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Livro Eletrônico

Aula 02

Noções de Direito Processual do Trabalho p/ TRT-BA (Técnico Jud - Área


Administrativa) - Atualização

Professores: Bruno Klippel, Adriana Lima


Direito Processual do Trabalho Teoria e Questões
Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima Aula 02

DIREITO CONSTITUCIO

AULA 02 – SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO


TRABALHO, PARTES E PROCURADORES, JUIZ E MINISTÉRIO
PÚBLICO.

Nome do curso/concurso: TRT/BA 5ª REGIÃO

(atualizado com a Reforma Trabalhista – Lei 13.467/17)

Prof. Bruno Klippel / Profa. Adriana Lima

MATÉRIA DA AULA

SUMÁRIO

 SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO:


o Das Secretarias das Varas do Trabalho:
o Das Secretarias dos tribunais:
o Dos Distribuidores:
o Oficiais de Justiça Avaliadores:
 PARTES E PROCURADORES;
o Conceito de parte;
o Capacidade;
o Emancipação na órbita civil e suas implicações no processo do trabalho;
o Assistência judiciária;
o Substituição processual;
o Sucessão processual;
o LITISCONSÓRCIO;
 Classificações;
 Reflexos processuais do litisconsórcio;
o PROCURADORES;
 Mandato tácito;
 Honorários advocatícios;
 Amicus Curiae – Novo CPC:
 DO JUIZ:
o Dos atos do juiz;
o Das garantias constitucionais;

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 MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO;


o Princípios institucionais;
o Formas de atuação;
 Atuação como parte;
 Fiscal da lei;
 Atuação extrajudicial;
o Garantias constitucionais;

 SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

Dentre os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho, destacam-se, na CLT e


nos editais de concursos, as Secretarias das Varas do Trabalho, as Secretarias dos
Tribunais, os Distribuidores e os Oficiais de Justiça Avaliadores. Geralmente as
questões de concursos, como serão vistas oportunamente, trazem as informações
constantes da CLT, que estão nos artigos 710 a 721, que serão oportunamente
transcritos, pois respondem aos questionamentos das principais bancas de concursos.
As informações aqui trazidas serão bem específicas, objetivas, mesmo porque não
existem correntes doutrinárias, Súmulas ou Orientações Jurisprudenciais do TST sobre
o tema serviços auxiliares.

 Das Secretarias das Varas do Trabalho:

Em primeiro lugar, é sempre importante destacar que as Secretarias das


Varas do Trabalho são os órgãos incumbidos de realizar os serviços burocráticos em
primeiro grau de jurisdição, bem como de guarda dos autos enquanto estão
tramitando. Na Secretaria da Vara do Trabalho é realizada, por exemplo, a expedição
da notificação postal ao reclamado, bem como a juntada de documentos aos autos,
além de certificar a ocorrência de atos processuais.
Nos termos do art. 710 da CLT, cada Vara do Trabalho possui 1 (uma)
Secretaria, que é dirigida pelo Diretor da Secretaria, antigamente denominado de
chefe ou secretário. O Diretor de Secretaria é designado pelo Juiz do Trabalho, nos
moldes do dispositivo mencionado, a seguir transcrito:

“Cada Junta terá 1 (uma) secretaria, sob a direção de


funcionário que o Presidente designar, para exercer a função de

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secretário, e que receberá, além dos vencimentos


correspondentes ao seu padrão, a gratificação de função fixada
em lei”.

Essa é a primeira informação indispensável para as provas: o


Diretor ou Chefe de Secretaria é designado pelo Juiz do Trabalho.
Em relação às atribuições do mesmo, é indispensável a leitura (na verdade,
memorização) do art. 712 da CLT, pois é o dispositivo muitas vezes cobrado pelas
bancas de concurso, já que diz quais são os atos a serem realizados por aquele
servidor.

! Cuidado: O Art. 712 da CLT trata dos atos a serem realizado


pelo Diretor ou Chefe de Secretaria. Mais a frente será
transcrito o art. 711 da CLT, que trata dos atos a serem
realizados pelas SECRETARIAS.

Vejamos a redação do art. 712 da CLT:

“Compete especialmente aos secretários das Juntas de Conciliação


e Julgamento:
a) superintender os trabalhos da secretaria, velando pela boa ordem
do serviço;
b) cumprir e fazer cumprir as ordens emanadas do Presidente e das
autoridades superiores;
c) submeter a despacho e assinatura do Presidente o expediente e os
papéis que devam ser por ele despachados e assinados;
d) abrir a correspondência oficial dirigida à Junta e ao seu Presidente,
a cuja deliberação será submetida;
e) tomar por termo as reclamações verbais nos casos de dissídios
individuais;
f) promover o rápido andamento dos processos, especialmente na fase
de execução, e a pronta realização dos atos e diligências deprecadas
pelas autoridades superiores;
g) secretariar as audiências da Junta, lavrando as respectivas atas;

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h) subscrever as certidões e os termos processuais;


i) dar aos litigantes ciência das reclamações e demais atos processuais
de que devam ter conhecimento, assinando as respectivas
notificações;
j) executar os demais trabalhos que lhe forem atribuídos pelo
Presidente da Junta.
Parágrafo único - Os serventuários que, sem motivo justificado,
não realizarem os atos, dentro dos prazos fixados, serão
descontados em seus vencimentos, em tantos dias quantos os
do excesso”.

Colocamos em negrito o parágrafo único do dispositivo legal, pois muitas


questões levam em consideração a sua redação. O serventuário da Justiça do
Trabalho pode sofrer descontos em seus vencimentos, por não realizarem os atos
processuais, sem motivo justificado, dentro dos prazos legais. Ocorre que esse
desconto será em tantos dias quantos os do excesso. Qualquer outra informação
acerca do desconto está equivocada. Se o atraso foi de 10 dias, o desconto poderá ser
de 10 dias nos vencimentos do servidor!

Já as SECRETARIAS possuem por incumbência os atos previstos no art. 711


da CLT, abaixo transcrito para conhecimento:

“Compete à secretaria das Juntas: a) o recebimento, a autuação, o


andamento, a guarda e a conservação dos processos e outros papéis
que lhe forem encaminhados; b) a manutenção do protocolo de
entrada e saída dos processos e demais papéis; c) o registro das
decisões; d) a informação, às partes interessadas e seus procuradores,
do andamento dos respectivos processos, cuja consulta lhes facilitará;
e) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria;
f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos
processos; g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos
livros ou do arquivamento da secretaria; h) a realização das penhoras
e demais diligências processuais; i) o desempenho dos demais
trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente da Junta, para
melhor execução dos serviços que lhe estão afetos”.

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Destacamos a contagem das custas devidas pelas partes, nos


respectivos processos, pois muitas vezes as questões de concursos
exploram tal informação!
Ainda podem os servidores das Secretarias das Varas do Trabalho
realizar os atos previstos no art. 203, §4º do CPC/15, que são aqueles ligados
aos atos de mero expediente praticados no processo, nos termos do dispositivo
do CPC, abaixo transcrito para conhecimento:

§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista


obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados
de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

Por fim, é sempre bom lembrar que aos Juízes de Direito podem ser
atribuídas as competências trabalhistas, conforme previsão contida no art. 112
da CF/88, que é estudado na parte sobre Organização da Justiça do Trabalho.
Nesses casos, serão aplicados os artigos 716 e 717 da CLT, que
determinam que os cartórios fiquem incumbidos das mesmas obrigações e
atribuições das Varas do Trabalho.

 Das Secretarias dos tribunais:

As secretarias dos tribunais estão dispostas em 3 (três) artigos da


CLT, a saber: 718, 719 e 720, a seguir transcritos:

“Art. 718 - Cada Tribunal Regional tem 1 (uma) secretaria, sob a


direção do funcionário designado para exercer a função de secretário,
com a gratificação de função fixada em lei”.

“Art. 719 - Competem à Secretaria dos Conselhos, além das


atribuições estabelecidas no art. 711, para a secretaria das Juntas,
mais as seguintes: a) a conclusão dos processos ao Presidente e sua

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remessa, depois de despachados, aos respectivos relatores; b) a


organização e a manutenção de um fichário de jurisprudência do
Conselho, para consulta dos interessados. Parágrafo único - No
regimento interno dos Tribunais Regionais serão estabelecidas
as demais atribuições, o funcionamento e a ordem dos
trabalhos de suas secretarias”.

“Art. 720 - Competem aos secretários dos Tribunais Regionais as


mesmas atribuições conferidas no art. 712 aos secretários das Juntas,
além das que lhes forem fixadas no regimento interno dos Conselhos”.

Percebam que a primeira informação relevante para os concursos é a


disposta no art. 718 da CLT, que diz existir apenas 1 (uma) secretaria por
tribunal. Essa informação deve ser levada em consideração, apesar dos tribunais
maiores possuírem mais secretarias, como do Tribunal Pleno, Órgão Especial, etc.
As atribuições são aquelas descritas no art. 711 da CLT, bem como aquelas
que estão inseridas no art. 719, sendo que o § único que foi negritado, afirma que o
regimento interno poderá criar outras atribuições.
As Secretarias dos Tribunais serão chefiadas pelos Diretores, que possuem
as mesmas atribuições daqueles que chefiam as Secretarias das Varas do Trabalho,
ou seja, aquelas que constam no art. 712 da CLT, que já foi transcrito, bem como
aquelas que forem criadas pelos regimentos internos, conforme informação do art.
720 da CLT.

 Dos Distribuidores:

Diz o art. 713 da CLT que onde houver mais de uma Vara do Trabalho
com competência para processar o feito, será feita a distribuição do mesmo.
Vejamos:

“Nas localidades em que existir mais de uma Junta de

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Conciliação e Julgamento haverá um distribuidor”.

Os distribuidores, dentre as suas atribuições, realizam, como o próprio


nome afirma, a distribuição dos processos entre as Varas competentes, especialmente
para que seja mantido o princípio do Juiz Natural, ou seja, para que não haja escolha
do julgador. Além disso, a distribuição faz com que as Varas do Trabalho recebam o
mesmo número de processos, evitando a sobrecarga de uma delas.
As atribuições constam no art. 714 da CLT, que deve ser memorizado:

“Compete ao distribuidor: a) a distribuição, pela ordem rigorosa de


entrada, e sucessivamente a cada Junta, dos feitos que, para esse fim,
lhe forem apresentados pelos interessados; b) o fornecimento, aos
interessados, do recibo correspondente a cada feito distribuído; c) a
manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos distribuídos, sendo um
organizado pelos nomes dos reclamantes e o outro dos reclamados,
ambos por ordem alfabética; d) o fornecimento a qualquer pessoa que
o solicite, verbalmente ou por certidão, de informações sobre os feitos
distribuídos; e) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for
determinado pelos Presidentes das Juntas, formando, com as fichas
correspondentes, fichários à parte, cujos dados poderão ser
consultados pelos interessados, mas não serão mencionados em
certidões”.

A designação dos distribuidores é feita nos moldes do art. 715 da CLT: o


Presidente do Tribunal designa dentre os servidores das varas e do tribunal,
diretamente subordinados ao Presidente. Por fim, a distribuição dos processos deve
ser feita imediatamente, nos termos do art. 93, XV da CF/88, como medida de
celeridade processual.

 Oficiais de Justiça Avaliadores:

O tema é regulamentado em apenas um dispositivo da CLT, a saber, o art.


721, que será transcrito a seguir:

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“Art. 721 - Incumbe aos Oficiais de Justiça e Oficiais de Justiça


Avaliadores da Justiça do Trabalho a realização dos atos decorrentes
da execução dos julgados das Juntas de Conciliação e Julgamento e
dos Tribunais Regionais do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos
respectivos Presidentes.

§ 1º Para efeito de distribuição dos referidos atos, cada Oficial de


Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta de
Conciliação e Julgamento, salvo quando da existência, nos Tribunais
Regionais do Trabalho, de órgão específico, destinado à distribuição de
mandados judiciais.

§ 2º Nas localidades onde houver mais de uma Junta, respeitado o


disposto no parágrafo anterior, a atribuição para o cumprimento do ato
deprecado ao Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador será
transferida a outro Oficial, sempre que, após o decurso de 9 (nove)
dias, sem razões que o justifiquem, não tiver sido cumprido o
ato, sujeitando-se o serventuário às penalidades da lei.

§ 3º No caso de avaliação, terá o Oficial de Justiça Avaliador,


para cumprimento do ato, o prazo previsto no art. 888.

§ 4º É facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho


cometer a qualquer Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador a
realização dos atos de execução das decisões desses Tribunais.

§ 5º Na falta ou impedimento do Oficial de Justiça ou Oficial de


Justiça Avaliador, o Presidente da Junta poderá atribuir a
realização do ato a qualquer serventuário”.

Com base nos dispositivos acima transcritos, podemos destacar em relação


aos Oficiais de Justiça Avaliadores, o que segue, de forma bem objetiva e didática:

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 Geralmente o Oficial de Justiça atua no processo de execução, citando o


executado, por exemplo, nos moldes do art. 880 da CLT, para que pague ou
deposite quantia ou nomeie bens à penhora, sob pena de penhora dos bens.

 Além de penhorar, cabe ao Oficial de Justiça a avaliação do bem, não mais se


aplicando o art. 887 da CLT, assim redigido:

“A avaliação dos bens penhorados em virtude da execução de decisão


condenatória, será feita por avaliador escolhido de comum acordo pelas
partes, que perceberá as custas arbitradas pelo juiz, ou presidente do
tribunal trabalhista, de conformidade com a tabela a ser expedida pelo
Tribunal Superior do Trabalho”.

 Em regra, os atos devem ser realizados pelo Oficial de Justiça no prazo de 9


(nove) dias, conforme art. 721, §2º da CLT.

 Em relação à avaliação do bem, o prazo é de 10 (dez) dias, por aplicação do


art. 888 da CLT, assim redigido:

“Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação do


avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado
na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a
antecedência de vinte (20) dias”.

 PARTES E PROCURADORES;
 Conceito de parte;

Em primeiro lugar, deve destacar o conceito de partes, distinguindo duas


situações: partes na demanda (caráter processual) e partes no conflito (caráter
material). As partes na demanda, ou seja, no processo, são aquelas que estão em
juízo buscando um pronunciamento acerca dos pedidos formulados na petição inicial e
na contestação. O autor é aquele que formula uma pretensão, retirando o Estado de
sua inércia, em face de outrem, qualificado como réu. No direito processual do
trabalho utilizam-se as expressões reclamante e reclamado de forma a demonstrar a
autonomia do direito processual do trabalho. Contudo, dependendo do procedimento
trabalhista, os nomes são outros, a saber:
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Procedimento Autor Réu


Recursos Recorrente Recorrido (embargado,
(embargante, agravado)
agravante)
Execução Exequente Executado
Inquérito para Requerente Requerido
apuração de falta
grave
Liquidação de Liquidante Liquidado
sentença
Dissídios Coletivos Suscitante Suscitado
Mandado de Impetrante Impetrado
Segurança e habeas
corpus

 Capacidade;

Sobre o tema, é importante destacar que a capacidade é tripartite, ou seja,


deve ser analisada sob três aspectos:

 Capacidade para ser parte: é a aptidão para ser parte, ou seja, para adquirir
direitos e deveres na órbita civil. Segundo dispõe o art. 2º do Código Civil, a
pessoa natural começa com o nascimento com vida. Assim, uma criança detém
capacidade para ser parte logo após o nascimento. Em relação às pessoas
jurídicas, segundo o art. 45 do Código Civil, a capacidade para ser parte tem
início com a inscrição dos atos constitutivos no registro competente. Alguns
entes despersonalizados, como a massa falida e o espólio, também detém a
capacidade em estudo.

! Capacidade para ser parte está relacionada à personalidade


jurídica.

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Art. 2º CC: A personalidade civil da pessoa começa do


nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

Art. 45 CC: Começa a existência legal das pessoas


jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.

 Capacidade processual: também denominada de capacidade para estar em


juízo. Está relacionada à capacidade civil. Se a parte possui capacidade civil,
também possui capacidade processual, nos termos do art. 70 do CPC/15. Nos
moldes do art. 402 da CLT, capaz para fins trabalhistas é o maior de 18
(dezoito) anos. Ao maior de 14 (quatorze) e menor de 18 (dezoito), será
aplicado o art. 793 da CLT, que trata da representação para ajuizamento da
ação. No tocante às pessoas jurídicas, estas devem ser representadas por
alguém, que é denominado de “preposto”, conforme art. 843 da CLT. Salienta-
se que a reforma trabalhista de 2017 extinguiu a necessidade do preposto ser
empregado, na medida em que incluiu o §3º no referido artigo, com a seguinte
redação: “O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser
empregado da parte reclamada”.

! Capacidade processual está relacionada à capacidade civil.

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de


seus direitos tem capacidade para estar em juízo.

Art. 402 da CLT: Considera-se menor para os efeitos


desta Consolidação o trabalhador de quatorze até
dezoito anos.

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Art. 793 da CLT: A reclamação trabalhista do menor


de 18 anos será feita por seus representantes legais
e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do
Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
estadual ou curador nomeado em juízo.

Art. 843, §3º da CLT: O preposto a que se refere o §


1º deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.

 Capacidade postulatória: é a necessidade de estar representado por


Advogado, nos termos do art. 133 do CRFB/88. Nos domínios do direito
processual do trabalho, aplica-se o jus postulandi, prescrito no art. 791 da CLT,
que já foi objeto de análise em tópico próprio sobre os princípios. Destaca-se
sobre o tema a Súmula nº 425 do TST.

Art. 133 da CF: O advogado é indispensável à administração


da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações
no exercício da profissão, nos limites da lei.

Art. 791 da CLT: Os empregados e os empregadores poderão


reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e
acompanhar as suas reclamações até o final. § 1º - Nos dissídios
individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se
representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador,
ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. § 2º
Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência
por advogado. § 3º A constituição de procurador com poderes
para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples
registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado
interessado, com anuência da parte representada.

Súmula nº 425 do TST: O jus postulandi das partes, estabelecido


no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação

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cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência


do Tribunal Superior do Trabalho.

Exemplo: qualquer pessoa, mesmo sem ser Advogado ou ter


contratado um, pode ajuizar uma ação trabalhista, pois na Justiça
do Trabalho não há necessidade desse profissional, com algumas
exceções da Súmula nº 425 do TST. Se João não vier a receber as
verbas rescisórias, após ser demitido, pode ele mesmo mover a
ação trabalhista e acompanhá-la até o final. A essa possibilidade
de mover a ação sem Advogado dá-se o nome de jus postulandi,
que é o direito de postular (pedir) em juízo. Se a sentença for
==e0b61==

desfavorável a João, ele poderá recorrer ao TRT sem Advogado.


Se perder novamente, somente poderá interpor recurso para o
TST se contratar Advogado, pois essa é uma das exceções ao jus
postulandi previstas na Súmula nº 425 do TST.

A reforma trabalhista implementada pela Lei 13.467/17 criou mais uma


exceção ao jus postulandi, ou seja, mais uma hipótese em que o Advogado é
indispensável, ao estabelecer a competência da Justiça do Trabalho para a
homologação de acordo extrajudicial, através do procedimento previsto no art. 855-B
da CLT.
Segundo o dispositivo legal citado, as partes devem ser representadas
por Advogado no procedimento, não podendo ser Advogado comum, ou seja, cada
parte deve estar representada por seu próprio Advogado. Como as exceções são
sempre fundamentais para as provas, devemos atentar para o novo texto legal,
abaixo transcrito:

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial


terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a
representação das partes por advogado. § 1º As partes não
poderão ser representadas por advogado comum. § 2º Faculta-se
ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua
categoria.

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 Emancipação na órbita civil e suas implicações no processo do trabalho;

A menoridade, segundo o Código Civil Brasileiro, cessa aos dezoito anos,


quando a pessoa torna-se maior e, para os menores, nas situações de emancipação,
descritas nos incisos do parágrafo único do art. 5º do CC.

Art. 5º do CC: A menoridade cessa aos dezoito anos completos,


quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da
vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a
incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na
falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego
público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino
superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
existência de relação de emprego, desde que, em função deles,
o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Questiona-se se a emancipação na órbita civil traz consequências na esfera


trabalhista. Segundo a doutrina majoritária, a maioridade civil por meio da
emancipação produz efeitos na esfera trabalhista, o que significa dizer que a demanda
poderá ser ajuizada pelo menor, sem representação ou assistência. Não se aplica o
art. 793 da CLT, ante a desnecessidade de representação do menor. Pelo mesmo
motivo, não há necessidade de intervenção do Ministério Público do Trabalho no feito,
não importando em nulidade a sua ausência.

Art. 793 da CLT: A reclamação trabalhista do menor de 18


anos será feita por seus representantes legais e, na falta
destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo
sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador
nomeado em juízo.

Ainda sobre o tema, ao menor emancipado se aplicam normalmente as


normas sobre prescrição, o que representa dizer que o art. 440 da CLT não deve ser

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aplicado, pois não há necessidade de proteção, já que apesar de menor, mostra-se


emancipado e, portanto, capaz para todos os atos da vida civil e trabalhista.
Por fim, as regras criadas pelo Legislador Trabalhista para proteger a saúde
do empregado, em especial, o menor, são normalmente aplicadas ao menor
emancipado, pois decorrem de interesse público na preservação da vida e saúde do
empregado. Assim, o menor antecipado não pode trabalhar no período noturno, em
atividade insalubre ou perigosa, dentre outras.

Art. 440 da CLT: Contra os menores de 18 (dezoito) anos


não corre nenhum prazo de prescrição.

Exemplo: imagine que José foi contratado aos 16 anos como


empregado de uma empresa. Aos 17 anos foi demitido, sem
receber nenhuma verba rescisória. José pretende ajuizar ação
trabalhista em face do ex-empregador, mas não sabe qual é o
prazo que possui para tanto. Conversando com um amigo, viu que
tinha até 2 anos a contar da rescisão do contrato, conforme art.
7º, XXIX da CF. Ocorre que esse prazo não se inicia para José, já
que menor. José pode esperar completar 18 anos para começar a
contar os 2 anos da prescrição bienal, já que o art. 440 da CLT diz
que não corre prazo de prescrição contra o menor.

 Assistência judiciária;

Segundo as normas de direito processual do trabalho, a assistência


judiciária será prestada ao trabalhador que esteja representado pelo Sindicato da
Categoria e perceba quantia inferior a dois salários mínimos, conforme art. 14 da Lei
n. 5584/70. O primeiro ponto a ser destacado, de extrema importância, é que a
assistência deve ser prestada pelo sindicato independentemente do empregador ser
filiado ou não. A filiação não é condição para a assistência judiciária, já que é dever do
sindicato representar a categoria.

! Mesmo não sendo filiado, é direito do empregado ser assistido pela


entidade, conforme art. 18 da Lei nº 5584/70.

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Art. 14 da Lei 5584/70: Na Justiça do Trabalho, a assistência


judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de
1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a
que pertencer o trabalhador. § 1º A assistência é devida a todo
aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do
mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador
de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica
não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou
da família.§ 2º A situação econômica do trabalhador será
comprovada em atestado fornecido pela autoridade local do
Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante diligência
sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Não havendo no local a autoridade referida no parágrafo
anterior, o atestado deverá ser expedido pelo Delegado de
Polícia da circunscrição onde resida o empregado.

O fato do empregado perceber quantia superior a 2 (dois) salários mínimos,


não impede o acesso à assistência judiciária, já que poderá afirmar não ter condições
de arcar com os custos do processo. Em todas as situações, a prova da miserabilidade
será realizada por declaração firmada pelo empregado ou por seu Advogado.
Mais restrita que a assistência judiciária, tem-se o benefício da justiça
gratuita, que nos termos do art. 790, §3º da CLT, pode ser concedida de ofício ou a
requerimento das partes, isentando do pagamento das custas processuais, àqueles
que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social (INSS), ou percebendo quantia superior,
afirmarem não ter condições de pagar as custas processuais, conforme §4º do mesmo
artigo 790 da CLT.

! Os honorários do assistente técnico sempre serão suportados pela


parte que o contratou, não sendo possível a isenção daqueles, pois a
contratação desse profissional é mera faculdade da parte. Assim
prescreve a Súmula nº 341 do TST.
! O TST recentemente publicou uma nova súmula (463) registrando
entendimento já consagrado naquela corte Superior de que para a

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concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural basta


uma simples declaração de hipossuficiência firmada pela parte ou
por seu advogado com procuração; já para a concessão à pessoa
jurídica é necessária a demonstração de forma cabal da
impossibilidade da parte em arcar com os custos do processo.

Art. 790 § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e


presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer
instância conceder, a requerimento ou de ofício, o
benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Art. 790 § 4º O benefício da justiça gratuita será


concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos
para o pagamento das custas do processo.

Súmula nº 341 do TST: A indicação do perito assistente é


faculdade da parte, a qual deve responder pelos
respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da
perícia.

SÚMULA 463 ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.


COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial
nº 304 da SBDI-I, com alterações decorrentes do CPC de
2015) I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da
assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a
declaração de hipossuficiência econômica firmada pela
parte ou por seu advogado, desde que munido de
procuração com poderes específicos para esse fim (art.
105 do CPC de 2015); II – No caso de pessoa jurídica, não
basta a mera declaração: é necessária a demonstração
cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas
do processo.

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Exemplo: se sou demitido e pretendo ajuizar reclamação


trabalhista contra o meu ex-empregador, posso ir ao sindicato da
minha categoria ou contratar um Advogado particular. Se vou ao
Sindicato e recebo até 40% do limite máximo dos benefícios do
RGPS (ou recebendo mais, declaro não ter condições financeiras),
preencho os requisitos da assistência judiciária gratuita e, se a
empresa for condenada ao pagamento das minhas verbas
rescisórias, será também condenada ao pagamento de uma
quantia, chamada de honorários advocatícios, para o Sindicato.
Agora, se contrato um Advogado particular, isso não quer dizer
que eu tenha situação financeira boa, que posso gastar com o
processo. Muito pelo contrário. Assim, requeiro ao Juiz a isenção
das custas processuais, ou seja, os benefícios da justiça gratuita,
para não pagar as custas processuais.

 Substituição processual;

O tema ora em análise merece cuidado em seu estudo, pois vários pontos
são relevantes sob os aspectos teórico e prático.
Em primeiro lugar, a substituição processual também é denominada
legitimidade extraordinária, sendo previsto genericamente no art. 18 do CPC/15, que
traz importante regra: a legitimidade extraordinária só é possível nas hipóteses
previstas em lei. O que é a legitimidade extraordinária, enfim? De maneira mais
didática, comparam-se as espécies de legitimidade:

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome


próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento
jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição
processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.

 Legitimidade Ordinária: nessa espécie de legitimidade, o titular do direito


material vai a juízo defender interesse próprio, ou seja, o titular do direito

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material exercita o direito de ação. Em um exemplo simples, o empregado que


não recebeu as horas extraordinárias trabalhadas ajuíza a reclamação
trabalhista (é autor daquela ação).

! Verifica-se a coincidência nos planos material e processual: o


titular do direito material exerce o direito de ação.

 Legitimidade Extraordinária: já na legitimidade extraordinária, consonante a


regra prescrita no art. 6º do CPC, o titular do direito material não é o autor da
ação, pois este é um terceiro, autorizado por lei a pleitear direito de outrem. A
situação típica é verificada quando o sindicato ajuíza reclamação trabalhista
e
(como autor), pedindo a condenação da reclamada ao pagamento de verbas
devidas à determinados empregados (que não são os autores, mas titulares do
direito material).

! O titular do direito material é um e quem exerce o direito de ação é


outro, não havendo a coincidência já tratada.

Assim, a legitimidade extraordinária pode ser entendida como a


possibilidade de um terceiro pleitear direito de outrem, quando autorizado por lei,
sendo o autor da ação, em substituição ao titular do direito material. Daí o nome
substituição processual. Nessa não há a coincidência entre o titular do direito material
e aquele que exerce o direito de ação.
Na seara trabalhista, os sindicatos estão autorizados pelo art. 8º, III da
CRFB/88 a defender os direitos e interesses coletivos e individuais da categoria, em
questões judiciais e administrativas.

Art. 8º, III da CF: ao sindicato cabe a defesa dos direitos e


interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive
em questões judiciais ou administrativas.

Nesse ponto surgiu importante questão jurisprudencial acerca da amplitude


do comando constitucional acima descrito. Num primeiro momento, o TST editou a
Súmula n. 310, restringindo a legitimidade extraordinária dos sindicatos, afirmando
que aquela seria possível apenas nas hipóteses previstas em lei. Contudo, adequando-

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se ao entendimento do STF, o Tribunal Superior do Trabalho cancelou o referido


verbete, fazendo com que o entendimento se firmasse no sentido de que o art. 8º, III
da CRFB/88 deve ser interpretado de maneira ampla, proporcionando maior acesso ao
Poder Judiciário. Assim, atualmente entende-se que o sindicato possui legitimidade
extraordinária para defender qualquer direito do trabalhador que esteja relacionado ao
vínculo empregatício (ou mesmo para requerer a sua declaração).

! Com o cancelamento da Súmula n. 310 do TST, passou-se a


entender que a legitimidade extraordinária do sindicato é ampla,
abarcando todas as situações relacionadas ao vínculo de emprego.

0
A legitimidade extraordinária do sindicato, apesar de comum, não se dá
apenas no polo ativo da demanda, conforme reconhecido pela Súmula 406 do TST,
que prevê que o sindicato, na ação rescisória, constará no polo passivo quando tiver
ocupado o polo ativo na ação originária.

Súmula nº 406 do TST: I - O litisconsórcio, na ação rescisória, é


necessário em relação ao polo passivo da demanda, porque
supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que não
admite solução díspar para os litisconsortes, em face da
indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o
litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de
autores se faz por conveniência e não pela necessidade
decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar
o exercício do direito individual de um dos litigantes no
processo originário à anuência dos demais para retomar a lide.
(ex-OJ nº 82 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002) II - O
Sindicato, substituto processual e autor da reclamação
trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão
rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação
rescisória, sendo descabida a exigência de citação de todos os
empregados substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio
passivo necessário.

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Também detém legitimidade para a defesa dos direitos coletivos, difusos e


individuais homogêneos o Ministério Público do Trabalho, bem como as associações,
conforme art. 82 do Código de Defesa do Consumidor.

Art. 82 do CDC: Para os fins do art. 81, parágrafo único, são


legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público, II - a
União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III - as
entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta,
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por
este código; IV - as associações legalmente constituídas há pelo
menos um ano e que incluam
b entre seus fins institucionais a
defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,
dispensada a autorização assemblear. § 1° O requisito da pré-
constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas
nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social
evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela
relevância do bem jurídico a ser protegido.

Exemplo: se eu fui lesado em meus direitos trabalhistas, eu devo


buscar a reparação perante o Poder Judiciário, ajuizando a ação
trabalhista. Nesse caso, o empregado que foi lesado é o autor da
ação. Dá-se o nome de legitimidade ordinária. Meu irmão não
pode ajuizar essa ação para mim, pois ele não possui
legitimidade. Se ajuizasse, a ação seria extinta sem resolução do
mérito. Diferente seria se a situação envolvesse um número maior
de empregados e o Sindicato da categoria ajuizasse a ação. Ele
(Sindicato) seria o autor da ação trabalhista, defendendo
interesses de outras pessoas. Teríamos, nessa hipótese, a
legitimidade extraordinária.

 Sucessão processual;

Não se deve confundir sucessão processual e substituição processual,


estudado no tópico anterior, pois absolutamente distintas, pois a primeira decorre de
ato que venha a ocorrer no curso do processo, como a morte do empregado-

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reclamante ou a alienação da empresa-reclamada, enquanto que a segunda importa


na possibilidade da ação ser ajuizada por terceiro (ou mesmo em situações
excepcionais, como a rescisória, que a ação venha a ser ajuizada em face de terceiro
em relação ao direito material).
A sucessão processual pode ocorrer em duas situações, a depender se o
sujeito processual a ser substituído é pessoa física ou jurídica.
Sendo pessoa física, empregado ou empregador, o espólio, representado
pelo inventariante, assumirá aquela posição processual, pois designado na ação de
inventário para representar aquele ente (espólio). Se não for ajuizada ação de
inventário, pela inexistência de bens deixados pelo morto, entende-se que haverá a
habilitação direta dos sucessores, mediante a apresentação das certidões
6
(nascimento, casamento, contrato de união estável, etc) ou através de certidão do
INSS em que constam os seus herdeiros.

! Se for ajuizado o inventário, a reclamação trabalhista será


suspensa até que seja nomeado o inventariante, que assumirá a
representação do espólio na demanda trabalhista.
! Cuidado, pois se o óbito ocorrer antes do ajuizamento da
reclamação trabalhista não haverá sucessão processual.

Ainda sobre a morte da pessoa física, importante frisar que se o


empregador for pessoa física e vier a falecer, o art. 483, §2º da CLT permite ao
empregado rescindir o contrato ou continuar a prestar os serviços, continuando o
vínculo de emprego com os herdeiros do ex-empregador.

Art. 483, §2º da CLT: No caso de morte do empregador


constituído em empresa individual, é facultado ao
empregado rescindir o contrato de trabalho.

A sucessão processual também pode ocorrer no polo do empregador,


hipótese que não interfere na relação de emprego mantida com o empregado, à luz
dos artigos 10 e 448 da CLT, pois em relação ao empregador o contrato de trabalho
não é intuitu personae, podendo haver modificações na titularidade da empresa sem
que represente um novo contrato de trabalho.

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! Se o contrato de trabalho é considerado intuitu personae em


relação ao empregado, que não pode ser substituído, o mesmo não
pode ser dito em relação ao empregador, já que as alterações na
estrutura jurídica não importam em alteração ou rescisão do
contrato de trabalho.

Art. 10 da CLT: Qualquer alteração na estrutura jurídica da


empresa não afetará os direitos adquiridos por seus
empregados.

Art. 448 da CLT: A mudança na propriedade ou na


1
estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de
trabalho dos respectivos empregados.

Se João trabalha para a Empresa Alfa, que vem a ser vendida para a
Empresa Beta, o seu contrato de trabalho será mantido, sendo que a segunda passará
a ser integralmente responsável pelos débitos trabalhistas para com João. Assim, se
tal alienação se der no curso do processo, Alfa será substituída por Beta no polo
passivo. Se a alteração ocorrer antes de ser ajuizada a reclamação trabalhista, João
incluirá no polo passivo tão somente a Empresa Beta, por ser a nova empregadora,
com responsabilidade integral.

 LITISCONSÓRCIO;

Na imensa maioria das vezes, as demandas trabalhistas fazem nascer a


relação processual entre um autor, um réu e o Estado, demonstrando-se
subjetivamente simples. Porém, pode ocorrer de mais um autor se juntar para propor
uma só reclamação trabalhista, ou um autor ajuizar aquela ação em face de mais de
uma empresa reclamada, como geralmente ocorre nas hipóteses de terceirização,
quando se inclui no polo passivo a empresa tomadora, na busca de sua condenação
subsidiária. Pelo que foi demonstrado, os polos da demanda (ativo e passivo) podem
conter uma singularidade ou pluralidade de sujeitos, sendo que essa última hipótese é
denominada de litisconsórcio.

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Tal pluralidade pode ocorrer no polo ativo e passivo em separado, bem


como nos dois ao mesmo tempo. Aquelas partes, que se aglutinaram em
litisconsórcio, são chamadas de litisconsortes.

! O litisconsórcio é importante ora para determinar a economia


processual, reduzindo o número de ações ajuizadas, ora para
manter a igualdade entre as partes, uma vez que a situação
vivenciada pelos litisconsortes será analisada por um único Juiz.

 Classificações;

A questão mais importante acerca do instituto do litisconsórcio toca às


classificações existentes, que são 4 (quatro) e que passam a ser analisadas a partir de
agora.

 Quanto à posição:

Ativo: será ativo o litisconsórcio quando houver mais de um autor.

Passivo: será passivo o litisconsórcio quando houver mais de um réu, como ocorre
quando o autor ajuíza a demanda em face de responsável subsidiário ou solidário,
quando há sucessão de empresas, etc.

Misto: será misto quando o litisconsórcio ocorrer ao mesmo tempo nos polos ativo e
passivo, ou seja, houver mais de um autor e réu no mesmo processo.

 Quanto à formação:

Facultativo: será facultativo o litisconsórcio quando a sua formação decorrer


unicamente da vontade de partes, que possuem a opção de ajuizar as demandas em
separado ou em litisconsórcio. A regra é a existência dessa espécie de litisconsórcio,
cujas hipóteses estão descritas no art. 113 do CPC/15. A possibilidade de haver a
aglutinação decorre da existência de causas de pedir ou pedidos comuns, de maneira
a possibilitar economia processual. Destaque para os §§ 1º e 2º do art. 113 do
CPC/15, que alude ao litisconsórcio multitudinário, que é caracterizado pelo número

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significativo de litisconsortes, o que poderia atrapalhar a realização dos atos


processuais ou a defesa do reclamado. Visando evitar tais infortúnios, o legislador
previu a possibilidade de fracionamento, evitando-se, desta forma, que uma demanda
seja ajuizada por 5.000 (cinco mil) reclamantes, sendo que seria mais viável o
ajuizamento de 10 (dez) ações cada uma com 500 (quinhentos) autores.

! Destaque importante deve ser dado à espécie de litisconsórcio que


pode ser fracionado: apenas o litisconsórcio facultativo, nunca o
necessário, já que, conforme será visto, esse último decorre da
vontade da lei, não podendo haver qualquer interferência em sua
formação.

Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo


processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I -
entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações
relativamente à lide; II - entre as causas houver conexão
pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade
de questões por ponto comum de fato ou de direito. § 1o O
juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao
número de litigantes na fase de conhecimento, na
liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a
defesa ou o cumprimento da sentença. § 2o O
requerimento de limitação interrompe o prazo para
manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação
da decisão que o solucionar.

Além disso, deve-se atentar para a regra acerca do fracionamento do litisconsórcio


multitudinário, já que:

 Pode ser determinado de ofício pelo Juiz, quando prejudicar o


desenvolvimento dos atos processuais, bem como a celeridade do processo.

 Pode ser requerido pelo réu, quando dificultar a apresentação da defesa.

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Claro que a limitação do número de litigantes não possui razão se a matéria discutida
nos autos for unicamente de direito, já que a análise a ser realizada pelo Magistrado é
única, inexistindo fatos a serem apurados em relação a cada um dos litigantes.

Necessário: no litisconsórcio necessário, previsto no art. 114 do CPC/2015, a lei


impõe a sua formação, prevendo a obrigação de sua formação, sob pena de extinção
do processo sem resolução de mérito. Nessas hipóteses, as partes não possuem
escolha, haja vista que a lei assim determina. Por exemplo, o art. 73, §1º do CPC
trata da citação obrigatória dos cônjuges, sendo indispensável a presença de ambos.
Na hipótese de rescisória por colusão das partes, o litisconsórcio também será
necessário, pois a decisão poderá afetar a ambos. Nos domínios do processo do
trabalho, adota-se a teoria acerca da impossibilidade do litisconsórcio necessário
ativo, ou seja, da obrigação da demanda ser proposta por mais de um autor, por
violar o livre acesso ao Poder Judiciário.

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro


para propor ação que verse sobre direito real imobiliário,
salvo quando casados sob o regime de separação absoluta
de bens. § 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente
citados para a ação: I - que verse sobre direito real
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens; II - resultante de fato que
diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por
eles; III - fundada em dívida contraída por um dos
cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o
reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus
sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

 Quanto à decisão que será proferida:

Simples: Também denominada de litisconsórcio comum, nesse a decisão a ser


proferida pode ser a mesma ou diferente para os litisconsortes, já que as relações
jurídicas, apesar de parecidas, comuns, não são idênticas. Se as relações jurídicas não
são idênticas, o Poder Judiciário pode tratá-las de maneira diversa. Importante

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observar que a decisão pode ser igual para os litigantes, mas não necessariamente,
uma vez que o Juiz pode decidir, por exemplo, pela procedência dos pedidos
formulados pelo autor “a” e pela improcedência dos pedidos do autor “b”.

! Assim, a possibilidade de divergência no tratamento dado aos


litisconsortes é o que caracteriza tal instituto, não sendo correto
dizer que nessa espécie as decisões são obrigatoriamente diversas.

Unitário: Nessa espécie de litisconsórcio, prevista no art. 116 do CPC/2015, a decisão


a ser proferida deve ser a mesma para todos os litisconsortes, haja vista que a
relação jurídica posta em discussão é a mesma, como no célebre exemplo do
ajuizamento de ação anulatória de cláusula convencional pelo MPT em face dos entes
sindicais que a convencionaram. Nessa situação, a decisão judicial anulará ou manterá
a cláusula para todos os litisconsortes (réus), não sendo possível anular aquela para
um ou alguns ou mantê-la intacta para os demais.

 Quanto ao momento de formação:

Inicial: trata-se de uma das mais simples classificações, pois apenas leva em
consideração o momento da formação do litisconsórcio. Se já presente na petição
inicial, será inicial. Trata-se da situação mais comum, quando, por exemplo, na
hipótese de responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços (terceirização),
ajuíza-se a demanda em face das duas empresas – terceirizada (empregadora) e
tomadora dos serviços, conforme Súmula nº 331 do TST, de maneira a buscar o
adimplemento por meio da segunda empresa, caso a execução em face da primeira
seja infrutífera.

Súmula nº 331, IV do TST: O inadimplemento das obrigações


trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto
àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial.

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Ulterior (superveniente): se o litisconsórcio for formado após a distribuição da


ação, será ulterior ou superveniente. É o que ocorre na hipótese de sucessão
processual, quando, por exemplo, o autor ou o réu, pessoa física, morre, sendo
sucedido pelos dependentes ou quando se ajuíza a ação de execução em face da
empresa componente do grupo econômico, mas que não participou do processo de
conhecimento (o que é permitido após o cancelamento da Súmula nº 205 do TST).

 Reflexos processuais do litisconsórcio;

A previsão do litisconsórcio no processo do trabalho (assim como no


processo civil) traz uma séria de consequências ou reflexos, dentre as quais podem
ser destacadas as seguintes:

 Apesar dos litisconsortes encontrarem-se no mesmo polo da demanda, muitas


vezes utilizando-se das mesmas teses jurídicas, produzindo as mesmas provas,
devem ser considerados como litigantes distintos, nos termos do art. 117 do
CPC/15, o que significa dizer que os atos e omissões de um não prejudicarão
aos demais, uma vez que podem realizar os atos processuais em separado.

Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas


relações com a parte adversa, como litigantes distintos,
exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os
poderão beneficiar.

 Os litisconsortes, quantos forem, devem ser intimados de todos os atos


processuais, não sendo válida a intimação de apenas um ou alguns. Por se
tratarem de litigantes distintos, assim devem ser tratados, tendo ciência dos
atos processuais que foram realizados e aqueles que podem ser realizados.
Essa regra está descrita no art. 118 do CPC/15.

Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o


andamento do processo, e todos devem ser intimados dos
respectivos atos.

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 Havendo mais de um litigante, a defesa apresentada por um aproveita aos


demais, não havendo presunção de veracidade, conforme art. 345, I do
CPC/15.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art.


344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles
contestar a ação;

 Em relação aos recursos, importante se mostra a regra do art. 1.005 do


CPC/15, que afirma: “O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos
aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses”. Atenção, pois essa
regra somente é válida para o litisconsorte unitário, já que a decisão deve ser a
mesma para todos, conforme já estudado.

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes


a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade
passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará
aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes
forem comuns.

 Por fim, o art. 229 do CPC/15, antigo art. 191 do CPC/73 não é aplicável ao
processo do trabalho, conforme OJ nº 310 da SDI-1 do TST, não havendo prazo
em dobro para os litisconsortes com diferentes procuradores.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes


procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão
prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.

OJ nº 310. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS.


PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE
2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO

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DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) –


Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art.
229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de
1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe
é inerente.

Exemplo: as hipóteses mais comuns de litisconsórcio na Justiça


do Trabalho são: 1. litisconsórcio facultativo ativo, na hipótese de
ajuizamento de uma única ação por vários ex-empregados da
empresa; 2. Litisconsórcio facultativo passivo, quando há
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços na
terceirização. Se trabalhei como segurança na empresa Alfa, que
prestava serviços para a empresa Beta, há terceirização. Eu posso
ajuizar a ação em face das duas empresas, especialmente, se
quiser a condenação da empresa Beta, tomadora dos serviços.
Tem-se um litisconsórcio facultativo passivo.

 PROCURADORES;

Nos termos do art. 104 do CPC/15, o Advogado, ao patrocinar uma


demanda, deve juntar aos autos o denominado instrumento de mandato, também
conhecido por procuração, quando da prática do ato processual (ajuizamento da ação,
apresentação de defesa, interposição de recurso, etc), sob pena do ato considerar-se
inexistente. Ocorre que nos domínios do processo do trabalho as regras sobre
representação por Advogado e apresentação do instrumento de mandato são
relativizadas, ante o jus postulandi e o mandato tácito, a serem estudados a seguir.

Art. 104. O advogado não será admitido a postular em


juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão,
decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente. § 1o Nas hipóteses previstas
no caput, o advogado deverá, independentemente de
caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias,

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prorrogável por igual período por despacho do juiz. § 2o O


ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente
àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o
advogado pelas despesas e por perdas e danos.

 Mandato tácito;

Por vezes é comum folhear um processo trabalhista e não encontrar, como


é comum na seara cível, um documento de nome procuração ou mandato. Não há nos
autos nenhum documento no qual expressamente a parte confere poderes para o
Advogado atuar em seu nome. Fora dos domínios do processo do trabalho, tal
situação somente é permitida para os Advogados Públicos (Procuradores de
Municípios, Estados, Advogados da União, Procuradores Federais, etc).
Ocorre que em uma demanda trabalhista, pode ser que não se encontre o
tal documento e mesmo assim exista Advogado nos autos realizando os atos
processuais. Nesse ponto fica a pergunta: mas como saber se aquele Advogado possui
poderes para representar a parte se não há um documento expresso nos autos?
Neste ponto vislumbra-se a importância do instituto do mandato tácito, que
decorre da presença do Advogado em Audiência para representar determinado
litigante. Em outras palavras, o fato do Advogado “X” ter comparecido à audiência
acompanhando o autor faz presumir que aquele possui poderes para agir em nome
deste último. Daí o mandato tácito que permite a prática de atos ordinários no
processo trabalhista.

! A presença em audiência faz presumir que o Advogado possui


procuração/mandato da parte para agir naquele processo.

Tal fato é expressamente reconhecido pela Súmula nº 383 do TST, alterada


em 2016 para adequar-se ao Novo CPC, que afirma ser possível a interposição de
recurso pelo Advogado detentor do mandato tático, conforme inciso I da
jurisprudência consolidada, abaixo transcrita:

I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem

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procuração juntada aos autos até o momento da sua


interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (art.
104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo
de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável
por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba,
considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do
recurso.

Sobre o tema, ainda é importante frisar que tal forma de mandato outorga
apenas os poderes gerais ao Advogado, excetuando-se aqueles descritos no art. 38 do
CPC, que são denominados especiais, pois intimamente ligados ao direito material
objeto do litígio. A existência dos poderes gerais está descrita no art. 791 §3º da CLT.

Art. 791, §3º da CLT: A constituição de procurador com


poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a
requerimento verbal do advogado interessado, com
anuência da parte representada.

Destaque para a corrente doutrinária e jurisprudencial que identificam a


similitude entre mandato tácito e procuração apud acta, considerando expressões
sinônimas no direito processual do trabalho.
Por fim, o detentor de mandato tácito não pode substabelecer, por não ser
considerada uma providência ordinária, isto é, comum no rito trabalhista. Tal
afirmação está em conformidade com a OJ nº 200 da SDI-1 do TST. Já em relação ao
mandato escrito, expresso, a regra já é um pouco diversa, conforme análise do inciso
III da Súmula n. 395 do TST, que prevê a regularidade dos atos processuais
realizados pelo substabelecido, mesmo que não haja poder expresso para
substabelecer.

OJ nº 200 da SDI-1 do TST: É inválido o substabelecimento de


advogado investido de mandato tácito.

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Súmula nº 395, III do TST: São válidos os atos praticados pelo


substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes
expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código
Civil de 2002).

Exemplo: imagine que um cliente ligou para um Advogado


falando que daqui a 2 horas teria uma audiência e que se não
fossem seria decretada a revelia, com possível condenação. Os
dois conversaram sobre a situação, que era simples e o Advogado
compareceu ao ato processual. Chegando na sala de audiências,
foi inserido o nome do Advogado na ata de audiência, com a
informação de que estava representando dos interesses do
reclamado. Mesmo não tendo procuração escrita, o Advogado
poderá praticar atos no processo, pois é detentor de mandato
tácito, já que seu nome consta na ata de audiência.

 Honorários advocatícios;

O tema passou por enorme modificação com a reforma trabalhista


implementada pela Lei 13.467/17, pois foi incluído o art. 791-A da CLT, instituindo a
condenação ao pagamento de honorários advocatícios por mera sucumbência, que
é o mesma sistema existente no processo civil.
Assim, com a reforma trabalhista, os honorários advocatícios de
sucumbência passam a ser devidos pela mera sucumbência, ou seja, sem a
necessidade de qualquer outro requisito, como ocorria anteriormente, à luz da Súmula
nº 291 do TST, que vinculava a condenação àquela parcela ao fato do reclamante
estar assistido pelo sindicato da categoria, que lhe prestava a assistência
judiciária gratuita, nos termos do art. 14 da lei 5584/70.
Para que não pairem dúvidas, podemos dizer que:
 Até a entrada em vigor da Lei 13.467/17 (reforma trabalhista),
somente o Sindicato recebia os honorários de sucumbência, pois a
Súmula 219 do TST vinculava a condenação ao fato da parte estar
assistida pelo Sindicato.

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 Após a entrada em vigor da Lei 13.467/17, com a inclusão do art.


791-A da CLT, a condenação ao pagamento da parcela passou a
ser “automática”, decorrente da mera sucumbência da parte, isto
é, sem a necessidade de qualquer outro requisito. Pode-se chamar
o sistema de “perdeu-pagou”, pois a condenação decorre pura e
simplesmente do fato de ter perdido.

! Com as novas regras, o Advogado particular passou a receber os


honorários de sucumbência, pagos pela parte contrária (perdedora,
sucumbente). Antes, apenas o Sindicato recebia a quantia.

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria,


serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze
por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença,
do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-
lo, sobre o valor atualizado da causa.

Apesar do processo do trabalho agora utilizar o mesmo sistema do processo


civil – mera sucumbência – há uma grande disparidade entre os dois sistemas, em
relação ao percentual da parcela, já que no Código de Processo Civil a estipulação
ocorre entre 10% e 20%, enquanto que no processo do trabalho a parcela vai
de 5% a 15%.

Exemplo: imagine que eu tenha ajuizado uma ação trabalhista


em face do meu ex-empregador, requerendo a condenação ao
pagamento de R$10.000,00 de verbas rescisórias. A ação foi
ajuizada pelo meu Advogado particular, Dr. José. Na sentença o
Juiz do Trabalho condenou a empresa ao pagamento de
R$10.000,00 (verbas rescisórias), R$1.500,00 (honorários
Advocatícios de sucumbência) e R$200,00 (custas processuais). O
meu Advogado receberá da parte contrária (perdedora) a quantia
de R$1.500,00 fixada por sentença, bem como o percentual ou
valor que comigo ajustou, denominado de honorários contratuais.
Vejam que o meu Advogado receberá de mim (cliente) e da parte

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contrária, não havendo qualquer problema ou ilegalidade nisto.

Prosseguindo na análise do art. 791-A da CLT, temos o §1º, que destaca a


condenação ao pagamento dos honorários de sucumbência também nas ações
contra a Fazenda Pública, bem como nas ações em que a parte está assistida
ou substituída pelo sindicato da categoria. Aqui vale a pena diferenciar os termos
“assistida” e “substituída”. Vejamos:

 Assistida: diz-se que a parte está assistida pelo sindicato quando


aquele é o “Advogado” da parte. Ex: o autor da ação é João,
assistido pelo Sindicato da categoria, que por meio do seu setor
jurídico, ajuizou a ação.
 Substituída: a substituição processual também é chamada de
legitimidade extraordinária, ocorrendo quando o Sindicato ajuiza a
ação em nome próprio, ou seja, o próprio sindicato é o autor da
ação, em substituição aos titulares do direito. Ex: os titulares do
direito são João, José, Maria e Manoel, mas o autor da ação é o
Sindicato da categoria deles, que ajuíza a ação para que os
mesmos não precisem se expor.

Mas que parâmetros o Juiz utiliza para fixar os honorários de sucumbência


entre 5% e 15%? A resposta consta no §2º do art. 791-A da CLT, a saber:

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: I – o grau de zelo


do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a
natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado
pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

Outro tema importante, que consta no §3º do art. 791-A da CLT, que
certamente será cobrado pelas bancas examinadoras, é a fixação de honorários
advocatícios de sucumbência quando houver sucumbência recíproca. Mas o
que é a sucumbência recíproca?
Digamos que João tenha ajuizado uma ação de indenização em face de
Marcela, pleiteando a condenação da ré ao pagamento de R$100.000,00 (cem mil
reais). Na sentença, o Juiz condenou a ré ao pagamento de R$60.000,00 (sessenta

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mil reais). Na hipótese, nenhuma das partes saiu inteiramente satisfeita do processo,
tendo havido sucumbência recíproca, uma vez que autor e réu foram prejudicados
pela sentença, podendo dela recorrer.
Na hipótese, por determinação do §3º do art. 791-A da CLT, as duas partes
serão condenadas a pagar os honorários de sucumbência para o Advogado da outra,
com base no proveito econômico do processo, ou seja, a vantagem conquista no
processo. Na hipótese:
 O réu pagará honorários (de 5% a 15%) sobre a sua condenação –
R$60.000,00.
 O autor pagará honorários (de 5% a 15%) sobre o proveito
econômico do réu, que foi de R$40.000,00, valor que conseguiu
reduzir do pedido do autor.

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará


honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação
entre os honorários.

Um destaque importante deve ser feito em relação à reconvenção,


modalidade de defesa do reclamado prevista no art. 343 do CPC/15, que possui
natureza jurídica de ação, apesar de ser apresentada como uma parte da contestação.
Pode-se dizer que apresentar uma reconvenção é igual a ajuizar uma ação,
mas no mesmo processo, o que impõe a condenação ao pagamento de honorários de
sucumbência na modalidade de defesa em estudo. Assim, dispõe o §5º do art. 791-A
da CLT que são devidos os honorários advocatícios de sucumbência na
reconvenção.

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.

Por fim, vale a pena tratar da condenação ao pagamento dos honorários de


sucumbência quando a parte recebeu o benefício da justiça gratuita, previsto no
art. 790, §3º da CLT. O §4º do art. 791-A da CLT disciplina a matéria, afirmando que
a parte que teve o benefício concedido, se sucumbente (perdedora) na ação, será
condenada ao pagamento de honorários advocatícios mas terá a cobrança suspensa,

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podendo a parte credora demonstrar, nos próximos dois anos, que a parte passou a
ter condições de adimplir com a obrigação.
Passado o prazo de dois anos, a obrigação se extingue e a quantia não
poderá mais ser cobrada.

§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não


tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de
sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação
de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações
do beneficiário.

 Amicus Curiae – Novo CPC:

O amicus curiae ou “amigo da corte”, é uma figura de intervenção de


terceiro que já era bastante adotado pelo STF nas ações do controle concentrado de
constitucionalidade, hipóteses em que o órgão permitia a participação de pessoas e
entidades representativas de determinado seguimento ou especializadas em
determinada matéria, que dessem o seu parecer acerca da matéria, “ajudando” no
julgamento da demanda. Nada melhor, por exemplo, do que ouvir uma associação de
médicos acerca de uma matéria médica.
Assim também poderá ocorrer no processo do trabalho com a aplicação do
art. 138 do Novo CPC, conforme expressamente consignado na IN nº 39/16.
A grande novidade do NCPC é a permissão para que a participação do
amicus curiae ocorra em qualquer instância, desde o primeiro grau de jurisdição até o
STF. No âmbito trabalhista, poderemos ter a participação do “amigo da corte” nas
ações que tramitam nas Varas do Trabalho, nos TRTs e no TST, desde que a matéria
seja relevante e exista repercussão social da controvérsia, pois presentes os
requisitos há interesse em ouvir os setores da sociedade com conhecimento técnico
para que a decisão seja a mais democrática possível.
Passemos à análise do único dispositivo que trata da matéria:

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Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a


especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

Percebe-se que a intervenção do amicus curiae pode ser provocada ou


espontânea, ou seja, pode a pessoa física ou jurídica que atuará naquela função,
requerer a sua intervenção ou pode o Magistrado intimar o terceiro para que atue na
qualidade de amicus curiae. Percebe-se também que tal atuação pode partir
espontaneamente do Juiz, que determinará a intimação de ofício ou através de
requerimento formulado por alguma das partes. A decisão sobre a admissão ou não
do amicus curiae é irrecorrível, de forma a que não tenhamos uma maior
complexidade em virtude do procedimento. A ideia é facilitar o julgamento e não
torná-lo mais difícil, complexo, etc.

§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência


nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos
de declaração e a hipótese do § 3o.

Um ponto importante para os concursos futuros que venham a cobrar a


matéria, consta no §1º do art. 138 do NCPC, sobre a impossibilidade de alteração da
competência em virtude da atuação do amicus curiae e a impossibilidade de
interposição de recursos, salvo os embargos de declaração.
Vimos que a decisão sobre a admissão do amicus curiae é irrecorrível. As
decisões proferidas no processo também são irrecorríveis para ele, ou seja, não
poderá o terceiro recorrer das sentenças e acórdãos proferidos, já que o mesmo não é
parte e não pode ser considerado terceiro prejudicado, na medida em que o direito
discutido não é dele. A sua atuação é apenas no sentido de ajudar no julgamento a
questão, já que há relevância e repercussão social. Apenas o recurso de embargos
de declaração, que não possui finalidade de modificação da decisão, em
regra, poderá ser manejado pelo amicus curiae.

§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a


intervenção, definir os poderes do amicus curiae.

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§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de


resolução de demandas repetitivas.

Quais atos processuais podem ser realizados pelo amicus curiae? Poderá
produzir prova, falar em audiência, etc? A definição dos poderes caberá ao Juiz. O
Magistrado definirá de acordo com o §2º do art. 138 do NCPC os poderes do terceiro,
o que o mesmo poderá realizar no procedimento trabalhista.
Por fim, nos termos do §3º, poderá recorrer da decisão que julgar o
incidente de resolução de demandas repetitivas, que será estudado
oportunamente.

 DO JUIZ:

Nesse momento, destacam-se algumas regras previstas no CPC, aplicáveis


subsidiariamente ao processo do trabalho, sobre o Juiz. Em primeiro lugar, o art. 139
do CPC/15 afirma quais são os poderes do Juiz:

 Assegurar as partes igualdade de tratamento: a equidistância que o Juiz


deve manter das partes serve para assegurá-las igualdade de tratamento, já
que àquelas devem ser oportunizadas as mesmas possibilidades de demonstrar
em juízo as suas alegações. O deferimento de uma espécie de prova para uma
parte e o indeferimento para outra, sem justificativa, importa em violação ao
dever.

 Velar pela rápida solução do litígio: De acordo com o art. 5º, LXXVIII da
CRFB/88, é garantia constitucional a rápida solução do litígio, devendo o Juiz
estar atento para reprimir qualquer tentativa das partes e servidores de burlar
os prazos processuais, além de evitar o denominado tempo morto do processo,
em que aquele fica “parado”, sem a prática de qualquer ato processual, sem
justificativa plausível.

 Prevenir e reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça: Deve


o Juiz, à luz dos artigos 77 e seguintes do CPC/15, que tratam dos deveres de
todos aqueles que atuam no processo, bem como os atos que constituem

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litigância de má-fé, inibir a prática de atos considerados atentatórios à


dignidade da Justiça, em especial, o descumprimento das decisões.

 Promover a autocomposição: o acordo é, para o processo do trabalho, a


“melhor saída”, pois põe fim ao litígio da forma mais rápida e barata. Em
relação ao tema, é importante frisar que o TST, por meio da Instrução
Normativa nº 39/16, entendeu não se aplicar a parte final do inciso V do
art. 139 do CPC/15, quando fala de conciliadores e mediadores
judiciais, pois tais servidores não existem na organização da Justiça do
Trabalho, devendo o Magistrado realizar a autocomposição.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as


disposições deste Código, incumbindo-lhe: I - assegurar
às partes igualdade de tratamento; II - velar pela duração
razoável do processo; III - prevenir ou reprimir qualquer
ato contrário à dignidade da justiça e indeferir
postulações meramente protelatórias; IV - determinar
todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento
de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por
objeto prestação pecuniária; V - promover, a qualquer
tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio
de conciliadores e mediadores judiciais; VI - dilatar os
prazos processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito
de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando
necessário, força policial, além da segurança interna dos
fóruns e tribunais; VIII - determinar, a qualquer tempo, o
comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre
os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de
confesso; IX - determinar o suprimento de pressupostos
processuais e o saneamento de outros vícios processuais;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais
repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria

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Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que


se referem o art. 5o da Lei no7.347, de 24 de julho de
1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de
1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação
coletiva respectiva. Parágrafo único. A dilação de prazos
prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes
de encerrado o prazo regular.

Além disso, destaque importante para regra constante no art. 140 do


CPC/15, conhecida por princípio da indeclinabilidade do poder jurisdicional, cuja
ideia central é a seguinte: uma vez provocado o Poder Judiciário por meio do exercício
do direito de ação, o Juiz, por ser representante daquele Poder, não poderá de julgar
a lide, isto é, analisar o mérito, quando presentes os seus requisitos. A inexistência de
norma jurídica sobre a questão discutida pelas partes ou a obscuridade na norma
criada pelo Poder Legislativo, não impedem a análise do pedido formulado, uma vez
que ao Juiz cabe aplicar a analogia, os costumes, princípios gerais do direito e
equidade.

! A regra acima descrita também é encontrada no art. 4º da Lei de


Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), antiga Lei de
Introdução ao Código Civil (LICC), sendo a analogia sempre o
primeiro recurso a ser utilizado pelo Magistrado.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de


lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo
único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos
em lei.

Ainda sobre a atuação do Juiz, o art. 141 do CPC/15 dispõe sobre o


princípio da congruência, que impõe que a decisão do Juiz respeite os limites da
petição inicial, isto é, que julgue de acordo com os pedidos que foram formulados pelo
autor. Assim, se o autor requereu a condenação do réu ao pagamento de danos
materiais, não poderá condená-lo ao pagamento de danos morais. Se o pedido é de
condenação ao ressarcimento de quantia de R$100.000,00 (cem mil reais), não
poderá condenar ao pagamento de R$120.000,00 (cento e vinte mil), pois nas duas

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situações o autor impôs um limite à atuação do Poder Judiciário, sob pena da decisão
ser eivada de nulidade. Os vícios que podem surgir são de três espécies:

 Decisão extra petita: Nessa espécie de vício, o Poder Judiciário analisa e


decide questão que não é objeto do pedido do autor e que não poderia ser
analisada de ofício pelo Magistrado, como danos materiais e danos morais.
Algumas matérias podem ser analisadas de ofício pelo Magistrado, tais como
custas, honorários advocatícios e juros, não configurando vício a condenação
nessas parcelas, mesmo sem pedido do autor, conforme Súmula nº 211 do
TST.

 Decisão ultra petita: Nessa situação, o Poder Judiciário decide exatamente o


que foi pedido pelo autor, contudo, excede a quantidade pleiteada, como ocorre
se o pedido de condenação ao pagamento de danos materiais for de
R$100.000,00 e a condenação àquele título for superior. Aqui, o problema é a
quantidade, que se mostra superior àquela que foi pedida.
 Decisão citra ou infra petita: Por fim, na decisão citra ou infra petita o
problema surge quando o Juiz deixa de analisar algum pedido formulado. Trata-
se de decisão omissa, que deve ser complementada.

! O fato do Juiz entender que a parte deva receber quantia inferior à


postulada, não enseja nulidade. Assim, se quero R$100.000,00 de
danos morais e o Poder Judiciário entende devidos apenas
R$10.000,00, posso recorrer para tentar majorar a quantia.
Contudo, não posso alegar que a decisão é citra ou infra petita, pois
o meu pedido foi analisado.

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos


pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não
suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Por fim, três princípios importantes e indispensáveis para as provas de


concursos, previstos nos artigos 370 e 371 do CPC/15, respectivamente:

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 Princípio dos poderes instrutórios do Juiz: afirma o dispositivo em comento


que o Juiz possui liberdade para definir os meios de prova que serão produzidos
pelas partes, além de poder determinar a produção de outros, que não tenham
sido requeridos por aquelas, uma vez que o interesse maior na resolução da
lide é do Estado. O Juiz determinará, mesmo de ofício, as provas a serem
produzidas e indeferirá os requerimentos das partes que se mostrem apenas
procrastinatórias. Caberá ao Juiz, igualmente, deferir ou indeferir as provas
requeridas pelo Ministério Público, quando fiscal da lei.

 Princípio do livre convencimento motivado do Juiz: dentre o conjunto


probatório, formado por todos os meios de prova que foram produzidos, o Juiz
pode escolher aquele que melhor o convenceu, não havendo prova “mais forte
ou mais fraca”. Todos os meios de prova – documental, pericial, depoimento
pessoal e testemunhal – são lícitos para o convencimento do Magistrado,
podendo levar em consideração uma testemunha em detrimento de um
documento, desde que, claro, motive a decisão, isto é, fale os fundamentos de
seu convencimento.

Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da


parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do
mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão
fundamentada, as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.

Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos,


independentemente do sujeito que a tiver promovido, e
indicará na decisão as razões da formação de seu
convencimento.

Exemplo: digamos que um empregador de uma grande empresa


tenha sofrido um acidente de trabalho, permanecendo sem
trabalho por meses, bem como sofrendo com a perda de uma
perna. Este empregado ajuizou ação trabalhista pedindo danos
materiais, pelo tempo em que ficou sem trabalho e o valor gasto
no tratamento. Não houve pedido de condenação ao pagamento

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de danos morais, pela perda da perna. Por mais que o Juiz


entenda devido o dano moral, como não houve pedido, não pode
a empresa ser condenada, pois o princípio da congruência diz que
o Juiz não pode julgar o que não foi pedido.

Exemplo: um ex-empregado moveu ação em face da empresa


para a qual trabalhava, alegando dano moral. Apesar de ter sido
notificada, a empresa não compareceu à audiência e foi aplicada a
pena de revelia e confissão. Apesar de pena de revelia ter sido
aplicada, o Juiz entendeu que não houve o dano moral pelos
relatos da petição inicial. Assim, julgou improcedente o pedido,
utilizando-se o seu livro convencimento motivado.

 Dos atos do juiz;

Dispostos nos artigos 203, 204 e 932 do CPC/15, o Juiz poderá, ao atuar
em um processo, realizar os seguintes atos, a serem estudados separadamente:
despachos, decisões interlocutórias, sentenças, acórdãos e decisões monocráticas.
Estudam-se os atos em ordem invertida do art. 203 do CPC/15, iniciando-se pelo mais
simples (despacho) até o mais complexo (sentença), de maneira a facilitar o
aprendizado.

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em


sentenças, decisões interlocutórias e despachos. §
1o Ressalvadas as disposições expressas dos
procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento
por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts.
485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução. § 2o Decisão
interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadre no § 1o. § 3o São despachos
todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no
processo, de ofício ou a requerimento da parte. § 4o Os
atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista

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obrigatória, independem de despacho, devendo ser


praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz
quando necessário.

 Despachos;

Previsto no §3º do art. 203 do CPC/15, são conceituados pelo legislador


como “(...) todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício
ou a requerimento da parte.”.

§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do


juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento
da parte.

Trata-se do mais simples ato processual praticado pelo Juiz na condução do


processo e tem por finalidade proporcionar andamento ao feito, isto é, fazer com que
o processo se movimente, conforme preconizado no art. 2º do CPC/15, que diz que o
processo se desenvolve por impulso oficial.
As principais características dos despachos são:

 Praticados de ofício pelo Magistrado, isto é, sem necessidade de pedido das


partes;

 Não há prazo para a sua prática, diferentemente das decisões e sentenças;

 Não possuem forma predeterminada;

 Não geram prejuízo às partes, pois apenas movimentam o processo, não


possuindo conteúdo decisório;

 Não podem ser impugnados por recurso, exatamente pela razão acima
disposta, conforme art. 1.001 do CPC/15.

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Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

São exemplos de despachos a determinação de intimação das partes sobre


determinado ato processual, a designação de perito, a determinação para devolução
dos autos, a determinação para subida dos autos ao Tribunal para julgamento de
recurso, concessão de vista às partes, etc.

Exemplo: se o Juiz determina uma nova audiência, esse ato é um


despacho, pois não está causando prejuízo às partes, e sim,
apenas movimentando o processo. Se o Juiz condena o réu ao
pagamento de indenização, ele está proferindo uma sentença,
pois julga o pedido formulado pela parte. Se ele, liminarmente,
defere um pedido para que a gestante retorne ao trabalho, depois
de ter sido ilegalmente demitida, o Juiz profere uma decisão
interlocutória, pois o processo continuará com a prática de outros
atos processuais.

 Decisões interlocutórias;

Tratadas no art. 203, §2º do CPC, possuem importância ímpar, já que


podem ser proferidas diversas vezes no curso do processo, quando decidirem
incidentes processuais, ou seja, questões que surgem no curso da demanda, mas que
não representam o objeto principal do litígio. Segundo a dicção legal, “Decisão
interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se
enquadre no § 1o.”.

§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial


de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.

Em direito processual do trabalho, as interlocutórias vem sendo cada vez


mais proferidas, tendo em vista a complexidade crescente das demandas, nas quais
regularmente são formulados pedidos liminares, ora para obstar transferência de
empregado, reintegrar obreiro, determinar ao empregador que custeie tratamento
médico no curso da ação, ora para determinar que o sindicato não impeça a empresa

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de funcionar, durante movimento paredista, dentre outras situações do cotidiano


forense.
Sobre as decisões interlocutórias, algumas características devem ser
destacadas:

 Necessitam de pedido da parte, pois em regra o Juiz não pode decidir de


ofício;

 Possuem forma predeterminada, já que nelas há que se ter relatório,


fundamentação e dispositivo, por aplicação do art. 489 do CPC/15, sendo que
no primeiro o Magistrado demonstra qual é a questão controvertida, no
segundo demonstra o seu convencimento e no último decide a questão
incidente.

 Podem gerar prejuízo às partes, já que a decisão favorável ao autor


prejudica o réu e vice-e-versa;

 Não podem ser impugnadas de imediato, pois como já estudado, vige no


processo do trabalho o princípio da irrecorribilidade imediata das
interlocutórias, previsto no art. 893 da CLT, com as exceções da Sumula 214 do
TST, devendo a parte prejudicada aguardar a decisão final para dela recorrer.
Sendo proferida em audiência, a parte deverá apresentar protesto, sob pena de
preclusão.

Exemplo: a decisão interlocutória mais comum na Justiça do


Trabalho é aquela que determina a reintegração do empregado
que, apesar de sua estabilidade, é demitido pelo empregador. Um
dirigente sindical que foi demitido durante o período de
estabilidade, pode pedir ao Juiz, liminarmente, que seja
reintegrado aos quadros da empresa, voltando a trabalhar. Vejam
que o processo não terminou, e sim, foi proferida uma decisão no
curso dele, provisória. Outros atos processuais serão praticados e,
depois, será proferida a sentença, dizendo se o reclamante tem ou
não direito ao que pediu.

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 Sentenças;

Conforme dispõe o art. 203, §1º do CPC, “§ 1o Ressalvadas as disposições


expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do
qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.”, ou seja, pode determinar a
extinção do processo com ou sem resolução do mérito. Essa é a principal diferença em
relação à decisão interlocutória, já que esta não possui por finalidade precípua a
extinção do feito, como já verificado.

§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos


procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento
por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts.
485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução.

A sentença é por natureza o ato judicial que determina a extinção do


processo no primeiro grau de jurisdição, ao julgar o mérito, conforme art. 487 do
CPC/15, ou ao afirmar a ausência de algum requisito indispensável à análise dos
pedidos formulados, hipótese em que extinguirá o feito sem resolução do mérito, de
acordo com o art. 485 do CPC/15.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I -


indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado
durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe
incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30
(trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo; V - reconhecer a existência de perempção, de
litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência
de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a
alegação de existência de convenção de arbitragem ou

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quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII


- homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte
da parte, a ação for considerada intransmissível por
disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste
Código.

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I -


acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na
reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento,
sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III -
homologar: a) o reconhecimento da procedência do
pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a
transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação
ou na reconvenção. Parágrafo único. Ressalvada a
hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência
não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes
oportunidade de manifestar-se.

Sobre a fundamentação das sentenças, decisões interlocutórias e acórdãos,


que serão vistos em seguida, dispõe o art. 489 do CPC/15, aplicável ao processo do
trabalho por determinação da IN 39/16 do TST, temos que:
Certamente uma das regras do Novo CPC que tendem a atrapalhar a
celeridade da Justiça do Trabalho, e que por isso entendia-se por sua não aplicação, é
o art. 489 do Novo Código, considerado pela IN nº 39/16 do TST como totalmente
compatível e aplicável ao processo do trabalho, apesar da CLT prever em seu art. 832
os requisitos da sentença.
Sob a égide do antigo código, a sentença possui como requisitos do art. 458
o relatório, a fundamentação e o dispositivo. O novel art. 489 do CPC/15 mantém tais
requisitos, mas inova ao inserir o §1º no sistema processual, ao dizer que a sentença
não é considerada fundamentada em uma série de hipóteses, muitas delas
extremamente importantes no processo do trabalho, dado ao número de súmulas e
OJs do TST que são utilizadas como fundamentos de pedidos e defesas. Pelo que
vamos ver daqui a pouco, o Juiz deve enfrentar todas aquelas súmulas e OJs que
foram alegadas pelas partes, demonstrando o motivo de sua aplicação ou afirmando

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porque não se aplicam ao caso concreto. A decisão que não analisar todas as
súmulas, Ojs e fundamentos das partes, será considerada nula, sem fundamentação,
podendo-se alegar ao mesmo tempo o ferimento ao dispositivo e ao disposto no art.
93, IX da CF/88.
Vamos transcrever o dispositivo para que o mesmo seja analisado com
calma:

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja


ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

Conforme pode ser visto no inciso I do §1º do art. 489 do CPC/15, nenhum
órgão da Justiça do Trabalho poderá decidir, seja proferindo decisões interlocutórias,
sentenças ou acórdãos, sem analisar a situação em concreto que foi levada ao Poder
Judiciário. Decidir analisando a situação concreta significa dizer que o Magistrado
poderá dizer de que forma o artigo de lei, a súmula ou OJ do TST se mostram
aplicáveis naquela situação, de forma que não será considerada fundamentada a
decisão que simplesmente indicar ou transcrever aquela norma jurídica. De nada
adiantará o Magistrado afirmar que “o reclamante não possui direito nos termos da
súmula nº x”, ou que procedente o pedido conforme art. Y, da CLT”. O inciso I diz que
o Magistrado deverá demonstrar a relação da norma jurídica com a relação jurídica
posta em juízo”.

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Por sua vez, o inciso II trata da utilização de “termos jurídicos


indeterminados”, sem demonstração da sua incidência no caso concreto, como por
exemplo, “interesse público”, “ordem pública”. Uma sentença que negue ou conceda
um direito com base na existência de norma de ordem pública, deverá explicar o
motivo da negativa ou da concessão, explicando a razão da norma ser de ordem
pública, o interesse público que está por detrás da criação da norma jurídica.
Outra forma de evitar a decisão genérica é por meio da aplicação do inciso
III, que trata dos fundamentos que servem para justificar várias decisões, como por
exemplo, “ausência de provas”. Deverá afirmar o motivo de não ter sido provado o
fato constitutivo, impeditivo, extintivo ou modificativo.
Já o inciso IV trata da necessidade do Magistrado analisar todos os
fundamentos que foram deduzidos pelas partes e que são necessários para o deslinde
da controvérsia, para análise da situação em concreto. Se o fundamento não estiver
diretamente ligado ao mérito, não precisará ser analisado.
O inciso V complementa o I, que trata da simples indicação de dispositivos,
no caso específico de súmulas e precedentes. Como já dito, não poderá uma decisão
valer-se da indicação de súmula ou precedente jurisprudencial sem explicar o motivo
de sua aplicação ou de sua não aplicação. Assim também consta no inciso VI.
Em suma, o art. 489 do CPC/15 quer evitar as decisões genéricas, que
não analisam a situação em concreto, quer evitar o “CTRL C + CTRL V” nas
decisões judiciais.
Caso a decisão judicial – interlocutória, sentença e acórdão – não siga os
ditames do art. 489 do CPC/15, teremos nulidade nos termos do art. 93, IX da CF/88,
podendo-se interpor recurso para anular a decisão de modo que seja outra proferida
em substituição.

 Acórdãos;

Acórdão é a denominação genérica para toda e qualquer decisão colegiada


tomada por tribunal, de qualquer instância ou justiça (comum, eleitoral, trabalhista,
etc), conforme destaca o art. 204 do CPC/15, assim redigido: “recebe a denominação
de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais”.

Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido

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pelos tribunais.

Salienta-se que o acórdão é uma decisão colegiada e que tal espécie de


decisão é a regra geral dos tribunais, ante a presunção de que o julgamento proferido
por colegiado é melhor do que o juízo singular, pela troca de experiências e
discussões que aquele proporciona.
Apesar de mostrar-se bastante comum o julgamento monocrático nos
tribunais, é importante fixar que a regra continua sendo o julgamento colegiado, que
impõe o proferimento de acórdão, uma vez que as decisões monocráticas somente
podem ser proferidas se preenchidas as hipóteses do art. 932 do CPC/15.

! Os acórdãos não são proferidos apenas nos julgamentos dos


recursos, e sim, em todos os procedimentos julgados por
colegiados, seja em questões administrativas ou judiciais.

Assim, se impetrado um mandado de segurança ou ação rescisória de


competência do TRT ou TST, o seu julgamento, regra geral, se dará por meio de
acórdão.

Exemplo: O Juiz da 10ª Vara do Trabalho de Vitória/ES proferiu


sentença negando todos os meus pedidos. Dessa sentença
interpus recurso ordinário, que será julgado pelo TRT/ES. Nesse
tribunal, quem julgará o recurso será uma turma composta por 3
Desembargadores. A decisão dos Desembargadores será chamada
de acórdão, pois proferida por um órgão colegiado.

 Decisões monocráticas;

Excepcionalmente os feitos que tramitam nos tribunais podem ser julgados


monocraticamente, isto é, por apenas um julgador e não pelo colegiado. Esse único
julgador é denominado relator, que é o Magistrado para o qual o processo é
distribuído no tribunal e que, em regra, o conduz até julgamento final.
Até o ano de 1998, os julgamentos pelos tribunais sempre eram colegiados,
mas o legislador, por meio da Lei n. 9756/98, previu hipóteses nas quais o processo

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poderia ser julgado apenas pelo relator, por tratar-se de situação mais simples, que
dispensa a discussão pelo colegiado.
De acordo com o art. 932 do CPC/15, a decisão monocrática poderá ser
proferida nas seguintes situações:

 Recurso inadmissível, ou seja, ausência de qualquer pressuposto de


admissibilidade (tempestividade, legitimidade, interesse processual, preparo,
etc).

 Recurso prejudicado, que é aquele que não mais precisa ser julgado, por
ausência superveniente do interesse recursal (perda do objeto).

 Recurso improcedente, no qual não há a demonstração do direito por parte do


recorrente ou, em outras palavras, aquele no qual resta nítida a ausência do
direito do recorrente;

 Recurso em confronto com jurisprudência dominante do Tribunal, do Supremo


Tribunal Federal ou de Tribunal Superior, hipóteses em que já se verifica a
inexistência de direito do recorrente, por sua pretensão esbarrar na
jurisprudência dominante dos Tribunais.

 Recurso em face de decisão que conflita com jurisprudência dominante,


hipótese em que o relator, monocraticamente, dará provimento ao apelo,
anulando ou reformando a decisão recorrida.

! A decisão monocrática pode ser proferida para negar ou conceder


o pedido do recorrente, conforme dispõe o art. 932 do CPC/15.

Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o


processo no tribunal, inclusive em relação à produção de
prova, bem como, quando for o caso, homologar
autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de
tutela provisória nos recursos e nos processos de
competência originária do tribunal; III - não conhecer de

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recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha


impugnado especificamente os fundamentos da decisão
recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal
ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução
de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de
contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão
recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal
ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução
de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica, quando este for instaurado
originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público,
quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no
regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o
recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao
recorrente para que seja sanado vício ou complementada
a documentação exigível.

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Apesar das diversas hipóteses que permitem o julgamento monocrático nos


tribunais, é importante frisar que continua tal situação a ser excepcional no sistema
processual pátrio.

Exemplo: ajuizei ação trabalhista pedindo horas sobreaviso por


usar o telefone celular que a empresa me forneceu. O pedido foi
negado por sentença, nos termos da Súmula nº 428 do TST, que
diz que o simples fornecimento do celular não gera horas
sobreaviso. Dessa sentença interpus recurso ordinário. Chegando
ao TRT, o meu recurso foi distribuído a um dos Desembargadores,
chamado de relator. Esse relator, lendo o recurso, verá que é uma
situação simples, que o meu pedido esbarra no entendimento do
TST, na súmula nº 428. Ele relator poderá julgar sozinho,
proferindo decisão monocrática. Não há necessidade que esse
recurso seja julgado por 3 Desembargadores, pois é uma situação
simples.

 Das garantias constitucionais;

São 3 (três) as garantias constitucionais da Magistratura, conforme art. 95


da CRFB/88, a saber:

 Vitaliciedade: Após o período de 2 (dois) anos, conhecido por estágio


probatório, o cargo passa a ser vitalício. Alguns aspectos de relevo devem
ser destacados.

o 1. Após ser declarado estável, o Magistrado poderá perder o cargo por


decisão judicial com trânsito em julgado, o que significa dizer que deverá
ser iniciada ação judicial que comine como pena a perda do cargo. Não
basta decisão de primeira instância nesse sentido, e sim, o trânsito em
julgado.

o 2. Antes de findo o estágio probatório, poderá o Magistrado perder o


cargo por decisão administrativa, oriunda de processo administrativo

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disciplinar, da lavra do Tribunal ao qual está vinculado. Da decisão que


excluir o Magistrado da carreira ou impuser qualquer outra punição,
caberá discussão judicial, já que a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV CRFB/88).

o 3. Ao perder o cargo, por decisão administrativa ou judicial, o Magistrado


perderá o direito aos salários e a todos os benefícios concedidos aos
membros da carreira, diferentemente do que ocorre quando é imposta
como pena a aposentadoria compulsória, situação em que são mantidos
os vencimentos, mesmo que proporcionais ao tempo de serviço.

 Inamovibilidade: Regra geral não pode o Magistrado ser retirado (movido) da


comarca ou vara na qual está exercendo a judicatura, sem a sua vontade, salvo
se o interesse público evidenciar tal necessidade.

 Irredutibilidade de vencimentos: Os vencimentos dos membros da


Magistratura não podem sofrer redução, já que a função exercida por aqueles é
indispensável para a própria organização do Estado, devendo os Juízes ser
dotados de certa “tranquilidade” em relação aos vencimentos que, mesmo em
situações de instabilidade política ou econômica, são dotados de tal garantia. A
própria Constituição Federal elenca algumas exceções, relacionadas ao
pagamento de tributos, que pode acarretar a redução do valor líquido recebido
sem, contudo, demonstrar-se como violação ao princípio, já que se trata de
norma geral, a todos aplicável no interesse do Estado.

Art. 95 da CF: Os juízes gozam das seguintes garantias: I -


vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após
dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada
em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto
nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I.

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 MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO;

Doutrina majoritária afirma que o Ministério Público possui sua origem na


ordenança francesa, de 1302, ocasião em que o rei francês Felipe IV, “o belo” impôs
aos seus procuradores o dever de defender apenas os interesses da majestade,
impedindo-os de defender quaisquer outros. Assim, eram agentes do rei, atuando no
seu interesse.
A CRFB/88, em seu art. 127, conceituou o Ministério Público como
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos direitos sociais e individuais
indisponível, estando desvinculado dos demais poderes, agindo de forma a controlar
os demais e estando impedido de atuar em favor das entidades públicas.

Art. 127 da CF: O Ministério Público é instituição


permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis. § 1º - São princípios institucionais do
Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional. § 2º Ao Ministério Público é
assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder
Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou
de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de
carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998) § 3º - O Ministério Público elaborará sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na
lei de diretrizes orçamentárias. § 4º Se o Ministério Público
não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro
do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da

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proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei


orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) § 5º Se a proposta
orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em
desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o
Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 6º Durante a
execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas,
mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Ao dizer que se trata de função essencial à função jurisdicional do Estado, a


CRFB/88 deixou claro que o Ministério Público (parquet) age de forma a garantir a
aplicação da lei, isto é, atua como fiscal da lei.

 Princípios institucionais;

Com o intuito de garantir a autonomia e independência do Ministério


Público, o Legislador Constituinte dotou o órgão de diversos princípios, que permitem
a sua atuação em prol do cumprimento da lei. Tal aspecto mostra-se indispensável à
consecução do seu mister, já que a existência do referido órgão é um dos pilares da
democracia, uma vez que não existe democracia sem lei e o parquet age para que
haja o fiel cumprimento das normas jurídicas.
Dentre os princípios institucionais, destacam-se:

 Unidade: o princípio da unidade demonstra que todos os membros do


Ministério Público integram um único órgão, que deve agir dentro dos limites
impostos pela CRFB/88, visando ao mesmo objetivo. A atuação dos membros
do MP é sempre no sentido de serem cumpridas as funções institucionais.
Porém, tal unidade é verificada dentro de cada ramo do Ministério Público, não

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havendo unidade administrativa entre os diversos órgãos, por exemplo, MPT e


MPF.

 Indivisibilidade: a indivisibilidade significa a inexistência de vinculação dos


membros do Ministério Público aos processos em que atuam, já que a atuação
não é de João ou José, e sim, do Ministério Público do Trabalho, do Ministério
Público Federal, etc.

 Independência funcional: quando do exercício de suas funções, os membros


do Ministério Público possuem independência funcional, isto é, estão vinculados
apenas à lei, e não ao entendimento de qualquer outro poder constituído. A
independência funcional permite ao membro do MP a autonomia própria da
imparcialidade, já que vinculado apenas ao seu entendimento. Claro que existe
a subordinação administrativa, vinculada aos ditames legais, devendo-se seguir
as recomendações e normas dos órgãos colegiados do MP.

 Promotor natural: encontra respaldo no art. 5º, LIII da CRFB/88, analisado


quando do estudo do princípio do juiz natural. A norma impede designações
arbitrárias dos membros do MP para atuação em determinadas situações,
privilegiando a atuação imparcial, baseada nos preceitos legais e em critérios
objetivos.

Art. 5º, LIII da CF: ninguém será processado nem


sentenciado senão pela autoridade competente.

 Formas de atuação;

Os artigos 127 a 129 da CRFB/88 elencam diversas atividades a serem


desempenhadas pelo Ministério Público, sendo que ali estão previstas formas de
atuação judicial como, por exemplo, a ação civil pública, instrumento processual
extremamente utilizado pelo MP, bem como atuação extrajudicial, como ocorre no
inquérito civil, que precede, quase sempre, a ação civil pública, por possuir iminente
caráter investigatório, assim como o inquérito policial.

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Adentrando no direito processual do trabalho, vale a pena destacar a


atuação judicial do MPT (Ministério Público do Trabalho). Nos termos do art. 83 da Lei
Complementar nº 75/93, aquele órgão deverá:

 Intervir em processos trabalhistas em que haja interesse público;


 Ajuizar a ação civil pública;
 Ajuizar ações declaratórias de nulidade de cláusulas que violem os direitos
trabalhistas;
 Promover ações que visem resguardar os direitos dos menores, incapazes e
índios;
 Interpor recursos nos feitos de competência da Justiça do Trabalho;
 Participar dos julgamentos colegiados dos Tribunais Trabalhistas;
 Ajuizar a ação de dissídio coletivo em caso de greve em atividades essenciais;
 Ajuizar mandado de injunção e outras ações constitucionais.
 Atuar como árbitro em demandas de competência da Justiça do Trabalho;
 Requerer diligências para se alcançar a melhor solução para as demandas em
que intervier;

Verifica-se claramente que o dispositivo acima referido trata de situações


em que o Ministério Público é autor da demanda, bem como outras em que apenas
intervém para auxiliar na solução dos conflitos, notadamente quando há interesse
público evidenciado.

Art. 128 da CF: O Ministério Público abrange: I - o Ministério


Público da União, que compreende: a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho; c) o Ministério Público
Militar; d) o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios; II - os Ministérios Públicos dos Estados. § 1º - O
Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-
Geral da República, nomeado pelo Presidente da República
dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco
anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta
dos membros do Senado Federal, para mandato de dois
anos, permitida a recondução. § 2º - A destituição do
Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente

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da República, deverá ser precedida de autorização da


maioria absoluta do Senado Federal. § 3º - Os Ministérios
Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios
formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na
forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-
Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo,
para mandato de dois anos, permitida uma recondução. § 4º
- Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e
Territórios poderão ser destituídos por deliberação da
maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva. § 5º - Leis complementares da
União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as
seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de
exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por
motivo de interesse público, mediante decisão do órgão
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da
maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla
defesa;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art.
39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150,
II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) II - as seguintes vedações: a)
receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer
a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma
da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer
outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer
atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) f) receber, a qualquer título
ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,

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entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções


previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004) § 6º Aplica-se aos membros do Ministério
Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

Art. 129 da CF: Art. 129. São funções institucionais do Ministério


Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de
inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da
União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V -
defender judicialmente os direitos e interesses das populações
indígenas; VI - expedir notificações nos procedimentos
administrativos de sua competência, requisitando informações e
documentos para instruí-los, na forma da lei complementar
respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial,
na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII
- requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas,
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas. § 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações
civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas
hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. § 2º As
funções do Ministério Público só podem ser exercidas por
integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da
respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º O
ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante
concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e

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observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 4º
Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art.
93. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) §
5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

Art. 83 LC 75/93: Compete ao Ministério Público do Trabalho o


exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do
Trabalho: I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela
Constituição Federal e pelas leis trabalhistas; II - manifestar-se
em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do
juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse
público que justifique a intervenção; III - promover a ação civil
pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de
interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais
constitucionalmente garantidos; IV - propor as ações cabíveis para
declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou
convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas
ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores; V -
propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos
menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho;
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender
necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles
em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos
Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho; VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas,
manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre
que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista
dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e
diligências que julgar convenientes; VIII - instaurar instância em
caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse
público assim o exigir; IX - promover ou participar da instrução e
conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de
qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos,
manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais
acordos firmados antes da homologação, resguardado o direito de
recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal; X -
promover mandado de injunção, quando a competência for da

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Justiça do Trabalho; XI - atuar como árbitro, se assim for


solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do
Trabalho; XII - requerer as diligências que julgar convenientes
para o correto andamento dos processos e para a melhor solução
das lides trabalhistas; XIII - intervir obrigatoriamente em todos os
feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do
Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público,
Estado estrangeiro ou organismo internacional.

 Atuação como parte;

Trata-se da atuação mais importante do Ministério Público a partir da


CRFB/88, haja vista a sua função constitucional de defesa dos interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos.
Dentre os diversos instrumentos de atuação, destaca-se a ação civil pública,
rotineiramente ajuizada pelos membros do Ministério Público, principalmente no
combate ao trabalho escravo, trabalho infantil, fraudes trabalhistas que atinjam
contingente significativo de pessoas, meio ambiente do trabalho, moralidade
administrativa e outros que evidenciam o interesse público.
Além da ação civil pública, que será estudada em tópico apartado,
destacam-se igualmente a ação de dissídio coletivo, a ser ajuizada pelo MPT nas
hipóteses de greve em serviços essenciais; ação anulatória de cláusulas
convencionais, quando a cláusula ferir interesses difusos, coletivos e individuais
homogêneos; mandado de segurança contra ato judicial; ação rescisória, conforme
Súmula nº 407 do TST, etc.

Súmula nº 407 do TST: A legitimidade "ad causam" do Ministério


Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido
parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está
limitada às alíneas "a", "b" e "c" do inciso III do art. 967 do CPC
de 2015 (art. 487, III, "a" e "b", do CPC de 1973), uma vez que
traduzem hipóteses meramente exemplificativas (ex-OJ nº 83 da
SBDI-2 - inserida em 13.03.2002).

Exemplo: vendo que uma empresa está reduzindo os salários de

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centenas de empregados, o MPT resolve ajuizar uma ação civil


pública, para condenar a empresa a restabelecer os antigos
salários, bem como pagar as diferenças salariais dos meses em
que houve o pagamento reduzido. Vejam que os titulares do
direito são os empregados, mas o autor da ação é o MPT. Essa é
uma situação típica em que o MPT atua como autor da ação, com
legitimidade extraordinária.

 Fiscal da lei;

O Ministério Público poderá atuar também como fiscal da lei, conforme


artigos 177 a 181 do CPC/15, atuando quando houver interesse de incapazes e
interesse público, não sendo possível o recurso do órgão ministerial quando o
interesse for privado, nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 237 da SDI-1 do
TST.
Quando houver a intervenção do órgão como fiscal da lei, essa ocorrerá em
todos os órgãos e instâncias, sendo o MP intimado de todos os atos processuais,
constituindo a ausência do ato em nulidade absoluta.

Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em


conformidade com suas atribuições constitucionais.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30


(trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses
previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que
envolvam: I - interesse público ou social; II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura,
por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica,


o Ministério Público: I - terá vista dos autos depois das partes,
sendo intimado de todos os atos do processo; II - poderá produzir
provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

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Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para


manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação
pessoal, nos termos do art. 183, § 1o. § 1o Findo o prazo para
manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer,
o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo. § 2 o Não
se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei
estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério
Público.

Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e


regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no
exercício de suas funções.

OJ nº 237 da SDI-1 do TST: I - O Ministério Público não tem


legitimidade para recorrer na defesa de interesse patrimonial
privado, inclusive de empresas públicas e sociedades de economia
mista. II – Há legitimidade do Ministério Público do Trabalho para
recorrer de decisão que declara a existência de vínculo
empregatício com sociedade de economia mista ou empresa
pública, após a Constituição Federal de 1988, sem a prévia
aprovação em concurso público, pois é matéria de ordem pública

Conforme disposição contida no art. 179 do CPC/15, o Ministério Público:

 Será intimado de todos os atos processuais, deles podendo recorrer (art. 996
do CPC/15), tendo vista dos autos depois das partes, de forma a controlar a
atuação daquelas, bem como do Juiz;

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte


vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público, como parte ou como fiscal da ordem
jurídica.Parágrafo único. Cumpre ao terceiro
demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação
jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito
de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo
como substituto processual.

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 Poderá juntar documentos e certidões, com o intuito de demonstrar a verdade


dos fatos discutidos em juízo;
 Produzir prova em audiência, isto é, participar do interrogatório das partes e
inquirição de testemunhas, podendo inclusive arrolar testemunhas a serem
ouvidas;
 Requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade,
assim como requerer a expedição de ofícios, juntada de documentos, etc.

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem


jurídica, o Ministério Público: I - terá vista dos autos depois
das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; II
- poderá produzir provas, requerer as medidas processuais
pertinentes e recorrer.

Exemplo: em um determinado processo trabalhista, o Juiz do


Trabalho determinou a penhora em meu salário. Diante dessa
situação, impetrei um mandado de segurança. O MPT não é parte,
nem autor, nem réu, mas deve ser ouvido, pois é fiscal da lei no
mandado de segurança. Temos que ouvir a opinião, o parecer
daquele órgão, por tratar-se de mandado de segurança.

 Atuação extrajudicial;

Prevista no art. 84 da Lei Complementar nº 75/93, a atuação extrajudicial


do MP consiste, principalmente, na condução do inquérito civil público, conceituada
como uma investigação administrativa que visa colher provas mínimas para o
ajuizamento da ação civil pública ou a formalização do Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC). O inquérito civil público, assim como o inquérito policial, não é
indispensável ao ajuizamento da demanda principal, sendo, portanto, facultativo.

! Mesmo sem o inquérito civil público, poderá o MP ajuizar a ação


civil pública, buscando provas da ocorrência de ilegalidades na fase
instrutória da demanda.

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Art. 84 da LC 75/93: Incumbe ao Ministério Público do Trabalho,


no âmbito das suas atribuições, exercer as funções institucionais
previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, especialmente: I
- integrar os órgãos colegiados previstos no § 1º do art. 6º, que
lhes sejam pertinentes; II - instaurar inquérito civil e outros
procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para
assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores; III
- requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos
órgãos de proteção ao trabalho, a instauração de procedimentos
administrativos, podendo acompanhá-los e produzir provas; IV -
ser cientificado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça
do Trabalho, nas causas em que o órgão tenha intervido ou
emitido parecer escrito; V - exercer outras atribuições que lhe
forem conferidas por lei, desde que compatíveis com sua
finalidade.

Ainda sobre o inquérito, destaque para a discussão sobre a necessidade ou


desnecessidade de garantir-se o contraditório durante aquele procedimento. Corrente
majoritária ainda defende a desnecessidade, deixando para um momento posterior
(ação civil pública) o direito ao contraditório e ampla defesa, em sua integralidade.
O segundo instrumento de atuação extrajudicial do MP é o termo de
ajustamento de conduta (TAC) como o ajuste feito entre aquele órgão e determinada
empresa para fazer cessar o descumprimento à legislação trabalhista, impondo ao
descumpridor sanções como multas, que serão executadas caso o mesmo não seja
cumprido, haja vista que o art. 876 da CLT prevê o acordo em exame como um título
executivo extrajudicial.

! O termo de ajustamento de conduta (TAC) é considerado pela lei


como um título executivo extrajudicial (art. 876 CLT).

Art. 876 da CLT: As decisões passadas em julgado ou das


quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os
acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de
conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e
os termos de conciliação firmados perante as Comissões de

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Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida


neste Capítulo.

 Garantias constitucionais;

As garantias constitucionais dos Membros do Ministério Público estão


dispostas no art. 128, §5º, I da CRFB/88, sendo as mesmas dos Magistrados,
conforme art. 95 da CF, já estudado.

Art. 128, §5º, I da CF: Leis complementares da União e dos


Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus
membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois
anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado; b) inamovibilidade, salvo por
motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, assegurada ampla defesa;(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) irredutibilidade de
subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto
nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;

DICAS

Partes e procuradores

1. A capacidade processual plena ocorre aos 18 anos, conforme art. 402 da CLT, o
que significa dizer que a pessoa pode realizar todos os atos processuais sem
assistência ou representação. Antes de tal idade, apesar de ser possível o
trabalho na qualidade de emprego, conforme art. 7º da CF/88 (a partir dos 16
anos ou 14 anos, na qualidade de aprendiz), o ajuizamento da ação dependerá
da assistência dos representantes legais.

2. Sobre a incapacidade processual, importante destacar o art. 793 da CLT que


prevê o ajuizamento da ação para os incapazes pelos representantes, Ministério

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Público e Sindicatos.

3. A capacidade postulatória, conforme art. 133 da CF/88, é inerente ao


Advogado, já que por meio dele as partes tem suas pretensões analisadas pelo
Poder Judiciário. Ocorre que a regra possui exceções. Apesar do Advogado ser
indispensável à administração da justiça, em algumas situações o profissional é
dispensado. Uma das situações excepcionais é o processo do trabalho, pois as
partes possuem o jus postulandi, que é o direito de postular em juízo sozinhas,
acompanhando as ações até o final, conforme o art. 791 da CLT.

4. Em 2011 o TST restringiu o jus postulandi ao criar a Súmula nº 425 do TST,


afirmando que no mandado de segurança, na ação rescisória, na ação cautelar
e nos recursos para o TST, é indispensável a presença do Advogado, ou seja,
tais medidas não podem ser apresentadas sem assinatura de um Advogado. A
parte até pode ajuizar uma ação trabalhista e recorrer ao TRT sem Advogado,
mas querendo recorrer ao TST, terá que contratar um Advogado.

5. Nos dissídios coletivos a assistência por Advogado é facultativa, conforme art.


791 da CLT.

6. Os honorários advocatícios de sucumbência passaram a ser devidos pela mera


sucumbência, conforme art. 791-A da CLT, seguindo-se o mesmo sistema do
CPC. A quantia será fixada entre 5% e 15%, sendo devida também na
reconvenção.

7. Já o benefício da justiça gratuita, previsto no art. 790, § 3º, da CLT, pode ser
concedido a requerimento da parte, que demonstrará situação de
hipossuficiência, podendo ser deferido de ofício pelo Magistrado, a qualquer
tempo e grau de jurisdição. Nessa hipótese, basta a demonstração de
hipossuficiência econômica, dispensando-se a assistência pelo sindicato.

8. No processo do trabalho, admite-se o mandato tácito ou apud acta, que decorre


da presença do Advogado em audiência, e a inserção de seu nome na ata de
audiência, conforme o art. 791, § 3º, da CLT. Dispensa-se, portanto, o mandato
expresso, ou seja, o documento procuração. O Advogado com mandato tácito

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pode recorrer, conforme a Súmula n. 383 do TST, alterada em 2016 e que


gerou o cancelamento da Súmula nº 164 do TST, sem contudo alterar o
entendimento da matéria. Apesar do Advogado portador do mandato tácito
poder recorrer, não pode substabelecer, de acordo com a OJ n. 200 da SDI-1
do TST.

9. O art. 138 do CPC/15 traz a figura do amicus curiae, que é traduzido como
“amigo da corte” e participa do processo auxiliando o Juiz na tomada de sua
decisão, por trazer elementos técnicos/científicos para o processo em curso.

10. O legislador previu que o amicus atuará nos processos em que a matéria seja
relevante ou quando o tema for muito específico (técnico) ou, ainda, quando
houver grande repercussão social.

11. O amicus curiae pode surgir no processo em todas as instâncias e espécies de


processos, requerendo o seu ingresso ou por solicitação judicial, no prazo de 15
dias a contar da intimação. O ingresso do amicus não modifica a competência já
estabelecida para a ação.

12. É o Juiz (no primeiro grau de jurisdição) ou o Relator (nos tribunais) que
determinará os poderes do amicus, sendo certo que o mesmo não pode
recorrer, a não ser se o recurso for de embargos de declaração, bem como no
incidente de resolução de demandas repetitivas.

13.Em relação ao comparecimento das partes em audiência, o art. 843 da CLT


afirma que deve ser pessoal, sendo que a ausência do autor importa em
arquivamento do feito e a ausência do réu, em revelia. O réu poderá ser
representado por preposto, que não precisa mais ser empregado, conforme
redação do §3º do art. 843 da CLT, alterado pela reforma trabalhista de 2017.

14.Não há previsão legal para atraso das partes na audiência, ou seja, não há
tolerância em relação ao horário do ato. Se a audiência está marcada para as
9h e no horário tem início, deverão as partes estar presentes naquele horário,
sob pena de aplicação das penalidades previstas no art. 844 da CLT:
arquivamento (reclamante) e revelia (reclamado).

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15.O Juiz pode chegar atrasado em até 15 minutos, conforme art. 815 da CLT,
mas as partes não possuem o mesmo tratamento, por falta de precisão legal.
Caso o Juiz se atrase por mais de 15 minutos, poderá a parte retirar-se,
requerendo certidão, para que não sofra qualquer penalidade. Ocorre que há
uma situação em que não se aplica o art. 815 da CLT, que é aquela em que o
atraso da audiência decorre da realização de outro ato processual pelo Juiz.
Assim, se a audiência de 9h ainda não começou apesar de já serem 11h, por
estar sendo realizada a audiência das 10h, não poderá a parte se retirar.

16.Por fim, eventual falta das partes à audiência pode ser justificada por atestado
médico, mas não pode qualquer doença atestada, já que a Súmula nº 122 do
TST diz que o atestado deve demonstrar a impossibilidade de locomoção. Na
hipótese, o Juiz deverá redesignar a audiência. Caso não seja apresentada
justificativa, serão aplicadas as consequências do art. 844 da CLT:
arquivamento (ausência do autor), revelia (ausência do réu) e arquivamento
(ausência de ambos).

Do Juiz

17.Um dos princípios mais importantes relacionados à atuação do Juiz, recebe o


nome de indeclinabilidade, previsto no art. 140 do NCPC que diz que o Juiz não
se exime de despachar ou sentenciar alegando lacuna ou obscuridade da lei.
Isso significa que o Juiz não pode deixar de decidir e movimentar o processo
alegando ausência de lei ou que ela é obscura, não deixa claro o que deve ser
feito pelo Poder Judiciário.

18.Diante da indeclinabilidade, o Juiz deve interpretar a lei e aplicá-la ou, ainda,


aplicar a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito, que são
métodos de integração da norma jurídica.

19.Sobre os atos judiciais, previstos nos arts. 203 e 204 do NCPC, temos que o
Juiz profere sentenças, decisões interlocutórias, despachos e acórdãos. As
sentenças, previstas no art. 203 do NCPC, podem ser definitivas ou extintivas,
ou seja, podem extinguir o processo com ou sem resolução (julgamento) do

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mérito (pedido). As decisões interlocutórias são qualificadas como decisões no


curso do processo, que decidem incidentes processuais, que são questões
relacionadas ao desenvolvimento do processo e que, no processo do trabalho,
são consideradas irrecorríveis. Os despachos são manifestações do Juiz em
relação ao desenvolvimento do processo. Nada decidem, não possuem forma e
não geram prejuízo às partes. Em razão dessas peculiaridades, os despachos
são irrecorríveis, conforme art. 1.001 do NCPC.

20.Já os acórdãos, previstos no art. 204 do NCPC, são decisões colegiadas dos
tribunais, ou seja, tomadas por mais de um julgador no âmbito de um tribunal,
como acontece geralmente com os recursos. Excepcionalmente os recursos
podem ser julgados nos tribunais por um único julgador, que é o Relator,
prolator da decisão denominada de monocrática, prevista no art. 932 do NCPC.

21.As decisões monocráticas podem ser proferidas no processo do trabalho por


autorização da Súmula nº 435 do TST, sendo geralmente utilizadas quando o
Relator verifica que o recurso é inadmissível, improcedente ou prejudicado. São
proferidas, como já dito, pelo Relator do recurso ou ação de competência
originária dos tribunais.

22.Por fim, em relação ao Juiz, vale a pena lembrar-se do princípio da


congruência, que nas provas de concursos e OAB também é denominado como
correlação e adstrição. O princípio está previsto nos artigos 141 do NCPC e 492
do NCPC e serve como um limitador da atuação do Juiz, da decisão que será
por ele proferida. O limite é imposto pelo princípio, pois o legislador afirmou
que o Juiz não pode julgar além ou fora do que foi pedido pela parte. Se não foi
pedido, não pode ser decidido!

23.Caso o princípio seja ignorado, poderá ser proferida uma decisão viciada,
denominado de extra, ultra ou citra petita, a depender da situação. A decisão
extra petita concede algo que não foi pedido pela parte, como uma condenação
ao pagamento de dano moral sem pedido de dano moral. A decisão ultra petita
concede o que foi pedido, mas em valor/quantidade superior, como um pedido
de dano moral de R$10.000,00 que gera uma condenação ao pagamento de
danos morais de R$50.000,00. Por fim, a decisão citra petita é aquela que

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deixa de decidir o que foi pedido, ou seja, é uma decisão omissa, que julga o
pedido de dano moral apenas, quando também foi pedido dano material.

24.Como exceções importantes ao princípio da congruência, destacam-se as


Súmulas 211 e 396 do TST, que possibilitam a condenação sem pedido ao
pagamento de juros e correção monetária, bem como de indenização quando o
pedido de reintegração ao emprego não for viável. Nas duas situações, o Juiz
poderá conceder o que não foi pedido, isto é, a atuação de Magistrado se faz de
oficio, o que denota ser a situação excepcional.

Ministério Público

25.Como princípios institucionais, podemos destacar: unidade, que demonstra ser


o MP um órgão único na defesa dos direitos previstos no art. 127 da CF;
indivisibilidade, que prega a inexistência de vinculação dos
Promotores/Procuradores ao processo, mas do Ministério Público como órgão;
independência funcional, que prega que os Membros do MP somente devem
seguir a lei e os seus próprios entendimentos, não estando vinculado a
qualquer determinação de outro órgão; Promotor natural, previsto no art. 5º,
LIII, da CF/88, que não permite a escolha do Membro do MP que atuará em
determinado processo.

26.O MP poderá atuar de forma judicial e extrajudicial. A primeira forma pode ser
na qualidade de parte, conforme art. 179 do NCPC, ajuizando ações civis
públicas, ações anulatórias de cláusulas convencionais, Dissídios Coletivos de
greve, bem como interpondo recursos e outras situações.

27.Ainda na atuação judicial, além da qualidade de parte, pode o MP atuar como


fiscal da lei, nos termos do art. 178 do NCPC, quando houver interesse de
incapazes, mandados de segurança, conflitos de competência, etc.

28.Já a atuação extrajudicial do MP consiste na condução de inquéritos civis, meio


utilizado para verificar o descumprimento da lei e produzir prova sobre o fato;
firmando termos de ajustamento de condução – TAC – visando à correção de
irregularidades encontradas em inquérito civil; etc.

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29. Com o advento do CPC/15, o Ministério Público passou a ter prazo em dobro
para se defender e recorrer, nos termos do art. 180 do novo código, não
havendo mais prazo em quádruplo para defesa daquele ente. No CPC anterior,
o art. 188 previa o prazo em quádruplo, que não foi repetido no atual código
(CPC/15).

QUESTÕES RELACIONADAS À MATÉRIA DA AULA

1. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Analista Judiciário -
Oficial de Justiça

Ulisses foi nomeado Procurador-Geral do Trabalho. Durante o seu mandato poderia ser
acusado de desvio de suas atribuições funcionais em caso de

(A) decidir, atendendo a necessidade do serviço, sobre remoção a pedido ou por permuta de
membro do Ministério Público do Trabalho.
(B) decidir processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos serviços auxiliares,
aplicando as sanções que sejam de sua competência.
(C) nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho, segundo lista tríplice
formada pelo Conselho Superior.
(D) elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho, submetendo-a, para
aprovação, ao Conselho Superior.
(E) exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público do Trabalho, especialmente
para elaborar e aprovar as normas e as instruções para o concurso de ingresso na carreira.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS: A atribuição descrita na letra “E” realmente não é do Procurador-Geral do
Trabalho, mas do Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, conforme art. 98, I da
LC nº 75/93, conforme transcrição abaixo:

Art. 98. Compete ao Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho: I - exercer o poder
normativo no âmbito do Ministério Público do Trabalho, observados os princípios desta lei
complementar, especialmente para elaborar e aprovar: b) as normas e as instruções para o
concurso de ingresso na carreira;

2. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Técnico Judiciário

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Em relação às capacidades de postular e de estar em juízo, conforme normas contidas na


Consolidação das Leis do Trabalho,

(A) nos dissídios individuais os empregados e empregadores somente poderão estar em juízo
se estiverem representados por advogado particular ou de entidade sindical.
(B) nos dissídios coletivos trabalhistas, as partes representadas pelos entes sindicais, deverão
ter a necessária assistência por advogado.
(C) a constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado
interessado, com anuência da parte representada.
(D) a reclamação trabalhista do menor de 18 anos somente será acolhida se feita por órgão do
Ministério Público do Trabalho.
(E) os maiores de 18 e menores de 21 anos poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho
sem a assistência de seus pais ou tutores, desde que assistidos por advogado.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS: A letra “C” trata do mandato tácito ou apud acta, que consta expressamente
no art. 791, §3º da CLT, que decorre da inclusão do nome do Advogado na ata da audiência,
com a anuência da parte representada. Tal fato caracteriza a representação para a foro em
geral, ou seja, outorga os poderes gerais para a prática dos atos processuais.

3. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Analista Judiciário

Vênus atuou durante 6 anos como preposta da Cia de Bebidas Fonte de Amor. Por força da
crise econômica foi dispensada sem receber alguns direitos trabalhistas. Em razão de sua
experiência, ingressou com reclamação trabalhista de forma verbal, sem constituir advogado.
Conforme súmula do Tribunal Superior do Trabalho e dispositivo processual trabalhista, a
capacidade postulatória de Vênus em relação a essa reclamatória

(A) está restrita a fase de conhecimento na Vara do Trabalho.


(B) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a
fase executória.
(C) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
(D) é ilimitada quanto a fase processual, bem como em relação à instância, alcançando
inclusive o Tribunal Superior do Trabalho, porque a lei permite o acompanhamento das
reclamações até o final.
(E) está restrita à fase de conhecimento, incluindo recursos em todas as instâncias
trabalhistas, Varas do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do
Trabalho, mas não envolve a fase de execução.

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GABARITO: C
COMENTÁRIOS: A questão é respondida com base na Súmula nº 425 do TST, que trata do
tema jus postulandi. A reclamante poderá realizar os atos processuais sem a assistência de
Advogado na Vara do Trabalho e no Tribunal Regional do Trabalho, não podendo interpor
recursos dirigidos ao TST, pois a súmula restringe o jus postulandi naquele último tribunal.
Lembrando que o art. 855-B, da CLT, introduzido pela reforma trabalhista, trouxe uma nova
exceção ao jus postulandi, uma vez que também será necessária a presença do advogado no
processo de homologação de acordo extrajudicial.

4. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Analista Judiciário

O Ministério Público da União, organizado por Lei Complementar, é instituição permanente,


essencial à função jurisdicional do Estado, compreendendo em sua estrutura o Ministério
Público do Trabalho. Sobre a organização desse último, é correto afirmar que

(A) os Procuradores Regionais do Trabalho poderão atuar tanto nos Tribunais Regionais do
Trabalho quanto nas Varas do Trabalho, de forma residual.
(B) o chefe do Ministério Público do Trabalho é o Procurador-Geral da República indicado em
lista tríplice pelos seus pares e nomeado pelo Congresso Nacional.
(C) dentre os órgãos do Ministério Público do Trabalho estão o Colégio de Procuradores do
Trabalho, a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho e a
Corregedoria do Ministério Público do Trabalho.
(D) os Subprocuradores-Gerais do Trabalho serão designados para oficiar junto ao Tribunal
Regional do Trabalho da 10a Região – Distrito Federal, com sede em Brasília.
(E) o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho será composto pelo Procurador-Geral
do Trabalho, o Vice Procurador-Geral do Trabalho, quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho
e quatro procuradores regionais do trabalho, todos eleitos pelos seus pares.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS: A questão, que entendo ser difícil, por ser “mais do que decoreba” e sem
aplicação prática para um Servidor do TRT, está de acordo com o art. 85 da LC nº 75/93, que
traz os órgãos do MPT, dentes os quais aqueles descritos na letra “C”, a saber:

Art. 85. São órgãos do Ministério Público do Trabalho: I - o Procurador-Geral do


Trabalho; II - o Colégio de Procuradores do Trabalho; III - o Conselho Superior do
Ministério Público do Trabalho; IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público do Trabalho; V - a Corregedoria do Ministério Público do

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Trabalho; VI - os Subprocuradores-Gerais do Trabalho; VII - os Procuradores


Regionais do Trabalho; VIII - os Procuradores do Trabalho.

5. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC) Prova: Analista
Judiciário

Sobre as partes e procuradores, o jus postulandi e a representação processual, conforme


norma legal e entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho,
a) o jus postulandi somente pode ser exercido pelo empregador, visto que o trabalhador é
parte hipossuficiente e necessita de assistência profissional de advogado particular ou do
sindicato.
b) se o trabalhador utilizar o jus postulandi para a propositura da ação, sendo sucumbente na
decisão de primeiro grau, deverá contratar advogado para interpor recurso ao Tribunal.
c) a Constituição Federal aboliu o instituto do jus postulandi revogando expressamente
dispositivo previsto na Consolidação das Leis do Trabalho sobre o tema.
d) nos dissídios coletivos é obrigatória aos interessados a assistência por advogado, não
podendo ser utilizado o jus postulandi, que é restrito aos dissídios individuais até a prolação de
sentença.
e) a reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e,
na falta destes, pelo Ministério Público do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
Estadual ou curador nomeado pelo Juízo.

GABARITO: LETRA “E“. A informação, bastante cobrada pela FCC, está em conformidade
com o art. 793 da CLT que traz as várias possibilidades para o ajuizamento da ação pelo
empregado menor: representantes legais, MPT, Sindicato, MPE ou curador.
A alternativa “a” está INCORRETA, pois o jus postulandi é garantido para empregado e
empregador (art. 791, da CLT). A alternativa “b” está INCORRETA, já que nos termos da
Súmula nº 425, do TST, o jus postulandi pode ser utilizado pela parte em Varas do Trabalho e
no Tribunal Regional do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o
mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. A
alternativa “c” está INCORRETA, dado que não foi abolido pela Constituição Federal. A
alternativa “d” está INCORRETA, pois ele não se limita à prolação da sentença, conforme
previsto na Súmula nº 425, do TST.
Lembrando que o art. 855-B, da CLT, introduzido pela reforma trabalhista, trouxe uma nova
exceção ao jus postulandi, uma vez que também será necessária a presença do advogado no
processo de homologação de acordo extrajudicial.

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6. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de São Luiz – MA Prova: Procurador
Municipal

Camilo, metalúrgico, ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Q. Na audiência de


instrução e julgamento, Camilo, hospitalizado, enviou, para o representar, Carlos, metalúrgico,
que também trabalha na empresa Q, sem comunicar com antecedência à Justiça do Trabalho.
Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho,
a) Camilo fez correto e não terá nenhum prejuízo.
b) o processo será arquivado pela ausência de Camilo, podendo ele ajuizar outra reclamação
trabalhista após 6 meses do arquivamento.
c) o processo será arquivado uma vez que não foi comunicada a referida representação com a
antecedência mínima de 48 horas.
d) o processo será arquivado pela ausência de Camilo, podendo ele ajuizar imediatamente
outra reclamação trabalhista.
e) o processo será arquivado, uma vez que não foi comunicada a referida representação com a
antecedência mínima de 24 horas.

GABARITO: LETRA “A“. Nos termos do art. 843 da CLT, Camilo atuou corretamente, já que
em situações urgentes e graves, como na hipótese, poderá o reclamante ser representado por
empregado da categoria ou da mesma empresa, não havendo necessidade de informação
prévia à Justiça do Trabalho. O colega de trabalho justificará a ausência, evitando o
arquivamento do processo.

7. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Campinas – SP Prova: Procurador

Hermes ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Olympikus Serviços Gráficos S/A
postulando o pagamento de salários em atraso e 13° salário. Na primeira audiência UNA, a
reclamada compareceu com seu advogado e o reclamante não compareceu por motivo de
doença, mas fez-se representar por colega de trabalho da mesma profissão, acompanhado de
advogado. Não havendo nenhuma proposta de conciliação, o Juiz recebeu a contestação da
reclamada e designou uma audiência de instrução, ficando a reclamada intimada para
comparecimento na audiência em prosseguimento para depor, sob a pena cominada em lei e o
reclamante intimado pessoalmente por via postal com a mesma cominação. Na audiência de
instrução, a reclamada compareceu com seu advogado, mas o reclamante não compareceu e
seu advogado presente não apresentou nenhuma justificativa para a sua ausência. Nessa
situação, conforme dispositivos processuais contidos na Consolidação das Leis do Trabalho e
entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, o Juiz

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a) não poderia arquivar o processo na primeira audiência e deveria aplicar a pena de confissão
quanto à matéria de fato ao reclamante ausente na segunda audiência, visto que,
expressamente intimado com aquela cominação, não compareceu à audiência de
prosseguimento, na qual deveria depor.
b) deveria ter arquivado o processo já na primeira audiência em face da ausência do
reclamante.
c) não poderia ter recebido a contestação da reclamada por irregularidade de representação do
reclamante.
d) poderia receber a contestação e designar audiência de instrução, mas constatada a ausência
do reclamante na segunda audiência deveria arquivar o processo, aplicando multa por
litigância de má-fé ao reclamante.
e) deveria ter adiado a primeira audiência aplicando multa para o reclamante ausente, mas
não poderia receber a contestação da reclamada e designar audiência de instrução.

GABARITO: LETRA “A“. As informações constantes na letra “A” estão corretas à luz do art.
843 da CLT, que prevê a possibilidade de outro empregado da mesma profissão comparecer
para justificar a ausência do reclamante por motivo sério (no caso, doença), bem como da
Súmula nº 9 do TST, que diz ser aplicável a pena de confissão, não havendo o arquivamento
no processo na hipótese, já que a defesa foi apresentada na primeira audiência e o reclamante
foi intimado expressamente para depor na audiência em prosseguimento.

8. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova: Analista Judiciário -
Área Judiciária

O trabalhador Hércules convidou uma testemunha para depor em audiência UNA designada na
reclamação trabalhista movida em face da empresa Vênus de Millus S/A. No saguão do fórum,
após o pregão das partes, o reclamante resolveu não ingressar na sala de audiências da Vara
do Trabalho porque a sua testemunha não compareceu e a reclamada tinha trazido três
testemunhas. O representante da reclamada, ao verificar que Hércules se evadiu do local,
também não ingressou na sala de audiências. Nesse caso, o Juiz
a) não deverá arquivar nem aplicar a revelia visto que ausentes ambas as partes, julgando o
processo no estado em que se encontra.
b) deverá redesignar a audiência intimando ambas as partes para comparecimento, sob pena
de condução coercitiva e pagamento de multa.
c) deverá marcar nova audiência para que o trabalhador possa trazer suas testemunhas em
razão do devido processo legal.
d) deverá aplicar a revelia e consequente pena de confissão à reclamada ausente.
e) deverá arquivar a ação diante da ausência injustificada do reclamante.

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GABARITO: LETRA “E“. Na hipótese, independentemente das partes estarem presentes no


saguão e terem se evadido quando da realização do pregão, deve ser aplicada a penalidade
prevista no art. 844 da CLT em relação à ausência do reclamante. Se realizado o pregão o
reclamante não compareceu, deve o Juiz determinar o arquivamento do feito, ou seja, a sua
extinção sem resolução do mérito.

9. TRT/MT – 2016: Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova:
Analista Judiciário. Agatha, empregada doméstica, ingressou com reclamação
trabalhista em face da sua empregadora Isis, de forma verbal sem a assistência de
advogado, postulando o pagamento de férias com 1/3. O pedido foi julgado
procedente e a reclamada sucumbente interpôs recurso ordinário. A autora foi
intimada para apresentar contrarrazões. No caso, conforme previsão legal e
entendimento sumulado do TST,
a) a autora não pode exercer o jus postulandi para contrarrazoar perante o Tribunal Regional.
b) nenhuma das partes pode utilizar o jus postulandi em fase recursal.
c) ambas podem exercer o jus postulandi para recorrer e contrarrazoar o recurso ordinário
perante o Tribunal Regional.
d) apenas por se tratar de reclamação de empregado doméstico as partes podem exercer o jus
postulandi em todas as fases e instâncias do processo.
e) por se tratar de condenação de pessoa física, a reclamada pode exercer o jus
postulandi para o recurso ordinário, o mesmo não ocorrendo à autora que foi vencedora.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. A interposição de recursos perante o TRT é permitida
pelas partes pessoalmente, ou seja, exercendo o jus postulandi, já que a Súmula nº 425 do
TST apenas restringe o instituto para os recursos dirigidos ao TST. Vejamos:

“O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se


às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança
e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho”.

Lembrando que o art. 855-B, da CLT, introduzido pela reforma trabalhista, trouxe uma nova
exceção do jus postulandi, uma vez que é necessária a presença do advogado no processo de
homologação de acordo extrajudicial.

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10. TRT/MT – 2016: Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova:
Técnico – Administração. Na reclamação trabalhista movida contra a Empresa “S",
Leila está assistida pelo sindicato de sua categoria profissional, alegando que recebe
salário de R$ 1.200,00 mensais e requerendo os benefícios da justiça gratuita,
comprovando sua condição de miserabilidade, não podendo suportar o ônus da
condenação sem prejuízo de seu próprio sustento. Neste caso, sendo julgada
procedente a reclamação,
a) não há direito ao pagamento de honorários advocatícios, pois pela regra do jus postulandi,
Leila poderia se fazer representar sozinha no processo do trabalho, tendo sido sua a escolha
do patrocínio através de sindicato, portanto, arcará com os honorários devidos, abatidos de
seu crédito na condenação.
b) caberá condenação somente em honorários advocatícios, pois no caso de assistência pelo
sindicato, se defere apenas um dos pedidos.
c) caberá somente os benefícios da justiça gratuita, pois a previsão legal é a de que o sindicato
deve patrocinar o empregado sem nada receber.
d) não há direito aos honorários advocatícios, pois Leila recebe mais do que um salário
mínimo.
e) caberá condenação em honorários advocatícios, bem como poderá ser deferido os benefícios
da justiça gratuita pelo Juiz.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “E”. Haverá a condenação ao pagamento de honorários,
pois de acordo com o art. 791-A, da CLT (pós reforma trabalhista) os honorários advocatícios
sucumbenciais serão devidos a qualquer advogado, dessa forma, o gabarito da questão
continua sendo a letra “e”, mas não há mais a necessidade de a parte estar representada por
advogado da categoria. Sobre a justiça gratuita, essa também poderá ser deferida, nos termos
do art. 790, §3º da CLT, uma vez que o reclamante recebe salário inferior a 40% do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
O artigo 790 foi alterado pela Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), que modificou a
redação do §3º e incluiu o §4º que passaram a dispor que:
“§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais
do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o
benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos,
àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social.
§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.”

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11. TRT/PR – 2015: Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 9ª REGIÃO (PR) Prova:
Analista Judiciário - Área Judiciária. Thales, bacharel em Direito não inscrito nos
quadros da OAB, ajuizou reclamação trabalhista em face de sua
empregadora postulando o pagamento de adicional de periculosidade. A ação foi
julgada improcedente. Inconformado, Thales resolveu interpor recurso ordinário no
prazo legal, recolhendo as custas devidas. Para evitar despesas, e por entender que
tinha conhecimentos jurídicos adequado, decidiu atuar sem advogado. Nessa
hipótese, o recurso ordinário
a) não será conhecido porque é indispensável a assistência de advogado.
b) somente será conhecido se, no prazo legal de 10 dias, for subscrito por um advogado.
c) não será conhecido porque o jus postulandi somente pode ser exercido com assistência
sindical.
d) será conhecido somente em caso de a ação tramitar pelo rito sumaríssimo.
e) será conhecido em razão do jus postulandi.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “E”. O recurso ordinário pode ser interposto sem
Advogado, por aplicação do jus postulandi previsto no art. 791 da CLT. Além disso, não há na
Súmula nº 425 do TST qualquer restrição à interposição do recurso ordinário pela parte
desacompanhada de Advogado. Os recursos para o TST, que não é o caso do RO, é que
dependem de Advogado. Vejamos o entendimento do TST:

“O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a
ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal
Superior do Trabalho”.

Lembrando que o art. 855-B, da CLT, introduzido pela reforma trabalhista, trouxe uma nova
exceção do jus postulandi, uma vez que é necessária a presença do advogado no processo de
homologação de acordo extrajudicial.

12. TRT/PR – 2015: Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 9ª REGIÃO (PR) Prova: Técnico
Judiciário - Área Administrativa. No tocante as partes e os procuradores, considere:
I. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e,
na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
estadual ou curador nomeado em juízo.
II. Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.

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III. A constituição de procurador com poderes para o foro em geral não poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, havendo expressa vedação legal neste sentido.
De acordo com as normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, está correto o que
se afirma APENAS em:
a) I.
b) I e III.
c) II e III.
d) I e II.
e) II.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “D”. Estão corretas apenas as assertivas I e II, conforme
análise a seguir:
I. Correta, pois em conformidade com o art. 793 da CLT, abaixo transcrito:

“Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus
representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho,
pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo”.
II. Correto, conforme informação constante no art. 791, §2º da CLT:

§ 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por


advogado.

III. Errado, pois o mandato tácito é aceito na Justiça do Trabalho, estando explicitamente
previsto no art. 791, §3º da CLT:

§ 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser


efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do
advogado interessado, com anuência da parte representada.

13. TRT/SP – 2013: Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta.


(A) Segundo jurisprudência sumulada do TST, o alcance do jus postulandi das partes limita-se
às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não se estendendo à ação
rescisória, à ação cautelar, ao mandando de segurança e aos recursos de competência do TST.
(B) O princípio do impulso oficial nas execuções trabalhistas é aplicável somente às ações
trabalhistas típicas, ou seja, aquelas em que se discutem créditos advindos de relações de
emprego.

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(C) O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, transitando em


julgado na data de sua homologação, salvo em relação à Previdência Social, quanto às
contribuições que lhe forem devidas, passível somente de ação rescisória.
(D) O princípio protetor, utilizado amplamente no direito material do trabalho, é igualmente
aplicado ao processo do trabalho, tendo em vista a hipossuficiência do trabalhador, sendo
desnecessária a produção de provas para deferimento do quanto pleiteia o reclamante,
bastando a apresentação de prova documental.
(E) Consoante a sistemática da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo escrita, a reclamação
deverá conter a designação do presidente da Vara ou do Juiz de Direito, a quem for dirigida, a
qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o
dissídio, os fundamentos jurídicos do pedido, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou
de seu representante.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. A única assertiva correta é a letra “A”, pois em
conformidade com a Súmula nº 425 do TST, sobre jus postulandi, muito cobrada nas provas
da FCC. Vejamos a sua redação:

“O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às


Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a
ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho”.

Lembrando que o art. 855-B, da CLT, introduzido pela reforma trabalhista, trouxe uma nova
exceção do jus postulandi, uma vez que é necessária a presença do advogado no processo de
homologação de acordo extrajudicial.
As demais assertivas estão erradas, de acordo com a análise a seguir:
Letra “B”: errada, pois não há qualquer interpretação restritiva no art. 878 da CLT. Assim,
poderia em qualquer espécie de ação, a execução ser iniciada de ofício pelo Magistrado.
Todavia, esse dispositivo sofreu alteração com a reforma trabalhista (Lei nº 13.467) e dessa
forma, a execução só poderá iniciar de ofício pelo Juiz, caso as partes não estejam
representadas por advogado.
Letra “C”: errada, pois a União é que pode recorrer, conforme art. 832, §3º e 4º da CLT, por
meio de recurso e não ação rescisória.
Letra “D”: errada, pois o princípio da proteção não retira do trabalhador o ônus de provar a
veracidade de suas alegações.
Letra “E”: errada, pois não são necessários os fundamentos jurídicos do pedido, pois tal
requisito não consta no art. 840, §1º da CLT.

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14. TRT/SC – 2013: ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 12ª Região (SC) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores;) Camila e Carla são irmãs, advogadas e sócias administradoras do
escritório de advocacia criado por ambas. Camila atua na área Trabalhista e Carla na
área Cível. Considerando que ambas figuram como advogadas em todas as
procurações, mas que nas reclamações trabalhistas, Camila requer na petição inicial,
expressamente, que as publicações e intimações sejam realizadas exclusivamente
em seu nome, a comunicação feita apenas em nome de Carla é
a) válida, porque ambas figuram como advogadas na procuração.
b) nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo.
c) válida, porque são irmãs e sócias administradoras do escritório.
d) nula, independente da existência ou não de prejuízo, em razão do expresso requerimento
contido nos autos.
e) válida, porque o requerimento de Camila deveria ter sido feito através de petição própria e
não no corpo da petição inicial.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “B”. O pedido de intimação em nome de um determinado
Advogado é possível de ser feito, nos termos da Súmula nº 427 do TST, assim redigida:

“Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam


realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a
comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula,
salvo se constatada a inexistência de prejuízo”.

Se houve pedido de intimação apenas em nome de Camila e a intimação foi feita em nome de
Carla, esse ato será nulo, salvo se constatada a ausência de prejuízo, uma vez que
nulidade = erro + prejuízo. Se não houve prejuízo, o ato é válido (princípio do prejuízo).

15. TRT/SC – 2013: ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 12ª Região (SC) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores;
) O jus postulandi das partes previsto no artigo 791 da Consolidação das Leis do
Trabalho alcança
a) o Recurso ordinário interposto ao Tribunal Regional do Trabalho.
b) o Recurso de revista interposto ao Tribunal Superior do Trabalho.
c) o Recurso de embargos interposto ao Tribunal Superior do Trabalho.
d) o mandado de segurança.

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e) a ação rescisória.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. Uma questão simples, que é facilmente respondida
pela leitura da Súmula nº 425 do TST. Vejamos:

“O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e
aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o
mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho”.

O entendimento do TST diz que não se aplica o jus postulandi aos seguintes procedimentos:
ação rescisória, ação cautelar, mandado de segurança e RECURSOS PARA O TST
(todos os recursos para aquele tribunal). Analisando as assertivas, vemos que as letras “B” e
“C” se referem à recursos para o TST, ao passo que a letra “D” menciona o mandado de
segurança e a letra “E” a ação rescisória. A única situação em que há um procedimento em
que se aplica o instituto em análise, ou seja, em que não há necessidade de Advogado, é a
letra “A”, que trata do RECURSO ORDINÁRIO dirigido ao TRT. Realmente nessa situação não
há necessidade de Advogado. Pode a parte valer-se do jus postulandi, previsto no art.791 da
CLT.
Lembrando que o art. 855-B, da CLT, introduzido pela reforma trabalhista, trouxe uma nova
exceção do jus postulandi, uma vez que é necessária a presença do advogado no processo de
homologação de acordo extrajudicial.

16. QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do
Trabalho / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Quanto aos
honorários advocatícios no processo do trabalho, é correto afirmar:
a) São requisitos para a condenação ao pagamento de honorários advocatícios na Justiça do
Trabalho: estar a parte assistida por sindicato da categoria profissional, comprovar a
percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo e comprovar não encontrar-se em
situação econômica que lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da
respectiva família.
b) É incabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória.
c) São devidos honorários advocatícios nas lides que não derivem da relação de emprego.
d) São devidos honorários advocatícios sempre que a parte estiver assistida por sindicato da
categoria profissional, exceto nas causas em que o sindicato atue como substituto processual.

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e) Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca


superiores a 15%, não decorre simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida
por sindicato da categoria profissional.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. Quanto a essa matéria, tivemos recente modificação
em nosso ordenamento jurídico, que passou a prever a possibilidade na Justiça do Trabalho do
pagamento de honorários advocatícios de sucumbência a todos os advogados,
independentemente da parte estar ou não assistida pelo sindicato da categoria. Sobre a
matéria, temos o art. 791-A, da CLT que dispõe:

“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento)
e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública
e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de
sua categoria.
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço.
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido
em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a
despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se,
nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”

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Letra “A”: está errada, pois a afirmativa traz 3 requisitos, que não de acordo com o novo
ordenamento jurídico.
Letra “B”: errada, pois viola o inciso II da Súmula nº 219 que diz ser cabível a condenação aos
honorários na ação rescisória. Como a lei nova nada fala acerca dos honorários na ação
rescisória, acreditamos que esse inciso não deve ser cancelado.
Letra “D”: errada, pois nas lides em que o sindicato atua como substituto processual, os
honorários são devidos, parágrafo primeiro do dispositivo em comento.
Letra “E”: errada, pois os honorários decorrem da mera sucumbência.

17. ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área
Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; Reclamação
Trabalhista; ) Hermes manteve contrato de trabalho com a empresa Gama
Transportadora de Cargas por três anos, sendo dispensado por justa causa, sem
receber nenhuma verba rescisória. Procurou a Vara do Trabalho do município para
ajuizar reclamação trabalhista. Conforme previsão contida na Consolidação das Leis
do Trabalho e jurisprudência atual e sumulada pelo TST, Hermes
a) deve necessariamente constituir advogado para a propositura da reclamação trabalhista.
b) pode postular sem a necessidade de advogado em todas as instâncias da Justiça do
Trabalho.
c) pode propor a reclamação trabalhista sem constituir advogado, apenas na primeira
instância.
d) não precisa constituir advogado para atuar em todas instâncias da Justiça do Trabalho,
desde que esteja assistido pelo Sindicato da Categoria Profissional.
e) pode reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho, limitando-se às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “E”. A resposta está em conformidade com a importante
Súmula nº 425 do TST, que trata do jus postulandi das partes, instituto previsto no art. 791 da
CLT. Transcrevemos a Súmula do TST e o artigo da CLT, para comentarmos:

SUM-425 JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE - Res. 165/2010,


DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010. O jus postulandi das partes,
estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

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Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente


perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.

O jus postulandi, que é possibilidade das partes demandarem na Justiça do Trabalho, seja na
qualidade de autor ou réu, sem Advogado, encontra-se em vigor, tendo sido recepcionado pela
CF/88, por não conflitar com o art. 133 daquela Carta, mesmo que haja a informação acerca
da indispensabilidade do Advogado para a administração da Justiça. Contudo, o TST, por meio
da súmula já destacada, o TST restringiu o cabimento do instituto, afirmando que o mesmo
somente pode ser aplicado às Varas do Trabalho e os Tribunais Regionais do Trabalho, não se
aplicando ao TST. Além disso, nem todos os procedimentos das Varas do Trabalho e TRTs
podem ser utilizados sem Advogado, pois a súmula também restringiu o jus postulandi,
afirmando que não é aplicável ao mandado de segurança, ação rescisória e ação cautelar
(além dos recursos para o TST). Com base no entendimento sumulado, está correta a
afirmativa da FCC, quando diz que o instituto é aplicado apenas às Varas do Trabalho e
Tribunais Regionais do Trabalho, já que no TST a parte não pode “chegar” sem Advogado, já
que os recursos por ele julgados dependem de Advogado.
Lembrando que o art. 855-B, da CLT, introduzido pela reforma trabalhista, trouxe uma nova
exceção do jus postulandi, uma vez que é necessária a presença do advogado no processo de
homologação de acordo extrajudicial.

Letra “A”: para ajuizar a reclamação trabalhista, não há necessidade de Advogado, aplicando-
se o art. 791 da CLT.
Letra “B”: não de aplica à todas as instâncias, já que a Súmula nº 425 diz que não se aplica ao
TST.
Letra “C”: errado, pois na segunda instância (TRT) também não precisa de Advogado.
Letra “D”: errado, pois o Sindicato, para recorrer ao TST, precisa estar assistido por Advogado,
não se aplicando o jus postulandi.

18. ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Em relação à representação
processual no processo do trabalho, conforme entendimento jurisprudencial
dominante,
a) a constituição de procurador com poderes para o foro em geral depende de outorga de
procuração escrita.
b) a representação em juízo, ativa e passiva, da União, Estados, Municípios e Distrito Federal,
suas autarquias e fundações públicas, por seus procuradores, deve ser comprovada mediante
a juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação.

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c) os Estados e os Municípios têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias


detentoras de personalidade jurídica própria.
d) é inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não
contenha, pelo menos, o nome da entidade outorgante e do signatário da procuração, pois
estes dados constituem elementos que os individualizam.
e) caracteriza a irregularidade de representação a ausência da data da outorga de poderes,
pois, no mandato judicial, tanto quanto no mandato civil, é condição de validade do negócio
jurídico.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “D”. A afirmação contida na letra “D” está em total
consonância com a Súmula nº 456, I, do TST, alterada em 2016, que atualmente possui a
seguinte redação:

“É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não


contenha, pelo menos, o nome da entidade outorgante e do signatário da procuração,
pois estes dados constituem elementos que os individualizam”.

Perceba que a letra “D” transcreve o conteúdo da Súmula nº 456, I, do TST, que afirma a
necessidade de ser informados na procuração os dados que identifiquem a pessoa jurídica,
bem como aquele que está assinando o documento em nome da empresa, sob pena de se
considerar a irregularidade de representação. Vejamos as demais assertivas:

Letra “A”: errada, pois pode ocorrer também por meio do mandato tácito, conforme previsão
contida no art. 791, §3º da CLT.
Letra “B”: errada, pois a Súmula nº 436 do TST, que dispensa tais documentos.
Letra “C”: errada, pois contraria a OJ nº 318 da SDI-1 do TST, que afirma a ilegitimidade na
hipótese.
Letra “E”: errada, pois contraria a OJ nº 371 da SDI-1 do TST, que diz não ser condição de
validade do mandato a data da outorga de poderes.

19. ( Prova: FCC - 2012 - PGE-SP - Procurador / Direito Processual do Trabalho /


Partes e Procuradores; Teoria Geral do Processo do Trabalho; ) As pessoas jurídicas
de direito público, segundo o entendimento do TST,
a) não podem ser consideradas revéis, por defenderem interesses considerados indisponíveis.
b) não se submetem à multa por atraso no pagamento das verbas rescisórias.
c) têm afastado o duplo grau de jurisdição obrigatório na ação rescisória quando a decisão
desfavorável está em consonância com súmula do Tribunal Superior do Trabalho.

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d) têm direito ao duplo grau de jurisdição quando condenadas ao pagamento de qualquer


quantia de dinheiro.
e) têm o prazo em quádruplo para a oposição de embargos de declaração.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. A questão trata do tema “remessa necessária”,
também denominada, como na questão, de duplo grau de jurisdição obrigatório. Nesse
ponto, mostra-se indispensável o estudo da Súmula nº 303 do TST, que será transcrita a
seguir:

“I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência


da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a
condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) salários
mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; b)
500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas
autarquias e fundações de direito público e os Municípios
que constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os
demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em:
a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do
Trabalho em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou
súmula administrativa.
III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está
sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público,
exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em
03.06.1996)
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação
processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela
concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como
impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de
matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente,
em 25.11.1996 e 03.06.1996)”.

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Percebam que a letra “C” afirma o que foi dito pelo TST no inciso III da Súmula em comento:
se a decisão, mesmo que desfavorável ao ente público, estiver em consonância com Súmula
do TST, não haverá remessa necessária, por uma presunção de que a decisão está correta e
que, por isso, não precisa ser revista pelo órgão superior (Tribunal).

Letra “A”: errada, pois podem ser revéis, caso não apresentem defesa, conforme OJ nº 152 da
SDI-1 do TST.
Letra “B”: errada, pois contraria o entendimento da OJ nº 238 da SDI-1 do TST.
Letra “D”: errada, pois contraria a Súmula nº 303 do TST, que diz não haver duplo grau de
jurisdição obrigatório nas hipóteses previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do item I.
Letra “E”: errada, pois os embargos de declaração são um recurso e, assim, o prazo é contado
em dobro, conforme DL 779/69 e art. 180 do CPC/15.

20. ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Quanto ao mandato e ao
substabelecimento, de acordo com o entendimento da jurisprudência pacífica do TST,
é INCORRETO afirmar:
a) Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.
b) É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
c) Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o
instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
d) São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato,
poderes expressos para substabelecer.
e) Inválido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.

COMENTÁRIOS:
A alternativa INCORRETA É A LETRA “E”. A afirmação contida na Letra “E” está incorreta,
pois contraria totalmente o conteúdo da Súmula nº 395 do TST, que será transcrita na íntegra,
com o destaque posterior do inciso que se aplica à hipótese tratada na questão:

“SUM-395 MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE (nova


redação dos itens I e II e acrescido o item V em decorrência do CPC de 2015) - Res.
211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda (§ 4º do
art. 105 do CPC de 2015). (ex -OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)

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II – Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o


mandato só tem validade se anexado ao processo o respectivo instrumento no
aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no
mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código
Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é
anterior à outorga passada ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ
09.12.2003)
V – Verificada a irregularidade de representação nas hipóteses dos itens II e IV,
deve o juiz suspender o processo e designar prazo razoável para que seja sanado o
vício, ainda que em instância recursal (art. 76 do CPC de 2015)”.

A afirmação da FCC está em desconformidade com o inciso I, que diz ser possível constar na
procuração um prazo, bem como a afirmação de que os poderes outorgados se aplicam até o
final da demanda. Pode haver a estipulação do prazo, sem problemas, conforme entendimento
sumulado. Vejamos as demais alternativas, todas corretas:

Letra “A”: correta, pois de acordo com o inciso IV da súmula em estudo.


Letra “B”: correta, pois a OJ nº 200 da SDI-1 do TST afirma a impossibilidade do
substabelecimento se o mandato é tácito.
Letra “C”: correta, em conformidade com o inciso II da Súmula em destaque.
Letra “D”: correta, pois de acordo com o inciso III da Súmula nº 395 do TST, aqui analisada.

21. ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; Audiências; Procedimento
ordinário e sumaríssimo; ) De acordo com o entendimento pacífico da jurisprudência
do TST,
a) inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte à audiência.
b) pessoa jurídica de direito público não se sujeita à revelia.
c) a reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, salvo se
presente seu advogado munido de procuração específica.
d) diante da gravidade do ato, a revelia da reclamada não pode ser ilidida.
e) a revelia produz confissão na ação rescisória.

COMENTÁRIOS:

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A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. A afirmação de que inexiste previsão legal tolerando
atraso no horário de comparecimento da parte à audiência está contida na OJ nº 245 da SDI-1
do TST, que tantas vezes é cobrada nos concursos. Transcreve-se:

“Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na


audiência”.

Se não existe a dita tolerância, devem ser aplicadas as consequências processuais da ausência
das partes à audiência, previstas no art. 844 da CLT, a saber:
a. Ausência do reclamante: arquivamento do processo (extinção sem resolução do
mérito).
b. Ausência do reclamado: revelia (com presunção de veracidade dos fatos afirmados
na petição inicial).
c. Ausência de ambas as partes: arquivamento do processo.

Esse dispositivo da CLT sofreu recente, e importante, alteração com a reforma trabalhista. O
seu parágrafo quarto inovou ao trazer hipóteses em que os efeitos da revelia deverão ser
afastados, e o parágrafo quinto passou a permitir em casos que a reclamada esteja ausente
em audiência e o seu advogado esteja presente, serão aceitos a contestação e seus
documentos. Transcrevo os dispositivos a seguir:
“§ 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
§ 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão
aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.”(NR)

Letra “B”: errada, pois a OJ nº 152 da SDI-1 do TST diz que as pessoas jurídicas de direito
publico também podem ser consideradas revéis.
Letra “C”: errada, pois mesmo que presente o Advogado, será considerada revel, conforme
previsão da Súmula nº 122 do TST.
Letra “D”: errada, pois a própria Súmula nº 122 do TST traz uma hipótese em que a revelia
será evitada, a saber: declaração expressa no atestado médico da impossibilidade de
locomoção no dia da audiência.

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Letra “E”: errada, pois a Súmula nº 398 do TST diz que não há confissão na rescisão, caso não
haja apresentação de defesa, ou seja, a revelia não produz os seus efeitos.

22. ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1 /
Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) De acordo com o
entendimento adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho, é INCORRETO afirmar:
a) Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas
exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro
profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo.
b) Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o
instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
c) Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.
d) Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias
detentoras de personalidade jurídica própria, devendo ser representadas pelos procuradores
que fazem parte de seus quadros ou por advogados constituídos.
e) Inválidos os atos praticados no processo por estagiário, ainda que, entre o
substabelecimento e a interposição do recurso, sobreveio a habilitação, do então estagiário,
para atuar como advogado.

COMENTÁRIOS:
A alternativa INCORRETA É A LETRA “E”. A afirmação da FCC, de que seriam inválidos os
atos processuais realizados pelo estagiário nessa hipótese, conflita com a OJ nº 319 da SDI-1
do TST, a seguir transcrita:

“Válidos são os atos praticados por estagiário se, entre o substabelecimento e a


interposição do recurso, sobreveio a habilitação, do então estagiário, para atuar
como advogado”.

Perceba que os atos processuais são válidos, pois convalidados pela habilitação posterior do
estagiário na qualidade de Advogado. Vejamos as demais assertivas:

Letra “A”: perfeito, pois de acordo com a Súmula nº 427 do TST.


Letra “B”: correta, em conformidade com a Súmula nº 395, II do TST.
Letra “C”: correta, de acordo com a Súmula nº 395, IV do TST.
Letra “D”: correta, de acordo com a OJ nº 318 da SDI-1 do TST.

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23. ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1 /
Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; Audiências; ) É INCORRETO
afirmar que
a) o preposto deve ser necessariamente empregado.
b) nas ações plúrimas, os empregados poderão fazer-se representar pelo sindicato da
categoria profissional correspondente.
c) o não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação.
d) aberta a audiência, o juiz proporá a conciliação.
e) a vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não
afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

COMENTÁRIOS:
A alternativa INCORRETA É A LETRA “A”. O art. 843, §3º, da CLT, prevê que o preposto não
precisa ser empregado da reclamada. Essa recente mudança de posicionamento
provavelmente acarretará o cancelamento da Súmula nº 377, do TST. Devido a importância da
mudança, cito o teor do dispositivo:

“§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da


parte reclamada.” (NR)

Letra “B”: correto, pois em conformidade com o art. 843, §2º da CLT.
Letra “C”: correto, já que de acordo com o art. 844 da CLT. Lembrando que nesse caso, para o
empregado ajuizar nova ação trabalhista terá que pagar as custas dessa ação arquivada, nos
termos do art. 844, §2º e 3º, da CLT.
Letra “D”: correto, pois de acordo com o art. 846 da CLT.
Letra “E”: correto, já que de acordo com a Súmula nº 74, III do TST.

24. ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1 /
Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) É INCORRETO afirmar:
a) Embora não haja previsão expressa na CLT para o litisconsórcio passivo, o mesmo é
possível no processo do trabalho, não havendo qualquer impedimento para o mesmo.
b) Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas
num só processo, se se tratar de empregados de uma mesma empresa ou estabelecimento.
c) O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora
proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória,
sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados substituídos, porquanto
inexistente litisconsórcio passivo necessário.

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d) O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo passivo da demanda,


porque supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar
para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o
litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de autores se faz por conveniência e
não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o
exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à anuência dos
demais para retomar a lide.
e) Litisconsortes com procuradores distintos têm no processo do trabalho prazo em dobro para
contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.

COMENTÁRIOS:
A alternativa INCORRETA É A LETRA “E”. A afirmação, muito comum nos concursos, de que
os litisconsortes com procuradores diferentes possuem prazos em dobro nos autos, apesar de
constar no art. 229 do CPC/15 (art. 191 do CPC/73), não é aplicável ao processo do trabalho,
tendo em vista o entendimento da OJ nº 310 da SDI-1 do TST, a seguir transcrita:

“Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º,


do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a
celeridade que lhe é inerente.”.

Vejam que no processo do trabalho, mesmo que os litisconsortes possuam diferentes


procuradores, os prazos serão simples, ou seja, sem qualquer prerrogativa. Vejamos as
demais alternativas:

Letra “A”: perfeito. O litisconsórcio passivo, ou seja, o polo passivo formado por mais de um
réu, é muito comum no processo do trabalho, em especial, quando o empregado ajuíza ação
em face do empregador e do tomador dos serviços, na hipótese de terceirização trabalhista,
conforme Súmula nº 331, IV do TST.
Letra “B”: correto, pois de acordo com o art. 842 da CLT.
Letra “C”: correto, já que em conformidade com a Súmula nº 406, II do TST.
Letra “D”: correto, pois de acordo com a Súmula nº 406, I do TST.

25. (QUESTÃO ADAPTADA) ( Prova: FCC - 2008 - TRT - 19ª Região (AL) - Técnico
Judiciário - Área Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) Considere as assertivas abaixo a respeito das partes, representação
e procuradores no processo trabalhista.

I. Em regra, não há obrigatoriedade do preposto ser empregado do reclamado.

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II. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e,
na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
estadual ou curador nomeado em juízo.

III. O jus postulandi é o direito que tem a parte de ingressar em juízo podendo praticar
pessoalmente todos os atos processuais da respectiva reclamação trabalhista.

IV. Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
De acordo com a CLT, é correto o que se afirma APENAS
a) III e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) I e III.
e) I e II.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. As alternativas corretas são as de número I e II,
conforme análise a seguir:

I. incorreta, nos termos da nova redação do art. 843, §3º, da CLT, não há necessidade de ser
empregado.
II. correta, pois de acordo com o Art. 793 da CLT.
III. correta, já que em conformidade com o art. 791 da CLT. Vejam que não é preciso levar em
consideração as restrições da Súmula nº 425 do TST e do art. 855-B, da CLT.
IV. correta, já que o dissídio coletivo não é ação descrita na Súmula nº 425 do TST como
necessária a contratação de Advogado, razão pela qual pode ser dito que é uma situação em
que é possível a contratação (apesar de não ser necessária).

26. ( Prova: FCC - 2008 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário - Área
Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Quanto
às partes e aos procuradores, é correto afirmar:
a) O empregador que não puder comparecer à audiência de instrução e julgamento poderá
fazer-se representar por seu advogado, desde que este esteja munido de procuração com
poderes para tanto.
b) O empregado que não puder comparecer à audiência de instrução e julgamento por motivo
de doença poderá fazer-se representar por sua esposa ou pessoa da família.

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c) Em se tratando de reclamação plúrima, os empregados poderão fazer-se representar na


audiência de instrução e julgamento pelo sindicato de sua categoria.
d) A reclamação trabalhista do menor de 16 anos, na falta de seus representantes legais,
poderá ser feita por outro empregado maior que pertença à mesma profissão.
e) Sendo o reclamante empregado doméstico, a representação do empregador só pode ser
feita pelo proprietário do imóvel onde exerça suas funções.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. A informação acerca da representação dos
trabalhadores em audiência, quando ajuizada ação plúrima, encontra-se no art. 843 da CLT, a
seguir transcrito para verificação:

“Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,


independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão
fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria”.

Perceba que a letra “C” é a transcrição do dispositivo mencionado acima, razão pela qual está
correta. Vejamos as demais alternativas:

Letra “A”: errado, pois não existe tal previsão. A representação por Advogado, mesmo que
munido de procuração, não evita as consequências do art. 844 da CLT (arquivamento e
revelia), nos termos da Súmula nº 122 do TST. Todavia, em recente mudança na legislação,
passou a ser permitida a juntada da contestação e dos documentos (art. 844, §5º, da CLT),
caso a reclamada esteja ausente e seu advogado presente, ainda que não se afaste os efeitos
da revelia.
Letra “B”: não há tal previsão na CLT. A previsão é para a hipótese de impossibilidade de
comparecimento do art. 843, §2º da CLT, em que pode haver a representação por empregado
da mesma categoria ou pelo Sindicado.
Letra “D”: incorreto, pois conflita com o art. 793 da CLT, a seguir transcrito: “A reclamação
trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes,
pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou
curador nomeado em juízo”.
Letra “E”: Nos termos do art. 843, §3º, da CLT, o preposto não precisa ser empregado da
reclamada.

27. ( Prova: FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área
Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Com base nas

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regras do processo do trabalho aplicáveis as partes e procuradores, a substituição e


representação processuais, é correto afirmar:
a) Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
b) Nos dissídios coletivos é obrigatória aos interessados a assistência por advogado.
c) A constituição de procurador com poderes para o foro em geral somente poderá ser
efetivada, mediante instrumento de procuração, não valendo o simples registro em ata de
audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte
representada.
d) Nos dissídios individuais os empregados e empregadores não poderão fazer-se representar
por intermédio do sindicato, valendo tal situação apenas para os dissídios coletivos.
e) A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita apenas pela Procuradoria da
Justiça do Trabalho ou pelo sindicato.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. A alternativa correta trata do jus postulandi, previsto
no art. 791 da CLT, que é a possibilidade das partes reclamarem em juízo sem a necessidade
de Advogado. Tal regra continua em vigor mesmo após a CF/88, não havendo conflito com a
regra da indispensabilidade do Advogado para a administração da Justiça. Nos termos do
dispositivo da CLT, temos:

“Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a


Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final”.

Vejamos as demais alternativas:

Letra “B”: errado, pois o §2º do art. 791 da CLT diz ser facultativa tal assistência.
Letra “C”: errado, pois o §3º do art. 791 da CLT trata do mandato tácito, que surge quando há
a inclusão do nome do Advogado na ata de audiência.
Letra “D”: errado, pois contraria o §1º do art. 791 da CLT.
Letra “E”: errado, pois o art. 793 da CLT diz que poderá ser ajuizada pelos representantes
legais, pela Procuradora da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público Estadual
ou curador nomeado pelo juízo.

28. QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores;
) Mário ajuizou reclamação trabalhista verbal, sem a constituição de advogado, em
face da empresa W. A reclamação trabalhista foi julgada improcedente e Mário

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contratou Hortência, advogada, para interpor Recurso Ordinário. Hortência interpôs o


recurso, mas não juntou à peça processual o referido instrumento de mandato. Neste
caso, de acordo com entendimento Sumulado do TST
a) a parte deverá regularizar a representação processual no prazo de cinco dias, após a
interposição do recurso, independentemente de intimação.
b) será admitido o oferecimento de procuração posteriormente, uma vez que a o instrumento
de mandato poderá ser anexado aos autos a qualquer momento até o julgamento do referido
recurso.
c) só será admitido o oferecimento de procuração após o protocolo de recurso, mediante
protesto por posterior juntada na referida peça processual.
d) a parte deverá regularizar a representação processual no prazo de dez dias, após a
interposição do recurso, independentemente de intimação.
e) a parte deverá ser previamente intimada para regularizar a representação processual no
prazo peremptório de cinco dias.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. Perceba que na hipótese temos hipótese de
regularização da representação processual em grau recursal, o que passou a ser viável nos
termos da nova redação conferida à Súmula nº 383 do TST. Se não foi juntada a procuração
quando da interposição do recurso, excepcionalmente, admitir-se-á a sua exibição no prazo de
5 dias, independentemente de intimação:

“SUM-383 RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRE-SENTAÇÃO. CPC DE


2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res.
210/2016, DEJT divulgado em 30.06, 1º e 04.07.2016
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos
até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional
(art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de
intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do
recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba,
considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em
procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão
competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que
seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do
recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento
das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de
2015).”.

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Vejamos as demais alternativas:


Letra “B”: não poderá ser regularizada a qualquer momento, nos termos da Súmula nº 383 do
TST.
Letra “C”: não necessita o protesto.
Letra “D”: o prazo não é de dez dias, o prazo será de cinco dias, podendo ser prorrogado por
igual período mediante despacho do Juiz, conforme Súmula nº 383, I, do TST.
Letra “E”: o prazo não é peremptório, poderá ser prorrogado por igual período mediante
despacho do Juiz, conforme Súmula nº 383, I, do TST.

29. QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores;
) Murilo ajuizou reclamação trabalhista em face de sua ex- empregadora a empresa
Azul Ltda; Mateus ajuizou reclamação trabalhista em face de sua ex-empregadora a
multinacional Blue; e Matias ajuizou reclamação trabalhista em face de sua ex-
empregadora a empresa Branca Ltda. Na audiência UNA já designada nos respectivos
processos, todas as empresas pretendem enviar prepostos. Nestes casos,
considerando que Murilo e Mateus possuem mais de dez anos de contrato de
trabalho, de acordo com as alterações promovidas pela Lei nº 13.467/2017, o
preposto deve ser necessariamente empregado
a) em nenhuma das empresas.
b) das empresas Azul e Branca, apenas.
c) da empresa Blue, apenas.
d) das empresas Azul e Blue, apenas.
e) da empresa Branca, apenas.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. A Lei nº 13.467 de 2017 alterou essa questão, até
então pacificada na jurisprudência, da necessidade do preposto ser empregado da empresa.
Assim, a partir do momento da entrada em vigor dessa lei, não será mais necessário que o
preposto da empresa seja um de seus empregados (art. 843, §3º, da CLT).

30. QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista
Judiciário - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) Considere as seguintes assertivas a respeito da representação:
I. O oferecimento tardio de procuração, em instância recursal, só será possível mediante
protesto por posterior juntada.

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II. Nas Reclamatórias Plúrimas os empregados não poderão fazer-se representar pelo Sindicato
de sua categoria, tendo em vista que não se trata de dissídio coletivo, mas sim de dissídio
individual com diversos reclamantes.

III. É válido o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.

IV. Não configura irregularidade de representação o fato do substabelecimento ser anterior à


outorga passada ao substabelecente, tratando-se de mera irregularidade formal.

Está correto o que se afirma SOMENTE em:


a) III.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I e IV.
e) I, III e IV.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. A única alternativa correta é a III, conforme análise
pormenorizada abaixo:

I. Errada, com a nova redação da Súmula nº 383, I do TST, excepcionalmente é admitida


a juntada de procuração, posterior à interposição do recurso, no prazo de 5 dias,
independentemente de protesto pela sua juntada.
II. Errada, já que o art. 843, §2º da CLT permite a representação nas reclamações
plúrimas, evitando-se, assim, o comparecimento de dezenas de reclamantes à audiência.
III. Correta, já que em conformidade com a Súmula nº 395 do TST, que permite a inclusão
de data na procuração.
IV. Errada, já que a Súmula nº 395, IV do TST diz configurar tal situação irregularidade de
representação. É importante lembrar aqui que, apesar do item IV da súmula em comento
considerar irregular a representação, o item V prevê que nesses casos o juiz deverá suspender
o processo e designar um prazo para que a parte sane o vício.
Transcrevo o item IV e V da Súmula nº 395 do TST, por sua importância para as provas:
“IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é
anterior à outorga passada ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ
09.12.2003)

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V – Verificada a irregularidade de representação nas hipóteses dos itens II e IV,


deve o juiz suspender o processo e designar prazo razoável para que seja sanado o
vício, ainda que em instância recursal (art. 76 do CPC de 2015)”.

31. QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista
Judiciário - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; Custas e emolumentos; ) De acordo com as alterações trazidas pela
Lei n] 13.467/2017, em demanda trabalhista a condenação ao pagamento de
honorários advocatícios,
a) arbitrados entre 15 e 30%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a
parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.
b) nunca superiores a 30%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a
parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.
c) nunca superiores a 25%, decorre pura e simplesmente da sucumbência, independente da
assistência por sindicato da categoria profissional.
d) arbitrados entre 5 e 15%, decorre pura e simplesmente da sucumbência, não havendo
necessidade de a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.
e) nunca superiores a 15%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a
parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “D”. O art. 791-A, da CLT, passou a prever a possibilidade
dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho pela mera sucumbência, não havendo mais
a necessidade de que a parte preencha os requisitos estabelecidos em Súmula do TST. Devido
a importância da alteração, cito o teor do dispositivo:
“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa.
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas
ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

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§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência


recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em
julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a
situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”

32. ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - Área
Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) A
procuração apud acta é o mandato
a) com vigência previamente estipulada.
b) passado a advogado dativo para fins específicos e determinados logo após a intimação da
reclamada.
c) passado em audiência perante o Juiz do Trabalho.
d) para fins genéricos com permissão expressa para substabelecer.
e) para fins genéricos que veda expressamente substabelecimento.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. O mandato apud acta também é denominado de
mandato tácito, previsto no art. 791, §3º da CLT, sendo aquele que surge da apresentação do
Advogado à audiência representando uma das partes, fazendo-se a inclusão de seus dados na
ata de audiência. Não há necessidade de procuração expressa, escrita, bastando a inserção
dos dados do causídico na ata de audiência, para que o mesmo tenha os poderes gerais para o
foro, ou seja, para a prática dos atos processuais. Assim, o mandato apud acta ou mandato
tácito é passado em audiência perante o Juiz do Trabalho, conforme afirmação do art.
791, §3º da CLT, a seguir transcrito:

“A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser


efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do
advogado interessado, com anuência da parte representada”.

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Tal espécie de mandato confere apenas os poderes gerais, não sendo possível o
substabelecimento, conforme OJ nº 200 da SDI-1 do TST. Contudo, é possível a interposição
de recurso.

33. ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário - Área
Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) A União,
Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando
representados em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores,
a) devem juntar aos autos instrumento de mandato, sendo, porém, concedido pela legislação
prazo de quinze dias a contar da prática do primeiro ato processual.
b) devem juntar aos autos instrumento de mandato, sendo, porém, concedido pela legislação
prazo de trinta dias a contar da prática do primeiro ato processual.
c) estão dispensados da juntada de instrumento de mandato.
d) estão dispensados da juntada de instrumento de mandato, se juntarem obrigatoriamente
documento público oficial de comprovação do exercício do cargo público.
e) devem juntar aos autos instrumento de mandato, sendo, porém, concedido pela legislação
prazo de quinze dias a contar da intimação pessoal.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. A dispensa da juntada do instrumento de mandato
para os entes públicos listados na questão encontra-se prevista na Súmula nº 436 do TST,
criada em setembro de 2012, a seguir transcrita, para conhecimento:

“SÚM-436 REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ES-TADOS,


MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS.
JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO (conversão da Orientação Jurisprudencial
nº 52 da SBDI-I e inserção do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT divulgado
em 25, 26 e 27.09.2012
I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações
públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus
procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de
comprovação do ato de nomeação.
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-
se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil”.

Percebam que não há necessidade de juntada de procuração ou ato de nomeação, mas é


indispensável que afirmem a qualidade de procurador, não podendo haver apenas a indicação

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da OAB do mesmo. Todas as assertivas tratam do mesmo assunto, razão pela qual não
precisam ser analisadas em separado.

34. ( Prova: FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área
Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores;
Reclamação Trabalhista; ) Danilo, 19 anos, trabalhava em uma empresa onde
realizava horas extras que nunca lhe foram remuneradas. Por ter recebido proposta
melhor de emprego, Danilo pediu dispensa da referida empresa e decidiu ajuizar
Reclamação Trabalhista em face da mesma para reaver os valores relativos a tais
horas. Diante dessa situação, é correto afirmar:
a) Danilo pode propor a Reclamação Trabalhista, independentemente de assistência de seus
pais ou responsáveis.
b) Por ser menor de 21 anos de idade, Danilo necessita da assistência dos pais ou
responsáveis para propor a Reclamação Trabalhista.
c) Quem deve propor a Reclamação Trabalhista requerendo as horas extras trabalhadas por
Danilo são seus pais ou responsáveis, tendo em vista ser ele menor de 21 anos de idade.
d) Danilo pode propor a Reclamação Trabalhista desde que colacione aos autos autorização de
seus pais ou responsáveis com fins específicos para tal postulação.
e) A Consolidação das Leis do Trabalho autoriza Danilo a propor a Reclamação Trabalhista,
porém, na audiência UNA ou inicial deve estar acompanhado de seus pais ou responsáveis.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “A”. Percebe-se claramente que Danilo em maior de 18
anos, ou seja, plenamente capaz para a prática dos atos da vida civil e também os
processuais. Assim, pode Danilo ajuizar a sua reclamação trabalhista independentemente da
assistência dos seus pais ou responsáveis. Aos menores de 18 anos é que a CLT confere
proteção ao afirmar no art. 793 que:

“A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes


legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato,
pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo”.

Todas as demais alternativas estão claramente erradas, pois dizem que o trabalhador, por ser
menor de 21 anos, precisa de assistência ou autorização de pais ou responsáveis.
Entendemos que não há necessidade de análise das demais alternativas.

35. QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista
Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho

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/ Partes e Procuradores; ) Na Justiça do Trabalho, a condenação em honorários


advocatícios, nunca superiores a
a) 10%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
apenas se comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal.
b) 10%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou encontrar-se em
situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da
respectiva família.
c) 15%, são devidos ao advogado, pela mera sucumbência, sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.
d) 15%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou encontrar-se em
situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da
respectiva família.
e) 20%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
apenas se comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “C”. O art. 791-A, da CLT, passou a prever a possibilidade
dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho pela mera sucumbência, não havendo mais
a necessidade de que a parte preencha os requisitos estabelecidos em Súmula do TST.

36. ( Prova: FCC - 2008 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Área
Judiciária - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) Com relação ao mandato e ao substabelecimento, é correto afirmar:
a) O advogado sem procuração poderá propor reclamação trabalhista a fim de evitar a
decadência de direitos, devendo, no entanto, exibir o instrumento do mandato no prazo
improrrogável de 90 dias.
b) É inválido o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
c) São inválidos os atos praticados pelo substabelecido, se não houver, no mandato, poderes
expressos para substabelecer.
d) Existindo previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de
mandato terá validade, inclusive se anexado ao processo após o aludido prazo.
e) Considera-se irregular a representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.

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COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “E”. Novamente a resposta em relação ao tema
regularidade de representação encontra-se na Súmula nº 395 do TST, que será novamente
transcrita para análise:

SUM-395 MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE (nova


redação dos itens I e II e acrescido o item V em decorrência do CPC de 2015) - Res.
211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda (§ 4º do
art. 105 do CPC de 2015). (ex -OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)
II – Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o
mandato só tem validade se anexado ao processo o respectivo instrumento no
aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no
mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código
Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é
anterior à outorga passada ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ
09.12.2003)
V – Verificada a irregularidade de representação nas hipóteses dos itens II e IV,
deve o juiz suspender o processo e designar prazo razoável para que seja sanado o
vício, ainda que em instância recursal (art. 76 do CPC de 2015)”.

A resposta ao questionamento encontra-se no inciso IV da Súmula, que foi destacado em


negrito. È irregular a representação se o substabelecimento é anterior à outorga de poderes,
pois quem não tinha poderes não pode substabelecer, ou seja, o substabelecimento deve vir
aos autos posteriormente em relação à procuração. Todavia, recente alteração realizada nessa
Súmula, acrescentou o item V que prevê que o Juiz deve suspender o processo e designar um
prazo para que esse vício seja sanado. Vejamos as demais alternativas:

Letra “A”: errado, pois não há necessidade de juntada posterior de procuração, já que o art.
791, §3º da CLT admite o mandato tácito.
Letra “B”: errado, pois a situação é prevista no inciso I da Súmula transcrita.
Letra “C”: errado, pois contrária ao inciso III da Súmula nº 395 do TST, acima transcrita.
Letra “D”: errado, pois contraria ao inciso II da Súmula nº 395 do TST.

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37. QUESTÃO ADAPTADA (Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores;
Custas e emolumentos;) O regramento da gratuidade judiciária vigente no processo
do trabalho, segundo prevê a Consolidação das Leis do Trabalho, decorre da
a) comprovação da falta de suficiência econômica, mediante atestado emitido por entidade
pública.
b) prova da condição de desempregado, pelo prazo mínimo de 90 dias.
c) demonstração de que não há ninguém, no domicílio do interessado, com renda igual ou
superior a dois salários mínimos.
d) percepção de até dois salários mínimos, assistência do sindicato e apresentação do
atestado de pobreza.
e) a insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo ou que a parte
comprove receber salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “E”. O benefício da justiça gratuita, previsto no art. 790,
§3º e §4º, da CLT, recentemente alterado pela Lei nº 13.467/ 2017 permite a concessão do
benefício à parte que comprovar o recebimento de salário igual ou inferior a 40% (quarenta
por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social ou caso a
parte comprove a insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.
O dispositivo celetista mencionado afirma que:

“§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do


trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da
justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar


insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.”

38. QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2009 - TRT - 15ª Região - Analista
Judiciário - Área Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; Audiências; Dissídios Coletivos; ) Considere as seguintes assertivas:

I. O advogado pode ser preposto e advogado ao mesmo tempo, não havendo impedimento

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legal neste sentido.


II. Nas ações de cumprimento os empregados poderão fazer-se representar pelo sindicato da
categoria.
III. É vedado ao empregador fazer-se representar em juízo por preposto em dissídio coletivo.
IV. O Preposto em audiência não precisa ser empregado do reclamado.

Está correto o que se afirma SOMENTE em


a) I e II.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “E”. Apenas as assertivas II e IV estão corretas. Vejamos:

I. Errada, pois o não é possível ser preposto e Advogado ao mesmo tempo. Tal situação é
vedada pelo Código de ética da Advocacia.

II. Correta, pois a informação está em conformidade com o art. 843 da CLT, que prevê a
representação dos empregados pelo Sindicato, conforme transcrição a seguir:

“Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,


independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão
fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria”.

III. Errada, pois contraria o art. 861 da CLT, transcrito a seguir:

“É facultado ao empregador fazer-se representar na audiência pelo gerente, ou por


qualquer outro preposto que tenha conhecimento do dissídio, e por cujas declarações
será sempre responsável”.

IV. Correta, pois de acordo com o art. 843, §3º, da CLT:

“§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da


parte reclamada.”

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39. ( Prova: FCC - 2008 - TRT-2R - Analista Judiciário - Área Judiciária / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Com relação ao mandato e ao
substabelecimento, é correto afirmar:
a) Existindo previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato
terá validade, inclusive se anexado ao processo após o aludido prazo.
b) Considera-se irregular a representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.
c) O advogado sem procuração poderá propor reclamação trabalhista a fim de evitar a
decadência de direitos, devendo, no entanto, exibir o instrumento do mandato no prazo
improrrogável de 90 dias.
d) É inválido o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
e) São inválidos os atos praticados pelo substabelecido, se não houver, no mandato, poderes
expressos para substabelecer.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “B”. A resposta ao questionamento novamente encontra-
se na Súmula nº 395 do TST, tantas vezes objeto das questões da FCC. Percebe-se que a letra
“B” está totalmente de acordo com o inciso IV da referida súmula, que diz ser irregular a
representação se o substabelecimento é anterior à outorga, pois primeiro devem ser
outorgados os poderes por meio de procuração para, somente após, ser realizado o
substabelecimento. Vejamos o inciso mencionado:

“Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à


outorga passada ao substabelecente”.

Passemos à análise das demais alternativas:


Letra “A”: errado, pois viola o inciso II da Súmula nº 395 do TST.
Letra “C: errado, pois não há necessidade de juntada, já que é previsto o mandato tácito,
conforme art. 791, §3º da CLT.
Letra “D”: errado, pois o inciso I da Súmula nº 395 do TST diz ser válido o instrumento de
mandato com prazo e poderes para atuar até o final.
Letra “E”: errado, pois os atos são validos, conforme inciso III da Súmula nº 395 do TST.

40. ( Prova: FCC - 2006 - TRT-24R - Técnico Judiciário - Área Administrativa /


Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; Dissídios Individuais; ) De

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acordo com o Decreto Lei no 5.452/43, a reclamação trabalhista do menor de 18


anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes,
a) apenas pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato ou curador nomeado em
juízo.
b) apenas pela Procuradoria da Justiça do Trabalho ou pelo Ministério Público estadual.
c) apenas pela Procuradoria da Justiça do Trabalho ou pelo curador nomeado em juízo.
d) apenas pelo curador nomeado em juízo ou pelo sindicato.
e) pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou
curador nomeado em juízo.

COMENTÁRIOS:
A alternativa CORRETA É A LETRA “E”. Novamente a FCC exige o conhecimento acerca do
art. 793 da CLT, que prevê o ajuizamento de ação de empregado menor de 18 anos.
Transcreve-se novamente o dispositivo para conhecimento:

“A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes


legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato,
pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo”.

A resposta, infelizmente, depende de memorização do dispositivo, para saber que além dos
representantes legais, também podem ajuizar a reclamação trabalhista do menor, a
Procurador da Justiça do Trabalho, o sindicato, o Ministério Público estadual ou um curador
nomeado em juízo. Todas as assertivas tratam do mesmo assunto, razão pela qual não
precisam ser analisadas em separado.

RELAÇÃO DAS QUESTÕES ESTUDADAS NA AULA

1. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Analista Judiciário -
Oficial de Justiça

Ulisses foi nomeado Procurador-Geral do Trabalho. Durante o seu mandato poderia ser
acusado de desvio de suas atribuições funcionais em caso de

(A) decidir, atendendo a necessidade do serviço, sobre remoção a pedido ou por permuta de
membro do Ministério Público do Trabalho.
(B) decidir processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos serviços auxiliares,
aplicando as sanções que sejam de sua competência.

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(C) nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público do Trabalho, segundo lista tríplice


formada pelo Conselho Superior.
(D) elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público do Trabalho, submetendo-a, para
aprovação, ao Conselho Superior.
(E) exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público do Trabalho, especialmente
para elaborar e aprovar as normas e as instruções para o concurso de ingresso na carreira.

2. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Técnico Judiciário

Em relação às capacidades de postular e de estar em juízo, conforme normas contidas na


Consolidação das Leis do Trabalho,

(A) nos dissídios individuais os empregados e empregadores somente poderão estar em juízo
se estiverem representados por advogado particular ou de entidade sindical.
(B) nos dissídios coletivos trabalhistas, as partes representadas pelos entes sindicais, deverão
ter a necessária assistência por advogado.
(C) a constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado
interessado, com anuência da parte representada.
(D) a reclamação trabalhista do menor de 18 anos somente será acolhida se feita por órgão do
Ministério Público do Trabalho.
(E) os maiores de 18 e menores de 21 anos poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho
sem a assistência de seus pais ou tutores, desde que assistidos por advogado.

3. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Analista Judiciário

Vênus atuou durante 6 anos como preposta da Cia de Bebidas Fonte de Amor. Por força da
crise econômica foi dispensada sem receber alguns direitos trabalhistas. Em razão de sua
experiência, ingressou com reclamação trabalhista de forma verbal, sem constituir advogado.
Conforme súmula do Tribunal Superior do Trabalho e dispositivo processual trabalhista, a
capacidade postulatória de Vênus em relação a essa reclamatória

(A) está restrita a fase de conhecimento na Vara do Trabalho.


(B) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a
fase executória.
(C) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

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(D) é ilimitada quanto a fase processual, bem como em relação à instância, alcançando
inclusive o Tribunal Superior do Trabalho, porque a lei permite o acompanhamento das
reclamações até o final.
(E) está restrita à fase de conhecimento, incluindo recursos em todas as instâncias
trabalhistas, Varas do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do
Trabalho, mas não envolve a fase de execução.

4. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 20ª Região (SE) Prova: Analista Judiciário

O Ministério Público da União, organizado por Lei Complementar, é instituição permanente,


essencial à função jurisdicional do Estado, compreendendo em sua estrutura o Ministério
Público do Trabalho. Sobre a organização desse último, é correto afirmar que

(A) os Procuradores Regionais do Trabalho poderão atuar tanto nos Tribunais Regionais do
Trabalho quanto nas Varas do Trabalho, de forma residual.
(B) o chefe do Ministério Público do Trabalho é o Procurador-Geral da República indicado em
lista tríplice pelos seus pares e nomeado pelo Congresso Nacional.
(C) dentre os órgãos do Ministério Público do Trabalho estão o Colégio de Procuradores do
Trabalho, a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho e a
Corregedoria do Ministério Público do Trabalho.
(D) os Subprocuradores-Gerais do Trabalho serão designados para oficiar junto ao Tribunal
Regional do Trabalho da 10a Região – Distrito Federal, com sede em Brasília.
(E) o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho será composto pelo Procurador-Geral
do Trabalho, o Vice Procurador-Geral do Trabalho, quatro Subprocuradores-Gerais do Trabalho
e quatro procuradores regionais do trabalho, todos eleitos pelos seus pares.

5. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC) Prova: Analista
Judiciário

Sobre as partes e procuradores, o jus postulandi e a representação processual, conforme


norma legal e entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho,
a) o jus postulandi somente pode ser exercido pelo empregador, visto que o trabalhador é
parte hipossuficiente e necessita de assistência profissional de advogado particular ou do
sindicato.
b) se o trabalhador utilizar o jus postulandi para a propositura da ação, sendo sucumbente na
decisão de primeiro grau, deverá contratar advogado para interpor recurso ao Tribunal.
c) a Constituição Federal aboliu o instituto do jus postulandi revogando expressamente
dispositivo previsto na Consolidação das Leis do Trabalho sobre o tema.

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d) nos dissídios coletivos é obrigatória aos interessados a assistência por advogado, não
podendo ser utilizado o jus postulandi, que é restrito aos dissídios individuais até a prolação de
sentença.
e) a reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e,
na falta destes, pelo Ministério Público do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
Estadual ou curador nomeado pelo Juízo.

6. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de São Luiz – MA Prova: Procurador
Municipal

Camilo, metalúrgico, ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Q. Na audiência de


instrução e julgamento, Camilo, hospitalizado, enviou, para o representar, Carlos, metalúrgico,
que também trabalha na empresa Q, sem comunicar com antecedência à Justiça do Trabalho.
Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho,
a) Camilo fez correto e não terá nenhum prejuízo.
b) o processo será arquivado pela ausência de Camilo, podendo ele ajuizar outra reclamação
trabalhista após 6 meses do arquivamento.
c) o processo será arquivado uma vez que não foi comunicada a referida representação com a
antecedência mínima de 48 horas.
d) o processo será arquivado pela ausência de Camilo, podendo ele ajuizar imediatamente
outra reclamação trabalhista.
e) o processo será arquivado, uma vez que não foi comunicada a referida representação com a
antecedência mínima de 24 horas.

7. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Campinas – SP Prova: Procurador

Hermes ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Olympikus Serviços Gráficos S/A
postulando o pagamento de salários em atraso e 13° salário. Na primeira audiência UNA, a
reclamada compareceu com seu advogado e o reclamante não compareceu por motivo de
doença, mas fez-se representar por colega de trabalho da mesma profissão, acompanhado de
advogado. Não havendo nenhuma proposta de conciliação, o Juiz recebeu a contestação da
reclamada e designou uma audiência de instrução, ficando a reclamada intimada para
comparecimento na audiência em prosseguimento para depor, sob a pena cominada em lei e o
reclamante intimado pessoalmente por via postal com a mesma cominação. Na audiência de
instrução, a reclamada compareceu com seu advogado, mas o reclamante não compareceu e
seu advogado presente não apresentou nenhuma justificativa para a sua ausência. Nessa
situação, conforme dispositivos processuais contidos na Consolidação das Leis do Trabalho e
entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, o Juiz

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a) não poderia arquivar o processo na primeira audiência e deveria aplicar a pena de confissão
quanto à matéria de fato ao reclamante ausente na segunda audiência, visto que,
expressamente intimado com aquela cominação, não compareceu à audiência de
prosseguimento, na qual deveria depor.
b) deveria ter arquivado o processo já na primeira audiência em face da ausência do
reclamante.
c) não poderia ter recebido a contestação da reclamada por irregularidade de representação do
reclamante.
d) poderia receber a contestação e designar audiência de instrução, mas constatada a ausência
do reclamante na segunda audiência deveria arquivar o processo, aplicando multa por
litigância de má-fé ao reclamante.
e) deveria ter adiado a primeira audiência aplicando multa para o reclamante ausente, mas
não poderia receber a contestação da reclamada e designar audiência de instrução.

8. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova: Analista
Judiciário - Área Judiciária

O trabalhador Hércules convidou uma testemunha para depor em audiência UNA designada na
reclamação trabalhista movida em face da empresa Vênus de Millus S/A. No saguão do fórum,
após o pregão das partes, o reclamante resolveu não ingressar na sala de audiências da Vara
do Trabalho porque a sua testemunha não compareceu e a reclamada tinha trazido três
testemunhas. O representante da reclamada, ao verificar que Hércules se evadiu do local,
também não ingressou na sala de audiências. Nesse caso, o Juiz
a) não deverá arquivar nem aplicar a revelia visto que ausentes ambas as partes, julgando o
processo no estado em que se encontra.
b) deverá redesignar a audiência intimando ambas as partes para comparecimento, sob pena
de condução coercitiva e pagamento de multa.
c) deverá marcar nova audiência para que o trabalhador possa trazer suas testemunhas em
razão do devido processo legal.
d) deverá aplicar a revelia e consequente pena de confissão à reclamada ausente.
e) deverá arquivar a ação diante da ausência injustificada do reclamante.

9. TRT/MT – 2016: Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova:
Analista Judiciário. Agatha, empregada doméstica, ingressou com reclamação
trabalhista em face da sua empregadora Isis, de forma verbal sem a
assistência de advogado, postulando o pagamento de férias com 1/3. O pedido
foi julgado procedente e a reclamada sucumbente interpôs recurso ordinário.

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A autora foi intimada para apresentar contrarrazões. No caso, conforme


previsão legal e entendimento sumulado do TST,
a) a autora não pode exercer o jus postulandi para contrarrazoar perante o Tribunal Regional.
b) nenhuma das partes pode utilizar o jus postulandi em fase recursal.
c) ambas podem exercer o jus postulandi para recorrer e contrarrazoar o recurso ordinário
perante o Tribunal Regional.
d) apenas por se tratar de reclamação de empregado doméstico as partes podem exercer o jus
postulandiem todas as fases e instâncias do processo.
e) por se tratar de condenação de pessoa física, a reclamada pode exercer o jus
postulandi para o recurso ordinário, o mesmo não ocorrendo à autora que foi vencedora.

10.TRT/MT – 2016: Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova:
Técnico – Administração. Na reclamação trabalhista movida contra a Empresa
“S", Leila está assistida pelo sindicato de sua categoria profissional, alegando
que recebe salário de R$ 1.200,00 mensais e requerendo os benefícios da
justiça gratuita, comprovando sua condição de miserabilidade, não podendo
suportar o ônus da condenação sem prejuízo de seu próprio sustento. Neste
caso, sendo julgada procedente a reclamação,
a) não há direito ao pagamento de honorários advocatícios, pois pela regra do jus postulandi,
Leila poderia se fazer representar sozinha no processo do trabalho, tendo sido sua a escolha
do patrocínio através de sindicato, portanto, arcará com os honorários devidos, abatidos de
seu crédito na condenação.
b) caberá condenação somente em honorários advocatícios, pois no caso de assistência pelo
sindicato, se defere apenas um dos pedidos.
c) caberá somente os benefícios da justiça gratuita, pois a previsão legal é a de que o sindicato
deve patrocinar o empregado sem nada receber.
d) não há direito aos honorários advocatícios, pois Leila recebe mais do que um salário
mínimo.
e) caberá condenação em honorários advocatícios, bem como poderá ser deferido os benefícios
da justiça gratuita pelo Juiz.

11.TRT/PR – 2015: Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 9ª REGIÃO (PR) Prova:
Analista Judiciário - Área Judiciária. Thales, bacharel em Direito não inscrito
nos quadros da OAB, ajuizou reclamação trabalhista em face de sua
empregadora postulando o pagamento de adicional de periculosidade. A ação
foi julgada improcedente. Inconformado, Thales resolveu interpor recurso
ordinário no prazo legal, recolhendo as custas devidas. Para evitar despesas, e

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por entender que tinha conhecimentos jurídicos adequado, decidiu atuar sem
advogado. Nessa hipótese, o recurso ordinário
a) não será conhecido porque é indispensável a assistência de advogado.
b) somente será conhecido se, no prazo legal de 10 dias, for subscrito por um advogado.
c) não será conhecido porque o jus postulandi somente pode ser exercido com assistência
sindical.
d) será conhecido somente em caso de a ação tramitar pelo rito sumaríssimo.
e) será conhecido em razão do jus postulandi.

12.TRT/PR – 2015: Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 9ª REGIÃO (PR) Prova:
Técnico Judiciário - Área Administrativa. No tocante as partes e os
procuradores, considere:
I. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e,
na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
estadual ou curador nomeado em juízo.
II. Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
III. A constituição de procurador com poderes para o foro em geral não poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, havendo expressa vedação legal neste sentido.
De acordo com as normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, está correto o que
se afirma APENAS em:
a) I.
b) I e III.
c) II e III.
d) I e II.
e) II.

13.TRT/SP – 2013: Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta.


(A) Segundo jurisprudência sumulada do TST, o alcance do jus postulandi das partes limita-se
às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não se estendendo à ação
rescisória, à ação cautelar, ao mandando de segurança e aos recursos de competência do TST.
(B) O princípio do impulso oficial nas execuções trabalhistas é aplicável somente às ações
trabalhistas típicas, ou seja, aquelas em que se discutem créditos advindos de relações de
emprego.
(C) O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, transitando em
julgado na data de sua homologação, salvo em relação à Previdência Social, quanto às
contribuições que lhe forem devidas, passível somente de ação rescisória.
(D) O princípio protetor, utilizado amplamente no direito material do trabalho, é igualmente
aplicado ao processo do trabalho, tendo em vista a hipossuficiência do trabalhador, sendo

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desnecessária a produção de provas para deferimento do quanto pleiteia o reclamante,


bastando a apresentação de prova documental.
(E) Consoante a sistemática da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo escrita, a reclamação
deverá conter a designação do presidente da Vara ou do Juiz de Direito, a quem for dirigida, a
qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o
dissídio, os fundamentos jurídicos do pedido, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou
de seu representante.

14.TRT/SC – 2013: ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 12ª Região (SC) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) Camila e Carla são irmãs, advogadas e sócias administradoras
do escritório de advocacia criado por ambas. Camila atua na área Trabalhista e
Carla na área Cível. Considerando que ambas figuram como advogadas em
todas as procurações, mas que nas reclamações trabalhistas, Camila requer na
petição inicial, expressamente, que as publicações e intimações sejam
realizadas exclusivamente em seu nome, a comunicação feita apenas em nome
de Carla é
a) válida, porque ambas figuram como advogadas na procuração.
b) nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo.
c) válida, porque são irmãs e sócias administradoras do escritório.
d) nula, independente da existência ou não de prejuízo, em razão do expresso requerimento
contido nos autos.
e) válida, porque o requerimento de Camila deveria ter sido feito através de petição própria e
não no corpo da petição inicial.

15.TRT/SC – 2013: ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 12ª Região (SC) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) O jus postulandi das partes previsto no artigo 791 da
Consolidação das Leis do Trabalho alcança
a) o Recurso ordinário interposto ao Tribunal Regional do Trabalho.
b) o Recurso de revista interposto ao Tribunal Superior do Trabalho.
c) o Recurso de embargos interposto ao Tribunal Superior do Trabalho.
d) o mandado de segurança.
e) a ação rescisória.

16.QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do


Trabalho / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Quanto
aos honorários advocatícios no processo do trabalho, é correto afirmar:

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a) São requisitos para a condenação ao pagamento de honorários advocatícios na Justiça do


Trabalho: estar a parte assistida por sindicato da categoria profissional, comprovar a
percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo e comprovar não encontrar-se em
situação econômica que lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da
respectiva família.
b) É incabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória.
c) São devidos honorários advocatícios nas lides que não derivem da relação de emprego.
d) São devidos honorários advocatícios sempre que a parte estiver assistida por sindicato da
categoria profissional, exceto nas causas em que o sindicato atue como substituto processual.
e) Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca
superiores a 15%, não decorre simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida
por sindicato da categoria profissional.

17.( Prova: FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área
Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores;
Reclamação Trabalhista; ) Hermes manteve contrato de trabalho com a
empresa Gama Transportadora de Cargas por três anos, sendo dispensado por
justa causa, sem receber nenhuma verba rescisória. Procurou a Vara do
Trabalho do município para ajuizar reclamação trabalhista. Conforme previsão
contida na Consolidação das Leis do Trabalho e jurisprudência atual e
sumulada pelo TST, Hermes
a) deve necessariamente constituir advogado para a propositura da reclamação trabalhista.
b) pode postular sem a necessidade de advogado em todas as instâncias da Justiça do
Trabalho.
c) pode propor a reclamação trabalhista sem constituir advogado, apenas na primeira
instância.
d) não precisa constituir advogado para atuar em todas instâncias da Justiça do Trabalho,
desde que esteja assistido pelo Sindicato da Categoria Profissional.
e) pode reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho, limitando-se às Varas do
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho.

18.( Prova: FCC - 2012 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Em relação à representação
processual no processo do trabalho, conforme entendimento jurisprudencial
dominante,
a) a constituição de procurador com poderes para o foro em geral depende de outorga de
procuração escrita.

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b) a representação em juízo, ativa e passiva, da União, Estados, Municípios e Distrito Federal,


suas autarquias e fundações públicas, por seus procuradores, deve ser comprovada mediante
a juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação.
c) os Estados e os Municípios têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias
detentoras de personalidade jurídica própria.
d) é inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não
contenha, pelo menos, o nome da entidade outorgante e do signatário da procuração, pois
estes dados constituem elementos que os individualizam.
e) caracteriza a irregularidade de representação a ausência da data da outorga de poderes,
pois, no mandato judicial, tanto quanto no mandato civil, é condição de validade do negócio
jurídico.

19.( Prova: FCC - 2012 - PGE-SP - Procurador / Direito Processual do Trabalho /


Partes e Procuradores; Teoria Geral do Processo do Trabalho; ) As pessoas
jurídicas de direito público, segundo o entendimento do TST,
a) não podem ser consideradas revéis, por defenderem interesses considerados indisponíveis.
b) não se submetem à multa por atraso no pagamento das verbas rescisórias.
c) têm afastado o duplo grau de jurisdição obrigatório na ação rescisória quando a decisão
desfavorável está em consonância com súmula do Tribunal Superior do Trabalho.
d) têm direito ao duplo grau de jurisdição quando condenadas ao pagamento de qualquer
quantia de dinheiro.
e) têm o prazo em quádruplo para a oposição de embargos de declaração.

20.( Prova: FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Quanto ao mandato e ao
substabelecimento, de acordo com o entendimento da jurisprudência pacífica
do TST, é INCORRETO afirmar:
a) Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.
b) É inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito.
c) Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o
instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
d) São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato,
poderes expressos para substabelecer.
e) Inválido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.

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21.( Prova: FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; Audiências; Procedimento
ordinário e sumaríssimo; ) De acordo com o entendimento pacífico da
jurisprudência do TST,
a) inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte à audiência.
b) pessoa jurídica de direito público não sujeita-se à revelia.
c) a reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, salvo se
presente seu advogado munido de procuração específica.
d) diante da gravidade do ato, a revelia da reclamada não pode ser ilidida.
e) a revelia produz confissão na ação rescisória.

22.( Prova: FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1 /
Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) De acordo com o
entendimento adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho, é INCORRETO
afirmar:
a) Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas
exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro
profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo.
b) Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o
instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo.
c) Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.
d) Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em nome das autarquias
detentoras de personalidade jurídica própria, devendo ser representadas pelos procuradores
que fazem parte de seus quadros ou por advogados constituídos.
e) Inválidos os atos praticados no processo por estagiário, ainda que, entre o
substabelecimento e a interposição do recurso, sobreveio a habilitação, do então estagiário,
para atuar como advogado.

23.( Prova: FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1 /
Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; Audiências; ) É
INCORRETO afirmar que
a) o preposto deve ser necessariamente empregado.
b) nas ações plúrimas, os empregados poderão fazer- se representar pelo sindicato da
categoria profissional correspondente.
c) o não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação.
d) aberta a audiência, o juiz proporá a conciliação.

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e) a vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não
afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

24.( Prova: FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho - Tipo 1 /
Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) É INCORRETO
afirmar:
a) Embora não haja previsão expressa na CLT para o litisconsórcio passivo, o mesmo é
possível no processo do trabalho, não havendo qualquer impedimento para o mesmo.
b) Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas
num só processo, se se tratar de empregados de uma mesma empresa ou estabelecimento.
c) O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora
proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória,
sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados substituídos, porquanto
inexistente litisconsórcio passivo necessário.
d) O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo passivo da demanda,
porque supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar
para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o
litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de autores se faz por conveniência e
não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o
exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à anuência dos
demais para retomar a lide.
e) Litisconsortes com procuradores distintos têm no processo do trabalho prazo em dobro para
contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.

25. (QUESTÃO ADAPTADA) ( Prova: FCC - 2008 - TRT - 19ª Região (AL) - Técnico
Judiciário - Área Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) Considere as assertivas abaixo a respeito das partes,
representação e procuradores no processo trabalhista.

I. Em regra, não há obrigatoriedade do preposto ser empregado do reclamado.


II. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e,
na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público
estadual ou curador nomeado em juízo.
III. O ius postulandi é o direito que tem a parte de ingressar em juízo podendo praticar
pessoalmente todos os atos processuais da respectiva reclamação trabalhista.
IV. Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
De acordo com a CLT, é correto o que se afirma APENAS
a) III e IV.

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b) II e III.
c) II, III e IV.
d) I e III.
e) I e II.

26.( Prova: FCC - 2008 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário - Área
Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; )
Quanto às partes e aos procuradores, é correto afirmar:
a) O empregador que não puder comparecer à audiência de instrução e julgamento poderá
fazer-se representar por seu advogado, desde que este esteja munido de procuração com
poderes para tanto.
b) O empregado que não puder comparecer à audiência de instrução e julgamento por motivo
de doença poderá fazer-se representar por sua esposa ou pessoa da família.
c) Em se tratando de reclamação plúrima, os empregados poderão fazer-se representar na
audiência de instrução e julgamento pelo sindicato de sua categoria.
d) A reclamação trabalhista do menor de 16 anos, na falta de seus representantes legais,
poderá ser feita por outro empregado maior que pertença à mesma profissão.
e) Sendo o reclamante empregado doméstico, a representação do empregador só pode ser
feita pelo proprietário do imóvel onde exerça suas funções.

27.( Prova: FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área
Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Com
base nas regras do processo do trabalho aplicáveis as partes e procuradores, a
substituição e representação processuais, é correto afirmar:
a) Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
b) Nos dissídios coletivos é obrigatória aos interessados a assistência por advogado.
c) A constituição de procurador com poderes para o foro em geral somente poderá ser
efetivada, mediante instrumento de procuração, não valendo o simples registro em ata de
audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte
representada.
d) Nos dissídios individuais os empregados e empregadores não poderão fazer-se representar
por intermédio do sindicato, valendo tal situação apenas para os dissídios coletivos.
e) A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita apenas pela Procuradoria da
Justiça do Trabalho ou pelo sindicato.

28.QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e

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Procuradores; ) Mário ajuizou reclamação trabalhista verbal, sem a


constituição de advogado, em face da empresa W. A reclamação trabalhista foi
julgada improcedente e Mário contratou Hortência, advogada, para interpor
Recurso Ordinário. Hortência interpôs o recurso, mas não juntou à peça
processual o referido instrumento de mandato. Neste caso, de acordo com
entendimento Sumulado do TST
a) a parte deverá regularizar a representação processual no prazo de cinco dias, após a
interposição do recurso, independentemente de intimação.
b) será admitido o oferecimento de procuração posteriormente, uma vez que a o instrumento
de mandato poderá ser anexado aos autos a qualquer momento até o julgamento do referido
recurso.
c) só será admitido o oferecimento de procuração após o protocolo de recurso, mediante
protesto por posterior juntada na referida peça processual.
d) a parte deverá regularizar a representação processual no prazo de dez dias, após a
interposição do recurso, independentemente de intimação.
e) a parte deverá ser previamente intimada para regularizar a representação processual no
prazo peremptório de cinco dias.

29.QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista
Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) Murilo ajuizou reclamação trabalhista em face de sua ex-
empregadora a empresa Azul Ltda; Mateus ajuizou reclamação trabalhista em
face de sua ex-empregadora a multinacional Blue; e Matias ajuizou reclamação
trabalhista em face de sua ex-empregadora a empresa Branca Ltda. Na
audiência UNA já designada nos respectivos processos, todas as empresas
pretendem enviar prepostos. Nestes casos, considerando que Murilo e Mateus
possuem mais de dez anos de contrato de trabalho, de acordo com as
alterações promovidas pela Lei nº 13.467/2017, o preposto deve ser
necessariamente empregado
a) em nenhuma das empresas.
b) das empresas Azul e Branca, apenas.
c) da empresa Blue, apenas.
d) das empresas Azul e Blue, apenas.
e) da empresa Branca, apenas.

30.QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista


Judiciário - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho / Partes e

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Procuradores; ) Considere as seguintes assertivas a respeito da


representação:
I. O oferecimento tardio de procuração, em instância recursal, só será possível mediante
protesto por posterior juntada.

II. Nas Reclamatórias Plúrimas os empregados não poderão fazer-se representar pelo Sindicato
de sua categoria, tendo em vista que não se trata de dissídio coletivo, mas sim de dissídio
individual com diversos reclamantes.

III. É válido o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.

IV. Não configura irregularidade de representação o fato do substabelecimento ser anterior à


outorga passada ao substabelecente, tratando-se de mera irregularidade formal.

Está correto o que se afirma SOMENTE em:


a) III.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I e IV.
e) I, III e IV.

31.QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista
Judiciário - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; Custas e emolumentos; ) De acordo com as alterações trazidas
pela Lei n] 13.467/2017, em demanda trabalhista a condenação ao pagamento
de honorários advocatícios,
a) arbitrados entre 15 e 30%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a
parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.
b) nunca superiores a 30%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a
parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.
c) nunca superiores a 25%, decorre pura e simplesmente da sucumbência, independente da
assistência por sindicato da categoria profissional.
d) arbitrados entre 5 e 15%, decorre pura e simplesmente da sucumbência, não havendo
necessidade de a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.
e) nunca superiores a 15%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a
parte estar assistida por sindicato da categoria profissional.

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32.( Prova: FCC - 2011 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - Área
Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) A
procuração apud acta é o mandato
a) com vigência previamente estipulada.
b) passado a advogado dativo para fins específicos e determinados logo após a intimação da
reclamada.
c) passado em audiência perante o Juiz do Trabalho.
d) para fins genéricos com permissão expressa para substabelecer.
e) para fins genéricos que veda expressamente substabelecimento.

33.( Prova: FCC - 2011 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário - Área
Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) A
União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações
públicas, quando representados em juízo, ativa e passivamente, por seus
procuradores,
a) devem juntar aos autos instrumento de mandato, sendo, porém, concedido pela legislação
prazo de quinze dias a contar da prática do primeiro ato processual.
b) devem juntar aos autos instrumento de mandato, sendo, porém, concedido pela legislação
prazo de trinta dias a contar da prática do primeiro ato processual.
c) estão dispensados da juntada de instrumento de mandato.
d) estão dispensados da juntada de instrumento de mandato, se juntarem obrigatoriamente
documento público oficial de comprovação do exercício do cargo público.
e) devem juntar aos autos instrumento de mandato, sendo, porém, concedido pela legislação
prazo de quinze dias a contar da intimação pessoal.

34.( Prova: FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área
Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores;
Reclamação Trabalhista; ) Danilo, 19 anos, trabalhava em uma empresa onde
realizava horas extras que nunca lhe foram remuneradas. Por ter recebido
proposta melhor de emprego, Danilo pediu dispensa da referida empresa e
decidiu ajuizar Reclamação Trabalhista em face da mesma para reaver os
valores relativos a tais horas. Diante dessa situação, é correto afirmar:
a) Danilo pode propor a Reclamação Trabalhista, independentemente de assistência de seus
pais ou responsáveis.
b) Por ser menor de 21 anos de idade, Danilo necessita da assistência dos pais ou
responsáveis para propor a Reclamação Trabalhista.

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c) Quem deve propor a Reclamação Trabalhista requerendo as horas extras trabalhadas por
Danilo são seus pais ou responsáveis, tendo em vista ser ele menor de 21 anos de idade.
d) Danilo pode propor a Reclamação Trabalhista desde que colacione aos autos autorização de
seus pais ou responsáveis com fins específicos para tal postulação.
e) A Consolidação das Leis do Trabalho autoriza Danilo a propor a Reclamação Trabalhista,
porém, na audiência UNA ou inicial deve estar acompanhado de seus pais ou responsáveis.

35.QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2010 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista
Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados / Direito Processual do
Trabalho / Partes e Procuradores; ) Na Justiça do Trabalho, a condenação em
honorários advocatícios, nunca superiores a
a) 10%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
apenas se comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal.
b) 10%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou encontrar-se em
situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da
respectiva família.
c) 15%, são devidos ao advogado, pela mera sucumbência, sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.
d) 15%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal, ou encontrar-se em
situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da
respectiva família.
e) 20%, são devidos quando a parte estiver assistida por Sindicato da categoria profissional e
apenas se comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo legal.

36.( Prova: FCC - 2008 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Área
Judiciária - Execução de Mandados / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; ) Com relação ao mandato e ao substabelecimento, é correto
afirmar:
a) O advogado sem procuração poderá propor reclamação trabalhista a fim de evitar a
decadência de direitos, devendo, no entanto, exibir o instrumento do mandato no prazo
improrrogável de 90 dias.
b) É inválido o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.

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c) São inválidos os atos praticados pelo substabelecido, se não houver, no mandato, poderes
expressos para substabelecer.
d) Existindo previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de
mandato terá validade, inclusive se anexado ao processo após o aludido prazo.
e) Considera-se irregular a representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.

37.QUESTÃO ADAPTADA (Prova: FCC - 2009 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista


Judiciário - Área Judiciária / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; Custas e emolumentos;) O regramento da gratuidade judiciária
vigente no processo do trabalho, segundo prevê a Consolidação das Leis do
Trabalho, decorre da
a) comprovação da falta de suficiência econômica, mediante atestado emitido por entidade
pública.
b) prova da condição de desempregado, pelo prazo mínimo de 90 dias.
c) demonstração de que não há ninguém, no domicílio do interessado, com renda igual ou
superior a dois salários mínimos.
d) percepção de até dois salários mínimos, assistência do sindicato e apresentação do
atestado de pobreza.
e) a insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo ou que a parte
comprove receber salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.

38.QUESTÃO ADAPTADA ( Prova: FCC - 2009 - TRT - 15ª Região - Analista


Judiciário - Área Administrativa / Direito Processual do Trabalho / Partes e
Procuradores; Audiências; Dissídios Coletivos; ) Considere as seguintes
assertivas:

I. O advogado pode ser preposto e advogado ao mesmo tempo, não havendo impedimento
legal neste sentido.
II. Nas ações de cumprimento os empregados poderão fazer-se representar pelo sindicato da
categoria.
III. É vedado ao empregador fazer-se representar em juízo por preposto em dissídio coletivo.
IV. O Preposto em audiência não precisa ser empregado do reclamado.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e II.
b) I, II e III.

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c) II, III e IV.


d) III e IV.
e) II e IV.

39.( Prova: FCC - 2008 - TRT-2R - Analista Judiciário - Área Judiciária / Direito
Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; ) Com relação ao mandato e
ao substabelecimento, é correto afirmar:
a) Existindo previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato
terá validade, inclusive se anexado ao processo após o aludido prazo.
b) Considera-se irregular a representação se o substabelecimento é anterior à outorga
passada ao substabelecente.
c) O advogado sem procuração poderá propor reclamação trabalhista a fim de evitar a
decadência de direitos, devendo, no entanto, exibir o instrumento do mandato no prazo
improrrogável de 90 dias.
d) É inválido o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula
estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
e) São inválidos os atos praticados pelo substabelecido, se não houver, no mandato, poderes
expressos para substabelecer.

40.( Prova: FCC - 2006 - TRT-24R - Técnico Judiciário - Área Administrativa /


Direito Processual do Trabalho / Partes e Procuradores; Dissídios
Individuais; ) De acordo com o Decreto Lei no 5.452/43, a reclamação
trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e,
na falta destes,
a) apenas pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato ou curador nomeado em
juízo.
b) apenas pela Procuradoria da Justiça do Trabalho ou pelo Ministério Público estadual.
c) apenas pela Procuradoria da Justiça do Trabalho ou pelo curador nomeado em juízo.
d) apenas pelo curador nomeado em juízo ou pelo sindicato.
e) pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou
curador nomeado em juízo.

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GABARITO DAS QUESTÕES DA AULA

1. E 36.E
2. C 37.E
3. C 38.E
4. C 39.B
5. E 40.E
6. A
7. A
8. E
9. C
10.E
11.E
12.D
13.A
14.B
15.A
16.C
17.E
18.D
19.C
20.E
21.A
22.E
23.A
24.E
25.C
26.C
27.A
28.A
29.A
30.A
31.D
32.C
33.C
34.A
35.C

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