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N.

o 216 — 10 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6469

respeita aos prémios ou fracções subsequentes que se cativas. O regime de cooperação financeira entre a admi-
vençam a partir de 1 de Março de 2006.» nistração regional autónoma e a administração local é
alargado a estas intervenções, complementando os fun-
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 29 dos que foram para tal colocados à disposição das autar-
de Setembro de 2005. — José Sócrates Carvalho Pinto quias no Quadro Comunitário de Apoio em vigor.
de Sousa — António Luís Santos Costa — Fernando Tei- No que respeita à manutenção dos edifícios escolares
xeira dos Santos — Alberto Bernardes Costa — Manuel é mantido o regime em vigor, que aliás tem a sua raiz
António Gomes de Almeida de Pinho. no parágrafo 10.o do artigo 24.o do Estatuto dos Distritos
Autónomos das Ilhas Adjacentes, aprovado pelo Decre-
Promulgado em 31 de Outubro de 2005. to-Lei n.o 31 095, de 31 de Dezembro de 1940, alterado
e republicado pelo Decreto-Lei n.o 36 453, de 4 de
Publique-se. Agosto de 1947. É também mantida a obrigação de paga-
mento da electricidade e da água constante do Decreto
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Legislativo Regional n.o 31/86/A, de 11 de Dezembro,
que agora se revoga por integração no presente diploma.
Interessa, por outro lado, proceder à actualização da
Referendado em 2 de Novembro de 2005. servidão administrativa constante do Decreto-Lei
n.o 37 575, de 8 de Outubro de 1949, adequando-o às
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de actuais exigências de urbanismo e de segurança ambien-
Sousa. tal, incorporando no respectivo regime as normas avul-
sas constantes de diversos diplomas. São igualmente con-
siderados os condicionamentos respeitantes às zonas de
protecção a edifícios escolares que constam dos Decre-
REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES tos-Leis n.os 21 875, de 18 de Novembro de 1932, 39 847,
de 8 de Outubro de 1954, 40 388, de 21 de Novembro
Assembleia Legislativa de 1955, 44 220, de 29 de Março de 1962, e 46 847,
de 27 de Janeiro de 1966, devidamente actualizadas.
Decreto Legislativo Regional n.o 27/2005/A Dada a dificuldade em definir casuisticamente o afas-
Regime jurídico do planeamento, protecção e segurança tamento em relação aos edifícios escolares de determi-
das construções escolares nados estabelecimentos, delimitando perímetros de exclu-
são para cada caso concreto, conforme estabelecia o
As normas a seguir no planeamento, projecto e cons- artigo 35.o do Decreto Legislativo Regional n.o 5/2003/A,
trução de edifícios escolares necessitam de revisão, de 11 de Março, opta-se por limitar aquele afastamento
tendo em conta as particulares exigências destes edifícios à área contida no interior da zona genérica de protecção
e a necessidade de garantir a sua segurança, qualidade aos edifícios escolares. O mesmo se faz em relação à
e funcionalidade. Com este objectivo reúne-se no pre- proibição de venda de bebidas alcoólicas.
sente diploma um conjunto de normas que se encontram Finalmente, procede-se ao desenvolvimento das nor-
dispersas, ao mesmo tempo que introduzem na legis- mas referentes à segurança e protecção dos edifícios
lação regional algumas matérias que, face às compe- escolares e dos seus utentes, explicitando as obrigações
tências dos órgãos de governo próprio, devem ser em termos de segurança contra incêndios, acessibilidade
acauteladas. a pessoas com deficiência e elaboração dos planos de
Desde logo interessa esclarecer a forma como é ela- segurança e evacuação. Com isto pretende-se melhorar
borada a carta escolar, tendo em conta que tal com- substancialmente a segurança dos utentes das escolas
petência foi transferida para os órgãos de governo pró- e contribuir para a generalização nos Açores de uma
prio por força da alínea a) do artigo 8.o do Decreto-Lei cultura de protecção civil.
n.o 338/79, de 25 de Agosto, e concretizada pela primeira
Assim:
vez através da Resolução n.o 1/2000, de 27 de Janeiro,
face às competências que em matéria de infra-estruturas A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos
escolares são cometidas às autarquias por força da Lei Açores decreta, nos termos das alíneas a) e c) do n.o 1
n.o 159/99, de 14 de Setembro. do artigo 227.o da Constituição da República Portuguesa
Com este objectivo, pelo presente diploma são fixadas e das alíneas c) e e) do n.o 1 do artigo 31.o do Estatuto
normas sobre a elaboração da carta escolar e sobre a Político-Administrativo da Região Autónoma dos Aço-
construção e manutenção dos estabelecimentos de res, o seguinte:
ensino básico na Região Autónoma dos Açores tendo
em conta a especificidade da sua organização políti- CAPÍTULO I
co-administrativa e as competências da administração
regional autónoma e da administração local em matéria Objecto e âmbito
de edifícios escolares.
No que respeita à construção de novas infra-estruturas Artigo 1.o
escolares, sem prejuízo das competências legalmente
cometidas às autarquias nos termos da Lei n.o 159/99, Objecto
de 14 de Setembro, a administração regional autónoma
continua a assumir, com carácter supletivo, a construção O presente diploma regulamenta as competências de
dos edifícios necessários aos 2.o e 3.o ciclos do ensino planeamento, projecto, construção e manutenção de
básico e a responsabilizar-se pelo ensino secundário, infra-estruturas escolares na Região Autónoma dos Aço-
ficando à responsabilidade das autarquias a construção res, bem como as normas de segurança e de protecção
dos edifícios que deliberem incluir nas suas cartas edu- ambiental a que devem obedecer.
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Artigo 2.o educativas, no quadro da correcção de desigualdades


Âmbito
e assimetrias locais, por forma a assegurar a igualdade
de oportunidades de educação pré-escolar e de ensino
O disposto no presente diploma aplica-se a todos os a todas as crianças e alunos.
edifícios escolares da educação pré-escolar e dos ensinos 2 — A necessidade da adequação, em permanência,
básico, secundário e profissional da Região Autónoma da oferta educativa, nomeadamente a que decorre das
dos Açores, incluindo as creches e infantários, qualquer alterações da procura, em termos qualitativos e quan-
que seja a sua propriedade ou regime de funcionamento. titativos, e do estado físico dos edifícios, obriga a um
processo anual de apreciação e ajustamento da rede
Artigo 3.o educativa, em colaboração com a comunidade educativa.
Conceitos

Para os efeitos do presente diploma, entende-se por: Artigo 5.o

a) «Carta educativa» o instrumento de planea- Princípios gerais


mento e ordenamento prospectivo de edifícios O ordenamento da rede educativa estrutura-se de
e equipamentos educativos de responsabilidade acordo com os seguintes princípios gerais:
municipal, organizada de acordo com as ofertas
de educação e formação que seja necessário a) Consideração da educação pré-escolar como
satisfazer, tendo em vista a melhor utilização primeira etapa da educação básica;
dos recursos educativos, no quadro do desen- b) Sequencialidade entre os diferentes ciclos do
volvimento demográfico e sócio-económico de ensino básico, de acordo com o definido na Lei
cada município; de Bases do Sistema Educativo, como elemento
b) «Carta escolar» o instrumento de planeamento propiciador do cumprimento, com sucesso, do
e ordenamento da rede educativa, do pré-es- percurso da escolaridade obrigatória e como
colar ao secundário, e de fixação das orientações reconhecimento de que este percurso se deve
a seguir na sua evolução, com particular ênfase efectuar, de preferência, numa única escola ou
na vertente organizativa e de infra-estruturas agrupamento de escolas;
educacionais, por forma a reflectir a oferta exis- c) Expressão territorial da rede educativa, enten-
tente e perspectivar eventuais alterações, inte- dida como a distribuição dos estabelecimentos
grando o conteúdo das cartas educativas muni- dos diferentes níveis de educação e de ensino
cipais; tendo em atenção os factores resultantes das
c) «Equipamentos educativos» o conjunto dos características geográficas do território, da den-
meios materiais, designadamente os edifícios sidade e da idade da população a escolarizar,
escolares, o equipamento básico, o mobiliário, do nível de educação e ensino em questão e
o material didáctico e os equipamentos tecno- da necessidade de assegurar a racionalidade e
lógico e desportivo, utilizados para a conve- complementaridade das ofertas.
niente realização da actividade educativa;
d) «Plano de segurança e evacuação» o documento
único, elaborado pelo conselho executivo, direc- Artigo 6.o
tor ou entidade similar responsável pela segu-
Objectivos
rança, e submetido à aprovação da entidade
competente em matéria de protecção civil, que O ordenamento da rede educativa deve contribuir
visa limitar os riscos de ocorrência e desenvol- para os seguintes objectivos:
vimento de incêndios, circunscrever os sinistros,
limitar os seus danos e sistematizar a evacuação; a) Garantir o direito de acesso de todas as crianças
e) «Rede educativa» a configuração da organiza- aos estabelecimentos de educação pré-escolar
ção territorial dos edifícios escolares, ou dos e dos ensinos básico e secundário;
edifícios utilizados em actividades escolares, b) Superar as situações de isolamento e de quebra
afectos aos estabelecimentos de educação pré- de inserção sócio-educativa das crianças, pre-
-escolar e dos ensinos básico, secundário e pro- venindo a exclusão social;
fissional, visando a sua adequação às orienta- c) Garantir uma adequada complementaridade de
ções e objectivos da política educativa; ofertas educativas;
f) «Zona de protecção» uma zona de 100 m de d) Garantir a qualidade funcional, arquitectónica
largura em torno dos edifícios escolares pre- e ambiental dos estabelecimentos de educação
vistos, em construção e já construídos, medidos pré-escolar e de ensino;
perpendicularmente a partir das estremas dos e) Desenvolver formas de organização e gestão dos
respectivos logradouros. estabelecimentos de educação pré-escolar e de
ensino mais eficazes, especialmente através da
conclusão do processo de agrupamento de esco-
CAPÍTULO II las e de autonomia da sua gestão;
Planeamento da rede educativa f) Adequar a oferta de recursos e racionalização
da sua distribuição, com vista ao estabeleci-
Artigo 4.o mento e à distinção daqueles que, pelas suas
Ordenamento da rede educativa
características e natureza, devam ser comuns a
uma determinada área geográfica, para que
1 — A rede educativa visa uma utilização mais efi- sejam mais bem partilhados por todos os esta-
ciente dos recursos e a complementaridade das ofertas belecimentos dessa mesma área.
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Artigo 7.o e) Coordenar as intervenções sobre a rede de infra-


Parâmetros técnicos de ordenamento
-estruturas educativas;
f) Prever as necessidades de investimento na
O ordenamento da rede educativa deve respeitar, Região Autónoma dos Açores na área edu-
entre outros, os seguintes parâmetros técnicos: cativa.
a) Modalidades de agregação entre os estabele- Artigo 10.o
cimentos de educação pré-escolar e os dos dife- Objecto
rentes ciclos do ensino básico, no sentido do
aprofundamento do processo de estruturação 1 — A carta escolar é um instrumento orientador do
das escolas básicas integradas; investimento na infra-estrutura educativa e de enqua-
b) Caracterização dos edifícios e de outras infra- dramento da reestruturação orgânica do sistema edu-
-estruturas educativas, bem como do mobiliário cativo.
2 — A carta escolar deve ser entendida como ins-
e demais equipamento, em função do tipo de
trumento de planeamento nas áreas de investimento na
escola, do número de alunos, das exigências rede escolar e de organização do modelo educativo.
pedagógicas e dos padrões de qualidade e de
funcionamento definidos;
c) Dimensão padrão dos estabelecimentos de edu- Artigo 11.o
cação pré-escolar e de ensino, por forma a esta- Conteúdo
belecer os limiares mínimo e máximo de crianças
e alunos utentes de cada jardim-de-infância, A carta escolar integra a identificação dos investi-
escola do ensino básico, escola do ensino secun- mentos a realizar e a definição de prioridades.
dário e agrupamento de escolas, tendo em aten-
ção as idades de quem os frequenta e a espe- Artigo 12.o
cificidade dos diferentes níveis de educação e Elaboração
de ensino ministrados;
d) Dimensão padrão e características dos quadros 1 — É competência do departamento da administra-
de pessoal, docente e não docente, de cada esta- ção regional autónoma competente em matéria de edu-
belecimento de educação pré-escolar e de cação elaborar a carta escolar, ouvidos os conselhos
ensino ou agrupamento de escolas, tendo em locais de educação.
atenção a especificidade das ofertas educativas. 2 — A carta escolar é aprovada por resolução do Con-
selho do Governo Regional.

CAPÍTULO III Artigo 13.o


Carta escolar e carta educativa Revisão

SECÇÃO I 1 — O departamento da administração regional autó-


noma competente em matéria de educação avalia obri-
Carta escolar gatoriamente, de cinco em cinco anos, a necessidade
de revisão da carta escolar.
Artigo 8.o 2 — À revisão da carta escolar são aplicáveis os pro-
cedimentos para a respectiva aprovação.
Âmbito

1 — A carta escolar tem carácter regional, integrando SECÇÃO II


os elementos constantes das cartas educativas elabora-
das pelas autarquias, nos termos dos artigos 14.o a 19.o Carta educativa
do presente diploma.
2 — As orientações a seguir no processo anual de Artigo 14.o
apreciação e ajustamento da rede educativa são fixadas Objectivos
pela resolução do Conselho do Governo Regional que
aprovar a carta escolar. 1 — A carta educativa visa assegurar a adequação da
rede de estabelecimentos de educação pré-escolar e do
ensino básico para que, em cada momento, as ofertas
Artigo 9.o educativas disponíveis a nível municipal respondam à
Objectivos procura efectiva que ao mesmo nível se manifestar.
2 — A carta educativa deve reflectir, a nível muni-
A carta escolar visa: cipal, o processo de ordenamento da rede regional de
a) Adequar a rede escolar ao crescimento da popu- oferta de educação e formação, com vista a assegurar
lação estudantil; a racionalização e complementaridade dessas ofertas e
b) Adequar os investimentos nos estabelecimentos o desenvolvimento qualitativo das mesmas, num con-
de educação e ensino à expansão do ensino texto de descentralização administrativa, de reforço dos
secundário; modelos de gestão dos estabelecimentos de educação
c) Recuperar os edifícios que se encontram degra- e de ensino públicos e respectivos agrupamentos e de
dados ou não ofereçam as necessárias condições valorização do papel das comunidades educativas e dos
de segurança e qualidade; projectos educativos das unidades orgânicas.
d) Resolver as situações de sobrelotação e de 3 — A carta educativa deve:
excessivo afastamento da escola ao local de a) Promover o desenvolvimento do processo de
residência; agrupamento de escolas, com vista à criação das
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condições mais favoráveis ao desenvolvimento autónoma competente em matéria de educação devem


de centros de excelência e de competências edu- articular estreitamente as suas intervenções, de forma
cativas, bem como as condições para a gestão a garantir os princípios, objectivos e parâmetros técnicos
eficiente e eficaz dos recursos educativos dis- estatuídos no presente diploma quanto ao ordenamento
poníveis; da rede educativa, bem como à eficácia dos programas
b) Incluir uma análise prospectiva, fixando objec- e projectos supramunicipais ou de interesse supramu-
tivos de ordenamento progressivo, a médio e nicipal.
longo prazos; Artigo 18.o
c) Garantir a coerência da rede educativa com a
política urbana do município e a articulação com Revisão
a rede educativa do ensino secundário, tendo 1 — As câmaras municipais avaliam, obrigatoria-
em conta as infra-estruturas existentes e as cons- mente, de cinco em cinco anos, a necessidade de revisão
tantes dos instrumentos regionais de planea- da carta educativa, sem prejuízo do regime de revisão
mento, incluindo a carta escolar. dos instrumentos de planeamento territorial.
2 — A revisão das cartas educativas é obrigatória
Artigo 15.o quando a rede educativa municipal fique desconforme
com os princípios, objectivos e parâmetros técnicos de
Objecto
ordenamento da rede educativa regional, devendo o pro-
1 — A carta educativa tem por objecto a identificação, cesso de revisão ser iniciado a solicitação do Governo
a nível municipal, dos edifícios e equipamentos edu- Regional ou das câmaras municipais.
cativos, e respectiva localização geográfica, bem como 3 — À revisão da carta educativa são aplicáveis os
das ofertas educativas da educação pré-escolar e do procedimentos previstos para a respectiva aprovação.
ensino básico, incluindo as suas modalidades especiais
de educação, e da educação extra-escolar. Artigo 19.o
2 — A carta educativa incide sobre os estabelecimen-
Efeitos
tos de educação pré-escolar e do ensino básico das redes
pública, privada, cooperativa e solidária. Depois de aprovada e ratificada, a carta educativa
constitui um instrumento de orientação da gestão do
Artigo 16.o sistema educativo, sendo responsabilidade da autarquia
a concretização dos investimentos nas infra-estruturas
Conteúdo escolares ali previstas que, legalmente, sejam da sua
1 — A carta educativa deve conter, tendo em atenção competência, sem prejuízo do co-financiamento comu-
o disposto nos artigos anteriores, a caracterização sumá- nitário e regional a que haja lugar nos termos legais
ria da localização e organização espacial dos edifícios e regulamentares aplicáveis.
e equipamentos educativos, o diagnóstico estratégico,
as projecções de desenvolvimento e a proposta de inter- CAPÍTULO IV
venção relativamente à rede pública.
2 — A carta educativa é instruída com o relatório Protecção aos edifícios escolares
que mencione as principais medidas adoptadas e sua
justificação. Artigo 20.o
Artigo 17.o Zona de protecção
Elaboração 1 — A zona de protecção aplica-se a todos os edifícios
1 — A elaboração da carta educativa é da compe- escolares previstos, em construção ou já construídos.
tência da câmara municipal, nos termos da alínea a) 2 — Para efeitos do número anterior, considera-se
do n.o 2 do artigo 19.o da Lei n.o 159/99, de 14 de previsto o edifício escolar que cumpra um dos seguintes
Setembro, sendo aprovada pela assembleia municipal requisitos:
respectiva, após discussão e parecer do conselho local a) Tenha sido adjudicada a construção;
de educação. b) Conste da carta educativa aprovada, sendo nesse
2 — Cabe à administração regional autónoma, através caso a zona de protecção a prevista naquele
do departamento competente em matéria de educação, documento;
prestar o apoio técnico necessário à elaboração da carta c) Tenham sido, por decreto legislativo regional,
educativa e disponibilizar toda a informação que se mos- aprovadas medidas cautelares para a zona da
tre necessária e não seja da competência da autarquia. sua implantação, sendo os respectivos limites
3 — A carta educativa integra o plano director mu- contados a partir da estrema dos terrenos aos
nicipal respectivo, estando, nestes termos, sujeita a quais tenham sido aplicadas aquelas medidas;
ratificação governamental, mediante parecer prévio vin- d) Conste de plano de pormenor, plano de urba-
culativo do departamento da administração regional nização ou outro instrumento eficaz de orde-
autónoma competente em matéria de educação. namento do território equivalente, sendo os
4 — Podem os municípios articular entre si, nomea- limites aqueles que ali constarem.
damente através das respectivas associações, e com a
administração regional autónoma, o desenvolvimento de 3 — Cabe à autarquia a demarcação da zona de pro-
instrumentos de planeamento e ordenamento da rede tecção em planta à escala adequada, devendo, para tal,
educativa de nível supramunicipal. o departamento da administração regional autónoma
5 — Na elaboração da carta educativa, as câmaras competente em matéria de educação notificar o res-
municipais e o departamento da administração regional pectivo presidente das suas intenções e acções em maté-
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ria de construções escolares, fornecendo cópia das plan- j) Infra-estruturas de suporte de equipamentos de
tas de implantação dos novos imóveis e das ampliações radiocomunicações sujeitas a licenciamento e
e alterações a que proceda. estações de base de serviço móvel terrestre e
4 — Estão igualmente obrigadas a proceder à noti- dos sistemas de telecomunicações móveis de
ficação referida no número anterior as entidades que acesso público;
a qualquer título detenham estabelecimentos de edu- l) Equipamentos radioeléctricos de qualquer natu-
cação e de ensino particular, cooperativo ou solidário, reza emitindo com potência aparente radiada
incluindo creches, infantários e escolas profissionais. superior a 50 W, com exclusão das estações de
5 — Sem prejuízo da zona de protecção definida no serviço de amador;
artigo 3.o do presente diploma, pode ser definida uma m) O atravessamento por linhas aéreas de trans-
zona de protecção de dimensão diferente, em sede de porte de energia eléctrica de média e alta tensão
plano municipal de ordenamento do território, obtida (tensão › 1kW);
a concordância do departamento da administração n) Cemitérios.
regional autónoma competente em matéria de educação,
tendo em conta as características geográficas e popu- 2 — Não se incluem na proibição contida na alínea h)
lacionais do concelho. do número anterior as associações e outras entidades
sem fins lucrativos a que se refere o n.o 2 do artigo 7.o
do Decreto Legislativo Regional n.o 5/2003/A, de 11
Artigo 21.o de Março.
Actividades interditas nos recintos escolares e na zona de protecção 3 — Em salas localizadas na área de protecção a que
se refere o n.o 1 não é permitido o licenciamento dos
1 — Nos recintos escolares e na zona de protecção espectáculos de variedades ou diversões a que se refere
a que se refere o artigo anterior não é permitida a rea- o artigo 13.o do Decreto Legislativo Regional n.o 5/2003/A,
lização ou localização de: de 11 de Março.
a) Instalações classificadas na respectiva legislação 4 — Para efeitos de aplicação da regulamentação
reguladora como insalubres, incómodas, tóxicas sobre ruído, os edifícios escolares e seus logradouros
ou perigosas; e a respectiva zona de protecção são considerados zonas
b) Estabelecimentos de venda de bebidas alcoó- sensíveis para os efeitos do disposto no n.o 1 do artigo 8.o
licas, considerando-se como tal os estabeleci- do Regulamento Geral do Ruído, aprovado pelo Decre-
mentos de bebidas, não classificados em to-Lei n.o 292/2000, de 14 de Novembro.
nenhuma outra categoria, onde se vendam prin-
cipalmente bebidas alcoólicas para consumo no
local; Artigo 22.o
c) Instalações destinadas ao tratamento ou rejei- Proibição de construção
ção de efluentes líquidos ou gasosos de qualquer
natureza, com excepção de fossas sépticas, sumi- 1 — Nas áreas imediatamente envolventes aos recin-
douros e dispositivos similares; tos escolares não devem existir quaisquer obstáculos
d) Postos de abastecimento de combustíveis de volumosos, naturais ou edificados, que produzam o
qualquer natureza; ensombramento desses recintos.
e) Reservatórios de gases de petróleo liquefeito 2 — Sem prejuízo de outras limitações existentes, se
e de combustíveis líquidos de qualquer natureza mais exigentes, é proibido erigir qualquer construção
com volume total de armazenamento superior cuja distância a um edifício escolar previsto, em cons-
a 5 m3, incluindo as instalações de armazena- trução ou já concluído, ou a qualquer ponto do seu
mento de garrafas de gases combustíveis cujo logradouro, seja inferior a uma vez e meia a altura da
volume conjunto exceda 5 m3 de gases lique- referida construção, com o mínimo de 12 m e o máximo
feitos; de 30 m.
f) Actividades ruidosas que originem um nível 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
sonoro contínuo equivalente, ponderado A, os afastamentos deverão ser calculados por forma que
LAeq, do ruído ambiente exterior, superior a não exista qualquer obstáculo acima de uma linha tra-
55 dB(A) no período compreendido entre as çada formando um ângulo de 35 ° com o plano horizontal
7 e as 22 horas, acrescido de mais uma hora, que passa esse ponto a partir de qualquer ponto das
caso funcione o ensino pós-laboral; estremas sul, nascente e poente do terreno escolar e
g) Venda de bebidas alcoólicas, incluindo a venda de 45 ° na estrema norte do terreno.
ambulante, nos casos interditos nas imediações 4 — Para além das distâncias mínimas referidas nos
de escolas pelo Decreto-Lei n.o 9/2002, de 24 números anteriores que deverão ser respeitadas rela-
de Janeiro, e demais legislação alterada por tivamente a todos os recintos escolares, poderão ainda
aquele diploma; ser definidas zonas de protecção mais amplas, em sede
h) Salas e casas de jogos lícitos aos quais seja apli- de plano municipal de ordenamento do território, sem-
cável o disposto nos artigos 5.o e seguintes do pre que aqueles afastamentos se revelem insuficientes
Decreto Legislativo Regional n.o 5/2003/A, de para garantir um enquadramento arquitectónico ade-
11 de Março; quado e uma conveniente integração urbanística.
i) Estabelecimentos onde sejam exploradas uma 5 — Para além dos condicionamentos atrás fixados,
ou mais máquinas automáticas, mecânicas, eléc- em sede de plano municipal de ordenamento do ter-
tricas e electrónicas de diversão às quais se apli- ritório, e sempre que necessário, pode ser criada uma
que o disposto no Decreto Legislativo Regional zona de protecção non aedificandi e ou uma zona de
n.o 28/2000/A, de 10 de Agosto, e suas alte- construção condicionada de protecção a um edifício
rações; escolar.
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6 — Os edifícios já existentes que não respeitem o b) Um técnico nomeado pelo departamento da


disposto no número anterior podem ser reconstruídos administração regional competente em matéria
ou por qualquer forma alterados, desde que mantenham de protecção civil;
a cércea e volumetria que os caracteriza. c) Um técnico nomeado pela câmara municipal do
7 — Para efeitos do disposto nos números anteriores concelho onde o estabelecimento se localiza.
considera-se previsto o edifício escolar em relação ao
qual se mostre satisfeita qualquer das condições esta- 4 — A vistoria referida nos números anteriores tem
belecidas no n.o 2 do artigo 20.o do presente diploma. por objectivos:
a) Avaliar a conformidade das instalações face aos
projectos submetidos à apreciação, nomeada-
CAPÍTULO V mente no que se refere à segurança anti-sísmica
Projecto e autorização de funcionamento e contra incêndio;
de edifícios escolares b) Avaliar a conformidade do edifício, seus acessos,
logradouros e equipamentos com o disposto no
presente diploma, no Regulamento de Segu-
Artigo 23.o rança contra Incêndio em Edifícios Escolares,
Projectos aprovado pelo Decreto-Lei n.o 414/98, de 31
de Dezembro, e com as normas de acessibilidade
1 — Sem prejuízo de outras aprovações que legal ou a pessoas com mobilidade condicionada cons-
regulamentarmente sejam exigíveis, o projecto de qual- tantes do Decreto-Lei n.o 123/97, de 22 de Maio;
quer edifício escolar carece de aprovação por parte dos c) Verificar a conformidade e licenciamento das
departamentos da administração regional autónoma instalações eléctrica, de gás e outras que requei-
competentes em matéria de educação e de protecção ram aprovação administrativa ou técnica de
civil. qualquer natureza;
2 — A aprovação referida no número anterior apenas d) Verificar, quando existam elevadores e outros
pode ser concedida quando se verifique que o projecto equipamentos mecânicos sujeitos a certificação,
cumpre as normas legais e regulamentares aplicáveis, a sua conformidade legal;
nomeadamente o Regulamento de Segurança contra e) Verificar a existência e funcionalidade dos extin-
Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo Decre- tores, disjuntores, iluminação de emergência,
to-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro, e de acessibilidade sinalização de evacuação e outros equipamentos
a pessoas com mobilidade condicionada, aprovadas pelo e dispositivos de segurança previstos para o
Decreto-Lei n.o 123/97, de 22 de Maio. imóvel;
3 — O projecto deve obrigatoriamente incluir a aná- f) Verificar a existência do plano de segurança e
lise do risco sismo-vulcânico, do enquadramento geo- evacuação aprovado nos termos do presente
-ambiental, da estabilidade dos terrenos circundantes diploma e dos meios necessários à sua activação;
e da vulnerabilidade a inundação, maremoto, cheia de g) Verificar a existência das medidas de controlo
mar e outros factores que possam colocar em risco o do tráfego automóvel e de inserção na via
edifício e os seus utentes. pública que se mostrem necessárias à segurança
4 — O disposto nos números anteriores aplica-se aos dos utentes.
infantários e jardins-de-infância, mesmo quando inte-
grados em estruturas de apoio social ou valências 5 — Da vistoria é elaborado relatório descrevendo as
similares. deficiências detectadas e propondo a aprovação ou rejei-
5 — As normas específicas que se mostrem neces- ção do edifício.
sárias à elaboração dos projectos de construções esco- 6 — Cabe ao director regional competente em maté-
lares são fixadas por decreto regulamentar regional. ria de educação, analisado o relatório referido no
número anterior, emitir a autorização de utilização do
imóvel.
Artigo 24.o 7 — Cada autorização de funcionamento refere-se a
Vistoria e autorização de funcionamento
um único recinto escolar, entendendo-se como tal cada
imóvel perfeitamente delimitado onde funcionem acti-
1 — A utilização de qualquer edifício para fins esco- vidades educativas, mesmo quando existam múltiplos
lares carece de autorização do departamento da admi- edifícios.
nistração regional autónoma competente em matéria de 8 — A autorização a que se refere o número anterior
educação. é válida por cinco anos contados da data da sua emissão
2 — Sem prejuízo de outras licenças e autorizações podendo, quando se verifiquem anomalias que não colo-
que a lei preveja, a autorização referida no número ante- quem em causa a segurança dos utentes do edifício,
rior depende de vistoria das instalações, após conclusão ser condicionada ao cumprimento dos requisitos con-
da obra, solicitada pelo presidente do conselho executivo siderados adequados, ficando nesse caso a sua validade
ou responsável máximo da instituição proprietária do restrita ao ano escolar em que seja emitida.
edifício.
3 — A vistoria a que se refere o número anterior é
coordenada pelo departamento da administração regio- Artigo 25.o
nal autónoma competente em matéria de educação e Renovação da autorização de funcionamento
executada por:
1 — Até seis meses antes do termo da validade da
a) Um técnico nomeado pelo director regional autorização de funcionamento, deve o presidente do
competente em matéria de educação; conselho executivo ou o responsável máximo pelo fun-
N.o 216 — 10 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6475

cionamento do estabelecimento solicitar nova vistoria 3 — Os órgãos responsáveis pela segurança referidos
e a renovação da licença. nos números anteriores podem delegar competências
2 — Quando tenha sido emitida autorização provi- em matéria de gestão corrente da segurança nos coor-
sória nos termos do artigo anterior, a nova vistoria deve denadores de núcleo e encarregados de estabelecimento,
ser solicitada até 60 dias antes do respectivo termo. os quais como delegados de segurança são por inerência
3 — Sempre que sejam introduzidas alterações estru- os responsáveis locais pela segurança nos respectivos
turais ao imóvel ou o mesmo seja ampliado ou por qual- estabelecimentos.
quer forma substancialmente alterado na sua configuração 4 — Os serviços de protecção civil podem credenciar
ou características construtivas, é obrigatória a realização outras entidades para execução das tarefas que lhes
de nova vistoria e a emissão de nova autorização. competem.
5 — Cabe ao responsável pela segurança representar
o estabelecimento perante os serviços de protecção civil.
CAPÍTULO VI 6 — Nos períodos de intervenção dos bombeiros, pas-
Normas de segurança a observar no funcionamento sam a ser estes a assumir as responsabilidades pela coor-
de estabelecimentos escolares denação e comando das operações de socorro, devendo
o responsável pela segurança, bem como a entidade refe-
SECÇÃO I rida no n.o 2, prestar toda a colaboração que lhes for
solicitada.
Disposições gerais
Artigo 28.o
o
Artigo 26. Plano de segurança e evacuação de novos estabelecimentos
Plano de segurança e evacuação
1 — Sem prejuízo da vistoria para emissão da auto-
1 — A utilização de um edifício para fins escolares rização de funcionamento, a realizar nos termos do
depende da prévia existência de plano de segurança e artigo 24.o do presente diploma, e previamente àquela,
evacuação aprovado pela entidade competente em maté- deve ser realizada vistoria pela entidade local compe-
ria de protecção civil. tente em matéria de protecção civil, para aprovação do
2 — O plano de segurança e evacuação visa reduzir plano de segurança e evacuação e permitir o cumpri-
os riscos associados à ocorrência de intempéries, sismos, mento do disposto na alínea c) do n.o 2 do artigo 24.o
calamidades, acidentes ou sinistros de qualquer natu- 2 — A vistoria referida no número anterior deve ser
reza, incluindo o incêndio, garantir a segurança da eva- solicitada pelo conselho executivo, director ou entidade
cuação dos ocupantes e facilitar a intervenção dos bom- que exerça funções similares, directamente à entidade
beiros e dos demais agentes de protecção civil. local competente em matéria de protecção civil.
3 — O plano de segurança e evacuação contém, obri- 3 — A vistoria deve ser realizada no prazo máximo
gatoriamente, normas visando a prevenção dos acidentes de 30 dias após o seu pedido e o correspondente rela-
escolares, incluindo as normas específicas que se mos- tório deve ser transmitido pela entidade local compe-
trem necessárias à segurança na operação do serviço tente em matéria de protecção civil no prazo máximo
de transporte escolar, tendo em conta o conteúdo cons- de 15 dias após a data da vistoria, prazos após os quais
tante do artigo 43.o do presente diploma. se considera que a aprovação do plano de segurança
4 — A elaboração do plano de segurança e evacuação, e evacuação é tácita.
a sua revisão, divulgação e a realização dos exercícios 4 — Quando, nas vistorias, forem encontradas incon-
necessários à sua operacionalização são responsabili- formidades, os relatórios correspondentes devem refe-
dade do conselho executivo da unidade orgânica do sis- rir:
tema educativo onde o estabelecimento se insira ou do
director, ou entidade com funções similares, dos esta- a) As inconformidades verificadas;
belecimentos não integrados na rede pública. b) Os prazos fixados para regularização de cada
5 — Nos estabelecimentos em funcionamento à data uma delas;
da entrada em vigor do presente diploma, é respon- c) A marcação das datas de novas vistorias para
sabilidade do conselho executivo da unidade orgânica verificação da regularização das mesmas.
do sistema educativo onde o estabelecimento se insira
ou do director, ou entidade com funções similares, sub- Artigo 29.o
meter o plano de segurança e evacuação à aprovação
pela entidade com competência em matéria de protec- Estabelecimentos em funcionamento
ção civil no prazo de 180 dias.
1 — O disposto no artigo anterior aplica-se à reno-
vação das autorizações de funcionamento requeridas nos
Artigo 27.o termos do artigo 25.o do presente diploma.
Responsabilidade pela segurança 2 — Aos estabelecimentos em funcionamento em que
se verifiquem obras de alteração ou ampliação que satis-
1 — O responsável pela segurança de cada unidade façam o estabelecido no n.o 3 do artigo 25.o do presente
orgânica é um dos membros do seu conselho executivo diploma aplica-se igualmente o disposto no artigo ante-
ou, nos estabelecimentos não integrados na rede pública, rior.
o seu director ou entidade equivalente.
2 — No caso de estabelecimentos escolares integra- Artigo 30.o
dos em edifícios de ocupação múltipla, o responsável Inspecções pelos serviços de protecção civil
pela segurança dos espaços comuns perante os serviços
de protecção civil é a entidade a quem caiba a admi- 1 — Os estabelecimentos escolares devem ser sujeitos
nistração do edifício. a inspecções regulares pelos serviços de protecção civil
6476 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 216 — 10 de Novembro de 2005

para verificação da manutenção da sua conformidade com riais ou peças de mobiliário ou de decoração que possam
o Regulamento de Segurança contra Incêndio em Edi- criar os seguintes efeitos:
fícios Escolares, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 414/98,
de 31 de Dezembro, e com o presente diploma. a) Favorecer a deflagração ou o desenvolvimento
2 — A periodicidade das inspecções referidas no de incêndio;
número anterior não deverá superar o prazo de dois
anos. b) Ser derrubados ou deslocados por movimentos
3 — Para além das inspecções regulares, podem ser sísmicos ou durante o processo de evacuação;
efectuadas inspecções extraordinárias a pedido do pre- c) Reduzir as larguras exigíveis previstas no capí-
sidente do conselho executivo, ou do director ou respon- tulo IV do Regulamento de Segurança contra
sável equivalente dos estabelecimentos não integrados na Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo
rede pública, a pedido dos organismos da administração Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro;
educativa ou por iniciativa da entidade local competente d) Dificultar a abertura de portas de saída;
em matéria de protecção civil. e) Prejudicar a visibilidade da sinalização ou iludir
4 — Os relatórios das inspecções regulares ou extraor- o sentido das saídas;
dinárias devem satisfazer o disposto nos n.os 3 e 4 do f) Prejudicar o funcionamento das instalações de
artigo 28.o segurança, nomeadamente de alarme, extinção
5 — Compete ao presidente do conselho executivo ou controlo de fumos em caso de incêndio.
promover a regularização das inconformidades nos pra-
zos estipulados.
Artigo 33.o
SECÇÃO II
Eficácia dos meios de compartimentação, isolamento e protecção
Condições de utilização
1 — A resistência ao fogo dos elementos e compo-
Artigo 31. o nentes de construção com funções de compartimenta-
ção, isolamento e protecção não deve ser comprometida
Acessibilidade dos meios de socorro no decurso da utilização do edifício, designadamente
pela abertura de orifícios, roços, nichos ou vãos de pas-
O acesso dos bombeiros aos estabelecimentos esco-
sagem de canalizações ou condutas.
lares e a manobra dos seus meios de socorro devem
ser permanentemente garantidos até aos limites que 2 — As portas, bem como as portinholas de acesso
competem ao presidente do conselho executivo ou à a ductos, para as quais se exige resistência ao fogo,
entidade responsável pela administração do edifício, ou devem ser mantidas fechadas, excepto nas condições
parte do edifício, em que os estabelecimentos se inte- previstas no artigo 36.o do Regulamento de Segurança
grem, mediante: contra Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo
Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro.
a) Desimpedimento das zonas exteriores destina- 3 — Os vãos das vias de evacuação ao ar livre referidas
das às operações de socorro, bem como das res- na alínea f) do artigo 17.o do Regulamento de Segurança
pectivas vias de acesso, nas condições referidas contra Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo
no capítulo II do Regulamento de Segurança Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro, devem ser
contra Incêndio em Edifícios Escolares, apro-
mantidos permanentemente abertos.
vado pelo Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de
Dezembro;
b) Transponibilidade dos vãos de fachada desti- Artigo 34.o
nados a permitir a entrada dos bombeiros no
interior do estabelecimento em caso de incên- Conservação e manutenção
dio, bem como a fácil progressão no piso a partir
deles, nas condições referidas na alínea anterior; 1 — Os espaços dos estabelecimentos devem ser con-
c) Sinalização, sempre que necessário, dos vãos de servados em boas condições de limpeza e de arrumação,
fachada referidos na alínea anterior; devendo ser dada especial atenção a vias verticais de
d) Manobrabilidade dos hidrantes exteriores e inte- evacuação e a locais de acesso difícil ou de menor uti-
riores, bem como dos comandos dos restantes lização, designadamente os situados em caves ou sótãos.
meios de segurança contra incêndio destinados 2 — Deve igualmente ser dada particular atenção à
à utilização dos bombeiros, nas condições refe- colocação de mobiliário ou de objectos que ao serem
ridas no capítulo VII do Regulamento de Segu-
deslocados ou derrubados por movimentos sísmicos ou
rança contra Incêndio em Edifícios Escolares,
pela acção do vento possam constituir perigo para os
aprovado pelo Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de
Dezembro. utentes ou bloquear as rotas de evacuação.
3 — Os dispositivos de iluminação e outros objectos
suspensos de tectos ou em paredes devem estar providos
Artigo 32.o de mecanismos de segurança que impeçam a sua queda
por acção de sismo ou vento.
Caminhos de evacuação
4 — Os equipamentos e as instalações técnicas, in-
1 — Os caminhos de evacuação têm de ser mantidos cluindo os afectos à segurança contra incêndio, devem
desimpedidos. ser mantidos em boas condições de utilização mediante
2 — Não podem ser colocados nas vias de evacuação, a sujeição regular a acções de verificação, conservação
mesmo que a título provisório, quaisquer objectos, mate- e manutenção, de acordo com as instruções dos res-
N.o 216 — 10 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6477

pectivos instaladores ou fabricantes e com a regulamen- designadamente cozinhas, oficinas, postos de transfor-
tação que lhes seja aplicável, devendo as anomalias que mação, grupos electrogéneos e centrais térmicas, devem
ocorram ser prontamente rectificadas. ser afixadas instruções particulares de segurança rela-
tivas à respectiva operação.
Artigo 35.o
SECÇÃO III
Matérias e substâncias perigosas
Modificações, alterações e execução de trabalhos
1 — A utilização de matérias ou substâncias parti-
cularmente inflamáveis ou explosivas deve ser limitada
ao estritamente necessário e sob reserva das condições Artigo 37.o
estabelecidas nos números seguintes.
Modificações de acabamentos, mobiliário ou decoração
2 — A utilização de matérias ou substâncias perigosas
em actividades de ensino ou de experimentação apenas 1 — Com a excepção prevista no número seguinte,
é permitida em locais expressamente concebidos para nas operações de modificação de acabamentos, mobi-
tal, tais como salas de trabalhos práticos, laboratórios, liário ou decoração, os materiais a aplicar devem res-
oficinas e respectivas salas de preparação. peitar as limitações de reacção ao fogo impostas na sec-
3 — Não são permitidos a produção, manipulação, ção IV do capítulo III do Regulamento de Segurança
depósito ou armazenamento de matérias ou substâncias contra Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo
perigosas nas vias de evacuação nem nos locais clas- Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro.
sificados como de risco B ou D nos termos do Regu- 2 — Na decoração de interiores temporária, desti-
lamento de Segurança contra Incêndio em Edifícios nada a festas, exposições ou outras actividades ocasio-
Escolares, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 nais é permitida a utilização de elementos de decoração
de Dezembro. cujos materiais sejam da classe de reacção ao fogo não
4 — As quantidades de matérias ou substâncias peri- especificada, desde que aplicados em suportes da classe
gosas nos locais concebidos para a sua utilização ou de reacção ao fogo M3, mediante concordância prévia
manipulação devem ser limitadas às necessárias a dois da entidade local competente em matéria de protecção
dias de funcionamento, sendo a quantidade de líquidos civil e salvaguardadas as seguintes precauções:
inflamáveis, com ponto de inflamação inferior a 55 °C,
limitada a 10 l e a de líquidos inflamáveis, com ponto a) Afastamento adequado desses materiais de fon-
de inflamação igual ou superior a 55 °C, limitada a 150 l. tes de calor;
b) Disponibilidade de meios de primeira interven-
ção suplementares apropriados;
Artigo 36.o c) Interdição, nos espaços envolvidos, do uso de
Plantas e instruções de segurança chamas nuas, elementos incandescentes não
protegidos ou de aparelhos ou equipamentos
1 — Junto das entradas de locais de risco C, clas- susceptíveis de produzir faíscas.
sificados nos termos do Regulamento de Segurança con-
tra Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo 3 — Os elementos de decoração temporária referidos
Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro, acessíveis no número anterior devem ser desmontados num prazo
aos alunos, tais como salas de trabalhos práticos, labo- não superior a quarenta e oito horas após o termo das
ratórios, oficinas e respectivas salas de preparação, actividades a que se destinaram.
devem ser afixadas plantas dos mesmos, aplicadas em
suportes fixos e resistentes, à escala de 1:200, no mínimo,
com indicação clara das localizações de: Artigo 38.o

a) Dispositivos de corte de energia eléctrica e de Alterações de uso, lotação ou configuração dos espaços
distribuição de fluidos combustíveis ou com-
burentes; 1 — Os locais dos estabelecimentos escolares devem
b) Dispositivos manuais de accionamento do alarme; ter uso e lotação compatíveis com as finalidades para
c) Meios de socorro e de extinção de incêndio; que foram concebidos.
d) Dispositivos manuais de comando de outras ins- 2 — Carecem de concordância prévia da entidade
talações de segurança, nomeadamente de con- local competente em matéria de protecção civil todas
trolo de fumos. as alterações a efectuar nos espaços dos estabelecimen-
tos, mesmo que ocasionais, sempre que se verifique qual-
quer das seguintes circunstâncias:
2 — Junto das entradas principais de cada piso dos
estabelecimentos devem ser dispostas plantas de segu- a) Aumento da lotação autorizada que esteja
rança do piso, nas condições do disposto no número fixada no plano de segurança e evacuação em
anterior, as quais devem ainda destacar o ponto onde vigor;
a planta se encontra afixada e as saídas do piso, bem b) Alteração da classificação do tipo de local, de
como as vias horizontais de evacuação que a elas acordo com o artigo 6.o do Regulamento de
conduzem. Segurança contra Incêndio em Edifícios Esco-
3 — Nos locais classificados como de risco C nos termos lares, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 414/98, de
do Regulamento de Segurança contra Incêndio em Edi- 31 de Dezembro;
fícios Escolares, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 414/98, c) Redução do número e da largura de saídas ou
de 31 de Dezembro, contendo equipamentos perigosos, de vias de evacuação;
6478 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 216 — 10 de Novembro de 2005

d) Abertura de vãos de passagem ou criação de local competente em matéria de protecção civil, tendo
novas comunicações horizontais ou verticais que os respectivos pareceres carácter vinculativo.
interfiram com os meios de compartimentação, 2 — No caso das modificações visadas no artigo 37.o,
isolamento e protecção inicialmente implemen- os pedidos de concordância prévia devem compreender
tados; as seguintes informações:
e) Obstrução das aberturas permanentes das vias
de evacuação ao ar livre. a) Locais para onde se pretendem as modificações;
b) Classificação da reacção ao fogo dos novos
3 — Em caso de cedência temporária das instalações materiais a aplicar;
escolares a terceiros, nos termos regulamentares apli- c) Datas previstas para início e finalização dos tra-
cáveis, apenas deve ser permitido aos utilizadores even- balhos de modificação;
tuais o acesso aos locais estritamente necessários, d) Datas previstas para desmontagem dos elemen-
devendo os restantes ser vedados mediante sinalização tos de decoração temporária.
adequada, bem como outros meios considerados ade-
quados pelo presidente do conselho executivo, pelo 3 — No caso das alterações visadas no artigo 38.o,
director ou entidade com funções equivalentes. os pedidos de concordância prévia devem compreender
as seguintes informações:

Artigo 39.o a) Locais para onde se pretendem as alterações


de uso, lotação ou configuração;
Execução de trabalhos b) Natureza das novas utilizações e lotações pre-
vistas para cada local;
1 — Os trabalhos de conservação, manutenção, bene- c) Caminhos de evacuação considerados;
ficiação, reparação, modificação ou alteração que envol- d) Datas previstas para início e finalização dos tra-
vam procedimentos que possam prejudicar a segurança balhos de alteração.
ou a capacidade de evacuação dos ocupantes devem,
em regra, ser realizados fora dos períodos de funcio-
namento dos estabelecimentos escolares. 4 — No caso dos trabalhos visados no artigo 39.o, os
2 — Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, no pedidos de concordância prévia devem compreender as
caso de manifesta impossibilidade de satisfação do dis- seguintes informações:
posto no número anterior, devem ser previamente a) Locais para onde se pretende a execução dos
implementados meios de evacuação alternativos satis- trabalhos;
fazendo as disposições do capítulo IV do Regulamento b) Natureza das operações previstas e meios a
de Segurança contra Incêndio em Edifícios Escolares, empregar na sua execução;
aprovado pelo Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezem- c) Data de início e duração dos mesmos.
bro.
3 — Os trabalhos que envolvam a utilização de subs-
tâncias, materiais, equipamentos ou processos que apre- 5 — Em quaisquer dos casos referidos nos números
sentem riscos de incêndio ou de explosão, nomeada- anteriores, os pedidos de concordância prévia devem
mente pela produção de chamas nuas, faíscas ou ele- compreender:
mentos incandescentes em contacto com o ar associados a) Eventuais meios de segurança compensatórios
à presença de materiais facilmente inflamáveis, carecem ou suplementares a utilizar;
de concordância prévia da entidade local competente b) Ajustamentos, porventura necessários, ao plano
em matéria de protecção civil, devendo a zona de inter- de segurança e evacuação.
venção ser convenientemente isolada e dotada dos meios
de intervenção e de socorro suplementares apropriados
6 — A entidade local competente em matéria de pro-
ao risco em causa.
tecção civil dispõe de 15 dias para se pronunciar sobre
Artigo 40.o os pedidos de concordância, prazo após o qual se con-
sidera existir concordância tácita.
Realização de obras 7 — Os pareceres de concordância prévia, quando for
caso disso, devem indicar claramente os condicionamen-
1 — Quando seja necessário proceder, sem interrup- tos a observar, bem como o calendário das vistorias even-
ção da actividade lectiva, à realização de quaisquer obras tualmente consideradas para a respectiva verificação.
de construção civil no imóvel ou no seu recinto, devem
as mesmas ser precedidas de autorização por parte do
director regional competente em matéria de educação. SECÇÃO IV
2 — A autorização a que se refere o número anterior
apenas pode ser emitida quando se verifique a existência Organização da segurança
de um plano de segurança que garanta a vedação das
áreas a ser intervencionadas e que os alunos e demais
utentes do edifício não fiquem expostos a um nível ina- Artigo 42.o
ceitável de risco. Vigilância e protecção dos estabelecimentos
o
Artigo 41. 1 — Durante os períodos de funcionamento dos esta-
Pareceres prévios dos serviços de protecção civil belecimentos escolares, deve ser assegurada a vigilância
contra sinistros.
1 — As concordâncias prévias referidas nos artigos 2 — Nos estabelecimentos com locais de risco D, clas-
anteriores devem ser solicitadas por escrito à entidade sificados nos termos do Regulamento de Segurança con-
N.o 216 — 10 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6479

tra Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo ii) Delegados de segurança;


Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro, ou naqueles iii) Interlocutores das entidades locais e regio-
destinados a uma lotação superior a 200 pessoas, deve nais competentes em matéria de protec-
ser previsto um posto de segurança destinado a cen- ção civil;
tralizar toda a informação e coordenação de meios logís- iv) Interlocutores das autoridades policiais
ticos em caso de emergência, bem como os meios prin- e sanitárias;
cipais de recepção, validação e difusão de alarmes e v) Interlocutores dos serviços da adminis-
de transmissão do alerta. tração educativa;
3 — O posto de segurança pode ser estabelecido na
recepção ou portaria, nos serviços administrativos ou d) Normas de actuação a adoptar na recepção, vali-
noutro local onde haja presença permanente de pessoal dação e divulgação de alarmes, contacto com
docente ou não docente, sempre que possível em local as famílias, relações públicas, contacto com a
com ingresso reservado e resguardado ou protegido do comunicação social e designação de porta-voz,
fogo, e deve ser mantido ocupado por um delegado a definir nos termos do artigo 44.o do presente
de segurança durante os períodos de funcionamento do diploma;
estabelecimento. e) Normas de evacuação a seguir em caso de sinis-
4 — Nos estabelecimentos destinados a uma lotação tro, emergência grave ou de evacuação do edi-
superior a 500 pessoas, deve ser implementado um ser- fício ou da localidade onde este se situe, a ela-
viço de segurança e evacuação, constituído por um dele- borar nos termos do artigo 45.o do presente
gado de segurança com as funções de chefe de equipa, diploma;
comandando um número de agentes adequado à dimen- f) Plantas, à escala de 1:100, com indicação ine-
são do estabelecimento. quívoca dos seguintes dados:
5 — O delegado de segurança e os agentes são recru-
tados de entre o pessoal docente e não docente em i) Classificação e lotação previstas para
serviço no estabelecimento, devendo receber a formação cada local do estabelecimento, de acordo
adequada. com o disposto nos artigos 6.o e 7.o do
6 — Durante os períodos de funcionamento dos esta- Regulamento de Segurança contra Incên-
belecimentos abrangidos pelo n.o 4, deve ser assegurada dio em Edifícios Escolares, aprovado
a presença, no mínimo, simultânea de um chefe de pelo Decreto-Lei n.o 414/98, de 31 de
equipa e de um agente. Dezembro;
7 — O chefe de equipa é obrigatoriamente um mem- ii) Vias horizontais e verticais de evacuação,
bro do conselho executivo, podendo os restantes agentes incluindo os eventuais percursos em
de segurança ocupar-se habitualmente com outras tare- comunicações comuns;
fas, desde que se encontrem permanentemente suscep- iii) Localização de todos os dispositivos e
tíveis de contacto com o posto de segurança e rapi- equipamentos ligados à segurança contra
damente mobilizáveis. incêndio;
8 — O serviço de segurança e evacuação deve ser
constituído por pessoas com adequada aptidão física, g) Regras de funcionamento e de comportamento,
conhecimentos técnicos, formação e treino em matéria a adoptar pelo pessoal, destinadas a garantir
de segurança comprovados por iniciativa do presidente a manutenção das condições de segurança no
do órgão executivo e de acordo com padrões estabe- decurso da utilização do edifício nos domínios
lecidos pela entidade competente em matéria de pro- de:
tecção civil.
9 — As funções nas equipas de segurança constituem i) Acessibilidade dos meios de socorro;
serviço não lectivo de aceitação obrigatória pelo pessoal ii) Praticabilidade dos caminhos de evacua-
docente e não docente, cabendo ao presidente do con- ção;
selho executivo a designação da sua composição. iii) Eficácia dos meios de compartimentação,
isolamento e protecção;
iv) Conservação dos espaços do estabeleci-
Artigo 43.o mento em condições de limpeza e arru-
Conteúdo do plano de segurança e evacuação mação adequadas;
v) Segurança na produção, manipulação e
1 — O plano de segurança e evacuação deve ser cons- armazenamento de matérias e substân-
tituído pelos seguintes elementos: cias perigosas;
vi) Sensibilização dos alunos para os riscos
a) Identificação do estabelecimento, sua localiza- de incêndio.
ção e contactos telefónicos;
b) Organogramas hierárquicos e funcionais do sis-
tema de segurança e evacuação nas situações 2 — O plano de segurança e evacuação deve ainda
normal e de emergência; conter as orientações a seguir em caso de violência ou
c) Identificação, contactos telefónicos permanen- perturbação grave do funcionamento do estabeleci-
tes e procedimentos a seguir em contactos de mento.
emergência com as seguintes entidades: 3 — Ao plano de segurança e evacuação devem ser
anexados os seguintes elementos:
i) Membro do conselho executivo, director
ou entidade similar responsável pela a) Instruções de funcionamento dos principais dis-
segurança; positivos e equipamentos técnicos e procedi-
6480 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 216 — 10 de Novembro de 2005

mentos a adoptar para rectificação de anomalias gência e com os outros instrumentos de planeamento
previsíveis; de emergência ou segurança relevantes.
b) Normas a seguir na prevenção de acidentes 5 — O plano de segurança e evacuação e os seus ane-
escolares, nomeadamente na utilização de labo- xos devem ser actualizados sempre que as modificações
ratórios, dispositivos técnicos e equipamentos ou alterações efectuadas no estabelecimento o justifi-
lúdicos, e na circulação no interior dos edifícios quem e sujeitos a verificação nas inspecções dos serviços
escolares e seus logradouros, com identificação de protecção civil.
dos locais onde seja interdita a entrada dos 6 — O plano de segurança e evacuação deve ser
alunos; revisto regularmente, não podendo decorrer entre revi-
c) Normas a seguir nas zonas de embarque e sões consecutivas um período superior a cinco anos
desembarque do transporte escolar e compor- escolares.
tamentos a adoptar durante aquele transporte;
d) Programas de conservação e manutenção, com Artigo 44.o
estipulação de calendários e listas de testes de
verificação periódica de dispositivos, equipa- Normas de actuação
mentos e instalações, designadamente dos
seguintes: As normas de actuação devem contemplar a orga-
nização das operações a desencadear por delegados e
i) Dispositivos de fecho e de retenção de agentes de segurança em caso de ocorrência de uma
portas e portinholas resistentes ao fogo; situação perigosa e abranger os seguintes domínios:
ii) Dispositivos de obturação de condutas;
iii) Fontes centrais e locais de energia de a) Conhecimento prévio dos riscos presentes no
emergência; estabelecimento, nomeadamente nos locais de
iv) Aparelhos de iluminação de emergência; risco C, classificados nos termos do Regula-
v) Aparelhos de produção de calor e de con- mento de Segurança contra Incêndio em Edi-
fecção de alimentos; fícios Escolares, aprovado pelo Decreto-Lei
vi) Elevadores, ascensores e outros equipa- n.o 414/98, de 31 de Dezembro;
mentos electromecânicos; b) Procedimentos a adoptar em caso de detecção
vii) Instalações de aquecimento, ventilação e ou percepção de um alarme de incêndio;
condicionamento de ar; c) Execução da manobra dos dispositivos de segu-
viii) Instalações de extracção de vapores e rança, designadamente de corte da alimentação
gorduras de cozinhas; de energia eléctrica e de combustíveis, de fecho
ix) Instalações de gases combustíveis; de portas resistentes ao fogo e das instalações
x) Instalações de alarme e alerta; de controlo de fumos;
xi) Instalações de controlo de fumos em caso d) Activação dos meios de intervenção apropriados
de incêndio; a cada circunstância;
xii) Meios de extinção;
e) Planificação da difusão dos alarmes restritos e
xiii) Quando existam, sistemas de pressuriza-
geral e transmissão do alerta;
ção de água para combate a incêndio;
f) Prestação de primeiros socorros;
g) Acolhimento, informação, orientação e apoio
e) Caderno de registo, destinado à inscrição de dos bombeiros;
ocorrências relevantes e à guarda de relatórios h) Coordenação das operações previstas nas nor-
relacionados com a segurança contra incêndio, mas de evacuação.
o qual deve compreender, designadamente, os
seguintes elementos: Artigo 45.o
i) Relatórios de vistoria e de inspecção; Normas de evacuação
ii) Anomalias observadas nas operações de
verificação, conservação ou manutenção As normas de evacuação devem contemplar instru-
das instalações técnicas, incluindo datas ções a observar por todo o pessoal do estabelecimento,
da sua detecção e da respectiva repa- docente e não docente, relativas à articulação das ope-
ração; rações destinadas a garantir a evacuação ordenada, total
iii) Descrição sumária das modificações, alte- ou parcial, dos alunos nas circunstâncias consideradas
rações e trabalhos perigosos efectuados perigosas pelo presidente do órgão executivo e abranger
no estabelecimento, com indicação das os seguintes domínios:
datas de seu início e finalização;
iv) Incidentes e avarias directa ou indirec- a) Encaminhamento rápido e seguro dos alunos
tamente relacionados com a segurança para o exterior ou para uma zona isenta de
contra incêndio; perigo, mediante referenciação de vias de eva-
v) Relatórios sucintos das acções de instru- cuação, pontos de encontro e locais de reunião;
ção e de formação, bem como dos exer- b) Procedimento a seguir em caso de evacuação
cícios de segurança visados no artigo 46.o da localidade, coordenação com outros órgãos,
do presente diploma com menção dos pontos de reunião e informação pública;
aspectos mais relevantes. c) Procedimentos a adoptar em caso de risco sis-
mo-vulcânico iminente, de maremoto, de cheia
4 — O plano de segurança e evacuação deve ser coor- de mar ou outra situação que exija actuação
denado e integrado com os planos municipais de emer- autónoma em emergência;
N.o 216 — 10 de Novembro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 6481

d) Auxílio a pessoas com capacidades limitadas ou 2 — Devem igualmente dispor de uma cópia completa
em dificuldade, de forma a assegurar que nin- do documento referente ao respectivo estabelecimento
guém fique bloqueado nem regresse ao local os coordenadores de núcleo, os encarregados de esta-
do sinistro no decurso das operações de emer- belecimento e quem seja responsável pela segurança
gência. dos estabelecimentos integrados no sector particular,
cooperativo e solidário.
Artigo 46.o 3 — O responsável pela segurança envia uma cópia
Instrução, formação e exercícios de segurança do documento ao quartel de bombeiros e à esquadra
da força de segurança pública que sirva a localidade
1 — Pelo menos uma vez em cada ano escolar, de onde se situe o estabelecimento.
preferência no início das actividades lectivas, deve o
plano de segurança e evacuação ser divulgado junto da
comunidade escolar e ser testado através da realização Artigo 48.o
de exercício adequado, envolvendo todas as entidades Formação para a protecção civil
que nele tenham intervenção.
2 — Nos estabelecimentos escolares é obrigatória a 1 — Inserida na área disciplinar de formação cívica,
execução de programas para sensibilização e instrução área de projecto ou outra que venha a ser determinada
de todo o pessoal docente e não docente no domínio no âmbito da operacionalização do currículo regional,
da segurança e evacuação. é obrigatória a realização por todos os alunos de pelo
3 — No prazo máximo de 30 dias após o início de menos quinze horas anuais de formação sobre temáticas
cada ano lectivo devem ser realizadas em todos os esta- adequadas ao seu nível etário versando:
belecimentos escolares:
a) A protecção civil, sua organização e formas de
a) Sessões informativas do pessoal docente e não actuação;
docente para: b) O plano de segurança e evacuação da escola,
i) Familiarização com o estabelecimento; seu conteúdo e obrigações no âmbito da sua
ii) Esclarecimento das regras de funciona- execução;
mento e de comportamento estipuladas c) Segurança rodoviária;
no plano de segurança e evacuação; d) Primeiros socorros e ressuscitação cárdio-res-
iii) Instrução de técnicas básicas de manipu- piratória;
lação dos meios de primeira intervenção, e) Segurança nas zonas balneares e no mar;
nomeadamente extintores portáteis e f) Segurança contra fogos;
carretéis; g) Outros temas que venham a ser propostos pelo
departamento da administração regional autó-
noma competente em matéria de protecção civil.
b) Instrução dos delegados de segurança a quem
sejam cometidas tarefas específicas:
2 — Cabe aos departamentos da administração regio-
i) Na concretização dos planos de actuação nal autónoma competentes em matéria de educação e
e de evacuação; de protecção civil produzir os materiais pedagógicos
ii) Na realização de exercícios para treino adequados e organizar os programas de formação para
das normas anteriormente referidas, o pessoal docente necessários à execução do presente
envolvendo todos os ocupantes, com vista artigo.
à criação de rotinas de comportamento
e de actuação e ainda ao aperfeiçoa-
SECÇÃO V
mento das normas de actuação e de eva-
cuação em situação de emergência. Segurança rodoviária

4 — A realização de exercícios de evacuação que


envolvam simulacros, nomeadamente com utilização de Artigo 49.o
substâncias fumígenas, deve ser levada a cabo mediante Inserção na via pública e trânsito automóvel
informação prévia dos ocupantes e com a colaboração
dos bombeiros e de delegados da protecção civil. 1 — Sempre que a saída de um edifício escolar ou
5 — Quando as características da população escolar do seu logradouro se situe a menos de 5 m do bordo
inviabilizem a realização de exercícios de evacuação, da faixa de rodagem, medidos na sua perpendicular,
devem ser adoptadas medidas de segurança compen- é obrigatória a colocação de uma grade ou estrutura
satórias, designadamente nos domínios da vigilância do de retenção similar.
fogo e das instruções de segurança. 2 — Não é permitida a inserção da entrada de um
edifício escolar ou do seu logradouro em pontos da via
pública onde não exista visibilidade plena das faixas de
Artigo 47.o rodagem em pelo menos 75 m em cada direcção, excepto
Distribuição do plano de segurança e evacuação quando na via exista restrição da velocidade máxima
a 30 km/h ou a distância entre a saída do imóvel ou
1 — Uma cópia completa de todos os planos de segu- logradouro se situe a mais de 20 m do bordo da faixa
rança e evacuação em vigor dos estabelecimentos inte- de rodagem, medidos na sua perpendicular.
grados em cada unidade orgânica deve estar na posse 3 — Excepto em situações de emergência e para efei-
do respectivo conselho executivo ou do director ou enti- tos de carga e descarga de mercadorias é proibido o
dade que exerça funções similares. trânsito automóvel no interior dos recintos escolares.
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4 — Exceptua-se do disposto no número anterior o nológicos, lúdicos e desportivos necessários ao funcio-


acesso a lugares de estacionamento, quando devida- namento dos estabelecimentos de educação e de ensino
mente assinalados e separados do restante logradouro da rede pública.
escolar por vedação adequada, desde que este se faça 2 — Os mobiliários e equipamentos escolares a que
por entrada privativa não acessível aos alunos. se refere o número anterior, que sejam adquiridos pela
administração regional autónoma, são propriedade da
Região, ficando integrados no património, sob admi-
CAPÍTULO VII nistração da unidade orgânica do sistema educativo em
que o estabelecimento escolar se insira.
Construção, manutenção e equipamento
das infra-estruturas escolares
Artigo 53.o
Artigo 50.o Transferência de património
Construção Por resolução do Governo Regional, a solicitação da
1 — No âmbito dos investimentos previstos no domínio autarquia interessada, podem ser transferidos para o
da construção de infra-estruturas escolares, as autarquias património municipal imóveis escolares propriedade da
adquirem os terrenos, elaboram o projecto e constroem Região.
os edifícios escolares destinados ao funcionamento da
educação pré-escolar e do ensino básico que constem da CAPÍTULO VIII
carta educativa por elas aprovada.
Desafectação de edifícios da rede educativa
2 — Compete à administração regional autónoma,
supletivamente ao disposto no n.o 1 do artigo 19.o da
Lei n.o 159/99, de 14 de Setembro, a aquisição, projecto Artigo 54.o
e construção das instalações escolares destinadas aos Desafectação da rede pública
2.o e 3.o ciclos do ensino básico e ao ensino secundário.
3 — Supletivamente, e quando conste da carta escolar 1 — Quando um edifício escolar deixe em definitivo
em vigor, pode a administração regional autónoma pro- de interessar para o funcionamento do sistema educa-
jectar e construir ou ampliar instalações escolares, pro- tivo, por despacho do membro do Governo Regional
priedade da Região, destinadas ao funcionamento da competente em matéria de educação, é declarada a sua
educação pré-escolar ou do 1.o ciclo do ensino básico desafectação de fins escolares.
quando: 2 — A desafectação a que se refere o número anterior
a) Integradas em unidades orgânicas que englo- tem como efeito o termo da servidão administrativa a
bem quaisquer dos outros níveis ou ciclos de que se referem os artigos 20.o a 22.o do presente diploma.
ensino; 3 — Quando o edifício seja propriedade municipal
b) Em situações excepcionais, decorrentes de cala- deve o mesmo ser, de imediato, entregue à autarquia
midades ou outras similares, e mediante deli- respectiva.
beração do Conselho do Governo. Artigo 55.o
Desafectação de estabelecimentos particulares, cooperativos
Artigo 51.o e solidários

Manutenção 1 — Quando um estabelecimento de educação ou


ensino, pertença de instituição do sector particular, coo-
1 — Sem prejuízo de eventuais contratos de colabo- perativo ou solidário, incluindo as escolas profissionais
ração, celebrados nos termos da alínea c) do n.o 1 do e as creches e infantários, deixe definitivamente de estar
artigo 19.o do Decreto Legislativo Regional n.o 32/2002/A, afecto a uso educativo, deve, no prazo máximo de
de 8 de Agosto, cabe à administração regional autónoma 60 dias, o seu director, ou responsável pela instituição
a manutenção dos edifícios escolares que sejam proprie- proprietária, informar o presidente da câmara municipal
dade da Região. da desafectação.
2 — Sem prejuízo de eventuais contratos de coope- 2 — A notificação a que se refere o número anterior
ração, celebrados ao abrigo do disposto no Decreto tem como efeito o termo da servidão administrativa a
Legislativo Regional n.o 32/2002/A, de 8 de Agosto, que se referem os artigos 20.o a 22.o do presente diploma.
cabem às autarquias os investimentos na manutenção
dos edifícios escolares que sejam sua propriedade,
nomeadamente suportando os custos com os consumos
de electricidade e água. CAPÍTULO IX
Regime contra-ordenacional
o
Artigo 52.
Artigo 56.o
Equipamento
Regime contra-ordenacional
1 — Constitui encargo da administração regional
autónoma, supletivamente ao disposto no n.o 1 do 1 — Sem prejuízo da aplicação das coimas que este-
artigo 19.o da Lei n.o 159/99, de 14 de Setembro, a aqui- jam previstas na legislação aplicável ao exercício de cada
sição e manutenção do mobiliário e equipamento escolar uma das actividades ou acções ali previstas, constitui
básico, do material didáctico e dos equipamentos tec- contra-ordenação punível com coima de E 500 a E 2500
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a violação do disposto no n.o 1 do artigo 21.o e no n.o 4 c) Tenham sido construídos ao abrigo do disposto
do artigo 26.o do presente diploma. na Lei n.o 2107, de 5 de Abril de 1961, com
2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as alterações que lhe foram introduzidas pelos
constitui contra-ordenação punível com coima de E 1000 Decretos-Leis n.os 49 070, de 20 de Junho de
a E 5000 a violação do disposto no artigo 22.o do pre- 1969, 299/70, de 27 de Junho, 487/71, de 9 de
sente diploma. Novembro, 675/73, de 20 de Dezembro, e pela
3 — Para além da coima prevista no número anterior, Lei n.o 1/87, de 6 de Janeiro;
o proprietário do imóvel ilegalmente construído fica d) Resultem da reconstrução, requalificação ou
obrigado à sua demolição até 30 dias após ser para tal ampliação, mesmo quando executada pela admi-
notificado, sob pena de a administração proceder à nistração regional autónoma ou pelas extintas
demolição, a expensas daquele. Juntas Gerais, de imóveis que se integrem em
4 — Incorre em coima de E 1000 a E 2500 o res- qualquer das alíneas anteriores;
ponsável pela segurança de qualquer estabelecimento e) Tenham sido construídos pela autarquia em
de educação e de ensino que não dê execução às obri- colaboração ou cooperação com a administra-
gações constantes nos artigos 25.o a 47.o do presente ção regional autónoma, mesmo quando o ter-
diploma. reno se encontre registado a favor da Região
5 — A negligência é punível. ou das extintas Juntas Gerais.
6 — São competentes para levantar autos de notícia
referentes às contra-ordenações referidas nos números 2 — Constituem património da Região os edifícios
anteriores: escolares que se integrem em qualquer das seguintes
a) Os serviços autárquicos; categorias:
b) As entidades com competência fiscalizadora em
razão da matéria; a) Estejam registados a favor das extintas Juntas
c) Os conselhos executivos das unidades orgânicas Gerais dos Distritos Autónomos ou da Região,
do sistema educativo; com excepção dos que se integrem em qualquer
d) Os serviços inspectivos da educação; das categorias do número anterior;
e) As corporações de bombeiros e os serviços ins- b) Foram ou venham a ser adquiridos ou cons-
pectivos da protecção civil. truídos pela administração regional autónoma
em imóveis propriedade da Região.
7 — São competentes para instaurar e instruir os pro-
cessos de contra-ordenação: 3 — O disposto no presente diploma constitui título
bastante para efeitos de registo de edifícios escolares
a) A autarquia; a favor das autarquias ou da Região.
b) A direcção regional competente em matéria de
construções escolares;
c) Os serviços de inspecção nas áreas da educação, Artigo 58.o
da protecção civil, das actividades económicas
e do ambiente e ordenamento do território. Edifícios escolares existentes

1 — Até ao termo do 4.o ano escolar posterior à


8 — A aplicação das coimas cabe ao presidente da
entrada em vigor do presente diploma, os departamentos
autarquia ou à entidade da administração regional autó-
da administração regional autónoma competentes em
noma competente em razão do serviço ou organismo
matéria de educação e de protecção civil procedem à
que tenha instruído o processo.
vistoria de todos os edifícios escolares em utilização.
9 — O produto das coimas previstas no presente
2 — Os edifícios escolares que não tenham as con-
artigo constitui receita da autarquia ou da Região, con-
dições necessárias à emissão da respectiva autorização
soante o processo tenha sido instruído por aquela ou
de funcionamento, nos termos do presente diploma,
pelos serviços tutelados pela administração regional
devem, no prazo de um ano, ser objecto das intervenções
autónoma.
correctivas que se mostrem necessárias.
3 — No termo dos prazos referidos nos números ante-
CAPÍTULO X riores são desafectados do uso escolar os imóveis nos
Normas transitórias e finais quais a intervenção de correcção seja inviável ou o seu
custo seja desproporcionado face ao benefício resultante
da manutenção em funcionamento do estabelecimento
Artigo 57.o de educação ou ensino.
Infra-estruturas escolares da Região

1 — Integram o património municipal, com dispensa Artigo 59.o


de qualquer formalidade, os edifícios escolares que não
Actividades, estruturas e edifícios já existentes
tenham ainda sido registados a favor da autarquia e
se encontrem em qualquer das seguintes categorias:
1 — As actividades, estabelecimentos e instalações da
a) Tenham sido construídos ou adquiridos pelas tipologia ou com as características previstas no n.o 1
autarquias ou a elas legados, incluindo as antigas do artigo 21.o que já se encontrem licenciadas à data
escolas paroquiais; de entrada em vigor do presente diploma, na área de
b) Tenham sido construídos na decorrência do protecção de edifícios escolares existentes ou em cons-
Plano dos Centenários, aprovado em Conselho trução, podem manter-se até ao termo do período de
de Ministros de 15 de Julho de 1941; validade do respectivo licenciamento.
6484 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 216 — 10 de Novembro de 2005

2 — Quando o licenciamento termine antes de decor- mento da administração regional autónoma


ridos 10 anos, após a entrada em vigor do presente competente em matéria de protecção civil;
diploma, pode o mesmo ser excepcionalmente prolon- b) As competências cometidas à Direcção-Geral
gado até àquele limite temporal. da Energia são exercidas na Região pelo depar-
3 — O disposto nos números anteriores aplica-se às tamento da administração regional autónoma
actividades, estabelecimentos e instalações existentes em competente em matéria de energia.
local que fique abrangido pela zona de protecção de
novos edifícios escolares, contando-se os prazos ali esta-
belecidos a partir da data de entrada em vigor do decreto Artigo 62.o
que estabeleça medidas cautelares na zona de implan- Norma revogatória
tação do edifício ou, quando este não exista, da data
de notificação ao município da intenção de construção São revogados:
da escola ou de aprovação da carta educativa ou da a) O Decreto Legislativo Regional n.o 31/86/A, de
carta escolar onde aquela esteja prevista. 11 de Dezembro;
4 — Não existindo qualquer das condições previstas b) O artigo 35.o do Decreto Legislativo Regional
na parte final do número anterior, os prazos contam-se n.o 5/2003/A, de 11 de Março;
a partir do 1.o dia do ano escolar em que o imóvel c) O n.o 7 do artigo 5.o do Decreto Legislativo
seja utilizado para fins educativos. Regional n.o 34/2003/A, de 13 de Agosto;
5 — O disposto no artigo 22.o não se aplica às cons- d) A Resolução da Assembleia Regional n.o 2/81/A,
truções que já se encontrem licenciadas aquando da de 2 de Junho;
notificação a que se refere o n.o 3 do artigo 20.o ou e) A Resolução n.o 140/93, de 9 de Dezembro;
à data de aprovação da carta educativa ou carta escolar. f) A Resolução n.o 207/97, de 16 de Outubro.

Artigo 60.o
Artigo 63.o
Alteração ao Decreto Legislativo Regional n.o 32/2002/A,
de 22 de Agosto Entrada em vigor

O artigo 15.o do Decreto Legislativo Regional O presente diploma entra em vigor no dia seguinte
n.o 32/2002/A, de 22 de Agosto, passa a ter a seguinte ao da sua publicação.
redacção:
Aprovado pela Assembleia Legislativa da Região
«Artigo 15. o Autónoma dos Açores, na Horta, em 21 de
Setembro de 2005.
[. . .]
O Presidente da Assembleia Legislativa, Fernando
1—.......................................... Manuel Machado Menezes.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) Construção, ampliação ou grande reparação, Assinado em Angra do Heroísmo em 17 de
incluindo a alteração global das instalações eléc- Outubro de 2005.
tricas e de telecomunicações e as intervenções Publique-se.
necessárias à adequação do edifício às tecno-
logias de informação e comunicação; O Ministro da República para a Região Autónoma
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . dos Açores, Álvaro José Brilhante Laborinho Lúcio.
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2—..........................................
3 — A cooperação referida nas alíneas b) a d) do SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
n.o 1 corresponde a 25 % do montante global investido,
sendo majorado para 50 % quando o investimento se
destine a substituir um ou mais edifícios escolares, no Acórdão n.o 8/2005
âmbito da reestruturação da rede educativa, assumindo
em qualquer caso, quando a obra seja co-financiada pela Processo n.o 1165/05 — 4.a Secção (1). — Acordam na
União Europeia, o valor da parte não coberta pela com- secção social do Supremo Tribunal de Justiça:
participação comunitária.
4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .» 1 — O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes
Colectivos do Distrito de Lisboa propôs no Tribunal
do Trabalho de Lisboa, nos termos e ao abrigo do dis-
Artigo 61.o
posto nos artigos 183.o e seguintes do CPT, a presente
Aplicação de legislação acção, com processo especial, para interpretação da
cláusula 61.a, n.o 1, alínea a), do acordo de empresa
A aplicação do Regulamento de Segurança contra
(AE) celebrado entre a Companhia Carris de Ferro de
Incêndio em Edifícios Escolares, aprovado pelo Decre-
Lisboa e a Federação dos Sindicatos de Transportes
to-Lei n.o 414/98, de 31 de Dezembro, faz-se tendo em
Rodoviários e Urbanos (FESTRU), de que o autor é
conta as seguintes adaptações:
filiado, e outros (2), publicado no Boletim de Trabalho
a) As competências atribuídas ao Serviço Nacional e Emprego, 1.a série, n.o 16, de 29 de Abril de 1982,
de Bombeiros e ao Ministério da Administração pedindo que a referida cláusula seja interpretada no
Interna são exercidas na Região pelo departa- sentido de que a empresa é obrigada a assegurar aos

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