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O uso do Aço na Arquitetura 1 Aluízio Fontana Margarido

Coberturas em Estruturas Treliçadas

Objetivo
Conceituar as treliças e mostrar suas aplicações
em estruturas, principalmente de cobertura.

Treliças
Treliças são estruturas constituídas por conjuntos de ele-
mentos compostos de três barras articuladas nas extremi-
dades, formando uma figura fechada; as forças aplicam-se
nos nós. A estrutura formada por três barras articuladas é
um elemento estável, deformando-se somente por solicita-
ções axiais de compressão ou de tração.
A treliça é formada assim:

Partimos de um elemento triangular como, por exemplo, o


triângulo 1 e vamos, a partir das vértices, articulando mais
duas barras, formando novos triângulos.

Solicitação nas Treliças


Uma barra articulada em uma das suas extremidades e
solicitada por uma força que se aplica na extremidade ar-
ticulada, tem solicitação axial obrigatoriamente na direção
da barra.
Vamos admitir, por um instante, que possamos ter a força
agindo em outra direção, que não seja a da própria bar-
ra.

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Nas articulações, o momento é zero, pois a barra gira e


não resiste a nenhum momento.
No caso, há um momento igual ao produto da multiplicação
da força F pela distância d ao ponto A, que é a articula-
ção.
Isto não condiz com a realidade; assim, a única maneira
de termos momento nulo é a distância ‘d’ ser nula, o que
exige que a força e a barra estejam alinhadas.

Aplicação das Treliças


São usadas em estruturas onde são permitidas grandes
alturas das vigas. As treliças possuem altura maior do que
as vigas de alma cheia, pois podem ser entendidas como
vigas de alma cheia onde se fizeram grandes aberturas.

Alguns Exemplos de Treliças

Treliça em galpão restaurado - Mangal das Garças - Belem / PA

Como já foi visto, as forças só se aplicam nos nós e não no Estas treliças são usadas principalmente em pontes, quan-
meio das barras. Caso queiramos reduzir os espaçamen- do queremos reduzir o espaçamento dos apoios das vigas
tos das terças sem criar um número exagerado de barras, longitudinais que sustentam o tabuleiro.
podemos dividir o espaço superior da treliça anterior em
dois, e criamos uma nova treliça.

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Cálculo das Treliças


As condições de equilíbrio correspondem a ter a soma
das forças igual a zero.
Tomemos um nó de uma treliça e isolemos esse elemento,
que também está em equilíbrio, pois o elemento isolado é
parte de um todo que, por hipótese está em equilíbrio.

Como VA é a reação da estrutura, esse valor é conhe-


cido; comporta-se como uma viga com articulação móvel
e fixa. A soma dos momentos é zero, pois todos os es-
forços passam pelo ponto A da articulação. Deveríamos
recorrer, então, à soma das forças, que deve ser nula.

Nota:
Para o desenvolvimento de equilíbrio, ver a obra Fundamentos de
Estruturas, de Aluízio Margarido, 2001.

Outras Formas de Treliça

A estrutura é o pórtico em treliça triarticulado em A, B e C.

Arco em treliça espaçial - Aeroporto Pinto


Martins - Fortaleza / CE

Podemos fazer treliças compostas, nas quais uma das bar-


ras da treliça básica é substituída por outra treliça, como
no caso abaixo:

Neste caso, calculamos como se a barra em treliça fosse


uma barra simples da treliça básica e, então, calculamos a
‘barra treliça’ como uma outra treliça com as reações cor-
respondentes à ‘barra treliça’.

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Treliças para maior Apoio das Terças:


Podemos Proceder assim:

Treliça convencional de aço, muito utilizada em galpões


São Paulo / SP

Treliças com Vãos Menores para Apoiar as Terças:

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Contraventamentos

De uma maneira geral as estruturas metálicas, quando


concebidas no plano, necessitam ser contraventadas.
O contraventamento permite dar a estrutura condições
de resistir a solicitações perpendiculares a esse plano.
A montagem deve começar pelos pórticos contraventados,
para que a estrutura já tenha estabilidade de início. De-
vemos lembrar que o contraventamento correspondente a
ponto fixo para a temperatura. Ou seja: devido a dilatação
da estrutura o travamento se comporta como um ponto
fixo, dilatando-se a estrutura a partir deste ponto.

Treliças no Espaço

a) Desenvolvimento de uma superfície poliédrica.

Estrutura Espacial - Estação Docas - Belém / PA

b) formados por tetraedros:


Os tetraedros são associados para formarem uma treliça
espacial. Os segundos tetraedros são agrupados
invertidos para formarem a superfície.
São estruturas que permitem vencer grandes vãos (ver
referência Fundamentos de Estruturas, de Aluízio Margari-
do, 2001).

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