Curso: Engenharia de Energia

Disciplina: Termodinâmica II
Professor(a): Flávia Silva Cunha
Aluno(a): Gabrielle Souza Garrido Gomes
Data: 26/03/2024
Instruções:
▪ Avaliação individual
▪ Cada estudo de caso será desenvolvido por um discente, totalizando doze estudos de caso.
▪ A escolha dos estudos de caso será feita através de sorteio a ser realizado em sala de aula dia
26/03/2024, durante horário da aula.
▪ Cada discente deverá entregar os cálculos e a análise do seu estudo de caso até às 23h59 (horário
oficial de Brasília) do dia 02/04/2024 através da pasta do Google Drive que foi compartilhada com
todos os discentes através dos respectivos e-mails institucionais.
Link do drive:
https://drive.google.com/drive/folders/1GWvAkFHRvFRrjXqSDG5s_sj5kYJaQKcC?usp=drive_link

Avaliação 1

Estudo de caso 5. Um tanque rígido isolado é dividido em duas partes: A e B, por um

diafragma. Cada parte tem um volume de 1 m³. No instante inicial, a parte A contém água à
temperatura ambiente, 20 °C, com título 50 %, e a parte B está vazia. A seguir, o diafragma
se rompe e a água preenche o volume total. Determine o trabalho reversível para essa
mudança de estado e a irreversibilidade do processo. Repita os cálculos para outros títulos
variando de 50% a 100 % e elabore um gráfico do trabalho reversível específico em função
do título na situação inicial. Analise os dados obtidos.

A visão esquemática da situação proposta na questão pode ser exemplificada na imagem 1.

Imagem 1 - Visão esquemática da questão

Sendo assim, escolheu-se variar o título em 0,05 até que alcançasse o título de valor 1,
totalizando 11 casos distintos, realizou-se os cálculos para cada um deles a fim de obter
informações sobre o trabalho reversível e irreversibilidade.
A partir disso, primeiramente, faz-se necessário localizar os dados que compõem o estado
inicial da água saturada à temperatura de 20°C na tabela de Propriedades Termodinâmicas da
Água Saturada no Apêndice do livro Fundamentos da Termodinâmica de Claus Borgnakke,
para auxiliar nos cálculos realizados.
Tabela 1. Dados iniciais

DADOS TABELADOS PARA T=20°C

Volume específico - vl (m³/kg) 0,001002

Volume específico - vv (m³/kg) 57,7897

Energia interna - ul (kJ/kg) 83,94

Energia interna - ulv (kJ/kg) 2318,98

Entropia - sl (kJ/kg K) 0,2966

Entropia - slv (kJ/kg K) 8,3706

Fonte: BORGNAKKE, 2018.

CASO 1 - Título igual 0,5 (50%):

Encontrando os valores iniciais de volume específico, energia interna e entropia:
𝑣1 = 0, 001002 · 0, 5 + 57, 7897 · 0, 5 = 28, 895351 𝑚³/𝑘𝑔

𝑢1 = 83, 94 + 0, 5 · 2318, 98 = 1243, 43 𝑘𝐽/𝑘𝑔

𝑠1 = 0, 2966 + 0, 5 · 8, 3706 = 4, 4819 𝑘𝐽/𝐾𝑔 𝐾

Através do valor adquirido de volume específico e do volume (1m³), faz-se possível descobrir
qual é a massa do sistema:
∀ 1
𝑚= 𝑣
= 28,895351
≈ 0, 035 𝑘𝑔

Como esse processo é adiabático, ou seja, não envolve mudança de pressão, sabe-se que não
há variação de energia cinética e potencial. E também não há transferência de calor e trabalho
exercido, então a equação da energia pode ser reduzida a:
𝑑𝑈 = 0
Sendo assim, através dela, podemos estabelecer a relação que a energia interna inicial é igual
a energia interna final, como:

(𝑈2 − 𝑈1) = 0 → 𝑚(𝑢2 − 𝑢1) = 0 → 𝑢2 = 𝑢1 = 1243, 43 𝑘𝐽/𝑘𝑔

Como o espaço das duas partes do tanque, A e B, possuem o mesmo volume de 1 m³, pode-se
dizer que quando o diafragma se rompe, o volume específico passa a ser o dobro do anterior
no estado inicial:
 𝑣2 = 2 · 𝑣1 = 2 · 28, 895351 = 57, 79072 𝑚³/𝑘𝑔

A seguir, para saber o valor da entropia final, faz-se necessário utilizar a técnica de tentativa
e erro com diferentes temperaturas, já que não possui-se informações suficientes para poder
localizar os valores de entropia líquido e vapor, a fim de calculá-la. Além disso, também não
se sabe o novo valor do título. Escolheu-se as temperaturas de 5°C e de 10°C, com seus dados
dispostos nas tabelas 2 e 3.
Tabela 2. Dados referentes a temperatura de 5°C

DADOS TABELADOS PARA T=5°C

Volume específico - vl (m³/kg) 0,001

Volume específico - vv (m³/kg) 147,118

Energia interna - ul (kJ/kg) 20,97

Energia interna - ulv (kJ/kg) 2361,27

Entropia - sl (kJ/kg K) 0,0761

Entropia - slv (kJ/kg K) 8,946

Fonte: BORGNAKKE, 2018.

Tabela 3. Dados referentes a temperatura de 10°C

DADOS TABELADOS PARA T=10°C

Volume específico - vl (m³/kg) 0,001

Volume específico - vv (m³/kg) 106,377

Energia interna - ul (kJ/kg) 41,99

Energia interna - ulv (kJ/kg) 2347,16

Entropia - sl (kJ/kg K) 0,151

Entropia - slv (kJ/kg K) 8,7498

Fonte: BORGNAKKE, 2018.

Para a temperatura de 5°C, achando-se o novo título:

𝑣2−𝑣𝑙 57,79072−0,001
𝑥= 𝑣𝑙+𝑣𝑣
= 147,118+0,001
= 0, 3928

Em seguida, calcula-se a energia interna e confere se ela possui o mesmo valor numérico que
a energia interna inicial 1243,43 kJ/kg:
 𝑢2 = 20, 97 + 0, 3928 · 2361, 27 = 948, 47 𝑘𝐽/𝑘𝑔

Percebe-se que o valor difere do que deveria ser, mas mesmo assim iremos calcular a
entropia, a fim de realizar uma interpolação posteriormente:
𝑠2 = 0, 0761 + 0, 3928 · 8, 946 = 3, 59 𝑘𝐽/𝑘𝑔

Para a temperatura de 10°C, achando-se o novo título:

𝑣2−𝑣𝑙 57,79072−0,001
𝑥= 𝑣𝑙+𝑣𝑣
= 106,377+0,001
= 0, 543

Em seguida, calcula-se a energia interna e confere se ela possui o mesmo valor numérico que
a energia interna inicial 1243,43 kJ/kg:
𝑢2 = 41, 99 + 0, 543 · 2347, 16 = 1326, 497 𝑘𝐽/𝑘𝑔

Percebe-se que o valor difere do que deveria ser, mas mesmo assim iremos calcular a
entropia, a fim de realizar uma interpolação posteriormente:
𝑠2 = 0, 1510 + 0, 543 · 8, 7498 = 4, 902 𝑘𝐽/𝑘𝑔

Interpolando, têm-se que:

𝑠2−𝑠2/5°𝑐 𝑢2−𝑢2/5°𝑐 𝑠2−3,59 1243,43−948,47
𝑠2/10°𝑐−𝑠2/5°𝑐
= 𝑢2/10°𝑐−𝑢2/5°𝑐
→ 4,902−3,59
= 1316,497−948,47

𝑠2 = (0, 801 · 1, 312) + 3, 59 = 4, 64 𝑘𝐽/𝑘𝑔 𝐾

Sendo assim, para calcular o trabalho reversível pode-se fazer uso da seguinte expressão:
𝑟𝑒𝑣
𝑊 ( )
= 𝑇0 𝑆2 − 𝑆1 = 𝑇0 · 𝑚 𝑠2 − 𝑠1 ( )
Sendo o T0 a temperatura do ambiente, que na questão está como 20°C, transformando para
Kelvin têm-se 293,15K, substituída equação:
𝑟𝑒𝑣
𝑊 = 293, 15 · 0, 035(4, 64 − 4, 4819) ≈ 1, 62 𝑘𝐽

Para achar a irreversibilidade, obtém a expressão:

𝑟𝑒𝑣
𝐼 =𝑊 − 𝑊
Como não foi exercido trabalho, a irreversibilidade é igual ao trabalho reversível.
𝑟𝑒𝑣
𝐼 =𝑊 = 1, 62 𝑘𝐽
Dessa forma, para os seguintes casos, utilizou-se o mesmo raciocínio, obtendo-se os
resultados expostos na tabela 4 e 5.
 Tabela 4 - Resultados do período inicial

INICIAL

CASO x v1 (m³/kg) u1 (kJ/kg) s1 (kJ/kg K) m (kg)

1 0,50 28,895351 1243,43 4,4819 0,03460764328
2 0,55 31,7847859 1359,379 4,90043 0,03146159308
3 0,60 34,6742208 1475,328 5,31896 0,02883986942
4 0,65 37,5636557 1591,277 5,73749 0,0266214771
5 0,70 40,4530906 1707,226 6,15602 0,02471999012
6 0,75 43,3425255 1823,175 6,57455 0,02307202888
7 0,80 46,2319604 1939,124 6,99308 0,02163005833
8 0,85 49,1213953 2055,073 7,41161 0,02035772791
9 0,90 52,0108302 2171,022 7,83014 0,01922676481
10 0,95 54,9002651 2286,971 8,24867 0,01821484829
11 1,00 57,7897 2402,92 8,6672 0,01730412167

Tabela 5. Resultados do período final

FINAL

CASO v2 (m³/kg) u2 (kJ/kg) s2 (kJ/kg K) Wrev (kJ) I (kJ)

1 57,790702 1243,43 4,641719893 1,621409677 1,621409677
2 63,5695718 1359,379 5,075833721 1,617742556 1,617742556
3 69,3484416 1475,328 5,509947462 1,614685876 1,614685876
4 75,1273114 1591,277 5,944061137 1,612098919 1,612098919
5 80,9061812 1707,226 6,378174758 1,609881131 1,609881131
6 86,685051 1823,175 6,812288336 1,607958751 1,607958751
7 92,4639208 1939,124 7,246401879 1,606276439 1,606276439
8 98,2427906 2055,073 7,680515392 1,604791867 1,604791867
9 104,0216604 2171,022 8,114628881 1,603472106 1,603472106
10 109,8005302 2286,971 8,548742349 1,602291154 1,602291154
11 115,5794 2402,92 8,982855799 1,601228205 1,601228205

À vista dos cálculos realizados, pode-se criar a tabela 6, reunindo os valores dos títulos
iniciais e o trabalho reversível associado, e posteriormente plotou-se um gráfico.
 Tabela 6. Resultados

Wrev (kJ) x
1,621409677 0,50
1,617742556 0,55
1,614685876 0,60
1,612098919 0,65
1,609881131 0,70
1,607958751 0,75
1,606276439 0,80
1,604791867 0,85
1,603472106 0,90
1,602291154 0,95
1,601228205 1,00

Gráfico 1. Curva relacionando título com trabalho reversível

Após analisar o gráfico, percebe-se que conforme aumenta-se o título, o trabalho reversível
tende a diminuir, apresentando uma variação cada vez menor.