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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

PARAÍBA
UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM LIBRAS

MARCELA GUILHERME DE MEDEIROS

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: ASPECTOS DA


FORMAÇÃO DO PROFESSOR E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A
PROMOÇÃO DA INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA ESTADUAL DE
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO FELINTO ELÍSIO NO MUNICÍPIO DE
BELÉM/PB

PATOS - PB
2020
MARCELA GUILHERME DE MEDEIROS

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: ASPECTOS DA


FORMAÇÃO DO PROFESSOR E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A
PROMOÇÃO DA INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA ESTADUAL DE
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO FELINTO ELISIO NO MUNICÍPIO DE
BELÉM/PB

Projeto de Pesquisa apresentado a Profa. Maria


Clerya Alvino Leite do componente curricular
de Metodologia da Pesquisa Científica do
Curso de Especialização em Libras EaD do
Instituto Federal da Paraíba, como requisito
para avaliação de nota (100 pontos) referente
ao trabalho final de conclusão do componente
curricular.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Clerya Alvino


Leite

Na folha de rosto, um dos erros está


nas margens que não estão seguindo
as normas da ABNT, que seguindo as
normas, as margens de todos os
trabalhos devem ser:
•Esquerda: 3 cm
•Superior: 3 cm
•Direita: 2 cm
•Inferior: 2 cm
PATOS - PB
2020
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quadro Demonstrativo de modalidades de ensino e quantitativo de


alunos-23
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 04
1.1 OBJETIVOS........................................................................................................ 06
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 08
2.1 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO.............................. 08
2.2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS
SURDOS.............................................................................................................. 10
2.3 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................................................... 14
2.3.1 A Formação de Professores no Brasil.............................................................. 14
2.3.2 Formação de Professores e Educação Inclusiva............................................. 16
2.4 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO.... 19
3 MÉTODOS......................................................................................................... 22
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO................................................................. 22
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................. 24
3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA...................................................................... 24
3.4 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS............................................ 25
3.5 ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................... 25
3.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA............................................................... 25
4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO................................................................ 27
5 ORÇAMENTO.................................................................................................. 28
REFERÊNCIAS................................................................................................. 29
APÊNDICE A – Termo de Anuência da Instituição...................................... 32
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................... 33
APÊNDICE C – Instrumento de Coleta de Dados ........................................ 36
4

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, a inclusão de pessoas com deficiência é tema que vem
sendo bastante debatido. Diferentemente de anos atrás, aonde as pessoas que tinham
alguma deficiência eram condenadas à morte pela igreja por esta acreditar que elas eram
amaldiçoadas. O tempo passou, a igreja reconheceu que para estas eram necessárias ser
isoladas do convívio social, mantê-las longe de sua família e serem tratadas por médicos
acreditando que deles viriam a cura para as pessoas com deficiência. Dentre elas
incluem os alunos surdos - alvo desta pesquisa.
Mais tarde, por meio de lutas e movimentos em busca pela igualdade,
democracia e diversidade, surge à “Educação Especial” para todos sem distinção,
garantindo o direito a um ensino voltado a atender as pessoas com alguma deficiência,
esta modalidade de educação escolar é oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação (BRASIL, 2013).
A oferta desta modalidade de educação é muito preocupante, uma vez que, o
Brasil ainda não atingiu o nível mínimo de qualidade educacional na educação básica
como pode ser observado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB),
que no ano de 2019 nos anos iniciais do ensino fundamental obteve médias de 5,7, nos
anos finais do ensino fundamental 5,2 e no ensino médio 5,0. (BRASIL, 2018).
Baseados nesse panorama educacional ao qual o surdo está inserido,
vários são os questionamentos que nos levam a (re) pensar a incapacidade na qualidade
educacional: Será por falta de investimentos na formação continuada de professores?
Serão as práticas pedagógicas que não são inclusivas ou será o despreparado da
comunidade escolar? Esses pontos não devem ser determinantes para o sucesso ou
fracasso escolar, uma vez que a escola deve desenvolver em seu currículo ações
pedagógicas voltadas para os alunos surdos com adaptações de atividades estruturais de
ordem pedagógica inclusivas.
Mediante o exposto, para que de fato ocorra a inclusão do aluno surdo o
Atendimento Educacional Especializado (AEE) pode contribuir de forma significativa
nesse processo. O aluno pode frequentar a Sala de Recursos Multifuncionais, quando
esta tem em sua escola ou quando há em seu município como garante a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional – LDB, em seu artigo 58, inciso 1º
5

O Atendimento Educacional Especializado será feito


em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em
condições específicas dos alunos, não for possível sua
integração nas classes comuns de ensino regular. (BRASIL,
2013)

Na Sala de Recursos Multifuncionais, o professor desenvolverá


atividades pedagógicas que contemplem as habilidades dos alunos surdos por meio de
adaptações e das tecnologias assistivas, ainda o professor do Atendimento Educacional
Especializado deve trabalhar de forma articulada com o professor da sala regular, ambos
garantindo o direito à inclusão e a aprendizagem significativa. O Atendimento
Educacional Especializado (AEE) desmitifica todo o pensamento de exclusão sendo este
atendimento de caráter complementar e/ou suplementar a formação dos alunos e através
dele as pessoas com deficiência foram sendo reconhecidas pela sociedade como sujeitos
capazes de desempenhar alguma habilidade e dentre o público alvo estão os alunos
surdos.
No tocante, para que se efetive a Educação Inclusiva e para que esta
contribua para a formação do sujeito surdo, ressaltamos que ela só pode ocorrer
mediante a diversos pontos, principalmente na formação e preparo dos professores e
através de ações para a educação do surdo que devem estar de acordo com a filosofia
educacional bilíngue, buscando assim a valorização, o respeito a diferença cultural e
linguística destes.
Atualmente, a educação de surdos vem sendo discutida através da Lei
10.436/2002 (BRASIL 2002), que dispõe sobre o ensino da Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS), esta reconhece e valoriza a língua da comunidade surda, uma luta e
conquista dos surdos e ouvintes aliados à sua causa e também através do Relatório sobre
a Política Linguística de Educação Bilíngue – Língua Brasileira de Sinais e Língua
Portuguesa (BRASIL, 2014b) que expõe a indicação de criação de escolas bilíngues
para que a Libras seja de fato a primeira língua (L1) e Língua Portuguesa seja a segunda
língua (L2), como também autoriza questões pedagógicas específicas para o surdo
usuário de Libras e ações de cultura surda.
Baseados nessas discussões e com a preocupação de
compreendermos a formação do professor do Atendimento Educacional Especializado e
suas práticas com alunos surdos, esta pesquisa surge com o objetivo em responder a
seguinte questão de pesquisa:
6

Qual a importância da formação profissional do professor para a inclusão de


pessoas com surdez na escola e quais as práticas pedagógicas usadas para a promoção
da inclusão do aluno surdo na sala de recursos multifuncionais da Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio Felinto Elísio no município de Belém/PB?
A realização desta pesquisa deu-se através da inquietação em conhecer o
trabalho desenvolvido pelos professores da sala de recursos multifuncionais da Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Felinto Elísio na cidade de Belém, buscando
observar se os alunos surdos estão tendo um atendimento educacional especializado de
acordo com o que lhes garantem as leis e averiguar se de fato os professores que ali
atuam tem alguma formação específica na área e/ou com a educação bilíngue. Esta
inquietação surgiu com o interesse em aprofundar os conhecimentos na área da
educação especial, no tocante o trabalho com o surdo desenvolvido por meio do
professor da sala de recursos multifuncionais.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Geral

O objetivo geral desta pesquisa é conhecer a formação profissional do professor para


garantir a inclusão de pessoas com surdez na escola e quais as práticas pedagógicas
usadas para a promoção da inclusão do aluno surdo na Sala de Recursos
Multifuncionais da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Felinto Elísio no
município de Belém/PB.

1.1.2 Específicos

- Conhecer a formação profissional dos professores que atuam no Atendimento


Educacional Especializado;
- Evidenciar os aspectos inerentes ao Atendimento Educacional Especializado dos
alunos surdos e a utilização de recursos didáticos pedagógicos no processo de ensino-
aprendizagem;
7

- Conhecer as práticas e estratégias pedagógicas oferecidas na escola que os professores


do Atendimento Educacional Especializado utilizam com os alunos surdos e quais
dificuldades são encontradas na prática.
8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, trataremos sobre o Atendimento Educacional Especializado


(AEE), citando alguns trechos de documentos legais que norteiam este atendimento, a
forma como este deve funcionar e o público alvo. Iniciaremos falando de forma geral
sobre o Atendimento Educacional Especializado, sequenciaremos discutindo sobre o
Atendimento Educacional Especializado para os alunos surdos, discorreremos sobre a
formação profissional do professor e concluiremos tratando de forma específica sobre as
práticas pedagógicas para os alunos surdos.

2.1 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

O Ministério da Educação (MEC) amplia a Política Nacional de Educação


Inclusiva, esta pressupõe a transformação tanto da Educação Especial quanto do Ensino
Regular, através de ações e diretrizes implementadas para a reorganização dos serviços
de Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado aos alunos com deficiência
objetivando complementar e/ou suplementar a formação e não a substituição do ensino
regular.
A Inclusão dos alunos com surdez necessita acontecer a partir da educação infantil
até a educação superior, garantindo-lhes o direito em usufruir desde cedo dos direitos de
utilizar os recursos de que lhe são indispensáveis para superar as barreiras e paradigmas
encontrados no decorrer do processo educacional e desfrutar de seus direitos escolares,
para que assim possam desempenhar e exercer sua cidadania, de acordo com os
princípios que lhes são garantidos em nosso País.
O Atendimento Educacional Especializado proposto à alunos com deficiência é
uma forma de tratamento diferenciado. Ele é ofertado no contra turno a escolarização
preferencialmente na mesma instituição de ensino aonde os alunos são atendidos na Sala
de Recursos Multifuncionais (SRM) ou em centros especializados. Se houver
necessidade de ser ofertado a parte, que isso ocorra sem dificultar ou impedir que
crianças e adolescentes com deficiência tenham acesso.
Esta garantia ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) está explícita de
acordo com o Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, em seu capítulo IV, artigo
14
9

garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos


surdos, desde a educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas de
recursos, em turno contrário ao da escolarização. (BRASIL, 2005)

A Sala de Recurso Multifuncional é o espaço dotado de equipamentos,


mobiliários, recursos didáticos e pedagógicos adaptados para oferecer o atendimento
educacional especializado. Esse espaço é implantado na instituição escolar em parceria
com as esferas de governo: federal, estadual e municipal. O Ministério da Educação
através da Secretaria de Educação Especial emite um Manual de orientação: Programa
de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais e afirma que

As salas de recursos multifuncionais cumprem o propósito da organização de


espaços, na própria escola comum, dotados de equipamentos, recursos de
acessibilidade e materiais pedagógicos que auxiliam na promoção da
escolarização, eliminando barreiras que impedem a plena participação dos
alunos público alvo da educação especial, com autonomia e independência,
no ambiente educacional e social. (BRASIL, 2010, p.6).

Este atendimento é garantido ao aluno por meio de leis e decretos que foram
estabelecidos para que ocorra o funcionamento dentro dos padrões orientados pelo
Ministério da Educação (MEC). Assim se encarregará a União em prestar apoio técnico
e financeiro aos sistemas públicos com a finalidade em ampliar a oferta do Atendimento
Educacional Especializado (AEE) aos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de
ensino.
O Decreto Nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre o Atendimento
Educacional Especializado, afirmando:

§ 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de


atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados
institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à
formação dos alunos no ensino regular.
§ 2o O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta
pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em
articulação com as demais políticas públicas. (BRASIL, 2008, p. 27).

Nessa perspectiva, este atendimento não deve substituir o ensino regular, deve ser
organizado e estar alinhado ao projeto pedagógico da escola contemplando a
participação de toda comunidade escolar bem como da família, garantindo assim o
direito dos alunos com deficiência. Ainda conforme a Resolução Nº 4 de 2 de outubro
10

de 2009, ressalta a importância de contemplar no Projeto Pedagógico da escola a oferta


do Atendimento Educacional Especializado

Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve


institucionalizar a oferta do AEE prevendo na sua organização:
I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais
didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos
específicos;
II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria
escola ou de outra escola;
III – cronograma de atendimento aos alunos;
IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas
dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem
desenvolvidas;
V – professores para o exercício da docência do AEE;
VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua
Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio,
principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção;
VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do
desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos,
entre outros que maximizem o AEE. (BRASIL, 2009, p.3).

2.2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS


SURDOS

A educação de surdos segue sendo um grande desafio para os profissionais da


educação ao longo de seu processo de escolarização e a isto deve-se a vários fatores,
sendo eles de ordem sociais e de dificuldades linguísticas. Assim, a Política de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008) orienta o
atendimento educacional especializado para os alunos surdos nas salas de recursos
multifuncionais e dialoga como este atendimento deve corroborar no que tange o
ensino-aprendizagem, como também na permanência destes alunos nas salas regulares
de ensino. Ressalta o bilinguismo que considera a Libras – Língua Brasileira de Sinais
como a primeira língua (L1) e a Língua Portuguesa (L2) como segunda língua.
Contudo, sobre o Atendimento Educacional Especializado para os alunos com
surdez o livro A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar – Abordagem
Bilíngue na Escolarização de Pessoas com Surdez, vem afirmar

O AEE promove o acesso dos alunos com surdez ao conhecimento escolar


em duas línguas: em Libras e em Língua Portuguesa, a participação ativa nas
aulas e o desenvolvimento do seu potencial cognitivo, afetivo, social e
linguístico, com os demais colegas da escola comum. (ALVES; DAMÁZIO;
FERREIRA, 2010, p. 10).
11

Os alunos com surdez são público alvo do Atendimento Educacional


Especializado e estes devem receber um atendimento voltado à sua deficiência nas salas
de recursos multifuncionais. As salas de recursos multifuncionais são ambientes
equipados com mobiliários, softwares, recursos estruturados voltados e professores com
formação na área para realizar o atendimento específico de cada deficiência e em boa
parte necessitam ser adaptados.
Para garantir o atendimento ao aluno com surdez com recursos necessários, o
Decreto Nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, garante que

§ 2º A produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade


incluem livros didáticos e paradidáticos [...] e Língua Brasileira de Sinais –
LIBRAS, laptops [...] softwares para comunicação alternativa e outras ajudas
técnicas que possibilitam o acesso ao currículo. (BRASIL, 2008, p. 28)

No Atendimento Educacional Especializado para os alunos surdos devem ser


trabalhados dentre outros conteúdos pertinentes, a Língua Brasileira de Sinais - Libras
como a primeira língua e/ou a oralidade sendo a família ou o próprio aluno a escolher,
como deixa exposto o Decreto Nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, no capítulo IV,
artigo 16

A modalidade oral da Língua Portuguesa, na Educação Básica deve ser


ofertada aos alunos surdos e com deficiência auditiva, preferencialmente em
turno distinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas
da saúde. (BRASIL, 2005)

Segundo Damázio (2007, p.25) existem três momentos que proporcionam


ambientes inclusivos de aprendizagem, sem do eles didáticos-pedagógicos no
atendimento educacional especializado para os alunos surdos:

I – Atendimento Educacional em Libras:


O atendimento educacional especializado em Libras objetiva ministrar os
conteúdos curriculares de forma antecipada ao trabalho da sala regular, para que assim o
aluno assimile e associe os conteúdos nas duas línguas.
Para Alves, Damázio e Ferreira (2010, p. 12)
12

“O AEE em Libras fornece a base conceitual dos conteúdos curriculares


desenvolvidos na sala de aula. Esse atendimento contribui para que os alunos
com surdez participem das aulas, compreendendo o que é tratado pelo
professor e interagindo com seus colegas”.

A proposta para o ensino em Libras na sala de recurso multifuncional tem o


caráter em facilitar para o aluno com surdez a compreensão do conteúdo programático
estudado. Para isto, é necessário que o professor da Sala de Recurso Multifuncional seja
um profissional que conheça a Libras, sendo este bilíngue, pois assim, haverá como
interagir com o aluno de forma direta, dispensando a presença (naquele ambiente) de
um intérprete.
Para isso, Alves, Damázio e Ferreira (2010) afirma que “Para atuar no ensino
de Libras, o professor do AEE precisa ter conhecimento estrutura e fluência na Libras,
desenvolver os conceitos em Libras de forma vivencial e elaborar recursos didáticos”.
Ao usar a Libras, o professor desenvolverá recursos didáticos adaptados para
que conduza a formação de conceitos e acesso a informações. Deste modo, deverá
respeitar a experiência visual de abstração do aluno com surdez, estabelecer a partir de
recursos visuais uma metodologia dialógica que priorize o enriquecimento e
fortalecimento dos conteúdos na medida em que for sendo utilizados os recursos
didáticos pedagógicos.
O atendimento educacional especializado em Libras

Fornece a base conceitual dessa língua e do conteúdo curricular estudado na


sala de aula comum, o que favorece ao aluno com surdez a compreensão
desse conteúdo. Nesse atendimento há explicações das ideias essenciais dos
conteúdos estudados em sala de aula comum. Os professores utilizam
imagens visuais e quando o conceito é muito abstrato recorrem a outros
recursos, como o teatro, por exemplo. (DAMÁZIO, 2007, p. 29)

Entretanto, deve-se pensar na dinâmica de organização da sala de recurso


multifuncional, para que neste espaço seja utilizado imagens visuais e todo tipo de
referências que visem o aprendizado dos conteúdos. Por vez, estes materiais e recursos
didáticos pedagógicos devem estar disponíveis e expostos na sala de recurso
multifuncional seja uma rotina visual, imagens sobre o conteúdo da aula, entre outros.

II - Atendimento Educacional Especializado de Libras:


13

O atendimento educacional de Libras tem como objetivo garantir ao aluno o


acesso a uma língua, levando em conta que muitos alunos surdos não possuem. Bem
como, enriquecer a aprendizagem, corroborando assim para o conhecimento e
aquisição, principalmente de termos científicos.
Conforme Damázio (2007, p. 32)

O professor e/ou instrutor de Libras organiza o trabalho do Atendimento


Educacional Especializado, respeitando as especificidades dessa língua,
principalmente o estudo dos termos científicos a serem introduzidos pelo
conteúdo curricular.

Entretanto, deve acontecer de forma continuada e permanente avaliações para


que seja verificada a aprendizagem dos alunos com relação ao desenvolvimento
conceitual de Libras, este deve ser aplicado pelos professores do atendimento
educacional especializado de Libras.
Para Damázio (2007, p. 32), o Atendimento Especializado de Libras é outro
momento didático pedagógico para os alunos com surdez incluídos na escola comum.
Ele ocorre no horário contrário ao das aulas, é um trabalho realizado pelo professor ou
instrutor de Libras (preferencialmente surdo). Inicialmente é feito o diagnóstico do
aluno, onde o atendimento será planejado a partir dos conhecimentos que o aluno tem
sobre Libras.
Com base na organização dos recursos didáticos pedagógicos da sala de recursos
multifuncional, este ambiente deve conter imagens visuais bem como referências que
visem contribuir para o aprendizado da Libras – Língua Brasileira de Sinais, uma vez
que a qualidade e a quantidade dos recursos visuais são necessárias para facilitar a
compreensão do conteúdo curricular em Libras.

III – Atendimento Educacional de Língua Portuguesa.

Se tratando do ensino de Língua Portuguesa no atendimento educacional


especializado, o professor deverá desenvolver a competência gramatical e linguística e
também a textual fazendo com que os alunos surdos sejam capazes de construir de
forma estruturada sequências linguísticas.
Conforme Damázio (2007, p.38) “O que se pretende no Atendimento Educacional
Especializado é desenvolver a competência gramatical ou linguística, bem como textual,
14

nas pessoas com surdez, para que sejam capazes de gerar sequências linguísticas bem
formadas.
Para os alunos surdos, a Língua Portuguesa é para eles uma segunda língua, uma
vez que a Língua de Sinais é a primeira, mas muitas vezes o fato deles crescerem em
uma família que em sua grande parte é constituída por ouvintes, eles acabam não
aprendendo a Libras, dificultando a comunicação e a construção de diálogos.

2.3 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Nesta seção discorreremos no tocante a formação de professores. No entanto, é


indispensável realizarmos reflexões e destacarmos esse assunto, pois não há
possibilidade em pensarmos em uma escola inclusiva sem antes mencionarmos a
formação dos professores, uma vez que são eles os responsáveis na busca pela garantia
da aprendizagem significativa dos alunos. Assim, nessa seção conversaremos sobre a
formação de professores no Brasil bem como a formação de professores em uma
perspectiva inclusiva.

2.3.1 A Formação de Professores no Brasil

A formação de professores no Brasil nos últimos anos vem sendo abordado em


pesquisas e discussões. Seguindo nesse contexto é notório que durante anos surgiram
cursos com formações específicas com o objetivo em dar suporte e mais qualidade ao
trabalho docente.
As Escolas normais que surgem que surgem no final do século XX para o ensino
das "primeiras letras”, como um curso específico foi responsável para habilitar o
professor na área da Educação. Essas instituições escolares eram estabelecimentos de
formação de professores, previstas em 1835 pela Lei provincial. No decorrer dos tempos
surge em 1939 a Pedagogia no Brasil. Nesse sentido:

Distingo na existência do curso de Pedagogia no Brasil basicamente três


fases: a primeira vai do seu nascimento em 1939, na Faculdade Nacional de
Filosofia, da Universidade do Brasil até a Lei nº 5.540 (Brasil, 1968), - mais
conhecida como “Reforma Universitária”; a segunda, da lei nº 5.540 até a
LDB, instituída pela Lei nº 9.394 (Brasil, 1996), e a terceira, dessa época até
os dias atuais (LIMA, 2004, p.15).
15

Entretanto, podemos refletir que a formação inicial era como uma sustentação
para que o professor fosse capaz de adquirir por meio dela as suas primeiras
experiências em docência.
A formação de professores no Brasil é tema de relevância desde o ano de 1988 e
tem destaque na carta magna maior do nosso País: A Constituição Federal. No artigo
206, inciso I, desta afirma que não é nenhum tipo de educação oferecida que trará
“igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”, assim, entendemos
que o papel da formação docente é distinguir o tipo de educação que irá oferecer a seus
alunos, uma vez não basta apenas o aluno estar recebendo necessariamente
conhecimentos científicos mas sim que aprenda situações em que os preparem para a
vida e sem professores qualificados não é possível, pois deve desenvolver uma
aprendizagem significativa na vida dos seus alunos e assim tornando-os sujeitos
pensantes e críticos.
Atualmente, vivemos uma época de constantes mudanças em relação ao que se
trata a formação de professores. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/ 96,
destaca por meio do artigo 62, que

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível


superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal
(BRASIL, 1996, p. 18).

De acordo com este artigo, notamos que é necessário para o exercício da docência
que o professor obtenha formação em várias áreas da Educação Básica, deste modo terá
competência profissional no desenvolvimento de suas práticas pedagógicas embasadas
nas teorias estudadas nos cursos de formação continuada.
A formação do professor não deve ser vista como um conhecimento pronto e
inacabado pois a cada dia surgem novas ferramentas, conteúdos e novas tecnologias. O
professor deve refletir diariamente suas práticas pedagógicas buscando ressignificá-la,
ampliar a teoria e focando também as atitudes, pois estas também fazem parte do
processo educativo.
Deste modo, o professor necessita adotar um novo papel, uma nova postura,
encontrando através dos cursos licenciatura e de formação continuada, “que leve em
16

consideração a teoria e a prática, como forma, constante da reflexão da ação produzida


no contexto educacional. ” (CAMELO, 2008, p. 112) e prossegue,

[...]é imprescindível programas que venham garantir a formação inicial e


continuada do docente, significando uma constante renovação, que implica
no aperfeiçoamento de sua profissionalização, tão importante e necessária,
para que se perceba e invista na diversidade do seu alunado e saiba conduzi-
lo para a apropriação do seu próprio conhecimento (CAMELO, 2008, p.
111).

Os professores necessitam buscar qualificar-se constantemente para que assim


aprendam a lidar com as várias ocasiões que surgem no espaço escolar procurando
corresponder com os interesses dos alunos, buscando respeitar o modo de ver e pensar
de cada um através de práticas pedagógicas dinâmicas, envolventes e inclusivas
atendendo a todos sem qualquer forma de discriminação e exclusão.

2.3.2 Formação de Professores e Educação Inclusiva

No cenário atual da educação muitos são os estudos e discursos voltados para a


formação do professor. Se tratando em incluir o aluno com dignidade respeitando seu
tempo e suas limitações incluir alunos com deficiência vem sendo um desafio na
educação e requer do professor capacitação específica e reflexões sobre sua teoria e
prática na área da educação inclusiva. A educação vem passando por diversas
transformações e isso vem refletindo na escola, uma vez que esta deve se tornar um
espaço privilegiado de construção da autonomia dos sujeitos. Em meio a tantas
transformações, a escola necessita dispor de um quadro de docentes preparados para
garantir o sucesso do ensino-aprendizagem, considerando que:

O conhecimento é produto universal, progressivo, dinâmico e cumulativo, é


fruto das interações sujeito-sujeito; sujeito-objeto; sujeito mundo circundante.
O desenvolvimento do potencial educativo do professor, capacita-o a (re)
produzir novos significados a partir das efetivas relações de trocas por ele
estabelecidas, relações de trocas estas que, por sua vez, dependem do modo
como se dão os ajustes e as adequações que o professor realiza, para que as
práticas pedagógicas, fundamentadas em tendências educacionais inovadoras,
adotadas por ele, venham a atender às suas necessidades e do aluno, na
concretização do ato pedagógico recíproco: aprender-ensinar (...)
(RODRIGUES E RÊGO 2004, p. 21)
17

Partindo desse pressuposto, a formação de professores nos dias atuais trata de


contextualizar sua ação na escola e na sociedade civil. Os docentes precisam se enxergar
como um profissional que diariamente precisa buscar estratégias para lidar com as
inúmeras discriminações das diferenças e diversidades sociais, e estas estratégias nos
dias de hoje é um cenário presente nas escolas. Ainda devem colocar-se também como
sujeito junto ao aluno estabelecendo uma relação afetiva e respeitosa tratando de igual
para igual, rompendo o preconceito, os limites e os paradigmas. A formação de
professores permite sanar dificuldades encontradas em seu dia a dia na sala de aula,
encontrar novos métodos e didática, (re) pensar e (re) significar sua prática pedagógica
principalmente quando se trata de alunos com deficiência.
Este novo paradigma de educação inclusiva provocou uma reorganização do
sistema educacional e uma nova perspectiva na formação docente, tendo em vista a
necessidade de professores preparados para efetivar com sucesso este modelo de
educação especial suplementar (recursos, estratégias e materiais adaptados) e consigam
desenvolver uma prática pedagógica que abarque a diversidade.
Lidar com a inclusão de alunos com deficiência ainda é um dos maiores desafios
na Educação mesmo em pleno século XXI. Muitos são os professores que não sabem
desenvolver seu trabalho com esses alunos e também boa parcela não possui formação
específica e recursos adaptados e esta situação tem se tornado desmotivadora para o
professor, uma vez que a Lei garante que os alunos com deficiência devem gozar dos
mesmos direitos que os alunos tidos como “normais”. Desenvolver um trabalho didático
pedagógico com alunos com deficiência que contemple suas especificidades requer do
professor constantes reflexões sobre suas ações pedagógicas e buscar qualificar-se na
área da educação especial pois, a cada ano o número de crianças com deficiência tem
aumentado significativamente e através dessa melhoria o ensino se torne mais humano e
igualitário, deste modo

“[...] a docência é uma profissão relacional, cujo exercício não se reduz


apenas à aplicação de técnicas e instrumentos; o que varia são as abordagens
teóricas para dar conta das nuances da relação professor-aluno.” (SAMPAIO,
2009, p.94).

A escola durante anos foi palco de omissão em exercer seu verdadeiro papel no
que diz respeito incluir o aluno com deficiência, sendo estes alunos segregados,
excluídos e apenas inseridos. Cabe a escola desenvolver um currículo voltado para
contemplar o ensino para as crianças com deficiência visando valorizar suas
18

capacidades e trabalhar as especificidades e nela o quadro de professores necessitam


buscar qualificação profissional para subsidiar suas práticas pedagógicas em relação ao
ato de incluir. Se tratando em ao ato pedagógico de incluir, essa construção e
reconstrução continuada do saber e fazer pedagógico vai melhorando numa via de mão
dupla, intrínseca e essencial, assim, o professor aprende ao ensinar por meio das
experiências dos alunos e os alunos aprendem com o professor por meio das teorias e
práticas.
A LDB 9394/96, considera e define como profissional da Educação, aquele
profissional com formação específica para o trabalho educativo, em suas diversas
modalidades, até mesmo apontar os caminhos da formação que deverá ser realizada em
cursos próprios de Ensino Superior, de acordo com o que está previsto em seu Artigo
62, que determina outras opções para a formação em níveis diferenciados de atuação
como Institutos Superiores de Educação e os cursos de Magistério. Nesse aspecto, o
professor precisa estar capacitado para possa atuar em todas as etapas e modalidades da
Educação Básica e sobretudo na Educação Especial. Ainda precisa envolver a questão
ética e social, ampliar o trabalho interdisciplinar e sobretudo procurar formação
objetivando valorizar, enriquecer e (re) significar sua prática pedagógica. Além de
reconhecer a importância da formação inicial e continuada é importante ressalvar

A atitude de persistência em refletir a ação pedagógica, como uma prática de


caráter interativo, essencialmente comunicativa, exige do professor buscar
reestruturações em suas próprias concepções. Tais reestruturações, uma vez
incorporadas ás suas ações, permitirão ao professor, uma crescente
participação ativa, consciente e crítica que desvende a realidade através de
vivências e experiências compartilhadas e tematizadas, relacionadas teórica e
praticamente, estando então o professor em estado de contínua formação
(RODRIGUES, 2004, p.22).

No tocante a formação continuada do professor para trabalhar na educação


especial em uma perspectiva inclusiva é imprescindível que professor tenha e/ou busque
qualificação específica na área para lidar com as mais diversas deficiências (transtornos
globais do desenvolvimento, autismo, deficiência intelectual, entre outras) para que
desta feita torne-se mais fácil lidar com algumas limitações encontrados e saná-los. A
formação de professores é imprescindível na busca pela construção de uma escola
inclusiva de/para todos.
19

Entretanto, a formação profissional tanto é necessária par ao professor da sala


regular quanto para o professor da sala de recursos multifuncionais. A nova política e
modelo de educação especial elaborou um alicerce para os alunos no processo de
inclusão escolar. O Decreto nº 6.571/2008 destaca a necessidade da formação
continuada de professores que atuam nas salas de recursos multifuncionais com o
Atendimento Educacional Especializado, sendo esta uma das ações previstas no
documento legal. Ainda ressalta as competências que o docente do Atendimento
Educacional Especializado deve possuir e entre tais habilidades está o uso de diferentes
tecnologias de informação e comunicação.
Trabalhar com alunos com deficiência além de ser desafiador requer preparo do
professor, trabalho em parceria com a família, com a gestão escolar e sobretudo
empatia. Muitos professores se deparam com as impossibilidades e desigualdades
existentes na escola. Para que o professor consiga desenvolver uma prática pedagógica
inclusiva, é de fundamental importância que ele busque por meios de formações
profissionais na área da inclusão preparo para lidar com as diversas deficiências para
que possam atuar de forma diversificada e igualitária, sem fazer qualquer tipo de
distinção e acepção.

2.4 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO

No Brasil aspectos ligados as teorias e práticas pedagógicas inclusivas tem


causado uma respectiva confusão entre a sociedade científica. Os profissionais que
atuam com os alunos com deficiência na área da educação passaram a questionar a
forma de inserção destes na sala de aula. Apesar de existir documentos legais que
garantam os direitos e os benefícios no processo de inclusão sabemos que a mudança do
conceito de educação especial é tratada de forma isolada, vista como algo à parte e
ainda está em processo.
Ao receber um aluno com surdez em sala de aula quem sofre o impacto é o
professor que por muitas vezes se encontra despreparado para desenvolver um trabalho
voltado a estimular as habilidades e potencialidades deste aluno. Deste modo, é
necessário que a escola pense em um currículo flexível e adaptado voltado a atender as
necessidades do aluno traçando estratégias e metodologias diferentes. Por sua vez, o
professor deve ser flexível e criativo, sem cobrar cumprimento de rotinas estabelecidas
levando em consideração o surgimento de situações inesperadas buscando meios que
20

garantam e favoreçam a aprendizagem. Pensar o outro de uma forma própria de agir, de


se comportar de se comunicar, de interagir leva a escola a buscar sempre por novas
estratégias, recursos, formação continuada e discussões que possibilitem a todos de
forma humana igualitária o respeito a diversidade social, em se tratando especialmente
do aluno surdo.

Professores relatam que o ensino que oferecem na sala de aula é insuficiente


para atender aos alunos com alguma Necessidade Educacional Especial
(NEE). Esse sentimento por parte dos professores ocorre quando as
expectativas estão centradas na manutenção de um currículo único, pré-
determinado para todos os alunos. Ou ainda, quando permanece o propósito
do ensino específico para determinadas necessidades. (Nova Escola, 2013).

Contudo, para o aluno surdo deve-se ser pensando em atividades e conteúdos que
sejam ministrados em sua língua de domínio, que os professores compartilhem com o
aluno a língua de sinais, objetivado que o mesmo possa se desenvolver de forma
plenamente possível, como é garantido ao aluno ouvinte.
Abordar também o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s)
podem e devem contribuir na construção de práticas pedagógicas inclusivas, no âmbito
da nova política de Educação Especial. Neste sentido, a formação de professores é de
suam importância para o uso adequado e efetivo das denominadas tecnologias
assistivas, que compreendem as TIC’s aplicadas em serviços e recursos que servem para
ampliar as habilidades funcionais do aluno com surdez buscando por meio delas
promover a inclusão, melhoria na qualidade de vida e maior autonomia e produtividade,
no âmbito do contexto escolar.
As Tecnologias de Informação e Comunicação se compõem num conjunto de
recursos tecnológicos, sendo um amplo arsenal, que compreende computadores,
tabletes, internet, redes sociais, e-mails, entre outros, que podem ser utilizados de modo
a favorecer a aprendizagem dos alunos com surdez através da tecnologia assistiva
aplicada tanto na sala regular de ensino quanto no Atendimento Educacional
Especializado. Estes recursos precisariam ser disponibilizados nas escolas, nas salas de
recursos multifuncionais e para isso é necessário que gestores e professores tenham
conhecimento e saibam trabalhar com estas tecnologias para que se tornem grandes
aliadas no trabalho com os alunos surdos.
Entretanto, uma educação inclusiva que colabore para a formação do aluno com
surdez só pode acontecer mediante o preparo e formação dos professores, através da
disponibilidade de materiais didáticos, pedagógicos adaptados e tecnologias assistivas
21

como lupas eletrônicas, jogos com adaptações, softwares, etc. baseadas nas
necessidades específicas do aluno com surdez.
Sobre a metodologia usada na prática pedagógica diária Alonso afirma que

Quanto à metodologia, vários estudos afirmam que os processos de análise e


reflexão da própria ação são um importante instrumento para a transformação
da prática do professor. Há necessidade de as informações, nos cursos
iniciais, serem atualizadas e inter-relacionadas com o cotidiano escolar.
(Nova Escola, 2013).

Portanto, a escola além dos conteúdos acadêmicos deve propiciar atividades de


lazer, de práticas esportivas, de artes nas quais possam contribuir para a convivência
harmoniosa e respeitosa entre as crianças com surdez, as crianças com outras
deficiências e ditas “normais”, para isso as atividades devem ser preparadas, adaptadas e
pensadas para que isso seja possível. Não se trata de inserir o aluno surdo nas atividades
propostas para os alunos ouvintes sem qualquer preparo, sem objetivo, mas de elaborar
atividades que possam ser inclusivas e significativas para contemplar de forma
igualitária todos os alunos, sem distinção.
22

3 MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Considerando a natureza do nosso objeto, para essa pesquisa preferimos optar por
uma pesquisa qualitativa que para Córdova (2009):

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica,


mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de
uma organização, etc. Para viabilizar as informações usamos também a
pesquisa exploratória. Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar
maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou
a construir hipóteses. (CÓRDOVA, 2009, p. 35)

Segundo Córdova; Triviños (2009, p. 35) “A pesquisa descritiva exige do


investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo
pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade”.
A pesquisa também constituirá de um levantamento bibliográfico que para
Fonseca (2002):

O levantamento bibliográfico é feito a partir de referências teóricas já


analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos
científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com
uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se
estudou sobre o assunto existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam
unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas
publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios
sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002,
p. 32).

Contudo, faremos uma pesquisa de campo que para GIL (2002, p. 53):

“O estudo de campo estuda um único grupo ou comunidade em termos de sus


estrutura social, ou seja, ressaltando a interação de seus componentes. Dessa
forma, o estudo de campo tende a utilizar muito mais técnicas de observação
do que de interrogação. ”

Escolhemos como instituição colaboradora da pesquisa a Escola Estadual de Ensino


Fundamental e Médio Felinto Elísio. A mesma está localizada no município de Belém/PB,
na mesorregião do Curimataú Paraibano, na zona urbana, no centro da cidade, situada à Rua
Solon de Lucena, número 100. Seu corpo discente é constituído por alunos da zona urbana e
23

zona rural. A Instituição Escolar funciona nos três turnos atendendo alunos do Ensino
Fundamental II, do Ensino Médio como também oferece a modalidade da Educação de
Jovens e Adultos (EJA) nos ciclos III e IV e oferta o Atendimento Educacional
Especializado na Sala de Recurso Multifuncional.

A escola em sua estrutura física possui onze (11) salas de aulas, um (01) laboratório
de informática, quatro (04) corredores que dão acesso a diversos ambientes, duas (02)
rampas de acessibilidade, um (01) pátio, uma (01) cantina, uma (01) cozinha, uma (01)
dispensa, um (01) arquivo, um (01) almoxarifado, seis (06) banheiros – três (03) masculinos
e três (03) femininos e destes um (01) banheiro com acessibilidade para meninos e um (01)
banheiro com acessibilidade para meninas, uma (01) sala de professores, uma (01)
biblioteca, uma (01) sala de recursos multifuncionais, uma (01) área aberta para
hasteamento dos pavilhões com três (03) mastros e uma (01) secretaria escolar.

Em relação aos recursos humanos, a escola conta com quatro (04) técnicos de nível
médio, um (01) Auxiliar de secretaria, vinte e seis (26) Professores do Ensino Fundamental
II e Médio, uma (01) Secretária, um (01) Gestor e dois (02) Coordenadores, totalizando
assim 35 funcionários.

A disposição de turmas, modalidades de ensino e quantitativos de alunos em cada


turma/sala de aula ofertados pela escola nos três (03) turnos estão distribuídos da seguinte
maneira conforme mostra o quadro abaixo:

Tabela 01- Quadro Demonstrativo de modalidades de ensino e quantitativo de alunos.

Fonte: Projeto Pedagógico (2020)


24

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Em nossa pesquisa, teremos como sujeitos participantes as duas (02) professoras da


Sala de Recurso Multifuncional que trabalham com o Atendimento Educacional
Especializado-AEE.
Coletaremos dados em situações reais, e trabalharemos na perspectiva do indivíduo
situado historicamente e em interação, introduziremos a voz do outro duas (02) professoras
da Sala de Recursos Multifuncionais – (SRM) na tentativa de compreendermos a
importância da formação profissional do professor para a inclusão de pessoas com surdez na
escola e quais as práticas pedagógicas usadas para a promoção da inclusão do aluno surdo
na sala de recursos multifuncionais da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Felinto Elísio no município de Belém/PB.
Contudo, trataremos de uma amostragem não probabilística. Segundo Dias (2020)
“A amostra não probabilística é aquela em que a coleta é baseada em critérios definidos
previamente, em que nem todo o universo tem a mesma chance de ser entrevistado, mas que
no final o trabalho de campo o resultado seja representativo e passível de extrapolação”.

3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA

Contudo, esta pesquisa terá início a partir da solicitação de autorização à direção


desta unidade, o qual apresentará as características e os objetivos do trabalho a ser
realizado. Será necessário conhecer o trabalho desenvolvido pelas professoras da sala de
recurso multifuncional da escola em questão e isto será feito por meio da observação não
participante e aplicação de questionários como instrumento de construção de dados
aplicados as professoras da sala de recurso multifuncional com questões abertas e de
múltipla escolha.
A observação não participante constitui que o pesquisador não se envolve com o
objeto pesquisado. Diversos autores salientam que:

Na observação não participante os sujeitos não sabem que estão sendo


observados, o observador não está diretamente envolvido na situação
analisada e não interage com o objeto da observação. Nesse tipo de
observação o pesquisador apreende uma situação como ela realmente ocorre.
Contudo, existem dificuldades de realização e de acesso aos dados.
(FERREIRA; MACHADO; TORRECILHA; 2012, P.4)
25

Contudo, para Gray (2012) “os questionários são uma das técnicas mais usadas de
coleta de dados primários permitindo uma abordagem analítica explorando as relações entre
as variáveis”.

3.4 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS

A análise para a coleta de dados irá ocorrer mediante duas visitas a Escola e as
mesmas acontecerão na Sala de Recurso Multifuncional (SRM).
Na primeira visita a intenção será observar como é realizado o Atendimento
Educacional Especializado (AEE) e quais as práticas pedagógicas são usadas pelas
professoras.
No segundo momento, será entregue o questionário as professoras para que
apreciem e tirem suas dúvidas acerca das questões (caso haja algum tipo de dúvida) e
será estabelecido uma data para que esse instrumento seja recolhido. Serão elaboradas
questões que possibilitem uma coleta de dados e permita compreender as práticas
pedagógicas que usam com os alunos com deficiência e conhecer a (as) formação (ões)
pedagógica (s) na área da Educação Especial.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados será realizada a partir das observações feitas e dos
questionários respondidos concomitantemente discutindo e contrapondo a luz dos
teóricos e discorrendo de forma qualitativa, visando contribuir de forma objetiva e
esclarecedora mediante as respostas obtidas para elucidar o objeto de estudo.

3.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

Para a realização desta pesquisa a presente pesquisa será submetida ao Comitê


de Ética e Pesquisa do IFPB via Plataforma Brasil. Os dados só serão coletados
mediante a aprovação da pesquisa pelo referido comitê. Após a aprovação pelo referido
Comitê será disponibilizado o número de parecer e este deverá constar no TCC, bem
como em todas as publicações referentes a pesquisa.
26

Contudo, para a realização desta pesquisa é importante lembrar que ela poderá
envolver riscos e gradações variadas de acordo com a Resolução 466/2012 – V que trata
dos riscos e benefícios:

II.22 - risco da pesquisa - possibilidade de danos à dimensão física,


psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em
qualquer pesquisa e dela decorrente.
Sendo assim, os riscos decorrentes da realização de pesquisas com seres
humanos podem ser:

1. De origem psicológica, intelectual; emocional:


a. Possibilidade de constrangimento ao responder ao instrumento de coleta
(questionário/formulário/outro);
b. Desconforto;
c. Medo;
d. Vergonha;
e. Estresse;
f. Quebra de sigilo;
g. Cansaço ao responder às perguntas; e
h. Quebra de anonimato

2. De origem física e orgânica.


a. Sangramentos;
b. Dores;
c. Lesões;
d. Desconforto local;
e. Hematomas;
f. Risco de morte. (CONEP, 2012, p. 07)

Conforme pode-se observar mediante a Resolução 466/12 toda interação que


envolve seres humanos de forma direta não há como não envolver riscos e/ ou danos,
mesmo que sejam em pequenas proporções. Esses riscos estão relacionados ao
incômodo aos colaboradores da pesquisa, pode haver algum constrangimento,
desconforto, uma tensão social ou no relacionamento com o sujeito pesquisador como
também riscos à integridade física.
Entretanto, essa pesquisa não apresentará situações de constrangimento aos
participantes envolvidos, garantindo-lhes o direito ao sigilo absoluto em todas as suas
respostas, respeitando os valores e princípios éticos dos mesmos.
27

4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ATIVIDADES 2020
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Escolha do X
tema/problema
Levantamento X
bibliográfico
Revisão de Literatura X
Elaboração/Revisão X
do Instrumento
Aplicação do Pré-teste X
do instrumento
Encaminhamento ao X
Comitê de Ética e
Pesquisa
Coleta de Dados X
Tabulação dos dados X
Análise e X
interpretação dos
dados
Redação do Relatório X
Final
Revisão de Texto X
Apresentação oral do X
TCC
28

5 ORÇAMENTO

Material de consumo
Item Quantidade Valor Valor
(unid) Unitário Total
Papel (resma) 02 (resmas) 15,00 30,00
Abastecimento do carro 05 (vezes) 20,00 100,00
Impressão de material 30 (fl) 0,50 15,00
Correção Morfossintática do trabalho 50 (fl) 2,00 100,00
Cópias Xerográficas 100 (fl) 0,20 20,00
Encadernação Simples 02 4,00 8,00
Encadernação capa dura 02 30,00 60,00

Material permanente
Item Quantidade Valor Valor
(unid) Unitário Total
Pen drive 01 30,00 30,00
Caderno para anotações 01 10,00 10,00
Canetas 03 2,00 6,00
Pastas transparentes 03 2,00 6,00
CD-ROM 02 2,00 4,00
Total Geral 389,00
29

REFERÊNCIAS

ALONSO, Daniela. Educação Inclusiva: desafios da formação e da atuação em sala de aula.


REVISTA NOVA ESCOLA. São Paulo, 2013.
<https://novaescola.org.br/conteudo/588/educacao-inclusiva-desafios-da-formacao-e-da-
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ALVES, Carla Barbosa; DAMAZIO, Mirlene Macedo; FERRREIRA, Josimário de Paula.


A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: Abordagem Bilíngue na
Escolarização de Pessoas com Surdez. Brasília: MEC/SEESP, 2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7106-
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BRASIL. Constituição (1988) . Constituição da República Federativa do Brasil.


][

Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.

_______. Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10. 436, de


24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, e o art. 18
da lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil Brasília, DF: Presidência da República, 2005. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso
em: 8 maio 2020.

________. Decreto Nº 6.571, DE 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento


educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei no 9.394, de 20
de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no 6.253, de 13 de novembro de
2007. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da
República, 2008. Disponível em:
<https://www.andi.org.br/file/51322/download?token=iPduFKyi>. Acesso em: 10 maio
2020.

_______. INEP. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Brasília, DF:


Ministério da Educação, 2018. Disponível em: <http://ideb.inep.gov.br/resultado/>. Acesso
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_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: DF, 1996.

________. Lei Nº 10.436, DE 24 de Abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de


Sinais e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Presidência da República, 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 20 abril 2020.

_______. Ministério da Educação. Manual de Orientação: Programas de Implantação


de Salas de Recursos Multifuncionais. Brasília: DF, 2010.

________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos Político-


Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: DF, 2010.
30

_______. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.


Brasília, DF: Ministério da Educação, 2008. Disponível em:
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________. Resolução Nº 4, DE 2 de OUTUBRO DE 2009. Institui Diretrizes Operacionais


para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação
Especial. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2009. Disponível em:
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_________. RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012. Brasília, DF:


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DIAS, Matheus. 9 tipos de amostra probabilística e não-probabilística. OPUS Pesquisa &


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Simões. A técnica de observação em estudos de administração. In: XXXVI
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[...]. Rio de Janeiro: ANPAD, 2012. p.30-36.
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1. ed. São Paulo: Phorte, 2011.

FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC,
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ED. São Paulo: Atlas, 2002.
31

LIMA, Emília Freitas de. Formação de professores - passado, presente e futuro: o curso de
Pedagogia. In: MACIEL, L. S. Bomura; SHIGUNOV NETO, A Formação de Professores,
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REIS, Adriana Teixeira et al. O questionário na pesquisa em educação: A complexa tarefa


de construir um bom instrumento. In: XII Congresso Nacional de Educação (EDUCERE),
12., 2015, Curitiba. ANAIS [...]. Curitiba: Editora Universitária Champagnat, 2015.
Disponível em: <https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/17159_9927.pdf>. Acesso
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RODRIGUES, Janine Marta Coelho; RÊGO, Rogéria Gaudêncio do. Formação Docente:
coletando textos, discutindo idéias. João Pessoa. Editora Universitária, UFPB, 2004.

SAMPAIO, Cristiane T. Educação Inclusiva: o professor mediando para a vida. Salvador.


EDUFBA, 2009. P. 162.

Projeto Pedagógico. E.E.E.F.M. Felinto Elísio. Belém-PB, 2019/2020.


32

APÊNDICE A – Termo de Anuência da Instituição

Eu “ABDIAS MACHADO DOS SANTOS FILHO”, na qualidade de Gestor Escolar


da “ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO FELINTO
ELÍSIO NA CIDADE DE BELÉM”, autorizo a realização da pesquisa intitulada
“ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: ASPECTOS DA
FORMAÇÃO DO PROFESSOR E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A
PROMOÇÃO DA INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA ESTADUAL DE
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO FELINTO ELÍSIO NO MUNICIPIO DE
BELÉM/PB” a ser conduzida sob a responsabilidade da pesquisadora MARCELA
GUILHERME DE MEDEIROS; e DECLARO que esta instituição apresenta
infraestrutura necessária à realização da referida pesquisa. Esta declaração é válida
apenas no caso de haver parecer favorável do Comitê de Ética para a referida pesquisa.

Belém-PB, 18 de junho de 2020.

__________________________________________________________
Assinatura e carimbo do responsável pela Instituição
33

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Nome da Pesquisa: Atendimento Educacional Especializado: Aspectos da formação do


professor e práticas pedagógicas para a promoção da inclusão do surdo na Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Felinto Elísio no município de Belém/PB.
Pesquisadora responsável: Professora Especialista Marcela Guilherme de Medeiros
Informações sobre a pesquisa:
Convidamos, Vossa Senhoria a participar do projeto de pesquisa intitulado
“Atendimento Educacional Especializado: Aspectos da formação do professor e
práticas pedagógicas para a promoção da inclusão do surdo na Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio Felinto Elísio no município de Belém/PB”.
Solicitamos a sua colaboração, para responder a algumas questões sobre este assunto.
Trata-se de uma pesquisa de campo do tipo ensaio clínico randomizado – estudo que
visa a experimentar algum tipo de intervenção em um grupo aleatório de pessoas. O
objetivo desta pesquisa é conhecer a formação profissional do professor para garantir a
inclusão de pessoas com surdez na escola e conhecer as práticas pedagógicas usadas
para a promoção da inclusão do aluno surdo na Sala de Recursos Multifuncionais da
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Felinto Elísio no município de
Belém/PB. Os participantes da pesquisa serão as professoras da Sala de Recursos
Multifuncionais em efetivo exercício na Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Felinto Elísio no ano de 2020 no município de Belém-PB. Segundo informações
da escola, esse número equivale à 02 docentes. O instrumento utilizado será um
questionário com perguntas sobre a formação profissional do professor para garantir a
inclusão de pessoas com surdez na escola e conhecer as práticas pedagógicas usadas
para a promoção da inclusão do aluno surdo na Sala de Recursos Multifuncionais. A
coleta de dados será presencial, onde todos os docentes receberão um envelope com o
questionário da pesquisa. O risco para participar da pesquisa, é mínimo e está
relacionado a algum desconforto/incômodo ou constrangimento por parte do docente
para responder ao instrumento de pesquisa. Para minimizá-los, os participantes serão
informados sobre como preencher o formulário e sobre os objetivos da pesquisa - de
forma a tranquilizá-los. Os riscos para os professores que participarão das atividades de
meditação referem-se à posição e postura durante a prática. Para mitigar esses riscos e
que não gere constrangimento durante a pesquisa, a meditação será realizada em
posição sentada, mas em cadeiras com apoio para que os participantes se sintam
confortáveis e não haja nenhum desconforto durante o estudo. Os benefícios da
pesquisa, serão de suma importância, uma vez que referem-se as ações que serão
redirecionadas na escola no que diz respeito a garantia da inclusão de pessoas com
surdez na escola e sobre as práticas pedagógicas usadas para a promoção da inclusão do
aluno surdo na Sala de Recursos Multifuncionais. Para tanto, esclarecemos ainda que
você terá:
a) garantia de plena liberdade, de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento,
em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma;
b) garantia de manutenção do sigilo e de sua privacidade durante todas as fases da
pesquisa;
34

c) garantia de que receberá uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(TCLE) d) devidamente assinada pelo pesquisador responsável e por você;
e) garantia de que o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a pesquisa estão de
acordo com o que preconiza a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde;
f) garantia de ressarcimento e cobertura de eventuais despesas tidas pelos participantes
da pesquisa e dela decorrentes;
g) garantia de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa;
h) garantia de que a pesquisa não acarretará nenhum prejuízo individual ou coletivo;
i) garantia de que toda e qualquer responsabilidade nas diferentes fases da pesquisa é
dos pesquisadores, bem como, fica assegurado que poderá haver divulgação dos
resultados finais em órgãos de divulgação científica em que a mesma seja aceita; e
j) garantia de que todo o material resultante será utilizado exclusivamente para a
construção da pesquisa e ficará sob a guarda dos pesquisadores, podendo ser requisitado
pelo entrevistado em qualquer momento.
A sua participação é muito importante, pois trará contribuição em relação ao tema
abordado tanto para os participantes do estudo como também para o ensino e a pesquisa.
Eu, ______________________________________, abaixo assinado, tendo recebido
todas as informações acerca dos objetivos e procedimentos da pesquisa, de livre e
espontânea vontade, aceito participar da pesquisa, podendo a qualquer tempo desistir de
minha participação, pois estou ciente de que terei de acordo com a Resolução 466/12
Cap. IV.3 todos os meus direitos acima relacionados.
Tenho ciência do exposto acima e aceito participar da pesquisa.
Belém/PB, ____de __________de 2020.

_________________________________________________
Assinatura do docente

Belém/PB, _______de_________ de 2020

Marcela Guilherme de Medeiros


Pesquisadora responsável

Caso necessite de maiores informações sobre o presente estudo (dúvidas e


esclarecimentos), favor entrar em contato com a pesquisadora Marcela Guilherme de
Medeiros.
Endereço: Rua Abdias Machado, 224, Centro – Belém/PB
Telefone: (83) 99658-3321; E-mail: marcelamedeiros6@gmail.com

Esta pesquisa foi analisada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IFPB
(CEP-IFPB), o qual tem o objetivo de garantir a proteção dos participantes de pesquisas
submetidas a este Comitê. Portanto, se o senhor (a) desejar maiores esclarecimentos
sobre seus direitos como participante da pesquisa, ou ainda formular alguma reclamação
ou denúncia sobre procedimentos inadequados dos pesquisadores, pode entrar em
contato com o CEP-IFPB. COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DO IFPB. Endereço:
35

Av. João da Mata, nº 256 - Jaguaribe - Edifício Coriolano de Medeiros CEP 58.015-
020, João Pessoa, PB, Brasil; Telefone: (83) 3612-9725. Horário de atendimento:
Segunda à sexta, das 12h às 18h. Email:eticaempesquisa@ifpb.edu.br
36

APÊNDICE C – Questionário – Professores da Sala de Recursos Multifuncionais

1) Antes de trabalhar em salas de recursos multifuncionais, que tipo de experiência


profissional você teve? Assinale uma ou mais alternativas:
( ) Escola especial
( ) Escola comum
( ) Classe especial
( ) Ensino itinerante.
( ) Sala de recursos
( ) Não tive experiências anteriores
( ) Outras. Especifique: __________________________________________________

2) Qual a sua formação? Assinale uma ou mais alternativas:

( ) Graduação em Educação Especial


( ) Graduação em Pedagogia
( ) Graduação em Pedagogia com habilitação em Educação Especial
( ) Outra graduação.
Especifique: ___________________________________________________
( ) Especialização em Educação Especial
( ) Especialização em área específica da Educação Especial.
Especifique: _________________________________________________________
( ) Formação em atendimento educacional especializado.
Especifique: _________________________________________________________
( ) Outra formação. Especifique: _________________________________________

3) Que tipo de formação você considera necessária para a atuação na salas de recursos
multifuncionais no trabalho com aluno surdo? Justifique.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
4) Em sua opinião, qual a importância que você professor (a) considera em relação a
formação profissional para a inclusão de pessoas com surdez na escola?
37

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5) Como você organiza um Plano de Atendimento Educacional Especializado para os


alunos surdos? Descreva o Plano em suas etapas:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

6) Quais recursos didáticos pedagógicos você utiliza no processo de ensino-aprendizagem do


aluno surdo?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

7) Em que período os alunos frequentam a sala de recursos multifuncionais? Assinale


apenas uma alternativa:

( ) Sempre no período oposto ao da escola.


38

( ) Sempre no mesmo período em que frequentam a escola.


( ) As vezes no mesmo período da sala de aula, as vezes no período oposto.

8) Em que atividade do AEE você dispende mais tempo: Assinale uma alternativa:
( ) atendimento ao aluno.
( ) na produção de materiais.
( ) articulação com o professor da sala de aula.
( ) planejamento de AEE.
( ) atendimento as famílias.
( ) outros.

9) Quais os perfis dos alunos atendidos por você na sala de recursos multifuncionais?
Assinale uma ou mais alternativas:

( ) Aluno com deficiência mental/intelectual. Quantos?______


( ) Aluno com baixa visão. Quantos?______
( ) Aluno cego. Quantos?_____
( ) Aluno com deficiência auditiva. Quantos?______
( ) Aluno com surdez. Quantos?______
( ) Aluno com deficiência física. Quantos?______
( ) Aluno com deficiência múltipla. Quantos?______
( ) Aluno com surdocegueira. Quantos?______
( ) Aluno com transtorno global do desenvolvimento. Quantos?______
( ) Outros/Quais e quantos?______

10) Quais estratégias e recursos pedagógicos você usa no atendimento educacional


especializado e quais as dificuldades encontradas para colocá-los em prática?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
39

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

11) Dos recursos de tecnologia assistiva abaixo para alunos surdos e com deficiência
auditiva, assinale com (X) na tabela conforme o que se pede:

Tenho Não Utilizo Não Conheço Não


na tenho utilizo conheço
minha em
sala minha
sala
Alfabeto móvel em
vários tamanhos e
materiais.
Jogos com diferentes
materiais e tamanhos
apropriados aos alunos
com deficiência
auditiva.
Prancha de
comunicação com
símbolos gráficos,
fotografias, palavras e
letras.
Vocalizadores em vários
formatos e modos de
acesso ás mensagens.
Software para
comunicação
alternativa com
símbolos gráficos.
Mouses de diferentes
formatos e
programáveis em
funções de teclas e
sensibilidade.
Monitor de tela de
toque.
Calculadora com
retorno auditivo.
Relógio com retorno
40

auditivo ou relevo.
Jogos com sinalizações
em libras, apropriados
aos alunos com surdez.

CDs ou softwares em
libras e português.
Dicionário em libras.
Softwares com banco de
imagens para auxiliar o
estudo da LIBRAS e do
Português para alunos
com surdez.

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