa para ser seguramente percebida pelo 
homem pecador. 
 
Em várias ocasiões, a Bíblia descreve a aparência de Deus como sendo semelhante 
a de um homem. Estes casos não devem ser entendidos como descrevendo 
exatamente a aparência de Deus, mas sim como Deus se revelando a nós de uma 
forma que possamos compreender. A aparência de Deus vai além da nossa 
capacidade de compreender e descrever. Deus nos dá vislumbres de Sua aparência 
para nos ensinar verdades sobre Si próprio, não necessariamente para que 
possamos ter uma imagem dEle em nossas mentes. Duas passagens que 
poderosamente descrevem a aparência surpreendente de Deus são Ezequiel 
1:26-28 e Apocalipse 1:14-16. 
 
Ezequiel 1:26-28 declara: “E por cima do firmamento, que estava por cima das 
suas cabeças, havia algo semelhante a um trono que parecia de pedra de safira; e 
sobre esta espécie de trono havia uma figura semelhante à de um homem, na parte 
de cima, sobre ele. E vi-a como a cor de âmbar, como a aparência do fogo pelo 
interior dele ao redor, desde o aspecto dos seus lombos, e daí para cima; e, desde 
o aspecto dos seus lombos e daí para baixo, vi como a semelhança de fogo, e um 
resplendor ao redor dele. Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da 
chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor.” Apocalipse 1:14-16 proclama: 
“E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus 
olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se 
tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas. E 
ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois 
fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.” 
 
Essas passagens representam as melhores tentativas de Ezequiel e João para 
descrever a aparência de Deus. Eles tiveram que usar uma linguagem simbólica 
para descrever aquilo para o qual a linguagem humana não tem palavras, ou seja, 
"semelhante","como a aparência", "como o aspecto", etc. Sabemos que quando 
estivermos no céu "assim como é o veremos" (1 João 3:2). O pecado não mais 
existirá, e seremos capazes de perceber Deus em toda a Sua glória. 
 
11 - Pergunta: "Como é Deus?" 
 
Resposta: ​AW Tozer escreveu: "'Como é Deus?’ Se por essa pergunta queremos 
dizer 'Como é Deus em si mesmo?’ Não há resposta. Se queremos dizer 'O que Deus 
tem revelado sobre si mesmo que a razão reverente possa compreender?' Há, 
acredito, uma resposta tanto plena quanto satisfatória." 
 
Tozer está certo quando afirma que não podemos saber como Deus é em relação a 
si mesmo. O livro de Jó declara: "Porventura, desvendarás os arcanos de Deus ou 
penetrarás até à perfeição do Todo-Poderoso? Como as alturas dos céus é a sua 
sabedoria; que poderás fazer? Mais profunda é ela do que o abismo; que poderás 
saber?" (Jó 11:7-8). 
 
No entanto, podemos perguntar o que Deus revelou sobre si mesmo em sua Palavra 
e na criação que "a razão reverente" possa compreender. 
 
Quando Moisés foi dirigido por Deus para ir ao faraó egípcio e exigir a libertação 
dos israelitas, Moisés perguntou a Deus: "Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu 
vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; 
e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?" (Êxodo 3:13). 
 
A resposta que Deus deu a Moisés foi simples, mas muito reveladora: "Disse Deus a 
Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me 
enviou a vós outros" (Êxodo 3:14). O texto hebraico no versículo 14 diz 
literalmente: "Eu sou quem sou." 
 
Este nome se refere ao fato de que Deus é pura existência, ou o que alguns 
chamam de pura realidade. A pura realidade é aquilo que EXISTE sem a 
possibilidade de não existir. Dito de outra forma, muitas coisas podem ​ter 
existência (por exemplo, seres humanos, animais, plantas), mas só uma coisa pode 
ser​ existência. Outras coisas têm "ser", mas apenas Deus é o Ser. 
 
O fato de que somente Deus é o Ser leva a pelo menos cinco verdades sobre como 
é Deus - que tipo de ser Ele é. 
 
Em primeiro lugar, só Deus é um ser auto-existente e a primeira causa de tudo o 
que existe. João 5:26 diz simplesmente: "o Pai tem vida em si mesmo." Paulo 
pregou: “Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; 
pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (Atos 17:25). 
 
Em segundo lugar, Deus é um ser necessário. Um ser necessário é aquele cuja 
inexistência é impossível. Só Deus é um ser necessário; todas as outras coisas são 
seres contingentes, o que significa que poderiam não existir. No entanto, se Deus 
não existisse, então nada mais existiria. Só Ele é o ser necessário pelo qual tudo 
mais atualmente existe – esse é um fato que Jó declara: "Se Deus pensasse apenas 
em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne 
juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó" (Jó 34:14-15). 
 
Em terceiro lugar, Deus é um ser pessoal. A palavra pessoal, neste contexto, não 
descreve a personalidade (por exemplo, engraçado, extrovertido, etc.); pelo 
contrário, significa "ter intenção." Deus é um ser intencional que cria e dirige 
eventos de acordo com a sua vontade. O profeta Isaías escreveu: "Lembrai-vos das 
coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e 
não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de 
acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o 
meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Isaías 46:9-10). 
 
Em quarto lugar, Deus é um ser trino. Esta verdade é um mistério, mas a toda a 
Escritura e a vida em geral atesta a este fato. A Bíblia articula claramente que há 
um só Deus: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR" 
(Deuteronômio 6:4). Entretanto, a Bíblia também declara que há uma pluralidade 
de Deus. Antes de Jesus ascender ao céu, Ele ordenou a seus discípulos: "Ide, 
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do 
Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). Observe o "nome" singular no versículo; 
ele não diz "nomes", o que iria transmitir três deuses. Há um nome que pertence às 
três Pessoas que compõem a divindade. 
 
A Escritura em vários lugares se refere claramente a Deus Pai, a Deus Filho (Jesus) 
e a Deus o Espírito Santo. Por exemplo, o fato de que Jesus possuindo 
auto-existência é a primeira causa de tudo é indicado nos primeiros versículos de 
João: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que 
foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens" (João 1:3-4). A 
Bíblia também diz que Jesus é um ser necessário: "Ele é antes de todas as coisas. 
Nele, tudo subsiste" (Colossenses 1:17). 
 
Em quinto lugar, Deus é um ser amoroso. Da mesma forma que podem existir 
muitas coisas, mas só uma coisa pode ser existência, as pessoas e outros seres 
vivos podem possuir e experimentar o amor, mas só uma coisa pode ser amor. 
Primeiro João 4:8 faz a afirmação ontológica simples: "Deus é amor". 
 
Como é Deus? Deus é o único que pode dizer: "eu sou o que sou." Deus é pura 
existência, auto-existente e a fonte de tudo aquilo que possui existência. Ele é o 
único ser necessário, é proposital/pessoal e possui tanto unidade quanto 
diversidade. 
 
Deus também é amor. Ele lhe convida a buscá-lo e descobrir o amor que Ele tem 
por você em sua Palavra, a Bíblia, e na vida do Seu Filho Jesus Cristo, aquele que 
morreu pelos seus pecados e fez um caminho para que você pudesse viver com o 
Senhor por toda a eternidade. 
 
12 - Pergunta: "Deus tem um corpo físico?" 
 
Resposta: ​Tanto a Bíblia quanto a boa filosofia relatam que Deus não é um ser 
físico, ou seja, Ele é um espírito. Em João 4:24, diz-se que Deus é espírito (veja 
também Lucas 24:39; Romanos 1:20; Colossenses 1:15; 1 Timóteo 1:17). Em parte, 
é por isso que nada material deve ser usado para representar Deus (Êxodo 20:4). 
Por outro lado, isso também pode ser mostrado ao refletir-se sobre o que Deus é. 
Filosoficamente, a mesma verdade vem à tona. Tudo o que é criado é 
necessariamente finito e limitado. Mas a primeira causa (Deus) não foi criada e, 
portanto, deve ser não-finita ou infinita. O que vai além do finito deve, por 
definição, ser infinito, e a Bíblia declara que Deus vai além da criação (1 Reis 8:27; 
Jó 11:7-9; Isaías 66:1-2; Colossenses 1:17). O que é físico não pode ser infinito — 
pois você não pode adicionar partes finitas até que atinjam o infinito. Portanto, 
Deus é espírito em oposição ao físico/material em Seu Ser. Isso não significa que 
Ele não possa assumir uma aparência física. Deus não é composto de matéria nem 
de qualquer outra substância imaginável. Ele também não pode ser medido, não é 
espacial e não tem uma localização verdadeira (a Sua presença é um conceito 
diferente). 
 
O conhecimento dessa verdade pode nos ajudar a entender o discurso metafórico 
frequentemente usado para descrever Deus ou, mais frequentemente, as ações de 
Deus nas Escrituras. No caso de Deus, uma vez que toda a finitude é negada a 
partir de uma afirmação, o que resta é o que é realmente verdadeiro. Se nada 
resta, então é uma metáfora pura. Algumas metáforas usam atributos da própria 
criação (2 Samuel 22:3). Outras usam os atributos do homem (antropomorfismo — 
Deuteronômio 33:27). Dessa maneira, podemos partir do que sabemos pela 
experiência ao que sabemos através das metáforas. Por exemplo, quando as 
Escrituras descrevem o poderoso braço de Deus, sabemos que os braços são por 
definição limitados — mas o poder não é. Portanto, o poderoso braço de Deus é na 
verdade um poder ilimitado para agir (o que chamamos de onipotência). Quando as 
Escrituras descrevem a mente de Deus, sabemos que as mentes são limitadas, mas 
o conhecimento não é. A mente de Deus é realmente o Seu conhecimento infinito 
(o que chamamos de onisciência). 
 
Houve momentos na Bíblia em que Deus apareceu em um corpo físico para ser visto 
pelos homens de uma forma que pudessem enxergar sem perigo para si mesmos. 
Porque Deus disse: "ninguém verá a minha face e viverá" (Êxodo 33:20), Ele 
escolheu em certos momentos Se revelar em forma humana. Essas ocorrências são 
chamadas de teofanias (Gênesis 12:7-9; 18:1-33; 32:22-30). Toda teofania em que 
Deus assume a forma humana prenuncia a encarnação, onde Deus assumiu a forma 
de um homem para viver entre nós como Emanuel, "Deus conosco" (Mateus 1:23). 
 
13 - Pergunta: "Por que Deus Se refere a Si mesmo no plural em Gênesis 1:26 e 
3:22?" 
 
Resposta: ​Gênesis 1:26 diz: "E Deus disse: — Façamos o ser humano à nossa 
imagem, conforme a nossa semelhança. Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, 
sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre 
todos os animais que rastejam pela terra." Gênesis 3:22 declara: "Então o Senhor 
Deus disse: — Eis que o homem se tornou como um de nós..." Há outras passagens 
no Antigo Testamento em que Deus Se refere a Si mesmo usando construções 
plurais. Também é interessante notar que ​Elohim​, um dos principais títulos de 
Deus no Antigo Testamento (ocorrendo mais de 2.500 vezes), está na forma plural. 
 
Algumas pessoas têm usado esses versículos para supor que há mais de um Deus. 
No entanto, podemos descartar o politeísmo (crença em vários deuses), porque isso 
contradiz inúmeras outras Escrituras que nos dizem que Deus é um e que existe 
apenas um Deus. Só em Isaías 45 vemos Deus declarar três vezes: "Eu sou o Senhor, 
e não há outro; além de mim não há Deus" (versículos 5, 6, 18). 
 
Uma segunda explicação possível para Deus Se referir a Si mesmo no plural é que 
Ele estava incluindo os anjos em Sua declaração. Ao dizer "nós" e "nosso", Deus 
estava falando de toda a hoste celestial, inclusive a Si mesmo. No entanto, a Bíblia 
em nenhum lugar afirma que os anjos têm a mesma "imagem" ou "semelhança" que 
Deus (veja Gênesis 1:26). Essa descrição é dada apenas à humanidade. 
 
Visto que a Bíblia, e especialmente o Novo Testamento, apresenta Deus como uma 
Trindade (três pessoas, mas apenas um Deus), Gênesis 1:26 e 3:22 só podem 
representar uma conversa dentro da Trindade. Deus Pai está tendo uma "conversa" 
com Deus Filho e Deus Espírito Santo. O Antigo Testamento sugere a pluralidade de 
Deus, e o Novo Testamento esclarece essa pluralidade com a doutrina da Trindade. 
Obviamente, não há como entender completamente como isso funciona, mas Deus 
nos deu informações suficientes para saber que Ele existe em três Pessoas — Pai, 
Filho e Espírito Santo. 
 
14 - Pergunta: "O que a Bíblia ensina a respeito da Trindade?" 
 
Resposta: ​A coisa mais difícil a respeito do conceito cristão da Trindade é que não 
há maneira de explicá-lo adequadamente. A Trindade é um conceito impossível de 
ser totalmente compreendido por qualquer ser humano, quanto mais explicado. 
Deus é infinitamente maior do que nós, por isso não devemos esperar que sejamos 
capazes de compreendê-Lo totalmente. A Bíblia ensina que o Pai é Deus, que Jesus 
é Deus e que o Espírito Santo é Deus. A Bíblia também ensina que há um só Deus. 
Mesmo podendo compreender alguns fatos sobre a relação das diferentes pessoas 
da Trindade umas com as outras, no geral, a Trindade é incompreensível à mente 
humana. Entretanto, não significa que não seja verdade ou fora dos ensinamentos 
da Bíblia. 
 
Ao estudar este assunto, lembre-se de que a palavra “Trindade” não é usada nas 
Escrituras. Este é um termo usado em uma tentativa de descrever o Deus triúno, e 
o fato de haver 3 pessoas co-existentes e co-eternas perfazendo um só Deus. 
Compreenda que DE JEITO ALGUM se sugere aqui que haja 3 Deuses. A Trindade é 
1 Deus feito de 3 pessoas. Não há nada errado em usar o termo “Trindade”, mesmo 
que esta palavra não se encontre na Bíblia. É mais prático dizer a palavra 
“Trindade” do que dizer “3 pessoas co-existentes e co-eternas perfazendo um só 
Deus”. Se isto for problema para você, considere isto: a palavra avô também não é 
usada na Bíblia. Mesmo assim, sabemos que havia avôs na Bíblia. Abraão foi avô de 
Jacó. Então, não fique obcecado com termo “Trindade”. O que realmente importa 
é que o conceito REPRESENTADO pela palavra “Trindade” existe nas Escrituras. 
Terminada esta introdução, mostraremos versículos bíblicos na discussão sobre a 
Trindade. 
 
1) Há um só Deus: Deuteronômio 6:4; I Coríntios 8:4; Gálatas 3:20; I Timóteo 2:5. 
 
2) A Trindade consiste de três Pessoas: Gênesis 1:1; 1:26; 3:22; 11:7; Isaías 6:8; 
48:16; 61:1; Mateus 3:16-17; 28:19; II Coríntios 13:14. Nas passagens do Velho 
Testamento, algum conhecimento de hebraico é de grande ajuda. Em Gênesis 1:1, 
é usado o substantivo plural “Elohim”. Em Gênesis 1:26; 3:22; 11:7 e Isaías 6:8, o 
pronome plural equivalente a “nós” é usado. “Elohim” e “nós” se referem a mais 
de duas pessoas, NÃO há dúvidas. Em português, temos apenas duas variações 
quanto ao número, singular e plural. Em hebraico, temos três formas: singular, 
dual e plural. Dual é para dois, APENAS. Em hebraico, a forma dual é usada para 
coisas que vêm em pares, como olhos, orelhas e mãos. A palavra “Elohim” e o 
pronome “nós” são formas de plural – definitivamente mais de dois, e devem estar 
se referindo a três ou mais (Pai, Filho, Espírito Santo). 
 
Em Isaías 48:16 e 61:1, o Filho está falando enquanto faz referência ao Pai e ao 
Espírito Santo. Compare Isaías 61:1 com Lucas 4:14-19 para ver que é o Filho 
falando. Mateus 3:16-17 descreve o acontecimento do batismo de Jesus. Nele se vê 
o Deus Espírito Santo descendo sobre o Deus Filho enquanto o Deus Pai proclama 
Seu prazer no Filho. Mateus 28:19 e II Coríntios 13:14 são exemplos de 3 pessoas 
distintas na Trindade. 
 
3) Os membros da Trindade são distintos uns dos outros em várias passagens: No 
Velho Testamento, “SENHOR” é diferenciado de “Senhor” (Gênesis 19:24; Oséias 
1:4). O “SENHOR” tem um “Filho” (Salmos 2:7, 12; Provérbios 30:2-4). Espírito é 
distinto de “SENHOR” (Números 27:18) e de “Deus” (Salmos 51:10-12). Deus o Filho 
é diferenciado de Deus o Pai (Salmos 45:6-7; Hebreus 1:8-9). No Novo Testamento, 
João 14:16-17 é onde Jesus fala ao Pai sobre enviar um Ajudador, o Espírito Santo. 
Isto demonstra que Jesus não considerava a Si mesmo como sendo o Pai ou o 
Espírito Santo. Considere também todas as outras vezes, nos Evangelhos, onde 
Jesus fala ao Pai. Estava Ele falando consigo mesmo? Não. Ele falava com uma 
outra pessoa na Trindade, o Pai. 
 
4) Cada membro da Trindade é Deus: O Pai é Deus: João 6:27; Romanos 1:7; I 
Pedro 1:2. O Filho é Deus: João 1:1, 14; Romanos 9:5, Colossenses 2:9; Hebreus 
1:8; I João 5:20. O Espírito Santo é Deus: Atos 5:3-4; I Coríntios 3:16 (Aquele que 
habita é o Espírito Santo: Romanos 8:9; João 14:16-17; Atos 2:1-4). 
 
5) A subordinação dentro da Trindade: As Escrituras mostram que o Espírito Santo é 
subordinado ao Pai e ao Filho, e o Filho é subordinado ao Pai. Esta é uma relação 
interna, e não nega a divindade de nenhuma das pessoas da Trindade. Esta é 
simplesmente uma área que nossas mentes finitas não conseguem compreender, 
em vista do Deus infinito. Em relação ao Filho, veja: Lucas 22:42; João 5:36; João 
20:21; I João 4:14. Em relação ao Espírito Santo veja: João 14:16; 14:26; 
15:26;16:7 e principalmente João 16:13-14. 
 
6) As tarefas dos membros individuais da Trindade: O Pai é a fonte máxima ou 
causa de: 1) o universo (I Coríntios 8:6; Apocalipse 4:11); 2) revelação divina 
(Apocalipse 1:1); 3) salvação (João 3:16-17); e 4) as obras humanas de Jesus (João 
5:17;14:10). O Pai PRINCIPIA todas estas coisas. 
 
O Filho é o agente através do qual o Pai faz as seguintes obras: 1) A criação e 
manutenção do universo (I Coríntios 8:6; João 1:3; Colossenses 1:16-17); 2) divina 
revelação (João 1:1; Mateus 11:27; João 16:12-15; Apocalipse 1:1); e 3) salvação (II 
Coríntios 5:19; Mateus 1:21; João 4:42). O Pai faz todas estas coisas através do 
Filho, que funciona como Seu agente. 
 
O Espírito Santo é o meio pelo qual o Pai faz as seguintes obras: 1) criação e 
manutenção do universo (Gênesis 1:2; Jó 26:13; Salmos 104:30); 2) divina 
revelação (João 16:12-15; Efésios 3:5; II Pedro 1:21); 3) salvação (João 3:6; Tito 
3:5; I Pedro 1:2); e 4) feitos de Jesus (Isaías 61:1; Atos 10:38). Então faz assim o 
Pai todas estas coisas pelo poder do Espírito Santo. 
 
Nenhuma das ilustrações populares são descrições completamente apuradas da 
Trindade. O ovo (ou maçã) falha porque a casca, a clara e a gema são partes do 
ovo, e não são o ovo, cada qual separadamente. O Pai, Filho e Espírito Santo não 
são partes de Deus, cada um Deles é Deus. A ilustração da água é de alguma forma 
melhor, mas ainda falha em adequadamente descrever a Trindade. Líquido, vapor 
e gelo são estados da água. O Pai, Filho e Espírito Santo não são formas ou estados 
de Deus, mas cada qual separadamente é Deus. Então, enquanto estas ilustrações 
podem nos dar uma idéia da Trindade, esta não se faz totalmente precisa. Um 
Deus infinito não poderá ser totalmente descrito por uma ilustração finita. Em vez 
de focalizar na Trindade, tente focalizar na grandeza de Deus e Sua natureza 
infinitamente maior que a nossa. “Ó profundidade das riquezas, tanto da 
sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão 
inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou 
quem foi seu conselheiro?” (Romanos 11:33-34). 
 
15 - Pergunta: "Por que há tanta diferença entre Deus no Velho Testamento e 
no Novo Testamento?" 
 
Resposta: ​Creio que no coração desta pergunta se encontra um engano 
fundamental a respeito das revelações feitas sobre a natureza de Deus no Velho e 
no Novo Testamento. Outra maneira de expressar este mesmo pensamento básico 
é quando as pessoas dizem: “O Deus do Velho Testamento é um Deus de ira, 
enquanto o Deus do Novo Testamento é um Deus de amor.” A Bíblia é a progressiva 
revelação de Deus a respeito de Si mesmo a nós através de eventos históricos e 
através de Seu relacionamento com as pessoas através da história. Este fato 
poderia contribuir para a interpretação errônea sobre como é Deus no velho 
Testamento, se comparado com o Novo Testamento. Entretanto, quando se lê 
tanto o Velho quanto o Novo Testamento, rapidamente se torna evidente que Deus 
não é diferente de um Testamento para o outro e que tanto a ira de Deus como 
também Seu amor são revelados nos dois Testamentos. 
 
Por exemplo, através de todo o Velho Testamento, declara-se que Deus é 
“misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade” 
(Êxodo 34:6; Números 14:18; Deuteronômio 4:31; Neemias 9:17; Salmos 86:5; 
Salmos 86:15; Salmos 108:4; Salmos 145:8; Joel 2:13). No Novo Testamento, a 
bondade, amor e misericórdia se manifestam de maneira ainda mais abundante 
pelo fato de que “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho 
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida 
eterna” (João 3:16). Ao longo do Velho Testamento, também observamos que Deus 
lida com Israel de um jeito bem parecido com o que um pai amoroso lida com um 
filho. Quando eles deliberadamente pecaram contra Ele e começaram a adorar 
ídolos, Deus os disciplinou, mas mesmo assim os livrava cada uma das vezes, 
quando se arrependiam de sua idolatria. É desta forma que vemos Deus lidando 
com os cristãos no Novo Testamento. Por exemplo, Hebreus 12:6 nos diz que 
“porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” 
 
De forma parecida, através do Velho Testamento vemos o julgamento e ira de Deus 
derramados sobre pecadores que não se arrependeram. Sobre a ira de Deus, vemos 
também no Novo Testamento: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre 
toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça” 
(Romanos 1:18). Mesmo em uma leitura rápida do Novo Testamento, fica logo 
evidente que Jesus fala mais no inferno do que no céu. Então, claramente, Deus 
não é diferente no Velho e no Novo Testamento. Deus, por Sua própria natureza, é 
imutável (Ele não muda). Mesmo que possamos ver um aspecto de Sua natureza, 
mais do que outros, revelado em certas passagens das Escrituras, Ele mesmo não 
muda. 
 
Quando se começa a ler e estudar a Bíblia, se torna evidente que Deus não é 
diferente no Velho e no Novo Testamento. Apesar de ser a Bíblia um livro 
composto de sessenta e seis livros individuais, escritos em dois (ou possivelmente 
três) continentes, em três línguas diferentes, através de um período de 
aproximadamente 1500 anos, por mais de 40 autores (vindos de diferentes 
atividades e ofícios), continua a Bíblia, mesmo assim, um livro consistente em sua 
unidade, do começo ao fim, sem contradições. Nisto vemos quão amoroso, 
misericordioso e justo é Deus ao lidar com os homens pecadores, em todos os tipos 
de situação. Verdadeiramente, a Bíblia é a carta de amor de Deus para a 
humanidade. O amor de Deus por sua criação, especialmente pela humanidade, é 
evidente por todas as Escrituras. Por toda a Bíblia podemos ver Deus chamando a 
todos, com amor e misericórdia, para terem com Ele um relacionamento especial, 
não porque mereçam, mas porque Ele é um Deus de graça e misericórdia, tardio 
em irar-se e cheio de amor, bondade e verdade. Mas mesmo assim, vemos um Deus 
justo e santo, que é juiz de todos aqueles que desobedecem a Sua palavra e se 
recusam a adorá-lo, e ao invés disso, se voltam para a adoração de deuses feitos 
por suas próprias mãos, adorando ídolos e outros deuses ao invés de adorar o único 
Deus Verdadeiro (Romanos 1). 
 
Por causa do caráter justo e santo de Deus, todos os pecados, presente, passado e 
futuro, devem ser julgados. Mesmo assim, em Seu infinito amor, Ele providenciou 
um pagamento pelo pecado e um caminho de reconciliação para que o homem 
pecador possa escapar de Sua ira. Vemos esta maravilhosa verdade em versos como 
I João 4:10: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em 
que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” 
No Velho Testamento, Deus providenciou um sistema sacrificial pelo qual se fizesse 
expiação pelo pecado, mas este sistema sacrificial era apenas temporário e 
meramente enquanto se aguardava a vinda de Jesus Cristo, que morreria na cruz 
para fazer a expiação substituta e definitiva pelo pecado. O Salvador que fora 
prometido no Velho Testamento é revelado de maneira mais completa no Novo 
Testamento, e a máxima expressão do amor de Deus, que foi enviar Seu filho Jesus 
Cristo, é revelada em toda a sua glória. Tanto o Velho quanto o Novo Testamento 
foram dados para fazer o homem “sábio para a salvação” (II Timóteo 3:15). 
Quando os estudamos mais de perto, o Velho e o Novo Testamento, torna-se mais 
evidente que Deus não é diferente entre um e outro. 
 
16 - Pergunta: "Quem criou Deus? De onde veio Deus?" 
 
Resposta: ​O ateísta Bertrand Russel escreveu em seu livro “Por que não sou um 
Cristão” que, se é verdade que todas as coisas precisam de uma causa, então Deus 
também precisa de uma causa. A partir daí ele concluiu que se Deus precisava de 
uma causa, então Deus não era Deus (e se Deus não é Deus, então, logicamente, 
não há Deus). Esta foi simplesmente uma forma um pouco mais sofisticada da 
pergunta infantil: “Quem criou Deus?” Até uma criança sabe que as coisas não 
surgem do nada, então se Deus é uma “coisa”, então Ele deve também deve ter 
uma causa, certo? 
 
A pergunta é ardilosa porque escorrega na falsa suposição de que Deus vem de 
algum lugar e depois pergunta que lugar seria este. A resposta é que nem a própria 
pergunta tem sentido. É como se perguntássemos: “Como é o cheiro do azul?” Azul 
não está na categoria de coisas que têm cheiro, então a pergunta é, em si, 
errônea. Da mesma forma, Deus não se encontra na categoria de coisas que são 
criadas ou que vêm a existir, ou são causadas. Deus é “não-causado” e 
“não-criado”: Ele simplesmente existe. 
 
Como sabemos disso? Bem, sabemos que do nada, nada pode surgir. Então, se 
alguma vez já houve um tempo em que não existia absolutamente nada, então 
nada jamais viria a existir. Mas as coisas existem. Por isso, uma vez que nunca 
pode ter havido o nada absoluto, alguma coisa deve ter sempre existido. Esta coisa 
que sempre existiu (Isaías 57:15) é o que chamamos Deus. Salmo 90:1-2 diz: 
"Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes 
nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és 
Deus." 
 
17 - Pergunta: "Deus é amor: o que isto significa?" 
 
Resposta: ​Deus é amor: o que isto significa? Primeiramente vamos observar como a 
Palavra de Deus, a Bíblia, descreve “amor”, e então veremos algumas maneiras de 
como isto se aplica a Deus. “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; 
o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com 
indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga 
com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo 
suporta. O amor nunca falha...” (I Coríntios 13:4-8a). 
 
Esta é a descrição de Deus para o amor. Isto é como Ele é, e os cristãos devem 
fazer disto sua meta (mesmo que sempre em processo). A maior expressão do amor 
de Deus é a nós comunicada em João 3:16 e Romanos 5:8: “Porque Deus amou o 
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que 
nele crê (em Jesus Cristo) não pereça, mas tenha a vida eterna.” “Mas Deus prova 
o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda 
pecadores.” Nestes versos podemos ver que o maior desejo de Deus é que nos 
juntemos a Ele em Seu lar eterno, o céu. Ele tornou isto possível pagando o preço 
por nossos pecados. Ele nos ama por sua própria escolha, um ato de Sua própria 
vontade. “Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões a uma se 
acendem” (Oséias 11:8b). O amor perdoa. “Se confessarmos os nossos pecados, ele 
é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I João 
1:9). 
 
O amor (Deus) não Se impõe a ninguém. Os que vêm a Ele o fazem em resposta a 
Seu amor. O amor (Deus) demonstra bondade a todos. O amor (Jesus) andou 
espalhando o bem a todos, sem favoritismos. O amor (Jesus) não desejou o que 
pertencia a outros, vivendo uma vida humilde, sem reclamações. O amor (Jesus) 
não se vangloriou de quem Ele era em carne, mas poderia ter demonstrado força a 
qualquer um com quem teve contato. O amor (Deus) não impõe a obediência. Deus 
não exigiu a obediência de Seu Filho, mas ao invés disso, Jesus voluntariamente 
obedeceu a Seu Pai nos céus. “mas, assim como o Pai me ordenou, assim mesmo 
faço, para que o mundo saiba que eu amo o Pai.” (João 14:31). O amor (Jesus) 
sempre esteve e está cuidando dos interesses de outros. 
 
Esta pequena descrição do amor revela uma vida sem interesses centrados em si 
mesmo, em contraste com a vida egoísta do homem natural. Surpreendentemente, 
através do Espírito Santo, Deus deu a capacidade de amar, como Ele ama, àqueles 
que recebem Seu Filho Jesus como seu Salvador pessoal de pecados (veja João 
1:12; I João 3:1, 23,24). Que desafio e privilégio! 
 
18 - Pergunta: "Deus se arrepende?" 
 
Resposta: ​Malaquias 3:6 declara: "Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó 
filhos de Jacó, não sois consumidos." Semelhantemente, Tiago 1:17 noz diz: "Toda 
boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em 
quem não pode existir variação ou sombra de mudança." O significado de Números 
23:19 não podia ser mais claro: "Deus não é homem, para que minta, nem filho do 
homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? ou 
tendo falado, não o cumprirá?" Não, Deus não se arrepende. Esses versículos 
ensinam que Deus não muda, ou seja, Ele é imutável. 
 
No entanto, ao estudar essas passagens de perto, podemos ver que não são 
indicações de que Deus seja capaz de se arrepender. Na linguagem original, a 
palavra traduzida como “arrepender” é a expressão hebraica para “entristecer”. 
Estar triste com alguma coisa não significa que uma mudança ocorreu, significa 
apenas que há tristeza por causa de algo que aconteceu. 
 
Por que Deus estava “triste” com o que tinha planejado para o ninivitas? Porque 
eles tiveram uma mudança de coração e, como resultado, mudaram a forma em 
que estavam vivendo de desobediência à obediência. Deus é sempre consistente. 
Ele ia julgar Nínive por causa de sua maldade. No entanto, Nínive se arrependeu e 
mudou seus caminhos. Como resultado, Deus teve misericórdia com a cidade de 
Nínive, e isso é totalmente consistente com o Seu caráter. 
 
No entanto, o povo de Nínive passou a obedecer, e por causa disso o Senhor 
escolheu não castigá-los como tinha originalmente planejado. A mudança por parte 
dos ninivitas obrigou a Deus a fazer o que fez? Claro que não! Deus não pode ser 
colocado em uma posição na qual tenha qualquer obrigação para com o homem. 
Deus é bom e justo, e escolheu não punir os ninivitas como resultado da mudança 
do coração desse povo. Qualquer coisa, o que essa passagem realmente ensina é 
que Deus não muda, porque se Deus não tivesse preservado os ninivitas, isso teria 
sido contra o Seu caráter. 
 
As Escrituras que aparentam ensinar que Deus se “arrependeu” são tentativas 
humanas de explicar as ações de Deus. Deus ia fazer algo, mas ao invés, fez outra 
coisa. Para nós, isso pode parecer uma mudança. Entretanto, para Deus, o qual é 
onisciente e soberano, não é uma mudança. Deus sempre soube de antemão o que 
iria fazer. Deus também sabia o que precisava fazer para que a humanidade agisse 
do jeito que Ele queria. Deus ameaçou Nínive com destruição, sabendo que isso 
traria arrependimento a esse povo. Deus ameaçou Israel com destruição, sabendo 
que Moisés iria interceder. Deus não lamenta as Suas decisões, mas é entristecido 
por como a humanidade reage a elas. Deus não se arrepende, mas ao invés, age 
consistentemente com Sua palavra em resposta a nossas ações. 
 
19 - Pergunta: "Deus ama a todos ou só aos Cristãos?" 
 
Resposta: ​De uma certa forma, Deus ama todos do mundo inteiro (João 3:16; 1 
João 2:2; Romanos 5:8). Esse amor não é condicional – é baseado apenas no fato de 
que Deus é um Deus de amor (1 João 4:8,16). O amor de Deus por toda a 
humanidade resulta no fato de que Deus demonstra a Sua misericórdia por não 
punir as pessoas por seus pecados imediatamente (Romanos 3:23; 6:23). Se Deus 
não amasse todos, estaríamos no inferno agora mesmo. O amor de Deus pelo 
mundo é manifestado em que Ele dá às pessoas a oportunidade de arrependimento 
(2 Pedro 3:9). No entanto, o amor de Deus pelo mundo não significa que Ele vai 
ignorar o pecado. Deus também é um Deus de justiça (2 Tessalonicenses 1:6). O 
pecado não pode deixar de ser punido eternamente (Romanos 3:25-26). 
 
O ato mais amoroso da eternidade é descrito em Romanos 5:8: "Mas Deus prova o 
seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós 
ainda pecadores." Aquele que ignora o amor de Deus, que rejeita Cristo como 
Salvador e que nega o Salvador que o comprou (2 Pedro 2:1) vai estar sujeito à ira 
de Deus por toda a eternidade (Romanos 1:18), não ao Seu amor (Romanos 6:23). 
Deus ama todos incondicionalmente, pois Ele demonstra-lhes misericórdia por não 
destruí-los imediatamente por causa do seu pecado. Ao mesmo tempo, Deus tem 
um “amor de aliança” pelos que colocam a sua fé em Jesus Cristo para obter a 
salvação (João 3:36). Apenas aqueles que acreditam em Jesus Cristo como Senhor 
e Salvador experimentarão do amor de Deus por toda a eternidade. 
 
Deus ama todos? Sim. Deus ama os Cristãos mais do que os descrentes? Não. Deus 
ama os crentes de uma forma diferente dos descrentes? Sim. Deus ama todos 
igualmente por ser misericordioso com todo mundo. Deus ama apenas os Cristãos 
no sentido de que apenas os Cristãos têm a Sua graça e misericórdia eternas, assim 
como a promessa do Seu amor eterno no Céu. O amor incondicional que Deus tem 
por cada um deve levar-nos à fé nEle, recebendo com gratidão o grande amor 
condicional concedido aos que receberem Jesus Cristo como Salvador. 
 
20 - Pergunta: "Por que Deus é um Deus zeloso?" 
 
Resposta: ​É importante entender como a palavra "zeloso" é usada. O seu uso em 
Êxodo 20:5 para descrever Deus é diferente de como é usada para descrever o 
pecado de ciúmes (Gálatas 5:20). Quando usamos a palavra "zeloso", estamos nos 
referindo ao sentido de ter inveja de alguém por possuir algo que não possuímos. 
Uma pessoa pode estar com inveja ou ciúmes de outra pessoa por ter um melhor 
carro ou casa (coisas materiais). Ou uma pessoa pode estar com ciúmes ou inveja 
de outra pessoa por causa de alguma habilidade ou talento que a outra pessoa 
tenha (tal como habilidade atlética). Um outro exemplo seria ter ciúmes ou inveja 
de outra pessoa por causa de sua beleza. 
 
Êxodo 20:5 não se trata de Deus tendo ciúmes ou inveja porque alguém tem algo 
que Ele quer ou de que precisa. Êxodo 20:4-5 diz: "Não farás para ti nenhum ídolo, 
nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da 
terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor 
teu Deus, sou Deus zeloso..." Note que Deus é zeloso quando alguém dá a outra 
pessoa algo que pertence apenas a Ele. 
 
Nesses versículos, Deus está falando de pessoas fazendo imagens/esculturas e 
adorando esses ídolos ao invés de darem a Deus o louvor que pertence somente a 
Ele. Deus é muito possessivo do louvor e culto que pertencem somente a Ele. É um 
pecado (como Deus afirma nesse mandamento) louvar e servir a qualquer outra 
coisa que não seja só a Ele. É um pecado quando desejamos, somos invejosos ou 
estamos com ciúmes de alguém por ter algo que não temos. É um uso diferente da 
palavra "zeloso" quando Deus diz que Ele é zeloso. Aquilo de que Ele tem ciúmes 
pertence a Ele; adoração e serviço pertencem somente a Ele e devem ser 
prestados apenas a Ele. 
 
Talvez um exemplo prático nos ajudaria a entender a diferença. Se um marido 
visse um outro homem paquerando a sua mulher, ele estaria certo em ter ciúmes 
por ser o único que tem o direito de paquerá-la. Esse tipo de ciúme não é pecado. 
Pelo contrário, é completamente apropriado. Ser zeloso/ciumento de algo que lhe 
pertence é bom e apropriado. O ciúme é pecado quando desejamos algo que não 
pertence a nós. Culto, louvor, honra e adoração pertencem somente a Deus, pois 
só Ele é realmente digno. Portanto, Deus tem razão em ter ciúmes quando nosso 
culto, louvor, honra e adoração são dados a ídolos. Esse é o tipo de ciúme que o 
Apóstolo Paulo descreveu em 2 Coríntios 11:2: "O zelo que tenho por vocês é um 
zelo que vem de Deus..." 
 
21 - Pergunta: "Existe um argumento para a existência de Deus?" 
 
Resposta: ​A questão de se existe um argumento conclusivo a favor da existência de 
Deus tem sido debatida ao longo da história, com pessoas extremamente 
inteligentes defendendo ambos os lados da disputa. Nos últimos tempos, os 
argumentos contra a possibilidade da existência de Deus têm assumido um espírito 
militante que acusa qualquer pessoa que se atreva a acreditar em Deus como 
sendo delirante e irracional. Karl Marx afirmou que alguém que acredita em Deus 
deve ter um distúrbio mental que invalidou sua capacidade de pensar. O psiquiatra 
Sigmund Freud escreveu que uma pessoa que acredita em um Deus Criador é 
delirante e agarra-se a essas crenças devido a um fator chamado "desejo de 
realização" que produz o que Freud considerava uma posição injustificável. O 
filósofo Friedrich Nietzsche disse sem rodeios que a fé equivale a não querer 
conhecer a verdade. As vozes destas três figuras históricas (juntamente com 
outros) são agora simplesmente repetidas por uma nova geração de ateus que 
afirma que a crença em Deus é intelectualmente injustificável. 
 
É este realmente o caso? É a crença em Deus uma posição racionalmente 
inaceitável de se manter? Existe um argumento lógico e sensato a favor da 
existência de Deus? Além de citar a Bíblia, pode-se fazer um caso a favor da Sua 
existência que refute as posições de ambos os ateus antigos e novos e que 
realmente justifique acreditar em um Criador? A resposta é sim, pode. Além disso, 
demonstrar a validade de um argumento para a existência de Deus mostra como o 
ateísmo é de fato intelectualmente fraco. 
 
Argumentar a existência de Deus torna necessário fazer as perguntas certas logo no 
início. Começamos com a pergunta metafísica mais básica: "Por que temos algo ao 
invés do nada?" Esta é a questão básica da existência -- por que estamos aqui; por 
que a terra está aqui; por que o universo existe ao invés do nada? Ao comentar 
sobre este ponto, um teólogo disse: "Em certo sentido, o homem não faz as 
perguntas sobre Deus, sua própria existência é que as provoca". 
 
Ao considerar esta questão, há quatro possíveis respostas a por que temos algo ao 
invés do nada: 
 
1. A realidade é uma ilusão. 
2. A realidade é/foi auto-criada. 
3. A realidade é auto-existente (eterna). 
4. A realidade foi criada por algo que é auto-existente. 
 
Então, qual é a solução mais plausível? Vamos começar com a realidade 
simplesmente sendo uma ilusão, pois várias religiões orientais acreditam assim. 
Esta opção foi descartada há séculos pelo filósofo René Descartes, famoso pela 
frase "penso, logo existo". Descartes, um matemático, argumentou que se ele 
pensa, então ele deve "existir". Em outras palavras "Penso, portanto não sou uma 
ilusão." As ilusões exigem que algo as experimente e, além disso, você não pode 
duvidar da sua própria existência sem ao mesmo tempo prová-la; acreditar que a 
realidade seja uma ilusão é um argumento auto-destrutivo e deve ser eliminado. 
 
Em seguida temos a opção da realidade sendo auto-criada. Quando estudamos 
filosofia, aprendemos de afirmações "analiticamente falsas", o que significa que 
são falsas por definição. A possibilidade da realidade ser auto-criada é um desses 
tipos de declarações pela simples razão de que algo não pode existir antes de si 
mesmo. Se você criou a si mesmo, então você deve ter existido antes de se criar, 
mas esse não pode ser o caso. Na evolução, às vezes esse conceito é mencionado 
como "geração espontânea" - algo vindo do nada - uma posição que poucas pessoas 
sensatas (talvez nenhuma) continuam a defender simplesmente porque não se 
pode obter algo do nada. Até mesmo o ateu David Hume disse: "Nunca confirmei 
uma proposição tão absurda como afirmar que algo possa surgir sem uma causa." 
Já que algo não pode vir do nada, a alternativa da realidade sendo auto-criada tem 
que ser descartada também. 
 
Agora ficamos com apenas duas escolhas: uma realidade eterna ou a realidade 
sendo criada por algo eterno: um universo eterno ou um Criador eterno. Jonathan 
Edwards, teólogo do século 18, resumiu esta encruzilhada: 
 
• Algo existe. 
• O nada não pode criar alguma coisa. 
• Portanto, "algo" necessário e eterno tem que existir. 
 
Observe que devemos voltar a um eterno “algo”. O ateu que ridiculariza aquele 
que crê em Deus por acreditar em um Criador eterno tem, ao invés, que aceitar 
um universo eterno; essa é a única outra porta que pode escolher. Entretanto, a 
pergunta agora é: até onde as provas nos levam? Será que a evidência aponta à 
matéria antes da mente ou à mente antes da matéria? 
 
Até agora, todas as principais evidências científicas e filosóficas apontam menos a 
um universo eterno e mais a um Criador eterno. Do ponto de vista científico, os 
cientistas honestos admitem que o universo teve um começo e que nada que teve 
um começo pode ser eterno. Em outras palavras, tudo que teve um início tem uma 
causa, e se o universo teve um começo, então teve uma causa também. O fato de 
que o universo teve um início é ressaltado por evidências como a segunda lei da 
termodinâmica, o eco de radiação do Big Bang descoberto no início de 1900, o fato 
de que o universo está em expansão e pode ser rastreado a um início singular e a 
teoria da relatividade de Einstein. Todas elas provam que o universo não é eterno. 
 
Além disso, as leis que rodeiam a causalidade falam contra o universo sendo a 
causa fundamental de tudo o que conhecemos por esse fato simples: um efeito 
deve se assemelhar a sua causa. Sendo isto verdade, nenhum ateu pode explicar 
como um universo impessoal, sem propósito, sem sentido e amoral acidentalmente 
criou seres (nós) cheios de personalidade e obcecados por propósito, significado e 
moral. Tal coisa, do ponto de vista causal, completamente refuta a ideia de um 
universo natural dando origem a tudo o que existe. Assim, no final, o conceito de 
um universo eterno é eliminado. 
 
O filósofo John Stuart Mill (não um cristão) resumiu o que dissemos até agora: "É 
auto-evidente que só a Mente pode criar a mente." A única conclusão racional e 
sensata é que um Criador eterno seja de fato o responsável pela realidade tal 
como a conhecemos. Ou para explicar através de um conjunto lógico de 
afirmações: 
 
• Algo existe. 
• Você não consegue algo do nada. 
• Portanto, um "algo" necessário e eterno existe. 
• As duas únicas opções são um universo eterno e um eterno Criador. 
• A ciência e a filosofia têm refutado o conceito de um universo eterno. 
• Assim, existe um Criador eterno. 
 
Lee Strobel, um ex-ateu que chegou a esse resultado há muitos anos, comentou: 
"Essencialmente, percebi que para permanecer um ateu eu teria que acreditar que 
nada produz tudo; não-vida produz vida; aleatoriedade produz sincronização; caos 
produz informação; inconsciência produz a consciência e a não-razão produz razão. 
Aqueles saltos de fé eram simplesmente grandes demais para eu tomar, 
especialmente à luz do caso afirmativo da existência de Deus... Em outras 
palavras, na minha avaliação, a cosmovisão cristã pôde justificar a totalidade da 
evidência de uma forma muito melhor do que a cosmovisão ateísta." 
 
No entanto, a próxima pergunta que devemos enfrentar é esta: se existe um 
Criador eterno (e já mostramos que Ele existe), que tipo de Criador é Ele? Podemos 
inferir certas coisas sobre Ele com base no que criou? Em outras palavras, podemos 
entender a causa através dos seus efeitos? A resposta a esta pergunta é sim, 
podemos, e as seguintes conclusões podem ser tiradas: 
 
• Ele deve ser de natureza sobrenatural (pois criou o tempo e espaço). 
• Ele deve ser onipotente (excessivamente poderoso). 
• Ele deve ser eterno (auto-existente). 
• Ele deve ser onipresente (pois criou o espaço e não é por ele limitado). 
• Ele deve ser eterno e imutável (pois criou o tempo). 
• Ele deve ser imaterial porque transcende o espaço físico. 
• Ele deve ser pessoal (o impessoal não pode criar a personalidade). 
• Ele deve ser infinito e singular porque não se pode ter dois infinitos. 
• Ele deve ser diversificado e unificado ao mesmo tempo, uma vez que unidade e 
diversidade existem na natureza. 
• Ele deve ser onisciente (supremamente inteligente). Apenas um ser cognitivo 
pode criar um outro ser cognitivo. 
• Ele deve ter propósito pois deliberadamente criou tudo. 
• Ele deve ser moral (não se pode ter uma lei moral sem o seu legislador). 
• Ele deve ser cuidadoso (ou as leis morais não teriam sido dadas). 
 
Essas coisas sendo verdadeiras, perguntamos agora se alguma religião no mundo 
descreve tal Criador. A resposta a esta pergunta é sim: o Deus da Bíblia se encaixa 
perfeitamente nesse perfil. Ele é sobrenatural (Gênesis 1:1), poderoso (Jeremias 
32:17), eterno (Salmo 90:2), onipresente (Salmo 139:7), eterno/imutável 
(Malaquias 3:6), imaterial (João 5:24 ), pessoal (Gênesis 3:9), necessário 
(Colossenses 1:17), infinito/singular (Jeremias 23:24, Deuteronômio 6:4), diverso e 
unificado (Mateus 28:19), inteligente (Salmo 147:4 -5), com propósito (Jeremias 
29:11), moral (Daniel 9:14) e cuidadoso (1 Pedro 5:6-7). 
 
Um outro ponto a abordar sobre a questão da existência de Deus é a questão de 
quão justificável a posição do ateu realmente é. Já que o ateu afirma que a 
posição do crente não é convincente, então é apenas razoável fazer-lhe a mesma 
pergunta. A primeira coisa a entender é que a afirmação que o ateu faz - "Deus não 
existe", que é o que a palavra "ateu" significa - é uma posição insustentável de um 
ponto de vista filosófico. Assim como disse o jurista e filósofo Mortimer Adler: 
"Uma proposição existencial afirmativa pode ser provada, mas uma proposição 
existencial negativa – uma que negue a existência de algo - não pode ser provada." 
Por exemplo, alguém pode afirmar que uma águia vermelha existe enquanto outra 
pessoa afirme que águias vermelhas não existem. A primeira apenas precisa 
encontrar uma única águia vermelha para provar a sua afirmação. No entanto, a 
segunda precisa pesquisar o universo inteiro e literalmente estar em todo lugar ao 
mesmo tempo para garantir que não deixou de ver uma águia vermelha em algum 
lugar e em algum momento, o que é impossível de fazer. É por isso que os ateus 
intelectualmente honestos admitem que não podem provar que Deus não existe. 
 
Em seguida, é importante compreender o problema que rodeia a gravidade das 
reivindicações sobre o que é verdade e a quantidade de provas necessárias para 
justificar determinadas conclusões. Por exemplo, se alguém colocasse dois 
recipientes de limonada na sua frente e dissesse que um talvez fosse mais azedo 
do que o outro, já que as consequências de beber o mais azedo não seriam graves, 
não seria necessário considerar uma grande quantidade de provas para fazer a sua 
escolha. No entanto, se a um copo o anfitrião tivesse adicionado adoçante e ao 
outro, veneno de rato, então seria bom ter bem mais provas antes de fazer a sua 
escolha. 
 
Este é o lugar onde uma pessoa tem que parar e decidir entre o ateísmo e a crença 
em Deus. Já que a crença no ateísmo poderia resultar em consequências eternas 
irreparáveis, parece ser razoável que o ateu fosse obrigado a apresentar evidências 
de peso e derrogatórias que apoiassem a sua posição, mas ele não pode. O ateísmo 
simplesmente não pode apresentar evidências suficientes que corroborem a 
gravidade de suas acusações. Em vez disso, o ateu e aqueles a quem convence de 
sua posição entram na eternidade com os dedos cruzados, esperando que não 
encontrarão a verdade desagradável de que a eternidade realmente existe. Como 
Mortimer Adler diz: "Mais consequências para a vida e conduta resultam da 
afirmação ou negação de Deus do que de qualquer outra questão básica." 
 
Então, será que a crença em Deus tem justificativa intelectual? Existe um 
argumento racional, lógico e sensato a favor da Sua existência? Absolutamente. 
Embora ateus como Freud aleguem que os que crêem em Deus simplesmente 
querem o cumprimento de um desejo, talvez Freud e seus seguidores sejam os que 
realmente sofrem desse mal: a esperança e o desejo de que Deus e qualquer 
prestação de contas não existam e, portanto, nenhum juízo. No entanto, o Deus da 
Bíblia é quem refuta Freud ao afirmar a Sua existência e um julgamento vindouro a 
todo aquele que, no fundo, sabe que Deus existe mas escolhe suprimir essa 
verdade (Romanos 1:20). Por outro lado, para aqueles que respondem 
corretamente à evidência de que um Criador realmente existe, Ele oferece o 
caminho da salvação proporcionado através de Seu Filho, Jesus Cristo: "Contudo, 
aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se 
tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem 
pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus" 
(João 1:12-13). 
 
22 - Pergunta: "Alguém já viu a Deus?" 
 
Resposta: ​A Bíblia nos diz que ninguém jamais viu a Deus (João 1:18), exceto o 
Senhor Jesus Cristo. Em Êxodo 33:20, Deus declara: "Não me poderás ver a face, 
porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá." Essas passagens aparentam 
contradizer outras passagens que descrevem várias pessoas "vendo" a Deus. Por 
exemplo, Êxodo 33:19-23 descreve Moisés falando com Deus "face a face". Como 
Moisés pôde falar com Deus "face a face" se ninguém pode ver a face de Deus e 
viver? Nesse exemplo, a frase "face a face" é uma figura de linguagem que indica 
que eles tiveram comunhão bem próxima. Deus e Moisés estavam falando um com 
o outro como se fossem dois seres humanos tendo uma conversa íntima. 
 
Em Gênesis 32:30, Jacó viu a Deus aparecendo como um anjo – Ele não viu a Deus 
realmente. Os pais de Sansão ficaram atemorizados quando perceberam que 
tinham visto a Deus (Juízes 13:22), mas na verdade O tinham visto apenas como 
um anjo. Jesus era Deus em carne (João 1:1,14); quando as pessoas O viram, 
estavam vendo a Deus. Então, sim, Deus pode ser "visto" e muitas pessoas têm 
"visto" a Deus. Ao mesmo tempo, ninguém tem visto a Deus revelado em toda a Sua 
glória. Na nossa condição humana de pecado, se Deus fosse totalmente se revelar 
para nós, seríamos consumidos. Portanto, Deus se transforma e aparece em formas 
nas quais possamos "vê-lo". No entanto, isso é diferente de ver a Deus com toda a 
Sua glória e santidade exibidas. Pessoas têm visto visões de Deus, imagens de Deus 
e aparecimentos de Deus – mas ninguém tem visto a Deus em toda a sua plenitude 
(Êxodo 33:20). 
 
23 - Pergunta: "O que é a glória de Deus?" 
 
Resposta: ​A glória de Deus é a beleza do Seu espírito. Não é uma beleza estética 
ou material, mas é a beleza que emana do Seu caráter, de tudo o que Ele é. Tiago 
1:10 convida um homem rico a "orgulhar-se se passar a viver em condição 
humilde", indicando uma glória que não significa riqueza, poder ou beleza 
material. Esta glória pode coroar o homem ou encher a terra. É vista dentro do 
homem e na terra, mas não pertence a eles, só a Deus. A glória do homem é a 
beleza do espírito do homem, a qual é falível e passageira, sendo assim 
humilhante, como nos diz o versículo. Entretanto, a glória de Deus, manifesta 
através do conjunto dos Seus atributos, nunca passa. É eterna. 
 
Isaías 43:7 diz que Deus nos criou para a Sua glória. Em contexto com os outros 
versículos, pode-se dizer que o homem "glorifica" a Deus porque através do homem 
a glória de Deus pode ser vista em coisas como o amor, música, heroísmo e assim 
por diante -- coisas pertencentes a Deus que carregamos em "vasos de barro" (2 
Coríntios 4:7). Somos os vasos que "contêm" a Sua glória. Todas as coisas que somos 
capazes de fazer e ser encontram a sua fonte nEle. Deus interage com a natureza 
da mesma maneira. A natureza exibe a Sua glória. Sua glória é revelada à mente 
do homem através do mundo material de muitas formas, e muitas vezes de formas 
diferentes para pessoas diferentes. Uma pessoa pode maravilhar-se com a visão 
das montanhas, enquanto outra talvez ame a beleza do mar. Entretanto, aquilo 
que está por trás de ambas (a glória de Deus) fala com as pessoas e as conecta com 
Deus. Desta forma, Deus é capaz de Se revelar a todos os homens, independente 
de sua raça, patrimônio ou localização. Como o Salmo 19:1-4 diz: "Os céus 
declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia 
fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite. Sem discurso nem 
palavras, não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas 
palavras, até os confins do mundo." 
 
Salmo 73:24 chama o próprio céu de "glória". Costumava ser comum ouvir os 
Cristãos falarem da morte como sendo "recebido na glória", a qual é uma frase 
tirada deste Salmo. Quando o Cristão morre, ele será levado à presença de Deus e 
na Sua presença será naturalmente cercado pela glória de Deus. Seremos levados 
ao lugar onde a beleza de Deus literalmente habita - a beleza de Seu Espírito 
estará lá porque Ele estará lá. Novamente, a beleza de Seu Espírito (ou a essência 
de quem Ele é) é a Sua "glória". Naquele lugar, a Sua glória não precisará vir 
através do homem ou da natureza, ao invés, será vista claramente, assim como 1 
Coríntios 13:12 diz: "Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então 
veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como 
também sou conhecido." 
 
No sentido humano/terreno, a glória é uma beleza ou vibração que repousa sobre o 
material da terra (Salmo 37:20, Salmo 49:17) e, nesse sentido, é passageira. 
Entretanto, a razão do seu desvanecimento é que as coisas materiais não são 
duradouras. Elas morrem e secam, mas a glória que se encontra nelas pertence a 
Deus e retorna a Ele quando a morte ou deterioração leva o material. Pense no 
homem rico mencionado anteriormente. O verso diz: "E o rico deve orgulhar-se se 
passar a viver em condição humilde, porque passará como a flor do campo." O que 
isso significa? O versículo está advertindo o homem rico a perceber que a sua 
riqueza, poder e beleza vêm de Deus, e a humilhar-se ao dar-se conta de que Deus 
é quem faz dele o que é e quem dá-lhe tudo o que tem. Além disso, estar 
consciente de que perecerá como a erva é o que vai levá-lo a perceber que a glória 
vem de Deus. A glória de Deus é a fonte, o manancial de onde emanam todas as 
pequenas glórias. 
 
Já que a glória procede de Deus, Ele não permitirá a afirmação de que a glória seja 
proveniente do homem, dos ídolos do homem ou da natureza. Em Isaías 42:8, 
vemos um exemplo do ciúme de Deus por Sua glória. Este ciúme por Sua própria 
glória é o que Paulo menciona em Romanos 1:21-25 quando fala de formas em que 
as pessoas adoram a criatura ao invés do Criador. Em outras palavras, observam o 
objeto através do qual a glória de Deus procede e, em vez de dar a Deus o crédito 
por isso, adoram aquele animal, árvore ou homem como se a beleza que possuem 
tivesse se originado de dentro deles. Este é o coração da idolatria e é uma 
ocorrência muito comum. Todo aquele que tem vivido já cometeu esse erro em um 
momento ou outro. Todos já "trocamos" a glória de Deus em favor da "glória do 
homem". 
 
Esse é o erro que muitas pessoas continuam a cometer: confiar nas coisas terrenas, 
relacionamentos terrenos, em seus próprios poderes, talentos ou beleza, ou na 
bondade que vêem em outras pessoas. Entretanto, quando estas coisas 
desaparecem e falham, como inevitavelmente acontecerá (sendo apenas 
portadores temporários da maior glória), essas pessoas entram em desespero. O 
que precisamos compreender é que a glória de Deus é constante e, ao viajarmos 
através da vida, poderemos vê-la manifestada aqui e ali, nessa pessoa ou naquela 
floresta, ou em uma história de amor ou de heroísmo, fictícia ou não, ou em nossas 
próprias vidas pessoais. Entretanto, tudo isso volta a Deus no final. E o único 
caminho para Deus é através de Seu Filho, Jesus Cristo. Encontraremos a fonte de 
toda a beleza nEle, no céu, se estivermos em Cristo. Nada será perdido para nós. 
Todas essas coisas que desvaneceram na vida encontraremos novamente nEle. 
 
24 - Pergunta: "O que significa que Deus é santo, santo, santo?" 
 
Resposta: ​A expressão "santo, santo, santo" aparece duas vezes na Bíblia, uma vez 
no Antigo Testamento (Isaías 6:3) e uma no Novo (Apocalipse 4:8). Em ambos os 
casos, a frase é falada ou cantada por criaturas celestiais e ambas as vezes ela 
ocorre na visão de um homem que foi transportado para o trono de Deus: em 
primeiro lugar pelo profeta Isaías e em seguida pelo apóstolo João. Antes de 
abordarmos as três repetições da santidade de Deus, é importante compreender 
exatamente o que ela significa. 
 
A santidade de Deus é mais difícil de explicar do que todos os Seus outros 
atributos, em parte porque é um dos Seus atributos essenciais que não é 
compartilhado pelo homem. Fomos criados à imagem de Deus e compartilhamos 
muitos dos seus atributos, obviamente em um grau muito menor –amor, 
misericórdia, fidelidade, etc. Entretanto, alguns dos atributos de Deus nunca serão 
compartilhados por seres criados -- onipresença, onisciência, onipotência e 
santidade. A santidade de Deus é o que o separa e distingue de todos os outros 
seres. A santidade de Deus é mais do que Sua perfeição ou pureza sem pecado; é a 
essência de Sua “alteridade” -- Sua transcendência. A santidade de Deus encarna o 
mistério da Sua grandiosidade e nos faz olhar para Ele com assombro quando 
começamos a compreender um pouco da Sua majestade. 
 
Isaías foi testemunha de primeira mão da santidade de Deus em Sua visão descrita 
em Isaías 6. Apesar de Isaías ser um profeta de Deus e um homem justo, sua reação 
à visão da santidade de Deus foi estar consciente dos seus próprios pecados e 
desesperar-se por sua vida (Isaías 6:5). Até mesmo os anjos na presença de Deus, 
aqueles que estavam clamando "Santo, Santo, Santo é o Senhor Todo-Poderoso", 
cobriram seus rostos e pés com quatro de suas seis asas. Cobrir o rosto e os pés 
sem dúvida denota a reverência e temor inspirados pela presença imediata de Deus 
(Êxodo 3:4-5). Os serafins estavam cobertos, como se tentando ocultar-se o tanto 
quanto possível, em reconhecimento da sua indignidade na presença do Santo. E se 
o serafim santo e puro exibe tanta reverência na presença do Senhor, quanto 
maior o respeito que devemos ter, criaturas poluídas e pecaminosas como nós, ao 
tentarmos aproximarmo-nos dEle! A reverência mostrada a Deus pelos anjos deve 
nos lembrar de nossa própria presunção quando nos apressamos em Sua presença 
irreverentemente e impensadamente, como frequentemente fazemos porque não 
entendemos a Sua santidade. 
 
A visão de João do trono de Deus em Apocalipse 4 foi semelhante à de Isaías. 
Novamente, havia criaturas viventes ao redor do trono proclamando: "Santo, 
Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso" (Apocalipse 4:8), em reverência e 
temor ao Santo. João prossegue descrevendo estas criaturas dando glória, honra e 
reverência a Deus continuamente em torno do Seu trono. Curiosamente, a reação 
de João à visão de Deus em Seu trono é diferente da de Isaías. Não há registro de 
João caindo em terror e consciência do seu próprio estado pecaminoso, talvez 
porque João já tinha encontrado o Cristo Ressurreto no começo da sua visão 
(Apocalipse 1:17). Cristo tinha colocado a Sua mão sobre João e dito a ele para não 
ter medo. Da mesma forma, podemos nos aproximar do trono da graça se tivermos 
a mão de Cristo sobre nós na forma da sua justiça, a qual foi trocada pelo nosso 
pecado na cruz (2 Coríntios 5:21). 
 
Então por que repetir três vezes "santo, santo, santo" (o triságio)? A repetição de 
um nome ou uma expressão três vezes era bastante comum entre os judeus. Em 
Jeremias 7:4, os judeus são representados pelo profeta como dizendo: "O templo 
do Senhor" três vezes, expressando sua intensa confiança em sua própria adoração, 
apesar de ter sido hipócrita e corrupta. Jeremias 22:29, Ezequiel 21:27 e 2 Samuel 
18:33 contêm expressões semelhantes em intensidade que foram repetidas três 
vezes. Portanto, quando os anjos ao redor do trono chamam ou clamam um ao 
outro: "Santo, santo, santo", eles estão expressando com força e paixão a verdade 
da santidade suprema de Deus, uma característica essencial que expressa Sua 
impressionante e majestosa natureza. 
 
Além disso, o triságio expressa a natureza trina de Deus, as três Pessoas da 
Divindade, cada uma igual em santidade e majestade. Jesus Cristo é o Santo que 
não sofreria "decadência" no túmulo, mas seria ressuscitado para ser exaltado à 
mão direita de Deus (Atos 2:26, 13:33-35). Jesus é "o Santo e o Justo" (Atos 3:14) 
cuja morte na cruz dá-nos acesso ao trono do nosso Deus santo 
desavergonhadamente. A terceira Pessoa da Trindade - o Espírito Santo - pelo Seu 
próprio nome denota a importância da santidade na essência da divindade. 
 
Por último, as duas visões de anjos ao redor do trono proclamando: "Santo, santo, 
santo" indica claramente que Deus é o mesmo em ambos os Testamentos. Muitas 
vezes enxergamos o Deus do Antigo Testamento como um Deus de ira e o do Novo 
Testamento como um Deus de amor. Entretanto, Isaías e João apresentam um 
retrato unificado do nosso Deus santo, majestoso, impressionante e imutável 
(Malaquias 3:6), o qual é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8) e de 
onde vem "Toda boa dádiva e todo dom perfeito.... descendo do Pai das luzes, que 
não muda como sombras inconstantes" (Tiago 1:17). A santidade de Deus é eterna, 
assim como Ele é eterno. 
 
25 - Pergunta: "O que significa que Deus é espírito?" 
 
Resposta: ​O ensinamento de que "Deus é Espírito" é encontrado em João 4:24: 
"Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em 
verdade." Jesus disse isso a uma mulher que pensava que o local físico era 
importante a uma adoração apropriada de Deus. 
 
O fato de que Deus é espírito significa que Deus Pai não tem um corpo humano. 
Deus Filho veio ao mundo em forma humana (João 1:1), mas Deus Pai não o fez. 
Jesus é singular como o Emanuel, "Deus conosco" (Mateus 1:23). Números 23:19 
enfatiza a veracidade de Deus, contrastando-o com os homens mortais: "Deus não é 
homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa." 
 
Alguns questionam por que a Bíblia às vezes fala de Deus como se tivesse um 
corpo. Por exemplo, Isaías 59:1 menciona a "mão" e "ouvido" de Deus. II Crônicas 
16:9 fala dos "olhos" de Deus. Mateus 4:4 coloca palavras na "boca" de Deus. Em 
Deuteronômio 33:27, Deus tem "braços". Todos estes versículos são exemplos de 
antropomorfismo - uma maneira de descrever Deus com termos anatômicos ou 
emocionais para que os seres humanos possam melhor entendê-lo. O uso de 
antropomorfismo, uma forma de linguagem figurativa, não significa que Deus tenha 
um corpo real. 
 
Dizer que Deus é espírito é dizer que Deus Pai é invisível. Colossenses 1:15 chama 
Deus de o "Deus invisível." I Timóteo 1:17 louva a Deus dizendo: "Assim, ao Rei 
eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. 
Amém!" 
 
Embora Deus seja espírito, Ele também é um ser vivo e pessoal. Como tal, 
podemos conhecê-lo pessoalmente. Josué 3:10 fala de Deus desta maneira, 
dizendo: "Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós." Salmo 84:2 
declara: "O meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo." 
 
Filosoficamente, Deus tem que ser um espírito a fim de ser infinito. Além disso, se 
Deus fosse limitado a um corpo físico, Ele não poderia ser onipresente (em todos os 
lugares ao mesmo tempo). Deus Pai não está limitado às restrições dimensionais 
das coisas criadas, mas pode existir em todos os lugares ao mesmo tempo. Deus é a 
Primeira Causa incriada que é o poder por trás de todos os outros seres. 
 
Curiosamente, em João 4:24 Jesus faz a ligação entre Deus sendo espírito e 
adorá-lo em espírito e em verdade. A ideia é que, já que Deus é espírito, as 
pessoas devem adorá-lo corretamente (em verdade) e em espírito (com a sua alma 
e coração), em vez de confiar em tradições, rituais e locais físicos. 
 
26 - Pergunta: "O que significa que Deus é luz?" 
 
Resposta: ​"Deus é luz", diz 1 João 1: 5. A luz é uma metáfora comum na Bíblia. 
Provérbios 4:18 simboliza a justiça como a "luz da aurora". Filipenses 2:15 compara 
os filhos de Deus que são "puros e irrepreensíveis" com as estrelas brilhantes no 
universo. Jesus usou a luz como uma imagem de boas obras: "Assim brilhe a luz de 
vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai 
de vocês, que está nos céus" (Mateus 5:16). Salmo 76:4 diz de Deus: "Resplendes de 
luz!" 
 
O fato de que Deus é luz estabelece um contraste natural com a escuridão. Se a 
luz é uma metáfora para a justiça e bondade, então a escuridão significa o mal e o 
pecado. Primeiro João 1:6 diz que "Se afirmarmos que temos comunhão com ele, 
mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade." O versículo 5 diz: 
"Deus é luz; nele não há treva alguma." Note que não nos é dito que Deus é ​uma 
luz, mas que Ele ​é​ luz. A luz faz parte da Sua essência, assim como o amor (1 João 
4:8). A mensagem é que Deus é completamente, absolutamente e 
incondicionalmente santo, sem qualquer mistura com o pecado, qualquer mancha 
de iniquidade ou qualquer indício de injustiça. 
 
Se não temos a luz, não conhecemos a Deus. Aqueles que conhecem a Deus, que 
andam com Ele, são da luz e caminham na luz. Eles são feitos participantes da 
natureza divina de Deus, "livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo" 
(2 Pedro 1:4). 
 
Deus é luz, e por isso o Seu Filho também é. Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo; 
quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida" (João 
8:12). "Andar" é fazer progresso. Portanto, pode-se inferir a partir deste versículo 
que os cristãos estão destinados a crescer em santidade e amadurecer na fé na 
medida em que seguem a Jesus (ver 2 Pedro 3:18). 
 
Deus é luz, e é o Seu plano que os crentes resplandeçam a Sua luz, tornando-se 
mais semelhantes a Cristo todos os dias. "Porquanto vós todos sois filhos da luz e 
filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas" (1 Tessalonicenses 5:5). 
Deus é o Criador da luz física, bem como o Doador da luz espiritual pela qual 
podemos ver a verdade. A luz expõe o que está oculto nas trevas; ela mostra as 
coisas como realmente são. Andar na luz significa conhecer a Deus, compreender a 
verdade e viver em justiça. 
 
Os crentes em Cristo devem confessar qualquer escuridão dentro de si - seus 
pecados e transgressões - e permitir que Deus brilhe a Sua luz através deles. 
 
Os cristãos não podem ficar de braços cruzados apenas assistindo outros se 
afogando na escuridão do pecado, sabendo que os que permanecem nas trevas 
estão destinados à separação eterna de Deus. A Luz do Mundo deseja banir a 
escuridão e conceder a Sua sabedoria em todos os lugares (Isaías 9:2; Habacuque 
2:14; João 1:9). Ao levar a luz do evangelho ao mundo, necessariamente temos de 
revelar coisas que as pessoas preferem deixar escondido. A luz é desconfortável 
para aqueles acostumados com o escuro (João 3:20). 
 
Jesus, o perfeito Filho de Deus, é a "verdadeira luz" (João 1:9). Como filhos 
adotivos de Deus, devemos refletir a Sua luz em um mundo escurecido pelo 
pecado. O nosso objetivo em testemunhar aos perdidos é "para lhes abrires os 
olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" 
(Atos 26:18). 
 
27 - Pergunta: "O que é a imutabilidade de Deus?" 
 
Resposta: ​A imutabilidade de Deus (a Sua qualidade de nunca mudar) é claramente 
ensinada em toda a Escritura. Por exemplo, em Malaquias 3:6 Deus afirma: 
“Porque eu, o SENHOR, não mudo” (Ver também Números 23:19; 1 Samuel 15:29; 
Isaías 46:9-11 e Ezequiel 24:14). 
 
Tiago 1:17 ensina também a imutabilidade de Deus: "Toda boa dádiva e todo dom 
perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir 
variação ou sombra de mudança." A "sombra de mudança" refere-se a nossa 
perspectiva sobre o sol: é eclipsado, se move e lança sua sombra. O sol nasce e se 
põe, aparece e desaparece a cada dia; ele sai de um trópico e entra outro em 
certas épocas do ano. Mas com Deus, que, espiritualmente falando, é a própria luz, 
não há treva alguma; não há nenhuma mudança, nem nada parecido. Deus é 
imutável em Sua natureza, perfeições, propósitos, promessas e dádivas. Ele, sendo 
santo, não pode voltar-se para o que é mau; sendo a fonte de luz, não pode ser a 
causa da escuridão. Uma vez que cada boa e perfeita dádiva vem dele, não pode 
ser a fonte do mal, nem pode tentar ninguém a pecar (Tiago 1:13). A Bíblia é clara 
que Deus não muda de ideia, de vontade ou de natureza. 
 
Há várias razões lógicas por que Deus deve ser imutável, isto é, por que é 
impossível que Deus mude. Em primeiro lugar, se alguma coisa muda, deve fazê-lo 
em alguma ordem cronológica. Deve haver um ponto no tempo antes da mudança e 
um ponto no tempo após. Portanto, para que a mudança ocorra, deve acontecer 
dentro das limitações de tempo; no entanto, Deus é eterno e existe fora das 
restrições de tempo (Salmo 33:11; 41:13; 90: 2-4; João 17: 5; 2 Timóteo 1:9). 
 
Em segundo lugar, a imutabilidade de Deus é necessária para a Sua perfeição. Se 
algo muda, deve mudar para melhor ou pior porque uma mudança que não faz 
diferença não é uma mudança. Para que a mudança ocorra, ou algo necessário é 
adicionado, o que é uma mudança para melhor, ou algo necessário é perdido, o 
que é uma mudança para o pior. Mas, uma vez que Deus é perfeito, Ele não precisa 
de nada. Portanto, Ele não pode mudar para melhor. Se Deus perdesse algo, Ele 
não seria mais perfeito; portanto, Ele não pode mudar para pior. 
 
Em terceiro lugar, a imutabilidade de Deus está relacionada com a Sua onisciência. 
Quando alguém muda de ideia, muitas vezes é porque nova informação veio à luz 
que não era anteriormente conhecida ou porque as circunstâncias mudaram e 
exigem uma atitude ou ação diferente. Porque Deus é onisciente, Ele não pode 
aprender algo novo que não já soubesse. Então, quando a Bíblia fala de Deus 
mudando de ideia, deve ser entendido que a circunstância ou situação mudou, e 
não Deus. Quando Êxodo 32:14 e 1 Samuel 15:11-29 falam de Deus se 
arrependendo, é simplesmente descrevendo uma mudança de dispensação e 
relações externas para com o homem. 
 
Números 23:19 apresenta claramente a imutabilidade de Deus: "Deus não é 
homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, 
tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?" Não, Deus não 
se arrepende. Estes versículos afirmam a doutrina da imutabilidade de Deus: Ele é 
imutável e inalterável. 
 
28 - Pergunta: "Deus é uma pessoa?" 
 
Resposta: ​Sim, Deus é uma pessoa. No entanto, quando dizemos que Deus é uma 
"pessoa", não queremos dizer que Ele seja um ser humano. Queremos dizer que 
Deus possui "personalidade" e que é um ser racional com autoconsciência. Os 
teólogos muitas vezes definem ​pessoa​ como "um indivíduo que possua mente, 
emoções e vontade." Deus definitivamente tem um intelecto (Salmo 139:17), 
emoções (Salmo 78:41) e vontade (1 Coríntios 1:1). Então, sim, Deus é uma pessoa. 
 
Ninguém duvida da personalidade do homem, e o homem é feito à imagem de Deus 
(Gênesis 1:26-27). Em toda a Bíblia, os pronomes pessoais masculinos ​Ele​ e ​dele 
são usados de Deus. 
 
A Bíblia ensina que Deus existe em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A 
tri-unidade de Deus é um conceito difícil de considerar, mas a prova está na Bíblia. 
Em Isaías 48:16 e 61:1, o Filho está falando e se referindo ao Pai e ao Espírito 
Santo (cf. Lucas 4: 14-19) ao mesmo tempo. Mateus 3:16-17 descreve o batismo de 
Jesus. O Espírito Santo de Deus desce sobre o Deus Filho enquanto o Pai proclama 
o seu regozijo no Filho. Mateus 28:19 e 2 Coríntios 13:14 também falam de três 
Pessoas distintas na Trindade. 
 
Deus Pai é uma pessoa com uma mente (Isaías 55:8-9), emoções (Salmo 78:40) e 
vontade (1 Pedro 2:15). Deus Filho é uma pessoa com uma mente (Lucas 2:52), 
emoções (João 11:35) e vontade (Lucas 22:15). O Espírito Santo é uma pessoa com 
uma mente (Romanos 8:27), emoções (Efésios 4:30) e vontade (Gálatas 5:17). 
Todas as três Pessoas da Trindade possuem todos os atributos de Deus (João 
6:37-40; 8:17-25; Colossenses 1:13-20; Salmo 90:2; 139:7-10; Jó 42: 2; 26:13; 1 
Coríntios 2:9-11; Hebreus 9:14). 
 
Deus mostra a Sua natureza pessoal por expressar indignação (Salmo 7:11), rir 
(Salmo 2:4), ter compaixão (Salmo 135:14), amar (1 João 4:8), abominar (Salmo 
11:5), ensinar (João 14:25), reprovar (João 16: 8) e guiar (Romanos 8:14). Todas 
estas ações insinuam o fato de que Deus seja, de fato, uma pessoa. 
 
29 - Pergunta: "O que significa que a Trindade é Deus em três Pessoas?" 
 
Resposta: ​Quando falamos sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo como sendo 
"Pessoas", não queremos dizer que sejam seres humanos ou que sejam como a 
humanidade de qualquer forma. No entanto, em nossa linguagem cotidiana, é 
assim que a palavra ​pessoa​ é frequentemente usada. Sendo assim, é compreensível 
que alguma confusão envolva as referências às três "Pessoas" da Trindade. 
 
Quando falamos de Deus, estamos usando a palavra ​Pessoa​ para mostrar que o Pai, 
o Filho e o Espírito Santo têm personalidade. Ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito 
Santo têm intelecto, emoção e vontade. Qualquer ser com racionalidade, emoção 
e vontade pode ser considerado uma pessoa; assim, os seres humanos são pessoas, 
mas os seres angelicais e o Ser Divino também são. A definição de ​pessoa​ não pode 
incluir a fisicalidade pela simples razão de que os seres humanos não deixam de ser 
pessoas após a morte. O corpo de uma pessoa morta é deixado para trás em 
decomposição, mas o seu verdadeiro eu – a sua personalidade — vive adiante no 
céu ou no inferno. 
 
Quando falamos de Deus existindo em três Pessoas, queremos dizer que a 
existência de Deus é composta por três centros distintos de intelecto, emoção e 
vontade. Cada Pessoa da Trindade teve um papel único na criação e na salvação da 
humanidade. O Espírito Santo é único e não é o Pai ou o Filho (Ele procede do Pai e 
do Filho, João 15:26). O Pai e o Filho também são únicos (quando Jesus orou ao 
Pai, Ele não estava orando a Si mesmo, Lucas 23:34). Cada um é Deus, mas cada 
um é uma "Pessoa" separada. Usar a palavra ​pessoa​> é uma das únicas maneiras 
pela qual a linguagem humana descreve esse conceito. 
 
Todas as três Pessoas da Trindade abrangem o Deus perfeitamente unificado. Eles 
compartilham a mesma natureza e essência, e são todos o mesmo Deus, mas cada 
Pessoa individual da Trindade é distinta e única. O fato de Deus existir em três 
Pessoas é importante por várias razões. Por exemplo, Deus é amor (1 João 4:8). 
Entretanto, na eternidade passada, antes de Deus criar qualquer outro ser, Ele 
poderia ter sido verdadeiramente amor? Ou seja, o amor pode existir onde não há 
ninguém para ​ser amado​? Porque Deus existe em três Pessoas co-iguais e 
co-eternas, o amor também existe. O amor eterno foi expresso eternamente entre 
as Pessoas da Divindade. O Pai, o Filho e o Espírito sempre Se amaram, e assim o 
amor é eterno. 
 
Quando deixamos de lado a noção de que uma "pessoa" só pode ser uma "pessoa 
humana", podemos entender mais facilmente como se pode dizer que Deus existe 
corretamente em três "Pessoas". 
 
30 - Pergunta: "Qual é a relação de Deus com o tempo?" 
 
Resposta: ​Vivemos em um mundo físico com suas quatro conhecidas dimensões do 
espaço-tempo: comprimento, largura, altura (ou profundidade) e tempo. No 
entanto, Deus mora em um reino diferente — o reino espiritual — além da 
percepção de nossos sentidos físicos. Não é que Deus não seja real; é uma questão 
de não estar limitado pelas leis e dimensões físicas que governam o nosso mundo 
(Isaías 57:15). Sabendo que "Deus é espírito" (João 4:24), qual é a relação dEle com 
o tempo? 
 
No Salmo 90:4, Moisés usou uma analogia simples, mas profunda, para descrever a 
atemporalidade de Deus: "Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem 
que se foi e como a vigília da noite." A eternidade de Deus é contrastada com a 
temporalidade do homem. As nossas vidas são curtas e frágeis, mas Deus não Se 
enfraquece ou falha com o passar do tempo. 
 
Em certo sentido, a marcação do tempo é irrelevante para Deus porque Ele a 
transcende. Pedro, em 2 Pedro 3:8, advertiu seus leitores a não deixar que esse 
fato crítico escapasse à atenção deles — que a perspectiva de Deus sobre o tempo 
é muito diferente da da humanidade (ver também Salmos 102:12, 24-27). O Senhor 
não é limitado pelo tempo como nós. Ele está acima e fora da esfera do tempo. 
Deus vê todo o passado e o futuro da eternidade. O tempo que passa na Terra é um 
piscar de olhos na perspectiva atemporal de Deus. Um segundo não é diferente de 
uma eternidade; um bilhão de anos passam como segundos para o Deus eterno. 
 
Embora não possamos compreender essa ideia da eternidade ou da atemporalidade 
de Deus, em nossas mentes finitas tentamos limitar um Deus infinito ao nosso 
cronograma. Aqueles que tolamente exigem que Deus opere de acordo com o seu 
período de tempo ignoram o fato de que Ele é o "Alto e Sublime... que habita a 
eternidade" (Isaías 57:15). Esta descrição de Deus está muito distante da condição 
do homem: "Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a 
oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa 
rapidamente, e nós voamos" (Salmo 90:10). 
 
Novamente, por causa de nossas mentes finitas, podemos apenas compreender o 
conceito da existência atemporal de Deus em parte. E, ao fazê-lo, nós O 
descrevemos como um Deus sem princípio nem fim, eterno, infinito, perpétuo, etc. 
O Salmo 90:2 declara: "…de eternidade a eternidade, tu és Deus" (ver também o 
Salmo 93:2). Ele sempre foi e sempre será. 
 
Então, o que é o tempo? Simplificando, o tempo é duração. Nossos relógios 
marcam mudança ou, mais precisamente, nossos relógios são referências de 
mudança que indicam a passagem do tempo. Poderíamos dizer, então, que o 
tempo é uma pré-condição necessária para a mudança e que a mudança é uma 
condição suficiente para estabelecer a passagem do tempo. Em outras palavras, 
sempre que houver qualquer tipo de mudança, sabemos que o tempo passou. 
Vemos isso ao passarmos pela vida, à medida que envelhecemos. E não podemos 
recuperar os minutos que se passaram. 
 
Além disso, a ciência da física nos diz que o tempo é uma propriedade resultante 
da existência da matéria. Como tal, o tempo existe quando a matéria existe. Mas 
Deus não é matéria; Deus, de fato, criou a matéria. O ponto principal é o seguinte: 
o tempo começou quando Deus criou o universo. Antes disso, Deus estava 
simplesmente existindo. Como não havia matéria, e porque Deus não muda, o 
tempo não tinha existência e, portanto, não tinha significado, não tinha qualquer 
relação a Ele. 
 
E isso nos leva ao significado da palavra ​eternidade.​ ​Eternidade​ é um termo usado 
para expressar o conceito de algo que não tem fim e/ou começo. Deus não tem 
começo nem fim. Ele está fora do reino do tempo. A eternidade não é algo que 
possa estar absolutamente relacionada a Deus. Deus vai até além da eternidade. 
 
As escrituras revelam que Deus vive fora dos limites do tempo como o conhecemos. 
O nosso destino foi planejado "antes dos tempos eternos" (2 Timóteo 1:9; Tito 1:2) 
e "antes da fundação do mundo" (Efésios 1:4; 1 Pedro 1:20). "Pela fé, entendemos 
que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a 
existir das coisas que não são visíveis" (Hebreus 11:3). Em outras palavras, o 
universo físico que vemos, ouvimos, sentimos e experimentamos foi criado não a 
partir da matéria existente, mas a partir de uma fonte independente das 
dimensões físicas que podemos perceber. 
 
"Deus é espírito" (João 4:24) e, correspondentemente, Deus é atemporal, em vez 
de estar eternamente no tempo ou além do tempo. O tempo foi simplesmente 
criado por Deus como uma parte limitada da Sua criação para acomodar as obras 
do Seu propósito em Seu universo descartável (ver 2 Pedro 3:10-12). 
 
Após a conclusão da atividade de criação, inclusive da criação do tempo, o que 
Deus concluiu? "Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom" (Gênesis 
1:31). De fato, Deus é espírito no reino da atemporalidade. 
 
Como crentes, temos um profundo senso de conforto sabendo que Deus, embora 
atemporal e eterno, habita o tempo conosco agora. Ele não é inacessivelmente 
transcendente, mas está aqui neste momento conosco. E porque Ele está neste 
momento, pode então responder às nossas necessidades e orações. 
 
31 - Pergunta: "Como é Deus?" 
 
Resposta: ​Toda cultura na história do mundo tem tido algum conceito de como 
Deus é. Alguns têm suposto que Deus está no controle do tempo e fizeram imagens 
de um deus da tempestade lançando raios (adoração de Baal em Canaã). Alguns 
têm suposto que Deus é muito poderoso e, portanto, adoraram a coisa mais 
poderosa que podiam ver, o sol (adoração de Rá no Egito). Outros têm suposto que 
Deus está em toda parte e, portanto, adoraram tudo (panteísmo na filosofia 
estoica). Alguns têm suposto que Deus é incognoscível e se voltaram para o 
agnosticismo ou, para tentar se garantir, adoraram "um Deus desconhecido" (Atos 
17:23). 
 
O problema de cada uma dessas suposições é que elas apenas obtêm parte da 
imagem de quem é Deus. Sim, Deus está no controle do tempo, mas também está 
no controle de muito mais. Ele é poderoso, mas muito mais poderoso que o sol. Ele 
está em toda parte, mas também transcende tudo. E, felizmente, enquanto há 
algumas coisas que não entendemos sobre Deus, Ele é conhecível. De fato, Deus 
revelou tudo o que precisamos saber sobre Ele na Bíblia. Deus ​quer​ ser conhecido 
(Salmo 46:10). 
 
Norman Geisler e Frank Turek, em seu livro ​Não Tenho Fé Suficiente para Ser 
Ateu,​ afirmam o seguinte: 
 
• A verdade é descoberta, não inventada. Ela existe independentemente de se 
alguém a conhece ou não. (A gravidade existia antes de Newton.) 
 
• A verdade é transcultural; se algo é verdade, é verdade para todas as pessoas, 
em todos os lugares, em todos os momentos. (2 + 2 = 4 para todos, em qualquer 
lugar e a qualquer momento). 
 
• A verdade é imutável, embora nossas ​crenças​ sobre a verdade mudem. (Quando 
começamos a acreditar que a Terra era redonda em vez de plana, a ​verdade​ sobre 
a Terra não mudou, apenas nossa ​crença​ sobre a Terra mudou.) 
 
Portanto, ao tentarmos descobrir como é Deus, estamos simplesmente tentando 
descobrir verdades que já existem. 
 
Primeiro, Deus existe. A Bíblia nunca defende a existência de Deus; simplesmente 
afirma. O fato de que Deus ​existe​ deve ser autoevidente por meio das obras que 
criou (Salmo 19:1-6). Gênesis 1:1 diz: "No princípio, Deus criou os céus e a terra". 
Esta é uma afirmação simples, mas poderosa. O universo inclui o tempo, o espaço, 
a matéria e a energia, de modo que todos os elementos discerníveis do universo 
surgiram por decreto de Deus. A Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein 
afirma que todo tempo, espaço e matéria tiveram um começo definido e 
simultâneo. O que tem um começo tem uma causa. Essa é a lei da causalidade, e o 
fato de Deus explica facilmente a causa suprema. Deus é o criador de tudo o que 
existe, e por isso sabemos algo mais sobre Ele: Ele é todo-poderoso (Joel 1:15), 
eternamente autoexistente (Salmo 90:2) e existe acima e além de toda a criação 
(Salmo 97:9). 
 
O mesmo Deus que criou todas as coisas também as controla. Ele é soberano (Isaías 
46:10). Aquele que cria algo é o seu dono e tem poder para utilizá-lo como achar 
melhor. A causa suprema tem autoridade suprema. Em Isaías 44:24, Deus Se 
apresenta da seguinte forma: "Assim diz o Senhor… 'Eu sou o Senhor, que faço 
todas as coisas. Sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra'". O versículo 
seguinte diz que Ele faz "com que os adivinhos fiquem parecendo tolos. Obrigo os 
sábios a recuar, transformando o seu saber em tolice" (Isaías 44:25). Obviamente, 
este é um Deus com poder para fazer o que bem entender. 
 
Deus é espírito (João 4:24) e não pode ser representado por nenhuma coisa criada; 
de fato, a tentativa de criar tal representação é blasfema (Êxodo 20:4-6). Deus é 
imutável (Malaquias 3:6). Deus é onisciente (1 João 3:20) e onipresente (Salmo 
139:7-13). Ele é santo e glorioso (Isaías 6:3). Ele é justo (Deuteronômio 32:4) e 
julgará com justiça todo pecado e injustiça (Judas 1:15). 
 
O julgamento de Deus destaca outra verdade sobre como Ele é: Ele é um ser 
moral. C. S. Lewis, em ​Mero Cristianismo,​ defende que, assim como existem leis 
observáveis da natureza (gravidade, entropia, etc.), também existem leis 
observáveis da moralidade. Ele escreve: "Primeiro, os seres humanos, em todo o 
mundo, têm essa curiosa ideia de que devem se comportar de uma certa maneira e 
não conseguem realmente se livrar dela. Segundo, não conseguem se comportar 
dessa maneira. Eles conhecem a Lei da Natureza, mas a quebram. Esses dois fatos 
são a base de todo pensamento claro sobre nós mesmos e o universo em que 
vivemos." Apesar das ideias variadas sobre o que constitui certo e errado, existe 
uma crença universal de que o certo e o errado existem, e isso é um reflexo do 
Deus que nos criou (Gênesis 1:26; Eclesiastes 3:11). 
 
Quando Jesus entrou em nosso mundo, Ele nos mostrou o Pai (João 14:7-9). Por 
meio de Jesus, entendemos que Deus procura salvar os perdidos (Lucas 19:10). Ele 
é compassivo (Mateus 14:14), é misericordioso (Lucas 6:36) e perdoa (Mateus 
9:1-8). Ao mesmo tempo, Jesus nos mostra que Deus julgará o pecado impenitente 
(Lucas 13:5) e que Deus está irado com aqueles que vivem falsamente e se 
recusam a reconhecer a verdade (Mateus 23). 
 
Acima de tudo, Jesus nos mostrou que Deus é amor (1 João 4:8). Foi por amor que 
Deus enviou o Seu Filho ao mundo (João 3:16). Foi por amor que Jesus morreu na 
cruz pelos pecadores (Romanos 5:8). É por amor que Ele ainda chama os pecadores 
ao arrependimento, para experimentarem a graça de Deus e para serem chamados 
filhos de Deus (1 João 3:1). 
 
32 - Pergunta: "O que Deus estava fazendo antes de criar o universo?" 
 
Resposta: ​Nossas mentes finitas acham difícil compreender que, antes que o 
universo fosse criado, Deus já existia sozinho. Sabemos em João 1:1 que Jesus 
também existia: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo 
era Deus." O Cristo pré-encarnado estava intimamente unido ao Pai, de modo a 
participar da Sua glória e ser apropriadamente chamado Deus. Ele mesmo explicou 
em João 17:5: "E agora, ó Pai, glorifica-me contigo mesmo com a glória que eu tive 
junto de ti, antes que houvesse mundo." 
 
Também sabemos que o Espírito Santo estava presente antes de sermos criados. 
Gênesis 1:2 descreve que o Espírito "se movia sobre as águas" da terra escura e sem 
forma. Portanto, antes mesmo que o tempo existisse, Deus já existia em três 
Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Trindade existia em perfeita harmonia 
e perfeição, tendo tudo de que precisavam um no outro. Davi disse no Salmo 16:11 
que "plenitude de alegria e delícias perpetuamente" estão na presença de Deus. 
Isso significa que estar na presença de Deus traz consigo uma sensação 
avassaladora de alegria, realização e prazer. Antes da criação, Deus sentiu 
completa alegria e satisfação ao estar em comunhão perfeita consigo mesmo. Deus 
tem experimentado e sempre experimentará completa alegria porque tem 
completo e perfeito conhecimento de Si mesmo. 
 
Portanto, antes de criar o universo, Deus experimentou satisfação absoluta em Si 
mesmo. Deus habitou alegremente sozinho na eternidade como a Trindade. Esses 
três estavam juntos em comunhão desde a eternidade. Eles amavam-se. Sabemos 
que em algum momento eles discutiram a redenção da humanidade (Efésios 1:4-5; 
2 Timóteo 1:9; João 17:24), mas tudo o mais é um mistério. 
 
33 - Pergunta: "Quão grande é Deus?" 
 
Resposta: ​A pergunta "quão grande é Deus?" surge em dois contextos divergentes: 
em discussões filosóficas sérias e na escola dominical infantil. Neste último, a 
resposta geralmente é "maior do que você possa imaginar!" Na filosofia, 
particularmente na metafísica, é provável que a questão do tamanho de Deus 
assuma a forma de discussões sobre a natureza da realidade, a existência do 
sobrenatural, etc. Os intelectuais podem rir da criança que pergunta: "Qual é o 
tamanho de Deus?", mas a criança poderia facilmente rir da confusão do filósofo 
sobre a realidade. 
 
Ao lidar com a questão de quão grande Deus é, devemos primeiro declarar que 
Deus não é feito de "coisas"; portanto, Ele não tem dimensões, e descrições 
espaciais não se aplicam a Ele. Deus não é "feito", mas é preexistente, eterno, sem 
começo nem fim (Apocalipse 22:13). Ele é existência, e sem Ele nada mais pode 
existir. Deus existe fora e independente da Sua criação. 
 
Deus é "espírito" (João 4:24) e, como tal, não tem forma física ou material. Essa 
característica de Deus é difícil de entender. Temos um espírito ligado a um corpo 
físico e estamos intimamente ligados ao mundo material. Pensamos naturalmente 
em termos de comprimento, profundidade e altura. Sentimos que, se pudermos 
medir algo com precisão, podemos entendê-lo melhor. Por isso inventamos 
dispositivos de medição; falamos em termos de angstroms, polegadas, metros, 
milhas e anos-luz. Mas nos deparamos com um problema quando tentamos medir 
Deus; descobrimos que Ele é imaterial e, portanto, incomensurável. Ele é infinito 
em todos os sentidos. Deus resiste à quantificação e não Se submeterá às nossas 
tentativas de examiná-lo, classificá-lo e decifrá-lo. 
 
Quão grande é Deus? Muito grande. Mais do que isso, Deus é transcendente. Ele é 
tão "diferente" que nunca podemos entendê-lo completamente. Ao mesmo tempo, 
somos criados à Sua imagem, e Ele nos ama (Gênesis 1:27; João 3:16). Deus Se 
comunicou conosco através da Sua Palavra e do Seu Filho Jesus. Quer a questão da 
grandeza de Deus venha de uma criança na escola dominical ou de um metafísico, 
a resposta se resume a isso: Ele é "grande" o suficiente para criar o universo e 
"pequeno" o suficiente para nos conhecer e nos amar. 
 
34 - Pergunta: "Deus criou o mal?" 
 
Resposta: ​À primeira vista pode parecer que, se Deus criou todas as coisas, então 
deve também ter criado o mal. Entretanto, há aqui um pressuposto que deve ser 
esclarecido. O mal não é uma “coisa”, como uma pedra ou a eletricidade. Você 
não pode ter um pote de mal! Mas o mal é algo que acontece, como o ato de 
correr. O mal não tem uma existência própria, mas na verdade, é a ausência do 
bem. Por exemplo, os buracos são reais, mas somente existem em outra coisa. À 
ausência de terra, damos o nome de buraco, mas o buraco não pode ser separado 
da terra. Quando Deus criou todas as coisas, é verdade que tudo o que existia era 
bom. Uma das boas coisas criadas por Deus foram criaturas que tinham a liberdade 
em escolher o bem. Para que tivessem uma real escolha, Deus deveria permitir a 
existência de algo além do bem para escolher. Então Deus permitiu que esses anjos 
livres e humanos escolhessem o bem ou o não-bem (mal). Quando um mau 
relacionamento existe entre duas coisas boas, a isso chamamos de mal, mas não se 
torna uma “coisa” que exige ter sido criada por Deus. 
 
Examine o exemplo de Jó em Jó capítulos 1 e 2. Satanás quis destruir Jó, e Deus 
permitiu que Satanás fizesse tudo, exceto matá-lo. Deus permitiu que isto 
acontecesse para provar a Satanás que Jó era reto porque amava a Deus, e não 
porque Deus o tinha tão ricamente abençoado. Deus é soberano, e no controle 
máximo de tudo o que acontece. Satanás nada pode fazer a não ser que tenha a 
“permissão” de Deus. Deus não criou o mal, mas Ele permite o mal. Se Deus não 
houvesse permitido a possibilidade do mal, tanto a espécie humana quanto os 
anjos estariam servindo a Deus por obrigação, não por escolha. Ele não quis 
“robôs” que simplesmente fizessem o que Ele gostaria que fizessem por causa de 
sua “programação”. 
 
A resposta que a Bíblia nos dá é: Deus tem um propósito perfeitamente bom para a 
existência do mal. Vejamos a seguir. A Bíblia não só ensina que Deus sabe de todas 
as coisas, mas que Ele determinou, com precisão, o Seu plano para toda a história 
do universo. Deus detalhadamente determinou a existência e história para cada 
criatura desde antes da criação. Ele escreveu a história do mundo para a Sua 
glória, de sorte que tudo ocorre de acordo com o Seu perfeito plano e nada 
acontece sem ser previamente decretado por Deus. Em Isaías 46:9-10, Deus 
apresenta como evidência de Sua divindade o fato de que Ele tem determinado e 
declarado o fim desde o início. Ele diz: “...Eu sou Deus, e não há outro semelhante 
a mim... o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Isaías 
46:10). 
 
Não existe um átomo sequer em todo o universo que não esteja a cada momento 
sendo sustentado e guiado por Deus. Em Colossenses 1:16-17, Paulo diz: “...Tudo 
foi criado por meio dele e para Ele... Nele, tudo subsiste.” Hebreus 1:3 
explicitamente diz que Ele “sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder.” 
Vimos então que Deus tem planejado e determinado o percurso de toda a criação 
(incluindo Satanás e todas as suas ações, como sua queda e as tentações que ele 
apresenta a nós, seres humanos). O mal que existe hoje não ocorre por acidente, 
mas porque Deus tem determinado em Seu perfeito plano que deveria ser assim. 
Isto pode ser surpreendente ou até vergonhoso para muitos, mas para Deus, não. 
Ele diz: “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, 
faço todas estas cousas (Isaías 45:7). É notável que neste versículo Ele até usa o 
verbo mais forte (bara no Hebraico é a mesma palavra usada em Gênesis 1:1) para 
referir-se ao Seu envolvimento intencional com o mal. De fato, Ele até apresenta 
isto como evidência de Sua divindade, em contraste com os ídolos que são 
incapazes de fazer bem ou mal (Isaías 41:23). O inspirado profeta Jeremias 
apresenta a pergunta retórica: “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando 
o Senhor o não mande? Acaso, não procede do Altíssimo tanto o mal como o bem?” 
(Lamentações 3:37-38). É claro que a resposta esperada é que nada de bom ou 
mau ocorre sem que proceda de Deus. Semelhantemente, o profeta Amós 
pergunta: “Sucederá algum mal à cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?” (Amós 
3:6). 
 
Basicamente, não há uma resposta a estas perguntas que possamos compreender 
totalmente. Como seres humanos limitados, jamais podemos compreender 
inteiramente um Deus infinito (Romanos 11:33-34). Às vezes pensamos que 
compreendemos por que Deus faz determinada coisa, e mais tarde descobrimos 
que era para um propósito diferente daquele que havíamos pensado. Deus vê as 
coisas sob uma perspectiva eterna. Nós vemos as coisas sob uma perspectiva 
terrena. Infelizmente, por natureza, preferimos a nossa própria concepção de Deus 
àquela do Deus verdadeiro. 
 
Concluindo, a Bíblia ensina claramente que tudo que Deus criou era “muito bom” 
(Gênesis 1:31). Semelhantemente, a Bíblia termina descrevendo em Apocalipse 21 
e 22 um período futuro quando tudo voltará a ser muito bom. Apocalipse 21:4 diz: 
“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá 
luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram.” Isto significa 
que quase toda a Bíblia, de Gênesis 3 a Apocalipse 20, trata do tempo quando o 
mal existe. Este é o tempo em que nós vivemos. Entretanto, é confortador, mesmo 
quando entendemos pouco do propósito de Deus para o mal, saber que tudo 
começou “muito bom” e há de terminar assim também! 
 
35 - Pergunta: "Por que Deus permite desastres naturais, tais como terremotos, 
ciclones e tsunamis?" 
 
Resposta: ​Por que Deus permite terremotos, tornados, ciclones, tsunamis, 
furacões, deslizamentos e outros desastres naturais? O tsunami no final de 2004 foi 
uma tragédia na Ásia, o furacão Katrina em 2005 na região sudeste dos EUA e os 
deslizamentos de 2006 nas Filipinas fizeram com que muitas pessoas questionassem 
a bondade de Deus. É agoniante quando pessoas se referem a desastres naturais 
como "atos de Deus" quando nenhum "crédito" é dado a Deus por anos, décadas e 
até mesmo séculos de clima pacífico. Deus criou o universo e as leis da natureza 
(Gênesis 1:1). A maioria dos desastres naturais são o resultado dessas leis 
funcionando. Ciclones, furacões e tornados são resultados de leis do estado 
atmosférico que são divergentes e colidem. Terremotos são o resultado da 
estrutura da base da terra se deslocando. Um tsunami é causado por um terremoto 
debaixo d’água. 
 
A Bíblia proclama que tudo subsiste em Jesus Cristo (Colossenses 1:16-17). Deus 
pode prevenir desastres naturais? Com certeza! Deus às vezes influencia o clima? 
Sim, veja Deuteronômio 11:17 e Tiago 5:17. Será que Deus às vezes causa desastres 
naturais como julgamento contra o pecado? Sim, veja Números 16:30-34. O livro de 
Apocalipse descreve muitos eventos que com certeza poderiam ser descritos como 
desastres naturais (Apocalipse capítulos 6,8 e 16). Será que todo desastre natural é 
uma punição de Deus? Absolutamente não! 
 
Da mesma forma que Deus permite que pessoas más cometam atos de maldade, 
Deus permite que a terra demonstre as consequências do pecado sobre a Criação. 
Romanos 8:19-21 diz: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos 
filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por 
causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida 
do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” A Queda 
da humanidade em pecado afetou tudo, incluindo o universo onde habitamos. Tudo 
na criação está sujeito à “vaidade” e “corrupção”. O pecado é a causa principal 
para os desastres naturais, da mesma forma que é a causa principal para a morte, 
doenças e sofrimento. 
 
Podemos entender por que as catástrofes naturais ocorrem. O que não entendemos 
é por que Deus permite que ocorram. Por que Deus permitiu que o tsunami 
matasse mais de 225.000 pessoas na Ásia? Por que Deus permitiu que o furacão 
Katrina destruísse as casas de centenas de milhares de pessoas? Por um lado, esses 
eventos abalam a nossa confiança na vida e nos obrigam a pensar sobre a 
eternidade. As igrejas são normalmente preenchidas depois de desastres quando as 
pessoas percebem quão frágeis suas vidas realmente são e como a vida pode ser 
tirada em um instante. O que podemos saber é que... Deus é bom! Há tantos 
milagres surpreendentes que acontecem ao mesmo tempo dos desastres naturais – 
prevenindo uma quantidade ainda maior de mortes. Desastres naturais causam 
milhares de pessoas a reavaliarem as suas prioridades na vida. Centenas de milhões 
de dólares em ajuda são enviados para as pessoas que estão sofrendo. Os 
ministérios Cristãos têm a oportunidade de ajudar, ministrar, aconselhar, orar – e 
levar pessoas a terem fé em Cristo! Deus pode trazer – e assim o faz – coisas boas 
dessas terríveis tragédias (Romanos 8:28). 
 
36 - Pergunta: "Será que Deus é justo?" 
 
Resposta: ​Na mente de muitas pessoas, ser justo é todo mundo recebendo 
exatamente o que merece. Se Deus fosse completamente "justo", por esta 
definição, todos nós passaríamos a eternidade no inferno pagando por nossos 
pecados, o que é exatamente o que merecemos. Todos nós pecamos contra Deus 
(Romanos 3:23) e, portanto, somos dignos de morte eterna (Romanos 6:23). Se nós 
de forma "justa" recebêssemos o que merecemos, terminaríamos no lago de fogo 
(Apocalipse 20:14-15). Mas Deus é misericordioso e bom, por isso Ele enviou Jesus 
Cristo para morrer na cruz em nosso lugar, tomando sobre Si o castigo que 
merecemos (2 Coríntios 5:21). Tudo o que temos que fazer é acreditar em Cristo e 
seremos salvos, assim como também vamos receber um lar eterno no céu (João 
3:16). Com o sacrifício de Cristo, Deus mantém a Sua "justiça" porque o pecado foi 
devidamente punido. 
 
Um sinônimo de ​justo​ é ​reto,​ e a Bíblia é inequívoca ao afirmar que Deus é justo: 
"Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É 
Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é" (Deuteronômio 32:4; ver 
também 2 Crônicas 19: 7; Romanos 9:14; e 2 Tessalonicenses 1: 6). Deus é "justo" 
por ser imparcial, honesto e reto. Pedro, que se encontra observando o trabalho do 
Espírito Santo na casa de um gentio, disse: "Agora percebo verdadeiramente que 
Deus não trata as pessoas com parcialidade, mas de todas as nações aceita todo 
aquele que o teme e faz o que é justo" (Atos 10: 34-35). Deus é eminentemente 
justo. Ele não trata ninguém injustamente. 
 
Apesar da graça amorosa de Deus, ninguém iria acreditar nele por conta própria 
(Romanos 3:10-18). Deus tem que nos aproximar de si para que passemos a crer 
(João 6:44). Deus não chama a todos, mas só certas pessoas que Ele 
soberanamente escolheu (Romanos 8:29-30; Efésios 1:5, 11). Isso não parece 
"justo" aos olhos daqueles que acreditam que a justiça exige que todos sejam 
tratados exatamente da mesma maneira. Na eleição, parece que Deus não está 
tratando todas as pessoas igualmente. No entanto, Deus não tem que escolher 
sequer um. Mais uma vez, seria inteiramente justo que todos passássemos a 
eternidade no inferno. Deus salvando alguns não é injusto para com aqueles que 
permanecem incrédulos porque estão recebendo exatamente o que merecem. 
 
Aqueles a quem Deus escolheu estão recebendo o amor e a graça de Deus. Mas, 
quando Deus convoca os nossos corações e abre nossas mentes, temos a 
oportunidade de responder à revelação da criação em torno de nós (Salmo 19: 1-3) 
e da consciência dentro de nós (Romanos 2:15), e de nos voltar para Deus. Aqueles 
que não respondem receberão o que realmente merecem por causa de sua 
rejeição. A sua punição é justa (João 3:18, 36). Aqueles que acreditam estão 
recebendo muito mais do que merecem. Ninguém, porém, está sendo punido além 
do que ele ou ela merece. Deus é justo? Sim. Ele também é piedoso, misericordioso 
e gracioso. 
 
37 - Pergunta: "O que significa que Deus é onipotente?" 
 
Resposta: ​A palavra onipotente vem de omni – que significa "todo" e potente que 
significa "poder". Tal como os atributos da onisciência e onipresença, segue-se que, 
se Deus é infinito, e se é soberano, o que sabemos que Ele é, então Ele também 
deve ser onipotente. Ele tem todo o poder sobre todas as coisas em todos os 
momentos e em todos os sentidos. 
 
Jó falou do poder de Deus em Jó 42:2: "Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum 
dos teus propósitos pode ser impedido." Jó estava reconhecendo a onipotência de 
Deus na realização de Seus planos. Moisés também foi relembrado por Deus de que 
Ele tinha todo o poder para levar a cabo Seus propósitos em relação aos israelitas: 
“Porém, o SENHOR disse a Moisés: Teria sido encurtada a mão do SENHOR? Agora 
verás se a minha palavra se há de cumprir ou não” (Números 11:23). 
 
Em nenhum lugar a onipotência de Deus é vista mais claramente do que na criação. 
Deus disse: "Haja..." e assim foi (Gênesis 1:3, 6, 9, etc.) O homem necessita de 
ferramentas e materiais para criar, Deus simplesmente falou e pelo poder de Sua 
palavra tudo foi criado do nada. "Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus, e 
todo o exército deles pelo espírito da sua boca" (Salmo 33:6). 
 
O poder de Deus também é visto na preservação da Sua criação. Toda a vida na 
terra pereceria se não fosse pela Sua provisão contínua de tudo o que precisamos 
para comer, vestir e habitar, todos feitos com recursos renováveis sustentados pelo 
Seu poder como o preservador do homem e animal (Salmo 36:6). Os mares que 
cobrem a maior parte da terra, e sobre os quais somos impotentes, oprimiriam-nos 
se Deus não os limitasse (Jó 38:8-11). 
 
A onipotência de Deus se estende aos governos e líderes (Daniel 2:21) porque Ele 
os restringe ou deixa seguir o seu caminho de acordo com os Seus planos e 
propósitos. Seu poder é ilimitado em relação a Satanás e seus demônios. O ataque 
de Satanás em Jó foi limitado a apenas algumas ações por ter sido contido pelo 
poder ilimitado de Deus (Jó 1:12, 2:6). Jesus relembrou Pilatos de que ele não 
teria poder sobre Ele se não lhe tivesse sido concedido pelo Deus de todo o poder 
(João 19:11). 
 
Sendo onipotente, Deus pode fazer qualquer coisa. No entanto, isso não significa 
que Deus tenha perdido a Sua onipotência quando a Bíblia diz que Ele não pode 
fazer certas coisas. Por exemplo, Hebreus 6:18 diz que Ele não pode mentir. Isso 
não significa que Ele não tem o poder de mentir, mas que Deus escolhe não mentir 
de acordo com a Sua própria perfeição moral. Da mesma forma, apesar dEle ser 
todo-poderoso e odiar o mal, Ele permite que o mal aconteça de acordo com o Seu 
bom propósito. Ele usa certos acontecimentos perversos para levar a cabo os Seus 
propósitos, tal como quando o maior mal de todos ocorreu -- o assassinato do 
perfeito, santo e inocente Cordeiro de Deus para a redenção da humanidade. 
 
Como o Deus encarnado, Jesus Cristo é onipotente. Seu poder é visto nos milagres 
que realizou – em Suas numerosas curas, na alimentação dos cinco mil (Marcos 
6:30-44), em acalmar a tempestade (Marcos 4:37-41) e na exibição definitiva de 
poder ao ressuscitar Lázaro e a filha de Jairo dos mortos (João 11:38-44, Marcos 
5:35-43), um exemplo de Seu controle sobre a vida e a morte. A morte foi a 
principal razão pela qual Jesus veio -- para destruí-la (1 Coríntios 15:22, Hebreus 
2:14) e para restaurar os pecadores a um relacionamento correto com Deus. O 
Senhor Jesus disse claramente que Ele tinha o poder para dar a Sua vida e para 
retomá-la, um fato que alegorizou ao falar sobre o templo (João 2:19). Ele tinha o 
poder de invocar doze legiões de anjos para salvá-lo durante seu julgamento, se 
necessário (Mateus 26:53), mas escolheu oferecer-se em humildade no nosso lugar 
(Filipenses 2:1-11). 
 
O grande mistério é que este poder pode ser compartilhado por crentes que estão 
unidos a Deus em Jesus Cristo. Paulo diz: "De boa vontade, pois, me gloriarei nas 
minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo" (2 Coríntios 12:9 b). 
O poder de Deus é mais exaltado em nós quanto maiores forem as nossas fraquezas 
porque Ele "é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo 
que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera" (Efésios 3:20). É o 
poder de Deus que continua mantendo-nos em um estado de graça apesar do nosso 
pecado (2 Timóteo 1:12), e pelo Seu poder somos guardados de cair (Judas 24). 
Seu poder será proclamado por todos os seres celestiais por toda a eternidade 
(Apocalipse 19:1). Que essa seja a nossa oração interminável! 
 
38 - Pergunta: "O que significa que Deus é onipresente?" 
 
Resposta: ​O prefixo omni procede da palavra latina que significa “todo”. Assim, 
dizer que Deus é onipresente é dizer que Ele está presente em todos os lugares. 
Em muitas religiões, Deus é considerado onipresente, enquanto que no judaísmo e 
cristianismo, esta visão é adicionalmente subdividida na transcendência e 
imanência de Deus. Embora Deus não seja totalmente imerso no tecido da criação 
(panteísmo), Ele está presente em todos os lugares e em todos os momentos. 
 
A presença de Deus é contínua ao longo de toda a criação, embora não seja 
revelada da mesma maneira e ao mesmo tempo para as pessoas em toda parte. Às 
vezes Ele pode estar ativamente presente em uma situação, embora escolha não 
revelar a Sua presença em uma outra circunstância, em alguma outra área. A Bíblia 
revela que Deus tanto pode estar presente a uma pessoa de uma forma manifesta 
(Salmo 46:1, Isaías 57:15) quanto estar presente em todas as situações em toda a 
criação em qualquer momento (Salmo 33:13-14). A onipresença é o método de 
Deus de estar presente em todos os intervalos de tempo e espaço. Embora Deus 
esteja presente em todo tempo e espaço, Ele não é localmente limitado a qualquer 
tempo ou espaço. Deus está em toda parte e em cada momento. Nenhuma 
partícula ou molécula atômica é tão pequena para escapar da presença de Deus, e 
nenhuma galáxia é tão grande que Ele não a possa conter. Entretanto, se 
tentássemos remover a criação, Deus ainda a conheceria, pois Ele sabe de todas as 
possibilidades, sejam elas reais ou não. 
 
Deus está naturalmente presente em todos os aspectos da ordem natural das 
coisas, em todo tempo, maneira e lugar (Isaías 40:12, Naum 1:3). Deus está 
ativamente presente de uma maneira diferente em cada acontecimento na história 
como um guia providente dos assuntos humanos (Salmo 48:7, 2 Crônicas 20:37, 
Daniel 5:5-6). Deus está presente e atento de uma maneira especial àqueles que 
invocam o Seu nome, intercedem por outros, adoram a Deus, fazem petições e 
oram fervorosamente por perdão (Salmo 46:1). Ele está supremamente presente na 
pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo (Colossenses 2:19), e misticamente 
presente na igreja universal que cobre a terra e contra a qual as portas do inferno 
não prevalecerão. 
 
Assim como a onisciência de Deus apresenta aparentes paradoxos devido às 
limitações da mente humana, o mesmo ocorre com a onipresença de Deus. Um 
desses paradoxos é importante: a presença de Deus no inferno, o lugar ao qual os 
ímpios são enviados e sofrem a fúria ilimitada e incessante de Deus por causa do 
seu pecado. Muitos argumentam que o inferno seja um lugar de separação de Deus 
(Mateus 25:41) e se assim for, não se pode dizer então que Deus esteja em um 
lugar separado dEle. No entanto, os ímpios no inferno suportam a Sua ira eterna, 
pois Apocalipse 14:10 fala do seu tormento na presença do Cordeiro. Pensar que 
Deus esteja presente em um lugar aonde os maus são suspostamente enviados 
causa certa consternação. No entanto, este paradoxo pode ser explicado pelo fato 
de que Deus pode estar presente -- porque Ele enche todas as coisas com a Sua 
presença (Colossenses 1:17) e sustenta tudo pela palavra do Seu poder (Hebreus 
1:3) – mesmo assim, Ele não necessariamente está em todos os lugares para 
abençoar. 
 
Assim como Deus é muitas vezes separado de Seus filhos por causa do pecado 
(Isaías 52:9), está longe dos ímpios (Provérbios 15:29) e ordena que os incrédulos 
escravos da escuridão no final dos tempos se afastem a um lugar de castigo eterno, 
Deus ainda está lá no meio. Ele sabe como as almas no inferno estão agora 
sofrendo; Ele conhece suas angústias, seus gritos por alívio, suas lágrimas e tristeza 
pelo estado eterno no qual suas almas se encontram. Ele está presente em todos os 
sentidos como um lembrete perpétuo do seu pecado que criou uma separação de 
todas as bênçãos que de outra forma poderiam ter recebido. Ele está presente em 
todos os sentidos, mas não exibe nenhum outro atributo além da Sua ira. 
 
Da mesma forma, Ele também estará no céu, manifestando todas as bênçãos que 
nem podemos começar a compreender aqui. Ele estará lá exibindo Sua múltiplas 
bênçãos, Seu múltiplo amor e Sua múltipla bondade --de fato, todos os seus 
atributos, com a exceção da Sua ira. A onipresença de Deus deve servir como um 
lembrete de que não podemos nos esconder de Deus quando pecamos (Salmo 
139:11-12), mas podemos voltar-nos para Deus em arrependimento e fé sem 
termos que nos deslocar (Isaías 57:16). 
 
39 - Pergunta: "O que significa que Deus é onisciente?" 
 
Resposta: ​A onisciência é definida como "o estado de ter conhecimento total, a 
qualidade de saber tudo." Para que Deus seja soberano sobre a Sua criação de 
todas as coisas, visíveis ou invisíveis, Ele tem que ser onisciente. Sua onisciência 
não é restrita a uma única pessoa da Trindade – o Pai, Filho e Espírito Santo são 
todos por natureza oniscientes. 
 
Deus sabe de tudo (1 João 3:20). Ele não só conhece os mínimos detalhes da nossa 
vida, mas também de tudo ao nosso redor, pois menciona que sabe até quando um 
pardal cai ou quando perdemos um único fio de cabelo (Mateus 10:29-30). Deus 
não só sabe de tudo o que ocorrerá até o fim da história em si (Isaías 46:9-10), mas 
também conhece nossos pensamentos antes mesmo de falarmos (Salmo 139:4). Ele 
conhece os nossos corações de longe e até nos viu quando ainda estávamos no 
ventre materno (Salmo 139:1-3, 15-16). Salomão expressa essa verdade 
perfeitamente quando diz: "porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos 
homens" (1 Reis 8:39). 
 
Apesar da condescendência do Filho de Deus despojar-se de Si mesmo e assumir a 
forma de servo (Filipenses 2:7), a Sua onisciência é claramente vista nos escritos 
do Novo Testamento. A primeira oração dos apóstolos, encontrada em Atos 1:24: 
"Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos", implica a onisciência de Jesus, a 
qual é necessária para que seja capaz de receber petições e interceder na mão 
direita de Deus. Na Terra, a onisciência de Jesus é igualmente clara. Em muitos 
relatos do Evangelho, Ele conhecia os pensamentos do Seu público (Mateus 9:4, 
12:25, Marcos 2:6-8; Lucas 6:8). Ele sabia de detalhes das vidas das pessoas antes 
mesmo de conhecê-las. Quando conheceu a mulher samaritana que estava tirando 
água do poço de Sicar, Ele disse-lhe: "Porque tiveste cinco maridos, e o que agora 
tens não é teu marido; isto disseste com verdade" (João 4:18). Jesus também diz 
aos Seus discípulos que o Seu amigo Lázaro estava morto, embora estivesse mais de 
40 km de distância da casa de Lázaro (João 11:11-15). Ele aconselhou os discípulos 
a irem preparar-se para a Ceia do Senhor, descrevendo a pessoa que iriam 
encontrar e acompanhar (Marcos 14:13-15). Talvez o melhor exemplo: Ele conhecia 
Natanael antes mesmo de encontrá-lo, pois já conhecia o seu coração (João 
1:47-48). 
 
Claramente observamos a onisciência de Jesus na Terra, mas aqui é onde começa o 
paradoxo também. Jesus faz perguntas, o que talvez implique a ausência de 
conhecimento, embora o Senhor faça perguntas mais para o benefício de Sua 
audiência do que para Si mesmo. No entanto, existe uma outra faceta acerca de 
Sua onisciência que surge das limitações da natureza humana que Ele, como o Filho 
de Deus, assumiu. Lemos que, como um homem, "crescia Jesus em sabedoria, e em 
estatura" (Lucas 2:52) e que Ele "aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu" 
(Hebreus 5:8). Também lemos que Ele não sabia quando seria o fim do mundo 
(Mateus 24:34-36). Nós, portanto, temos que perguntar: por que o Filho não sabe 
disso quando já sabia de tudo mais? Ao invés de encarar isto como uma limitação 
humana, devemos considerá-lo um controlado limite de conhecimento. Aqui vemos 
um ato voluntário de humildade a fim de de participar plenamente da nossa 
natureza (Filipenses 2:6-11, Hebreus 2:17) e ser o segundo Adão. 
 
Finalmente, não há nada difícil demais para um Deus onisciente, e é com base na 
nossa fé em tal Deus que podemos descansar seguros, sabendo que promete nunca 
desamparar-nos enquanto continuarmos nEle. Ele conhece-nos desde a eternidade, 
mesmo antes da criação. Deus já conhecia eu e você, já sabia quando 
apareceríamos no decorrer do tempo e com quem iríamos interagir. Ele até previu 
o nosso pecado em toda a sua feiúra e depravação, mas ainda, em amor, escolheu 
colocar o Seu selo sobre nós e nos atraiu a esse amor em Jesus Cristo (Efésios 
1:3-6). Um dia o veremos face a face, mas o nosso conhecimento de Deus nunca 
será completo. Nossa admiração, amor e louvor a Ele continuarão por todos os 
milênios enquanto nos aquecemos nos raios do Seu amor celestial, aprendendo e 
apreciando cada vez mais o nosso Deus onisciente. 
 
40 - Pergunta: "O que é a vontade de Deus?" 
 
Resposta: ​Quando se fala da vontade de Deus, muitas pessoas veem três aspectos 
diferentes a seu respeito na Bíblia. O primeiro aspecto é conhecido como a 
vontade decretiva, soberana ou oculta de Deus. Esta é a "final" vontade de Deus. 
Esta faceta da vontade de Deus vem do reconhecimento da soberania de Deus e 
dos outros aspectos da Sua natureza. Esta expressão da vontade de Deus se 
concentra no fato de que Ele soberanamente ordena tudo o que chega a 
acontecer. Em outras palavras, não há nada que aconteça que seja fora da vontade 
soberana de Deus. Este aspecto da vontade de Deus é visto em versículos como 
Efésios 1:11, onde aprendemos que Deus é aquele "que faz todas as coisas segundo 
o propósito da sua vontade", e Jó 42:2: "Sei que podes fazer todas as coisas; 
nenhum dos teus planos pode ser frustrado". Este ponto de vista da vontade de 
Deus é baseado no fato de que, porque Deus é soberano, sua vontade nunca pode 
ser frustrada. Nada acontece que esteja além de seu controle. 
 
Esta compreensão da Sua vontade soberana não implica que Deus faça tudo 
acontecer. Pelo contrário, ela reconhece que, por causa da Sua soberania, Ele 
deve pelo menos permitir que as coisas aconteçam. Este aspecto da vontade de 
Deus reconhece que, mesmo quando Deus permite passivamente que as coisas 
aconteçam, Ele tem que optar por permiti-las, uma vez que sempre tem o poder e 
o direito de intervir. Deus pode sempre optar por permitir ou interromper as ações 
e eventos deste mundo. Portanto, assim como Ele permite que as coisas 
aconteçam, elas fazem parte da Sua "vontade" neste sentido da palavra. 
 
Embora a vontade soberana de Deus seja muitas vezes escondida de nós até que 
chegue a acontecer, há um outro aspecto da Sua vontade que é claro para nós: Sua 
vontade perceptiva ou revelada. Como o nome indica, esta faceta da vontade de 
Deus significa que Deus escolheu revelar parte da Sua vontade na Bíblia. A vontade 
perceptiva de Deus é a Sua vontade declarada a respeito do que devamos ou não 
fazer. Por exemplo, por causa da vontade revelada de Deus, podemos saber que é 
a Sua vontade que não roubemos, que amemos nossos inimigos, que nos 
arrependamos de nossos pecados e que sejamos santos como Ele é santo. Esta 
expressão da vontade de Deus é revelada tanto em Sua Palavra quanto na nossa 
consciência, através da qual Deus escreveu Sua lei moral nos corações de todos os 
homens. As leis de Deus, quer encontradas na Escritura ou em nossos corações, são 
vinculativas para nós. Teremos que prestar contas por desobedê-las. 
 
Compreender esse aspecto da vontade de Deus reconhece que, embora tenhamos o 
poder e a capacidade para desobedecer os mandamentos de Deus, não temos o 
direito de fazê-lo. Portanto, não há desculpa para o nosso pecado e não podemos 
afirmar que ao escolher pecar estamos simplesmente cumprindo o decreto ou 
vontade soberana de Deus. Judas estava cumprindo a vontade soberana de Deus ao 
trair Cristo, assim como os romanos que O crucificaram estavam. Isso não justifica 
os seus pecados. Eles não eram menos perversos ou traiçoeiros, e tiveram que 
prestar contas pela sua rejeição de Cristo (Atos 4:27-28). Mesmo que em Sua 
soberana vontade Deus permita, ou permita que aconteça, o pecado, ainda 
teremos que prestar contas a Ele. 
 
O terceiro aspecto da vontade de Deus que vemos na Bíblia é a permissiva ou 
perfeita vontade de Deus. Esta faceta da vontade de Deus descreve a Sua atitude e 
define o que é agradável a Ele. Por exemplo, embora seja claro que Deus não tem 
prazer na morte do ímpio, é igualmente claro que ele permite ou decreta a sua 
morte. Esta expressão da vontade de Deus é revelada em muitos versículos da 
Bíblia que indicam o que alegra a Deus ou não. Por exemplo, em 1 Timóteo 2:4, 
vemos que Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao 
conhecimento da verdade, mas sabemos que a vontade soberana de Deus é que 
"Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o 
ressuscitarei no último dia" (João 6:44). 
 
Se não tivermos cuidado, podemos facilmente ficar preocupados ou até mesmo 
obcecados em encontrar a "vontade" de Deus para as nossas vidas. No entanto, se a 
vontade que estivermos buscando for a Sua vontade secreta, oculta ou decretiva, 
estamos em uma busca tola. Deus não escolheu revelar esse aspecto de Sua 
vontade para nós. O que devemos procurar conhecer é a vontade perceptiva ou 
revelada de Deus. O verdadeiro sinal de espiritualidade é quando desejamos 
conhecer e viver segundo a vontade de Deus assim como revelada nas Escrituras, e 
ela pode ser resumida como "Sejam santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1:15-16). 
Nossa responsabilidade é obedecer a Sua vontade revelada e não especular sobre o 
que a Sua vontade oculta talvez seja. Embora devamos buscar ser "guiados pelo 
Espírito Santo", nunca devemos esquecer que o Espírito Santo está principalmente 
nos guiando à justiça e a nos conformarmos à imagem de Cristo para que a nossa 
vida glorifique a Deus. Deus nos chama a viver nossas vidas de toda palavra que 
proceda da Sua boca. 
 
Viver de acordo com a Sua vontade revelada deve ser o principal objetivo ou 
propósito de nossas vidas. Romanos 12:1-2 resume esta verdade, pois somos 
chamados a nos oferecer "em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o 
culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas 
transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de 
experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Para 
conhecermos a vontade de Deus, devemos nos aprofundar na escrita Palavra de 
Deus, saturando as nossas mentes com ela e orando para que o Espírito Santo nos 
transforme através da renovação de nossas mentes, de modo que o resultado seja 
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 
 
41 - Pergunta: "O amor de Deus é condicional ou incondicional?" 
 
Resposta: ​O amor de Deus, como descrito na Bíblia, é claramente incondicional no 
que diz respeito ao seu amor sendo expresso aos objetos do seu amor (ou seja, o 
seu povo), independentemente de como o objeto amado responda a esse amor. Em 
outras palavras, Deus ama porque o amor faz parte da sua natureza (1 João 4: 8), e 
esse amor move-o à ação benevolente. A natureza incondicional do amor de Deus é 
mais evidente no evangelho. A mensagem do evangelho é basicamente uma 
história de resgate divino. Quando Deus considera a situação do seu povo rebelde, 
Ele determina salvá-los dos seus pecados, e essa determinação é baseada em seu 
amor divino (Efésios 1:4-5). Ouça as palavras do apóstolo Paulo de sua carta aos 
Romanos: 
 
“Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 
Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém 
se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de 
ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:6-8). 
 
Lendo pelo livro de Romanos, aprendemos que somos alienados de Deus devido ao 
nosso pecado. Estamos em inimizade com Ele e sua ira está sendo revelada contra 
os ímpios por sua injustiça (Romanos 1:18-20). Rejeitamos a Deus, e Ele nos 
entrega ao nosso pecado. Também aprendemos que temos todos pecado e 
carecemos da glória de Deus (Romanos 3:23). Aprendemos também que nenhum de 
nós buscamos a Deus, nenhum de nós fazemos o que é reto diante dos seus olhos 
(Romanos 3:10-18). 
 
Apesar dessa hostilidade e inimizade contra Deus (pelos quais Deus seria 
perfeitamente justo em nos destruir totalmente), Deus revela o seu amor para 
conosco em enviar o seu Filho, Jesus Cristo, como a propiciação (ou seja, o 
apaziguamento da justa ira de Deus) pelos nossos pecados. Deus não esperou que 
melhorássemos a nós mesmos como uma condição da expiação pelos nossos 
pecados. Pelo contrário, Deus condescendeu em tornar-se um homem e viver entre 
o seu povo (João 1:14). Deus experimentou a nossa humanidade - tudo que 
significa ser um ser humano - e, em seguida, ofereceu-se voluntariamente como 
uma expiação substitutiva pelo nosso pecado. 
 
Esse resgate divino resultou em um ato gracioso de auto-sacrifício. Como Jesus diz 
no Evangelho de João: "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a 
própria vida em favor dos seus amigos" (João 15:13). Isso é precisamente o que 
Deus, em Cristo, tem feito. A natureza incondicional do amor de Deus é bem clara 
em mais duas passagens das Escrituras: 
 
"Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos 
amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com 
Cristo, - pela graça sois salvos" (Efésios 2:4-5). 
 
"Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho 
unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em 
que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho 
como propiciação pelos nossos pecados" (1 João 4:9-10). 
 
É importante notar que o amor de Deus é um amor que inicia; nunca é uma 
resposta. Isso é precisamente o que faz com que seja incondicional. Se o amor de 
Deus fosse condicional, então teríamos que fazer algo para ganhar ou merecê-lo. 
Teríamos de ter alguma forma de apaziguar a sua ira e purificar-nos de nossos 
pecados antes que Deus fosse capaz de nos amar. Mas essa não é a mensagem 
bíblica. A mensagem bíblica – o evangelho- é que Deus, motivado pelo amor, 
moveu-se incondicionalmente para salvar o seu povo dos seus pecados. 
 
42 - Pergunta: "Pode Deus mentir?" 
 
Resposta: ​Deus é santo (Isaías 6:3), e essa qualidade torna impossível que Ele 
minta. A santidade de Deus é a Sua perfeição moral e ética, ou seja, a Sua 
integridade absoluta que O diferencia de todas as Suas criaturas. A santidade de 
Deus está, portanto, relacionada à Sua transcendência. Deus não se conforma a 
nenhum padrão de pureza; Ele ​é​ o padrão. Deus é absolutamente santo, a saber, 
Ele possui uma pureza infinita e incapaz de ser mudada. Por causa de Sua 
santidade, quando Deus fala, Ele não pode mentir e nunca o fará. Ele nunca 
engana, distorce ou deturpa o que diz ou faz. Mentir é contra a Sua natureza. 
 
Como Deus não pode mentir, a Palavra de Deus, a Bíblia, é completamente 
confiável (1 Reis 8:56; Salmo 119:160). "Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo 
para os que nele confiam" (Provérbios 30:5). O caráter de Deus e as comunicações 
que procedem do Seu caráter são mais puras do que qualquer coisa que este 
mundo possa produzir: "As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada 
em cadinho de barro, depurada sete vezes" (Salmo 12:6). 
 
A base da promessa de Deus a Abraão em Gênesis 12 era a natureza imutável de 
Deus; isto é, o sólido atributo da verdade de Deus torna tudo o que Ele diz 
totalmente confiável: "Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não 
tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, 
 
dizendo: Certamente, te abençoarei e te multiplicarei" (Hebreus 6:13-14). O texto 
continua com a afirmação de que "é impossível que Deus minta" (Hebreus 6:18). 
 
Se Deus pudesse mentir, Ele não seria transcendente; de fato, seria como nós — a 
humanidade tem uma reputação de esconder, deturpar e distorcer a verdade. Mas 
"Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. 
Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?" 
(Números 23:19). 
 
Desde o início, Deus tem recompensado a fé nEle (Gênesis 15:6; Hebreus 11:6). A 
fé, ou confiança, só pode ser uma coisa boa se o seu objeto for digno de confiança. 
A fé em uma pessoa ou coisa não confiável é uma desvantagem. Se Deus pudesse 
mentir, então as Suas palavras seriam suspeitas, e Ele seria indigno de nossa 
confiança. No entanto, a verdade é que Ele é totalmente dependente: "As obras de 
suas mãos são verdade e justiça; fiéis, todos os seus preceitos" (Salmo 111:7). 
 
Jesus, que subsiste "em forma de Deus" (Filipenses 2:6), é "cheio de graça e de 
verdade" (João 1:14). Tudo o que Jesus disse e ensinou era a verdade absoluta. 
Tudo o que Ele fez refletiu a verdade. Pessoas como Pilatos sempre ficarão 
confusas com a verdade (João 18:38), mas Jesus veio "a fim de dar testemunho da 
verdade" (versículo 37). Jesus é, de fato, a própria verdade (João 14:6). Jesus não 
pode mentir porque Deus não pode mentir, pois "todo aquele que é da verdade 
ouve a minha voz" (João 18:37). 
 
Deus, que não pode mentir, é de pureza moral transcendente. Ele também quer a 
pureza moral em Seus filhos. Deus não pode mentir, e os seguidores de Cristo não 
devem mentir: "Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu 
próximo, porque somos membros uns dos outros" (Efésios 4:25). "Quem há de morar 
no teu santo monte?", pergunta o salmista. A resposta, em parte, é que Deus mora 
com "o que … de coração, fala a verdade" (Salmo 15:2). Que possamos amar a 
verdade como Deus a ama. 
 
43 - Pergunta: "Deus criou o pecado?" 
 
Resposta: ​Deus criou o universo em seis dias, mas, originalmente, o pecado não 
existia — tudo o que Ele fez foi "muito bom" (Gênesis 1:31). O pecado entrou no 
cosmos devido a um ato de rebelião contra Deus, não porque Deus criou o pecado. 
 
Precisamos definir o "pecado". Primeiro João 3:4 diz: "Todo aquele que pratica o 
pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei." 
Portanto, o pecado é qualquer violação da santa lei de Deus. Romanos 3:23 diz: 
"pois todos pecaram e carecem da glória de Deus". De acordo com esse versículo, o 
pecado é qualquer coisa (palavras, pensamentos, ações e motivações) que fique 
aquém da glória e perfeição de Deus. Todos nós pecamos. Romanos 3:23 também 
ensina que devemos conhecer o caráter de Deus antes que possamos definir com 
precisão o pecado, porque a Sua glória é o padrão pelo qual o medimos (Salmo 
119:160; João 17:17). Sem um padrão perfeito, não há como determinar se algo é 
imperfeito. Sem o padrão absoluto da glória de Deus, cada palavra ou ação seria 
julgada pelo padrão defeituoso e instável das pessoas imperfeitas. Toda regra, lei 
e dogma moral se tornariam uma questão de opinião. E a opinião do homem é tão 
variada e mutável quanto o clima. 
 
Se um construtor constrói sobre uma base que não é quadrada, ele arrisca a 
integridade de todo o projeto. O edifício não melhora à medida que sobe; fica 
mais fraco e mais fora de linha. No entanto, quando o ponto de partida é perfeito, 
o restante da estrutura será sólido. Os fundamentos morais funcionam da mesma 
maneira. Sem a lei moral de Deus, não temos como saber o certo do errado. O 
pecado se trata de afastar-se cada vez mais do que é certo. Quanto mais nos 
afastamos do padrão moral de Deus, pior o pecado se torna. 
 
Deus criou os homens e anjos com livre-arbítrio e, se um ser tem livre arbítrio, há 
pelo menos o ​potencial​ de que escolherá mal. Deus criou os seres humanos à Sua 
imagem e, uma vez que Ele é livre, os seres humanos também foram criados livres 
(Gênesis 1:27). O livre-arbítrio envolve a capacidade de escolher e, depois que 
Deus comunicou o padrão moral, Ele deu ao homem uma escolha verdadeira 
(Gênesis 2:16-17). Adão escolheu a desobediência. Deus não tentou, coagiu ou 
atraiu Adão à desobediência. Tiago 1:13 diz: "Ninguém, ao ser tentado, diga: 'Sou 
tentado por Deus.' Porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo não 
tenta ninguém." Deus permitiu a Adão a dignidade da livre escolha e a honrou com 
consequências apropriadas (Romanos 5:12). 
 
Deus proporcionou a oportunidade de pecar, mas não criou ou instigou o pecado. 
Ter a oportunidade foi uma coisa boa; sem ela, os seres humanos seriam pouco 
mais que robôs. Deus ordena, implora e nos encoraja a segui-lO (Êxodo 19:5; 
Deuteronômio 12:28; 1 Samuel 15:22). Ele promete bênçãos, comunhão e proteção 
quando obedecemos (Jeremias 7:23; Salmo 115:11; Lucas 11:28). Não obstante, Ele 
não nos acorrenta. Deus não colocou uma cerca em volta da árvore proibida no 
Jardim do Éden. Adão e Eva tiveram a liberdade para escolher obedecer ou 
desobedecer. Quando escolheram o pecado, também escolheram as consequências 
que o acompanhavam (Gênesis 3:16–24). 
 
O mesmo se aplica a todos os seres humanos desde então. A oportunidade de pecar 
é inerente à nossa liberdade de escolha. Podemos escolher buscar a Deus, o que 
leva a uma vida justa (Jeremias 29:13; 2 Timóteo 2:19). Ou podemos optar por 
seguir nossas próprias inclinações, o que nos afasta de Deus (Provérbios 16:5). A 
Bíblia deixa claro que, seja qual for o caminho que escolhermos, as consequências 
seguirão. Colhemos o que semeamos (Gálatas 6:7). Algumas consequências são 
eternas. Mateus 25:46 diz que aqueles que não seguem a Jesus "irão para o castigo 
eterno, porém os justos irão para a vida eterna." 
 
Deus julga as pessoas (Eclesiastes 12:14) e nações (Miqueias 5:15) que usam o seu 
livre-arbítrio para se rebelarem contra Ele. Deus não criou e nem cria o pecado. 
Ele também não Se deleita em punir aqueles que escolhem pecar (Ezequiel 33:11). 
O Seu desejo é que todos cheguem ao arrependimento e experimentem a bênção e 
a alegria da vida eterna com Ele (2 Pedro 3:9). 
 
44 - Pergunta: "Existe algo que Deus não possa fazer?" 
 
Resposta: ​Em uma noite clara, olhe para as estrelas no céu. Gênesis 1 registra que 
Deus criou todos elas! Imagine o poder em apenas uma estrela! Mas não se trata 
apenas de energia bruta. Há inteligência e design compactados em nosso universo, 
até a menor cadeia de DNA, a menor partícula subatômica. O poder e a sabedoria 
de Deus vão além da nossa compreensão. Por isso o Senhor disse a Abraão em 
Gênesis 18:14: "Por acaso, existe algo demasiadamente difícil para o Senhor?" Foi 
por isso que o Senhor disse a Moisés quando Moisés questionou como Deus poderia 
fornecer carne para vários milhões de israelitas no deserto: "Será que a mão do 
Senhor se encurtou?" (Números 11:23). Foi por isso que Jônatas disse ao seu 
escudeiro que o Senhor não precisava de muitos soldados para obter a vitória (1 
Samuel 14:6). 
 
Jeremias 32:17 declara: " — Ah! Senhor Deus, eis que tu fizeste os céus e a terra 
com o teu grande poder e com o teu braço estendido; nada é demasiadamente 
difícil para ti." Até mesmo no reino espiritual, aqueles que parecem mais distantes 
da salvação não são impossíveis de alcançar (Marcos 10:25-27). E por maior que 
seja o Seu poder, o fato é que o Seu amor e a Sua misericórdia são tão grandes 
quanto... até ao ponto da Sua vontade de enviar o Seu próprio Filho para morrer 
na cruz do Calvário para pagar a penalidade por uma humanidade pecadora. Ele 
fez isso para que, em completa justiça, pudesse perdoar aqueles que se afastariam 
de sua própria autoconfiança e do seu pecado para confiar em Cristo e em Sua 
obra consumada. João 3:16, um versículo muito conhecido, declara o grande amor 
de Deus: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho 
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Esse 
amor não era apenas pelas pessoas "boas" (não há uma só sequer), mas por todos 
nós... um povo caído, pecador, desagradável e rebelde (Romanos 3:10-23) ... e, 
mesmo assim, Ele escolheu nos esbanjar com o Seu amor (Romanos 5:6-10) quando 
não o merecíamos. 
 
A única coisa que Deus não pode fazer é agir contrariamente ao Seu próprio 
caráter e natureza. Por exemplo, Tito 1:2 afirma que Ele não pode mentir. Por ser 
santo (Isaías 6:3; 1 Pedro 1:16), Ele não pode pecar. Por ser justo, Ele não pode 
simplesmente ignorar o pecado. Como Cristo pagou a penalidade pelo pecado, 
agora Ele pode perdoar aqueles que se aproximam de Cristo (Isaías 53:1-12; 
Romanos 3:26). 
 
Verdadeiramente, o nosso Deus é um Deus impressionante... imutável, eterno, 
ilimitado em poder, em majestade, em conhecimento, em sabedoria, em amor, em 
misericórdia e em santidade. Mas somos muito parecidos com os israelitas que, 
mesmo depois de ver Deus mostrar o Seu poder e amor repetidamente, duvidavam 
do Seu amor e poder quando se deparavam com cada nova provação em suas vidas 
(por exemplo, Números 13-14). Que Deus nos ajude a honrá-lO com dependência e 
confiança nEle durante a próxima "crise" que enfrentarmos, pois Ele é "o nosso 
refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações" (Salmo 46:1). 
 
45 - Pergunta: "Será que Deus tem emoções?" 
 
Resposta: ​Existem inúmeras passagens das Escrituras que falam das emoções de 
Deus. Por exemplo, Deus demonstrou o seguinte: 
• Ira — Salmo 7:11; Deuteronômio 9:22; Romanos 1:18 
• Compaixão — Salmo 135:14; Juízes 2:18; Deuteronômio 32:36 
• Tristeza — Gênesis 6:6; Salmo 78:40 
• Amor — 1 João 4:8; João 3:16; Jeremias 31:3 
• Ódio — Provérbios 6:16; Salmo 5:5; Salmo 11:5 
• Ciúme — Êxodo 20:5; Êxodo 34:14; Josué 24:19 
• Alegria — Sofonias 3:17; Isaías 62:5; Jeremias 32:41 
 
No entanto, são as emoções de Deus o mesmo tipo de emoções que os humanos 
exibem? É correto pensar nEle como um ser "emocional" (com mudanças de 
humor)? Nos círculos teológicos, a ​personalidade​ é frequentemente definida como 
"o estado de ser um indivíduo com intelecto, emoção e vontade". Deus, então, é 
uma "pessoa" por ser um Deus pessoal com uma mente, emoções e vontade 
própria. Negar as emoções de Deus é negar que Ele possui personalidade. 
 
Os seres humanos respondem às coisas neste mundo fisicamente, é claro, mas 
também reagimos espiritualmente – as nossas ​almas​ reagem, e é isso que 
chamamos de "emoção". O fato da emoção humana é uma prova de que Deus 
também tem emoções, pois Ele nos criou à Sua imagem (Gênesis 1:27). Uma outra 
prova é a Encarnação. Como o Filho de Deus neste mundo, Jesus não era um 
autômato sem emoção. Ele sentiu o que sentimos, chorando com aqueles que 
choravam (João 11:35), sentindo compaixão pelas multidões (Marcos 6:34) e sendo, 
às vezes, dominado pela tristeza (Mateus 26:38). Por tudo isso, Ele nos revelou o 
Pai (João 14:9). 
 
Embora Deus seja transcendente, temos vindo a conhecê-lo como um Deus vivo e 
pessoal que Se envolve intimamente com a Sua criação. Ele nos ama de maneiras 
que não podemos compreender (Jeremias 31:3; Romanos 5:8; 8:35, 38–39), e fica 
incomensuravelmente pesaroso por nossos pecados e rebeliões contra Ele (Salmo 
1:5; 5:4–5; Provérbios 6:16–19). 
 
Reconhecemos que a demonstração de emoções não altera a imutabilidade ou 
permanência da vontade de Deus ou de Suas promessas. Em outras palavras, Deus 
não muda (Malaquias 3:6; Números 23:19; 1 Samuel 15:29) e nem sofre mudanças 
de humor. Os sentimentos e ações de Deus em relação à Sua criação, Seu 
julgamento e perdão, Sua justiça e graça, são todos consistentes com quem Ele é 
(Tiago 1:17). As respostas de Deus ao bem e ao mal vêm da Sua mesma vontade 
imutável. Deus deseja julgar e punir o pecador a fim de trazer justiça e, 
correspondentemente, levar o pecador ao arrependimento porque deseja que 
todos os homens sejam salvos (1 Timóteo 2:4). Temos chegado a conhecer e nos 
relacionar com Deus como uma pessoa de sentimentos, que ama e odeia, sofre e 
ri, sente ira e compaixão. Ele ama os justos e odeia os iníquos (Salmo 11:5–7; 
5:4-5; 21:8). 
 
Isso não quer dizer que as nossas emoções e as de Deus sejam exatamente iguais. 
Às vezes falamos de nossas emoções atrapalhando o nosso julgamento porque a 
nossa natureza pecaminosa as tem corrompido. No entanto, Deus não tem nenhum 
pecado, e as Suas emoções são incorruptíveis. Por exemplo, há uma vasta 
diferença entre a ira humana e a ira divina. A ira humana é volátil, subjetiva e 
muitas vezes fora de controle (Provérbios 14:29; 15:18; Tiago 1:20). A ira de Deus 
está enraizada na justiça divina. A ira de Deus é perfeitamente justa e previsível, 
nunca caprichosa ou maliciosa. Em Sua ira, Ele nunca peca. 
 
Todas as emoções de Deus estão enraizadas em Sua natureza sagrada e sempre são 
expressas sem pecado. A compaixão, a tristeza e a alegria de Deus são expressões 
perfeitas do Ser Perfeito. A ira de Jesus pelos líderes da sinagoga em Marcos 3:5 e 
o Seu amor pelo jovem governante rico em Marcos 10:21 foram respostas 
perfeitamente motivadas por Sua natureza divina. 
 
Os caminhos de Deus foram registrados para nós em termos que podemos entender 
e com os quais podemos nos relacionar. A ira e a indignação de Deus contra o 
pecado são reais (Provérbios 8:13; 15:9). E a Sua compaixão pelos pecadores é 
firme e genuína (2 Pedro 3:9; Eclesiastes 8:11; Isaías 30:18). As Suas obras revelam 
a Sua misericórdia e graça sem fim. Entretanto, acima de tudo, o Seu amor por 
Seus filhos é interminável (Jeremias 31:3) e inabalável (Romanos 8:35, 38–39). 
Deus não apenas tem pensamentos e planos, mas também tem sentimentos e 
desejos. Em contraste com a falta de confiabilidade e instabilidade das emoções 
contaminadas pelo pecado dos humanos, as emoções de Deus são tão 
completamente confiáveis e imutáveis quanto Ele. 
 
Existem duas coisas maravilhosas a respeito de Deus e emoções: primeiro, Ele 
entende as nossas emoções (já que foi Ele quem nos criou com a capacidade de 
senti-las); segundo, as Suas próprias emoções fluem continuamente da Sua 
perfeição. Deus nunca terá um dia ruim e nem mudará os Seus sentimentos em 
relação aos redimidos. 
 
46 - Pergunta: "Foi Deus inventado pelo homem?" 
 
Resposta: ​Algumas pessoas argumentam que Deus foi inventado pelo homem; isto 
é, o conceito de Deus é apenas uma fabricação humana transmitida através das 
gerações por aqueles que tinham um conhecimento limitado. Afirma-se que a ideia 
de um Deus ou deuses é simplesmente a maneira como os seres humanos explicam 
coisas que são muito difíceis de entender. Alguns afirmam que a crença no 
sobrenatural ignora a ciência e abraça a superstição. Sendo assim, é a ideia de 
Deus uma fantasia baseada na ignorância e inventada por nossos antepassados 
antes que a ciência provasse ser falsa? 
 
Não, Deus não foi feito pelo homem; antes, Deus fez o homem. Até os céticos 
concordam que existe um começo para cada coisa criada, inclusive o homem. 
Portanto, para que o homem tenha um começo, deve haver uma "primeira causa" 
que existia antes dele. Os evolucionistas argumentam que a primeira causa foi uma 
força impessoal, um "big bang" que iniciou o universo. Mas mesmo essa explicação 
deixa muitas perguntas sem resposta. A resposta lógica para essa linha de 
pensamento é: "O que causou o Big Bang? O que ou quem colocou essas forças em 
movimento?" Nenhuma resposta razoável, fora da Bíblia, tem sido oferecida. 
 
A Bíblia começa com o fato de Deus em Gênesis 1:1: "No princípio, Deus. . . . " 
Quando deixamos de lado o preconceito, a resposta da Bíblia parece ser a 
explicação mais lógica para essa primeira causa. No começo era Deus. Ele não foi 
criado e, portanto, não precisa de primeira causa. Ele sempre foi e sempre será, 
além do tempo e do espaço (Salmo 90:2). Ele Se apresentou a Moisés como EU SOU 
(Êxodo 3:14). O significado do Seu nome significa o aspecto eterno da Sua 
natureza. Ele sempre foi e sempre será o Ser Eterno e Autoexistente (Apocalipse 
1:8; 4:8). 
 
Uma segunda consideração sobre se Deus é ou não feito pelo homem é a natureza 
de Deus, pois Ele Se revelou através das páginas do Seu Livro. Muitos atributos de 
Deus não são aqueles que os seres humanos necessariamente pensariam em incluir 
se O tivessem inventado. O caráter de Deus inclui onisciência (Isaías 46:9-10), 
onipotência (2 Samuel 22:3; Salmo 18:2), paciência (2 Pedro 3:9) e consistência 
(Malaquias 3:6). Ele é descrito como amoroso (Salmo 25:10), fiel (Salmo 31:23) e 
desejoso de ter um relacionamento conosco (Jeremias 29:13; Tiago 4:8). Mas Ele 
também é perfeitamente justo, e essa justiça exige um pagamento pela alta 
traição do homem contra o seu Criador (Sofonias 3:5; Romanos 6:23). Em vez de 
entregar uma lista de requisitos que devemos cumprir para obter o Seu favor 
(como todas as outras religiões incluem), o Deus da Bíblia assumiu a carne humana, 
viveu entre nós e permitiu que as pessoas que criou O torturassem à morte 
enquanto os perdoava (Lucas 23:34; Filipenses 2:5-11). Esse tipo de amor abnegado 
e sacrificial vai muito além da experiência humana e não está presente em 
nenhuma religião criada pelo homem. A graça é um conceito exclusivo do Deus da 
Bíblia. 
 
Os deuses criados pelo homem são geralmente formados à imagem do homem. Os 
deuses das culturas pagãs estão repletos de falhas, inconsistências e fraquezas 
humanas. Eles são mesquinhos, egoístas, cruéis e caprichosos; em resumo, 
comportam-se como deuses artificiais, com os mesmos pecados e ciúmes 
encontrados no coração humano. Para que Deus seja criado pelo homem, a Sua 
natureza seria limitada pela imaginação do homem. O Deus da Bíblia ultrapassa em 
muito o nosso entendimento, mas deixa sugestões, como um rastro de migalhas de 
pão espirituais, para seguirmos na medida em que O conhecermos melhor. 
 
Um terceiro ponto a considerar se Deus é ou não feito pelo homem é a qualidade 
espiritual da alma humana. Todo ser humano é singular e possui um senso inato de 
"eu". Temos uma compreensão inata do eterno (Eclesiastes 3:11) e a sensação de 
que existe algo além deste mundo. Gênesis 1:27 diz que os seres humanos foram 
criados à imagem de Deus; Colossenses 1:16 diz que fomos criados para Seus 
propósitos e Seu prazer. Fomos criados como Ele de certa forma, mas Ele não é 
necessariamente como nós (Números 23:19). Se Deus fosse apenas uma fabricação 
humana, então surgem muitas novas perguntas: O que torna os seres humanos 
diferentes dos animais? De onde os humanos obtêm as ideias de justiça, 
benevolência, autossacrifício e amor — qualidades abstratas não encontradas no 
reino animal? Tais características, encontradas em todas as culturas do mundo, 
nunca teriam sobrevivido ao processo evolutivo. No entanto, quando vemos essas 
características mostradas no caráter do próprio Deus, entendemos por que as 
possuímos. 
 
Outra consideração sobre se Deus é ou não feito pelo homem é a confiabilidade da 
Bíblia. Para sustentar que Deus não existe, é preciso lidar com a precisão do livro 
que fala sobre Ele. Nas páginas da Bíblia, Deus Se revelou para nós e nos deu 
centenas de exemplos de Seu trato com o homem ao longo dos séculos. Muitos que 
argumentam firmemente contra a realidade de Deus também são cegamente 
ignorantes sobre a Bíblia. Eles costumam afirmar que a Bíblia é "um livro antigo 
escrito por um monte de judeus". Declarações como essa demonstram o 
fundamento defeituoso sobre o qual construíram seus argumentos. A Bíblia é uma 
coleção de livros escritos por mais de 40 autores diferentes, em um período de 
1.500 anos, de três continentes e em três idiomas diferentes. No entanto, ela 
junta as peças de uma única história, como um quebra-cabeça. A Bíblia é a história 
de Deus sobre a Sua busca incansável para redimir a Sua criação caída. 
 
Aqueles que acreditam que a ideia de Deus é inventada pelo homem também 
devem considerar a maneira pela qual a Bíblia retrata a humanidade, 
especialmente os judeus. Se os judeus escreveram a Bíblia para se honrar, então 
falharam miseravelmente. Até o próprio Senhor é claro que escolheu os israelitas 
por Suas próprias razões, não porque mereciam tratamento especial 
(Deuteronômio 7:7). Os fracassos da nação israelita são apresentados 
repetidamente, culminado com a crucificação do Filho de Deus (Isaías 65:2; Marcos 
15:9–15). A humanidade é retratada realisticamente, completa com pecado, 
rebelião e punição. Nenhum grupo ou indivíduo é exaltado. Isso levanta a questão 
óbvia: se o homem fabricou a ideia de Deus, qual foi o seu motivo? No Antigo e no 
Novo Testamento, o único herói é Deus. Em vez de pavimentar o caminho para o 
ganho pessoal, as verdades da Bíblia levam ao autossacrifício e à rendição. Em vez 
de nos instruir como ganhar o favor de Deus, a Bíblia nos adverte que ninguém é 
justo (Romanos 3:10, 23). Ao longo da história, aqueles que proclamam as 
verdades da Bíblia foram martirizados, apedrejados e levados ao esconderijo (1 
Reis 19:10; Atos 7:58; 2 Coríntios 11:25). 
 
Se a ideia de Deus é feita pelo homem, então não existe realmente Deus, e a maior 
questão que permanece sem resposta está relacionada à complexidade e ao 
aparente design do universo. Uma única fita de DNA mostra um brilho tão 
intrincado que o acaso não chega nem perto de explicá-lo. Além disso, bilhões de 
átomos, moléculas, sistemas e universos perfeitamente sincronizados nos gritam 
sobre um ​Designer​. Remover Deus do campo das possíveis explicações gera muitas 
perguntas sem resposta. Nenhuma outra explicação faz sentido. As teorias são 
abundantes, mas nenhuma pode reivindicar evidências científicas definitivas para a 
surpreendente harmonização da complexidade do universo. Até Charles Darwin 
teve que admitir: "Parece absurdo ou impossível, eu o reconheço, supor que a 
seleção natural pudesse formar a visão com todas as inimitáveis disposições que 
permitam ajustar o foco a diversas distâncias, admitir uma quantidade variável de 
luz e corrigir as aberrações esféricas e cromáticas" (​A Origem das Espécies,​ Lello e 
Irmão, Porto, 2003, p. 198). 
 
Não podemos simplesmente remover a ideia de Deus sem substituí-la por uma 
explicação mais razoável. As perguntas não desaparecem quando se elimina a 
possibilidade de Deus. No entanto, quando removemos os preconceitos e 
pressupostos que se recusam a permitir que Deus seja considerado, Ele permanece 
a única explicação lógica para este mundo maravilhoso. Aqueles que decidiram que 
Deus não pode existir constroem a sua visão de mundo em torno dessa ideia e 
fingem que suas respostas falíveis preenchem os espaços em branco. A negação de 
Deus é uma suposição forte, quase religiosa, que prejudica a sua suposta busca 
pela verdade. No entanto, aqueles que realmente desejam ter a mente aberta e 
buscar a verdade onde quer que ela leve descobrem que a evidência sempre leva a 
Deus. 
 
47 - Pergunta: "Quais são as coisas mais importantes a entender sobre a 
natureza de Deus?" 
 
Resposta: ​O elemento mais importante da natureza de Deus é a Sua santidade. 
Santo​ significa "separado", e Deus é claramente separado da Sua criação com base 
em Sua natureza e atributos. A santidade é o fundamento de todos os outros 
aspectos do caráter de Deus. Apocalipse 15:4 diz de Deus: "Tu és santo." 
Apocalipse 4:8 descreve as quatro criaturas vivas que cantam para Deus dia e 
noite: "Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que 
é e que há de vir". É a santidade de Deus que faz dEle o "fogo consumidor" que 
julgará todo pecado (Hebreus 12:29). Belas doxologias exaltando a santidade de 
Deus são encontradas nas Escrituras, incluindo o Salmo 99:9; Salmo 33:21; Salmo 
77:13; Salmo 89:18; Salmo 105:3; e outros. 
 
Também é importante entender que Deus é um espírito eterno (João 4:24). Ele é 
um Deus (Deuteronômio 6:4) que sempre existiu como três Pessoas distintas: Pai, 
Filho e Espírito Santo. Ele não tem um corpo físico (embora o Filho tenha Se 
encarnado). Uma doutrina é falsa se nega a Trindade, vê o Deus Pai como um 
homem ou nega a humanidade e a divindade de Cristo (veja 2 João 1:7). 
 
Deus também é, por natureza, soberano. Ele não é julgado por ninguém e tem 
autoridade absoluta sobre todo o universo e tudo nele. A Sua soberania é expressa 
de várias maneiras, inclusive através da Sua onipotência. Todos os seus caminhos 
são corretos (Salmo 145:17), e se a humanidade acredita ou não que os caminhos 
de Deus são, de fato, "justos" é irrelevante. O Senhor Deus não é limitado pelo 
tempo ou lugar. Ele tem tido um plano desde a eternidade passada, e o Seu 
propósito será cumprido (Daniel 4:37; Salmo 115:3). 
 
Outro aspecto fundamental da natureza de Deus é a sua imutabilidade. Ele não 
muda, sendo o mesmo "ontem, hoje e para sempre" (Hebreus 13:8). Ele declara 
abertamente em Malaquias 3:6: "Porque eu, o Senhor, não mudo". Por causa da Sua 
natureza imutável, podemos confiar em Suas bênçãos: "Toda boa dádiva e todo 
dom perfeito vêm lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir 
variação ou sombra de mudança" (Tiago 1:17). 
 
A soberania do Todo-Poderoso fala ao Seu direito de fazer o que deseja, e a Sua 
onipotência fala à Sua capacidade de fazê-lo. Ele também sabe de tudo, desde a 
eternidade passada até a eternidade futura, tudo o que pensamos, fazemos e 
dizemos. Ele tem conhecimento pessoal de todas as pessoas que já viveram ou 
viverão, conhecendo-as intimamente de todas as formas. É encorajador ouvir as 
palavras de Deus em Jeremias 1:5: "Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o 
conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações." 
 
Não devemos ignorar a ira de Deus, a qual flui da Sua santidade. Ele tem uma ira 
justa contra o pecado (Salmo 7:11) e, por causa do iminente julgamento de Deus, a 
humanidade precisa da mensagem do evangelho de graça e salvação. Também é da 
natureza de Deus amar (1 João 4:16) e, em Seu amor pelo mundo, enviou o Seu 
único Filho, Jesus Cristo, para nos redimir (João 3:16). Nada menos que um 
sacrifício perfeito serviria. 
 
O amor é mais do que um atributo de Deus; Ele é literalmente a essência do amor. 
Isto é afirmado claramente em 1 João 4:8: "Quem não ama não conhece a Deus, 
pois Deus é amor." O amor de Deus é eterno. Porque Ele é imutável, o Seu amor 
nunca muda. O Seu amor é perfeito e santo. 
 
"Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem 
os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a 
altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do 
amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 8:38–39). 
 
48 - Pergunta: "Deus odeia? Se Deus é amor, como Ele pode odiar?" 
 
Resposta: ​Pode parecer uma contradição que um Deus que é amor também possa 
odiar. No entanto, é exatamente isso o que a Bíblia diz ser verdade: Deus é amor 
(1 João 4:8) e Deus odeia (Oseias 9:15). A natureza de Deus é amor — Ele sempre 
faz o que é melhor para os outros — e Ele odeia o que é contrário à Sua natureza — 
Ele odeia o que é contrário ao amor. 
 
Ninguém deve se surpreender ao saber que Deus odeia algumas coisas. Ele nos 
criou com a capacidade de amar e odiar, e reconhecemos que o ódio às vezes é 
justificado — naturalmente odiamos coisas que destroem o que amamos. Isso faz 
parte de termos sido criados à imagem de Deus. O fato de todos estarmos 
contaminados com o pecado significa que o nosso amor e ódio às vezes são mal 
orientados, mas a existência da natureza do pecado não nega a nossa capacidade 
dada por Deus de amar e odiar. Não é contraditório que um ser humano seja capaz 
de amar e odiar, e também não é uma contradição que Deus seja capaz de amar e 
odiar. 
 
Quando a Bíblia fala do ódio de Deus, o objeto do Seu ódio é o pecado e a 
maldade. Entre as coisas que Deus odeia estão a idolatria (Deuteronômio 12:31; 
16:22), o sacrifício infantil, a perversão sexual (Levítico 20:1-23) e os que praticam 
o mal (Salmo 5:4-6; 11:5). Provérbios 6:16–19 lista sete coisas que o Senhor odeia: 
o orgulho, a mentira, o assassinato, as conspirações más, aqueles que amam o mal, 
as falsas testemunhas e os encrenqueiros. Observe que esta passagem não inclui 
apenas as ​coisas​ que Deus odeia; inclui ​pessoas​ também. A razão é simples: o 
pecado não pode ser separado do pecador, exceto pelo perdão disponível somente 
em Cristo. Deus odeia a mentira, sim, mas mentir sempre envolve uma ​pessoa​ — 
um mentiroso — que escolhe mentir. Deus não pode julgar a mentira sem também 
julgar o mentiroso. 
 
A Bíblia ensina claramente que Deus ama as pessoas do mundo (João 3:16). Deus 
poupou a perversa Nínive, levando-os ao arrependimento (Jonas 3). Deus não tem 
prazer na morte dos ímpios (Ezequiel 18:32). Ele é paciente ao extremo, "não 
querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento" (2 
Pedro 3:9). Tudo isso é prova de amor — Deus quer o melhor para a Sua criação. Ao 
mesmo tempo, o Salmo 5:5 diz sobre Deus: "Os arrogantes não permanecerão na 
tua presença; odeias todos os que praticam a iniquidade." O Salmo 11:5 é ainda 
mais severo: "O Senhor põe à prova o justo e o ímpio; mas ele abomina o que ama 
a violência." 
 
Antes que uma pessoa se arrependa e acredite no Senhor Jesus Cristo, ela é 
inimiga de Deus (Colossenses 1:21). Contudo, mesmo antes de ser salva, ela é 
amada por Deus (Romanos 5:8) — isto é, Deus sacrificou o Seu único Filho em seu 
favor. A pergunta então se torna: o que acontece com alguém que despreza o amor 
de Deus, recusa-se a se arrepender e se apega obstinadamente ao seu pecado? 
Resposta: Deus a julgará, porque Deus deve julgar o pecado, e isso significa julgar 
o pecador. Esses são os "ímpios" que Deus odeia — aqueles que persistem em seus 
pecados e rebeliões, mesmo diante da graça e misericórdia de Deus em Cristo. 
 
Davi escreve: "Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não 
subsiste o mal" (Salmo 5:4). Por outro lado, aqueles que se refugiam em Deus "se 
alegrarão" e "para sempre cantarão de júbilo" (Salmo 5:11). De fato, tanto o Salmo 
5 quanto o Salmo 11 traçam um forte contraste entre os justos (aqueles que se 
refugiam em Deus) e os iníquos (aqueles que se rebelam contra Deus). Os justos e 
os iníquos fazem escolhas diferentes e têm destinos diferentes — um verá a 
expressão máxima do amor de Deus, e o outro conhecerá a expressão máxima do 
ódio de Deus. 
 
Não podemos amar com um amor perfeito, nem podemos odiar com um ódio 
perfeito. Mas Deus pode amar e odiar perfeitamente, porque Ele é Deus. Deus 
pode odiar sem intenção pecaminosa. Ele pode odiar o pecador de uma maneira 
perfeitamente santa e ainda perdoar amorosamente o pecador no momento do 
arrependimento e da fé (Apocalipse 2:6; 2 Pedro 3:9). 
 
Em Seu amor por todos, Deus enviou o Seu Filho para ser o Salvador. Os ímpios, os 
quais ainda não foram perdoados, Deus rejeita "por causa de suas muitas 
transgressões, pois se rebelaram contra ti" (Salmo 5:10). Entretanto — e isso é 
importante que entendamos — Deus deseja que os iníquos se arrependam de seus 
pecados e encontrem refúgio em Cristo. No momento da fé salvadora, o pecador 
ímpio é removido do reino das trevas e transferido para o reino do amor 
(Colossenses 1:13). Toda inimizade é dissolvida, todo pecado é removido e todas as 
coisas são feitas novas (2 Coríntios 5:17). 
 
49 - Pergunta: "O que significa que Deus é pai dos órfãos?" 
 
Resposta: ​O Salmo 68:5 diz: “Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa 
morada.” De todos os modos que o Senhor Deus Todo-Poderoso poderia ter 
escolhido para se relacionar com a humanidade, Ele escolheu a linguagem da 
família. Ele poderia ter se descrito como um ditador benevolente, chefe gentil ou 
proprietário paciente. No entanto, em vez disso, escolheu a palavra ​pai.​  
 
Ele se apresenta como Pai porque todos sabemos o que um pai é e faz. Mesmo se 
não tivemos pais terrenos que nos trataram bem, temos uma compreensão 
intrínseca do que um bom pai deveria ser. Deus plantou esse entendimento em 
nossos corações. Todos nós precisamos ser amados, estimados, protegidos e 
valorizados. Idealmente, um pai terreno cuidará dessas necessidades. Entretanto, 
mesmo que ele não o faça, Deus o fará. Jesus ensinou os seus seguidores a se 
dirigir a Deus como Pai (Lucas 11:2). Em toda a Escritura, Deus descreve o seu 
amor por nós como o de um pai atencioso (Isaías 49:15; João 16:26–27; 2 Coríntios 
6:18). Embora possua características de pai e mãe (Isaías 66:13), Ele escolhe a 
palavra masculina porque também denota força, proteção e provisão (Salmos 
54:4). 
 
Deus tem um lugar especial em seu coração para os órfãos (Deuteronômio 24:20; 
Jeremias 49:11; Tiago 1:27). O Salmo 27:10 diz: “Porque, se meu pai e minha mãe 
me desampararem, o SENHOR me acolherá.” Deus sabe que muitas vezes os pais 
terrenos estiveram ausentes ou não fizeram seu trabalho (Efésios 6:4). Ele se 
oferece para preencher o papel de Pai (João 6:37; Deuteronômio 1:31). Ele nos 
convida a invocá-lo quando estivermos angustiados (Salmo 50:15), a lançar todas as 
nossas preocupações sobre Ele (1 Pedro 5:7) e a desfrutar de sua companhia (1 
Coríntios 1:9; Salmo 116:1; 1 João 5:14). Ele modela para nós as características 
que tinha em mente quando projetou a paternidade. Embora muitas vezes os pais 
terrenos não cumpram o ideal, Deus promete que nEle ninguém precisa ficar sem 
um Pai perfeito. 
 
50 - Pergunta: "A quem devemos orar: ao Pai, ao Filho ou ao Espírito Santo?" 
 
Resposta: ​Toda oração deve ser direcionada ao Deus triúno – Pai, Filho e Espírito 
Santo. A Bíblia ensina que podemos orar a um ou aos três, porque os três são Um. 
Ao Pai, oramos com o salmista: “Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus 
meu, pois a ti orarei” (Salmos 5:2). Ao Senhor Jesus, oramos da mesma forma que 
oramos ao Pai, porque eles são iguais. Oração a um dos membros da Trindade é 
oração a todos. Estêvão, enquanto estava sendo martirizado, orou: “Senhor Jesus, 
recebe o meu espírito!” (Atos 7:59). Também devemos orar no nome de Cristo. 
Paulo exortou os crentes da igreja de Éfeso a sempre dar “graças por tudo a nosso 
Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Efésios 5:20). Jesus assegurou 
aos seus discípulos que qualquer coisa que pedissem em Seu nome – quer dizer, Sua 
vontade – seria concedido (João 15:16; 16:23). Semelhantemente, devemos orar ao 
Espírito Santo e em Seu poder. Paulo pediu ao Espírito que unisse os corações dos 
crentes da igreja de Corinto (2 Coríntios 13:14). Além disso, o Espírito nos ajuda a 
orar mesmo quando não sabemos como ou pelo que pedir (Romanos 8:26; Judas 
1:20). Talvez a melhor forma de entender o papel da Trindade em relação à oração 
é que oramos ao Pai, através do Filho, pelo poder do Espírito Santo. Todos os três 
são participantes ativos na oração do crente. 
 
De igual importância é a quem não devemos orar. Algumas religiões não-Cristãs 
encorajam seus seguidores a orar ao panteão de deuses, parentes mortos, santos e 
espíritos. Católicos Romanos são ensinados a orarem a Maria e a vários outros 
santos, como Pedro. Tais orações não são bíblicas, são contra a vontade de Deus e 
são, na verdade, uma ofensa ao nosso Pai Celestial. Para entender o porquê, 
precisamos estudar a natureza da oração. Oração tem vários elementos e se 
estudarmos apenas dois – louvor e ação de graças – podemos ver que oração é, em 
sua própria essência, adoração. Quando louvamos a Deus, estamos louvando a Ele 
por Seus atributos e Seu trabalho em nossas vidas e no mundo. Quando oferecemos 
orações de ação de graças, estamos adorando Sua bondade,misericórdia e ternura 
para conosco. Adoração dá glória a Deus, o Único que realmente merece ser 
glorificado. O problema em orar a qualquer outra pessoa que não seja Deus é que 
Deus é um Deus zeloso e tem declarado que não vai dividir Sua glória com 
ninguém. Na verdade, fazer isso é nada menos do que pura idolatria. “Eu sou o 
SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a 
minha honra, às imagens de escultura” (Isaías 42:8). 
 
Outros elementos de oração – tais como arrependimento, confissão e petição – 
também são formas de louvor. Arrependemo-nos sabendo que Deus é um Deus que 
perdoa e é amoroso, e que Ele tem providenciado um meio de perdão através do 
sacrifício do Seu Filho na cruz. Confessamos nossos pecados porque sabemos que 
“se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados 
e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9) e louvamos a Deus por isso. 
Aproximamo-nos dEle com nossas súplicas e intercessões porque sabemos que Ele 
nos ama e nos escuta, e louvamos a Ele por Sua misericórdia e bondade em estar 
disposto a escutar e responder às orações. Quando consideramos tudo isso, é fácil 
ver que orar a alguém que não seja ao Deus triúno é impensável porque oração é 
uma forma de adoração, e adoração deve ser reservada a Deus e apenas Deus. 
 

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