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AÇÚCAR NO BRASIL

COLÔNIA:
TÃO DOCE, TÃO AMARGO
COMO OCUPAR O TERRITÓRIO E LUCRAR COM ELE?
O MODELO DE PRODUÇÃO DO AÇÚCAR:
Cuidado!!!! Com o uso da mão de obra, nesta época tivemos dois modelos: A escravidão nativa ( Indígena) e
escravidão africana (evite dizer negra).
O MODELO DE PRODUÇÃO DO AÇÚCAR:
O MODELO DE PRODUÇÃO DO AÇÚCAR:
A palavra engenho referia-se inicialmente ao equipamento utilizado
para moer a cana. Porém, ao longo do período colonial, engenho
passou a designar toda a estrutura ligada à produção do açúcar, ou
seja, desde as plantações de cana e os equipamentos de produção
até as moradias dos senhores de engenho, das pessoas livres e das
escravizadas (que eram a maioria dos trabalhadores).
A exploração do trabalho dos escravizados tornava penosa para eles qualquer função que
realizassem. As condições de trabalho próximas à produção de açúcar eram consideradas as
piores. O padre Antônio Vieira fez uma descrição desses lugares, no século XVII:

Que coisa há [...] mais semelhante ao inferno, que qualquer desses vossos engenhos?
Por isso foi tão bem recebida aquela bela e discreta definição de quem chamou a um
engenho de açúcar doce inferno. E verdadeiramente quem vir na escuridão da noite
aquelas fornalhas tremendas perpetuamente ardentes; as labaredas que estão saindo
a borbotões de cada uma das duas bocas ou ventas, por onde respiram, o incêndio; os
africanos banhados em suor, tão negros como robustos que administram a grossa e
dura matéria ao fogo, e os forcados com que os revolvem e atiçam; as caldeiras ou
lagos ferventes vomitando espumas, exalando nuvens de vapores; o ruído das rodas
[...] da gente toda da cor da mesma noite trabalhando vivamente, e gemendo tudo ao
mesmo tempo, sem momentos de trégua, nem de descanso; quem vir enfim toda a
máquina, não poderá duvidar que é uma semelhança do inferno.
In: AVANCINI, Elsa G. Doce inferno. São Paulo: Atual, 1991. p. 25.
BRASIL AÇUCAREIRO: UMA SOCIEDADE DESIGUAL

PROPRIEDADE DA TERRA, PODER ECONÔMICO E HIERARQUIA

Na sociedade colonial, o poder econômico estava fortemente


vinculado à posse de terras. Quem possuía maiores extensões
tinha mais prestígio e poder e ocupava o topo da pirâmide
social. Quem não tinha propriedades, mas era livre e se
dedicava a atividades de apoio à produção açucareira ou ao
funcionamento dos núcleos urbanos ocupava posição
intermediária. Nesse caso, o dinheiro não dava o prestígio
que as terras davam. Quem não tinha a propriedade sequer
do próprio corpo e trabalhava para os demais grupos ocupava
a base da pirâmide
1) Os chamados Senhores de Engenho eram os proprietários dos
engenhos e dos escravizados que neles trabalhavam. Eles
controlavam os negócios, faziam comércio com os intermediários
exportadores e tinham grande poder sobre todos que viviam em sua
propriedade.
2) Trabalhadores Livres: Todas as etapas da produção do açúcar dependiam de
escravos. Mas também havia o trabalho de homens livres que realizavam tarefas
especializadas.

FEITORES: escolhia as terras para o plantio, o tipo de cana que seria utilizada e
determinava o melhor momento para o plantio e colheita. Os feitores também
controlavam a produção do caldo, o ritmo da produção, substituíam escravos quando
necessário e eram responsáveis pela manutenção de equipamentos;

MESTRE DO AÇÚCAR: garantia a qualidade do produto final acompanhando o


cozimento do caldo e, por fim, encaminhava para a purga;

OUTROS TRABALHADORES:
o purgador era responsável pelo clareamento do açúcar.
Na última etapa, o caixeiro se responsabilizava pelo empacotamento e por retirar
parte dos impostos que deveriam ser entregues a coroa portuguesa
3) A escravização
3.a) indígenas: A escravização de indígenas Para garantir a produção em
larga escala nas plantações e nos engenhos, os colonizadores optaram pela
mão de obra de escravizados. Os primeiros grupos a serem obrigados ao
trabalho compulsório no Brasil foram os indígenas.
3.b) De africanos
RESISTÊNCIAS:

Grande parte dos escravizados resistia a essa


condição. Muitos cometiam suicídio, se recusavam
a ter filhos e mantinham secretamente a prática de
seus rituais. Outros eram acometidos pelo que
chamavam de banzo – uma profunda tristeza que os
levava a deixar de se alimentar. Havia outras formas
de resistência: muitos escravizados quebravam as
ferramentas de trabalho e sabotavam os engenhos
com incêndios nos canaviais, ataques a feitores e a
senhores de engenho. Outra forma comum de
resistência eram as fugas. Entretanto, eram muito
arriscadas, por causa da figura dos chamados
capitães do mato, que eram especializados na busca
e captura de escravizados que fugiam. Quando a
fuga era bem-sucedida, os fugitivos se juntavam em
comunidades chamadas de quilombos. Neles, os
africanos tentavam reproduzir seu modo de vida
original. Pessoas de origem africana e indígena e até
brancos pobres compunham essas comunidades.
Muitos quilombolas (moradores dos quilombos)
participavam de ações para auxiliar na fuga de
outros escravizados.

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