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TÍTULO: FISIOTERAPIA NO AUTISMO

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

SUBÁREA: FISIOTERAPIA

INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE CAMPINAS

AUTOR(ES): JACKELINE TUAN COSTA FERREIRA, NATÁLIA FERNANDA MIRA

ORIENTADOR(ES): DENISE CAMPOS

COLABORADOR(ES): FLAVIA CRISTINA CARBONERO RAMOS


Fisioterapia no Autismo

Resumo
O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento, caracteriza-se pelo
comprometimento em três áreas do desenvolvimento: interação social, comunicação
e comportamento. O trabalho da fisioterapia nestes pacientes otimiza o
desenvolvimento motor, posteriormente ativando áreas da concentração e da
integração social. Este estudo tem por objetivo avaliar crianças autistas no pré e
pós-tratamento fisioterapêutico. Trata-se de um estudo de caso com sete crianças
com diagnóstico de autismo. Para avaliação utilizou-se dois instrumentos: Escala de
Classificação de Autismo na Infância e Medida de Independência Funcional. As
crianças recebem atendimento fisioterapêutico individual com tempo de cada sessão
de 30 minutos, uma vez por semana, durante seis meses. Os resultados esperados
incluem a melhora das crianças tratadas, com ganho de força muscular, melhora da
coordenação motora grossa e fina, alinhamento postural, equilíbrio e propriocepção
para realização de atividades diárias.
Palavras-chave: Autismo, Transtorno do espectro autista, Fisioterapia,
Integração sensorial.

Introdução
O Transtorno do espectro autista trata-se de um transtorno invasivo do
desenvolvimento que pode ser identificado antes dos três anos de idade. As principais
características consistem em comportamentos repetitivos, estereotipados, limitações de
atividades diárias, interesses e comportamentos; comprometimento no desenvolvimento
da linguagem verbal e não verbal, déficit quantitativo na interação social e comunicação
(Martins e Góes, 2013). É função do fisioterapeuta otimizar o desenvolvimento motor
deste paciente e ativar as áreas da concentração e da interação social, através de
estímulos sensório-motores, utilização de bolas, jogos interativos e brinquedos
pedagógicos (Segura, Nascimento e Klein, 2011).

Objetivos
Avaliar crianças com autismo pré e pós tratamento fisioterapêutico.
Metodologia
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Anhanguera
Educacional. Trata-se de um estudo de caso com sete crianças com autismo
avaliadas pré e pós-tratamento fisioterapêutico, atendidas na ADACAMP, com
idade entre 3 a 15 anos, cujos pais autorizaram a participação na pesquisa. Para
avaliação utilizou-se a Escala de Classificação de Autismo na Infância (CARS) e
Média de Independência Funcional (MIF). Os instrumentos citados são parâmetros
adequados para avaliação dos pacientes, permitindo uma visão global da estrutura
corporal e a incitação a estímulos e respostas.

Desenvolvimento
Após avaliação inicial com a CARS e MIF, as crianças receberam atendimento
fisioterapêutico individual, onde foram realizadas atividades lúdicas, envolvendo
diversas habilidades como chutar, pegar e soltar objetos, arremessos de bolas e
brinquedos, utilização nas mãos e braços de diferentes texturas e, objetos de diferentes
tamanhos e cheiros, para trabalhar a integração sensorial. O tempo de cada sessão foi de
30 minutos, sendo uma vez por semana, durante seis meses.

Resultados Preliminares
A tabela 1 mostra a avaliação inicial das crianças com a MIF. Pôde-se observar que
as crianças2 e 6, são mais dependentes de seus cuidadores do que as outras crianças.

Tabela 1- Avaliação inicial das crianças com a MIF.


Atividades avaliadas C.1 C.2 C.3 C.4 C.5 C.6 C.7
Alimentação 6 4 5 5 5 5 5
Higiene pessoal 3 4 5 5 5 2 4
Banho (lavar o corpo) 3 4 5 5 5 2 4
Vestir-se acima da cintura 4 4 5 5 5 3 4

Vestir-se abaixo da cintura 4 4 5 5 5 3 4


Uso do vaso sanitário 4 4 5 5 5 3 5
Controle de urina 7 1 7 7 7 7 7
Controle de fezes 7 1 7 7 7 7 7
Leito, cadeira, cadeira de rodas 7 6 7 7 7 6 6
Vaso sanitário 7 6 7 7 7 6 5
Banheiro ou chuveiro 7 6 7 7 7 6 5
Marcha/ cadeira de rodas 7 7 7 7 7 6 7
Escadas 6 4 6 7 6 5 6
Compreensão 2 1 2 5 7 2 7
Expressão 2 2 1 5 7 1 4
Interação social 1 1 1 5 5 1 7
Resolução de problemas 1 1 1 2 4 1 2
Memória 2 2 2 2 7 2 7
Total 80 64 85 98 108 68 96
(C1: criança 1; C2: criança 2; C3: criança 3; C4: criança 4; C5: criança 5;
C6: criança 6; C7: criança 7).

A tabela 2 mostra a avaliação inicial das crianças com a CARS. Nota-se que a
criança 5 predomina de um autismo leve a moderado, e a criança 1, 2 e 6 com a
predominância de um autismo moderado a grave.

Tabela 2 – Avaliação inicial das crianças com a CARS.


Avaliação: C.1 C.2 C.3 C.4 C.5 C.6 C.7
Relação com pessoas 4 4 4 2 1,5 4 3
Imitação 4 4 4 2 1,5 4 3
Resposta emocional 4 4 4 2 1,5 4 4
Uso do corpo 4 4 4 2 1,5 4 4
Uso do objeto 4 4 4 2 1,5 3 3
Adaptação a mudanças 4 4 4 2,5 2,5 4 4
Resposta visual 4 4 4 2 1 4 4
Resposta auditiva 4 4 4 2,5 1 3 2,5
Resposta / uso paladar,cheiro,tato 4 4 3 2 3 4 2,5
Medo ou nervosismo 4 4 4 3 2 4 3
Comunicação verbal 4 4 4 3 1 4 3
Comunicação não verbal 4 4 4 3 1 4 3
Nível de Atividade 4 4 4 2,5 1,5 4 3
Nível de resposta intelectual 4 4 4 3 1 4 2,5
Impressão geral 4 4 4 3 1,5 4 3
Total 60 60 59 36,5 21,5 54 47,5
(C1: criança 1; C2: criança 2; C3: criança 3; C4: criança 4; C5: criança 5; C6: criança 6; C7: criança 7).

A pesquisa se encontra na fase de análise de resultados e em breve espera-se


alcançar os objetivos propostos inicialmente.

Referências
American PsychiatricAssociation. DSM-IV-TR, Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais. 4ª Ed, Rev. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Martins, A. D F; Góes, M. C. R. de. O Brincar do Autista. Rev. Semestral da
Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. SP. vol.17, n.1, p.25-34
Janeiro/Junho 2013.
Segura, D. C. de; Nascimento, F. C. do; Klein, D. Estudo do Conhecimento Clínico dos
Profissionais da Fisioterapia no Trabalho de Crianças Autistas. Arq. Ciênc. Saúde
Unipar, Umuarama, v. 15, n. 2, p. 159-165, Maio/ago 2011.

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