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ARARAQUARA
2017
CAROLINE SANCHEZ CASTILLO
MAIKE TROSTDORF MENDONÇA
THULLIO OLIVI ALMEIDA
ARARAQUARA
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
69f. col.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
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Prof. Dr.
Universidade Paulista – UNIP
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Prof. Dr.
Universidade Paulista – UNIP
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, pelo amor, paciência e apoio
incondicional, ao professor Guilherme Corrêa Stamato, que se tornou um grande
amigo, a à memória de Jonei Gouveia Alves, a mais triste ausência.
AGRADECIMENTOS
This study presents the industrialized building system with cross laminated timber or
CLT (Cross Laminated Timber) regarding to the construction industry. Through
literature review and technical visit in a manufacturer of CLT, was described the
methodology of partially industrialized construction system. It was observed that the
system, widely used in Europe and North America, presents numerous advantages,
such as reducing the time of construction, thermal and acoustic insulation, in addition
to being composed of sustainable materials. Through this study is possible to see
that cross laminated timber offers a solution in wood engineering, with low-carbon
emisions being competitive in terms that it can replace and supplement the existing
options, offering an appropriate option to some applications that currently uses
concrete, masonry and steel. Despite this, as this technology was brought recently to
Brazil and also due to cultural factors, the CLT is still quite unknown in the middle of
the brazilian civil construction, where the construction is characterized by uncertain
deadlines and quality, and high waste production. This study intents to presente a
viable constructive alternative, rational and eficiente, expecting positive results
toward the modernization of the current brazilian construction.
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................15
2. OBJETIVO............................................................................................................16
3. JUSTIFICATIVA...................................................................................................17
4. METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO...............................................18
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................19
5.1. Madeira como material estrutural..............................................................19
5.1.1 Propriedades físicas da madeira.............................................................................19
5.1.2 Propriedades mecânicas da madeira......................................................................22
5.1.3 Fatores que influenciam nas propriedades da madeira........................................24
5.1.4 Classificação estrutural e durabilidade da madeira...............................................26
5.1.5 Tratamento da madeira.............................................................................................28
5.2 Cross laminated timber (CLT)....................................................................30
5.2.1 Propriedades estruturais do CLT.............................................................................33
5.2.2 Especificações técnicas............................................................................................37
5.2.3 Durabilidade................................................................................................................39
5.2.4 Desempenho térmico e acústico..............................................................................39
5.2.5 Resistência sísmica e ao fogo..................................................................................40
5.2.6 Vantagens e desvantagens do sistema construtivo com CLT.............................41
6. ESTUDO PARCIAL DE CASO............................................................................44
6.1. Etapas de fabricação do CLT.....................................................................44
6.1.2. Etapa 2: Emendas.....................................................................................................45
6.1.3. Etapa 3: Montagem dos painéis...............................................................................45
6.1.4. Etapa 4: Colagem e prensa......................................................................................46
6.1.5. Etapa 5: corte e fresamento.....................................................................................47
6.1.6. Etapa 6: Acabamento................................................................................................48
6.2. Sistema construtivo com CLT: Montagem na obra..................................49
6.2.1. Fundações..................................................................................................................49
6.2.2. Piso..............................................................................................................................50
6.2.3. Cobertura....................................................................................................................51
6.2.4. Vedações externas e internas..................................................................................51
6.2.5. Fachada......................................................................................................................52
6.2.6. Instalações elétricas e hidráulicas...........................................................................54
6.3. Transporte dos painéis de CLT..................................................................56
6.4. Içamento e manipulação dos elementos de CLT.....................................58
6.5. Conexões......................................................................................................59
6.5.1. Conexões painel-painel.............................................................................................60
6.5.2. Conexões parede-parede.........................................................................................61
6.5.3. Conexões parede-pavimento...................................................................................62
6.5.4. Conexões telhado-parede.........................................................................................62
6.5.5. Conexões parede-fundação.....................................................................................63
7. RESULTADOS E CONCLUSÕES.......................................................................66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................68
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1. INTRODUÇÃO
De acordo com os autores Calil Junior, Lahr e Dias (2003), a madeira como
material de construção é versátil, facilmente obtida e, além de ser uma fonte
renovável, também possui alta resistência em relação ao seu peso específico.
Outros materiais estruturais são produzidos por processos altamente poluentes,
antecedidos por agressões ambientais consideráveis para a obtenção de matéria-
prima. Os referidos processos requerem alto consumo energético e a matéria-prima
retirada da natureza jamais será reposta. Assim, a madeira torna-se o mais
ecológico dos materiais.
No Brasil, a madeira é utilizada para múltiplas finalidades. Na construção civil,
seu uso se destaca na solução de problemas relacionados a coberturas,
cimbramentos, transposição de obstáculos, armazenamento, linhas de transmissão,
obras portuárias, além de ser muito empregada na fabricação de componentes para
edificação, como portas, caixilhos, lambris, forros, pisos e móveis. É evidente, então,
que a madeira tem significativo potencial para os mais diversos usos (CALIL
JUNIOR; LAHR; DIAS, 2003).
A madeira, em seu estado natural, possui características próprias que podem
ser modificadas com tecnologias modernas, conferindo-lhe maior resistência a fim
de ser utilizada como principal material de estrutura e vedação, como é o caso do
CLT (Cross Laminated Timber) ou laminado de madeira cruzada, sendo este o mais
novo produto de engenharia introduzido no mercado mundial nos últimos 20 anos.
(CALIL JUNIOR, R. LAHR; DIAS, 2003)
A laminação cruzada, de acordo com Calil Neto (2011), melhora as
propriedades estruturais dos painéis por meio da distribuição de força ao longo das
fibras da madeira em ambos os sentidos, o que praticamente elimina qualquer
retração significativa ou deformação dos painéis. Podem suportar grandes cargas,
possibilitando construções com vários pavimentos. Em função de sua incrível força,
rigidez, estabilidade, durabilidade e leveza, é uma alternativa competitiva para os
materiais estruturais tradicionais popularmente utilizados no Brasil.
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1.1 OBJETIVO
2. JUSTIFICATIVA
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Já a umidade pode ser observada quando a árvore é cortada, o que faz com
que ela tende a perder rapidamente a água livre existente em seu interior para, a
seguir, perder a água de impregnação mais lentamente. A umidade na madeira
tende a um equilíbrio com a umidade e temperatura do ambiente em que se
encontra (CALIL JUNIOR; LAHR; DIAS, 2003).
O teor de umidade de uma madeira é dado pela relação entre o peso da água
contida no seu interior e o seu peso no estado completamente seco, expresso em
porcentagem (MORESCHI, 2005). Desse modo, o teor de umidade correspondente
ao mínimo de água livre e ao máximo de água de impregnação é denominado de
“ponto de saturação das fibras”. Para as madeiras brasileiras, essa umidade
encontra-se em torno de 25%. A perda de água da madeira até o ponto de saturação
das fibras se dá sem a ocorrência de problemas para a estrutura da madeira. A partir
desse ponto a perda de umidade é acompanhada pela retração (redução das
dimensões) e aumento da resistência, por isso a secagem deve ser executada com
cuidado para se evitarem problemas na madeira (CALIL JUNIOR; LAHR; DIAS,
2003).
Assim, de acordo com Calil Junior, Lahr e Dias (2003), para fins de aplicação
estrutural da madeira e para comparação entre espécies, a norma brasileira
especifica a umidade de 12% como de referência para a realização de ensaios e
valores de resistência nos cálculos.
A norma brasileira “NBR 7190/97 – Projeto de Estruturas de Madeira”, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997), apresenta duas definições de
densidade a serem utilizadas em estruturas de madeira. A primeira delas é a
“Densidade Básica” da madeira, definida como a massa especifica convencional
obtida pelo quociente da massa seca pelo volume saturado. A segunda, definida
como “Densidade Aparente”, determinada para uma umidade padrão de referência
de 12%, essa é a densidade a ser utilizada para classificação da madeira e nos
cálculos de estruturas.
Na madeira, a variação dimensional é caracterizada pelas propriedades de
retração e inchamento. Em razão da ortotropia, esses fenômenos são referidos às
três direções principais: axial (ou longitudinal), radial e tangencial. A diminuição ou o
aumento da quantidade de água de impregnação provocam aproximação ou
afastamento das cadeias de celulose, ocasionando as correspondentes variações
dimensionais de retração ou inchamento (PFEIL; PFEIL 2003).
22
Figura 4 – Cisalhamento
Fonte: RITTER (1990)
a) resistência: cujas propriedades são usadas para avaliar a capacidade última dos
elementos estruturais, e estão relacionadas com a probabilidade de ocorrência de
ruína da estrutura.
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O tratamento industrial pode ser realizado com CCA (sais de Cromo – Cobre
– Arsênio) e CCB (sais de Cromo – Cobre – Boro). Ambos preservativos são
hidrossolúveis e de longa duração, sendo o CCA, o mais utilizado e o CCB, o de
menor toxidade (CALIL JUNIOR; LAHR; DIAS, 2003).
Ao penetrar as camadas da madeira, o cromo tem a função de fixar o cobre,
que possui ação fungicida, e fixar o inseticida, arsênio ou boro. A madeira tratada
fica imune contra o ataque de fungos e insetos. Não possui odor e não emite
vapores. Os produtos não deixam resíduos na madeira, não alteram suas
características e não proporcionam corrosão dos metais, muitas vezes utilizados na
madeira. O tratamento torna sua cor esverdeada e as peças podem receber
acabamento e pinturas diversas.
4.2.3 Durabilidade
4.2.6 Vantagens e desvantagens do sistema construtivo com CLT
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6.1.6. Etapa 6: Acabamento
Pode ser do tipo industrial para usos onde não se requer o painel como
acabamento final ou será revestido posteriormente, ou acabamento fino onde se
deseja utilizar o material como acabamento final, sem revestimento. As etapas de
fabricação do CLT podem ser resumidas conforme a figura abaixo (CROSSLAM,
2017)
6.2.1. Fundações
De acordo com Velloso e Lopes (2017), a fundação pode ser formada por
uma combinação de elementos como madeira, aço e concreto, tendo como por
exemplo o uso de vigas de aço “H” sustentadas por estacas e espaçadas numa
distância máxima recomendada de 3 metros uma da outra, formando uma espécie
de treliça plana para receber as pranchas de CLT que serão montadas em sentido
transversal ao das vigas de aço. Na maioria dos casos, a fundação é feita em radier,
por se tratar de uma construção de baixo peso próprio.
O radier é um tipo de alicerce raso que funciona como uma laje em contato
direto com a superfície do terreno. Usualmente, são feitos com concreto armado
simples, mas também podem ser de concreto protendido, quando a obra exigir
reforços. É um tipo de fundação de execução muito rápida, pois em geral não exige
grandes escavações ou a montagem de fôrmas muito complexas. Geralmente, é
empregado em construções mais leves, como casas térreas, sobrados ou prédios
com poucos andares, construídos em terrenos de solo firme, mais compactado
(VELLOSO; LOPES, 2017),
6.2.2. Piso
O piso formado por painel em CLT deve ser protegido do contato com o solo,
a fim de isolar a edificação da umidade ascendente, também pode servir como um
shaft horizontal (KLH, 2017).
Apesar de admitir diversos revestimentos para piso, recomenda-se o uso de
“piso-box” nas áreas molhadas, devido à adequada estanqueidade proporcionada
pelo produto. A figura abaixo mostra as principais ligações e vedações nos painéis
(KLH, 2017).
52
6.2.3. Cobertura
6.2.5. Fachada
Figura 25 - Estanqueidade ao ar
Fonte: KLH (2017)
55
ser abertos na direção vertical (direção estrutural principal), deixando uma distância
mínima de segurança de 10 cm ao topo lateral (JORGE, 2013).
Sempre que possível, estes rasgos não deverão ser abertos em faces
opostas da mesma secção transversal da parede, recomendando-se aqui uma
distância mínima de 1 metro também por razões de conformidade do isolamento
acústico. Sempre que seja necessário um acesso na direção perpendicular aos
estratos principais, dever-se-á procurar perfurar salvaguardando os estratos
principais. Nos rasgos em pisos, aplicam-se conceitualmente os mesmos cuidados
que nas paredes (JORGE, 2013).
A rede hidráulica pode ser externa ou embutida na estrutura de CLT da
edificação. Algumas técnicas possíveis são:
6.5. Conexões
Figura 31 - Típico edifício CLT de dois andares que mostra várias conexões entre os painéis do chão e da
parede
Fonte: KARACABEYLI; DOUGLAS (2013)
Figura 37 - Detalhes de conexão com um espaço entre a parede CLT e a base de concreto
Fonte: KARACABEYLI; DOUGLAS (2013)
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7. RESULTADOS E CONCLUSÕES
relação a outros países do mundo faz com que maior parte dos fornecedores e
fabricantes de produtos específicos sejam empresas estrangeiras, o que agrega
custo à edificação, elevando o custo do produto final.
Porém, apesar de ser uma tecnologia construtiva mais cara devido à
utilização de componentes específicos ainda importados, o sistema construtivo em
CLT apresenta ótimo desempenho com o passar do tempo, gerando economia
proporcionada pelo seu ótimo isolamento térmico e acústico, o que reduz os custos
com energia elétrica – fator de grande valia no Brasil, que apresenta altas
temperaturas na maior parte do ano.
Portanto, embora os primeiros passos já tenham sido dados, é necessário
que mais pesquisas sejam realizadas, que maior quantidade de material teórico-
prático nacional seja produzido de modo a servir como embasamento para uma
mudança de cultura na construção, tanto no meio técnico como no meio leigo, e
como incentivo para a aplicação de métodos de construção mais eficientes,
sustentáveis e produtivos, como é o caso do CLT.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_____. NBR 7007: Aços-carbono e microligados para uso estrutural e geral. Rio
de Janeiro. 2002.
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6.ed. São Paulo: LTC, 2003.
STORA ENSO. Stora Enso Building and Living – Building Solutions. 2012.